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Data: 09/07/2017
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Data: 09/07/2017
Coordenador da Pós-graduação Lato Sensu do FGV Law Program – Rafael Alves de Almeida
1. Caso Gerador:
2. Introdução
1
Além da Lei de Direitos Autorais (Lei Federal nº 9.610/98), a matéria é regida no Brasil pelos seguintes diplomas: i)
Convenção de Berna (Decreto nº75.699, de 6 de maio de 1975.), que disciplina a Proteção das Obras Literárias e Artística;);
ii) Convenção de Roma (Decreto nº 57.125, de 19 de outubro de 1965), que trata da proteção aos artistas intérpretes ou
executantes, aos produtores de fonogramas e aos organismos de radiodifusão; e iii) o Acordo TRIPS - Acordo Sobre
Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados Ao Comércio (Decreto nº 1.355, de 30 de Dezembro de
1994),
4
De acordo com a Lei de Direitos Autorais, o titular da obra musical é o seu autor,
entendido como a pessoa física criadora da obra3 e identificado como aquele que tiver
indicada ou anunciada essa qualidade na sua utilização4.
Já o titular do fonograma é o seu produtor5 (usualmente chamado de “gravadora”),
pessoa física ou jurídica que toma a iniciativa e tem a responsabilidade econômica da primeira
fixação do fonograma6.
Cumpre notar que, em relação ao fonograma, também incidem os direitos conexos
dos artistas que tiveram suas interpretações ou execuções nele fixadas7.
2
“As versões de 'Garota de Ipanema' pelo mundo”. Jornal O Globo. Disponível em:
http://infograficos.oglobo.globo.com/rio/bairros/as-versoes-de-garota-de-ipanema-pelo-mundo.html. Acessado
em 03 de julho de 2017.
3
Artigo 11 da LDA.
4
Artigo 13 da LDA.
5
Artigo 93 da LDA.
6
Artigo 5º, XI, da LDA.
5
Ter a titularidade sobre esses direitos autorais e conexos significa dizer que cabe
somente ao titular da obra musical ou do fonograma utilizar, fruir e dispor da obra ou
fonograma8 ou autorizar o seu uso por terceiros9. E é através do exercício dessas faculdades
que os titulares irão explorar economicamente suas obras musicais e fonogramas, sendo as
principais para o mercado fonográfico a “autorização de uso” (licenciamento) e a
“disposição” (cessão).
7
Art. 90 da LDA.
8
Art.28 e 92 da LDA.
9
Art. 29
10
COSTA NETTO, José Carlos. “Direito Autoral no Brasil”, 2ª ed., São Paulo, FTD, 2008. pg. 221
6
“verificaremos que neste núcleo muito amplo dos atos chamado de cessão, vamos
ter e distinguir como figuras perfeitamente caracterizadas, e tecnicamente muito
diferentes
- transmissão
- oneração
- licença ou autorização
- sucessão
A transmissão é a cessão total, ou pelo menos global.
A oneração é a constituição de um direito derivado. Nela se compreendem as
chamadas cessões parciais.
A licença cria um direito não exclusivo de utilização”11
A verdade é que há uma grande diferença entre essas figuras jurídicas e suas
respectivas consequências, especialmente no que diz respeito às cessões e licenças.
Hércoles Tecino Sanches, de forma sucinta, aponta a diferença entre essas figuras
jurídicas:
11
ASCENÇÃO , José de Oliveira. “Direito Autoral”, 2.ed., Rio de Janeiro, 1997. p.292.
