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Revisão linguística: processo de tradução intralingual

Linguistic revision: intra-language translation process

Gehilde Reis Paula de Moura


Mestre em Linguística do Texto e do Discurso - FALE/UFMG
gehildereis@gmail.com

RESUMO
Este trabalho pretende mostrar que a revisão linguística pode ser entendida como um processo de
tradução intralingual. Para chegarmos a esse ponto de vista, baseamos nosso estudo em teorias de
análise de discurso e tradução e também em teorias sobre retextualização. Analisamos alterações
ocorridas no registro linguístico de duas apostilas didáticas para o ensino profissional de nível técnico.
A teoria nos fez entender que para alteração do registro linguístico, trabalho realizado por um revisor,
a priori, é necessário compreender o que se vai alterar; outro ponto entendido foi que o conceito de
tradução como equivalência de sistemas linguísticos deve ser expandido para a noção de tradução como
a noção de equivalência de registros linguísticos. Assim sendo, no cotejo hipotexto com hipertexto,
evidenciamos o uso, pelo revisor, de estratégias linguísticas que alteraram o registro para apurar o
gênero didático a fim de deixá-lo mais apropriado à finalidade do ensino profissional.

Palavras-chave: Revisão. Tradução. Registro linguístico. Gênero didático.

ABSTRACT
This paper aims to show how linguistic proofreading can be understood as an intra-language translation.
We reached this conclusion, working from the framework of discourse analysis, translation theories, and
theories on ‘retextualization’. We analyzed changes in language register in two pedagogical publications
of vocational training at technical level. The theory promoted an understanding that, to change linguistic
register, the person who does the revision must have some a priori knowledge of the subject matter;
we have also realized that the concept of translation as equivalence between language systems should
be expanded to include equivalence of linguistic registers within one language system. As such, upon
comparison of the hipotext with the hypertext, we could notice the reviser’s use of linguistic strategies
that change the register to improve the pedagogical genre so that it becomes more appropriate to the
vocational teaching.

Keywords: Proofreading. Translation. Linguistic register. Pedagogical genre.

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INTRODUÇÃO
A revisão linguística pode ser entendida como um processo de tradução intralingual1, por ser um trabalho
de pensar e repensar sobre palavras buscando interpretá-las e até substituí-las, num mesmo idioma.
Quando focalizamos no trabalho do revisor de textos o registro linguístico, ou seja, a forma seletiva
como ele usa a linguagem para adaptar a expressão ao público alvo, evidenciamos que as escolhas
linguísticas feitas por ele, especialmente as lexicais e sintáticas, permitem ajustar a comunicação à
situação específica a que o texto se destina. Nesse processo, o revisor traduz, faz a conversão de uma
modalidade de registro linguístico formal ou menos formal em outra modalidade de registro linguístico,
dependendo da sua finalidade. Outra evidência de que a revisão linguística pode ser considerada
tradução é o fato de ela, assim como a tradução interlingual, só poder ser identificada como tal quando
o paratexto2 indicar ou por meio do contraste entre hipertexto e hipotexto.

Para chegarmos a essa conclusão, fizemos análise da revisão linguística de duas apostilas didáticas para
o ensino profissional de nível técnico – Gestão de Logística e Processos de Conservação. Comparamos
o texto original, escrito por especialistas da área de Gestão Empresarial, e o texto final, trabalhado
por um revisor profissional. Para classificarmos as mudanças encontradas no texto final, recorremos à
teoria de Marcuschi (2007, p. 74-75) sobre as operações textuais discursivas – idealização, reformulação
e adaptação – envolvidas na passagem do texto oral para o texto escrito e as confrontamos com as
categorias de mudança do discurso – adição, subtração, transposição e substituição –, que a retórica já
tratava (MENDES, 2010, p. 110-111). Evidenciamos que, do ponto de vista técnico, por se tratar de alteração
de gênero escrito (didático) para o mesmo gênero escrito (didático), as alterações foram regidas por
estratégias de regularização linguística. Em certos casos, algumas formas linguísticas foram eliminadas
e outras introduzidas; algumas substituídas e outras reordenadas. Nosso objetivo era identificar as
interferências do revisor no registro linguístico e saber se a atuação desse profissional colaboraria para
o entendimento do texto pelo leitor ou se dificultaria o processo de leitura significativa necessária a
um recurso didático para o ensino profissional. Porque sabemos que uma educação profissional3 de
qualidade é uma ferramenta de êxito do trabalhador num mundo pautado pela inovação tecnológica,
pela competição e pelas crescentes exigências de qualidade, produtividade e conhecimento.

