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Joana Beatriz Pereira de Sousa

Seminário de História Contemporânea II

Representações dos novos cinemas francês e português em revistas culturais


portuguesas nos anos 60 e 70

20 Junho 2022
Índice

Introdução

1. Contextualização……………………………………1
2. Estado da arte……………………………………3
3. Questões de investigação……………………………………4
4. Fontes e metodologia……………………………………5

Conclusão

5. Resultados……………………………………6
6. Considerações finais……………………………………14
7. Referências bibliográficas……………………………………15
Introdução

O tema que me proponho a tratar neste trabalho de investigação no âmbito do Seminário


de História Contemporânea é a receção da imprensa portuguesa aos novos cinemas
português e francês, emergentes essencialmente entre as décadas de 1960 e 70.

Tendo como base o género da crítica, encontrado principalmente em revistas


cinematográficas e culturais, a pesquisa tem início no começo dos anos 60, visto ser aí
que os novos cinemas português e francês têm origem, marcando como término da
investigação o ano de 1974, período de transição em Portugal, não só para o país, como
para o cinema, pelo que começam a ser feitas retrospetivas acerca do mesmo e reflexões
em relação ao rumo que este tomaria a partir de então.

Os anos 60 destacaram-se pelas inovações em vários aspetos da sociedade, pelo que o


cinema também sofreu transformações. Um dos exemplos mais relevantes desta
renovação encontra-se na nouvelle vague (a nova vaga do cinema francês), sendo que no
caso português surge um novo cinema influenciado pela mesma que vem combater a
estagnação vivida nesse setor desde a década anterior. Durante este período de
estagnação, é a imprensa a responsável por manter o cinema vivo através das suas
publicações. A emergência destas novas vagas de cinema muda, inevitavelmente, o seu
papel. Mas qual terá sido a reação desta mesma imprensa ao deparar-se com este novo
cinema?

Deste modo, o objetivo desta pesquisa é compreender como foi esta receção por parte
da imprensa portuguesa às novas vagas de cinemas português e francês, através dos
textos e debates críticos publicados em algumas revistas de cinema e cultura da época.

i) Contextualização

Há várias discussões no que concerne o surgimento daquilo a que se chama a nova vaga.
A nova vaga consiste num movimento cinematográfico que surgiu em várias partes do
mundo, nomeadamente entre finais dos anos 50 e inícios dos anos 70, porém, até o
próprio período da nova vaga é discutido, não existindo uma faixa temporal estipulada
como certa por todos. De todas as novas vagas, a mais famosa será, provavelmente, a
francesa, a qual é denominada usualmente de "nouvelle vague".

Há, por outro lado, quem afirme que a nouvelle vague apenas começou em 1958 com Le
beau serge, filme de Claude Chabrol e também outros que defendem que na verdade só

1
aquando da estreia de Les quatre cent coups de François Truffaut, em 1959, é que se deu
início ao movimento. Como podemos ver, perspectivas distintas para o mesmo conceito.
Até dentro daquilo que supostamente unirá as películas deste novo cinema francês entre
si há controvérsias.

O novo cinema português surge tardiamente quando comparado a outras "novas vagas"
e de modo muito débil. É aqui que entra o papel da imprensa. De uma forma recorrente,
a imprensa assumiu a batalha que tinha como objetivo a revitalização do cinema
português. Várias publicações são exemplo desta aspiração a uma mudança nas
estruturas do cinema em Portugal e quando essa mudança começou a aparentemente
ocorrer, a imprensa tomou para si a nova missão de divulgar e comentar sobre este novo
cinema.

Embora a expressão “novo cinema” se tenha popularizado, a verdade é que são vários
os que defendem que esta não está relacionada com a doutrina defendida pela nouvelle
vague que lhe deu nome, como é caso de Fonseca e Costa, António Macedo, António
Cunha Telles, Alberto Seixas Santos, entre outros. De uma maneira ou de outra, estes
reiteram que a unidade do novo cinema enquanto movimento sociocultural ou estético
nunca existiu, sendo que a única unidade existente entre todos os elementos que deram
forma a este novo cinema era o desejo de mudar os cânones vigentes no cinema
português até então.