7
6. Modalidades de uso
Como sabido, não existe uma única forma de utilização de obras autorais e
fonogramas. Com efeito, o artigo 29 da Lei de Direitos Autorais apresenta um rol
exemplificativo de maneiras como uma obra autoral e/ou um fonograma pode ser utilizado:
“Art. 29. Depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por
quaisquer modalidades, tais como:
I - a reprodução parcial ou integral;
II - a edição;
III - a adaptação, o arranjo musical e quaisquer outras transformações;
IV - a tradução para qualquer idioma;
V - a inclusão em fonograma ou produção audiovisual;
VI - a distribuição, quando não intrínseca ao contrato firmado pelo autor com
terceiros para uso ou exploração da obra;
VII - a distribuição para oferta de obras ou produções mediante cabo, fibra ótica,
satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da
obra ou produção para percebê-la em um tempo e lugar previamente determinados
por quem formula a demanda, e nos casos em que o acesso às obras ou produções se
faça por qualquer sistema que importe em pagamento pelo usuário;
VIII - a utilização, direta ou indireta, da obra literária, artística ou científica,
mediante:
a) representação, recitação ou declamação;
b) execução musical;
c) emprego de alto-falante ou de sistemas análogos;
d) radiodifusão sonora ou televisiva;
e) captação de transmissão de radiodifusão em locais de freqüência coletiva;
f) sonorização ambiental;
g) a exibição audiovisual, cinematográfica ou por processo assemelhado;
h) emprego de satélites artificiais;
12
SANCHES, Hércoles Tecino. “Legislação autoral”, São Paulo, LTR, 1999, pg.150 apud José Carlos Costa
Netto, Direito Autoral no Brasil, 2ª ed., São Paulo, FTD, pg. 220
8
Considerando que a utilização da uma obra deve ser previamente autorizada pelo
seu titular (art. 29 da LDA), a independência das modalidades de uso garante que o titular seja
remunerado por cada uma das modalidades de uso que façam de sua obra ou fonograma. No
exemplo suscitado acima da fixação de uma obra musical traduzida, o produtor fonográfico
deveria obter a autorização do titular da obra musical para poder fazer tanto a tradução como
a inclusão da obra em um fonograma. O licenciamento de uma dessas modalidades não
aproveita a outra modalidade, ou seja, são dois licenciamentos distintos que exigem
pagamentos distintos.
A importância destes conceitos é essencial na hora de elaborar e analisar os
contratos de licenciamento e cessão de direitos autorais e conexos.
Tendo em vista que a Lei de Direitos Autorais determina expressamente que
negócios jurídicos sobre os direitos autorais e conexos interpretam-se restritivamente13, os
13
Art. 4º da LDA.
9
14
Art. 49, VI, da LDA.
15
Art. 49, V, da LDA.
16
As mídias físicas são, por exemplo, o CD, o DVD, o LP, a fita K7.
10
7. O mercado fonográfico
O mercado fonográfico (no qual é possível admitir que o streaming de música está
inserido) se caracterizou – ao menos até o final dos anos 2000 – principalmente pela
comercialização de “discos”, os antigos LPs que depois foram sucedidos pelos CDs e DVDs.
Ocorre, contudo, que os diferentes tipos de “discos” não passam de distintas
mídias ou (suportes físicos) nas quais são fixados os fonogramas.
Portanto, o mercado fonográfico pode ser definido como aquele que tem como
escopo a exploração econômica de fonogramas através do licenciamento do seu uso para
consumidor. Toda vez que um CD é vendido, o produtor fonográfico está fornecendo ao
consumidor, além da mídia física, uma licença de uso daquele fonograma.
Ocorre que, como já visto, na verdade, o fonograma envolve três direitos distintos:
i) os direitos autorais do compositor sobre a sua composição cuja execução foi fixada no
fonograma; ii) os direitos do artista sobre a sua interpretação da obra musical; e iii) os direitos
do produtor sobre a fixação fonográfica.
Os titulares desses direitos, por meio de contratos de licença e cessão de direitos
se organizam para permitir a produção do fonograma e a sua comercialização pelas
gravadoras (produtores fonográficos), que sempre foram os protagonistas do mercado
fonográfico.
Para entender este arranjo, em primeiro lugar é preciso mencionar como funciona
a gestão de direitos das obras musicais. Como já aludido, é o autor quem detém a titularidade
dos direitos sobre a sua composição musical. Ocorre que a gestão destes direitos
tradicionalmente é exercido pela editora musical, como elucida Mariana Giorgetti Valente:
“Historicamente, a existência dos editores esteve ligada à dificuldade imposta aos autores
de ao mesmo tempo produzir e vender os suportes físicos que viabilizam sua obra. Por
todo o mundo, os contratos de edição começaram a ser realizados mediante o
estabelecimento de porcentagens dos direitos dos autores para os editores, que cuidariam
da divulgação e venda das obras. Capitalizados, os editores eram também materialmente
mais capazes de fundar as entidades que cobrariam sobre a utilização de obras, e dar
adiantamentos aos autores, quando fosse o caso; assim, de uma forma ou de outra,
participariam do poder centralizado dessas entidades, não somente auferindo os
benefícios estipulados contratualmente, mas também gerindo as obras musicais em nome
dos autores (MORELLI: 2000, p. 48)”17
17
FRANCISCO, Pedro Augusto Pereira & VALENTE, Mariana Giorgetti (Org.). “Da rádio ao streaming:
ECAD, direito autoral e música no Brasil”. 1. ed. - Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2016, pg. 30.