Assim sendo, várias ações educacionais são utilizadas na capacitação de pessoas que buscam um
curso de formação profissional na esperança de se especializarem para o mercado de trabalho.
Dentre essas ações, figuram-se os materiais didáticos – livro, apostila, outros materiais impressos e,
nos últimos anos, com a proliferação de novas tecnologias passíveis de uso educacional, incluímos,
nessa lista, os projetores multimídias, televisão, vídeo e os computadores. Todos com a finalidade de
ensinar, direcionar a aprendizagem escolar e estabelecer uma ligação entre essa aprendizagem e a vida
cotidiana e profissional. Para Charaudeau (2009, p. 108), o manual escolar pode ser entendido como um
gênero cujas “passagens descritivas se inscrevem em uma finalidade explicativa”, para definir objetos
ou fenômenos do universo em nome de um saber, numa construção objetiva do mundo, que consiste

1
 ara Roman Jakobson (1959/1975, p. 74), a conversão de uma modalidade de língua em outra modalidade da mesma língua constitui o que ele
P
chama de tradução intralingual.
Um exemplo de paratexto é a folha de rosto de um livro ou apostila que traz toda a informação sobre a publicação, autoria, edição, se se trata de
2

tradução, etc.
3
No Brasil, a educação profissional é regulamentada nos níveis básico, técnico e tecnológico.
4
Até 2015, o Brasil irá precisar de mais de 7 milhões de técnicos, segundo notícia dada pelo Jornal da Globo em 20.09.2012.

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“[...] em construir uma visão de verdade5 sobre esse mundo, qualificando os seres com a ajuda de traços
que possam ser verificados por qualquer outro sujeito além do sujeito falante.”. (CHARAUDEAU, 2009,
p. 120).

Especificamente no que se refere à apostila didática para o ensino profissional, para que ela se constitua
num gênero próprio para essa finalidade, a recorrência formal das escolhas linguísticas – categorias de
língua, marcas gramaticais e lexicais – irá testemunhar das regularidades da configuração textual que
marca o gênero didático. E, assim sendo, além de veicular conhecimentos práticos orais por meio da
linguagem escrita e propiciar a formação de capacidades – que permitem um saber-fazer e um saber-ser
para o desempenho de tarefas – e competências – que dão liberdade ao profissional de encarar novas
tarefas e resolvê-las adequadamente – a apostila didática tornou-se um instrumento pedagógico que
também “[...] possibilita o processo de intelectualização e contribui para a formação social e política do
indivíduo.”. (SOARES, 1992, apud SOARES, 2002, p. 9 ). Por isso, as informações nela veiculadas devem ser
claras o suficiente para facilitar a aprendizagem e não dificultá-la. O que temos visto, de modo geral, é
que muitas das dificuldades enfrentadas para aprender conceitos, técnicas ou processos relacionados ao
ensino-aprendizagem de conteúdos específicos podem ser atribuídas a informações obscuras veiculadas
em materiais didáticos.

Em função disso, a produção de textos didáticos deverá, de acordo com Marcuschi (2003, p. 8), vincular-
se ao objetivo do texto, ao suporte6 e à situação comunicativa alvo de sua utilização, que possibilitará
a materialização do seu conteúdo, tendo em vista o tipo de público a quem se destina. E a revisão desse
texto deverá procurar identificar problemas nesses quesitos para solucioná-los, utilizando estratégias
textuais discursivas e de regularização linguística através da adaptação do registro linguístico à
modalidade linguística requerida nesse processo de tradução intralingual.

REFERENCIAL TEÓRICO
Para entendermos a revisão linguística como tradução intralingual, retomaremos, inicialmente,
conceitos básicos sobre texto, discurso, gênero textual e linguagem, por terem sido pontos de reflexão e
análise em nossa investigação. Em seguida, apresentaremos uma definição para tradução intralingual e
mostraremos o papel do revisor nesse processo de tradução.

