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CDU 51
U514.60 – 22
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Unip Interativa
Material Didático
Comissão editorial:
Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
Profa. Dra. Angélica L. Carlini
Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista
Profa. Deise Alcantara Carreiro
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Jaci Albuquerque de Paula
Bruno Barros
Sumário
Tópicos de Matemática
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9
Unidade I
1 MATRIZES............................................................................................................................................................ 11
1.1 Conhecimentos prévios...................................................................................................................... 11
1.1.1 Conjuntos numéricos..............................................................................................................................11
1.1.2 Método de resolução da equação do 2º grau.............................................................................. 12
1.2 Definição................................................................................................................................................... 12
1.3 Representação........................................................................................................................................ 13
1.3.1 Representação genérica de uma matriz......................................................................................... 15
1.4 Tipos de matrizes................................................................................................................................... 22
1.4.1 Matriz linha................................................................................................................................................ 22
1.4.2 Matriz coluna............................................................................................................................................ 22
1.4.3 Matriz quadrada....................................................................................................................................... 22
1.4.4 Matriz nula................................................................................................................................................. 23
1.4.5 Matriz identidade.................................................................................................................................... 23
1.5 Igualdade de matrizes......................................................................................................................... 23
1.6 Operação com matrizes...................................................................................................................... 28
1.6.1 Adição e subtração de matrizes......................................................................................................... 28
1.6.2 Multiplicação de um número real por uma matriz................................................................... 35
1.6.3 Matriz transposta.................................................................................................................................... 39
1.6.4 Multiplicação de matrizes.................................................................................................................... 40
1.6.5 Matriz inversa............................................................................................................................................ 46
1.7 Determinantes........................................................................................................................................ 52
1.7.1 Determinante de uma matriz quadrada de ordem 2................................................................ 52
1.7.2 Determinante de uma matriz quadrada de ordem 3................................................................ 53
2 SISTEMAS LINEARES....................................................................................................................................... 55
2.1 Equação linear........................................................................................................................................ 55
2.2 Sistema linear......................................................................................................................................... 55
2.3 Solução de um sistema linear.......................................................................................................... 56
2.4 Sistema linear homogêneo............................................................................................................... 56
2.5 Classificação de um sistema linear................................................................................................ 57
2.6 Regra de Cramer.................................................................................................................................... 59
2.7 Escalonamento....................................................................................................................................... 62
2.7.1 Escalonando um sistema...................................................................................................................... 63
Unidade II
3 FUNÇÃO AFIM E FUNÇÃO QUADRÁTICA................................................................................................. 78
3.1 Função afim ou de 1º grau................................................................................................................ 78
3.1.1 Lei e gráfico da função afim............................................................................................................... 79
4 FUNÇÃO QUADRÁTICA OU DE 2º GRAU................................................................................................100
4.1 Lei e gráfico da função quadrática..............................................................................................102
4.2 Otimização da função quadrática................................................................................................111
Unidade III
5 FUNÇÕES EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA...........................................................................................135
5.1 Função exponencial............................................................................................................................135
5.1.1 Conhecimentos prévios...................................................................................................................... 136
5.1.2 Propriedades da potenciação........................................................................................................... 137
5.1.3 Equação exponencial........................................................................................................................... 140
5.1.4 A função exponencial......................................................................................................................... 142
5.1.5 Inequação exponencial....................................................................................................................... 148
5.2 Função logarítmica.............................................................................................................................156
5.2.1 Definição e condição de existência............................................................................................... 157
5.2.2 Propriedades dos logaritmos........................................................................................................... 158
5.2.3 Equação logarítmica............................................................................................................................ 162
5.2.4 Função logarítmica.............................................................................................................................. 166
5.2.5 Inequação logarítmica........................................................................................................................ 175
6 FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS..................................................................................................................182
6.1 A função seno.......................................................................................................................................183
6.2 A função cosseno................................................................................................................................187
6.3 A função tangente..............................................................................................................................187
Unidade IV
7 ÁREAS DE FIGURAS PLANAS.....................................................................................................................199
7.1 Conhecimentos prévios....................................................................................................................199
7.1.1 Triângulo retângulo............................................................................................................................. 199
7.1.2 Trigonometria no triângulo retângulo......................................................................................... 200
7.2 Triângulo.................................................................................................................................................201
7.3 Quadrado................................................................................................................................................205
7.4 Retângulo...............................................................................................................................................205
7.5 Paralelogramo.......................................................................................................................................206
7.6 Losango...................................................................................................................................................206
7.7 Trapézio...................................................................................................................................................206
7.8 Círculo......................................................................................................................................................207
7.9 Coroa circular........................................................................................................................................208
7.10 Setor circular......................................................................................................................................208
7.11 Unidades de medida de comprimento.....................................................................................209
7.12 Unidades de medida de área........................................................................................................210
8 VOLUMES E ÁREAS DE SUPERFÍCIES DE FIGURAS ESPACIAIS.....................................................222
8.1 Unidade de medidas de capacidade............................................................................................222
8.2 Prismas....................................................................................................................................................223
8.2.1 Área da superfície total de um prisma......................................................................................... 225
8.2.2 Volume de um prisma......................................................................................................................... 226
8.2.3 Paralelepípedo........................................................................................................................................ 226
8.2.4 Cubo........................................................................................................................................................... 227
8.3 Pirâmides................................................................................................................................................234
8.3.1 Área da superfície total de uma pirâmide.................................................................................. 235
8.3.2 Volume de uma pirâmide.................................................................................................................. 236
8.4 Cilindros..................................................................................................................................................241
8.4.1 Área da superfície total de um cilindro....................................................................................... 242
8.4.2 Volume de um cilindro....................................................................................................................... 243
8.5 Cones........................................................................................................................................................248
8.5.1 Área da superfície total de um cone............................................................................................. 249
8.5.2 Volume de um cone............................................................................................................................. 250
8.6 Esferas......................................................................................................................................................253
APRESENTAÇÃO
Caro estudante, este livro-texto apresenta conteúdos elementares de diversas áreas da matemática.
Sabemos que alguns destes foram vistos apenas superficialmente no ensino médio, por alguns; se for o seu
caso, não precisa se preocupar, aqui, cada conteúdo será detalhado e desenvolvido gradativamente, para
que possa se apropriar independentemente do conhecimento prévio que já possui. Quando necessário,
inserimos observações específicas para ajudar na compreensão e na aprendizagem; o texto também conta
com seções em que fazemos referências a outros materiais para aprofundamento ou curiosidade.
Esta disciplina trará elementos essenciais para prosseguir o estudo em cursos da área de exatas e
servirá de base para várias disciplinas da área de matemática que tratem de cálculo com geometria
analítica, cálculo de funções de variáveis e equações diferenciais, além disso, também é muito relevante
para a compreensão de disciplinas da área de física, servindo de referência para o acompanhamento ao
longo do curso até como material de consulta, já que é uma disciplina básica e essencial.
Apresentaremos as matrizes, sua utilidade e aplicação na resolução de sistemas lineares e como elas
podem modelar matematicamente situações da vida profissional. Esse estudo tem origem na metade
do século XIX e foi fundamental para o desenvolvimento científico da época, estando profundamente
ligado aos campos de matemática, física e computação.
Ao estudar os diferentes tipos de funções aqui tratados, será possível resolver problemas que
possam ser modelados por funções afim, quadrática, exponencial, logarítmica ou trigonométrica.
Muitos fenômenos do cotidiano podem ser representados e previstos por tais funções, como exemplos:
cálculos de contas de água, energia, gás e outras contas de consumo; a obtenção do preço ótimo a
ser cobrado por um serviço para maximizar a receita de um empreendimento; o montante gerado
por investimento ou empréstimo sob regime de capitalização simples ou composta; crescimento
ou decrescimento de diversas populações; decaimento radioativo; quantidade de medicamento no
organismo após tempo de ingestão; entre outros.
Também abordamos tópicos de geometria, explorando figuras planas, tais como triângulos,
quadriláteros, hexágonos e círculo; calculamos suas áreas, de suas partes, assim como de suas
composições, associando a diversos componentes disponíveis nas nossas vidas; e fazemos estudo dos
sólidos geométricos: prismas, pirâmides, cilindros, cones e esferas, sempre os associando ao cotidiano.
Após o curso desta disciplina, você terá os pré‑requisitos necessários para prosseguir seus estudos
acadêmicos e, feito isso, aplicar os conhecimentos adquiridos em sua vida profissional.
INTRODUÇÃO
Por fim, apresentamos as figuras planas com suas respectivas áreas e os sólidos geométricos.
Sobre as figuras planas, habilitaremos ao cálculo das áreas de triângulo, quadrado, losango, retângulo,
paralelogramo, trapézio, hexágono, círculo, setor circular e coroa circular. Acerca dos sólidos
geométricos, ao fim deste livro‑texto, o aluno estará apto a identificá‑los e a calcular sua área de
superfície e capacidade. Também serão apresentados exemplos de aplicação associados às formas
geométricas tratadas.
Além disso, para o bom entendimento do conteúdo e com o objetivo de auxiliar o aluno a
uma aprendizagem significativa, apresentaremos uma série de exemplos de aplicação resolvidos
detalhadamente. Ao longo do texto, fornecemos sugestões de leitura para complementação e/ou
aprofundamento dos conteúdos. Recomendamos aos leitores que acessem tais recursos.
Bons estudos!
10
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Unidade I
1 MATRIZES
O estudo das matrizes tem origem na metade do século XIX e foi fundamental para o desenvolvimento
científico da época. Está profundamente ligado aos campos de matemática e física. Matrizes são tabelas
numéricas que podem ser utilizadas em diversas áreas, como, por exemplo, na computação em criptografia,
nas áreas administrativa e de engenharia para organização dos dados e na área de programação com os
famosos números binários (0 e 1), dispostos em tabelas retangulares.
Um dos sites mais acessados, o Google, utiliza a teoria de matriz para apresentar a ordem dos
domínios em que estamos buscando determinada informação. A partir daqui será oferecida uma séria
de sugestões de leitura com possibilidades de ampliar (e aprofundar) seu aprendizado, e acreditamos
que ficará evidente a importância desse conteúdo para o desenvolvimento científico.