Há quem pense que ao princípio (anos 30,40) o jantar prometia e a sopa


estava óptima. Estragou-se tudo com o segundo prato e, mais ainda, com as
sobremesas (dos anos 70 até hoje). Há quem tenha a opinião diametralmente
oposta. Não tocou na sopa, debicou o peixe e começou a entusiasmar-se com
os enchidos. Os mais radicais disseram e dizem que branco ou tinto tanto faz:
é para vomitar.1

As perspetivas são várias, todas elas defensoras de determinado ponto de vista e não
parece existir um consenso possível. Contudo, estas contradições que poderiam ser
vistas como entraves ao conhecimento do que foi este “novo” cinema, podem ser na
verdade indicadores da riqueza de afluências que este concentra, tornando-o capaz de
encerrar em si uma série de concepções que outro tipo de movimentos não permitiria.

1
COSTA, João Bénard da – Breve história mal contada de um cinema mal visto In FERREIRA, Vítor
Wlamidiro, CASIMIRO, Jorge, SILVA, Helena Vaz da – Portugal 45-95 nas Artes, nas Letras e nas Ideias.
Lisboa: Centro Nacional de Cultura, 1998. ISBN: 972-96507-4-8, pp. 47-78

2
ii) Estado da arte

No decorrer da pesquisa de obras de referência para o estudo do assunto em análise,


denotei que embora seja uma problemática não só relevante para a história da imprensa,
como do próprio cinema, a quantidade de estudos científicos sobre a mesma é algo
reduzida.

A primeira obra de referência que encontrei foi a de Jorge Pelayo 2 , na qual grande parte
dos periódicos de cinema estão catalogados por ordem temporal e alfabética. Graças a
esta obra tive a possibilidade de organizar a minha procura em relação às fontes que
poderia utilizar futuramente.

A tese de mestrado de Joana Isabel Duarte3 faz também uma listagem dos principais
títulos de periódicos que noticiaram sobre cinema ao longo das épocas e sendo um
trabalho algo abrangente nesse aspeto, contém uma vasta bibliografia, a qual pude
aproveitar para constituir a minha lista bibliográfica.

O artigo “A Evolução da Imprensa sobre Cinema em Portugal: Da Ditadura aos


Primeiros Anos da Democracia”4 é outro exemplo de um estudo fundamental que me
auxiliou na formação de bases para a minha pesquisa. Efetivamente, este artigo analisa a
evolução da imprensa em diferentes épocas com especial destaque para as últimas
décadas da ditadura do Estado Novo, atendendo ao contexto em que essas publicações
surgiram e circularam, tendo sido de grande ajuda para entender as tendências da
imprensa ao longo dos tempos e as modificações sofridas dentro do género da crítica,
principalmente em relação ao período em estudo.

Para compreender um pouco mais acerca do novo cinema português, é necessário recuar
e encontrar as suas raízes, onde está a origem das influências que se refletem na atuação
dos integrantes deste novo cinema. Assim, temos de resgatar o termo nouvelle vague e
analisar os contornos do que a mesma representa, foi e continua a ser no panorama
cinematográfico. Les Cahiers du cinema: histoire d’une revue, Tome I: A l'assaut du
2
PELAYO, Jorge – Bibliografia portuguesa de cinema: uma visão cronológica e analítica. 2ªed. Lisboa:
Cinemateca Portuguesa, 1998. ISBN: 972-619-118-1
3
DUARTE, Joana Isabel Fernandes (2018) – «Se não se podem ver filmes, leiam-se as revistas»: Uma
abordagem da imprensa cinematográfica em Portugal (1930-1960). Porto: [edição de autor]. Vol. I.
Dissertação de mestrado em História da Arte, Cultura e Património Visual na Faculdade de Letras da
Universidade do Porto
4
LOURENÇO, Jaime, CENTENO, Maria João (2019) – A Evolução da Imprensa sobre Cinema em
Portugal: Da Ditadura aos Primeiros Anos da Democracia. Media & Jornalismo. [Em linha]. pp. 19-35,
149-164. [Consult. 18 Out. 2022]. Disponível em WWW: <URL: https://doi.org/10.14195/2183-
5462_35_10>.

3
cinema 1951-19595 atravessa este período de mudanças, perturbações e contestações,
tentando demonstrar como é que realmente nasceu esta “nova vaga” do cinema francês
que haveria de inspirar o cinema um pouco por o todo mundo, tanto na forma como era
visto, como no modo que era feito.

