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Mauro Mariani
Secretário de Infra-Estrutura
Flávio Volpato
Coordenador de Programas Especiais
Wilfredo Brillinger
Representante do Consórcio
Vitor M. R. Fonseca
Coordenador do Estudo
Consultores SCETAUROUTE
Hubert Julien – Economia de Transportes
SÍNTESE
DO
PLANO DIRETOR RODOVIÁRIO
JUNHO/2008
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
Na realidade os três componentes estão ligados entre si, pois o Plano Diretor
não poderia ser elaborado, em condições aceitáveis, sem que os dois primeiros
componentes fossem desenvolvidos. O primeiro deu origem aos volumes de tráfego
reais, essenciais para a avaliação da malha atual e calibração do modelo de
previsão de demanda e o segundo componente permitiu que se desenvolvessem as
ferramentas necessárias para a elaboração do Plano Diretor.
v
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
O presente relatório refere-se à situação de 2005, uma vez que foi baseado nos
dados disponíveis que se referiam àquele ano. A intermodalidade dos transportes,
embora evolua com o desenvolvimento do território e com a evolução dos aspectos
sócio-econômicos do Estado, não tem uma dinâmica tão forte que não permita a
utilização desta ferramenta em estudos que venham a ocorrer durante os próximos
anos. A sua atualização sistemática permitirá que ela venha a constituir uma
ferramenta permanente para o Sistema de Planejamento Rodoviário do DEINFRA.
vii
SUMÁRIO
SUMÁRIO
1 O Estado de Santa Catarina ................................................................................................................... 3
1.1 LOCALIZAÇÃO E GEOGRAFIA .................................................................................................................. 3
1.2 CLIMA ..................................................................................................................................................... 3
1.3 SOLO E SUBSOLO .................................................................................................................................... 4
1.4 CARACTERIZAÇÃO REGIONAL ................................................................................................................. 4
1.4.1 Litoral ................................................................................................................................................. 4
1.4.2 Nordeste ............................................................................................................................................ 4
1.4.3 Vale do Itajaí ...................................................................................................................................... 5
1.4.4 Planalto Norte ................................................................................................................................... 5
1.4.5 Planalto Serrano ................................................................................................................................ 5
1.4.6 Sul ...................................................................................................................................................... 5
1.4.7 Meio‐Oeste ........................................................................................................................................ 5
1.4.8 Oeste ................................................................................................................................................. 5
2 Histórico da Malha Rodoviária de Santa Catarina .................................................................................. 9
2.1 A EVOLUÇÃO DA ERA RODOVIÁRIA NO BRASIL...................................................................................... 9
2.2 JURISDIÇÃO DA INFRA‐ESTRUTURA ..................................................................................................... 10
2.3 OS INVESTIMENTOS NA MALHA RODOVIÁRIA ..................................................................................... 10
2.4 EFEITOS DA EVOLUÇÃO DAS RODOVIAS EM SANTA CATARINA ........................................................... 11
2.5 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO SETOR RODOVIÁRIO...................................................................... 12
2.6 FINANCIAMENTO DO SETOR RODOVIÁRIO .......................................................................................... 14
3 Âmbito e Objetivos do Estudo ............................................................................................................. 17
3.1 O PLANEJAMENTO RODOVIÁRIO EM SANTA CATARINA ...................................................................... 17
3.2 OBJETIVOS E ÂMBITO ESPECÍFICO PARA O PRESENTE ESTUDO ........................................................... 18
4 Princípios Metodológicos Usados na Elaboração do Plano Diretor Rodoviário ...................................... 23
5 Dados Básicos para o Plano Diretor Rodoviário ................................................................................... 31
5.1 MALHA RODOVIÁRIA ........................................................................................................................... 31
5.1.1 Constituição e Gestão da Malha ...................................................................................................... 32
5.1.2 Georreferenciamento da Malha ...................................................................................................... 32
5.1.3 Dados Físicos ................................................................................................................................... 33
5.1.4 Dados Operacionais ......................................................................................................................... 33
5.1.5 Dados Técnicos ................................................................................................................................ 34
5.1.6 Dados de Custos Rodoviários .......................................................................................................... 34
5.2 DADOS DE TRÁFEGO ............................................................................................................................ 35
5.2.1 Contagens de Tráfego ...................................................................................................................... 35
5.2.2 Pesquisas de Origem e Destino (Pesquisas O/D) ............................................................................. 37
5.3 DADOS SÓCIO‐ECONÔMICOS ............................................................................................................... 38
5.4 DADOS SOBRE O SISTEMA DE TRANSPORTES ...................................................................................... 39