Os números naturais são utilizados para contar determinadas quantidades. O símbolo representa
o conjunto dos números naturais. Na sequência, temos o conjunto dos números naturais com alguns de
seus elementos: ={0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}
O conjunto dos números inteiros contempla, além dos números naturais, seus respectivos
opostos. Na sequência, temos o símbolo , que representa os números inteiros e alguns de seus
elementos: = {..., –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, ...}
p
O conjunto dos números racionais () reúne todos os que podem ser escritos na forma , onde p e
q
1 1 1 3 11
q são números inteiros, sendo q não nulo. Por exemplo: = {0, ± , ± , ± , ±1, ± , ± , ±3,...}
4 3 2 2 5
O conjunto dos números irracionais (I) é composto pelos números decimais não exatos e não
periódicos. Na sequência, seguem alguns: I = { 2, − 3, π,e,...}
O conjunto dos números reais () é a união dos elementos do conjunto dos racionais com os
elementos do conjunto dos irracionais. Representamos essa união de elementos da seguinte forma:
= UI
11
Unidade I
Para resolver uma equação do 2º grau do tipo ax2+bx+c=0, devemos primeiramente encontrar o
valor do discriminante (∆), utilizando a expressão:
∆ = b2 – 4 . a . c
−b ± ∆
x=
2a
Observação
1.2 Definição
As matrizes são tabelas numéricas formadas por determinado número de linhas e de colunas.
Chamaremos o de linhas de m e o de colunas de n. O número de linhas e colunas deve ser um número
natural maior ou igual a 1.
Formalizando, temos: uma matriz m × n (lê‑se m por n) é uma tabela formada por números
reais dispostos em m linhas e n colunas (com m e n sendo números naturais maiores ou iguais a 1).
Chamaremos de ordem da matriz a expressão m × n.
Seja i uma linha qualquer dessa matriz, logo 1 < i < m, e j uma coluna qualquer dessa matriz, logo
1 < j < n.
Saiba mais
Para saber mais sobre o surgimento da teoria das matrizes, sua incrível
história e suas aplicações, acesse:
12
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
1.3 Representação
Utilizaremos uma letra maiúscula para nomear as matrizes e podemos representá‑las entre parênteses
ou entre colchetes.
−3 8
M = 4 −6
0 7 3x2
A ordem da matriz M é 3 × 2 (lembrando, lê‑se 3 por 2), pois ela tem três linhas e duas colunas.
A matriz M tem seis elementos.
5 7 6
A =
10 9 8
A matriz A tem duas linhas e três colunas, logo sua ordem é 2 × 3 (2 por 3). Outra notação possível
para a matriz será A2x3.
O elemento 5 da matriz A está localizado na linha 1 e coluna 1, e o indicaremos por a11 (lê‑se a, um,
um), logo a11 = 5
O elemento 10 da matriz A está localizado na linha 2 e coluna 1, e o indicaremos por a21 (lê‑se a,
dois, um), logo a21 = 10
O elemento 7 da matriz A está localizado na linha 1 e coluna 2, e o indicaremos por a12, logo a12 = 7
O elemento 9 da matriz A está localizado na linha 2 e coluna 2, e o indicaremos por a22, logo a22 = 9
O elemento 6 da matriz A está localizado na linha 1 e coluna 3, e o indicaremos por a13, logo a13 = 6
O elemento 8 da matriz A está localizado na linha 2 e coluna 3, e o indicaremos por a23, logo a23 = 8
Observação
13
Unidade I
A posição que os números ocupam na matriz é muito importante. Podemos dar um significado
para a matriz A se supormos que ela representa as notas obtidas por determinado aluno. Supondo que
as colunas representem, respectivamente as disciplinas de matemática, física e laboratório, e as linhas
representem as notas obtidas nas provas 1 e 2, respectivamente, teremos:
O elemento a11 teria a seguinte interpretação: o aluno tirou 5 na prova 1 da disciplina de matemática.
O elemento a12 teria a seguinte interpretação: o aluno tirou 7 na prova 1 da disciplina de física.
O elemento a13 teria a seguinte interpretação: o aluno tirou 6 na prova 1 da disciplina de laboratório.
O elemento a21 teria a seguinte interpretação: o aluno tirou 10 na prova 2 da disciplina de matemática.
O elemento a22 teria a seguinte interpretação: o aluno tirou 9 na prova 2 da disciplina de física.
O elemento a23 teria a seguinte interpretação: o aluno tirou 8 na prova 2 da disciplina de laboratório.
Exemplo de aplicação
A matriz T fornece a temperatura corporal (em graus Celsius) coletada de um paciente durante cinco
dias, tomada três vezes ao dia. Os dias da semana estão associados à linha, sendo segunda = 1, terça = 2,
quarta = 3, quinta = 4 e sexta = 5; e os períodos estão associados à coluna, sendo manhã = 1, tarde = 2 e
noite = 3.
Utilizando a seguinte correspondência da temperatura corporal com o estado febril, temos que, se a
temperatura corporal do paciente estiver de 36 °C a 37,7 °C, sua temperatura está normal; de 37,8 °C
a 39,4 °C, ele está com febre; e de 39,5 °C a 41 °C, ele está com febre alta.
O paciente precisa ser medicado quando estiver com febre alta. Utilizando a matriz T, indique quantas
vezes ele foi medicado na semana e em que dias e horários ocorreram essas medicações.
14
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Resolução
Na primeira linha e segunda coluna, temos a temperatura de 40,5 °C, matematicamente representada
por t12 = 40,5. No contexto da questão, representa o dia da semana segunda‑feira (i = 1) e o período da
tarde (j = 2).
Na terceira linha e primeira coluna, temos a temperatura de 39,8 °C, matematicamente representada
por t31 = 39,8. No contexto da questão, representa o dia da semana quarta‑feira (i = 3) e o período da
manhã (j = 1).
Na quinta linha e terceira coluna, temos a temperatura de 39,7 °C, matematicamente representada
por t53 = 39,7. No contexto da questão, representa o dia da semana sexta‑feira (i = 5) e o período da
noite (j = 3).
Resumindo, obtemos que o paciente foi medicado três vezes: segunda‑feira na parte da tarde,
quarta‑feira pela manhã e sexta‑feira à noite.
15
Unidade I
Se soubermos qual a ordem de uma matriz e qual a sua lei de formação, ou seja, como se relaciona i
com j, podemos construí‑la explicitando seus elementos, como faremos nos exemplos a seguir.
Exemplo de aplicação
Exemplo 1
Resolução
Primeiramente, vamos determinar a ordem da matriz e escrever uma genérica para ela. Com a
informação A = (aij)2x3, sabemos que esta possui ordem 2 × 3, ou seja, é uma matriz com duas linhas e
três colunas. Vamos escrever os seus elementos genéricos:
a a a13
A = 11 12
a21 a22 a23
Vamos calcular o valor de cada um dos elementos utilizando a lei de formação aij = i – 2j, que foi
dada no enunciado. Lembrando que i representa o número da linha e j o da coluna.
Para o elemento a11 temos que i = 1 e j = 1, substituindo esses valores na lei de formação, teremos:
a11 = 1 – 2 . 1 = –1
Para o elemento a12 temos que i = 1 e j = 2, substituindo esses valores na lei de formação, teremos:
a12 = 1 – 2 . 2 = –3
Para o elemento a13 temos que i = 1 e j = 3, substituindo esses valores na lei de formação, teremos:
a13 = 1 – 2 . 3 = –5
Para o elemento a21 temos que i = 2 e j = 1, substituindo esses valores na lei de formação, teremos:
a21 = 2 – 2 . 1 = 0
Para o elemento a22 temos que i = 2 e j = 2, substituindo esses valores na lei de formação, teremos:
a22 = 2 – 2 . 2 = –2
16
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Para o elemento a23 temos que i = 2 e j = 3, substituindo esses valores na lei de formação, teremos:
a23 = 2 – 2 . 3 = –4
Exemplo 2
i + j, se i ≠ j
Determine a matriz B, sabendo que B = (bij)3 x 3 e que bij =
0, se i = j
Resolução
Observe que a lei de formação não é a mesma para todos os elementos, vai depender se o número
de linhas é igual ou diferente ao número de colunas.
Para o elemento b11, observe que i = j = 1, logo utilizaremos a segunda linha da lei de formação, ou
seja, o valor de b11 = 0, pois i = j
Para o elemento b21, observe que i≠j, logo utilizaremos a primeira linha da lei de formação, ou seja,
substituindo i por 2 e j por 1 teremos que o valor de b21 = 2 + 1 = 3
Para o elemento b31, observe que i≠j, logo utilizaremos a primeira linha da lei de formação, ou seja,
substituindo i por 3 e j por 1 teremos que o valor de b31 = 3 + 1 = 4
Para o elemento b12, observe que i≠j, logo utilizaremos a primeira linha da lei de formação, ou seja,
substituindo i por 1 e j por 2 teremos que o valor de b12 = 1 + 2 = 3
Para o elemento b22, observe que i = j = 2, logo utilizaremos a segunda linha da lei de formação, ou
seja, o valor de b22 = 0, pois i = j
Para o elemento b32, observe que i≠j, logo utilizaremos a primeira linha da lei de formação, ou seja,
substituindo i por 3 e j por 2 teremos que o valor de b32 = 3 + 2 = 5
17
Unidade I
Para o elemento b13, observe que i≠j, logo utilizaremos a primeira linha da lei de formação, ou seja,
substituindo i por 1 e j por 3 teremos que o valor de b13 = 1 + 3 = 4
Para o elemento b23, observe que i≠j, logo utilizaremos a primeira linha da lei de formação, ou seja,
substituindo i por 2 e j por 3 teremos que o valor de b23 = 2 + 3 = 5
Para o elemento b33, observe que i = j = 3, logo utilizaremos a segunda linha da lei de formação, ou
seja, o valor de b33= 0, pois i = j
Exemplo 3
A
D
Por exemplo, utilizando as vias expressas, é possível sair do bairro A e ir até o bairro B ou até o bairro
D. Supondo que determinada pessoa esteja no bairro D e queira utilizar as vias expressas para chegar ao
bairro C, ela poderá seguir em D para o bairro A, depois partindo de A, ir até o bairro B para finalmente
chegar ao bairro C.