No sentido de compreender a ação cronológica dos acontecimentos e obter uma visão


satisfatória no que diz respeito à história do cinema em Portugal, selecionei o livro
Cinema Português: Um Guia Essencial6. Dividido por décadas, realiza uma
interpretação metódica e imparcial dos factos, alertando para o problema de a
historiografia do cinema português ser várias vezes encoberta por imprecisões, mitos e
até mesmo juízos de natureza pessoal, visto que muitos dos responsáveis pela produção
de escritos sobre cinema pertencem ou pertenciam a esse meio, tornando possível que o
seu discurso seja tendencioso. Um exemplo desta aproximação pessoal é a obra de João
Bénard da Costa7, nome incontornável dentro do mundo do cinema português, que o vê
e conta na primeira pessoa.

iii) Questões de investigação

Sendo uma área de investigação ainda pouco estudada, são várias as questões referentes
ao papel da imprensa no meio cinematográfico, o seu contributo na divulgação dos
filmes ao grande público e, principalmente, a sua reação ao novo cinema português e o
impacto da mesma neste domínio. Contudo, a dimensão dessas problemáticas é vasta,
de modo que foi necessário encontrar uma direção mais específica no modo como irei
abordar a temática.

Desta forma, o caminho que escolhi para efetuar as questões de investigação está focado
maioritariamente com o papel da crítica cinematográfica dentro das publicações
selecionadas, o modo como esta examinava os filmes na época, os destaques feitos pela
mesma dentro dos novos cinemas francês e português e as diferentes perspetivas destas
publicações entre si.

5
BAECQUE, Antoine de – Les Cahiers du cinema: histoire d’une revue, Tome I: A l'assaut du cinema
1951-1959. CAHIERS DU CINEMA, 1991. ISBN: 978-286-642- 107-6
6
CUNHA, Paulo, SALES, Michelle (org.) – Cinema Português: Um Guia Essencial. São Paulo: SESI-SP,
2013. ISBN: 978-85-65025-60-7
7
COSTA, João Bénard da – Breve história mal contada de um cinema mal visto In FERREIRA, Vítor
Wlamidiro, CASIMIRO, Jorge, SILVA, Helena Vaz da – Portugal 45-95 nas Artes, nas Letras e nas Ideias.
Lisboa: Centro Nacional de Cultura, 1998. ISBN: 972-96507-4-8, pp. 47-78

4
- Qual a contribuição das publicações selecionadas para estudo, tendo em conta apenas
o ângulo do cinema, para a representação cultural no meio português?

- É possível observar ideologias políticas, filosóficas e/ou estéticas no discurso crítico


das publicações escolhidas para análise? Se sim, de que modo é que isso ocorre?

- Tendo em conta as premissas defendidas por cada uma destas publicações, é possível
verificar diferenças de tratamento por parte de ambas perante estes novos cinemas?

iv) Fontes e metodologia:

Tendo como foco central a imprensa, grande parte das fontes selecionadas para o
trabalho de investigação foram revistas culturais e cinematográficas, existentes no
período escolhido para análise, isto é, de 1960 a 1974.

Revistas culturais:

- Seara Nova, uma revista de doutrina e crítica com uma duração que cobre todo o
período em análise, aborda variadas temáticas, incluindo o cinema, dedicando esse
espaço à crítica de determinados filmes, incluindo os do novo cinema, tanto francês
como português. No espaço temporal a estudar teve dois diretores, sendo eles Augusto
Casimiro e Fernando Guerreiro. Está disponível online na “Revista de Ideias e Cultura”.
Os números relativos ao período abrangido situam-se entre o nº.1371 e 1550, tendo
regularidade mensal ou bimestral.

- O Tempo e o Modo, revista com uma vertente semelhante à da Seara Nova, foi dirigida
por António Alçada Baptista, editada por Pedro Tamen, pertencendo a chefia da redação
a João Bénard da Costa. Em 1969, João Bénard da Costa assume a direção até 1972,
sendo que em Junho do mesmo ano, Luís Matoso aparece como único responsável pela
revista. Na sequência do 25 de Abril, a direção interina foi exercida alternadamente por
Guilherme Jorge e por Luís Matoso. É uma revista com forte dimensão cultural, na qual
são realizadas não só críticas de filmes, como debates sobre os mesmos em que é
discutida a sua mensagem e importância. Está disponível online na “Revista de Ideias e
Cultura”, sendo que cobre todo o período em estudo (números 1 a 108, publicação
mensal, bimestral ou trimestral).

