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Panorama

do
Cinema
Suíço
Contemporâneo
13 a 19
de outubro
de 2022
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Pluralidades suíças
Sesc São Paulo

Nos últimos dois anos – em virtude dos neces- Atentos ao contexto de retomada, o Sesc
sários cuidados em relação à pandemia –, as acolhe, em sua unidade dedicada à sétima
experiências culturais ficaram, em grande me- arte, o CineSesc, a programação do 9º. Pa-
dida, restritas ao universo doméstico, privando norama do Cinema Suíço Contemporâneo,
os cidadãos daquilo que, no mais das vezes, mo- realizado em parceria com o Consulado Ge-
biliza paixões: a possibilidade do encontro, das ral da Suíça em São Paulo, a Swiss Films e
trocas e da catarse provocada pela fruição pre- apoio do festival de Locarno e Mostra Pont.E.
sencial. Uma das alternativas encontradas foi A programação é composta por criações em
ampliar a disponibilização de eventos à distân- longa e curta-metragem, que abordam te-
cia, em formato digital e/ou híbrido, conciliando máticas emergentes que vão da imigração ao
vivências ao vivo e sob demanda. feminismo, passando por problemáticas de re-
No campo das linguagens cinematográficas, levância global.
tratou-se também de atentar para as pontes e O propósito de um filme é ser visto e, quando possí-
as cooperações estabelecidas entre entidades vel, debatido em diversas instâncias da sociedade.
e organismos supranacionais que viabilizam a O trabalho que o Sesc desenvolve nesse campo
circulação de mostras e festivais. Exemplo disso está ancorado na ideia de cinema expandido, ou
reside na aproximação com a produção con- seja: ampliar repertórios acerca dos modos de
temporânea da Suíça – um país multicultural e fazer, assim como alargar as possibilidades de
cosmopolita, fruto da coexistência das culturas difusão, mediação e apreciação de tais obras
alemã, francesa e italiana –, efetivada pela cola- por seus diferentes públicos.
boração de valiosos agentes parceiros.

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Cinema em Diálogo
Consulado Geral da Suíça em São Paulo

O Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo Desde a criação do Panorama em 2009, a


chega à sua nona edição. A longevidade desta equipe de curadoria suíço-brasileira, formada
mostra se deve a um diálogo vivo com a cultu- por representantes do Sesc São Paulo e Con-
ra brasileira, graças à cooperação fundamental sulado Geral da Suíça em São Paulo, participa
com o Sesc São Paulo. dos principais festivais de cinema suíços, uma
A presente edição foi correalizada com a Swiss experiência que tem estreitado os laços institu-
Films, uma das principais entidades suíças de cionais e permitido uma troca permanente de
difusão internacional de cinema, a quem agra- conteúdos e vivência cultural bilateral.
decemos calorosamente. Agradecemos imensamente ao apoio de toda
Em 2022, uma parceria inédita com o 75º Festival equipe do Sesc que sempre manteve abertas
de Locarno e com a mostra Pont.E, de Lausan- as portas para a cinematografia contemporâ-
ne, possibilitou reunir e apresentar ao público nea suíça.
brasileiro uma importante seleção de longas e Ao público brasileiro, desejamos uma excelente
curtas-metragens suíços. mostra!

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Apresentação
Equipe de curadoria

O cinema, como arte do mundo, traduz expe- Müller, brasileiras que residem na Suíça, foram
riências humanas, ao mesmo tempo que as convidadas para curar os curtas-metragens
inspira. O Panorama do Cinema Suíço Contem- que integram a programação. Criadoras da
porâneo se insere neste universo criativo como Mostra Pont.E de Lausanne/Suíça, as realizado-
um território de encontros, onde confluem ex- ras apresentam uma seleção de curtas dentro
pressões, culturas e narrativas. da temática das identidades, pertencimentos,
Em 2022, a curadoria do Panorama ampliou o limites e diversidades nas cinematografias suí-
diálogo com festivais suíços de cinema e es- ça e brasileira.
tabeleceu uma importante interlocução com o Entre ficções e documentários, os longas-me-
75º Festival de Locarno, num ano em que o ci- tragens selecionados nos levam de um território
nema brasileiro alcançou grande destaque. O a outro, alternando cenários e culturas. No filme
Leopardo de Ouro, maior prêmio do festival, foi “Através dos Seus Olhos”, passamos da Cei-
entregue à cineasta Julia Murat, por seu filme lândia, em Brasília, a um campo de refugiados
“Regra 34”. na Grécia, e podemos subitamente estar entre
Em sua 9ª edição, o Panorama prolonga a co- “Vizinhos” judeus e árabes em um vilarejo na
memoração e abre com 2 filmes que foram fronteira da Síria e da Turquia.
laureados em Locarno, “Última Dança”, filme Já no documentário “Mahatah”, o trem que sai
suíço ganhador do prêmio de público, e “Big da estação central de Zurique desembarca na
Bang”, curta-metragem brasileiro, que levou o estação central do Cairo, e logo, em Ala Kachuu,
prêmio de melhor curta de autor do festival. deparamo-nos com a jovem Sezim, nos confins
Visando expandir ainda mais o diálogo suíço- do Quirguistão, em luta pela independência e
-brasileiro, as cineastas Tila Chitunda e Cristina resistência feminina.