A secretaria de transportes dessa cidade decidiu representar esses deslocamentos entre os bairros
utilizando somente as vias expressas por uma matriz. Supondo que as linhas e as colunas representem
os bairros em ordem alfabética, e o elemento 1 indique que os bairros se interligam enquanto o
elemento 0, indica que não se interligam, apresente uma representação matricial que descreva a
situação detalhada.
18
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Resolução
Existem quatro possiblidades de partida, pois determinada pessoa pode iniciar seu percurso em
qualquer um dos bairros, da mesma forma existem quatro possibilidades de chegada. Logo construiremos
uma matriz 4 × 4.
chegada
A B C D
A
B
partida
C
D
O elemento a11 indica que partiu de A e chegou em A e denotaremos esse elemento por 0, pois não
existe essa via. O mesmo para os elementos a22, a33 e a44, todos serão 0.
chegada
A B C D
A 0
B 0
partida
C 0
D 0
O elemento a12 indica que partiu do bairro A e chegou em B. Observando a figura, constatamos que
existe essa via, logo denotaremos por 1.
O elemento a13 indica que partiu de A e chegou em C. Observando a figura, percebemos que não
existe essa possiblidade, logo denotaremos por 0.
O elemento a14 indica que partiu de A e chegou em D. Analisando a figura, concluímos que existe
essa possiblidade, logo denotaremos por 1.
19
Unidade I
chegada
A B C D
A 0 1 0 1
B 0
partida
C 0
D 0
O elemento a21 indica que partiu do bairro B e chegou em A, como essa não é uma possiblidade,
denotaremos por 0.
O elemento a23 indica que partiu do bairro B e chegou em C, como essa é uma possiblidade,
denotaremos por 1.
O elemento a24 indica que partiu do bairro B e chegou em D, como essa não é uma possiblidade,
denotaremos por 0.
chegada
A B C D
A 0 1 0 1
B 0 0 1 0
partida
C 0
D 0
O elemento a31 indica que partiu do bairro C e chegou em A, como essa não é uma possiblidade,
denotaremos por 0.
O elemento a32 indica que partiu do bairro C e chegou em B, como essa não é uma possiblidade,
denotaremos por 0.
O elemento a34 indica que partiu do bairro C e chegou em D, como essa é uma possiblidade,
denotaremos por 1.
20
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
chegada
A B C D
A 0 1 0 1
B 0 0 1 0
partida
C 0 0 0 1
D 0
O elemento a41 indica que partiu do bairro D e chegou em A, como essa é uma possiblidade,
denotaremos por 1.
O elemento a42 indica que partiu do bairro D e chegou em B, como essa não é uma possiblidade,
denotaremos por 0.
O elemento a43 indica que partiu do bairro D e chegou em C, como essa não é uma possiblidade,
denotaremos por 0.
A B C D
A 0 1 0 1
B 0 0 1 0
C 0 0 0 1
D 1 0 0 0
Outra possibilidade para a resolução seria considerar a partida como sendo as colunas e a chegada
para as linhas, logo a representação matricial seria:
0 0 0 1
1 0 0 0
0 1 0 0
1 0 1 0
No decorrer deste livro-texto, veremos que, quando trocarmos as linhas pelas colunas, essa operação
será chamada de matriz transposta.
21
Unidade I
1
Exemplos: C = [1 0 −3] e D = 4
2
Observe que a matriz C tem ordem 1 × 3 e a matriz D tem ordem 1 × 2
0,3
2
Exemplos: E = e F = 2
1,7 1
−3,1
2 −2 3
2 3
Exemplos: G = [3] ; H = e J = 1 1 4
1 −4
7 −1 0
Observe que a matriz G tem ordem 1 × 1, a matriz H tem ordem 2 × 2 e a matriz J tem ordem
3 × 3. Outra forma de nomear essas matrizes é dizer que a matriz G é quadrada de ordem 1, a
matriz H é quadrada de ordem 2 e a matriz J é quadrada de ordem 3, pois, se são quadradas,
sabemos que o número de linhas é igual ao número de colunas.
2 2 3
J 1 1 4
7 1 0
Diagonal secundária Diagonal principal
22
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
0 0
0
0 0 0 0
Exemplos: O2x3 = O4x2 = 0
e
0 0 0 0
0 0
É uma matriz quadrada que possui na diagonal principal todos os elementos iguais a 1 e o restante
dos elementos todos iguais a zero.
1, se i = j
A lei de formação de uma matriz identidade é aij =
0, se i ≠ j
1 0 0 0
1 0 0 0 1
1 0 0 1 0 0 0
Exemplos: I1 = (1) I2 = ; I
3 = ;
I4 = 0 0
0 1 0 0 1 1 0
0 0 0 1
Lembrete
Duas matrizes, A e B, serão iguais (A = B) se tiverem a mesma ordem e se seus elementos de mesma
posição forem iguais.
Sendo A = (aij)mxn e B = (bij)pxq, para que A = B, devemos ter que a ordem das matrizes deve ser igual
(ou seja: m = p e n = q), e os elementos nas mesmas posições devem ser iguais (aij = bij).
23
Unidade I
Exemplo de aplicação
Exemplo 1
3x − 2y 7 1 7
Determine x e y para que as matrizes A = e B = −3 − x + 2y sejam iguais.
−3 5
Resolução
A=B
3x − 2y 7 1 7
− = − − +
3 5 3 x 2y
Observe que alguns elementos já são explicitamente iguais nas duas matrizes, como é o caso do
número 7 e do número −3, que estão nas mesmas posições nas duas matrizes.
–x + 2y = 5
–x = −2y + 5 (multiplicando por (−1) nos dois membros para deixar positivo o x)
x = 2y – 5
3 ⋅ ( 2y − 5 ) − 2y = 1
6y − 15 − 2y = 1
6y − 2y = 1 + 15
4y = 16
16
y = =4
4
24
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Já descobrimos o valor de y, basta agora substituir em qualquer uma das equações do sistema para
estabelecer o valor de x. Outra possibilidade seria substituir o valor encontrado de y na equação em que
isolamos o x.
3x − 2y = 1
3x − 2 ⋅ 4 = 1
3x − 8 = 1
3x = 9
9
x = =3
3
Exemplo 2
4a + b b + c
0 = I2
c
Resolução
4a + b b + c
0 = I2
c
4a + b b + c 1 0
=
0 c 0 1
4a + b = 1
b + c = 0
c =1
25
Unidade I
b+c=0
b +1= 0
b = −1
Substituindo b = –1 na primeira equação, teremos:
4a + b = 1
4a + ( −1) = 1
4a − 1 = 1
4a = 2
2 1
a= =
4 2
1
Resposta: a = , b = −1 e c = 1
2
Exemplo 3
x2 − 2x − 3 0
2y + z + 6 0
0 2z − 8
Resolução
Para que a matriz seja nula, todos os elementos devem ser iguais a zero.
x2 − 2x − 3 0 0 0
2y + z + 6 0 = 0 0
0 2z − 8 0 0
x2 − 2x − 3 = 0
2y + z + 6 = 0
2z − 8 = 0
26
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Analisando o sistema, vamos começar a resolvê‑lo pela equação mais simples, no caso, a terceira:
2z − 8 = 0
2z = 8
8
z= =4
2
Substituindo o valor de z = 4 na segunda equação, teremos:
2y + z + 6 = 0
2y + 4 + 6 = 0
2y + 10 = 0
2y = −10
−10
y= = −5
2
Nos resta resolver a primeira equação do sistema. Utilizaremos o método para resolver equações do
2º grau (Bhaskara).
a = 1
2
x − 2x − 3 = 0 b = −2
c = −3
∆ = b2 − 4 ⋅ a ⋅ c
∆ = ( −2 ) − 4 ⋅1⋅ ( −3)
2
∆ = 4 + 12
∆ = 16
−b ± ∆
x=
2a
−( −2) ± 16
x=
2 ⋅1
2 ± 16
x=
2
2±4
x=
2
27
Unidade I
2+4 6
x1 = = =3
2 2
2 − 4 −2
x2 = = = −1
2 2
Resposta: x = – 1 ou x = 3; y = – 5 e z = 4
Lembrete
−b ± ∆
Posteriormente resolver a equação: x =
2a
1.6 Operação com matrizes
A soma de duas matrizes de mesma ordem também terá a mesma ordem, e seus elementos serão
obtidos pela soma dos elementos das mesmas posições das matrizes iniciais.
2 −5 7 8
A = −4 6 e B = −2 −6
3 −1 −5 −4
Somando as duas matrizes teremos:
2 −5 7 8 2 + 7 −5 + 8 9 3
A + B = −4 6 + −2 −6 = −4 + ( −2) 6 + ( −6) = −6 0
3 −1 −5 −4 3 + ( −5) −1 + ( −4) −2 −5
Formalizando, teremos: sejam A e B matrizes de ordem m × n, seja C a matriz que representa a
soma das matrizes A e B, a ordem da matriz C será m × n e cada elemento será obtido pela expressão
cij = aij + bij, em que 1 < i < m e 1 < j < n.
28
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
• Comutativa: A + B = B + A
2 −3 6 −1
Exemplo: sendo A = e B= , efetuaremos primeiramente A + B e depois B + A
−4 5 3 2
e compararemos os resultados obtidos:
2 −3 6 −1 8 −4 6 −1 2 −3 8 −4
A +B = + = e B+A = + =
−4 5 3 2 −1 7 3 2 −4 5 −1 7
8 −4
Observe que A + B = =B+ A
−1 7
• Associativa: A + (B + C) = (A + B) + C
2 −3 6 −1 0 1
Exemplo: sendo A = , B= e C= . Calcularemos primeiramente a
−4 5 3 2 5 − 2
expressão A + (B + C), efetuando a soma (B + C) e posteriormente somando com a matriz A.