Vídeos:

- Novo Cinema, Cinema Novo: 1960-1974 – Parte I, RTP Arquivos

5
- Novo Cinema, Cinema Novo: 1960-1974 – Parte II, RTP Arquivos

Estes vídeos são pertencentes a um programa da série dedicada por parte da RTP (Rádio
e Televisão de Portugal) à história da produção cinematográfica em Portugal, a partir do
aparecimento do cinema sonoro, e consistem nos depoimentos de personalidades
marcantes no panorama do cinema português como Fernando Lopes, Paulo Rocha,
António Cunha Telles, António de Macedo, José Fonseca e Costa, António Pedro
Vasconcelos, entre outros. Ambos os vídeos são da autoria de Pedro Éfe, José de Matos
Cruz, António de Macedo, sendo o texto da responsabilidade de Ricardo Machaqueiro e
produção de Pedro Éfe. A realização, argumento e montagem ficaram a cargo de Jorge
Queiroga.

Conclusão

v) Principais resultados

Antes de qualquer consideração, creio ser pertinente fazer uma breve exposição do
contexto que originou e permitiu a existência das duas publicações em análise neste
trabalho.

Deste modo a Seara Nova firmou-se durante as quase cinco décadas de ditadura como o
órgão dos insubmissos cultos e intransigentes que tudo sujeitaram ao dever de erguer a
voz em nome do saber, da exigência de dignidade e da vontade de equidade. Mais do
que um programa preciso, a Seara Nova definiu uma atitude, a de que os meios e os fins
não podem deixar de identificar-se e de que a força e a grandeza da obra comum
residem na pluralidade das opiniões e dos gestos dos homens livres e corajosos que a
executam. Durante longos períodos, a própria possibilidade de um articulista publicar
num periódico de ideias com expressão nacional reconhecido pela sua independência e,
como tal, pela oposição ao salazarismo, só foi facultada pela firme capacidade de
resistência às tribulações que fizeram a vida deste periódico em particular.

De permeio, ficou a trama e a teia da cultura democrática portuguesa novecentista, com


os desdobramentos do programa seareiro, a presença crescente, mais ou menos
conflituante e ambivalente, da nova facção de matriz marxista, a crítica ao quotidiano
asfixiante, a recepção possível da vida cultural europeia e mundial e a intensidade do
combate político por ocasião da vitória dos aliados e das eleições presidenciais de 1958.

6
A que muito mais há a acrescentar, desde logo no campo da crítica literária, musical, de
artes plásticas e de cinema.

A publicação de O Tempo e o Modo, em Janeiro de 1963, assinala o momento em que


uma nova geração de católicos interpretou a novidade da ocasião que vivia e lhe
conferiu expressão culta. Como acontece quando se julga seguir o sopro dos tempos e se
vislumbram os seus frutos, a atitude assumida foi de abertura e pluralismo, sem
obrigação confessional ou doutrinária.

O diálogo surgiu, então, como programa e talismã. No contexto cultural e político


português fechado e antitético, o propósito dialógico definia, só por si, uma terceira via
política e cultural. A abertura facultada pela revista de pensamento e ação permitiu que
se insinuasse a possibilidade de um novo sentir político frontalmente oposto ao regime,
mas também distante do antifascismo de matriz comunista e simpatia soviética. Já no
plano da vida cultural, a valia do mensário não se cingiu a esboçar a hipótese de um
novo ciclo, mas contribuiu profundamente para a definição de um panorama intelectual
distinto, ao proporcionar uma tribuna estável e com alcance amplo a poetas, ensaístas e
historiadores de grande mérito, mas com circulação circunscrita e observação mediática
reservada. Sem perder o sentido do combate contra a infecta situação política e social
portuguesa, mas galgando a dicotomia ideológica que o acompanhava, o ambiente
intelectual viu-se, nas páginas de O Tempo e o Modo, composto por autores que
transitaram da condição de homens e mulheres com presença periférica a figuras
maiores da cultura portuguesa.

Verificou-se com O Tempo e o Modo o que é muito frequente nos periódicos com uma
existência relativamente longa: sob um mesmo título e, neste caso, também uma
numeração única, encontramos revistas distintas, com programas e redações sucessivas.

Se o título ganha prestígio nos anos iniciais e as condições para a criação de novos
periódicos se mostram adversas, como o foram durante o salazarismo e o marcelismo, a
possibilidade de conquista interna e de transmutação programática advém elevada. Com
efeito, é um testemunho fundamental da irreverência do seu tempo tanto na fase de
inspiração católica, ensaística e literária, como nos períodos que se lhe seguiram que se
distinguiram pela riqueza e complexidade das transformações culturais e políticas dos
finais da década de 60 e pela radicalização política que antecedeu e, sobretudo,
acompanhou a reposição da democracia. Em cada um destes três momentos, tão

7
próximos e tão distantes, as páginas do mensário cristalizaram a sua circunstância de
forma eloquente e com expressão nacional.