Primeiramente, concentremo-nos no conceito de texto que aqui utilizaremos, um objeto de estudo


bastante complexo que,

[...] em sentido lato, designa toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser
humano […] isto é, qualquer tipo de comunicação realizada através de um sistema de
signos. […] Em sentido estrito, o texto consiste em qualquer passagem, falada ou escrita,
que forma um todo significativo, independente de sua extensão. Trata-se, pois de uma
unidade de sentido, de um contínuo comunicativo contextual que se caracteriza por um
conjunto de relações responsáveis pela tessitura do texto – os critérios ou padrões de
textualidade, entre os quais merecem destaque especial a coesão e a coerência. (FÁVERO;
KOCH, 1994).

 egundo Charaudeau (2009, p. 121), “[...] a visão de verdade trata-se de um imaginário social compartilhado que representa ou constrói o mundo
S
5

segundo o que crê ser a verdade, e que é apenas uma ilusão de verdade, um fantasma da verdade ou melhor uma verossimilhança realista.”.
Lugar físico ou virtual com um formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto (Marcuschi,
6

2003, p. 8).

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Ele é resultado da enunciação de diversos sujeitos. A enunciação é o ato de produção do enunciado.
Segundo Benveniste (2006, p. 82), “[...] a enunciação é este colocar em funcionamento a língua por um
ato individual de utilização.”. Na enunciação, um enunciador faz escolhas, deixando marcas, produzindo
efeitos de sentido, que revelam seus propósitos para persuadir um enunciatário, com o qual se comunica
e interage, com discursos próprios.

Assim, o enunciado apresenta elementos que remetem ao momento da enunciação: pronomes


pessoais, demonstrativos, possessivos, adjetivos, advérbios. Podemos dizer que utilizamos essas
distintas formas linguísticas para materializar nossas interações comunicativas. Isso significa que,
dependendo do contexto, da situação de comunicação, podemos ser claros, objetivos, mas, também,
podemos embrenhar-nos pelos caminhos da subjetividade e das múltiplas interpretações e, nesse
sentido, produzimos notícias jornalísticas, obras literárias, painéis publicitários, charges, cartuns, bate-
papos em redes sociais, etc.

Discurso, por sua vez, é o verdadeiro fundamento da linguagem. É o conjunto de enunciados produzidos
pelos grupos sociais. Os jovens, por exemplo, para dizer que algo está ótimo, dizem apenas: “Pô, véi! Doido
demais!”; enquanto os adultos dizem: “Isso tá ótimo!” Os médicos se entendem quando dizem: “Um
colega utilizou essa sutura no fechamento de laparostomias”. O que causa um pouco de estranhamento a
alguém que não é da área. Assim, a semiolinguística vê o discurso como um “jogo comunicativo”, que se
estabelece entre a sociedade e suas produções linguageiras – enunciados orais e escritos – e considera
o “[...] ato de linguagem como um encontro dialético que fundamenta a atividade metalinguística de
elucidação dos sujeitos da linguagem entre os dois processos de produção e interpretação e não apenas
um ato de comunicação entre emissor e receptor.”. (CHARAUDEAU, 2009, p. 44)

Uma vez que todo texto pertence a uma categoria discursiva, a análise de textos requer conhecimento
sobre discurso. Essa categoria varia em função do uso que dela se faz e corresponde às necessidades da
vida cotidiana. A categoria do discurso indica aquilo que se faz com o enunciado, ou seja, qual é a sua
orientação comunicacional. A esse respeito, Maingueneau (2001, p. 61) fala, por exemplo, do gênero
discursivo relatório de estágio:

[...] o gênero discursivo é um dispositivo de comunicação que só pode aparecer quando


certas condições sócio-históricas estão presentes. O gênero do relatório de estágio,
por exemplo, supõe a existência de empresas e de estudantes que buscam experiência
profissional, de professores para aplicar e avaliar as tarefas escritas e, acima de tudo, de
todo um sistema de ensino aberto ao mundo do trabalho.

