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Com base nos percursos de vida dos mais importantes nomes da renovada
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Paulo Manuel Ferreira da Cunha
Cinema, crítica e festivais
Portugais, em Nice (1972), o cineasta Alberto Seixas Santos (apud: ROSA, 1972)
com uma bagagem intelectual diferente da dos nossos predecessores, com uma
pelos documentaristas Aurélio da Paz dos Reis, Costa Veiga e João Correia;
Garcia, Jorge Brum do Canto, Arthur Duarte, Cottineli Telmo, António Lopes
Armando de Miranda.
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“nacional-cançonetismo”.
décadas seguintes.
designada pelos setores mais próximos do regime como “os profetas da desgraça”
crise e na tentativa de propor uma renovação crível. Entre as revistas mais críticas
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anos 1960 eram conhecidas pelos nomes dos estabelecimentos onde tinham
lugar – Martinho da Arcada, Brasileira do Chiado, Nicola, Café Gelo, Monte Carlo
“Vá-Vá”, um café da Avenida dos Estados Unidos, que reunia sobretudo cinéilos e
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ver) o ‘cinema dos cinemas’: o soviético” (Cinema Novo Português, 1985, p. 20).
para o lado dos “realistas”, os autores de referência eram Guido Aristarco (1918-
Gulbenkian.
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criado Fundo Nacional do Cinema – começou por promover medidas que visavam
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estratégia que tinha seguido em relação a outras áreas culturais e artísticas. Além
LSFT); Alberto Seixas Santos (1963, LSFT); João César Monteiro (1963,
LSFT); José de Sá Caetano (1963, LSFT); João Matos Silva (1968, LSFT);
Jorge Silva Melo (1969-1970, LSFT); António Jorge Marques (?, SFS);
RAI, Itália); Manuel Costa e Silva (1966, Estados Unidos); Elso Roque
(1951, IDHEC, bolsa paga pelo governo francês); Paulo Rocha (1959-1961,
IDHEC, expensas próprias); José Fonseca e Costa (1961, Itália, estágio com
Antonioni, expensas próprias); Luís Couto (1960?, Madri); Luís Galvão Teles
(1968-1970, Paris); Eduardo Elyseu (?, LSFT); Frederico Ferrão Katzeinstein (?,
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duas instituições está inscrita a maioria dos nomes dos que participaram do processo
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Dos dez inquiridos, a resposta foi unânime: todos sentem que a sua
Manuel Faria de Almeida: “À distância, sou capaz de pensar que o ilme terá sido
inluenciado por algum cinema e sobretudo por alguma televisão inglesa. É natural:
Paulo Rocha:
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Fernando Matos Silva: “Sim. Jean Rouch como método e ética de ilmar”.
Ernesto de Sousa:
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Alfredo Tropa:
Inluenciados, sim. Claro que por 150 ilmes que via àquela época
por ano. Hoje não ultrapasso 70/80 ilmes/ano e 600/700 horas
de televisão. E, já chega!!! É mais fácil dizer aquelas por quem
não julgo ter sido inluenciado: Godard, S. Lumet, Antonioni,
Bardem, Fellini e muitos mais; mas, fui profundamente amarrado
pelo documentarismo inglês e a escola de New York em termos
de produção.
António-Pedro Vasconcelos:
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Jeune Cinema Portugais, em março de 1972: uma seleção de ilmes, que incluía
ilmes de João César Monteiro, António Campos, Cunha Telles e Rogério Ceitil,
1972). Mais do que uma mostra, esta iniciativa deu uma visibilidade midiática
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As origens do novo cinema português: o turismo cinéfilo e o novo cinema português
Considerações inais
cinéilas diversas:
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uma oposição fílmica que, em termos escritos, vinha já sendo divulgada desde
com o cinema português, uma base de comparação em que estes reviam as suas
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Referências bibliográficas
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AURORA, Velângio. “Portugal revelou à crítica e ao público francês a existência, no nosso país, de um cinema
As origens do novo cinema português: o turismo cinéfilo e o novo cinema português
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VIEIRA, Costa. “O Recado e o Novo Cinema Português”. Plateia, Lisboa, nº 590, 23 maio 1972, p. 30-31.
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