Face ao exposto, somos capazes de compreender que ambas as publicações tiveram um


papel preponderante no meio artístico e cultural do séc. XX, procurando afigurar-se
como vias alternativas à “oferta dominante”, deformada pela censura e regime político
vigente na época em questão. O caso específico que aqui analiso é o do cinema, vertente
que não se exclui deste panorama. O contexto cinematográfico nos inícios dos anos 60
sofria de uma profunda ausência de meios, intervenientes ou películas que pudessem
revitalizar o cinema português da extrema apatia na qual mergulhara na década anterior.
Deste modo, a imprensa assumiu (mais ou menos dependendo das publicações) a
batalha por um novo cinema português que surgiu nas páginas de revistas culturais e
cinematográficas antes de ter a possibilidade de ser representado pela projeção de
qualquer película.

A primeira crítica a um filme português que poderia ser indício deste “novo” cinema a
ocorrer em ambas as publicações é a de Pássaro de Asas Cortadas de Artur Ramos. Este
revela de imediato a preocupação existente em relação ao quadro geral do cinema
português à época. Ambas abordam os problemas do cinema português, pelo que n’O
Tempo e o Modo afirma-se que “os cineastas devem trabalhar pensando sobretudo nos
problemas específicos da nossa cinematografia”8, enquanto na Seara Nova diz-se que

“o cinema português precisa de gente dotada, talentosa e, sobretudo, de homens


movidos pelo profundo respeito das possibilidades expressivas do cinema, homens a
que não faltem nem ambição nem audácia. Esses homens, não podem afirmar
categoricamente que vão fazer filmes melhores. O que podem é dizer que a sua
atitude em relação ao cinema é melhor do que a dos habituais fazedores de fitas
(…)”.9

No decorrer dos dois artigos são expostas duas perspetivas que embora distintas, fazem
o mesmo “apelo”: é necessária uma reforma na cinematografia portuguesa, um novo
impulso que lhe devolva a vida.

Embora a expressão “novo cinema” se tenha popularizado, a verdade é que são vários
os que defendem que esta não está relacionada com a doutrina defendida pela nouvelle

8
BRAGANÇA, Nuno Manuel Maria Caupers - Pássaro de asas cortadas, O Tempo e o Modo, n.
5 (1963)
9
COSTA, José Fonseca e – A propósito de “Pássaro de Asas Cortadas”, Seara Nova, n. 1414 (1963)

8
vague francesa que lhe deu nome, como é caso de Fonseca e Costa, António Macedo,
António Cunha Telles, Alberto Seixas Santos, entre outros. De uma maneira ou de outra,
estes reiteram que a unidade do novo cinema enquanto movimento sociocultural ou
estético nunca existiu, sendo que a única unidade existente entre todos os elementos que
deram forma a este novo cinema era o desejo de mudar os cânones vigentes no cinema
português até então. Com a realização deste objetivo, graças a películas como
Belarmino (Fernando Lopes) e Os Verdes Anos (Paulo Rocha), esta união
aparentemente desaparece.

Em relação a estes filmes que surgem mais tarde ou mais cedo nas páginas destes
periódicos, vários pontos de vista são oferecidos, pelo que se debruçaram numa análise
profunda sobre aqueles que aparentavam ser os primeiros filmes de uma nova geração
de cineastas portugueses. Seixas Santos chega a afirmar nas páginas d’O Tempo e o
Modo que “Belarmino de Fernando Lopes será, com Verdes Anos, o primeiro filme que
uma geração ousa reivindicar.”10. Manuel da Luz, um dos nomes mais presentes na
revista Seara Nova no que concerne a escrita sobre cinema faz um balanço sobre a
situação do cinema português aquando das estreias dos filmes de Paulo Rocha e
Fernando Lopes, para além do regresso de Manoel de Oliveira, caso excecional na
cinematografia portuguesa, do qual chega-se mesmo a apontar que “é, de facto, o nosso
único cineasta.”11.

