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Relatividade

Profª Cristina Aguilar


Baseado em:
Eisberg & Resnick
Tipler &Llewellyn(5ºed.)
Introdução
• Uma área importante da física é a relatividade

• Relatividade é o campo de estudo dedicado à medida de eventos (acontecimentos)


Onde e quando eles ocorrem? Qual a distância que os separa no espaço e no tempo?

• A Relatividade explica a relação entre os valores medidos em referenciais que estão


se movendo um em relação ao outro.

• Esse assunto foi tratado por Albert Einstein no ano de 1905. Ele propôs a teoria da
relatividade restrita.

• O adjetivo restrita é usado para indicar que a teoria se aplica apenas a referenciais
inerciais, isto é, a referenciais em que as leis de Newton são válidas.
Relatividade Clássica

• Antes de Galileu e de Newton, Copérnico mostrou que os cálculos dos


movimentos dos planetas seriam mais simples se considerarmos que os
planetas moviam-se em torno do Sol e não da Terra à Revolução do
pensamento humano.

• A teoria não considerava a localização da Terra como um referencial


especial ou privilegiado.

• As leis da física descobertas seriam as mesmas qualquer que fosse o


ponto tomado como centro.

Desta forma as mesmas equações seriam obtidas fosse qual fosse a origem do
sistema de coordenadas. Essa invariância das equações que expressam as leis
da física é conhecida como princípio da relatividade
Referenciais e as leis de Newton
• Referencial : é como cada observador atribui as coordenadas
espaciais e mede o tempo de algum fenômeno ao seu redor.

Leis de Newton:

• Princípio da Inércia (1ª lei )

Todo corpo tende a permanecer em seu estado de repouso ou de movimento;

• Princípio Fundamental da Dinâmica (2ª lei)

• Princípio da Ação e Reação (3ª lei )

Quando um corpo A exerce uma força no corpo B, este exerce


imediatamente uma força em A de mesmo módulo, mesma direção e sentido
contrário

As leis de Newton são invariantes (mantêm a mesma forma)


em referencias inerciais
• Os referenciais inerciais são fixos, sem movimento, tais como as estrelas,
distantes da Terra. Ou estão em movimento retilíneo uniforme, o que
significa movimento com velocidade constante.

• Geralmente os referenciais não inerciais são acelerados. Isto implica, que


se um referencial está em movimento circular, ele é não inercial, visto que
tal corpo (ou referencial) está sob ação da força centrípeta, que é
chamada força de inércia/fictícia. Daí resulta que verdadeiramente, a
Terra não é um referencial inercial, devido ao seu movimento de rotação.

• A aplicação da 2a lei de Newton a um referencial acelerado, leva a que as


forças de inércia ou fictícias, que estão sempre no sentido contrário ao
movimento. Tudo se passa como se forças adicionais estivessem atuando
sobre os objetos no referencial não inercial.
Uma massa suspensa no vagão. As únicas forças que atuam na massa
é a força peso 𝑚𝑔⃗ e a tensão na corda 𝑇

(a) O vagão está em repouso em S e em S’ 𝑣⃗ e 𝑎⃗


são nulas. Os dois observadores vêem a
massa pendurada na vertical (𝐹⃗ = 𝐹’=0).

(b) Quando S’ se move com 𝑣⃗ constante, os dois


continuam a ver a massa pendurada na vertical ,
mais uma vez 𝐹⃗ = 𝐹’=0.

(c) Quando S’ está movendo com aceleração 𝑎⃗ , a


corda faz um ângulo q com a vertical . Entretanto o
sistema está em repouso do ponto de vista do
observador em S’ , que explica isso acrescentando
uma força fictícia (no sentido contrário) a 2ª lei de
Newton.
As transformações de Galileu
Se um observador em um referencial inercial mede
a velocidade de um corpo com sendo 𝑢 e um
observador em um referencial S’ que esteja
movendo em relação a S com velocidade constante
⃗ no sentido positivo do eixo dos x mede a mesma
𝑣,
velocidade como sendo 𝑢’ = 𝑢 − 𝑣⃗