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
6 Os Instrumentos e As Ferramentas de Planejamento ........................................................................... 43
6.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO RODOVIÁRIA ............................................................................................. 44
6.2 SISTEMAS GERENCIAIS DO DEINFRA .................................................................................................... 49
6.2.1 Inventariação dos Sistemas Gerenciais do DEINFRA ....................................................................... 49
6.2.2 Diagnóstico dos Sistemas Gerenciais Técnicos ................................................................................ 49
6.3 SISTEMA DE GESTÃO DOS DADOS DE TRÁFEGO – GDT ........................................................................ 50
6.4 SISTEMA DE DADOS SÓCIO‐ECONÔMICOS ........................................................................................... 52
6.4.1 Divisões Regionais do Estado ........................................................................................................... 53
6.4.2 Ocupação do Solo e Urbanização .................................................................................................... 54
6.4.3 Dados Populacionais ........................................................................................................................ 56
6.4.4 Dados Econômicos ........................................................................................................................... 63
6.4.5 Dados de Motorização ..................................................................................................................... 69
6.4.6 Caracterização da Produção e Consumo ......................................................................................... 72
6.4.7 Caracterização do Setor de Serviços ................................................................................................ 78
6.4.8 Tipologias dos Municípios Catarinenses .......................................................................................... 78
6.4.9 Estudos de Zoneamento .................................................................................................................. 79
6.4.10 Matrizes O/D Atuais (2005) ......................................................................................................... 83
6.5 SISTEMA DE GESTÃO DE MATRIZES E DE DADOS – GEMADA .............................................................. 85
6.5.1 Generalidades .................................................................................................................................. 85
6.5.2 Uma Visão Geral do GEMADA .......................................................................................................... 87
6.5.3 Gerenciamento de Matrizes ............................................................................................................ 89
6.5.4 Interface com o CUBE ...................................................................................................................... 93
6.6 SISTEMA INTERMODAL DE TRANSPORTES ........................................................................................... 94
6.6.1 A Repartição Modal Atual em Santa Catarina ................................................................................. 96
6.6.2 Análise e Diagnóstico dos Diferentes Modais .................................................................................. 96
6.7 SISTEMA DE ANÁLISE DA CONDIÇÃO DA MALHA – MODELO HDM ................................................... 117
6.7.1 Evolução no Desenvolvimento do Modelo HDM ........................................................................... 117
6.7.2 Descrição do HDM ......................................................................................................................... 119
6.7.3 Metodologia de Funcionamento ................................................................................................... 120
6.8 SISTEMA DE ANÁLISE DE REDE E PREVISÃO DA DEMANDA – SAR/CUBE ................................................ 122
6.8.1 Generalidades ................................................................................................................................ 122
6.8.2 Descrição e Estrutura do Modelo .................................................................................................. 123
6.9 Estrutura do Modelo .......................................................................................................................... 124
6.9.1 Funcionamento do Modelo CUBE .................................................................................................. 125
6.10 SISTEMA DE AVALIAÇÃO MULTICRITERIAL DE ALTERNATIVAS........................................................... 131
6.10.1 Os Conceitos dos Métodos Multicritérios ................................................................................. 132
6.10.2 A Escolha do Método Multicritério de Apoio à Decisão ............................................................ 133
6.10.3 O Método AHP ........................................................................................................................... 134
7 A malha Rodoviária Atual .................................................................................................................. 143
7.1 Descrição, Constituição, Características e Valor Patrimonial da Malha ............................................ 144
7.1.1 Principais Rotas .............................................................................................................................. 145
7.1.2 Extensão da Malha ......................................................................................................................... 148
7.1.3 Indicadores da Malha .................................................................................................................... 148
7.1.4 Tipos de Rodovias .......................................................................................................................... 149
7.1.5 Jurisdição das Rodovias ................................................................................................................. 150
7.1.6 Hierarquia da Malha ...................................................................................................................... 151
7.1.7 Idade das Rodovias ........................................................................................................................ 151
7.1.8 Valor do Patrimônio da Malha do PDR/SC ..................................................................................... 152
