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Adubação da pitaia vermelha [Hylocereusundatus(Haw.

) Britton&
Rose] em Barbacena-MG

Cibele Batista de Paula1, Marcelo Zózimo da Silva²,


1
Graduando em Agronomia pelo Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais Campus
Barbacena e-mail: cibeledepaula341@gmail.com
2
Professor de Ensino Técnico e Tecnológico no Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais
Campus Barbacena e-mail: marcelo.zozimo@ifsudestemg.edu.br
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus
Barbacena

Introdução

Gradualmente a população se conscientiza de que a adoção de hábitos saudáveis,


incluindo nestes uma alimentação equilibrada, propicia uma melhora na saúde
evitando futuros problemas. Essa circunstância aliada ao aumento do poder de
compra, fez com que os números de consumo de frutas no Brasil aumentassem
(COSTA et al., 2015). A ingestão das mesmas é fundamental para o bom
funcionamento do organismo humano, pois são fonte de vitaminas, minerais entre
outras substâncias essenciais para o bom desempenho do nosso corpo e seus
sistemas (GOTO; HORA, 2010).

A pitaia [Hylocereus undatus (Haw.) Britton& Rose], vem ganhando espaço no


cenário da fruticultura nacional, sendo apontada como uma cultura de futuro
promissor (LE BELLEC; VAILLANT; IMBERT, 2006). Conhecida popularmente como
“fruta-do-dragão” ou “dama-da-noite”, no Brasil é pouco difundida, concentrando
pequenas áreas produtivas na região sudeste, sendo mais cultivada no estado de
São Paulo (COSTA, 2012). Embora pouco conhecida, a cultura tem grande
capacidade de expansão, devido o seu grande potencial produtivo, favorecendo
assim a economia da região que a produz, gerando novos empregos e promovendo
o aumento da renda familiar. Logo, a produção da pitaia também pode ser uma
alternativa de cultivo nas pequenas propriedades rurais, que praticam a agricultura
familiar, incrementando a renda anual.
Segundo Costa (2012), apesar dos vários aspectos positivos que mostram o
potencial dessa frutífera, um dos maiores obstáculos para a ampliação das áreas de
pitaia no Brasil é carência de informação sobre o manejo a ser aplicado na cultura,
principalmente quando o assunto é referente à adubação.

Diante dessa situação, são necessárias mais pesquisas nessa área com o propósito
de estabelecer uma recomendação de adubação adequada para cultura, e assim
determinar quais elementos são mais requeridos pela planta e as dosagens a serem
aplicadas e a influência sobre ela.

Palavras-chave: fruta-do-dragão, frutífera, manejo.

Categoria/área de pesquisa: Nível Superior (BIC é BIT) / Ciências Agrárias e


CiênciasAmbientais.

Objetivo

O objetivo da pesquisa é avaliar a influência no crescimento vegetativo e reprodutivo


da pitaia da polpa branca [Hylocereusundatus (Haw.) Britton& Rose],submetidas à
adubação orgânica e mineral, nas condições edafoclimáticas de Barbacena-MG.

Materiais e métodos

O experimento foi conduzido no Núcleo de Agricultura do Instituto Federal Sudeste


de Minas Gerais, Câmpus Barbacena, no período de julho de 2015 a julho de 2016.

O pomar de pitaia foi instalado em 23 de dezembro de 2014, sendo as mudas


plantadas em covas de 0,5 x 0,5 x 0,5 m, no espaçamento de 2 m entre plantas x 2,5
m na linha (densidade de 2000 plantas/ha). No preparo da cova foi utilizado 300 g de
calcário dolomítico, 150 g de NPK (8-30-20) e matéria orgânica (20 L de esterco
bovino bem curtido).

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com oito


tratamentos, e a parcela experimental composta por doze plantas.
Os tratamentos consistiram em: 1- adubada (NPK); 2- adubada (esterco bovino); 3 –
adubada (NPK+Esterco Bovino); 4 – testemunha; 5 – não adubada (NPK); 6 –não
adubada (esterco);7- não adubada (NPK+esterco) e 8-testemunha. Os tratamentos
T1, T2, T3 receberam a adubação de plantio e as duas adubações de cobertura, em
setembro de 2015 e março de 2016, respectivamente. O tratamento T4 é a
testemunha, recebendo somente a adubação de plantio. Os tratamentos T5, T6 T7 e
T8 receberam somente a adubação de plantio, T8 é a testemunha, sem adubação
de cobertura.

