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INVENTÁRIO

FLORESTAL

Profa. Alba Valéria Rezende

EFL-FT-UnB
AULA 2
2 - TEORIA DA AMOSTRAGEM
2.1 CONCEITOS BÁSICOS

• 2.1.1 AMOSTRAGEM
• Observar apenas parte representativa da floresta e
obter estimativas precisas desta população;

• Informações desejadas: < tempo e < custo que censo;

• informações até mais confiáveis que obtidas no censo.

• Estimadores dos parâmetros


INTENSIDADE DE AMOSTRAGEM –
Número de parcelas ou unidades
amostrais necessárias para atingir uma
precisão específica ou exigida no IF;

PRECISÃO, ERRO DE AMOSTRAGEM OU


ERRO AMOSTRAL

BIAS OU VIÉS OU ERRO SISTEMÁTICO

ACURACIDADE OU EXATIDÃO

De um modo geral é impossível realizar


um inventário florestal na ausência de
erros
2.1.2 ERROS NUM INVENTÁRIO FLORESTAL

a) Erro amostral ou de amostragem ou Precisão calculada


do inventário

• Devido a parte da população não amostrada

• Obtido a partir do erro padrão da média, se considerar os erros


não-amostrais são nulos.

• Função de: tamanho da amostra, variabilidade das unidades


amostrais e do método e processo de amostragem.
b) Erros não-amostrais ou Erros sistemáticos ou Viés ou Bias

• Ocorrem na amostragem e no censo;


• Diferença entre média de repetidas medições ou estimativas e seu
verdadeiro valor;
• Expressa tamanho dos desvios de uma amostra em relação a média
estimada;
• Contribuem para a magnitude do erro total do inventário;
• Podem ser maiores que os erros amostrais;
• São não quantificáveis;
• Podem ser: erro instrumental, erro humano, erro de metodologia;
• Como evitar: supervisão e conferência efetiva das etapas do
inventário (definição de processo e método de amostragem, coleta
de dados, análise de dados, treinamento de equipes, equipamentos
calibrados etc).
ACURACIDADE OU EXATIDÃO
•Diferença entre média estimada (amostragem) e média
paramétrica (censo), incluindo os erros não amostrais.

•Indica o quão próximo um valor observado está do valor


verdadeiro;

•Valor que interessa conhecer no inventário florestal, mas,


devido as dificuldades de obtenção, utiliza-se a precisão.

EXATIDÃO = PRECISÃO + BIAS


2.1.3 INTENSIDADE DE AMOSTRAGEM (n)

• Fração da amostragem

“n” pode ser determinado em função de:

a) Variabilidade da floresta, precisão requerida e nível de


significância
E = Eabsoluto requerido = E%(Erro relativo requerido)*média dos dados observados
• População Finita População Infinita
Variância (S²), Desvio Padrão ou Erro Padrão (S)
e Coeficiente de variação (CV)
- Medidas de dispersão que levam em conta o modo como as
observações se distribuem ou se agrupam.

- Avaliam o modo como os dados flutuam em torno da média.

Variância = soma de quadrados das diferenças ou desvios entre um


valor observado na amostra e a média aritmética da amostra, dividido
pelo tamanho da amostra menos um (grau de liberdade).

CV = desvio ou erro padrão expresso em percentagem. Pode ser:

Baixo = CV < 10%


Médio = 10%  CV < 20%
Alto = 20%  CV < 30%
Muito Alto = CV  30%

MEDEM A DISPERSÃO DOS DADOS EM TORNO DA MÉDIA DE TODOS OS


DADOS
b) Tempo e recursos disponíveis

•Não fixa precisão requerida;

•Ct = Custo total do inventário;


•Co = Custos fixos de planejamento, equipamentos, análise
de dados e elaboração do relatório;
•Cm = custo médio de medição por unidade amostral.

•Se houver valores de média e variância da floresta, pode-


se estimar a precisão do inventário com a intensidade
amostral definida em função dos custos.
2.1.4 CUSTO DE UM INVENTÁRIO FLORESTAL

INFLUENCIADO POR:

•Tipo de informação requerida (volume, densidade, diversidade de


espécies, crescimento etc);
•Erro máximo especificado para as estimativas (precisão requerida do
inventário);
•Variabilidade da variável de interesse;
•Tamanho da população;
•Grau de estratificação da floresta;
•Acessibilidade a floresta, topografia, características do terreno;
•Disponibilidade de equipe treinada;
•Disponibilidade de tempo.
2.2 CLASSIFICAÇÃO DA AMOSTRAGEM
2.2.1 SEGUNDO A PERIODICIDADE