Nesse sentido, entendemos que o discurso que se realiza no texto didático é aquilo que o texto produz,
ou seja, é o efeito de sentido proporcionado pela organização das categorias de língua – substantivos,
verbos, pronomes, advérbios, adjetivos – utilizadas com uma finalidade específica que caracterizam o
texto como didático. Sabemos que, nos textos didáticos de modo geral, há passagens descritivas que se
inscrevem em uma finalidade explicativa; assim, os tempos verbais, os sujeitos, os adjetivos, os pronomes
serão utilizados de forma a evidenciar essa finalidade. Mas, tendo em vista a heterogeneidade dos textos,
do ponto de vista do seu modo de organização, no texto didático poderá haver passagens argumentativas,
narrativas e até enunciativas, o que levará as categorias da língua a colaborar com esses modos textuais.
Dessa forma, para efeito de análise, entendemos que o discurso ocorre no plano do dizer – a enunciação
– e o texto no plano da esquematização – a configuração, os vários enunciados –, onde evidenciaremos o
trabalho do revisor no e com o registro linguístico.
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Entre texto e discurso, o gênero textual seria aquele que condiciona a atividade enunciativa, operando
como uma ponte entre o discurso e o texto. Cada esfera social, em razão de seus objetivos e interesses
comunicacionais específicos, elabora diferentes “famílias” de textos, com características relativamente
estáveis, os chamados gêneros discursivos ou gêneros textuais (BAKHTIN, 1997, p. 279). Essa estabilidade
refere-se ao uso de formas de apresentação típicas, que fazem com que um gênero se distinga de outro
– uma lei, por exemplo, se distingue de uma carta, que se distingue de um relatório, que se distingue de
uma apostila didática em diversos aspectos: pelos objetivos, pelo suporte, pelo grau de formalidade e
proximidade dos sujeitos, pela profundidade dos conteúdos, pela quantidade e tipo de informação e pelo
aspecto visual. É o gênero textual que possibilita a comunicação verbal – falada ou escrita – o que significa
que a capacidade de comunicação depende do maior ou menor domínio que se tem do gênero em questão.

Com os estudos linguísticos e as teorias sobre discurso, a linguagem passou a ser concebida numa
perspectiva de interação, utilizada para atingir o interlocutor. “Na linguagem e através dela, portanto,
constitui-se não só uma determinada organização da experiência do real, mas também determinados
lugares para os interlocutores e demarcadas relações entre eles.”. (BATISTA, 1997, p. 21 apud MARCUSCHI,
2008, p. 62). E, assim, vamos entendendo que a linguagem varia de acordo com as interações humanas
e as especificidades inerentes a cada atividade humana na produção de atos que são portadores de
sentido e vínculo social.

No texto didático, mais do que em qualquer outro texto, espera-se que a linguagem utilizada, a fim de
atingir o público alvo – o aprendiz – apresente-se de maneira tal que possa ser facilmente lida e decodificada
pelos estudantes, de acordo com seus perfis. Em termos de conteúdo, espera-se que esse gênero textual
envolva informações, reflexões, experiências, distinções, definições, classificações, descrições, análises de
noções e os conceitos envolvidos na demonstração do objeto estudo. Todos os elementos linguísticos
privilegiados para aumentar a potencialidade da função pedagógica do texto didático.

No que diz respeito à tradução, ela existe desde que existe comunicação. Traduzir é, antes de tudo,
apropriar-se dos signos de uma cultura e adaptá-los ao signo de outra cultura. É a maneira mais atenta
de ler, é quando se pensa e repensa sobre as palavras, se busca interpretá-las e substituí-las. Assume
proporções além do que meramente transpor de uma língua a outra. E, como vimos, é possível traduzir,
dentro da mesma língua!

A tradução intralingual acontece, por exemplo, quando um texto do passado, como Os Lusíadas, de
Luís de Camões, é disponibilizado conforme as regras atuais da língua. Também quando uma obra
concebida em português lusitano é transposta para o público brasileiro. Ou, ainda, quando um texto
contemporâneo, de vocabulário muito difícil, é simplificado para ser entendido por mais pessoas. E,
ainda, quando se transforma um texto vazado em um gênero em outro gênero, como, por exemplo:
a resenha, o resumo, as adaptações. Esse tipo de tradução pode ocorrer entre a linguagem técnica e
a linguagem cotidiana. Vamos pensar numa lei ou na sentença de um juiz, em que há muitos termos
jurídicos não compreendidos pela maioria da população. Se um revisor tiver que deixar esse texto numa
linguagem a ser entendida por leigos, procederá a uma operação de tradução intralingual por estar
fazendo uma adaptação.