“Em 1963 estrearam-se Pássaros de asas cortadas, Acto da primavera, Os Verdes


Anos. Num país em que, durante anos, se respirou total mediocridade
cinematográfica (…) aparecimento destes 3 filmes que, com todas as limitações que
se lhes possam pôr vírgulas estão ao nível de honestidade, tanto profissional como
artística, pelo menos suficiente, é algo de animador.”12

A atitude destes periódicos é de incentivo e excetuando algumas situações pontuais em


que certas questões pessoais predominam em determinado artigo, diria que a atitude
geral é de seriedade no que respeita à responsabilidade em informar o leitor e de um
compromisso em manter acesa a trémula chama do cinema português, compromisso
aliás que assumira bem antes dessa dita chama ter surgido. É uma atitude que embora dê

10
BRAGANÇA, Nuno Manuel Maria Caupers de; MORAIS, José Domingos; LOPES, Gérard
Castello; VASCONCELOS, António Pedro; VILARDEBÓ, Carlos; SANTOS, Alberto Seixas;
COSTA, João Bénard da; ROCHA, Paulo - Belarmino, de Fernando Lopes, O Tempo e o Modo, n. 18
(1964)
11
s/n - Acto de Primavera, de Manoel de Oliveira, Seara Nova, n. 1418 (1964)
12
LUZ, Manuel Machado da – Os verdes anos, Seara Nova, n. 1419 (1964)

9
fôlego ao que está a ser realizado em matéria de cinema português, é consciente das
falhas, limitações e condicionalismos do panorama vivido à época dentro do mesmo,
alertando também para a importância de reconhecer os problemas, pois só assim seria
possível tentar colmatá-los. A título exemplificativo, temos o seguinte artigo nas colunas
d’O Tempo e o Modo:

“Pode, em princípio, pensar-se que o cinema nacional enveredou finalmente por um


bom caminho e concluir-se daí ser essa a via a explorar, de agora em diante. Não
convém, contudo, embandeirar em arco e proclamar as delícias do que já cá fazemos
e dos prémios que, muito merecidamente (ao que parece), vamos alcançando sem,
criteriosamente, observarmos alguns outros problemas cuja solução continua a
pender sobre a produção cinematográfica portuguesa (...) Uma falha de
continuidade, neste período, seria sem dúvida desastrosa, senão fatal.”13

A divulgação destas revistas não se cingia apenas aos comentários sobre filmes, estando
presentes nas suas páginas outros registos como debates, excertos de opiniões de outras
publicações tanto nacionais como estrangeiras (vários artigos de Cahiers du Cinéma são
aqui traduzidos), entrevistas a personalidades relevantes no painel do cinema,
apresentação de festivais de cinema, etc.

“(...) a semana do cinema francês começou com a estreia de alguns filmes que mais
tarde serão exibidos comercialmente. Alguns deles, em especial a Duas horas da
vida de uma mulher, da realizadora Agnès Varda, e Lola, de Jacques Demy, se fará
referência aquando da sua exibição normal, dado o seu especial interesse. Contudo,
foram os filmes exibidos em sessões por convite na sala do Palácio Foz, que melhor
representaram cinema francês, sem todavia nos darem uma Visão actualizada
daquela cinematografia, pela ausência de alguns dos seus principais valores,
nomeadamente Resnais, Franju, Godard, Mermengoz, Astruc, Autant-Lara, Malle,
Chabrol, e tantos outros.”14

Tudo isto demonstra um esforço constante no sentido de que o cinema português não
fosse esquecido, apesar dos entraves que sobretudo a censura impunha, não só a filmes
portugueses, como a muitos filmes estrangeiros que apenas eram dados a conhecer ao
público português muito tempo depois da sua estreia, frequentemente com cortes que
retiravam toda a espinha dorsal da narrativa e essência da obra ou que nunca chegaram a
ser exibidos, sendo isso apenas possível após o 25 de Abril.

13
ANTÓNIO, Lauro – O crime da Aldeia Velha de Manuel Guimarães, O Tempo e o Modo, n. 22 (1965)
14
MORGADO, Fernando; PINA, Manuel - Os filmes da semana do cinema francês, Seara Nova, n. 1407
(1963)

10
“A partir de 25 de Abril, o cinema em Portugal viu-se, assim, de algum modo,
colocado num novo ponto de partida. Para já, entre as medidas imediatas anunciadas
no programa de atuação da Junta de Salvação Nacional, as que mais diretamente
dizem respeito à atividade cinematográfica são a abolição da censura e o anúncio da
publicação de uma nova lei do cinema pelo governo provisório.” 15

Publicações especializadas em assuntos cinematográficos como Filme, Imagem, Visor


ou Celulóide; publicações culturais como a Gazeta Musical e de Todas as Artes, o Jornal
de Letras e Artes, Seara Nova ou O Tempo e o Modo; e jornais de referência como o
Diário de Lisboa ou o Diário Popular são exemplos desta aspiração a uma mudança nas
estruturas do cinema português e após essa mudança, o comentário e divulgação da
mesma.

