Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: MANUTENÇÃO DE PAVIMENTOS
PROFESSOR: CÉLIO HONORATO DE OLIVEIRA

ANA CARLA LAGO FREIRE


PAULA TAMIRES DE SOUSA PEREIRA

DESENVOLVIMENTO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO E REABILITAÇÃO


PARA CIDADES DE PEQUENO PORTE - RESENHA CRÍTICA

BACABAL/MA

2022
O artigo teve como objetivo o desenvolvimento de um plano de manutenção e
reabilitação das vias com revestimento asfáltico para cidades de pequeno porte que
enfrentam a escassez de equipamentos, a partir da aplicação de métodos objetivos -
como o método do IGG, LVC e IRI, utilizando softwares e ferramentas gratuitas e
elevando os custos nas etapas de obtenção de dados e criação de um plano de
manutenção.
Na introdução, apresenta o sistema de gerenciamento de pavimentos (SGP) como
uma importante ferramenta de auxílio para administrar e tomar decisões. Este, assim
como outros sistemas de gerenciamento, necessita de uma grande quantidade de
dados precisos sobre os pavimentos que serão gerenciados, sendo vinculados à
confiabilidade dos resultados obtidos na etapa de avaliação. O autor também citou
algumas metodologias que avaliam a condição superficial dos pavimentos, como o
método do Índice de Gravidade Global (IGG) e o Valor de Serventia Atual (VSA).
Foram apresentados alguns fatores que caracterizam e distinguem os pavimentos
urbanos dos pavimentos rurais, sendo eles: a necessidade de reconstrução do
pavimento em vários pontos devido a abertura de valas, o tipo de solicitação
diferenciada relacionado a uma pequena parcela de veículos pesados e a baixa
velocidade de operação. Tem-se que a crescente demanda dos pavimentos urbanos
reflete na gerência dos pavimentos e, consequentemente, nos estudos e pesquisas.
Apresenta também a situação do sistema de gerenciamento de pavimentos urbanos
(SPGU) no Brasil, onde se desenvolve principalmente em cidades de grande porte,
que contam com programas de construção e conservação de pavimentos. E nas
cidades de pequeno porte, as fases de planejamento, dimensionamento e execução
das estruturas de pavimento geralmente são deixadas de lado, gerando elevado e
precoce grau de deterioração, e por consequência, redução da sua vida útil e
aumento dos custos de manutenção e reabilitação.
Na revisão bibliográfica referenciada pelo DNIT (2011), diz que o SGP busca fazer
avaliações e pesquisas sobre o sistema pavimento e seus componentes que o
integram (revestimento, base, sub-base e subleito), e que estará submetido aos
fatores externos a qual este estará submetido, visando obter o melhor retorno
possível para os recursos investidos. Acrescenta também que as atividades básicas
de um SGP estão normalmente relacionadas ao planejamento e podem ser
agrupadas em quatro grandes atividades básicas que vão desde a criação ou
manutenção de um sistema de referência, seguido de avaliações periódicas dos
pavimentos, determinação das prioridades de manutenção, além da elaboração de
um programa plurianual de investimentos.
É feito um comparativo entre o método IGG e o LVC. Onde o IGG realiza uma
avaliação amostral de um trecho homogêneo de pavimento e o LVC estuda todos os
defeitos encontrados no trecho avaliado, assim como sua severidade. E com esses
dados, podemos determinar subjetivamente o Índice de Condição de Pavimentos
Flexíveis (ICPF) e, objetivamente, o Índice de Gravidade Global Expedito (IGGE),
para obtermos o resultado do Índice do Estado de Superfície (IES), que levamos em
consideração os dois primeiros.
O método IRI é citado por ser destaque ao mensurar os defeitos de irregularidades
que afetam o conforto e segurança dos motoristas. No Brasil, é dito que são
utilizados basicamente quatro equipamentos para medir a irregularidade longitudinal
de pavimentos: medidores do tipo resposta, nível e mira, Dipstick e o Merlin. Uma
alternativa de manutenção de pavimentos depende da avaliação de técnicos e
profissionais experientes na área. O artigo nos diz que as cidades de grande e
médio porte geralmente possuem em seu plano diretor um plano de manutenção e
reabilitação que contemplam as atividades que deverão ser realizadas para este tipo
de escolha, enquanto as cidades de pequeno porte geralmente não possuem um
sistema que gerencie seus pavimentos.
Ao citar Hansen (2008), este artigo nos mostra que, para gerenciar pavimentos, os
critérios de priorização possuem a função de relacionar os projetos e as
