Você está na página 1de 1

(...) torna isso impossível no Reino Unido.

Da mesma forma, contudo, a democracia


direta sempre é indubitavelmente idiossincrá tica,7 dadas as variaçõ es nacionais possíveis
entre referendos que são obrigató rios, iniciados por autoridades governamentais ou iniciados por
cidadã os.8Sob vários aspectos, o debate constitucional britâ nicoacerca dosreferendos é mais
limitado do que muitas discussõ es europeias, uma vez que ele se concentrou principalmente em
referendos ad hoc, 'tá ticos', 'hierá rquicos' .9 No entanto, a abordagem do Reino Unido também é
apresentada sob termos (potencialmente) mais dramá ticos , com as pessoas vistas nã o como
outro 'ó rgão de estado',10 ou parceiro técnico na tomada de decisõ es, mas uma entidade política
superior que está além das instituiçõ es do governo, acima até mesmo do Parlamento
soberano.11 No entanto, embora existam diferenças importantesentrea experiência do Reino
Unido e (por exemplo) a exigência irlandesa de um referendo noprocessodeemenda
constitucional ,12 ou o elaborado sistema suíço de iniciativas populares,13 arelativa abertura
constitucionaldoReino Unidosignifica que os dilemas mais amplos colocados pela democracia
direta também ressoam aqui. A revogaçã o, em 2018, da Lei do Referendo Consultivo de curta
duraçã o na Holanda ilustra claramente o tipo de desafio enfrentado pelo Reino Unido: como o
sistema constitucional deve se adaptar em reconhecimento ao crescente significadoda
tomadadedecisã o democrá tica direta.14
Houve uma série de referendos, sobre vá rios tó picos, em diferentesníveisdo Reino Unido,
desde a década de 1970. Houve três referendos nacionais realizados em todo o Reino Unido:
em 1975 sobre a continuação da adesã o ao União Europeia, em 2011 sobre a adoçã o do
sistema de votação alternativa para as eleiçõ es para a Câ mara dos Comuns, e em 2016
(novamente) sobre a possibilidade de sair ou continuar a ser membro da UE. Também foram
realizados oito referendos exclusivamente em determinadas naçõ es constituintes do Reino
Unido: uma pesquisa de fronteira sobre o status da Irlanda do Norte em 1973,15 dois referendos
sobre a adoçã o de governos da Escó cia e do País de Gales em 1979,16 dois referendos
(novamente) sobre

7
A. Auer na Comissã o de Veneza, Justiça Constitucional e Democracia por Referendo (1995)
pág. 139, 〈www.venice.coe.int/webforms/documents/default.aspx?pdffile=CDL-STD(1995)014-e〉, visitado em 14
de julho de 2020.
8
Veja M. Setala e T. Schiller (eds), Referendos e Democracia Representativa (Routledge 2009) caps. 1 e 11.
9
A. Auer, 'As pessoas falaram: Abide? Uma visão crítica do referendo dramáticodaUE
(In)experiência', 12 EuConst (2016) p. 397 na pá g. 400.
10
Ibid., p. 401.
11
Sou gratoaoeditor por este ponto.
12
Constituição da Irlanda, arts. 46-47.
13
Constituição Federal da Confederação Suíça, arts. 138, 139, 140, 141.
14
Ver M. Qvortrup, The Conversation (6 de março de 2018), 〈https://theconversation.com/why-the- Dutch-plan-to-
scrap-advisory-referendums-is-a-step-back-for-democracy-92705〉, visitado em 14 de julho de 2020.
15
Lei da Irlanda do Norte (Border Poll) de 1972.
16
Lei da Escó cia de 1978; Lei do País de Gales 1978.

Você também pode gostar