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PROBABILIDADES – PARTE 1

DEFINIÇÕES PRELIMINARES:

EXPERIMENTOS DETERMINÍSTICOS: repetidos diversas vezes, nas


mesmas condições, SEMPRE produzem o mesmo resultado.
Exemplo: um automóvel percorre uma via retilínea com velocidade
constante de 60 km/h. É fácil concluir que, em duas horas, ele
percorrerá 120 km. Se repetirmos essa experiência, diversas vezes,
nas mesmas condições, o resultado será rigorosamente o mesmo.

EXPERIMENTOS ALEATÓRIOS: repetidos diversas vezes, nas


mesmas condições, NEM SEMPRE produzem o mesmo resultado.
Exemplo: pesquisa eleitoral. Uma empresa faz uma pesquisa para
saber a intenção de votos dos eleitores na próxima eleição para
prefeito do Rio de Janeiro num determinado dia. Se essa pesquisa
for feita numa outra data com os mesmos eleitores não podemos
garantir que o resultado será o mesmo. Algum fato novo pode surgir
fazendo com que os eleitores mudem de ideia.

ESPAÇO AMOSTRAL (S): é o conjunto de todos os resultados


possíveis de um experimento aleatório.
Exemplo: vamos considerar o experimento aleatório “jogar um dado
“honesto” e observar o número da face voltada para cima. O espaço
amostral desse experimento aleatório é o conjunto formado pelos
números que podem aparecer, ou seja, 1; 2; 3; 4; 5 e 6. Vamos
chamar esse conjunto de S. Logo S = {1; 2; 3; 4; 5; 6}

EVENTO (E): é qualquer subconjunto do espaço amostral.


Exemplo: considere o evento E “número primo na face voltada para
cima”. Então, “E” é o conjunto formado pelos elementos 2; 3 e 5, ou
seja, E = {2; 3; 5}.

Probabilidade de Ocorrer Um Evento E (P(E)).


P(E) = número de elementos de E / número de elementos de S
( pode ser escrito P(E)= n(E) / n(S) ), desde que estejamos
trabalhando com “espaços amostrais equiprováveis”.
Assim:
P(E) = n(E) / n(S) = 3 / 6 = ½ ou 50%.
Obs. Espaço amostral equiprovável é aquele em que todos os
elementos tem a mesma probabilidade de ocorrer. Quando se joga
um “dado honesto, por exemplo, a probabilidade de sair o 1, é a
mesma de sair o 2, que é a mesma de sair o 3 e assim,
sucessivamente, até o 6, ou seja, p(1)=p(2)=p(3)=p(4)=p(5)=p(6).

Na prática, dizemos que quando o espaço amostral é equiprovável,


a probabilidade de ocorrer um evento E é o número de casos
favoráveis sobre o número de casos possíveis. No exemplo, a
probabilidade de sair número primo no lançamento de um dado
honesto é número de casos favoráveis (três números primos) sobre
o número de casos possíveis (os seis números do dado). Assim:
P(E)= 3/6 = ½ ou 50%.

Observações:
Evento Impossível: é o evento que nunca ocorre, ou seja, tem
probabilidade igual a zero. Exemplo: qual a probabilidade de
encontrarmos um número real x tal que x vezes zero é igual a 7?
Solução: como não existe nenhum número que multiplicado por
zero dê 7, a probabilidade de ocorrer esse evento é igual a zero.
Evento Certo: é o evento que sempre ocorre, ou seja, tem
probabilidade igual a 1. Exemplo: qual a probabilidade de alguém
estar respirando, nesse momento, no planeta terra? Solução: se
você está lendo essa questão então, você está vivo, logo está
respirando. Então, a probabilidade de alguém está respirando no
planeta terra, nesse momento é 100% = 100/100 = 1.