• UMA OCASIÃO

• MÚLTIPLAS OCASIÕES

2.2.2 SEGUNDO A ESTRUTURA

• AMOSTRAGEM ALEATÓRIA

• Amostragem Irrestrita ou Inteiramente Aleatória


• Amostragem Restrita

• AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA

• AMOSTRAGEM MISTA
AMOSTRAGEM ALEATÓRIA

• SEM RESTRIÇÃO • COM RESTRIÇÃO


• Exemplo: Amostragem Aleatoria
Simples ou Amostragem Casual
Simples • Existe algum impedimento
• Todas as parcelas têm para que todas as parcelas
igual chance de serem tenham igual chance de
sorteadas; serem sorteadas.
• Supor uma área de 80 • Situação de floresta com
hectares dividida em estratos diferentes.
unidades amostrais de 1 • Restrições:
hectare. • Estratos maiores terão um
• Sortear aleatoriamente 10 maior número de unidades
parcelas amostrais sorteadas;
• Estratos mais heterogêneos
terão um maior número de
unidades amostrais
sorteadas;
Amostragem Aleatória sem restrição
Amostragem Aleatória com restrição
Amostragem Aleatória com restrição
2.2.3 SEGUNDO A ABORDAGEM DA POPULAÇÃO

•A) Método de Amostragem: aborda a unidade amostral

• Método de Área Fixa, Método de Bitterlich, Método de Prodan, Método de


Strand, Método 3-P, Método do Ponto Quadrante

•B) Processo de Amostragem: aborda o conjunto de unidades amostrais

• B1) Para uma ocasião

• B.1.1 - Aleatório

• B.1.1.1 - Aleatório Irrestrito – Amostragem Inteiramente Aleatória

• B.1.1.2 - Aleatório Restrito


• a)Amostragem Estratificada
• b) Amostragem em Dois Estágios
• c) Amostragem em Múltiplos Estágios
• B.1.2 - Sistemático

• a) Único Estágio
• b) Múltiplos Estágios

• B.1.3 - Misto
• a) Amostragem em Conglomerados
• b) Amostragem Sistemática com Múltiplos Inícios Aleatórios

• B.2 - Para múltiplas ocasiões

• a) Amostragem Independente
• b) Amostragem com Repetição Total
• c) Amostragem Dupla
• d) Amostragem com Repetição Parcial

• C) Sistema de Amostragem – aborda ambos, processo e método

• AMOSTRAGEM SUBJETIVA – NA ÁREA FLORESTAL NÃO É RECOMENDADA


Objetivo

➢Sistematizar e padronizar todos os


procedimentos envolvidos no levantamento da
vegetação;

➢Ordenar atividades e tarefas, mas, prevendo


eventuais problemas e riscos durante a
execução do IF.
Principais informações para o Planejamento de um IF:

➢ Definir os objetivos (objetivo principal e objetivos específicos);

➢ Descrever a área a ser inventariada;

➢ Definir aspectos técnicos do IF: metodológicos e tecnológicos;

➢ Definir aspectos organizacionais do IF;

➢ Definir tempo e recursos disponíveis para o IF (humano e financeiro);

➢ Identificar os responsáveis pela execução das operações do IF:

➢ levantamento de dados em campo, análise de dados,


elaboração do relatório técnico final com apresentação dos
resultados.


- Caracterizar a área: mapas e cartas cartográficas da região,
fotografias aéreas, imagens de satélite, registros históricos,
levantamentos florestais anteriores realizados na área, etc.

- Descrever o local:

- Área total da floresta;

- Localização (país, estado, cidade etc), latitude, longitude;

- Coordenadas geográficas (GPS);

- Caracterizar solo, topografia, relevo, clima, vegetação etc;

- Limites da área;

- etc


- Definir, organizar e treinar equipes de campo;

- Descrever as tarefas para cada membro da equipe (medir


diâmetro, medir altura; coletar material botânico; anotar dados;
coletar solos, etc)

- Definir transporte em função das condições de acesso (estradas,


trilhas, rios etc);

- Definir condições de hospedagem e alimentação durante o


levantamento em campo, etc.


- Definir os métodos e processos de amostragem;

- Definir equipamentos a serem utilizados;

- Definir técnicas de coleta de dados e de análise de dados;

- Definir a precisão exigida para o Inventário Florestal (5%; 10%, 20% etc)
e o nível de significância ou probabilidade (α = 5% ou P=95%; α = 10%
ou P=90%; α = 1% ou P=99%).


