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INTRODUÇÃO

Quando produzimos uma obra, seja uma música, um poema, um texto,


um livro, enfim, independente de sua natureza, nós queremos ser reconhecidos
por nossa criação. Isso é natural no ser humano, e não há nada de errado
nisso.
Após escutar alguns relatos de pessoas que não conhecem os seus
direitos sobre suas criações; após ouvir muitos clientes me dizerem que não
tem nenhuma ideia de como se resguardar sobre os direitos de suas obras, eu
decidi fazer esse e-book para esclarecer algumas dúvidas sobre esse assunto,
que ainda geram muita polêmica no meio musical e artístico.
Com este e-book espero poder te nortear sobre esse processo
burocrático que gira em torno do direito autoral, processo este que muitos
falam, mas, poucos entendem realmente como funciona.
Nas próximas páginas você terá acesso exclusivo a esse tema e poderá
entender esse processo como um todo, do início ao fim.
Este conteúdo é resultado de uma vasta pesquisa em vários sites, nas
leis que constam na Constituição Federal, e de conversas com pessoas que
passam ou já passaram pela dificuldade para entender como esse universo
funciona.
Por se tratar um tema vasto e com várias peculiaridades, não vou entrar
em muitos detalhes, me atento mais a detalhes sobre o mercado musical, pois,
o meu objetivo é esclarecer as questões para vocês que atuam neste mercado,
podendo orientá-los e norteá-los sobre como funciona todo esse processo. No
entanto, se você tem interesse em se aprofundar mais sobre o tema, sugiro
que você mesmo pesquise em livros, artigos, revistas e sites que tratam da
questão.

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DEFINIÇÕES:

Como este assunto é muito amplo, vou começar te explicando o que são
alguns termos que eu usarei no decorrer deste livro. São eles:

- Fonograma: é um arquivo de áudio gravado em estúdio.


- Ideofonogramas: é um arquivo de áudio gravado em um clipe.
- UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro
- ISRC: é um código que é gerado durante o processo de masterização e serve
para dizer que aquela música é sua e, também, para ser rastreada sempre
que for tocada numa rádio, eventos públicos, etc.
- E
- CAD (Escritório Central de Arrecadação): é o órgão, aqui no Brasil,
responsável por fazer esse rastreio e o pagamento para os artistas
sempre que for identificado que sua música foi tocada.
- Associações Nacionais: a única maneira de cadastrar sua obra no ECAD
é através de 01 das sete associações vinculadas ao EACD
- Produtor fonográfico: é a pessoa física ou jurídica que fará o cadastro da
sua música no ECAD.
- Direito de Autor: é quem criou a obra, quem compôs a música, mesmo
que seja numa nova versão, ainda, cabe à pessoa que tenha editado
sua música.
- Direito Conexo: é quem participou de sua música de alguma forma,
sendo músicos executantes, intérpretes e, é aqui que o produtor
fonográfico ganha sobre sua música também.
- Música mecânica: é quando há utilização de fonograma
- Execuções musicais ao vivo: são apresentações, por exemplo, em
shows.

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CAPÍTULO 1: COMO GARANTIR SEUS DIREITOS SOBRE SUAS
OBRAS

Esclarecido esses termos, vamos entender as diferenças entre Direito


Moral e Direito Patrimonial, para que você possa entender como garantir seus
direitos sobre suas obras. Eu escuto muito a seguinte pergunta: “Como eu
posso ganhar dinheiro na música?” Bom, a resposta é simples. Uma das
formas para se ganhar dinheiro na música é através dos Direitos autorais.
O Direito Autoral pode ser moral ou patrimonial, já explico.
Direito Moral diz respeito aos créditos do autor sobre sua obra, ou seja,
é o direito que ele tem de ser reconhecido como autor, também garantindo que
a obra permaneça como foi criada; é um tipo de direito que é irrenunciável,
permanente e intransferível, o autor não pode abrir mão de sua obra, não pode
vendê-lo e nem transferi-lo para ninguém.
Já o Direito Patrimonial, como o próprio nome diz, refere-se à Obra
enquanto patrimônio econômico. Ou seja, é este direito quem permite a
exploração comercial da obra.
Diferente do Direito Moral (do qual o autor não pode abrir mão ), o
Direito Patrimonial será do autor por tempo determinado.
Agora, vamos entender melhor como funciona a garantia dos seus
direitos sobre sua música.
Bom, primeiramente é necessário que sua obra seja registrada em seu
nome. Qualquer pessoa (inclusive você) pode realizar este registro. Ele é feito
na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Para realizar o Registro você vai precisar de:
- Letra da Música (Impressa)
- Partitura da Melodia principal da música
- Comprovante de Pagamento
- Formulário de Registro Autoral (2 vias)