Dentre as várias modalidades de tradução intralingual, Mendes (2009, p. 1163) destaca as seguintes
modalidades: paráfrase, paródia, pastiche, adaptação e retextualização. E, sobre a adaptação, ela afirma
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o seguinte:

A adaptação refere-se à retomada de textos para adaptá-los a públicos específicos, por


exemplo, a adaptação de obras para crianças ou adolescentes, ou para públicos menos
letrados ou para adaptá-los a outros gêneros, por exemplo, um romance para um roteiro
de teatro ou cinema.

Ainda pouco estudada, existindo apenas rápidas menções ao tema em obras dedicadas à tradutologia
interlingual e alguns poucos trabalhos, normalmente diluídos em outras disciplinas, a tradução
intralingual “[...] existe devido à necessidade de tornar compreensível o incompreensível, de permitir
aceder a um conteúdo que se encontra num registro diferente de quem o lê.”. (ANTUNES, 2007, p. 2).

Fernando Tarallo (1991, p. 36, apud Mendes, 2009, p. 1162), em seu artigo Aspectos sociolinguísticos da
tradução, nos diz que “[...] a noção de registro linguístico é fundamental para a tradução intralingual. O
conceito de tradução como equivalência de sistemas linguísticos deve, pois, ser expandido para a noção
de tradução como equivalência de registros lingüísticos [...].”.

Para Tarallo (1991, p. 37, apud Mendes, 2009, p. 1162), é possível entender, a partir disso, que “[...] a
mudança de registro é uma versão intralingual da tradução, já que, assim como na tradução interlingual,
a consciência linguística atua, reconhecendo como equivalentes, ou não, dois textos em línguas
diferentes; na mudança de registro.”.

Nesse sentido, essa posição assumida por Tarallo leva-nos ao entendimento de que o trabalho do revisor
especificamente no registro linguístico tem como objetivo tornar compreensível, seja ortograficamente,
sintaticamente ou semanticamente falando, o que parece incompreensível para um público determinado.
E, porque ocorre dentro da mesma língua, a tradução intralingual normalmente é conhecida como
paráfrase ou reformulação, consistindo na interpretação dos signos verbais por outros da mesma língua.

Entendemos esse processo de reformulação como uma espécie de retextualização, terminologia utilizada
por Marcuschi (2007, p. 46) para explicitar a “tradução” realizada de uma modalidade linguística7 para
outra, embora permanecendo na mesma língua, tendo em vista a compreensão do texto a ser traduzido
e o conhecimento das formas linguísticas. No processo de tradução intralingual na mesma modalidade
linguística, é possível evidenciar, no texto reformulado, estratégias linguísticas realizadas no registro
linguístico, configurando em um texto diferente do primeiro, mais adequado a sua finalidade discursiva,
porém preservando o sentido do texto original.

Segundo Mendes (2010, p. 110-111), a retórica apresentava categorias de mudança do discurso como
estratégias fundamentais para a manipulação e variação do discurso através de níveis linguísticos como:
palavras, sentenças, parágrafos, textos ou falas inteiras etc.. E, segundo Marcuschi (2007, p. 74-75), as
estratégias de retextualização dizem respeito a operações e processos de natureza linguístico-textual-
discursiva e se atêm às evidências empíricas de eliminação, completude, regularização, acréscimo,
substituição e reordenação, atuando de forma mais pontualizada no código, mas com repercussão

Há duas modalidades de língua, oral e escrita, com funções e formas diferentes. Dependendo do usuário e em relação ao uso que se faz da língua,
7

tais modalidades variam. Na língua oral, por exemplo, podemos repetir mais os termos, usar alguns marcadores, como “aí”, “né?” “Tá!”, porque o
falante está presente para tirar dúvidas que possam surgir durante a comunicação. A linguagem escrita, de forma geral, precisa ser mais uniforme,
mais planejada, menos espontânea. Precisa seguir regras que garantam o entendimento na ausência de quem escreveu.