Os tratamentos foram identificados com fitas coloridas e consistiram em: 1- azul


claro; 2- fita rosa escuro; 3-verde escuro; 4-azul escuro; 5-verde água; 6-branco; 7-
vermelha; 8-preto.

As adubações foram realizadas em setembro de 2015 e março de 2016, em forma


de cobertura. Foram utilizados esterco bovino (20L por planta) e NPK (300g por
planta, formulação 30-00-20), aplicados separadamente e em mistura.

Foram avaliados o diâmetro do caule na altura do peito (DAP), diâmetro na base


(DB) e altura da planta. Os dados coletados foram submetidos a análise de variância
e ao teste de Tukey,a 5% de probabilidade através do programa Sisvar.

Resultados e discussão

Em relação ao diâmetro na altura do peito (DAP), os tratamentos não diferiram


significamente entre si. No entanto, o tratamento 5, de plantas não adubadas e que
foram submetidas a adubação química com nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K),
apresentou diferença em comparação aos demais. Segundo Hernández (2000)
citado por Costa (2015), para que seu desenvolvimento seja ideal, a pitaia requer
alguns macros nutrientes, como nitrogênio, fósforo e potássio e os mesmos são
disponibilizados para a planta via adubação, realizada em plantio ou cobertura.
Quanto à altura o tratamento 1, com aplicação de NPK, diferiu dos demais
mostrando a importância desses elementos para o desenvolvimento da planta.

Em relação ao diâmetro da base (DB), foi observado que o tratamento 7, adubação


de NPK em mistura com esterco bovino, diferiu dos demais. As plantas desse
tratamento receberam adubação somente uma vez. A presença de esterco bovino
pode ter contribuído para este resultado, uma vez que a presença do mesmo
melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo. Segundo Galbiatti
et al. (1996) citado por Costa (2012), as melhorias na disponibilidade de elementos
químicos no solo indispensáveis para o desenvolvimento da planta estão
relacionadas ao emprego de adubos orgânicos, nesse caso o esterco.

Os valores das médias obtidas estão apresentados na tabela 1.

Tabela 1. Valores médios para as variáveis do diâmetro da altura do peito (DAP),


diâmetro da base (DB) e altura da pitaia vermelha.

Tratamentos DAP DB ALTURA


1 20,70a 11,60ab 2,77b
2 19,45a 20,58c 2,57ab
3 19,04a 11,02a 2,40ab
4 19,66a 11,83ab 2,51ab
5 21,83a 13,41b 2,47ab
6 20,20a 13,10ab 2,47ab
7 20,04a 20,87c 2,31a
8 19,45a 13,72b 2,35a
CV (%) 13,30 12,94 13,35
Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si estatisticamente,
pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

Fonte: Elaboração dos autores

Conclusão

As plantas que receberam duas adubações, apresentaram melhor resposta a


aplicação de NPK em relação à altura.

A adubação de NPK juntamente com esterco bovino apresentou diferença nos


resultados em relação ao diâmetro da base, quando aplicados nas plantas que
receberam somente uma adubação. Quanto ao diâmetro na altura do peito nenhum
dos tratamentos apresentou diferenças significantes estatisticamente.
Referências bibliográficas

COSTA, A. C. Adubação orgânica e ensacamento de frutas na produção da


pitaia vermelha.2012. 69 p. Tese (doutorado) – Universidade Federal de Lavras,
Lavras, 2012.
COSTA, Ana Claudia et al. Adubação orgânica e Lithothamnium no cultivo da pitaia
vermelha. Semina: Ciências Agrárias, v. 36, n. 1, p. 77-88, 2015.

GALBIATTI, J. A. et al. Efeitos de diferentes doses e épocas de aplicação de


efluente de biodigestor e da adubação mineral em feijoeiro comum (Phaseolus
vulgaris L.) submetido a duas lâminas de água por meio de irrigação por sulco.
Científica, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 63-74, 1996.

GOTO, R.; HORA, R. C. Reflexões sobra a cadeia de frutas e hortaliças. In:


ANUÁRIO da agricultura brasileira. São Paulo: FNP Consultoria e
Agroinformação, 2010. p. 345-347.

HERNANDEZ, Y. D. O. Hacia el conocimiento y la conservación de la pitahaya.


Oaxaca: IPN-SIBEJ-CONACYT-FMCN, 2000. 124 p.

LE BELLEC, F.; VAILLANT, F.; IMBERT, E. Pitahaya (Hylocereus spp.): a new fruit
crop, a market with a future. Fruits, Paris, v. 61, n. 4, p. 237-250, Aug. 2006.

Apoio financeiro

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais-


Campus Barbacena.

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