2 −3 6 −1 0 1 2 −3 6 0 8 −3
A + (B + C) = + 3 2 + 5 −2 = −4 5 + 8 0 = 4 5
−4 5
2 −3 6 −1 0 1 8 −4 0 1 8 −3
(A + B) + C = + 3 2 + 5 −2 = −1 7 + 5 −2 = 4 5
−4 5
8 −3
Observe que A + (B + C) = = (A + B) + C
4 5
• Elemento neutro: A + O = A
29
Unidade I
2 −3 0 0
Exemplo: sendo A = e a matriz de ordem 2 × 2 nula O = . Observe que:
−4 5 0 0
2 −3 0 0 2 −3
A + O2x2 = + = =A
−4 5 0 0 −4 5
• Elemento oposto: A + ( − A) = O
2 −3 −2 3
Exemplo, sendo A = , teremos que a matriz − A = . Efetuando a soma das
matrizes, teremos: −4 5 4 −5
2 −3 −2 3 0 0
A + ( −A ) = + =
−4 5 4 −5 0 0
Observação
A subtração (ou diferença) de duas matrizes de mesma ordem (A – B) se dará pela soma da matriz
A com o oposto da matriz B, ou seja:
A – B = A + (–B)
3 −6 4 −7
Exemplo, sendo A = −1 2 e B = 2 5 , efetuaremos a subtração da matriz A pela matriz B:
5 −4 −3 −1
3 −6 4 −7 3 − 4 −6 − ( −7) −1 1
A − B = −1 2 − 2 5 = −1 − 2 2 − 5 = −3 −3
5 −4 −3 −1 5 − ( −3) −4 − ( −1) 8 −3
30
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Exemplo de aplicação
Exemplo 1
−2 4 8 −6 −4 −3
Dadas as matrizes A = , B = −5 2 e C = 7 4 , calcule:
3 1
a) A + B
b) B – C
c) A – B + C
Resolução
a)
−2 4 8 −6 6 −2
A +B = + −5 2 = −2 3
3 1
b)
8 −6 −4 −3 8 − ( −4) −6 − ( −3) 12 −3
B−C = − = =
−5 2 7 4 −5 − 7 2 − 4 −12 −2
c)
−2 4 8 −6 −4 −3
A −B + C = − +
3 1 −5 2 7 4
−2 − 8 4 − ( −6) −4 −3
A −B + C = +
3 − ( −5) 1 − 2 7 4
−10 10 −4 −3
A −B + C = + 7 4
8 −1
−14 7
A −B + C =
15 3
31
Unidade I
Exemplo 2
Determinada fábrica automotiva utiliza as matrizes para controlar a quantidade de peças produzidas.
As colunas indicam os tipos de carros X e Y, e a linhas indicam as quantidades de peças produzidas, dos
tipos A, B e C.
A tabela a seguir indica como foi a produção no sábado, e a segunda tabela indica como foi a
produção no domingo.
Carro X Carro Y
Peça A 24 8
Peça B 17 13
Peça C 15 19
Carro X Carro Y
Peça A 5 16
Peça B 12 15
Peça C 13 14
Represente em forma de matriz qual foi a produção total de peças do final de semana levando
em consideração o tipo de carro.
Resolução
24 8 5 16 29 24
S + D = 17 13 + 12 15 = 29 28
15 19 13 14 28 33
29 24
A matriz 29 28 indica a produção no final de semana. As linhas correspondem aos tipos de
28 33
peças A, B e C, e as colunas correspondem aos carros X e Y.
32
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Exemplo 3
A questão a seguir foi adaptada da prova de ingresso de 2013 para a Universidade Estadual de Londrina.
Tabela 3 – Código
1 2 3 4 5
1 Z Y X V U
2 T S R Q P
3 O N M L K
4 J I H G F
5 E D C B A
Utilizando a tabela, uma letra é identificada pelo número formado pela linha e pela coluna,
nessa ordem. Assim, o número 32 corresponde à letra N. O número 23 corresponde à letra R.
A mensagem final M é dada por M = A + B onde B é uma matriz fixada, que deve ser mantida
em segredo, e A é uma matriz enviada ao receptor legal. Cada linha da matriz M corresponde a uma
palavra da mensagem, sendo o 0 (zero) a ausência de letras ou o espaço entre palavras.
Um funcionário estava nas redes sociais durante o horário de trabalho quando recebeu uma
mensagem do seu chefe, que continha uma matriz A. De posse da matriz B e da tabela, ele
decodificou a mensagem.
Dados:
12 20 13 8 50 25 1 10 11 10 15 −8 30 −1
0 0 34 32 3 4 0 14 31 19 19 −3 −4 0
A = 45 26 13 24 0 0 0 e B = 6 −4 8 31 0 0 0
30 45 16 20 11 17 0 −8 6 16 32 20 −17 0
1 50 21 3 35 42 11 44 −8 13 30 20 10 20
Resolução
12 20 13 8 50 25 1 10 11 10 15 −8 30 −1
0 0 34 32 3 4 0 14 31 19 19 −3 −4 0
M = A + B = 45 26 13 24 0 0 0 + 6 −4 8 31 0 0 0
30 45 16 20 11 17 0 −8 6 16 32 20 −17 0
1 50 21 3 35 42 11 44 −8 13 30 20 10 20
22 31 23 23 42 55 0
14 31 53 51 0 0 0
M = A + B = 51 22 21 55 0 0 0
22 51 32 52 31 0 0
45 42 34 33 55 52 31
22 = representa S
31 = representa O
23 = representa R
23 = representa R
42 = representa I
55 = representa A
14 = representa V
31 = representa O
53 = representa C
51 = representa E
51 = representa E
34
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
22 = representa S
21 = representa T
55 = representa A
22 = representa S
51 = representa E
32 = representa N
52 = representa D
31 = representa O
45 = representa F
42 = representa I
34 = representa L
33 = representa M
55 = representa A
52 = representa D
31 = representa O
a b
Sendo a matriz A = , vamos investigar qual seria a que representaria a soma A + A e qual
c d
seria a que representaria a soma A + A + A
35
Unidade I
Efetuando, A + A, teremos:
a b a b a + a b + b 2a 2b
A+A = + = =
c d c d c + c d + d 2c 2d
Efetuando, A + A + A, teremos:
a b a b a b a + a + a b + b + b 3a 3b
A+A+A = + + = =
c d c d c d c + c + c d + d + d 3c 3d
2a 2b a b
A+A = ⇒ 2A = 2 ⋅
2c 2d c d
3a 3b a b
A+A+A = ⇒ 3A = 3 ⋅
3c 3d c d
Logo, para efetuar a soma de A + A (que equivale a 2A), bastaria multiplicar todos os elementos da
matriz A por 2. De forma análoga, para determinar o valor da matriz α ⋅ A , sendo α um número real,
bastaria multiplicar todos os elementos da matriz A por α .
Observação
Formalizando, teremos:
Seja A uma matriz de ordem m × n, de elementos aij e a um número real. A multiplicação da matriz A
pelo número real a será representada por a . A terá ordem m × n, e todos seus elementos serão obtidos
multiplicando cada elemento da matriz A pelo número real a, ou seja, os elementos novos serão a . aij
2 −3 −8 10
Exemplificando, seja A = e B = 6 −4 , teremos que:
5 4
36
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
1 1 −8 10
. ( −8 ) ⋅10
1 1 −8 10 2
⋅B = ⋅ 2 2 2 = −4 5
= =
2 2 6 −4 1 1 6 −4 3 −2
⋅6 ⋅ ( −4 )
2 2 2 2
Não é preciso fazer todas as passagens, como foi mostrado. As operações podem ser feitas de forma
mais rápida, como será mostrado a seguir.
2 −3 −8 10
2 ⋅ A − 0,4 ⋅ B = 2 ⋅ − 0,4 ⋅
5 4 6 −4
4 −6 −3,2 4
2 ⋅ A − 0,4 ⋅ B = −
10 8 2,4 −1,6
7,2 −10
2 ⋅ A − 0,4 ⋅ B =
7,6 9,6
Saiba mais
Sejam a e b números reais quaisquer, e A e B matrizes de mesma ordem. As propriedades a seguir são válidas:
α ⋅ ( β ⋅ A ) = ( α ⋅β ) ⋅ A
( α + β) ⋅ A = α ⋅ A + β ⋅ A
α ⋅ ( A + B) = α ⋅ A + α ⋅B
1⋅ A = A
37
Unidade I
Você pode verificar que as propriedades citadas são válidas e criar seus próprios exemplos, como
método de estudo.
Exemplo de aplicação
Uma loja de roupas representou em determinado mês o total, em reais, vendido por três funcionários
para calças e camisetas.
2400 5000
M = 1800 4000
1500 3600
Sabendo que a comissão paga por essa loja para os vendedores é de 12%, qual é o valor de comissão
que cada um dos vendedores recebeu pelas calças e camisetas? E qual foi a comissão total recebida entre
calças e camisetas nesse mês por cada um dos vendedores?
Resolução
12
Se multiplicarmos a matriz M por 12% 12% = = 0,12 , teremos detalhadamente quanto
100
recebeu cada vendedor de comissão em cada um dos produtos.
38
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
No exemplo anterior, tínhamos a matriz M, que trazia nas linhas os vendedores e nas colunas os
produtos vendidos: calças e camisetas.
calça camiseta
A 2400 5000
M = B 1800 4000
C 1500 3600
Outra forma de apresentar esses dados, preservando o sentido da situação, seria trocar as linhas
pelas colunas, ou seja, colocar nas colunas os vendedores e nas linhas os produtos. Essa nova matriz é
chamada de matriz transposta de M e indicaremos por Mt.
A B C
calça 2400 1800 1500
Mt =
camiseta 5000 4000 3600
Formalizando, temos:
Seja A uma matriz de ordem m × n, denominaremos de matriz transposta de A (e indicaremos por At)
a de ordem n × m cujas linhas são, ordenadamente, as colunas da matriz A.
3
1 5 −1 6 −9
Exemplificando, sejam as matrizes: A = , B= e C = −6 , suas respectivas
2 −4
5 7 8 5
−1 5
t 1 2 t
matrizes transpostas são: A = , B = 6 7 e C t = ( 3 −6 5 )
5 −4
−9 8
1.6.3.1 Propriedades que envolvem as matrizes transpostas
Seja a um número real qualquer e A e B matrizes de mesma ordem. As propriedades a seguir são válidas:
( )
t
• A t =A
• ( α ⋅ A )t = α ⋅ A t
• ( A + B )t = A t + Bt
39
Unidade I
Como sugestão de estudo, você pode verificar como essas propriedades são válidas, criando seus
próprios exemplos.