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A partir de histórias como a de “Semret”, vinda Por outro viés, encontramos narrativas atuais
da Eritreia e que tenta fazer de Zurique seu lar, que registram o cotidiano da Suíça moderna,
ou ainda de Samir, em “O Amor Virá Depois”, que destacando a singularidade dos sujeitos, com
faz do casamento uma via de fuga para a Euro- seus desejos e medos, frente aos desafios dos
pa, vivenciamos o tema da imigração, questão nossos tempos, como em “Os Cuidadores”, “Últi-
recorrente nas produções suíças e central no ma Dança” e “Youth Topia”.
mundo contemporâneo. O conjunto de filmes reunidos neste Panorama
A Suíça multicultural é revelada através de do- representam a diversidade da produção do ci-
cumentários biográficos como “Amando Patricia nema suíço contemporâneo. São criações nas
Highsmith”, que retoma a trajetória de vida e quais os cineastas fazem uso de suas câme-
obra da escritora, novelista e roteirista america- ras para romper fronteiras e manifestar seu
na, e “A Arte do Silêncio”, dedicado ao aclamado inconformismo diante das desigualdades que
mímico Marcel Marceau, nomes que estabelece- testemunham. Uma filmografia que não se des-
ram vínculos com o país, tornando-se parte de via de argumentos contundentes, revelando
sua história. uma sociedade complexa e um cinema vivo, que
O cinema histórico está presente em “A investiga sua própria realidade.
Salamandra”, filme de Alain Tanner, diretor ho-
menageado no 9º Panorama, que juntamente
com Jean-Luc Godard são os principais expo-
entes da Nouvelle Vague suíça e mundial, ambos
falecidos em setembro deste ano.

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75º Festival de
Locarno, 2022
Giona A. Nazzaro
Diretora Artística

Markus Duffner
Diretor Locarno Pro

O Festival de Locarno tem como principal foco O cinema jovem e o diálogo multidisciplinar re-
a difusão do cinema autoral e independente em cebem especial atenção, sem nunca esquecer
todas as suas expressões. Fundamentado na li- as grandes audiências que, noite após noite,
berdade de expressão e criação, o Festival de se reúnem na Piazza Grande, uma das maiores
Locarno - que lançou numerosos e numerosas salas de cinema ao ar livre do mundo, que pode
protagonistas do cinema contemporâneo - acolher até 8.000 pessoas por sessão. 
acredita na multiplicidade de formas e línguas, Uma das missões do festival é iniciar a carrei-
abraçando o prazer do risco e da descoberta. ra dos filmes selecionados. Nesta perspectiva,
Uma estratégia que adoptou desde a sua fun- colaborações como esta instaurada com o 9º
dação em 1946.  Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo
A preservação do património cinematográfico são fundamentais para promover os filmes
e a descoberta do cinema dos países emer- mundialmente, sobretudo num território impor-
gentes são dois outros importantes eixos da tante como o Brasil.
sua atividade. 

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Longas-metragens
A Arte do Silêncio
Maurizius Staerkle Drux
L’art du silence. Suíça e Alemanha. 2022. 81 minutos. 12 anos.