11
Contrato de licença
de direitos de Gravadora
inclusão em
fonograma entre Contrato gravação
Editora e Gravadora entre Artista e
Gravadora
Contrato de Edição
entre autor e Editora Editora
Artista
Autor
18
Folha Online. “Gilberto Gil obtém recurso no STJ e discute rescisão com a Warner”. Disponível em
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u18012.shtml. Acesso em 08 de julho de 2017.
13
19
A distribuição de direitos de execução pública apresenta diversas peculiaridades conforme as características da
execução pública realizada pelo licenciado (chamado de usuário musical) e é regida pelo Regulamento de
Distribuição do Ecad, disponível em http://www.ecad.org.br/pt/eu-faco-musica/Regulamento-de-
Distribuicao/Documents/Regulamento%20Distribui%C3%A7%C3%A3o_2016.pdf. Último acesso em 08 de
julho de 2017.
20
Quando o pagamento envolve execução pública que não houve a utilização de fonogramas, o valor a ser
distribuído, descontada as taxas de administração do Ecad e da respectiva associação, remunera integralmente os
titulares de direitos autorais sobre a obra musical.
21
Salvo nos casos em que a Associação atribuir os percentuais de participação para as categorias de Intérprete e
Produtor Fonográfico, de forma manual.
15
9. Os serviços de streaming
22
SOPRANA, Paula. “Streaming dá o maior fôlego à indústria de música desde o fim dos anos 1990”.
Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/experiencias-digitais/noticia/2016/09/com-streaming-industria-da-
musica-tem-maior-crescimento-desde-fim-dos-anos-1990.html. Acesso em 08 de julho de 2017.
16
Exatamente por ser uma tecnologia nova, um dos principais desafios trazidos por esse
novo modelo de negócio consiste em tentar identificar qual é a natureza jurídica desse uso de
obras musicais, líteromusicais e fonogramas. Ocorre que não existe uma única forma de
utilização de obras autorais e fonogramas. Diante das diferentes modalidades de utilização de
obras autorais, surge exatamente a discussão acerca de qual seria o correto enquadramento do
streaming musical, ou seja, o streaming musical configura qual tipo de modalidade de
utilização de obra autoral?
Tal discussão sobre o enquadramento é de extrema relevância, pois, como as
obras musicais, líteromusicais e fonogramas utilizadas por meio do serviço de streaming
17
musical são de titularidades de terceiros, é necessário que o prestador do serviço obtenha dos
titulares dessas obras e fonogramas a autorização prévia e expressa para tanto.
Em decorrência dessa multiplicidade de modalidades de uso e de multiplicidade
de entidades representando tais direitos, é que surge a necessidade de se identificar em que
modalidade de uso que o streaming se enquadra.
A esse respeito, é necessário inicialmente esclarecer que o serviço de streaming de
música, em verdade, não envolve apenas uma única modalidade de utilização de obra musical,
mas várias modalidades de uso de obra autoral que, como visto, por força do que dispõe o
artigo 31 da LDA, são independentes entre si e exigem autorizações distintas.
Isso ocorre em razão de o serviço de streaming musical não ser caracterizado
exclusivamente pelo ato de transmitir obras musicais, líteromusicais e fonogramas, o
streaming propriamente dito.
Com efeito, antes de realizar o streaming de obras musicais e fonogramas, é
preciso ter tais obras e fonogramas estejam arquivados nos servidores do prestador do serviço.
Para que isso ocorra, o prestador do serviço precisa criar uma cópia de todas as
obras musicais e fonogramas e armazená-las em seus servidores, exigindo a obtenção dos
direitos de reprodução e armazenamento, previstos no artigo 29, incisos I e IX da LDA,
respectivamente.