Am x n . Bn x p = Cm x p
Podemos indicar a multiplicação de duas matrizes A e B por: A ⋅ B ou A x B ou até mesmo por AB.
Agora que já sabemos quando é possível efetuar a multiplicação e qual será a ordem da matriz
resultante, vamos definir como obter os elementos da matriz produto C.
O elemento c11 será obtido multiplicando ordenadamente os elementos da linha 1 da matriz A pelos
da coluna 1 da matriz B e somando‑os, ou seja, c11 = a11 . b11 + a12 . b21 + a13 . b31
O elemento c12 será obtido multiplicando ordenadamente os elementos da linha 1 da matriz A pelos
da coluna 2 da matriz B e somando‑os, ou seja, c12 = a11 . b12 + a12 . b22 + a13 . b32
40
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
O elemento c13 será obtido multiplicando ordenadamente os elementos da linha 1 da matriz A pelos
da coluna 3 da matriz B e somando‑os, ou seja, c13 = a11 . b13 + a12 . b23 + a13 . b33
O elemento c21 será obtido multiplicando ordenadamente os elementos da linha 2 da matriz A pelos
da coluna 1 da matriz B e somando‑os, ou seja, c21 = a21 . b11 + a22 . b21 + a23 . b31
O elemento c22 será obtido multiplicando ordenadamente os elementos da linha 2 da matriz A pelos
da coluna 2 da matriz B e somando‑os, ou seja, c22 = a21 . b12 + a22 . b22 + a23 . b32
O elemento c23 será obtido multiplicando ordenadamente os elementos da linha 2 da matriz A pelos
da coluna 3 da matriz B e somando‑os, ou seja, c23 = a21 . b13 + a22 . b23 + a23 . b33
6 8 2
7 9 5
4 1 3
1 2 5 c11 c12 c13
c21 c22 c23
4 0 3
6 8 2
7 9 5
4 1 3
1 2 5 1 6 2 7 5 4 1 8 2 9 5 1 1 2 2 5 5 3
4 0 3 4 6 0 7 3 4 4 8 0 9 3 1 4 2 0 5 3 3
6 8 2
7 9 5
4 1 3
1 2 5 40 31 27
4 0 3 36 35 17
41
Unidade I
40 31 27
A ⋅B = C =
36 35 17
O diagrama apresentado anteriormente é uma forma de memorizar quais elementos devem ser
multiplicados antes de somá‑los. Será frequente a seguinte representação da multiplicação das matrizes
A e B:
6 8 2
1 2 5 1 6 2 7 5 4 1 8 2 9 5 1 1 2 2 5 5 3
4 0 3 7 9 5 4 6 0 7 3 4 4 8 0 9 3 1 4 2 0 5 3 3
4 1 3
6 8 2
1 2 5 40 31 27
4 0 3 7 9 5
36 35 17
4 1 3
A propriedade comutativa da multiplicação não é válida para matrizes, logo, sendo A e B matrizes
quaisquer, teremos que A ⋅ B ≠ B ⋅ A
Exemplo de aplicação
2 −4 6 3 8
Seja A = , B= e C = , determine:
5 7 0 9 4
a) AB
b) BA
c) 2A − B ⋅ C
1
3
Resolução
6 3 2 −4 6 ⋅ 2 + 3 ⋅ 5 6 ⋅ ( −4) + 3 ⋅ 7 27 −3
b) BA = ⋅ 5 7 = 0 ⋅ 2 + 9 ⋅ 5 0 ⋅ ( −4) + 9 ⋅ 7 = 45 63
0 9
42
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
c) Vamos efetuar primeiramente a resolução da expressão que está dentro dos parênteses:
1 2 −4 1 6 3 4 −8 2 1 2 −9
2A − B = 2 ⋅ − ⋅ = − =
3 5 7 3 0 9 10 14 0 3 10 11
2 −9 8
10 11 ⋅ 4
Observe que o número de colunas da primeira matriz é igual ao número de linhas da segunda, logo
é possível fazer a multiplicação e a matriz resultante dessa terá ordem 2 (pois é o número de linhas da
primeira matriz) por 1 (pois é o número de colunas da segunda matriz).
2 −9 8 2 ⋅ 8 + ( −9) ⋅ 4 −20
⋅ = =
10 11 4 10 ⋅ 8 + 11⋅ 4 124
Observação
Seja α um número real qualquer, e A, B e C matrizes com as quais podemos efetuar multiplicações.
As propriedades a seguir são válidas:
• ( A ⋅ B ) ⋅ C = A ⋅ (B ⋅ C )
• ( A + B ) ⋅ C = A ⋅ C + B ⋅ C
• A ⋅ (B + C) = A ⋅ B + A ⋅ C
• ( A ⋅ B ) = B ⋅ A
t t t
Como sugestão de estudo, verifique que essas propriedades são válidas criando seus próprios exemplos.
43
Unidade I
Exemplo de aplicação
O dono de uma loja de materiais para construção solicitou que se organizasse uma tabela que
indicasse a quantidade de barras de ferro de 12 metros que seriam encomendadas aos seus fornecedores.
As linhas indicam o tipo de barra de ferro, e as colunas a siderúrgica de origem do ferro.
Tabela 4 – Quantidade
Para fazer um levantamento do custo desse pedido, um funcionário organizou a tabela. Suponha
que o preço independe da siderúrgica. Na tabela a seguir, cada linha corresponde a um fornecedor
e as colunas correspondem aos tipos de barras de ferro; os valores, aos preços unitários.
Tabela 5 – Custo
Para decidir com qual fornecedor fazer a compra, foi solicitada uma nova tabela. Ela (daremos
o nome de “Total”) deve conter a projeção dos preços totais da compra de cada tipo de barra
de ferro. Espera‑se que se apresente nas linhas os fornecedores e nas colunas as siderúrgicas.
Como ela deverá ser? Qual valor total seria referente a quantidades e custos do fornecedor 1 e
do fornecedor 2? Qual dos fornecedores seria mais vantajoso para que a loja fechasse o pedido?
Resolução
15 9 8
Vamos transformar a primeira tabela na matriz Q = 12 8 10 e a segunda na matriz
14 23 30 10 7 15
C=
15 25 28
44
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
15 9 8
14 23 30
C Q 12 8 10
15 25 28 10 7 15
14 15 23 12 30 10 14 9 23 8 30 7 14 8 23 10 30 15
T
15 15 25 12 28 10 155 9 25 8 28 7 15 8 25 10 28 15
786 520 792
T
805 531 790
Outra possibilidade para representar essa multiplicação seria pelo diagrama a seguir:
15 9 8
12 8 10
10 7 15
14 23 30 14 15 23 12 30 10 14 9 23 8 30 7 14 8 23 10 30 15
15 25 28 15 15 25 12 28 10 15 9 25 8 28 7 15 8 25 10 28 15
786 520 792
T=
805 531 790
Representando a matriz em forma de tabela e lembrando que as linhas estão relacionadas aos
fornecedores, e as colunas ao tipo de siderúrgica, teremos:
Tabela 6 – Total
Conclui‑se que é mais vantajoso para a loja fazer o pedido com o fornecedor 1, pois o custo total é
mais baixo que o do fornecedor 2.
45
Unidade I
Saiba mais
Dada uma matriz quadrada A de ordem n, dizemos que ela é invertível se existir a matriz B de mesma
ordem, tal que satisfaça a seguinte condição:
A ⋅ B = B ⋅ A = In
Exemplo de aplicação
Exemplo 1
2 4
Determine a inversa, se existir, da matriz A =
−3 −5
Resolução
46
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
2 4 a b 2a + 4c 2b + 4d
A ⋅ A −1 = ⋅ =
−3 −5 c d −3a − 5c −3b − 5d
2a + 4c 2b + 4d 1 0
−3a − 5c −3b − 5d = 0 1
2a + 4c = 1
−3a − 5c = 0
2b + 4d = 0
−3b − 5d = 1
Vamos separá‑lo em dois, um com as equações que envolvem as variáveis a e c e outro com as
equações que envolvem as variáveis b e d.
2a + 4c = 1 2b + 4d = 0
(I) (II)
−3a − 5c = 0 −3b − 5d = 1
Resolvendo o sistema (I) pelo método da substituição, isolamos a variável a na segunda equação.
−5c
Chegaremos em: a =
3
Substituindo o valor isolado de a na primeira equação, teremos:
−5c
2⋅ + 4c = 1
3
−10c
+ 4c = 1
3
−10c + 12c 3
=
3 3
−10c + 12c = 3
2c = 3
3
c=
2
Podemos substituir o valor encontrado de c em qualquer uma das equações do sistema (I) para
estabelecer o valor de a. Substituiremos na segunda equação:
47
Unidade I
−3a − 5c = 0
3
−3a − 5 ⋅ = 0
2
15
−3a − = 0
2
15
− = 3a
2
15
− =a
6
15 5
a= − = −
6 2
−5
Logo a =
2
Resolvendo o sistema (II) pelo método da substituição, isolamos a variável b na primeira equação.
Chegaremos em: b = –2d
−3( −2d) − 5d = 1
6d − 5d = 1
d =1
Substituindo o valor encontrado de d em qualquer uma das equações do sistema (II), teremos que
b = –2
−5
−2
Logo a matriz inversa será A −1 = 2
3 1
2
Assim verificamos que a multiplicação A −1 ⋅ A dará a identidade de ordem 2, ou seja: A −1 ⋅ A = I2
Exemplo 2
2 4
Determine a inversa, se existir, da matriz A =
3 6
Resolução
2 4 a b 2a + 4c 2b + 4d
A ⋅ A −1 = ⋅ =
3 6 c d 3a + 6c 3b + 6d
2a + 4c 2b + 4d 1 0
3a + 6c 3b + 6d = 0 1
2a + 4c = 1 2b + 4d = 0
(I) (II)
3a + 6c = 0 3b + 6d = 1
Resolveremos o sistema (I) pelo método da substituição. Vamos isolar a variável a na segunda
equação. Chegaremos em: a = –2c
2 ⋅ ( −2c) + 4c = 1
−4c + 4c = 1
0 =1
Exemplo 3
Podemos criptografar mensagens com o auxílio das matrizes. O objetivo dessa tarefa é que, se uma
mensagem for interceptada, não poderá ser decodificada (compreendida).