Apenas com seus gestos e expressões MAURIZIUS STAERKLE DRUX


faciais, o mímico Marcel Marceau conquistou Nasceu em 1988, em Colônia,
por décadas públicos do mundo todo. Mas a Alemanha, e tem a cidadania
suíça. Maurizius Staerkle Drux
tragédia por trás de sua obra permaneceu estudou direção de cinema
oculta por muito tempo. A Arte do Silêncio na ZHdK - Escola Superior
joga nova luz sobre a vida de Marceau, cuja de Artes de Zurique. Seu
arte a família e amigos mantêm viva até hoje. primeiro filme, “Concrete
Love - The Böhm Family”
(2014), foi apresentado ao
redor do mundo, ganhando
muitos prêmios e esteve
entre os 5 documentários de
maior sucesso na Alemanha
em 2015. Trabalha como
designer de som e diretor de
documentários entre Colônia
e Zurique. ”A Arte do Silêncio”
estreou no Festival de Cinema
Max Ophüls Preis em 2022.

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A Salamandra
Alain Tanner
La Salamandre. Suíça. 1971. 130 minutos. 14 anos.

Rosemonde, uma jovem que vive de bicos ALAIN TANNER


e trabalhos mal remunerados, torna-se 1929-2022. Nasceu em
suspeita de tentar matar o tio com quem Genebra, Suíça. Estudou
Economia na Universidade de
mora. Um jornalista e um escritor são Genebra. Integrou a equipe do
contratados para desvendar o mistério cineclube da Universidade de
e escrever para a TV a história dessa Genebra, fundado por Claude
moça que passa a ser conhecida como Goretta. Trabalhou no Instituto
do Filme Britânico. Em 1957,
a Salamandra. Porém, eles não parecem realizou seu primeiro filme com
capazes de solucionar o caso e a verdade Claudio Goretta. Entre 1960 e
sobre Rosemonde e seu gosto peculiar 1968, volta para a Suíça, dirige
pela vida, continuará a ser uma incógnita. vários filmes e documentários
para a televisão. Foi um dos
fundadores da Associação
dos diretores suíços. Em
1969, dirigiu seu primeiro
longa-metragem. Nos anos
seguintes, Alain Tanner
realizou seminários em
universidades em Nova Iorque,
Boston, Harvard, Chicago,
Toronto Berkeley e Los
Angeles. Foi membro do júri
de inúmeros festivais, como
Cannes, Veneza, Festival de
Locarno e San Sebastian.

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Ala Kachuu –
Pegue e Corra
Maria Brendle
Ala Kachuu – Take and run. Suíça. 2020. 38 minutos. 14 anos.

A jovem Sezim, de 19 anos, quer realizar seu MARIA BRENDLE


sonho de estudar na capital do Quirguistão, Nasceu em 1983, em Singen,
mas é raptada por um grupo de rapazes Alemanha. Estudou design
gráfico e design de informação
e levada para o Interior. Lá, é forçada a se em Ravensburg. Trabalhou
casar com um estranho. Caso se recuse, como editora em uma agência
ela será difamada e excluída socialmente. de publicidade. Estudou
Dividida entre seu anseio de se libertar e Cinema na ZHdK (Escola
Superior de Artes de Zurique). É
as limitações da cultura quirguiz, Sezim diretora de filmes publicitários
procura desesperadamente uma saída. e filmes para televisão.
Formou-se em Cinema pela
ZHdK, em 2013. Trabalha
como diretora independente
na Alemanha e na Suíça.

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Amando Patricia
Highsmith
Eva Vitija
Loving Highsmith. Suíça e Alemanha. 2022. 83 minutos. 14 anos.

Baseado nos escritos pessoais de EVA VITIJA


Patricia Highsmith e nos relatos de Nasceu em 1973 em Basel,
sua família e amantes, o filme traz outro Suíça. Eva Vitija estudou roteiro
na Academia Alemã de Cinema
olhar sobre a vida e obra da famosa e Televisão de Berlim (DFFB).
escritora de suspense, que teve sua Trabalha como roteirista
literatura atravessada pela temática para o cinema e televisão,
amorosa e pelas questões de identidade. incluindo roteiros para Meier
Marilyn, Madly in Love e Little
Paradise. Seu primeiro longa-
metragem foi o documentário
Das Leben Drehen (My Life
as a Film - 2015) que foi
indicado ao Prêmio Suíço
de Cinema e ao prêmio da
Associação Internacional
de Documentários em Los
Angeles. O filme recebeu
várias premiações, dentre
eles o Prix de Soleure, no
festival Journées de Soleure,
um dos mais consagrados
festivais de filmes da Suíça.