Ademais, quando o serviço permite o download de obras musicais e fonogramas,
fica também caracterizada a distribuição de tais músicas, sendo necessária a obtenção de
autorização para tanto, conforme estipula o art. 29, VII da LDA.
O licenciamento destas modalidades de uso de obras musicais e fonogramas, em
verdade, não geram grandes discussões jurídicas e são devidamente licenciados pelas
gravadoras, editoras e agregadores digitais, como será abordado em tópico adiante.
A questão é que, além de todas essas autorizações identificadas acima, surge a
discussão se seria necessária a obtenção de licença para, efetivamente, se realizar o streaming
propriamente dito, a transmissão efêmera de obras musicais e fonogramas. A Lei de Direitos
Autorais brasileira, por datar de 1998, obviamente não versa sobre essa questão.
Diante da lacuna legal sobre qual seria a natureza jurídica desta forma de
transmissão de obras musicais e fonogramas, verificou-se no Brasil o surgimento de dois
entendimentos distintos:
18
b) Que streaming seria execução pública musical, na forma prevista pelo artigo 68
da LDA e, por tal razão, seria necessária a obtenção de uma licença específica
(conforme prevê o art. 31 da LDA), a ser concedida pelo escritório central, nos
moldes do art. 99 da LDA.
Note-se que este primeiro entendimento é acolhido por grande parcela das
plataformas de streaming (já que, em tese, isso significaria uma licença a menos a pagar e
uma redução de seus custos), por parcela da doutrina jurídica pátria23 e também por alguns
julgados24.
Em defesa do entendimento que o streaming caracterizaria a modalidade de
execução pública musical encontra-se, basicamente o sistema de gestão coletiva (composto
pelas associações de titulares e pelo escritório central) e o Ministério da Cultura, que após
consulta pública na internet, editou a Instrução Normativa nº 02/16 com o intuito de
estabelecer procedimentos complementares para a habilitação à atividade de cobrança sobre a
utilização de obras, interpretações ou execuções e fonogramas na internet, por associações de
gestão coletiva de direitos de autor e direitos conexos. Nesta instrução normativa, é possível
identificar que o MinC acolheu a possibilidade de existir execução pública musical no
streaming25.
23
BARBOSA, Pedro Marcos Nunes. “O STJ e o streaming”. Disponível em https://jota.info/especiais/o-stj-e-o-
streaming-07052017. Último acesso em 08 de julho de 2017; NEIVA, Maria Rita. “Gestão coletiva no ambiente
digital”. Disponível em https://jota.info/artigos/gestao-coletiva-no-ambiente-digital-26042017. Último acesso em
08 de julho de 2017.
24
O Tribunal do Estado do Rio de Janeiro já se posicionou em sentido contrário em duas ações distintas em que
o Ecad litigava com o Google e com o MySpace, ambas ainda não transitadas em julgado.
25
“Art. 4º O requerimento de habilitação das associações de gestão coletiva, para fins da cobrança de que trata o
art. 2º, deverá cumprir o exigido no § 4º do art. 2º da IN/MinC nº 3, de 7 de julho de 2015, e apresentar a relação
de titulares de direitos conexos que optarem por praticar pessoalmente o ato de cobrança, quando a atividade de
cobrança se estender também aos provedores de aplicação de internet, nas seguintes modalidades de utilização:
I - a reprodução prevista no inciso II do caput do art. 90 e no inciso I do caput do art. 93, incluindo qualquer
armazenamento permanente ou temporário por meios eletrônicos, em qualquer dispositivo ou suporte, observado
o disposto no inciso VI do caput do art. 5º e no § 1º do art. 30 da Lei nº 9.610, de 1998;
II - a distribuição prevista no inciso II do caput do art. 93, quando realizada mediante venda, locação ou qualquer
forma de transferência de propriedade ou posse;
III - a modalidade prevista no inciso IV do caput do art. 90; ou
19
IV - o direito de execução pública previsto no inciso II do caput do art. 90 e o direito previsto no inciso III do
caput do art. 93 da Lei nº 9.610, de 1998”.
20
26
FRANCISCO, Pedro Augusto Pereira & VALENTE, Mariana Giorgetti (Org.). “Da rádio ao streaming:
ECAD, direito autoral e música no Brasil”. 1. ed. - Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2016, pg. 330.