DEFINIÇÃO MAIS FORMAL DE PROBABILIDADE


Considere um Espaço Amostral S que pode ser subdividido em
eventos disjuntos E1, E2, E3, ..., En, tal que a união de todos esses
eventos é igual a S. Podemos afirmar que:
P(E1)+P(E2)+ P(E3)+...P(En)=1 ou 100%

Exercício: Um dado é viciado de tal forma que a probabilidade de


cada face é proporcional ao número de pontos daquela face. Qual a
probabilidade de se obter um número par no lançamento desse
dado?
Solução: Se a probabilidade de cada face é proporcional ao número
de pontos daquela face, isso quer dizer que a probabilidade de sair o
1 é proporcional a 1; a probabilidade de sair o 2 é proporcional ao
dois e assim sucessivamente. Isso quer dizer que a se a
probabilidade de sair o 1 é igual a p; a probabilidade de sair o 2 é
igual a 2p; a de sair o 3 é igual a 3p, e assim sucessivamente até a
probabilidade de sair o 6 ser igual a 6p. Como,
p(1)+p(2)+p(3)+p(4)+p(5)+p(6)=1, temos, p+2p+3p+4p+5p+6p=1, ou
seja, 21p=1. Então p = 1/21.
A probabilidade de sair um número par é igual à probabilidade de sair
o 2 ou o 4 ou o 6, ou seja, p(2)+p(4)+p(6) = 2p+4p+6p = 12p.
Como p= 1/21, então 12p = 12x(1/21) = 12/21. Dividindo numerador e
denominador por 3 temos 4/7.

Observação: o conectivo “ou” é associado a adição de


probabilidades(estudaremos isso mais tarde)

SUCESSIVAS EXIGÊNCIAS.
A probabilidade de ocorrer um evento com sucessivas exigências é
obtida pela MULTIPLICAÇÃO das probabilidades de satisfazer cada
uma dessas exigências (extraído do livro “Curso de Matemática” de
Chico Nery e José Jakubovic).
Exemplo: Lançando-se uma moeda duas vezes, ao acaso, qual é a
probabilidade de saírem duas caras?
Solução: esse evento é formado por duas exigências sucessivas: no
primeiro lançamento deve sair cara “e” depois, no segundo
lançamento, também deve sair cara. Em cada um desses
lançamentos, a probabilidade de sair cara é ½ e, multiplicando-as,
obtemos a probabilidade de satisfazê-las simultaneamente, ou seja
(1/2)x(1/2)=1/4.
De uma maneira mais simples podemos dizer que deve sair cara no
primeiro lançamento “e” cara no segundo lançamento, logo
(1/2)x(1/2)=1/4.

Observação: o conectivo ”e” é associado a multiplicação de


probabilidades.

CONDICIONAMENTO DE PROBABILIDIDADES
Quando um evento é formado por sucessivas exigências, estas
podem ser dependentes ou independentes. Vamos explicar através
de exemplos.
Exigências Independentes
Exemplo: lançando-se uma moeda duas vezes, ao acaso, qual é a
probabilidade de sair cara no primeiro lançamento e coroa no
segundo lançamento.
Solução: esse evento é formado por duas exigências: a primeira é a
que deve sair cara no primeiro lançamento e a segunda é a que deve
sair coroa no segundo lançamento. Note que essas duas exigências
são independentes. A probabilidade de sair cara no primeiro
lançamento é 1/2 e a probabilidade de sair coroa, no segundo
lançamento é 1/2 também, independente do que tenha saído no
primeiro lançamento. Logo, a probabilidade de sair cara no primeiro
lançamento e coroa no segundo lançamento é (1/2) x (1/2) = 1/4.
Exigência Dependentes
Exemplo: Num saco há 5 bolas numeradas de 1 a 5. Retirando-se
duas bolas, sucessivamente, sem reposição, qual a probabilidade de
saírem duas bolas com números ímpares?
Solução: temos 5 bolas numeradas com os números 1; 2; 3; 4 e 5, ou
seja, três ímpares e dois pares. Note que a probabilidade de satisfazer
a segunda exigência depende do que ocorreu na primeira retirada. Ao
se retirar uma bola com número ímpar na primeira retirada, então só
restam duas bolas com números ímpares, num total de quatros bolas.
Logo:
 a probabilidade de sair uma bola com número ímpar no primeiro
lançamento é igual a 3/5.
 a probabilidade de sair uma bola com número ímpar no segundo
lançamento, sabendo que já saiu número ímpar no primeiro
lançamento é igual a 2/4.
Logo, a probabilidade de saírem duas bolas com números ímpares é
igual a (3/5)x(2/4) = 6/20 = 3/10

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