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Através dos
Seus Olhos
Sonia Guggisberg
Através dos seus olhos. Brasil. 2021. 96 minutos. 14 anos.

O filme registra um sonho de amor vivido à SONIA GUGGISBERG


distância entre uma brasileira moradora da Nasceu em 1964, em São
Ceilândia (DF), filha de um pastor evangélico Paulo, Brasil. Suíço-brasileira.
Pós-doutoranda em Artes
e um iraquiano de origem curda islâmica Visuais pela ECA-USP; Doutora
que mora em um campo de refugiados em Comunicação e Semiótica
na Grécia. Conectados via telefone 24 pela Pontifícia Universidade
horas por dia, os dois protagonizam uma Católica de São Paulo e Mestre
em Artes pela Universidade
história de sensibilidades entre a esperança Estadual de Campinas . Atua
de uma vida melhor e o pesadelo de um como artista, videomaker e
futuro com bases desconhecidas. pesquisadora participando de
mostras coletivas e Individuais,
palestras e workshops no Brasil
e em outros países desde a
década de 90. Com o foco em
questões do documentário
artístico seus trabalhos são
em cinema fotografia, site
specific, instalação em vídeo
e som. Artista premiada no
Brasil e internacionalmente.
Artista premiada no Brasil
e internacionalmente.

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Mahatah –
Histórias Paralelas
nas Estações
Sandra Gysi e Ahmed Abdel Mohsen
Mahatah - Side stories from train stations. Suíça. 2022. 79 minutos. 14 anos.

Estações de trem são como ilhas, suspensas SANDRA GYSI


entre o espaço e o tempo. No calor do Cairo, Nasceu em 1969, em Aarau,
manter a calma ajuda, enquanto em Zurique, Suíça. É mestre em Etnologia,
Estudos cinematográficos
o ar-condicionado ou dançar. Em ambos os e Estudos Alemães pela
lugares, as pessoas vivem apaixonadamente Universidade de Zurique.
suas vidas nas estações de trem, seus Tem formação em direção,
pequenos cosmos. Capítulo a capítulo, cinematografia e edição
de filmes. Atua como
o filme se consolida no ritmo coletivo da produtora e gestora de
vida cotidiana, revelando histórias de projetos. Desde 2003, trabalha
dois países cuja poesia compartilhada se como cineasta independente.
transforma em energia humana universal.
AHMED ABDEL MOHSEN
Nasceu em 1974 em Assuã,
Egito. Estudou Mídia e
Jornalismo na Faculdade de
Arte, South Valley University,
Egito. Frequentou F+F Escola
de Arte e Design de Mídia,
em Zurique. Como cineasta
independente realiza longa-
metragens e documentários.

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O Amor Virá Depois
Julia Furer
Love will come later. Suíça. 2021. 81 minutos. 14 anos.

Dentro da movimentada Medina de JULIA FURER


Marrakech, Samir procura por amor e um Nasceu em 1990 em
futuro melhor. Mas, no aeroporto, suas Riggisberg, Suíça. Em 2015,
concluiu a graduação na
aventuras de verão chegam a um triste HSLU/Departamento de
desfecho e ele sempre é deixado para trás, Vídeo (Escola Superior de
em um país com possibilidades limitadas. Design e Arte de Lucerna) e
Quando Samir se apaixona de verdade, ele recebeu o prêmio de “work
in progress” da Fundação
se depara com uma importante decisão: Zeugindesign. Trabalha em
deveria ouvir suas irmãs e concordar com projetos de sonoplastia e como
um casamento arranjado em Marrocos diretora de documentários.
ou deveria seguir seu coração e seu Em 2021, conclui seu mestrado
em direção de cinema pela
sonho de um futuro melhor na Europa? ZHdK (Escola Superior
de Arte de Zurique).

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Os Cuidadores
Marie-Eve Hildbrand
Les guériseurs. Suíça. 2021. 80 minutos. 14 anos.