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direta no discurso já que ambos são inseparáveis. Dessa forma, entendemos que há uma complexidade
muito grande nesse processo de tradução, pois para a realização de qualquer alteração num texto, há o
envolvimento de um aspecto cognitivo de imensa importância: a atividade de compreensão. O revisor
age sobre o registro linguístico, com o objetivo de deixá-lo mais compreensível ao aluno, a partir da
compreensão que ele teve do texto.

Na FIG. 1, a seguir, apresentamos um esboço adaptado de Marcuschi (2007, p. 72) do fluxo das ações
nesse processo de tradução da apostila didática para o ensino profissional de nível técnico.

Figura 1 - Esboço do fluxo de ações no processo de tradução

Na mudança de registro informal para formal e vice-versa, “[...] a consciência sociolinguística atua
de maneira a fazer equivaler, ou não, diferentes registros linguísticos.”. (TARALLO, 1991, p. 37 apud
Mendes, 2009, p. 1162). Nessa mudança de registro, há a produção de um novo texto, mais técnico, mais
apropriado ao ensino profissional, denominado hipertexto, derivado de um texto base – hipotexto.

A hipertextualidade é definida por Genette (1982) como toda relação que une um texto (texto A’ –
hipertexto) a outro texto (texto A – hipotexto). Hipertexto, portanto, é todo texto derivado de outro
texto – que lhe é anterior – por transformação simples, direta, ou, de forma indireta, por imitação. E
hipotexto, por sua vez, é o texto primeiro que dá origem a seu derivado.

Em toda situação de comunicação, há, a priori, dois sujeitos que se enunciam: um sujeito individualizado,
considerado a partir de sua constituição e de sua história particular, e um sujeito socializado, definido
por um contexto histórico e social e portador das ideologias presentes nesse contexto. (OSAKABE, 1999).

No que diz respeito à situação específica de comunicação por nós analisada, entendemos que o sujeito
individualizado é um profissional de uma área específica de formação com experiência no mercado de

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trabalho, que tem como embasamento teórico para escrita da apostila didática os requisitos de um
curso que visa atender às necessidades de um aluno, sujeito socializado, que tem como objetivo adquirir
habilidades e competências para se tornar um futuro trabalhador.

Esse texto didático, especificamente, antes de chegar às mãos do aluno, passa por um terceiro sujeito, o
revisor. Uma espécie de “mão invisível”, um profissional ambivalente, que atua entre as duas instâncias:
do autor e do leitor. Cabe a ele, para o bom desempenho de sua tarefa de revisão, dentre vários outros
aspectos, a observância dos fatores pragmáticos – intencionalidade, situacionalidade, intertextualidade,
informatividade, aceitabilidade, coesão e coerência – que, segundo Beaugrande e Dressler (1981, p. 57),
são sete princípios que fazem parte do conhecimento textual das pessoas e que elas aplicam aos textos
que produzem e esperam encontrar nos textos que ouvem ou leem.

Ao revisor, conhecendo os objetivos do curso e, consequentemente, os da apostila didática, cabe inferir


sobre a intenção do autor na produção do texto didático; sobre a situação comunicativa envolvida; se
foi ou não utilizado o recurso da intertextualidade para facilitar o entendimento do aluno; se o nível
de informatividade é adequado ou não ao público alvo para aceitabilidade do texto e, por fim, se os
elementos coesivos utilizados colaboram ou não para a coerência textual. E, nesse caso, se percebe que
a forma como os elementos linguísticos foram estruturados dificulta a aceitabilidade do texto pelo
leitor, ele interfere no registro linguístico fazendo as devidas correções e adaptações, pois dele exige-
se que se tenha conhecimento e domínio das normas ortográficas, sintáticas e semânticas do idioma,
do vocabulário utilizado pelo autor e seus vícios de linguagem mais comuns, além das condições de
produção do texto, do domínio dos gêneros textuais e dos aspectos discursivos, pois entendemos que
a revisão de um texto cumpre um papel extremamente importante e necessário na sociedade: o de
garantir a melhor transmissão de ideias e conceitos expressos nas diferentes situações de comunicação.

Ao autor do texto cabe conhecer as características do gênero, pois é o gênero que possibilita a
comunicação, e a capacidade de comunicar depende do maior ou menor domínio que se tem do gênero
em questão. Também é importante conhecer os fatores pragmáticos que envolvem a produção de um
texto didático para se ter consciência do seu papel de saber passar de forma escrita para o aprendiz a
sua prática profissional corretamente, com clareza e objetividade, a fim de possibilitar ao revisor maior
facilidade na compreensão do texto que irá traduzir.