Lei 9.605: “dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências”, prevê as devidas punições legais
referentes à prestação de informações falsas aos
órgãos ambientais.
Art. 69: elaborar ou apresentar, no licenciamento,
concessão florestal ou qualquer outro procedimento
administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total
ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão,
sujeita o infrator a pena de reclusão de (3) três a (6) seis
anos, e multa.
Parágrafo 2º: a pena pode ser aumentada em 1/3 a
2/3, se houver dano significativo ao meio ambiente,
decorrente de uso da informação falsa, incompleta ou
enganosa.
O simples fato de coletar dados de forma desordenada,
sem planejamento ou incompleto, pode induzir o
pesquisador e /ou consultor, a cometer erros graves em
seus laudos, tendo ele que responder pelas informações
prestadas, estando ou não ciente do erro.
Principais erros no planejamento do trabalho de campo:

1 - Ir para campo sem conhecer a área de estudo;


- coleta inadequada de dados, pois, existem prazos para finalizar o
campo e o orçamento previsto é um dos fatores limitantes.

2 – Falta de conhecimento técnico;


Muitos consultores oferecem serviços que não estão aptos a
desempenhar, para atender a demanda contratada.

3 – Falta de logística bem definida;

4 – Realizar o trabalho de campo sem a presença de alguém que


conheça bem a área: Importante a presença de alguém da região,
como um mateiro
Principais erros no planejamento do trabalho de campo:

5 - Não considerar a ocorrência de imprevistos (riscos): problemas


decorrentes do clima, perda ou danos em equipamentos, acidentes
com membros da equipe (suplente ou substituto), dificuldade no
acesso as áreas onde as parcelas serão implantadas, dentre outros.

6 – Não ter conhecimento sobre os custos e o tempo necessário para


realizar cada atividade;

7 – Não ter uma equipe técnica treinada e eficiente;


Inventário florestal completo pode fornecer diversas
informações:

• Estimativa de área;
• Descrição da topografia;
• Mapeamento da propriedade;
• Descrição de acessos;
• Facilidade de transporte;
• Estimativa da quantidade e da qualidade de diferentes recursos
florestais (volume, biomassa, carbono, características da florística,
produção de não madeireiros etc);
• Estimativa de crescimento (se o inventário for realizado mais de uma
vez).
Soares et al. (2011)
COMO ELABORAR A PROPOSTA E O CONTRATO DE INVENTÁRIO FLORESTAL:

- Conhecer o objetivo ou objetivos do IF;

- Determinar os custos por atividade ou por grupo de atividades;

A proposta deve:

a) Incluir todos os itens previstos no IF;

b) Prever folgas financeiras que possam cobrir fatalidades, evitando que o


risco implique em prejuízo financeiro;

c) Ter redação clara


ALGUNS
VÍDEOS
INTERESSANTES
NO YOUTUBE
PARA A
DISCIPLINA
INVENTÁRIO
FLORESTAL
https://www.youtube.com/watch?v=Luet4F2qVbo

https://www.youtube.com/watch?v=BNGo7UGbKTs

https://www.youtube.com/watch?v=6ve2_mAMAgk

https://www.youtube.com/watch?v=dTgcQnU3mOg

https://www.youtube.com/watch?v=FCieYAgM09E

Vídeo que ensina usar o excel:


https://www.youtube.com/watch?v=9OIWw2h7al0

Vídeo do IFN: https://www.youtube.com/watch?v=Vz92TLC4ReM

https://www.youtube.com/watch?v=g-4d8UN7ZyE

Curva do Coletor:
https://www.youtube.com/watch?v=D2afWGhtL5M

Inventário de Santa Catarina


https://www.youtube.com/watch?v=PiNjGXt-
Jvk&list=PLLCIDTaS6A7DNA_jhK_mrUnFYVlINJNgl&index=16&t=53s
Fitossociologia – Análise
https://www.youtube.com/watch?v=8EQeMtKzvPs&list=PLLCIDTaS6A7DNA_jh
K_mrUnFYVlINJNgl&index=33

Obtendo a distribuição diamétrica no Excel


Eric Gorgens

Modelando a distribuição diamétrica no Excel


Eric Gorgens

Método BDq no Excel


Eric Gorgens

Tempo de passagem no Excel


Eric Gorgens

Cadeia de Markov no Excel


Eric Gorgens

Cálculo da estrutura horizontal e vertical da Floresta


https://www.matanativa.com.br/blog/calculos-da-estrutura-horizontal-e-
vertical/

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