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Bem, uma vez realizado o registro, você receberá em sua casa um
Certificado de Autoria em papel timbrado pela UFRJ.
O primeiro passo foi, então, concluído. Você já é o Autor Moral legal da
Música.
Feito o primeiro passo, agora você precisa gravar a sua música, tendo
gravado a sua música em um estúdio de música, é preciso criar um código
para que sua música seja reconhecida, este código é o ISRC (Internacional
Standard Recording Code), que é um código internacional de fonogramas
(músicas, gravações) e ideofonogramas (clipes). É uma espécie de CPF da
música, como vimos, ele serve para rastrear a sua música e, garantir os seus
direitos sobre a obra; o ISRC precisa, obrigatoriamente, do registro do produtor
fonográfico.
O ISRC é composto por 12 caracteres alfanuméricos, utilizando números
e letras, que contém a informação de onde, quando e quem possui a gravação
(fonograma). Como podemos identificá-lo:

BR-XXX-08-00001

- BR é a sigla do país onde foi gerado o ISRC


- XXX contém a sigla (sempre 03 dígitos), correspondente ao
código do produtor fonográfico responsável pelo ISRC
- 08 é o ano em que o código foi gerado
- 0001 é um número sequencial, ou seja, o primeiro ISRC gerado
pelo sistema sai com o número 0001 e os seguintes serão 0002,
0003, e assim por diante.

Uma vez que o código ISRC foi gerado, o próximo passo é cadastrar sua
obra no ECAD (Escritório de Arrecadação), porém, para que sua música seja
registrada no ECAD, será necessário a intermediação desse processo através

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de uma das sete associações que o representam, são elas: (ABRAMUS,
AMAR, ASSIM, SICAM, SBACEM, SOCIMPRO e UBC).
No final do livro você poderá acessar os links de todas as Associações
para ver com qual você mais se identifica.
A seguir você vai entender rapidamente como funciona todo o processo
para que você possa exigir seus direitos sobre sua obra.
Por exemplo:

Criação da música > Registro na UFRJ > Gravação da música > Produtor
fonográfico > Inscrição numa Associação de música nacional > ECAD > Você.

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CAPÍTULO 2: ENTENDA COMO FUNCIONA O PROCESSO DE
CADASTRO DE OBRAS

Agora que já vimos como funciona todo o processo de registro, vamos


entender como funciona o processo de cadastro de obras. Agora você vai
entender qual é a diferença de registrar uma música na UFRJ e de cadastrar
sua música no ECAD.
A diferença entre registro e cadastro de obra intelectual, é que, o registro
é feito na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e serve para
reconhecer o autor da obra; já o cadastro de obras, pode ser feito no ECAD
(Escritório Central de Arrecadação), esse cadastro vai servir para garantir que
o (s) titular (ares) da (s) obra (s), receba devidamente pela execução pública de
sua obra.

2.2 COMO É FEITA A DISTRIBUIÇÃO

Tranquilo até aqui, certo? Então, vamos entender como o dinheiro


arrecadado por sua música chega até você.
Os valores arrecadados vão para o ECAD, este, por sua vez, faz a
identificação das músicas e depois faz a distribuição dos valores. Agora, é
importante você saber quem quem tem direito a que na sua música, pois,
inclusive os músicos que tocaram com você tem direito à parte desses valores.
Para que estes valores sejam repassados adequadamente, no momento que
sua obra for cadastrada pelo produtor fonográfico, em uma das associações
vinculadas ao ECAD, neste cadastro já deve ser informado todas as pessoas
que tiveram alguma participação na sua música.
Vai mais alguns detalhes importantes para você saber quem tem direito
a que na sua música:

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● Quem são os titulares de direitos de autor:

- Autores / compositores
- Versionistas
- Editores

● Quem são os autores de direitos conexos:

- Intérpretes
- Músicos executantes
- Produtores fonográficos

Segue mais algumas observações sobre a distribuição dos valores


arrecadados sobre sua música: Esses valores arrecadados são diferenciados
de acordo com os tipos de utilização das músicas; no caso de música
mecânica, como há utilização de fonogramas, tanto os titulares dos direitos
autorais quanto os de direitos conexos (intérpretes, músicos e produtores
fonográficos / gravadoras) recebem suas devidas retribuições, porém, quando
falamos em execuções musicais ao vivo - como em shows - apenas os titulares
de direitos de autor tem direito a receber os valores arrecadados nessas
execuções em 100%.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.abramus.org.br/musica/720/isrc/

http://www.abramus.org.br/musica/346/cadastro-de-cue-sheets/

http://www.ecad.org.br/pt/direito-autoral/Legislacao/Paginas/Constituicao-Federal.aspx

http://www.ecad.org.br/pt/direito-autoral/o-que-e-direito-autoral/Paginas/default.aspx

Links das Associações de músicas nacionais:

http://www.abramus.org.br/

http://www.amar.art.br/public_html/

http://www.assim.org.br/

http://www.sbacem.org.br/sbacem-novo/

http://www.socinpro.org.br/site/

http://www.sicam.org.br/

http://www.ubc.org.br/

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