4 1
Neste exemplo, a matriz chave A = será usada para criptografar, e a matriz chave A–1 para decifrar.
3 1
Utilizaremos a seguinte tabela de correspondência entre letras do alfabeto e números:
Tabela 7
A B C D E F G H I J K L M N
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
O P Q R S T U V W X Y Z _ !
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
49
Unidade I
5 14 7 5 14 8 1 18 9 1
E N G E N H A R I A
Como são dez números (elementos), vamos construir uma matriz com duas linhas e cinco
colunas, chamaremos de M (de mensagem):
5 14 7 5 14
M=
8 1 18 9 1
Para codificar essa matriz, vamos fazer o produto A . M e dar o nome de C (pois está criptografada)
a ela.
4 1 5 14 7 5 14
A ⋅M = ⋅
3 1 8 1 18 9 1
A mensagem criptografada que deverá ser enviada é 28, 57, 46, 29, 57, 23, 43, 39, 24 e 43.
Observe que, se utilizarmos a primeira tabela para fazer uma correspondência entre as letras e os
números, dará uma mensagem que não faz sentido, pois a correspondência vai até o número 28, por
isso chamamos de mensagem criptografada (ou escondida).
Assim que a mensagem chegar no destinatário, ele deverá encontrar a matriz inversa A–1 e fazer a
multiplicação A–1 . C para decodificá‑la.
Determine a matriz inversa A–1, faça a multiplicação A–1 . C e chegaremos na matriz M. Explique
matematicamente porque esse processo de criptografia, multiplicando matrizes, sempre funcionará.
Resolução
a b
Primeiramente, encontraremos a matriz A −1 =
c d
50
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
−1
Fazendo A ⋅ A = I2 , teremos:
4 1 a b 4a + c 4b + d 1 0
A ⋅ A −1 = I2 ⇒ ⋅ = =
3 1 c d 3a + c 3b + d 0 1
4a + c = 1 4b + d = 0
(I) (II)
3a + c = 0 3b + d = 1
Resolvendo o sistema (I) pelo método da substituição, isolamos o valor de c na segunda equação.
Chegaremos em: c = –3a
4a + ( −3a) = 1
a =1
Substituindo o valor encontrado de a em qualquer uma das equações do sistema (I), teremos que c = –3
Resolvendo o sistema (II) pelo método da substituição, isolaremos a variável d na primeira equação.
Chegaremos em: d = –4b
3b + ( −4b) = 1
−b = 1
b = −1
Substituindo o valor encontrado de b em qualquer uma das equações do sistema (II), teremos
que d = 4
1 −1
Logo, a matriz inversa será A −1 =
−3 4
1 −1 28 57 46 29 57
A −1 ⋅ C = ⋅
−3 4 23 43 39 24 43
51
Unidade I
5 14 7 5 14
Observe que a matriz encontrada é M = . Utilizando a tabela de
8 1 18 9 1
correspondência entre letras e números, chegaremos na mensagem que tínhamos encaminhada, que
está disposta na segunda tabela, de codificação da mensagem. Explicando matematicamente o
processo de criptografar e de decodificar: multiplicamos a matriz A pela M e obtivemos C ( A ⋅ M = C ).
Para decodificar, multiplicamos a matriz inversa A–1 pela C, substituindo‑a por A.M, então teremos:
( )
A −1 ⋅ C = A −1 ⋅ ( A ⋅ M) = A −1 ⋅ A ⋅ M = I2 ⋅ M = M
Observe que utilizamos as propriedades das multiplicações de matrizes e o fato de a matriz inversa
multiplicada pela sua matriz resultar na matriz identidade.
Saiba mais
1.7 Determinantes
Uma das grandes utilidades dos determinantes é resolver sistemas lineares. Somente as matrizes
quadradas possuem determinantes e o seu valor será um número real.
a a
Seja A = 11 12 , indicaremos por det A o determinante associado à matriz A, e o valor será
a21 a22
dado pela multiplicação dos elementos da diagonal principal subtraída da multiplicação dos elementos da
diagonal secundária, ou seja:
52
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
a11 a12
det A = = a11 ⋅ a22 − a12 ⋅ a21
a21 a22
2 −3 −4 −6
Exemplificando, os determinantes das matrizes A = e B = 5 são:
7 5 3
2 −3
det A = = 2 ⋅ 5 − ( −3) ⋅ 7 = 10 − ( −21) = 10 + 21 = 31
7 5
−4 −6
detB = = −4 ⋅ 3 − ( −6 ) ⋅ 5 = −12 − ( −30) = −12 + 30 = 18
5 3
Uma regra prática e bem visual é multiplicar os elementos da diagonal principal; posteriormente,
multiplicar os elementos da diagonal secundária e fazer a subtração, ficando assim:
2 −3
det A =
7 5 det A = 10 − ( −21) = 31
− 21 10
−4 −6
detB =
5 3 detB = −12 − ( −30) = −12 + 30 = 18
− 30 − 12
A regra de Sarrus, utilizada para calcular o valor do determinante de uma matriz de ordem 3,
orienta‑nos que devemos seguir as seguintes etapas para calcular o valor do determinante de uma
matriz de ordem 3:
• Efetuar as multiplicações dos elementos que estão em cada segmento de reta na direção
da diagonal principal (indicados na cor azul) e dos elementos que estão em cada segmento
de reta na direção da diagonal secundária (indicados na cor vermelha), somando os valores
encontrados nas multiplicações da diagonal principal e subtraindo os valores encontrados nas
multiplicações da diagonal secundária.
53
Unidade I
det A a11 a22 a33 a12 a23 a31 a13 a21 a32 a13 a22 a31 a11 a23 a32 a12 a21 a33
1 −2 3
Exemplificando, vamos calcular o determinante da matriz A = 0 4 2
4 3 7
Utilizando a regra de Sarrus, vamos copiar as duas primeiras colunas na frente da matriz. Posteriormente
vamos efetuar as multiplicações na direção da diagonal principal e em seguida na direção da diagonal
secundária. Colocaremos os resultados abaixo das setas. Para finalizar basta somar os valores obtidos
das multiplicações da diagonal principal e subtrair os valores obtidos das multiplicações oriundas da
diagonal secundária.
1 2 3 1 2
det A 0 4 2 0 4
4 3 7 4 3
48 6 0 28 -16 0
det A 28 16 0 48 6 0 12 54 42
Saiba mais
54
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
2 SISTEMAS LINEARES
Os estudos dos sistemas lineares surgiram paralelamente ao estudo dos determinantes na metade
do século XVII. Em vários momentos nos encontramos em situações que apresentam pelo menos dois
valores desconhecidos, mas se tivermos algumas informações como esses valores se relacionam, e
utilizando os sistemas lineares, podemos descobrir os resultados que eram desconhecidos no início.
• a1, a2, a3, ..., an são chamados de coeficientes reais (sendo que não podem ser todos iguais a zero)
• 2x + 4y = 7
• 3x – 5y – 4z = 0
3x − 2y = 14
•
x + 3y = −10
55
Unidade I
a + 2b − c = 6
• 3a − b − c = −2
2a + 3b − 2c = 10
Esse sistema consiste de três equações e três incógnitas (a, b e c).
A solução de um sistema linear são os valores que satisfazem, ao mesmo tempo, todas as equações
do sistema. Exemplo:
3x − 2y = 14
x + 3y = −10
A solução do sistema é o par ordenado (2, –4), que indica que x = 2 e y = –4. Observe que esses
valores de x e y satisfazem ao mesmo tempo as duas equações, pois:
3 ⋅ 2 − 2 ⋅ ( −4) = 14
2 + 3( −4) = −10
Um sistema linear homogêneo é aquele que possui todos os termos independentes iguais a zero,
como, por exemplo:
x + 2y − z = 0
3x − y − z = 0
2x + 3y − 2z = 0
56
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Todo sistema linear homogêneo admite a solução nula (0, 0, 0), também conhecida como solução
trivial, pois se substituir todas as variáveis (incógnitas) por zero, o sistema será satisfeito. Um sistema
linear homogêneo pode ter outras soluções além da solução nula.
• Sistema possível e indeterminado (SPI) – quando tiver infinitas soluções. Nesse caso escreveremos
as respostas em função de uma das incógnitas.
Exemplo de aplicação
3x − 2y = −7
a)
x − y = −3
x+y =5
b)
2x + 2y = 10
x+y =8
c)
x + y = 3
Resolução
Vamos resolver os sistemas pelo método da substituição, que consiste em escolher uma incógnita
para isolar em qualquer uma das equações: recomenda‑se escolher uma que tenha coeficiente 1, para
facilitar os cálculos, caso exista. Depois, substituir a expressão encontrada na outra equação e resolver
a que ficou com somente uma incógnita.
Para finalizar, já tendo descoberto o valor de uma das incógnitas, substitui‑se esse valor em qualquer
uma das equações do sistema para determinar a última variável.
a) Vamos escolher uma das equações para isolar uma variável. Analisando o sistema, percebemos
que a segunda equação tem o coeficiente 1 na variável x, logo vamos isolar o x na segunda equação:
x = –3 + y
57
Unidade I
3(–3+y)–2y=–7
–9 + 3y –2y = –7
y=2
3x − 2 ⋅ 2 = −7
3x − 4 = −7
3x = −3
x = −1
Logo o sistema é SPD, e sua solução é o par ordenado (–1, 2), que indica que x = –1 e y = 2
x=5–y
2(5–y) + 2y = 10
10 – 2y + 2y = 10
0y = 0
0=0
Chegaremos em uma igualdade válida (pois zero é realmente igual a zero) que não depende de
incógnita, isso quer dizer que o sistema é possível e indeterminado, pois uma das equações é uma
combinação da outra (no caso, como mencionamos no início, a segunda equação é o dobro da primeira).
Na realidade, temos somente uma equação (x = 5 – y), e existem infinitas soluções para ela.