METODOLOGIA E RESULTADOS
Como vimos anteriormente, para chegarmos à nossa conclusão, confrontamos hipotexto e hipertexto
para identificação de alterações realizadas no registro linguístico. Selecionamos trechos onde nos foi
possível evidenciar as alterações que marcavam a ocorrência de estratégias de mudança linguísticas
realizadas pelo revisor. Identificamos algumas estratégias que confirmaram nossa hipótese de que o
revisor traduz, transforma o texto, mediante a compreensão que dele tem.

Nos QUAD. 1 e 2 abaixo, apresentamos um exemplo da análise feita nas duas apostilas analisadas:
Gestão de Logística e Processos de Conservação8. Na coluna Hipotexto, apresentamos trechos do original;
as alterações do revisor estão em itálico na coluna Hipertexto e a nossa análise e observação na coluna
Comentários.

Materiais didáticos utilizados em dois Cursos Técnicos de Formação Profissional em 2009 no Senac Minas: Curso Técnico em Gestão Empresarial e
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Curso Técnico em Meio Ambiente

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Quadro 1 - Trechos da Apostila Gestão de Logística
GESTÃO DE LOGÍSTICA
Hipotexto Hipertexto Comentários
No estudo da gestão de materiais No estudo da gestão de materiais e Como se pode ver, o revisor utiliza a
e patrimônio, temos que oferecer patrimônio, temos que oferecer um estratégia de adição para acréscimo de
um olhar, crítico e direcionado olhar, crítico e direcionado para o informação complementar.
para o mercado. Devemos sair das mercado. Devemos sair das fronteiras
fronteiras da organização (cálculos, da organização (cálculos, planilhas,
planilhas, qualidade), e trabalhar qualidade), e trabalhar numa
numa perspectiva integrada e com perspectiva integrada e com uma Entendemos que o objetivo seja antecipar
uma abordagem logística. abordagem logística. assuntos a serem estudados, visando dar
ao aluno a oportunidade de inferir, concluir
Para que isso ocorra, é importante antecipadamente sobre o conteúdo, para
conhecer os setores envolvidos durante o estudo checar suas hipóteses,
nesse processo: Compras, PCP – o que contribui para o entendimento do
Planejamento e Controle de Produção, texto.
Almoxarifado, Expedição, Transporte
e Distribuição, lembrando sempre de
assegurar o patrimônio da empresa.
Em relação a este aspecto existe, Em relação ao aspecto da Utilização da estratégia de substituição
também, grande variação de administração de materiais existe, para verbalização do contexto expresso
empresa para empresa. também, grande variação de empresa pelo dêitico “este” pronome demonstrativo
para empresa. objetivando explicitude.

Essa reformulação visa explicitar a


informação que está no título, eliminando
possíveis dúvidas do leitor quanto ao
referente do pronome “este”, visando
maior clareza.
A uma tendência em unificar os Há uma tendência em unificar os Utilização da estratégia de regularização
padrões por meio do ANSI X400. padrões por meio do ANSI X400. linguística na substituição do A por Há
para correção gramatical.

Quadro 2 - Trechos da Apostila Processos de Conservação


PROCESSOS DE CONSERVAÇÃO
Hipotexto Hipertexto Comentários
É com grande satisfação que apresentamos É com grande satisfação que Utilização da estratégia de
a apostila do componente curricular Estudos apresentamos o material Processos substituição para tratamento
dos Processos de Conservação do Curso de Conservação do Curso Técnico em estilístico com seleção de novas
Técnico em Meio Ambiente... Meio Ambiente ... opções léxicas e eliminação de
termos que foram substituídos.
Tal sentimento ocorre uma vez que temos O nosso objetivo é fornecer Utilização da estratégia de
como objetivo, fornecer as informações informações básicas sobre a condensação para dar mais
básicas sobre a legislação ambiental Legislação Ambiental Brasileira, os objetividade9 ao conteúdo.
brasileira, os sistemas de gestão sistemas de gestão ambiental,
ambiental,...
... de encontrar uma maneira de atender à ... de encontrar uma maneira de Utililzação da estratégia de
demanda industrial e doméstica respeitando atender às demandas industrial e regularização linguística para
as áreas de preservação permanente... doméstica respeitando as áreas de correta concordância nominal.
preservação permanente...