Auscultando corpos, sondando o íntimo MARIE-EVE HILDBRAND


da psique humana, o filme esboça os Nasceu em 1978 em Lausanne.
limites da medicina do futuro, a partir Estudou na ECAL (Escola
Cantonal de Arte de Lausanne).
do momento presente. Por meio das Trabalhou como diretora
personagens, traça o retrato de um de documentários, curtas-
sistema de saúde em plena transformação metragens de ficção e de
e nos coloca uma pergunta: estamos publicidade. No Prêmio Suíço
de Cinema 2017, ganhou o
preparados para nos tornar imortais? Prêmio Especial da Academia
pela direção de elenco e de voz
de “Minha Vida de Abobrinha”
de Claude Barras. “Os
Cuidadores” recebeu o prêmio
Migros Culture Percentage do
Concurso de Documentários
Suíços em 2018.

27
Semret
Caterina Mona
Semret. Suíça. 2022. 85 minutos. 14 anos.

Semret vive uma vida modesta e bastante CATERINA MONA


isolada com sua filha adolescente Joe. Como Nasceu em 1973, em Zurique.
refugiada ela tenta se adaptar à cultura Suíça. Estudou literatura
inglesa antes de estudar
europeia, enquanto trabalha em um hospital cinema na INSAS (Instituto
de Zurique e se candidata à um programa Nacional Superior de Artes
de treinamento para parteiras. Porém, Cênicas) em Bruxelas.
quando a filha começa a se interessar Graduou-se como editora
em 2001. Paralelamente ao
por suas raízes na Eritreia, Semret não seu trabalho como editora de
pode mais reprimir seu passado e precisa filmes, trabalhou para festivais
enfrentar seus traumas. Com a ajuda de de cinema em Locarno e
Yemane, um novo funcionário do hospital Berlim. Seu curta-metragem
Persi (Lost - 2015) foi premiado
que também é refugiado da Eritreia, no Festival de Locarno.
ela finalmente consegue enfrentar as
trágicas lembranças de sua fuga.

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Última Dança
Delphine Lehericey
Last dance. Suíça e Bélgica. 2022. 84 minutos. 12 anos.

Aos 75 anos, Germain, um homem DELPHINE LEHERICEY


introspectivo e caseiro, fica viúvo e se vê Nasceu em 1975, em Lausanne,
tendo de lidar com a ansiedade invasiva Suíça. Estudou artes
performativas na Universidade
dos filhos. Fiel a uma promessa que fez à de Paris X e atuou em muitas
esposa anos atrás, ele se compromete a produções teatrais antes de
participar de uma apresentação de dança dirigir seus próprios filmes.
contemporânea, em segredo de sua família. Seu primeiro longa-metragem
“Puppylove” (2013) conquistou
o prêmio de Melhor Longa-
Metragem Belga no FIFF
Namur. “Beyond the Horizon”
(2019) recebeu quatro prêmios
do Prêmio Suíço de Cinema
e foi apresentado em vários
festivais internacionais de
cinema, dentre eles o 8º
Panorama do Cinema Suíço
Contemporâneo (2020).

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Vizinhos
Mano Khalil
Nachbarn. Suíça e França. 2021. 124 minutos. 12 anos.

Em uma pequena aldeia na fronteira sírio- MANO KHALIL


turca, no início dos anos 1980, o menino Cineasta curdo-suíço. Vive
curdo de seis anos, Sero, vive seu primeiro na Suíça. Estudou História
e Direito na Universidade
ano escolar em uma escola árabe e vê o de Damasco, e Direção na
pequeno mundo onde vive ser radicalmente Academia de Cinema na
modificado com o crescimento do antiga Tchecoslováquia.
nacionalismo extremo. Com momentos Até 1955, trabalhou para a
televisão da República Tcheca
bem-humorados, mas igualmente e Eslováquia. Trabalha como
sérios, o filme fala de uma infância que, diretor e produtor. Em 2012,
entre a ditadura e a tragédia, também fundou a produtora Frame
encontra seus momentos de leveza. Film em Berna. Em 2018,
durante sua participação
no 7º Panorama do Cinema
Suíço Contemporâneo em
São Paulo, conheceu a atriz
brasileira Tuna Dwek, que
integra o elenco do seu mais
recente filme, “Vizinhos” (2021).

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Youth Topia
Dennis Stormer
Youth Topia. Suíça e Alemanha. 2021. 85 minutos. 16 anos.