Escreveremos o conjunto solução da seguinte forma: S = {(5 – y, y) | y ∈}, que significa que para
cada y pertencente ao conjunto dos reais teremos um par ordenado como solução. Por exemplo, se
58
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
substituirmos y por 1, teremos o par ordenado (4, 1) como solução. Se substituirmos y por 3, teremos o
par ordenado (2, 3) como solução.
x=8+y
(8 + y) – y = 3
oy = –5
0 = –5
Chegamos em uma igualdade falsa, que é impossível. Logo o sistema é impossível e não tem solução.
É possível utilizar esse método em sistemas que possuem o número de incógnitas igual ao número
de equações, ou seja, nos casos mais comuns que são duas equações e duas incógnitas (sistema 2 × 2)
e três equações e três incógnitas (lê‑se 3 por 3).
a1x + b1y = c1
a2x + b2y = c2
a1 b1
• D = . Perceba que os elementos desse determinante são os coeficientes do sistema.
a2 b2
Este é conhecido como determinante principal.
c1 b1
• Dx = . Observe que foram colocados os termos independentes na coluna que tinha os
c2 b2
coeficientes da variável x.
59
Unidade I
a1 c1
• Dy = . Observe que foram colocados os termos independentes na coluna que tinha os
a2 c2
coeficientes da variável y.
Dx D
x= e y= y
D D
Exemplo de aplicação
Um gerente está fazendo um orçamento para trocar os pneus da frota de veículos da empresa. Ele sabe
que, ao todo, são 21 veículos entre carros e motos, mas não lembra a quantidade exata de carros e motos.
O gerente solicita a um funcionário que descubra a quantidade de carros e de motos. Pouco tempo
depois, o funcionário informa que são 66 rodas ao total para orçar.
Como é possível o gerente descobrir a quantidade de carros e a quantidade de motos? Quais seriam
esses valores?
Resolução
Podemos montar um sistema para resolver essa questão. Chamaremos de x a quantidade de carros
e de y a quantidade de motos.
Sabemos que cada carro tem quatro rodas e que cada moto tem duas rodas, e que ao todo são 66
rodas, logo, 4x + 2y = 66
x + y = 21
4x + 2y = 66
Observe que podemos melhorar a segunda equação dividindo todos os seus elementos por dois. Esse
procedimento de simplificação é extremamente útil e facilita os cálculos, entretanto não é obrigatório.
Logo teremos:
x + y = 21
2x + y = 33
60
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Resolveremos o sistema pela regra de Cramer para exemplificar sua utilização. Calculando os
determinantes, teremos:
1 1
D= , logo, D = 1 − 2 = −1
2 1
21 1
Dx = , logo, Dx = 21 − 33 = −12
33 1
1 21
Dy = , logo, Dy = 33 − 42 = −9
2 33
Dx −12 Dy −9
Finalizando, teremos que: x = = = 12 e y = = = 9 , ou seja, são 12 carros e nove motos.
D −1 D −1
A regra de Cramer para um sistema 3 por 3 segue a mesma lógica. Seja o sistema:
a1 b1 c1
• D = a2 b2 c2 . Perceba que os elementos desse determinante são os coeficientes do sistema.
a3 b3 c3
Esse determinante é conhecido como determinante principal.
d1 b1 c1
• Dx = d2 b2 c2 . Observe que o determinante foi obtido colocando os termos independentes
d3 b3 c3
na coluna que tinha os coeficientes da variável x.
a1 d1 c1
• Dy = a2 d2 c2 . Observe que o determinante foi obtido colocando os termos independentes
a3 d3 c3
na coluna que tinha os coeficientes da variável y.
61
Unidade I
a1 b1 d1
• Dz = a2 b2 d2 . Observe que o determinante foi obtido colocando os termos independentes
a3 b3 d3
na coluna que tinha os coeficientes da variável z.
Dx D D
x= ; y= y e z= z
D D D
Se o valor do determinante principal for D ≠ 0, o sistema será SPD.
Lembrete
2.7 Escalonamento
Até o momento, já estudamos como resolver um sistema pelo método da substituição e pela regra
de Cramer. O escalonamento será mais uma opção para resolver um sistema, principalmente se for um
sistema com mais de três equações e três incógnitas.
Escalonar um sistema significa deixá‑lo com uma escada de zeros, ou seja, na última
equação do sistema terá somente uma variável; na penúltima equação terá duas variáveis; na
antepenúltima equação, três variáveis; e assim sucessivamente. O exemplo a seguir mostra um
sistema que já foi escalonado.
xyz9 x+y+z=9
0x 3y z 2 que equivale a 3y − z = 2
0 x 0 y z 4 2z = 8
62
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Depois que o sistema estiver escalonado, o processo de resolução se torna muito simples, basta
resolver a última equação primeiramente, pois é a mais simples, depois substituir o valor encontrado na
penúltima equação e resolvê‑la. E assim sucessivamente, ou seja, resolvendo as equações do sistema de
baixo para cima.
x+y+z=9
Solucionando o seguinte sistema escalonado: 3y − z = 2
2z = 8
8
Resolvendo a última equação, teremos que z = = 4 . Substituindo o valor encontrado de z na
2
3y − 4 = 2
penúltima equação, teremos: 3y = 6
y =2
x +2+4 =9
Substituindo z = 4 e y = 2 na primeira equação, teremos: x + 6 = 9
x =3
Logo o conjunto solução será a terna (3, 2, 4), que significa que x = 3, y = 2 e z = 4
Detalharemos, passo a passo, o processo para escalonar um sistema. Vejamos como no sistema a seguir:
3x + 7y + 4z = −1
x + 2y − z = 6
x + y + z = −2
Primeiramente, vamos verificar se existe uma equação que seja mais simples, ou seja, que tenha
o maior número de coeficientes iguais a 1. Perceba que a última equação tem três coeficientes
iguais a 1, logo a colocaremos na primeira posição, e a que estava na primeira posição irá para a
terceira, pois não tem nenhum coeficiente igual a 1. Esse procedimento tem a finalidade de fixar
na primeira linha a equação mais simples para facilitar os cálculos subsequentes.
3x + 7y + 4z = −1 x + y + z = −2
x + 2y − z = 6 ⇒ x + 2y − z = 6
x + y + z = −2 3x + 7y + 4z = −1
Agora, precisaremos obter um coeficiente zero na primeira incógnita (x) da segunda equação, para
isso podemos fazer algumas operações entre as linhas do sistema. Se multiplicarmos todos os termos
da linha 1 por (–1) e somarmos com os respectivos termos da linha 2, colocando o resultado obtido na
linha 2, teremos:
63
Unidade I
x y z 2 x y z 2
( 1) Linha1 Linha2
x 2y z 6 0x y 2z 8
3x 7y 4 z 1 3x 7y 4 z 1
Agora, nosso objetivo será obter coeficiente zero na primeira incógnita (x) da terceira equação, para
isso multiplicaremos todos os termos da linha 1 por ( −3) e somaremos com os respectivos termos da
linha 3, colocando nela o resultado obtido:
x y z 2 x y z 2
( 3) Linha1 Linha3
0x y 2z 8 0x y 2z 8
3x 7y 4 z 1 0 x 4 y z 5
Perceba que tanto a segunda como a terceira linha não dependem mais da variável x, então
podemos fixar a segunda linha. Para obter um coeficiente zero na segunda incógnita (y) da terceira
equação, multiplicaremos os elementos da linha 2 por ( −4) e somaremos com os respectivos
elementos da linha 3, colocando o resultado obtido na linha 3:
x y z 2 x y z 2
( 4 ) Linha2 Linha3
0x y 2z 8 0x y 2z 8
0x 4 y z 5 0x 0y 9z 27
Agora que o sistema já está escalonado, iremos resolver de baixo para cima. Resolvendo a última
equação, teremos que z = –3. Substituindo esse valor na segunda equação, teremos que y = 2. Substituindo
esses valores na primeira equação, teremos que x = –1, logo a solução do sistema será a terna (–1, 2, –3).
Exemplo de aplicação
O disjuntor é um sistema eletromecânico cuja função é proteger toda uma rede elétrica contra
sobrecargas e curtos‑circuitos. Toda vez em que a carga de energia é maior do que a suportada, ele é
programado para desligar, evitando que eletrodomésticos queimem ou até mesmo causem incêndios.
Ele se difere do fusível no seu modo de funcionamento, pois, quando a sobrecarga ocorre neste, ele
queima e precisa ser substituído, enquanto o primeiro só desarma, podendo ser armado novamente.
Inclusive, ele permite que seja desarmado manualmente para a realização de serviços de manutenção.
As funções básicas desse dispositivo são: proteger os cabos contra sobrecargas e curtos‑circuitos,
permitir o fluxo normal de corrente sem interrupções e garantir a segurança das instalações e dos
usuários. Os diferentes tipos, específicos para cada uso, que dependerá basicamente do tipo de rede
elétrica, dos tipos de cabos e do tipo de equipamento que será ligado à rede, dividem‑se em três
categorias: o disjuntor unipolar, indicado para circuitos com apenas uma fase, como os de iluminação
e tomadas de sistema monofásico fase de 127 V ou 220 V; o disjuntor bipolar, indicado para circuito de
duas fases, como torneiras e chuveiros com sistemas bifásicos, com fase de 220 V; e o disjuntor tripolar
indicado para circuitos de três fases, com 220 V ou 380 V.
64
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Um técnico estava fazendo instalações elétricas em um centro comercial para três clientes e solicitou
para o cliente A que comprasse oito disjuntores unipolares, dois bipolares e um tripolar. Para o cliente
B, solicitou dez disjuntores unipolares, cinco bipolares e dois tripolares. Para o cliente C, solicitou que
comprasse um disjuntor unipolar, um bipolar e um tripolar.
Os três clientes foram juntos em uma mesma loja comprá‑los. O valor gasto com os disjuntores pelos
clientes A, B e C foi, respectivamente, R$ 350,00, R$ 630,00 e R$ 160,00.
Determine qual o valor unitário de cada um dos disjuntores: unipolar, bipolar e tripolar.
