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DIC ACP809C – SISTEMAS INTELIGENTES DE TRANSPORTE

PROFESSOR: MARCELO PORTO


ALUNO: JOÃO VITOR SOUZA TEIXEIRA

RESENHA DE ARTIGO SEMANA 02: SISTEMAS INTELIGENTES DE TRANSPORTE

TÍTULO DO ARTIGO: Gestão da Informação no Transporte Público

Autores: Rafael Mendes Lubeck; Milton Luiz Wittmann; Angélica Skrebsky Richter; Márcia
Santos da Silva

O artigo analisado apresenta um estudo sobre a gestão de dados do transporte público de


duas cidades do Rio Grande do Sul. É explicitado pelos autores que, com a mudança nos
padrões de moradia, estudo e trabalho, o perfil dos usuários de transporte público mudou
e faz-se necessária uma análise dos dados eletronicamente gerados pelos mesmos para
tomada de decisões. A coleta dos dados foi feita por meio de entrevistas e análise
documental, de forma primária e secundária. O caráter da pesquisa foi exploratória, por se
tratar de um assunto ainda pouco explorado a nível acadêmico. As entrevistas foram feitas
com gestores da Associação de Transportadoras Públicas do Rio Grande do Sul acerca do
sistema de Bilhetagem Eletrônica. O sistema consiste em uma utilização de cartões
magnéticos para o pagamento das tarifas do transporte, excluindo o uso de dinheiro em
espécie e os vales transportes de papel. Os autores criaram então um framework de estudo
dos dados onde passaram pelas etapas de delineamento (utilizando teoria sobre o tema);
pré-análise dos dados; análise material (categorização dos dados); tratamento dos dados;
julgamento da validade dos dados (teoria versus dados empíricos) e agrupamento em
categorias.

A Bilhetagem Eletrônica foi implantada nas nos casos analisados a partir da formação de
consórcios entre as empresas de transporte para viabilizar a implantação do projeto devido
à dimensão do investimento e as dificuldades operacionais envolvidas. Vale ressaltar que
as empresas de transporte sofreram com a queda de receita devido à redução do uso dos
mesmos, além da pressão pública para qualidade dos serviços a um custo acessível. Por
outro lado a união das empresas proporcionou uma maior democracia no uso da
bilhetagem, que agora é aceita em qualquer linha. A compra de créditos é feita em postos
credenciados e não há custo para emissão do cartão.

O sistema desenvolvido para controle operacional disponibiliza os meios de controle de


dados gerando relatórios gerenciais para todas as áreas envolvidas no processo. O uso desta
tecnologia e das informações possibilita o mapeamento de origens e destinos de
passageiros, a frequência de utilização de linhas e horários; e número de usuários por
categoria, o que no sistema tradicional não proporcionava. Além da utilização pelas
empresas de transporte coletivo, o acesso ao sistema é feito pelos órgãos gestores em nível
estadual e municipal. Estes órgãos precisam das informações para estabelecer políticas
públicas de mobilidade urbana, monitorar as ações a serem feitas como a emissão de vales-
transporte, reajuste de tarifas, faturamento de cada empresa, origens e destinos de
passageiros e outras formas de controle que entendam necessárias.

O conjunto de verificações empíricas evidenciou que o gerenciamento estratégico da


informação ocorrido com a Bilhetagem Eletrônica possibilitou à redução de falhas
operacionais, melhorias dos serviços e do sistema de controle e manutenção da
competitividade e lucratividade das empresas. Ressalta-se também que o sistema de
Bilhetagem Eletrônica exerceu um papel estratégico permitindo a utilização de controles
que aumentam a eficácia do sistema tanto por parte das empresas como pelo poder
público.

Entende-se, porém, que o artigo não abordou a questão da exclusão social intrínseca à
mudança na cobrança do transporte público. Caso que pretende ser mais bem explorado
no artigo final da disciplina, uma vez que Belo Horizonte já anunciou que adotará um
sistema parecido.

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