Wanja não dava a mínima para essa modinha DENNIS STORMER


da auto-realização, até que o algoritmo Nasceu em 1990, em KIel,
arrumou um emprego perfeito para ela. Alemanha. Na juventude co-
fundou um grupo de teatro
Os novos privilégios e o reconhecimento de improvisação e criou
no trabalho lhe fizeram bem, mas será instalações e performances.
que isso realmente a deixaria mais feliz Mudou-se para Berlim para
do que se estivesse se drogando? Ela trabalhar como crítico de
cinema para Negativ, enquanto
logo sente falta de seus amigos malucos realizava seu primeiro filme.
de infância e começa a entender que os Estudou direção de cinema
adolescentes têm algo que os adultos na Universidade de Columbia/
perderam: o senso de comunidade. Nova Iorque e na Filmakademie
Baden-Württemberg,
formando-se em 2019.

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Curtas-metragens
Águias Sobre a Cabeça
Yann Gross
Des aigles au-dessus de la tête.
França. 2019. 18 minutos. 14 anos.
Mitch está beirando os cinquenta anos, mas manteve
o espírito rebelde de sua adolescência. Em uma busca
constante pela liberdade, ele prepara sua “moto da
sobrevivência” e toca heavy metal no pé da montanha
Grand Muveran, na região de Chablais. A percepção
de seus arredores muda quando seu amigo Serge,
um motociclista do Esquadrão de Deus, lhe mostra
como tocar a flauta dos indígenas americanos.

Big Bang
Carlos Segundo
Big Bang. Brasil e França. 2022. 14 minutos. 14 anos.
Chico ganha sua vida consertando fornos, nos quais
ele facilmente entra devido seu tamanho. Face a um
sistema que lhe exclui, não lhe resta outra alternativa
que não seja a de se colocar em resistência.

Bonobo
Zoel Aeschbacher
Bonobo. Suíça e Alemanha. 2017. 20 minutos. 14 anos.
Félix, Ana e Seydoux vivem na mesma habitação
social sem se conhecerem. Os três personagens
parecem ligados por um único elemento: o antigo
elevador do edifício, uma máquina infernal que
os conduz a um destino trágico e inescapável.

38
Carne
Camila Kater
Carne. Brasil. 2019. 12 minutos. 14 anos.
Crua, Mal Passada, Ao Ponto, Passada e Bem
Passada. Através de relatos íntimos e pessoais, cinco
mulheres compartilham suas experiências em relação
ao corpo desde a infância até a terceira idade.

Deslocamentos,
Paraíso e Caos
Tila Chitunda
Deslocamentos, Paraíso e Caos.
Brasil e Suíça. 2020. 8 minutos. 14 anos.
Os aviões voltaram a tomar conta do céu.
Mas como a gente chegou até aqui?

Doosra
Keerthigan Sivakumar
Doosra. Suíça. 2022. 29 minutos. 14 anos.
Vinoth, um jovem refugiado do Sri Lanka, mora sozinho
e trabalha na Suíça há um ano. Ele está procurando
uma atividade voluntária para fugir da solidão,
mas ninguém está querendo aceitar sua ajuda.

39
Na Natureza
Marcel Barelli
Dans la nature. Suíça. 2021. 5 minutos. 14 anos.
Na natureza, um casal é composto por um macho e
uma fêmea. Bem, nem sempre! Um casal também pode
ser composto por duas fêmeas. Ou por dois machos.
Talvez você não saiba, mas a homossexualidade
não faz parte apenas da história humana.

O Canto do Pássaro
Sarah Imsand
Le chant de l’oiseau. Suíça. 2019. 18 minutos. 14 anos.
Ibrahim é recepcionista de uma escola de arte na Suíça.
Um dia, uma estudante que procura por músicas da
Etiópia pede sua ajuda. Sua insistência forçará Ibrahim
a se reconectar com o seu passado e suas origens.

40
Pessoas aos Sábados
Jonas Ulrich
Menschem am Samstag. Suíça. 2020. 10 minutos. 14 anos.
Uma tarde ensolarada de sábado em Zurique.
Dez quadros mostram pessoas lutando com os
pequenos e grandes desafios de seus cotidianos.

Sobre a Água
Jela Hasler
Über wasser. Suíça. 2021. 12 minutos. 14 anos.
Verão na cidade. O frescor de um mergulho matinal no
rio rapidamente desaparece conforme o calor cobre
a cidade como uma lupa sob a qual os incômodos
cotidianos, supostamente triviais, de repente ganham
peso. Eli tenta escapar das limitações e agitação
da cidade grande, mas continua vivenciando
agressões. E sua raiva começa a crescer.