Resolução
O cliente A comprou oito disjuntores unipolares, dois disjuntores bipolares e um disjuntor tripolar e
gastou R$ 350,00, logo temos a equação:
8x + 2y + z = 350
O cliente B comprou dez disjuntores unipolares, cinco disjuntores bipolares e dois disjuntores
tripolares e gastou R$ 630,00, logo temos a equação:
10x + 5y + z = 630
O cliente C comprou um disjuntor de cada tipo e gastou R$ 160,00, logo temos a equação:
x + y + z = 160
Montando o sistema com essas informações, lembrando de colocar a equação mais simples na
primeira linha, teremos:
x + y + z = 160
8x + 2y + z = 350
10x + 5y + 2z = 630
Resolveremos de três modos diferentes esse sistema.
65
Unidade I
x + y + z = 160
Sendo 8x + 2y + z = 350 , vamos montar primeiramente o determinante principal D, com os
10x + 5y + 2z = 630
1 1 1
coeficientes D = 8 2 1 . Resolvendo esse determinante, temos:
10 5 2
1 1 1 1 1
D 8 2 1 8 2 D 4+10+40 20 5 16 54 411 13
10 5 2 10 5
20 5 16 4 10 40
160 1 1 160 1
Dx 350 2 1 350 2 Dx 640+630+17550 1260 800 700 260
630 5 2 630 5
1260 800 700 640 630 1750
1 160 1 1 160
Dy 8 350 1 8 350 Dy 700+1600+
+5040 3500 630 2560 650
10 630 2 10 630
3500 630 2560 700 1600 5040
66
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
1 1 160 1 1
Dz 8 2 350 8 2 Dz 1260+3500+6400 3200 1750 5040 1170
10 5 630 10 5
3200 1750 5040 1260 3500 6400
Dx 260
x= = = 20
D 13
Dy 650
y= = = 50
D 13
Dz 1170
z= = = 90
D 13
Logo os preços do disjuntor unipolar é R$ 20,00, do disjuntor bipolar é R$ 50,00 e do tripolar é R$ 90,00.
O método da substituição, para resolver sistema de três equações e três incógnitas (variáveis),
consiste em escolher uma incógnita para isolar em qualquer uma das equações (recomenda‑se escolher
a que tiver coeficiente 1, para facilitar os cálculos, caso exista). Depois, substituir a expressão encontrada
nas outras equações.
Após resolver as expressões, teremos um novo sistema, agora com duas equações e duas incógnitas.
Basta utilizar o método da substituição para resolver um sistema 2 por 2.
x + y + z = 160
Sendo 8x + 2y + z = 350 , vamos isolar a incógnita x na primeira equação, logo x = 160 − y − z .
10x + 5y + 2z = 630
Substituiremos esse valor de x na segunda e na terceira equação do sistema e teremos:
67
Unidade I
x + y + z = 160 ⇒ x = 160 − y − z
8x + 2y + z = 350 ⇒ 8(160 − y − z) + 2y + z = 350
10x + 5y + 2z = 630
10(160 − y − z) + 5y + 2z = 630
6y + 7z = 930
5y + 8z = 970
930 − 7z
Isolando y na primeira equação, teremos y = , e substituindo esse valor na segunda
6
equação do novo sistema:
930 − 7z
5⋅ + 8z = 970
6
Distribuindo o 5:
4650 − 35z
+ 8z = 970
6
930 − 7z
Substituindo o valor de z = 90 na equação y =
6
68
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
930 − 7 ⋅ 90
y=
6
930 − 630
y=
6
300
y=
6
y = 50
x = 160 – 50 – 90
x = 20
Logo, o preço do disjuntor unipolar é R$ 20,00, do disjuntor bipolar é R$ 50,00 e do disjuntor tripolar
é R$ 90,00.
Para obter um coeficiente zero na primeira incógnita (x) da segunda equação, vamos multiplicar a
linha 1 por ( −8) e somar com a linha 2. Colocando o resultado obtido na linha 2, teremos:
x y z 160 x y z 160
( 8) Linha1 Linha2
8x 2y z 350 0x 6 y 7z 930
10x 5y 2z 630 10x 5y 2z 630
Para obter um coeficiente zero na primeira incógnita (x) da terceira equação, vamos multiplicar a
linha 1 por (–10) e somar com a linha 3. Colocando o resultado obtido na linha 3, teremos:
x y z 160 x y z 160
( 10) Linha1 Linha3
0x 6 y 7z 930 0x 6 y 7z 930
10x 5y 2z 630 0x 5y 8z 970
Agora que tanto a segunda como a terceira linhas não dependem mais da variável x, vamos
fixar a segunda linha. Para obter um coeficiente zero na segunda incógnita (y) da terceira equação,
5
multiplicaremos a linha 2 por − e somaremos com a linha 3, colocando nela o resultado obtido:
6
69
Unidade I
x y z 160 5
6
Linha2 Linha3 x y z 160
0x 6 y 7z 930 0x 6 y 7z 930
0x 5y 8z 970 13
0x 0y z 195
6
Resolvendo a última equação, teremos z = 90, substituindo esse valor na segunda equação e
resolvendo, teremos que y = 50, e substituindo esses valores na primeira linha, teremos x = 20
Logo, o preço do disjuntor unipolar é R$ 20,00, do disjuntor bipolar é R$ 50,00 e do disjuntor tripolar
é R$ 90,00.
Saiba mais
70
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Resumo
1, se i = j
aij =
0, se i ≠ j
Igualdade de matrizes: duas matrizes, A e B, de mesma ordem e iguais se, e
somente se, seus elementos de mesma posição forem iguais. Se A = ( aij )
( )pxq
mxn
e B = bij , para que A = B, devemos ter que m = p, n = q e aij = bij
71
Unidade I
Matriz inversa: dizemos que uma matriz A é invertível e indicada por A–1
se for quadrada de ordem n × n e satisfizer a condição:
A ⋅ A −1 = A −1 ⋅ A = In
Dx D D
x= , y= y e z= z
D D D
72
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Exercícios
Questão 1. Em um display formado pelo arranjo de LED (light emitting diodes, ou diodos emissores de
luz), cada ponto luminoso é formado por três cores: vermelho (red), verde (green) e azul (blue), RGB. Para
que um único ponto seja controlado, você deve variar a corrente que circula em cada uma das três cores,
de maneira que o LED correspondente aumente ou diminua seu brilho e a mistura resultante de cada cor
possa dar origem às outras. Assim, para obter a cor preta, os LEDs vermelho, verde e azul do ponto ficarão
apagados (0), e para obter a cor branca, cada LED do ponto receberá seu valor máximo (255). Dessa forma,
para um ponto ficar vermelho, deverá receber o valor de 255, o verde o valor zero e o azul zero também.
Quando se quiser a cor magenta (violeta‑claro), o vermelho receberá 255, o verde 0 e o azul 255.
Tal procedimento deve ser repetido para cada ponto da matriz. Assim, o resultado final é a combinação
das matrizes vermelha, verde e azul.
Chamando de R a matriz dos LEDs vermelhos, G a matriz dos LEDs verdes e B a matriz dos LEDs azuis;
I a matriz identidade e O a matriz nula, apresentamos o display da figura:
73
Unidade I
Análise da questão
255 0 1 0
Matriz vermelha V , ou seja V 255
0 255 0 1
Portanto V = 255 × I8
0 0
Matriz verde G
0 0
Portanto G = O8×8
t
0 255 0 1 1 0
Matriz azul B , B 255 , B 255
255 0 1 0
0 1
A resposta correta é R = 255 × I8, G = 08x8, e B = 255 × (I8)t, que corresponde à alternativa A.
Questão 2. A dupla sertaneja Jica e Turcão, durante a turnê pelos grandes centros do interior paulista,
encarregou o seu roadie (auxiliar de palco), “Quick” Ricardo, do abastecimento de encordoamento e
palhetas em cada uma das cidades em que passaram.
74
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Figura 4
Ao final da turnê, Turcão, apesar de ter pedido a Ricardo para que entregasse a nota fiscal das compras
detalhadas, verificou que ele entregara apenas um papel com os nomes das cidades, os nomes das lojas, a
quantidade de palhetas e encordoamentos e o total da compra. Conforme especificado a seguir.
Quadro 1
Com base nas informações dadas pelo roadie, qual dessas conclusões às quais Turcão chegou está incorreta?
C) Ricardo não conseguiu calcular o preço das mercadorias em Ribeirão Preto, pois as informações
resultam em um sistema possível e indeterminado.
75
Unidade I
Análise da questão
Um sistema linear pode ser classificado de três formas: sistema possível e determinado (SPD), quando
tiver uma única solução; sistema possível e indeterminado (SPI), quando tiver infinitas soluções, e, nesse
caso, escreveremos as respostas em função de uma das incógnitas; e sistema impossível (SI), quando
não tiver soluções.
Caso o resultado não apresente solução (SI), significa que os preços cobrados nas compras foram
diferentes entre uma compra e a outra.
Compra de Campinas:
10 × 3 + 3 × 30 = 120
5 × 3 + 2 × 30 = 75
Ok, o sistema é possível e determinado. Assim sendo, as conclusões das alternativas A e E estão
corretas, então estão descartadas.
76
TÓPICOS DE MATEMÁTICA
Analisando Ribeirão Preto, temos três equações com duas incógnitas, portanto teremos que analisar
as possíveis equações entre eles:
5p + e = 30 (1)
10p + 2e = 60 (2)
15p + 3e = 90 (3)
Isolando e na equação (2):
60 − 10p (4)
e=
2
Substituindo e na equação (1)
60 − 10p 10p + 60 − 10p
5p + = 30 , = 30
2 2
Como vemos, o termo p é eliminado, resultando em 30=30, um sistema possível e indeterminado.
Analisando Araraquara:
20p + 2e = 90 (1)
10p + 1e = 55 (2)
Isolando e na equação (2):
e = 55 – 10p (3)
Novamente o termo p irá desaparecer, mas ao contrário da solução de Ribeirão Preto, os valores totais
não aumentam linearmente conforme as equações, portanto é um caso de sistema indeterminado. Dessa
forma, como o preço total das compras não está em conformidade, houve um engano na totalização das
mercadorias, assim a afirmação da alternativa B é plausível, enquanto a afirmação da alternativa D está
totalmente incorreta, pois é impossível calcular o valor das mercadorias de Araraquara.
77