7.2 Modelação da Malha para o Sistema de Análise e Previsão de Demanda ........................................ 153
7.2.1 Composição da Rede Matemática ................................................................................................. 153
7.2.2 Atributos dos Arcos ....................................................................................................................... 155
7.2.3 Composição da Rede Matemática por Atributo ............................................................................ 157
7.3 Modelação da Malha para o Modelo HDM‐4 .................................................................................... 161
7.3.1 Composição da Malha para o Modelo HDM‐4 .............................................................................. 162
7.3.2 Características Técnicas dos Arcos para o Modelo HDM‐4 ........................................................... 162
7.3.3 Modelação dos Dados ................................................................................................................... 162
7.3.4 Custos Unitários e Custos das Intervenções .................................................................................. 163
7.3.5 Critérios de Análise ........................................................................................................................ 164
7.4 Procedimentos na Análise e Avaliação da Malha pelos Modelos ...................................................... 167
7.4.1 Modelo de Análise e Previsão de Demanda CUBE ........................................................................ 167
7.4.2 Modelo de Análise e Condição da Malha HDM‐4 .......................................................................... 168
7.5 Análise, Avaliação e Diagnóstico da Malha Atual do PDR/SC ............................................................ 169
7.5.1 Acessibilidade da Malha Rodoviária .............................................................................................. 169
7.5.2 Demanda de Tráfego ..................................................................................................................... 174
7.5.3 Capacidade da Malha – Níveis de Serviço ..................................................................................... 183
7.5.4 Estado de Conservação da Malha .................................................................................................. 184
7.5.5 Hierarquia e Funcionalidade da Malha .......................................................................................... 186
7.5.6 Obras de Arte Especiais ................................................................................................................. 189
7.5.7 Custos Operacionais ...................................................................................................................... 192
7.5.8 Segurança de Trânsito ................................................................................................................... 195
7.5.9 Aspectos Ambientais ..................................................................................................................... 199
7.5.10 Conclusões sobre o Diagnóstico da Malha e sobre Aspectos Institucionais ............................. 202
8 VISÃO DO FUTURO PARA A MALHA RODOVIÁRIA .............................................................................. 211
8.1 Retrospectiva da Evolução do Estado de Santa Catarina ................................................................... 212
8.1.1 O Crescimento da População e da Urbanização ............................................................................ 212
8.1.2 O Crescimento e as Modificações na Economia Catarinense ........................................................ 212
8.1.3 A Evolução do Sistema de Transportes ......................................................................................... 217
8.1.4 A Evolução do Transporte Rodoviário ........................................................................................... 217
8.1.5 As Condições que Contribuíram para o Desenvolvimento Catarinense ........................................ 218
8.2 Tendências e Expectativas Futuras .................................................................................................... 218
8.2.1 Tendências das Conjunturas Econômicas a Diferentes Níveis ....................................................... 218
8.2.2 Planos e Diretrizes para o Desenvolvimento do Estado e do Sistema de Transportes ................... 220
8.2.3 Cenários Evolutivos da Demanda Rodoviária ................................................................................ 231
8.3 Evolução Sócio‐Econômica ................................................................................................................. 232
8.3.1 Evolução da População e de sua Mobilidade................................................................................. 233
8.3.2 Projeções dos Indicadores sociais e econômicos .......................................................................... 237
8.4 Evolução do Sistema de Transporte Rodoviário ................................................................................. 240
8.4.1 Transporte de cargas ..................................................................................................................... 240
8.5 Cenário Tendencial ............................................................................................................................. 240
8.6 Cenário Normativo ............................................................................................................................. 241
8.6.1 Transporte de passageiros ............................................................................................................. 243
8.6.2 Transporte individual ..................................................................................................................... 244
8.6.3 Transporte coletivo ........................................................................................................................ 245
9 Evolução da Matriz de Repartição Modal em Santa Catarina.............................................................. 251
9.1 Matriz de Repartição Modal no Brasil ............................................................................................... 253
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
9.2 Matriz de Repartição Modal Atual em Santa Catarina ...................................................................... 259
9.3 Matriz de Repartição Modal em Santa Catarina nos Cenários Futuros ............................................. 266