41
Programação
CineSesc
13/10 QUINTA 17/10 SEGUNDA
15h30 - Vizinhos 15h30 - Ala Kachuu - Pegue e Corra
18h - Ala Kachuu - Pegue e Corra 18h - Sessão de Curtas 2
20h - Big Bang | Última Dança
18/10 TERÇA
14/10 SEXTA 15h30 - Amando Patricia Highsmith
15h30 - A Arte do Silêncio 18h - Semret
18h - Youth Topia 20h - Vizinhos
20h - Através dos Seus Olhos
19/10 QUARTA
15/10 SÁBADO 15h30 - Através dos Seus Olhos
15h30 - Youth Topia 18h - Os Cuidadores
18h - Os Cuidadores 20h - Semret
20h - Amando Patricia Highsmith

16/10 DOMINGO
16h - Sessão de Curtas 1
18h - Última Dança
20h - A Arte do Silêncio

42
Programação
Sesc Digital
De 13 a 19 de outubro de 2022.

Assista gratuitamente em
sescsp.org.br/panoramasuico

Carne Sobre a Água


Na Natureza Os Cuidadores
Águias Sobre a Cabeça Amando Patricia Highsmith
Deslocamentos, Paraíso e Caos A Salamandra
Doosra O Amor Virá Depois
O Canto do Pássaro Mahatah - Histórias Paralelas nas Estações
Pessoas aos Sábados Youth Topia

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SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO 
Administração Regional no Estado de São Paulo

PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL 


Abram Szajman
DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL 
Danilo Santos de Miranda

SUPERINTENDENTES 
Técnico-Social Joel Naimayer Padula Comunicação Social
Ivan Giannini Administração Luiz Deoclécio Massaro Galina
Assessoria Técnica e de Planejamento Sérgio José Battistelli

GERENTES 
Ação Cultural Rosana Paulo da Cunha Estudos e Desenvolvimento
Marta Raquel Colabone Artes Gráficas Rogério Ianelli
Difusão e Promoção Marcos Ribeiro Carvalho Assessoria de
Relações Internacionais Aurea Leszczynski Vieira Goncalves
Centro de Produção Audiovisual Wagner Palazzi Perez Sesc
Digital Fernando Amodeo Tuacek CineSesc Gilson Packer 

EQUIPE SESC 
André Coelho Mendes Queiroz, Bruno Corrente, Cecília De
Nichile, Cesar Albornoz, Fernando Hugo Fialho, Gabriella Rocha,
Graziela Marcheti, Heloisa Pisani, Humberto Mota, João Cotrim,
João Paulo Leite Guadanucci, José Gonçalves Junior, Karina
Camargo Leal Musumeci, Kelly Adriano de Oliveira, Leandro
Nunes Coelho, Malu M. de Miranda, Mariana da Rosa Silva, Ricardo
Tacioli, Rodrigo Gerace, Simone Yunes, Solange dos Santos Alves
Nascimento, Tina Carvalho Da Silva, Ubiratan Nunes Rezende

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EMBAIXADA DA SUÍÇA NO BRASIL

EMBAIXADOR DA SUÍÇA NO BRASIL


Pietro Lazzeri

CONSULADO GERAL DA SUÍÇA EM SÃO PAULO


Cônsul Geral Pierre Hagmann Cônsul Michael
Schweizer Adida Cultural Célia Gambini Adido
Político e Econômico Gonçalo Morais Cardoso

EQUIPE 9º PANORAMA DO CINEMA SUÍÇO CONTEMPORÂNEO


Curadoria Cecília Ferreira De Nichile, Célia Gambini, Cristina Müller,
Tila Chitunda Produção Giscard Luccas Assistente de Produção
Tati Mayumi Projeto Gráfico Humberto Mota Assessoria de
Imprensa Flavia Miranda, Dinah Salles, Tania Bernucci Redes
Sociais Dinah Salles, Guilherme Mesquita, Tania Bernucci Tradução
e Legendagem Casarini/Aspecto Digital Vinheta José Aguiar

AGRADECIMENTOS
Consulado Geral da Suíça no Rio de Janeiro, Festival do
Rio, Marcel Müller, Marco Solari, Markus Duffner

45
CineSesc
Rua Augusta 2075
São Paulo - SP
Tel.: 11 3087 0500
/cinesescsp
sescsp.org.br/cinesesc

Apoio

Realização

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