21
Verifica-se, assim, que a atual estrutura de divisão das receitas obtidas pelas
plataformas de streaming de música ainda mantém a “principal fatia do bolo” na mão das
gravadoras:
• 9% pago para as editoras e compositores (obra musical);
• 61% pago para remunerar o fonograma, ou seja, a gravadora e artistas (quando
não houve cessão de direitos);
• 30% para a própria plataforma (lucro e custos operacionais: manutenção,
infraestrutura, marketing e investimentos)28;
27
FRANCISCO, Pedro Augusto Pereira & VALENTE, Mariana Giorgetti (Org.). “Da rádio ao streaming:
ECAD, direito autoral e música no Brasil”. 1. ed. - Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2016, pgs. 344 e 345.
28
FRANCISCO, Pedro Augusto Pereira & VALENTE, Mariana Giorgetti (Org.). “Da rádio ao streaming:
ECAD, direito autoral e música no Brasil”. 1. ed. - Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2016, pg. 338.
22
direitos de execução pública musical através do sistema de gestão coletiva tende a prestigiar
os compositores e artistas.
Ainda assim, a atuação do sistema de gestão coletiva para cobrar direitos de
execução pública parece enfrentar alguns problemas:
Por fim, vale mencionar que a polarização da discussão entre as correntes que
entendem o streaming como execução pública musical ou distribuição digital acabou por
levar ao esquecimento um debate de igual ou maior relevância que é saber se o streaming
poderia ser considerado uma nova modalidade de uso de obras musicais, líteromusicais e
fonogramas ou, ao menos, uma nova mídia física.
Retomando a proposição esposada no item 7 deste trabalho, vale lembrar que caso
fosse adotado entendimento de que o streaming caracterizaria uma nova modalidade de uso de
obra musical e fonograma, os contratos de licenciamento e cessão teriam que ser renegociados
para incluir esta nova modalidade de uso, o que, provavelmente, implicaria em uma
29
Que em regra é arcado pela plataforma de streaming, ao invés de ser descontado do share das gravadoras e
editoras.
23
12. Conclusão
30
Como já aduzido, ainda que a distribuição de direitos de execução pública prestigie os compositores e artistas,
o efeito positivo é muito reduzido em razão: i) do pequeno share destinado ao pagamento dos direitos desta
natureza, ii) por implicar na inclusão de mais um intermediário que, ao participar das receitas obtidas com o
streaming, reduz o share dos compositores e do intérpretes; e iii) a tecnologia incentiva que os compositores e
artistas façam a gestão pessoal de seus direitos de execução pública musical, caso se entenda que esse direito é
devido no streaming.
24
13. Bibliografia
COSTA NETTO, José Carlos. “Direito Autoral no Brasil”, 2ª ed., São Paulo, FTD, 2008.
FRANCISCO, Pedro Augusto Pereira & VALENTE, Mariana Giorgetti (Org.). “Da rádio ao
streaming: ECAD, direito autoral e música no Brasil”. 1. ed. - Rio de Janeiro: Beco do
Azougue
FOLHA ONLINE. “Gilberto Gil obtém recurso no STJ e discute rescisão com a Warner”.
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u18012.shtml. Acesso em
08 de julho de 2017
GANDELMAN, Henrique. “De Gutemberg à internet: Direito autorais na era digital”. Rio de
Janeiro: Record, 1997.
JORNAL O GLOBO. “As versões de 'Garota de Ipanema' pelo mundo”. Jornal O Globo.
Disponível em: http://infograficos.oglobo.globo.com/rio/bairros/as-versoes-de-garota-de-
ipanema-pelo-mundo.html. Acessado em 03 de julho de 2017
MIRANDA, Pontes de. “Tratado de Direito Privado”. Tomo 16. Campinas: Bookseller, 2002.
SANCHES, Hércoles Tecino. “Legislação autoral”, São Paulo, LTR, 1999, apud COSTA
NETTO, José Carlos. “Direito Autoral no Brasil”, 2ª ed., São Paulo, FTD, 2008.
SOPRANA, Paula. “Streaming dá o maior fôlego à indústria de música desde o fim dos anos
1990”. Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/experiencias-
26
digitais/noticia/2016/09/com-streaming-industria-da-musica-tem-maior-crescimento-desde-
fim-dos-anos-1990.html. Acesso em 08 de julho de 2017.