10 A MALHA RODOVIÁRIA FUTURA ........................................................................................................ 273
10.1 Taxas de Crescimento de Tráfego Futuras ......................................................................................... 273
10.2 Definição e Avaliação das Malhas Rodoviárias Futuras ..................................................................... 274
10.3 Análise e Avaliação da Malha Rodoviária de 2011 ............................................................................ 275
10.4 Análise e Avaliação da Malha Rodoviária de 2015 ............................................................................ 278
10.5 Análise e Avaliação da Malha Rodoviária Teórica de 2023 ................................................................ 279
10.6 Análise e Avaliação da Malha Rodoviária do Plano Diretor de 2023 ................................................. 281
11 PLANO DIRETOR RODOVIÁRIO ........................................................................................................... 285
11.1 Portfólio de Projetos de Intervenção Previstos no PDR/SC ‐ 2023 ...................................................... 286
11.1.1 Tipos de Intervenção ................................................................................................................. 286
11.1.2 Programas Quadrienais de Intervenções .................................................................................. 287
11.2 A Malha Rodoviária do PDR/SC ‐ 2023 ............................................................................................... 297
11.2.1 Descrição, Constituição e Características da Malha do PDR/SC ‐ 2023 ..................................... 298
11.2.2 Análise e Avaliação da Malha do PDR/SC ‐ 2023 ....................................................................... 304
11.3 Investimentos, Avaliação Econômica e Financiamento de Recursos .................................................. 324
11.3.1 Custos Unitários das Intervenções ............................................................................................ 324
11.3.2 Investimentos Necessários ........................................................................................................ 324
11.3.3 Avaliação Econômica das Intervenções ..................................................................................... 325
11.3.4 Financiamento dos Recursos ..................................................................................................... 329
11.4 Propostas para Constatações Evidenciadas pelo PDR/SC .................................................................. 330
11.4.1 Propostas Estratégicas ............................................................................................................... 330
11.4.2 Propostas Técnicas .................................................................................................................... 335
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 ‐ Localização do Estado de Santa Catarina ............................................................................................. 3
Figura 1.2: Regiões do Estado de Santa Catarina .................................................................................................... 4
Figura 4.1: Disposição da metodologia básica ....................................................................................................... 23
Figura 6.1: Fluxograma da interligação das ferramentas de planejamento .......................................................... 43
Figura 6.2: Estrutura do Sistema de Informação Rodoviária ................................................................................. 45
Figura 6.3: Exemplo de visualização de dados físicos de uma rodovia ................................................................. 46
Figura 6.4: Exemplo de visualização dos dados técnicos do pavimento de um segmento rodoviário .................. 47
Figura 6.5: Estrutura básica dos dados do SIR ....................................................................................................... 48
Figura 6.6: Estrutura básica do Sistema de Gestão de Dados de Tráfego – GDT .................................................. 51
Figura 6.7: Divisões regionais de Santa Catarina adotadas no estudo .................................................................. 54
Figura 6.8: Índice de urbanização nos municípios de Santa Catarina ................................................................... 55
Figura 6.9: Distribuição da população em Santa Catarina ..................................................................................... 58
Figura 6.10: Taxas de crescimento dos municípios de Santa Catarina .................................................................. 59
Figura 6.11: Taxas de migração dos municípios de Santa Catarina ....................................................................... 61
Figura 6.12: Movimentação de turistas nas localidades catarinenses .................................................................. 62
Figura 6.13: PIB total dos municípios de Santa Catarina ....................................................................................... 65
Figura 6.14: PIB per capita dos municípios de Santa Catarina .............................................................................. 66
Figura 6.15: Distribuição da renda – percentual de pessoas com rendimento mensal superior a 3 salários
mínimos ........................................................................................................................................................ 68
Figura 6.16: Número de veículos nos municípios catarinenses por classes de motorização ................................ 70
Figura 6.17: Linhas de desejo complexo cerâmico e cimento (agregado) ............................................................. 76
Figura 6.18: Localização dos principais centros de madeira e mobiliário ............................................................. 77
Figura 6.19: Localização dos principais centros eletro‐mecânicos ........................................................................ 77
Figura 6.20: Zoneamento interno .......................................................................................................................... 80
Figura 6.21: Zoneamento externo de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul ...................................................... 82
Figura 6.22: Zoneamento externo ......................................................................................................................... 83
Figura 6.23: Linhas de desejo de bebidas produto final (agregada) – 2005 .......................................................... 85