integrando

Transformações
Diferenciando as velocidades, nós encontramos de Galileu

8
du0x
<latexit sha1_base64="fHd01ZteEeve+hdwZNI8S3F1xy4=">AAADb3icjZHNTttAEMfHMZTg0hJA4oKErEao7SWyURC98CG4cAwSaZAwitbrTVjh2NZ6jepYeaA+UdU3aG99BGaXtZQQVe1atmf+M7/ZnZ0wi3kuPe+n1bBXVt+sNdedtxvv3m+2tra/5mkhKOvTNE7FbUhyFvOE9SWXMbvNBCOTMGaD8PFSxQdPTOQ8TW5kmbH7CRknfMQpkSgNW9+DkI15UlGskc8c8nH4zT1xg5EgtIoK9GZVJGdzklFOCCYGgQLKBaBcAsoaKA0wXQCmS8C0BqZOwJLInG3YansdTy932fCN0QazemnrBwQQQQoUCpgAgwQk2jEQyPG5Ax88yFC7hwo1gRbXcQYzcJAtMIthBkH1Eb9j9O6MmqCvauaaprhLjK9A0oUDZFLME2ir3VwdL3Rlpf6tdqVrqrOV+A9NrQmqEh5Q/RdXZ/4vp3qRMIIvugeOPWVaUd1RU6XQt6JO7s51JbFChpqyI4wLtKkm63t2NZPr3tXdEh3/pTOVqnxqcgv4rU6JA/Zfj3PZGBx2/G7H96+77fMLM+sm7MEH+IQDPYZzuIIe9IFam9aRdWqdNf7Yu/a+7b6kNizD7MDCsj8/A2GYzGw=</latexit>

> 0 dux
< ax =
> dt = dt = ax
du0y duy
a0y = = = ay
>
> dt
du0z
dt
: a0 = = duz
= az
z dt dt
Leis de Newton são
invariantes!
Todo referencial que esteja se movendo com velocidade
constante em relação a um referencial inercial também é um
referencial inercial.
As leis de Newton são invariantes em
todos os referenciais inerciais.
Velocidade de um barco em relação a outro: Qual é a velocidade do barco a vela na
Fig. do ponto de vista da observadora situada no barco a motor? O barco a motor
está viajando para leste a 3.0 m/s em relação ao cais. Para um observador situado no
cais, o barco a vela está se movendo para nordeste com uma velocidade de 1.5m/s. O
sistema de coordenadas S está estacionário em relação ao cais e o sistema S’ está
estacionário em relação ao barco a motor.
Para S
Barco motor v=3 m/s na direção x
Barco vela = u=1.5 m/s em 450 entre x e z

Qual é a velocidade do barco a vela no sistema S’?

As componentes linhas são das por


8<latexit sha1_base64="ahxFxcd4NmelU0UTlEs7mDNgK1A=">AAADUXicjVHPT9RAFH7tKuCissjBA5fBjcIBagu7qAcSIheOmLguCYObdnZYJ7SdZmZqWDf7F/jfeTH+B3j05tE3w2D4ESPTtP3e9973zbx5WZULbeL4RxA27t2fmZ170Jx/+OjxQmvxyQcta8V4j8lcqsMs1TwXJe8ZYXJ+WCmeFlnO+9npns33P3OlhSzfm3HFj4t0VIoTwVKD1KD1lWZ8JMoJQw89bdargzPyYockUZdQJjXpdD9SJhTb2IpiskM2kuhNh9B1WmTybFK81FNCqVWNrSr2wRcbYGmXalH+tbiQx9vX5E3Ky6HffdBqx1HsFrkNEg/a4NeBbH0HCkOQwKCGAjiUYBDnkILG5wgSiKFC7hgmyClEwuU5TKGJ2hqrOFakyJ7id4TRkWdLjK2ndmqGu+T4KlQSeI4aiXUKsd2NuHztnC37L++J87RnG+M/814FsgY+Ifs/3WXlXXW2FwMn8Nr1ILCnyjG2O+Zdancr9uTkSlcGHSrkLB5iXiFmTnl5z8RptOvd3m3q8ueu0rI2Zr62hp/2lDjg5OY4b4P+ZpR0oiR512nvvvWznoNleAZrONBXsAv7cAA9NP8VPA1IsBJ+C383oBFelIaB1yzBtdWY/wNuqrjR</latexit>

