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Em Porbandar, na Índia.

Todos os dias, de manhã, o rolar de duas carroças


sobre o chão empedrado interrompia o sono de Mohandas. Dessa vez, o menino pula
da cama e corre até a janela para ver o que há.

Vê um homem e um rapaz, maltrapilhos e sujos, pegam os grandes latões de


lixo e os despejam nas carroças que puxaram até aí com suas próprias forças. É um
trabalho duro. Terminada a tarefa, cruzam as largas cintas de couro sobre o peito e,
firmando os pés no chão, arrastam para fora as carroças repletas de lixo.

Uma hora depois, Mohandas toma o primeiro chá com sua mãe e lhe pergunta:

- Quem são aqueles dois lixeiros?

Os olhos da senhora Putlibari se voltam para o menino e ela responde:

- Aquele é Uka e seu filho, dois “párias”. Os de nossa casta devem se manter
longe deles. Lembre-se de que você é Mohandas Karamchand Gandhi, e que seu pai
é um ministro do príncipe de Rajkot.

Apesar da pouca idade, 12 anos, ele compreendia que aquilo era uma grande
injustiça. Os párias eram pessoas como todas as outras, trabalhavam muito mais do
que os outros e mesmo assim eram tratados pior do que animais.

No dia seguinte, ao ouvir o rodar das carroças, o pequeno Gandhi deixa as


cobertas e desce para o grande saguão. Ao ver o rapaz alto e magro pegar o primeiro
latão, Mohandas diz:

- Espere, eu ajudo você.

Mesmo sendo apenas um menino, a bondade e o amor já afloravam naquele


que se tornará um dos maiores pacifistas do mundo.

Alguns anos depois, em 1888, Gandhi viaja para Londres a fim de estudar
Direito. E é lá que ele conhece o Novo Testamento, se encantando principalmente
com o Sermão da Montanha.

Aos vinte e três anos de idade, em 1893, já como advogado, vai à África do Sul
para tratar de um caso numa empresa indiana e fica indignado com as condições
humilhantes que vivem milhares de indianos e o povo africano. Começa ali sua luta
por justiça e melhores condições para todos.

E enquanto lutava por um mundo mais justo, conhece o livro que mudará sua
vida, norteando suas ações e o fará conhecido no mundo todo: O reino de Deus está
em vós do escritor russo Leon Tolstói.

Disse Gandhi: - A leitura deste livro me curou e fez de mim um firme seguidor
da não violência. Distribuía o livro entre amigos, e o levou para a prisão em 1908 para
estudá-lo.

Depois de 21 anos na África do Sul, Gandhi retorna à Índia em 1914, a fim de


lutar pela independência do seu país, a qual chegou em 1947.
E mesmo após a independência, Gandhi não descansou. Desejava a paz entre
hindus e muçulmanos. Dizendo:

- As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que


importância faz se seguimos caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo
objetivo?

Mas, na tarde de 30 de janeiro de 1948, aos setenta e nove anos de idade,


Gandhi é assassinado pelas balas de um fanático hindu, que não aceitava seus
sentimentos fraternos para com os muçulmanos.

Logo em seguida, na rádio indiana, o primeiro-ministro Nerhu comunica a triste


notícia aos seus compatriotas, dizendo:

- Mahatma Gandhi morreu. Apagou-se a nossa luz! O pai da Índia, o amigo, o


consolador de todos nós, não existe mais.

Não, senhor primeiro-ministro. A luz não se apagou.... Gandhi continua a existir


em todos aqueles que seguem seus ensinamentos. Ele que foi a mudança que queria
ver no mundo, soube seguir a recomendação de Jesus de não esconder a luz, mas a
colocar no alto para que todos a vejam através do seu exemplo.

Lembrando que esta recomendação do Cristo de iluminar o mundo através do


exemplo é para todos, inclusive para nós.

Aaah, mas alguém poderá dizer: eu não tenho 1 milésimo da capacidade de


Gandhi, ou de uma Irmã Dulce ou de um Chico Xavier. Olha, talvez isto até seja
verdade ou quem sabe, só precisamos acreditar mais em nós mesmos, visto que
todas as pessoas têm dificuldades a superar. O próprio Gandhi, por incrível que
pareça, no começo de sua vida pública, tinha medo de falar em público, vejam só!...

Como disse Albert Einstein: “Deus não escolhe os capacitados, mas capacita
os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só depende da nossa vontade e perseverança.”

E mesmo que as grandes obras sejam para poucos, as pequenas ações


também têm seu valor. Pensemos no quanto representa uma xícara de leite para a
criança faminta? Ou na gota de um remédio para o doente atormentado? Ou nas
palavras fraternas para àquele que se encontra perdido?...

E se observarmos direito, veremos que até as grandes obras só são possíveis,


graças a muitas pequenas ações. Lembremos da menina Lívia de Teutônia ou da
construção do Cristo Protetor de Encantado que só aconteceram, porque milhares de
pessoas contribuíram com um pouco para os milhões que precisavam.

Agora pensemos no mundo de paz e felicidade que todos nós queremos, o


qual só acontecerá se cada um ajudar com um pouco. Então, que possamos ser esta
mudança que queremos ver no mundo, porque colocar a luz no alto é exatamente isto:
fazer o nosso melhor, tendo uma postura ética e nobre em tudo que fazemos.

Disse o Mestre: "Eu sou a luz do mundo", e logo acrescenta "Vocês são a luz
do mundo". Ele, o Cristo, é a luz divina plenamente realizada, ao passo que em nós
essa mesma luz é ainda uma potencialidade, a qual está adormecida, apenas
esperando pelas nossas atitudes para florescer.

Então, seguindo a recomendação de Jesus de iluminar o planeta através do


exemplo. Aproveitemos o tempo que nos foi dado para nos tornarmos melhores e
darmos nossa contribuição para um mundo melhor!

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