Figura 6.24: Funcionamento do sistema ............................................................................................................... 87
Figura 6.25: Interface entre CUBE e HDM ............................................................................................................. 89
Figura 6.26: Análise das tarefas realizadas pelo sistema ...................................................................................... 90
Figura 6.27: Possíveis seqüências de operações do sistema ................................................................................. 91
Figura 6.28: tarefas da interface CUBE/GEMADA ................................................................................................. 93
Figura 6.29: Os diversos modais de transporte no Estado de Santa Catarina ....................................................... 97
Figura 6.30: Malha rodoviária atual ...................................................................................................................... 97
Figura 6.31: Ferrovias existentes no Estado de Santa Catarina ........................................................................... 100
Figura 6.32: Localização do porto de São Francisco do Sul ................................................................................. 104
Figura 6.33: Vista aérea do porto de São Francisco do Sul.................................................................................. 104
Figura 6.34: Vista aérea do porto de Itajaí .......................................................................................................... 105
Figura 6.35: Porto de Navegantes ....................................................................................................................... 106
Figura 6.36: Vista aérea do porto de Imbituba .................................................................................................... 106
Figura 6.37: Vista aérea do porto de Laguna ....................................................................................................... 107
Figura 6.38: Aeroportos de Santa Catarina ......................................................................................................... 112
Figura 6.39: Modal dutoviário em Santa Catarina ............................................................................................... 115
Figura 6.40: Rede de gasodutos em Santa Catarina ............................................................................................ 116
Figura 6.41: Arquitetura do Modelo HDM‐4 ....................................................................................................... 119
Figura 6.42: As várias etapas trabalhadas pelo Modelo CUBE ............................................................................ 123
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Figura 6.43 ‐ A Modelação de uma Malha para ser Trabalhada pelo Modelo CUBE ........................................... 126
Figura 6.44 ‐ Componentes do Catálogo "Modelo CUBE_PDR/SC" ..................................................................... 128
Figura 6.45 ‐ Elenco das Aplicações (Applications) do Modelo CUBE_PDR/SC .................................................... 129
Figura 6.46 ‐ Parâmetros e Elementos Chave Selecionados para o Cenário de Análise ...................................... 130
Figura 6.47 ‐ Estrutura Funcional Básica do Modelo de Análise e Previsão de Demanda ................................... 130
Figura 6.48 ‐ Estrutura de Funcionamento da Aplicação “Estimativa VL”. ......................................................... 131
Figura 6.49 ‐ Fluxograma da estrutura hierárquica do AHP ................................................................................ 136
Figura 6.50 ‐ Estrutura hierárquica genérica de problemas de decisão .............................................................. 137
Figura 7.1 ‐ Malha rodoviária do PDR/SC – pavimentada e não pavimentada .................................................... 144
Figura 7.2 ‐ Principais rotas da malha rodoviária do PDR/SC .............................................................................. 145
Figura 7.3 ‐ Arcos e centróides dentro do Estado de Santa Catarina .................................................................. 154
Figura 7.4 ‐ Arcos e centróides fora do Estado de Santa Catarina ....................................................................... 155
Figura 7.5 ‐ Volumes de tráfego totais em VMDA ............................................................................................... 178
Figura 7.6 ‐ Volumes de veículos leves em VMDA .............................................................................................. 179
Figura 7.7 ‐ Percentual de veículos pesados em VMDA ...................................................................................... 180
Figura 7.8 ‐ Tráfego de passagem em VMDA ....................................................................................................... 181
Figura 7.9 ‐ Principais VMDA’s em rodovias não pavimentadas .......................................................................... 183
Figura 7.10 ‐ Níveis de serviço da malha do PDR/SC em 2007 ............................................................................ 184
Figura 7.11 ‐ Condição da malha pavimentada do PDR/SC em 2007 .................................................................. 186
Figura 7.12 ‐ Hierarquia e funcionalidade da malha ............................................................................................ 188
Figura 7.13 ‐ Obras de arte especiais (concreto), por estado de conservação ................................................... 191
Figura 7.14 ‐ Obras de arte especiais (madeira) .................................................................................................. 191
Figura 7.15 ‐ Distribuição dos custos operacionais pela malha rodoviária .......................................................... 195
Figura 7.16 ‐ Pontos críticos mais graves na malha estadual .............................................................................. 199
Figura 8.1‐ Microrregiões selecionadas para o cenário normativo ..................................................................... 242
Figura 9.1‐ Ciclo de serviços de cabotagem ......................................................................................................... 258
Figura 9.2 ‐ Mapa de Santa Catarina com todos os Modais em 2023 ................................................................. 268
Figura 10.1 – Método de Analise das Malhas Futuras ......................................................................................... 275