> 0
< ux = 1.5 cos 45 3.0 = 1.94 m/s
u0y =0
>
: 0
uz = 1.5 sin 45 = 1.06 m/s
<latexit sha1_base64="/ugBTvA5wKgYEh/myY4iuEAZ0DY=">AAADB3icjVHNTttAGBxcWkJoS0qPXFZE/ZFSuXYSlV4qBbhwBKlpImGEbGdDrfivu+sKFOXeN+mNI+LaB+iViDeAt+DbxZEaUNWuZXt2vpnZ/XaDPI6kcpyrBevR4uMnS5Xl6srTZ89Xay/WvsisECHvhlmciX7gSx5HKe+qSMW8nwvuJ0HMe8FoR9d737mQUZZ+Vqc5P0z84zQaRqGviDqqbRVvXn9invwm1Lhlb35oMKfBXNttTbx3zEuC7GScvJcTxjyvaqRNuzlfOarVHdsxgz0EbgnqKMdeVpvCwwAZQhRIwJFCEY7hQ9JzABcOcuIOMSZOEIpMnWOCKnkLUnFS+MSO6HtMs4OSTWmuM6Vxh7RKTK8gJ8Mr8mSkE4T1aszUC5Os2b9lj02m3tsp/YMyKyFW4Sux//LNlP/r070oDPHR9BBRT7lhdHdhmVKYU9E7Z390pSghJ07jAdUF4dA4Z+fMjEea3vXZ+qZ+bZSa1fOw1Ba40bukC3bvX+dD0Gvabtt23f12vbNd3nUF69jAW7rQTXSwiz10KfwnfuMSU+uHdWadWxd3Umuh9LzE3LB+3QJKLaTY</latexit>

0
p
u = 3.76 + 0 + 1.13 m/s
A direção de u’ em relação ao u0 = 2.2 m/s
norte (parte negativa do eixo z) é
Note que os observadores localizados em S e S’
u0x obtêm valores diferentes para a velocidade de
<latexit sha1_base64="mvuzILGT3Qneag1bnWnFbTL2zu8=">AAADZ3icjVFdS8MwFL1d/ZjzayqI4Et06PTB0cqY+iCIvvio4JxgdaQx28K6tqSpqGM/xl8l/gP9F97ECtMhmtLk5txzTnJz/TgQiXKcVytnj41PTOanCtMzs3PzxYXFyyRKJeN1FgWRvPJpwgMR8roSKuBXseS05we84XdPdL5xz2UiovBCPcb8pkfboWgJRhVCzeKzoiHxVIcrWiabh4R4LUlZP20+lAc4P5UHCHlDBCqNIuAttTXC9aRod9Q2KgrDnqOaHbdyUB3oxan9oqq5tx4TkjWLJafimEFGAzcLSpCNs6j4Ah7cQQQMUugBhxAUxgFQSPC7BhcciBG7gT5iEiNh8hwGUEBtiiyODIpoF+c27q4zNMS99kyMmuEpAf4SlQQ2UBMhT2KsTyMmnxpnjf7m3Tee+m6PuPqZVw9RBR1E/9J9Mf+r07UoaMG+qUFgTbFBdHUsc0nNq+ibk6GqFDrEiOn4DvMSY2aUX+9MjCYxteu3pSb/Zpga1XuWcVN417fEBrs/2zkaNHYrbrXiuufV0tFx1us8rMI6bGFD9+AITuEM6sCsSWvHqll7uTd7zl62Vz6pOSvTLMG3Ya99AAfvw0s=</latexit>