“A importância da crítica era mais do que evidente. Uma boa crítica a um filme
podia desencadear uma carreira de várias semanas. […] Um filme admirável de
Altman, ‘Nashville’, passou uma rápida semana no Berna. Quando a minha crítica
saiu o filme já estava a sair do cartaz. Mas foi reposto no Nimas, com um excerto da
crítica no anúncio, e fez quase três meses de excelentes lotações. A critica tinha um
poder que hoje em dia não tem.”16

A partir dos anos 70, há uma tendência em ambas as revistas para que os textos sobre
cinema passem a ter uma dimensão mais abstrata, no sentido em que não se discutem os
filmes concretos, mas o ofício cinematográfico em si. Há uma menção sucessiva ao
realismo como corrente estética - o termo é várias vezes utilizado, existindo textos que
se debruçam apenas sobre ele17, uma reflexão em como é que o cinema (nomeadamente
o português) poderia atingir esse realismo, sendo defendido que o cinema deveria
voltar-se para o seu interior, não buscando emitir a ilusão de que a realidade filmada e a
realidade fílmica são iguais, mas aceitando que essa diferença é que torna o cinema uma
arte suscetível de interesse.

“O cinema é o domínio dos indícios, porque atua como representação analógica mas
não fotográfica da realidade - o que destrói essa identidade estático-ideal e a própria
ilusão do movimento contínuo das impressões luminosas na retina do espetador. É
nesta margem de erro (todo o seu ser) que se desenvolve e fundamenta toda a

15
LOPES, João - Espetáculos: Cinema: Política e Cinema Político, Seara Nova, n. 1544 (1974)
16
ANTÓNIO, Lauro – Memórias: A Grande Ilusão, III. In: Take – Cinema Magazine. Lisboa, Agosto de
2008, pp. 79-84. In CUNHA, Paulo (2008) – A crítica que mudou a crítica de cinema na imprensa
portuguesa: o caso Diário de Lisboa, 1968. Colóquio Internacional “O Cinema através da Crítica.
Cinema, teoria, literatura e crítica de cinema na Península Ibérica”. Coimbra.
17
GUERREIRO, Fernando; RAPOSO, Eduardo Paiva - À margem de um realismo cinematográfico, O
Tempo e o Modo, n. 79 (1970)

11
inevitável simbologia do cinema. Para empregar de um modo moral o cinema há que
partir da verdade inicial, que é a sua constante ficcionabilidade (que será sempre
seletiva de real), e só daí se poderá controlar utilmente quaisquer circunstâncias de
possível ambiguidade.”18

Publicações reconhecidamente combativas, estas apresentam diferentes discursos


ideológicos dentro da discussão do ofício cinematográfico. Há uma referência constante
à "ideologia de classes", pelo que num artigo da Seara Nova é dito que “a crítica que
não quer limitar-se a ser pura erudição tem nas técnicas psicanalista e marxista duas
formas científicas de análise e explicação.”. O termo “ideologia burguesa” é
mencionado com frequência, sendo apontada como uma crítica “tradicional” que não
engloba todos os aspetos, no seu entender, necessários para compreender a prática
fílmica. Acima do desejo de discutir sobre cinema e incentivar a sua revitalização, há a
consciência de que o primeiro passo para que isso possa suceder, é fulcral que o público
se sinta instigado a assistir a esse cinema e, mais do que isso, a refletir e discutir sobre
ele.

“A vulgarização da afirmação segundo a qual 'todo o filme é político' impede, por


vezes a clarificação das verdadeiras implicações de tal afirmação. Na verdade, se
todo o filme é político é porque qualquer filme se inscreve numa prática de classe e
assume, portanto, uma determinada posição de classe.”19

Esta “luta” que a imprensa cultural e cinematográfica (e também a geral) travam no


processo de revitalização do cinema português origina, inevitavelmente, posições
distintas e até mesmo opostas em relação a esse mesmo processo.