necessidades de manutenção em uma escala de relevância,que serão reunidos até
se esgotarem as previsões orçamentárias do planejamento anual e o modelo de
priorização pode ser definido através de índices subjetivos ou de forma objetiva,
relacionando vários fatores, que podem ser de tráfego, custo, técnico, benefício,
dentre outros.
Para realização da pesquisa foi efetuado desde a caracterização das vias até a
hierarquização dos trechos em mais e menos prioritários, a hierarquização ocorrerá
por meio da correlação entre o estado da mesma, o preço da alternativa de
manutenção e o volume de tráfego, sendo a via de maior prioridade aquela que
possuir o estado mais crítico, com o maior tráfego possível e sendo a sua alternativa
de manutenção ou reabilitação a mais barata possível. As etapas do processo foram
divididas em:
● Caracterização da via;
● Definição das alternativas de manutenção ou reabilitação;
● Estimativas de custo;
● Contagem do tráfego para classificação, e por fim;
● Hierarquização.
A cidade escolhida para realização da proposta piloto foi a cidade de Caraúbas/RN,
com aproximadamente 20 mil habitantes, dividida em oito bairros. O município
possui 72 km de malha viária, constituída de calçamento, revestimento asfáltico e
vias em terreno natural. Além das vias da cidade, foram analisadas as RNs 233 e
117 que cortam a cidade de Caraúbas. O IGG e IES foram determinados com auxílio
de equipamentos gratuitos, dentre eles o aplicativo de smartphone Google My Maps
e o Libreoffice, além do RoadLab PRO. Com isso foram medidos os dados dos
trechos e seguidos para a etapa de hierarquização, com relação a maior quantidade
de defeitos as vias foram separadas de acordo o IGG avaliado para cada trecho, já
quanto aos fatores econômicos as faixas de custo por quilômetro (custo/km) foram
escolhidas segundo orçamentos gerados para o mês de estudo, segundo planilhas
do SICRO 2, prestigiando o tipo de solução mais “barata” para a maior nota. Com
relação ao tráfego, os dados foram obtidos através da contagem. Em cada divisão
houve a determinação de um peso, de acordo com o supracitado, desta forma a
priorização dos trechos mais críticos foi realizada através de uma equação com
índices objetivos obtidos através da correlação em média ponderada de três critérios
escolhidos como preponderantes para cidades de pequeno porte: o fator técnico
(IGG), fator preço é fator tráfego.
Para a escolha da melhor alternativa quanto a manutenção/reabilitação do
pavimento utilizou-se as técnicas de avaliação funcional dos pavimentos (IGG, LVC
e IRI) e das vias (contagem de tráfego) como mencionado. De acordo com o autor e
com os dados obtidos durante a pesquisa, a RN 117 possui o maior fluxo de veículos
que todas as demais vias asfaltadas da cidade. Nota-se que o IGG das vias
estudadas variaram de 0 á 195, ou seja, de ótimo a péssimo, respectivamente,
através de uma média aritmética os vias totalizaram 67, o que classificaria a cidade
como sendo regular, porém a realidade essa nota se dá ´por conta de 2 trechos que
são totalmente discrepantes da realidade da cidade de fato, sendo a maioria dos
trechos da cidade classificados como ótimos ou regulares.
As alternativas de manutenção escolhidas são exibidas na figura abaixo:

Como resultados pode-se destacar o trecho do Centro 1, que detém uma das
maiores solicitações de veículos da cidade, com um custo de manutenção
relativamente baixo, aliado a seu alto valor de IGG, foi considerado como o trecho de
maior prioridade. Logo em seguida, o segmento do Aeroporto ficou em segundo
lugar na lista de prioridades, visto que o seu custo de manutenção é baixíssimo, com
um IGG relativamente alto, seguido pelos trechos das RNs, devido ao alto custo de
manutenção.
A utilização de índices objetivo, a metodologia empregada bem como o uso das
ferramentas escolhidas possibilitou aos avaliadores conhecerem ainda mais os
problemas que acometem os pavimentos da cidade, além de entender o tráfego a
nível de rede do município e as decisões específicas a serem tomadas para
manutenção dos pavimentos. Destaca-se então a importância da utilização de
ferramentas tecnológicas para a determinação das opções mais eficientes no quesito
manutenção de pavimentos, o artigo destaca a eficácia da metodologia utilizada e
pontua outros aspectos que podem ser levados em consideração nos trabalhos
futuros..

Você também pode gostar