Figura 10.2– VMDA`s 2011 na Malha Rodoviária de 2007 .................................................................................. 276
Figura 10.3– Níveis de Serviço de 2011 na Malha Rodoviária de 2007 ............................................................... 276
Figura 10.4 – Intervenções na Malha Rodoviária entre 2008 e 2011 .................................................................. 277
Figura 10.5 – VMDA`s 2015 na Malha Rodoviária de 2011 ................................................................................. 278
Figura 10.6 – Níveis de Serviço de 2015 na Malha Rodoviária de 2011 .............................................................. 278
Figura 10.7 – Intervenções na Malha Rodoviária entre 2012 e 2015 .................................................................. 279
Figura 10.8– VMDA`s 2023 na Malha Rodoviária de 2015 .................................................................................. 280
Figura 10.9– Níveis de Serviço de 2023 na Malha Rodoviária de 2015 ............................................................... 280
Figura 10.10 – Intervenções na malha rodoviária entre 2016 e 2023 ................................................................. 281
Figura 10.11– Malha Rodoviária do Plano Diretor Rodoviário – 2023 ................................................................ 282
Figura 11.1– Intervenções Previstas na malha do PDR/SC entre 2007 e 2023 .................................................... 297
Figura 11.2– Malha Rodoviária do PDR/SC – 2023, Pavimentada e Não Pavimentada ....................................... 298
Figura 11.3– Principais rotas da malha rodoviária do PDR/SC‐2023 ................................................................... 299
Figura 11.4– Acessibilidade a partir da malha rodoviária do PDR/SC – 2023 (Rodovias Pavimentadas e Não
Pavimentadas) ............................................................................................................................................ 305
Figura 11.5– Acessibilidade a partir da malha rodoviária do PDR/SC (Rodovias Pavimentadas) ........................ 306
Figura 11.6– Volumes de Tráfego Totais em VMDA na Malha ‐ 2023 ................................................................ 309
Figura 11.7– Volumes de Tráfego Totais em VMDA na Região Metropolitana de Florianópolis ‐ 2023 ............. 310
Figura 11.8– Volumes de Veículos Leves em VMDA ............................................................................................ 311
Figura 11.9– Porcentual de Veículos Pesados em VMDA na malha PDR/SC‐2023 .............................................. 312
Figura 11.10– Tráfego de Passagem em VMDA ................................................................................................... 313
Figura 11.11– Níveis de Serviço da Malha do PDR/SC em 2023 .......................................................................... 314
Figura 11.12– Níveis de Serviço da Região Metropolitana de Florianópolis em 2023 ........................................ 315
Figura 11.13– Condição da Malha do PDR/SC em 2023 ...................................................................................... 318
Figura 11.14– Hierarquia e Funcionalidade da Malha – 2023 ............................................................................. 319
Figura 11.15– Distribuição dos Custos Operacionais pela Malha Rodoviária ...................................................... 322
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 2.1: Evolução da pavimentação de rodovias estaduais ............................................................................ 11
Gráfico 6.1: Taxa de motorização das regiões catarinenses ................................................................................. 71
Gráfico 6.2: Distribuição da frota catarinense por região ..................................................................................... 72
Gráfico 6.3: Evolução da produção agrícola de SC – 2000‐2004 ........................................................................... 74
Gráfico 7.1 ‐ Distribuição das faixas de tráfegos ................................................................................................. 163
Gráfico 7.2 ‐ Condição da Malha Atual do PDR/SC (2007) .................................................................................. 185
Gráfico 7.3: Custos Operacionais médios por tipo de veículo e faixas de tráfego .............................................. 194
Gráfico 7.4 ‐ Número de mortos e feridos nos vários Estados no ano 2005 segundo dados do Anuário do
DENATR(mortos e feridos/100.000 habitantes) ......................................................................................... 197
Gráfico 7.5 ‐ Passivos Ambientais mais freqüentes em rodovias ........................................................................ 202
Gráfico 8.1 ‐ População de Santa Catarina, por situação de domicílio – 1960‐2003 ........................................... 234
Gráfico 8.2‐ Aumento na demanda de transporte relacionado com o crescimento do volume de carga gerado
pelo crescimento da produção ................................................................................................................... 243
Gráfico 8.3 ‐ Divisão percentual do motivo de viagem – linhas curtas ............................................................... 247
Gráfico 8.4‐ Divisão percentual do motivo de viagem – linhas longas ................................................................ 248
Gráfico 9.1– Matriz de Repartição Modal de Cargas Atual e Futura ................................................................... 253
Gráfico 9.2 – Carga transportadas em ferrovias no Brasil – 2005 ....................................................................... 257
Gráfico 9.3 ‐ Exportações e importações do porto de Imbituba ......................................................................... 262
Gráfico 9.4 ‐ Exportações e importações do porto de São Francisco do Sul ....................................................... 262
Gráfico 9.5‐ Exportações e importações do porto de Itajaí ................................................................................. 262
Gráfico 9.6 – Comparação entre a Matriz de Repartição Modal Atual e Futura ................................................. 269
Gráfico 11.1– Condição da Malha do PDR/SC (2023) .......................................................................................... 317
Gráfico 11.2– Custos Operacionais por Tipo de Veículo e Faixas de Tráfego na alternativa sem projeto em 2023.
.................................................................................................................................................................... 321