“(…) a tecla das dificuldades de toda a ordem que, entre nós, rodeiam a criação
cinematográfica não devem servir aos nossos realizadores para justificarem os maus
filmes que vão fazendo nem certos críticos para estabelecer duas bitolas de
apreciação: uma aplicável ao produto nacional, outra vigorando quando se trata de
filmes estrangeiros. Um filme é uma obra de arte e, como tal, deve ser analisada, isto
é, independentemente das circunstâncias do momento e do lugar que envolveram a
sua feitura.”20

18
GUERREIRO, Fernando; RAPOSO, Eduardo Paiva - À margem de um realismo cinematográfico, O
Tempo e o Modo, n. 79 (1970)
19
LOPES, João - Política e cinema político, Seara Nova, n. 1544 (1974)

20
COSTA, José Fonseca e – A propósito de “Pássaro de Asas Cortadas”, Seara Nova, n. 1414 (1963)

12
Esta citação é exemplo de uma das opiniões existentes na altura, pelo que esta pertence
ao grupo daqueles que não acredita que a quantidade se deva sobrepôr à qualidade e que
ainda que a situação do cinema português seja delicada, isso não justifica “agarrar”
qualquer produção fílmica portuguesa como uma tábua de salvação. Não obstante, há
outro “lado da moeda” que apoia exatamente o contrário: “Devemos estar gratos a
Fernando Lopes, não pelo êxito ou pelo fracasso da sua experiência, mas pelo simples
facto de ter tentado.”21

Os nomes mais mencionados em relação ao cinema francês neste período são os de


Jean-Luc Godard, François Truffaut, Jean Renoir, Alain Resnais e Robert Bresson,
sendo que chegou a ser feita uma homenagem n’O tempo e o modo ao realizador Jean
Renoir. Já em relação aos realizadores portugueses, os nomes mais frequentes neste
período são os de Fernando Lopes, Paulo Rocha, Manoel de Oliveira, António Macedo
e António Cunha Telles, este último não só como realizador, mas produtor. Na viragem
dos anos 70 novos nomes começam a surgir, como é o caso de Fernando Matos Silva.

Não diria que existe propriamente uma diferença de tratamento por parte da crítica em
relação ao novo cinema francês quando comparado com as críticas ao novo cinema
português, mas antes uma diferença de conjeturas: o ponto de situação destes dois
cinemas era muito distinto, o cinema francês embora tenha tido os seus altos e baixos
não atravessou uma fase de quase extinção como a que se verificou no cinema
português. Enquanto vários artigos destes periódicos se debruçam sobre o significado e
perspetiva de determinada película francesa, outros tantos são, de uma forma mais ou
menos óbvia, apelos à revitalização da cinematografia portuguesa que durante um certo
tempo se encontra em estado letárgico e durante outro tanto fica à procura do seu lugar
de afirmação que, na minha perspetiva, não foi capaz de encontrar mesmo já no fim do
período desta análise.

O caso específico do Diário de Lisboa ilustrado pelo texto de Paulo Cunha, revela que
não só a imprensa especializada se interessava por cinema, mas também a imprensa
generalista e jornais conceituados como é o caso do periódico em questão, pelo que o
mediatizado braço de ferro entre o Diário de Lisboa e a associação de exibidores
Cineasso em 1968 provocou uma reação por parte dos diferentes setores da crítica como
talvez nunca antes tivesse existido, sendo um exemplo algo revelador de que apesar de

21
VASCONCELOS, António Pedro – Em relação a Belarmino, O Tempo e o Modo, n. 18 (1964)

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todas as diferenças existia uma solidariedade nesse setor. A razão desta solidariedade
tem como base o objetivo maior que tinham em comum: a revitalização do cinema
português.

vi) Considerações finais

O mundo do novo cinema, nomeadamente o português, possui vários ângulos de análise


por explorar. Um dos aspetos que mais me impressionou foi o facto de existir um
número tão escasso de pesquisas em relação a este tema.

A dimensão deste trabalho não me permitiu responder às perguntas anteriormente


citadas de um modo que considere satisfatório. Deste modo, creio que as mesmas
poderão ser novamente utilizadas em estudos futuros que se debrucem sobre este tema
de forma mais aprofundada.

Em jeito de conclusão, deixo aqui o meu apelo a que mais investigadores procurem
saber mais sobre esta área que é a história do cinema português e da extraordinária (e
surpreendente a meu ver) contribuição da imprensa para a sustentação e renovação do
mesmo.

14
vii) Referências bibliográficas

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