Na coluna Comentários, registramos exemplos de modificações em palavras, sentenças e parágrafos

Objetividade é uma palavra polissêmica, pode significar tanto a neutralidade quanto justeza, isto é, adequação a um referente. Na linguagem,
9

na verdade, não há nem uma nem outra. O que há são efeitos de sentidos produzidos, no primeiro caso, por um apagamento das marcas de
enunciação no enunciado e, no segundo, por um controle dos termos mais nitidamente avaliativos. Objetividade lingüística não existe, mas, por
meio de certos procedimentos, chega-se ao efeito de sentido de objetividade. (FIORIN, 2005, p. 99-100)
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em que o revisor atuou diretamente no registro linguístico, com implicações diretas no discurso. E, já
que alteram o discurso, as alterações no registro linguístico podem transformar um texto em outro – na
mesma língua.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na análise contrastiva realizada entre hipotexto e hipertexto, foi-nos possível verificar que a revisão
linguística procurou deixar o texto mais claro, mais objetivo, melhor organizado e gramaticalmente
correto, adequando-o ao gênero apostila didática. A linguagem apresentou-se simplificada, denotativa,
prescritiva e avaliativa de acordo com o perfil dos estudantes a que se destina. Isso nos fez entender o
gênero didático como um gênero científico, em oposição ao gênero literário, na busca de objetividade,
clareza, propriedade vocabular, rejeitando os ornamentos do discurso.

Os elementos linguísticos foram privilegiados para aumentar a potencialidade da função pedagógica do


texto didático. E, assim, observamos que o caráter e os modos de utilização da língua pelo revisor variam
de acordo com a forma como ele interage com o texto, tendo em vista o leitor, buscando deixar o texto
mais claro para ser melhor compreendido.

Foi nosso objetivo mostrar, por meio desta análise, a revisão linguística como um processo tradutório
que permite a transformação de um texto em outro por meio de alterações no registro linguístico.
Contudo, a tradução intralingual não foi vista como enunciação – ato pelo qual a língua é mobilizada
pelo autor por sua própria conta, convertendo-a em discurso pelo emprego que faz dela – pois o revisor
não se configura como autor, mas sim como um duplo sujeito interpretante e comunicante que altera
o texto original à medida que o compreende. Dessa forma, estabelecem-se mecanismos de diálogo
entre material e aluno de maneira mais eficiente, buscando aproximar a linguagem do material com o
arcabouço cultural do aluno.

No uso das estratégias linguísticas de mudança – subtração, adição, substituição, transposição e


regularização – o revisor, embora altere o registro, mostra-se comprometido com o conteúdo do original.
Ainda que busque a objetividade, no uso das denotações impressas nas descrições e na busca de uma
gramaticalidade lógica para isenção de efeitos polissêmicos, com o intuito de apurar o gênero didático
e assim torná-lo mais técnico, é possível reconhecer a importância e prioridade do hipotexto, texto base
no processo de revisão, quando o revisor não apaga algumas marcas de subjetividade contidas nele
como, por exemplo, em: “[...] temos que oferecer um olhar crítico [...]”; “[...] devemos sair das fronteiras
da organização [...]”; “É com grande satisfação que apresentamos [...]” Nesse sentido, o hipertexto
não rompe com o hipotexto, embora endosse o gênero didático e apresente-se linguisticamente mais
aprimorado, mais técnico, seguindo um modelo de organização discursiva própria para o ensino.
Este trabalho pretendeu contribuir para um entendimento mais aprofundado de uma das modalidades
de tradução intralingual: a revisão linguística, como também mostrar a responsabilidade que esse tipo
de trabalho impõe ao profissional de Letras. Exige-se desse profissional, no papel de tradutor, um grande
compromisso com a tarefa de traduzir o texto, na busca do respeito à ideia original expressa pelo autor,
além das correções gramaticais adequadas, tendo o cuidado de não prejudicar a construção do sentido
ou alterá-lo significativamente.

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