Gráfico 11.3‐ Custos Operacionais por Tipo de Veículo e Faixas de Tráfego na alternativa com projeto em 2023.
.................................................................................................................................................................... 321
LISTA DE TABELAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1: Extensão global da malha rodoviária ......................................................................................... 32
Tabela 5.2: Postos de coleta por Superintendência Regional ........................................................................ 36
Tabela 5.3: Locais das pesquisas O/D realizadas........................................................................................... 38
Tabela 6.1: População das principais cidades Catarinenses – 2005 ............................................................... 56
Tabela 6.2: População e densidade demográfica de SC por mesorregião – 2005 ........................................... 57
Tabela 6.3: Participação dos setores no PIB em 2000, 2001 e 2002 (continua) .............................................. 63
Tabela 6.4: Valores absolutos de veículos e percentuais por região – 2005 ................................................... 71
Tabela 6.5: Grupos de produtos relevantes .................................................................................................. 73
Tabela 6.6: Principais produtos agrícolas de SC – 2003‐2004 ........................................................................ 75
Tabela 6.7: Distribuição da matriz de transporte de cargas .......................................................................... 96
Tabela 6.8: Constituição da Malha Ferroviária de Santa Catarina ................................................................. 99
Tabela 6.9: Terminais rodo‐ferroviários em Santa Catarina ........................................................................ 100
Tabela 6.10: Movimentação de cargas nas Ferrovias .................................................................................. 101
Tabela 6.11: Movimentação de cargas de cabotagem ................................................................................ 110
Tabela 6.12: Escala Fundamental de SAATY ............................................................................................... 138
Tabela 7.1‐ Extensões da malha do PDR/SC por jurisdição e tipo de rodovia .............................................. 148
Tabela 7.2 ‐ Densidades das malhas rodoviárias pavimentadas em vários Estados do Brasil e países
estrangeiros ...................................................................................................................................... 149
Tabela 7.3 ‐ Idade das rodovias catarinenses (Malha do PDR/SC) ............................................................... 152
Tabela 7.4 ‐ Estimativa do Valor Patrimonial da Malhado PDR/SC .............................................................. 152
Tabela 7.5 ‐ Distribuição dos arcos pela hierarquia da malha do PDR/SC (Rede Situação Dezembro de 2007)
......................................................................................................................................................... 159
Tabela 7.6 ‐ Classificação das rodovias federais quanto à condição do pavimento ...................................... 168
Tabela 7.7 ‐ Valores VMDA’s nas rodovias de grandes extensões .............................................................. 175
Tabela 7.8 ‐ Principais VMDA’s em rodovias pavimentadas de 4 faixas ....................................................... 176
Tabela 7.9 ‐ Principais VMDA’s em rodovias pavimentadas de 2 faixas ....................................................... 177
Tabela 7.10 ‐ Composição em % ................................................................................................................. 179
Tabela 7.11 ‐ Principais VMDA’s em rodovias não pavimentadas ............................................................... 182
Tabela 7.12 ‐ Condição da malha pavimentada atual do PDR/SC (2007) ..................................................... 185
Tabela 7.13 ‐ Obras de arte especiais necessitando de intervenção (concreto) ........................................... 190
Tabela 7.14 ‐ Custos operacionais médios por tipo de veículo e níveis de tráfego para rodovias pavimentadas
......................................................................................................................................................... 193
Tabela 7.15 ‐ Custos operacionais mínimos por tipo de veículo e níveis de tráfego para rodovias
pavimentadas ................................................................................................................................... 193
Tabela 7.16 ‐ Custos operacionais máximos por tipo de veículo e níveis de tráfego para rodovias
pavimentadas ................................................................................................................................... 193
Tabela 7.17 ‐ Níveis de Custos Operacionais .............................................................................................. 195
Tabela 8.1: Valores comparativos da produção pecuária entre os anos de 1955 e 2005 .............................. 214
Tabela 8.2 ‐ Valores percentuais da produção industrial catarinense nos anos 50 ....................................... 215
Tabela 8.3 ‐ Valores percentuais da produção industrial catarinense em 2005............................................ 216
Tabela 8.4 ‐ Dimensões, macrodiretrizes e áreas de atuação do PCD 2015 .................................................. 221
Tabela 8.5 ‐ Estratégias para a área de infra‐estrutura ............................................................................... 223
Tabela 8.6 ‐ Estimativas populacionais, em números absolutos, do Brasil, região sul e respectivos Estados –
1990 a 2005 ...................................................................................................................................... 233
Tabela 8.7 ‐ Taxas médias geométricas de crescimento anual da população no Brasil, região sul e respectivos
Estados ............................................................................................................................................. 233
Tabela 8.8 ‐ Distribuição da população das mesorregiões em relação à população total do Estado 1970 ‐ 2023,
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
em percentual. .................................................................................................................................. 235
Tabela 8.9 – Indicadores Industriais de Santa Catarina – 2004 ‐ 2005 .......................................................... 238