0
tan✓ = 0
uz
✓ ◆ movimento.
0
✓ = artan
u0x Como nenhum dos dois referenciais
u0z é privilegiado os dois resultados
✓ ◆
0
✓ = artan
1.94 estão corretos!
1.06
✓0 = 61
Velocidade da Luz
• Maxwell (1860) propôs um conjunto de 4 equações que descrevem as leis
da eletricidade e do magnetismo à conhecidas como Equações de
Maxwell. Essa leis prevêem a existência de ondas eletromagnéticas (luz,
raio X, etc) cuja a velocidade é dada por

ou

• Maxwell percebeu que suas equações não eram invariantes em relação às


transformações de Galileu.
• Podemos ver que isso é verdade observando o seguinte exemplo:
• Um fio infinitamento longo com densidade de carga uniforme l, e uma carga
pontual q, situada a uma distância y1 do fio. O fio e a carga estão em repouso no
referencial S.
• Já o referencial S’ que se move com relação a S com velocidade v (no sentido
positivo do eixo x).
• Para um observador estacionário em S’, o fio e a carga estão se movendo com
velocidade v no sentido negativo do eixo x’
• Os observadores em S e S’ medem campos elétricos idênticos 2kl/y1, Ambos
medem uma força 2kql/y1 exercida pelo fio sobre a carga q; entretanto o
observador S’ mede uma força devido ao campo magnético µ0lv2q/2py1.
A força eletromagnética não tem a mesma forma em diferentes referenciais
inerciais! As leis de Maxwell não são invariantes em relação as
transformações de Galileu.
Ondas eletromagnéticas e o éter
• A velocidade de uma onda depende das propriedades do meio no qual viaja
(corda, água, etc). As ondas eletromagnéticas (por exemplo ondas de luz, ondas
de rádio, raios X) viajam através do vácuo com uma velocidade c=3x108m/s.

Mas esta velocidade é medida em relação a quê?


O que seria equivalente ao ar parado para o vácuo? Foi proposto um meio para a
propagação da luz chamado de éter que preencheria todo o espaço.

Assumiu-se que a velocidade da luz em relação ao éter seria c, como previsto


pelas equações de Maxwell. A velocidade de qualquer objeto em relação ao éter
foi considerada como velocidade absoluta do objeto.

Com isso o éter assumia uma posição de referencial especial ou privilegiado para
as leis da teoria eletromagnética.

Na época o problema com éter, não era o fato de ser um referencial privilegiado,
mas sim a falta de alguma propriedade mensurável, como era típico de outros
meios de propagação (água, ar, sólidos)
O experimento de Michelson-Morley

• Tentativas de medir o movimento da Terra em relação ao éter baseado em


experimentos de “ida-volta”

A fonte luminosa, o espelho e o observador estão se movendo com velocidade v


em relação ao éter. De acordo com a teoria clássica, se a velocidade da luz em
relação ao éter fosse c, a velocidade da luz em relação ao observador seria c-v
para o sentido AB e c+v para o raio no sentido BA.
• Antes de estudar o experimento de Michelson Morley vamos ver uma
situação análoga mais familiar

Uma corrida de barcos: A Fig.


mostra os percursos usados por
dois remadores em uma corrida
de barcos. Os dois remadores
conseguem desenvolver a mesma
velocidade c em água parada; a
água do rio está movendo com
velocidade v. O barco 1 vai do
ponto A ao ponto B, percorrendo
uma distância L, e volta ao ponto
A. O barco 2 vai do ponto A ao
ponto C, percorrendo também
uma distância L e volta ao ponto
A. A,B e C são marcas na margem
do rio. Qual dos dois remadores
ganha a corrida? Suponha que
c>v
Quem percorre esta distância em menor tempo?

Percurso A à Cà A

Percurso A à Bà A

+
Binomial expansion

t2>t1
Interferômetro de Michelson-Morley
A luz amarela
produzida por uma
lâmpada de sódio é
dividida em dois feixes
por um espelho
instalado no ponto A,
os dois feixes
luminosos presentes
no interferômetro são
análogos aos dois
barcos a remo do
exemplo;
Era de se esperar que o movimento da Terra em relação ao éter introduzisse
uma diferença de tempo (fase) modificando a largura da franja na figura de
interferência

Apesar de medidas cuidadosas e esmeradas eles não conseguiram


detectar nenhuma diferença. Esta experiência tem sido repetida
desde então, em condições variadas e por diversas pessoas, e
nenhuma diferença foi jamais encontrada!

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