Tabela 8.10– Taxa média de crescimento de produtos industriais catarinenses .......................................... 239
Tabela 9.1– Repartição da Atual Matriz Modal de Cargas em Vários Países e no Estado de Santa Catarina . 253
Tabela 9.2 – Repartição modal no Brasil para cargas de Alto Valor Agregado .............................................. 254
Tabela 9.3 – Frota brasileira de caminhões e nº de registros por tipo de transportador – 2005 ................... 255
Tabela 9.4 – Rodovias brasileiras asfaltadas e estado de conservação ‐ 2005 .............................................. 255
Tabela 9.5 ‐ Volume Transportado em milhões de Ton. e Produção do Transporte de Carga em Bilhões de TKU
nas Ferrovias brasileiras (1997‐2004) ................................................................................................. 256
Tabela 9.6 – Repartição modal e Produção do Transporte de Carga em TKU ‐ 2005 ..................................... 259
Tabela 9.7– Trafego de cargas em ton/ano nos trechos catarinense da ALL ‐ 2005 ...................................... 260
Tabela 9.8 ‐ Produção de transporte ferroviário em Santa Catarina ‐ 2005 .................................................. 260
Tabela 9.9 ‐ Movimentação de cargas nos portos catarinenses ‐ 2006 ......................................................... 263
Tabela 9.10‐ Produção de transporte de cabotagem em Santa Catarina ‐ 2005 ........................................... 264
Tabela 9.11– Movimentação de cargas em oleodutos em Santa Catarina – 2005......................................... 264
Tabela 9.12 – Movimentação de cargas em gasoduto em Santa Catarina ‐ 2005 .......................................... 264
Tabela 9.13‐ Movimentação de cargas nos aeroportos catarinenses ‐ 2005 ................................................. 265
Tabela 9.14 ‐ Total de carga movimentada em Santa Catarina – 2005 ......................................................... 265
Tabela 9.15 – Matriz de Repartição Modal Projetada para Santa Catarina: 2005‐2023 ................................ 268
Tabela 10.1– Taxas de Crescimento Anuais de Tráfego ............................................................................... 274
Tabela 11.1– Intervenções Previstas no PDR/SC (continua) ........................................................................ 289
Tabela 11.2 – Extensões da malha rodoviária do PDR/SC ‐ 2023 ................................................................. 300
Tabela 11.3– Densidades das malhas rodoviárias de Santa Catarina e alguns .............................................. 304
Tabela 11.4– Principais VMDA’s em rodovias pavimentadas de 6 faixas ..................................................... 307
Tabela 11.5– Principais VMDA’s em rodovias pavimentadas de 4 faixas ..................................................... 308
Tabela 11.6– Principais VMDA’s em rodovias pavimentadas de 2 faixas ..................................................... 308
Tabela 11.7– Condição da Malha do PDR/SC (2023) .................................................................................... 316
Tabela 11.8– Custos Operacionais médios por Tipo de Veículo e Faixas de Tráfego no ano de 2023 na
alternativa com projeto. .................................................................................................................... 320
Tabela 11.9– Custos Operacionais médios por Tipo de Veículo e Faixas de Tráfego no ano de 2023 na
alternativa sem projeto. .................................................................................................................... 320
Tabela 11.10– Custos Unitários considerados para as Intervenções na Malha‐2023 .................................... 324
Tabela 11.11– Investimentos Estimados para as Intervenções na Malha ..................................................... 325
Tabela 11.12– Valor Presente Liquido Resultantes das Intervenções na Malha .......................................... 328
Tabela 11.13– Velocidades V85 recomendadas por categoria funcional, número de faixas e entorno das
rodovias ............................................................................................................................................ 337
LISTA DE SIGLAS
LISTA DE SIGLAS
1.2 CLIMA
O clima mesotérmico predominante em Santa Catarina proporciona temperaturas
agradáveis, variando de 13 a 25° C, com chuvas distribuídas durante todo o ano. Ao
contrário da maior parte do território brasileiro, aqui as quatro estações são bem definidas.
Os verões são quentes, ensolarados. E a região do Planalto Serrano, com altitudes que
atingem 1.820 m, é onde há a maior ocorrência de neve no inverno no Brasil.
1
Informação obtida a partir dos “sites” oficiais do Estado de Santa Catarina
Página 3
Sínte
ese do Plano Diretor Ro
odoviário de
e Santa Ca
atarina
1.3 SOL
LO E SUBS
SOLO
O solo cata arinense see presta às mais diverssas culturas
s agrícolas e ainda temm muitas áreeas a
cultivar. Seeu subsolo é um dos mais ricos do país. SantaS Catarrina possui a terceira maior
m
reserva de e argila cerâ
âmica do Brrasil, a segu
unda maiorr de fosfatad dos naturais e de quarrtzo e
a primeira em carvão o mineral paara siderurg orita e de sílex. Todass essas rese
gia, de fluo ervas
são economicamente viáveis e estãoe em pro
ocesso de produção.
p
1.4 CAR
RACTERIZ
ZAÇÃO RE
EGIONAL
Segundo o Governo do Estado o de Santa Catarina, o Estado é dividido n nas oito regiões
apresentad
das na Figu
ura 1.2 e de
escritas com ubitens que seguem.
m mais detalhes nos su
1.4.1 Liitoral
Os 561,4 kmk de litora al proporcio onam belas praias e o contato com a natureza. Essa re egião,
colonizadaa por açoria anos no sécculo XVIII, tem um rellevo recorta ado, com b baías, ensea adas,
mangueza ais, lagunass e mais de e 500 praiass. É, ainda, uma das mais imporrtantes área as de
biodiversid
dade marinh ha do Brasill.
As princippais cidade es são Florianópolis, São José,, Laguna, Imbituba, Itajaí, Baln neário
Camboriú e São Frrancisco do o Sul. A pesca
p e o turismo são atividad des econôm micas
marcantess.
Florianópoolis, capital e centro ad dministrativo
o do Estadoo, situa-se em uma ilh ha oceânica a com
523 km². Ela é a ca apital brasileira que oferece
o meelhor qualiddade de viida e o terrceiro
município brasileiro mais
m visitado
o por turista
as estrangeiros, atrás apenas
a de Rio de Janeeiro e
São Paulo. A área do o município também incclui uma po orção continnental, ligad
da à parte in
nsular
por três poontes. Seuss 400 mil habitantes
h c
convivem com
c o ritmo
o ágil de umm centro urrbano
cosmopolitta e com a tranqüilidad
t de dos vilare
ejos constru
uídos peloss colonizadoores açoriannos.
1.4.2 Nordeste
Com forte tradição ge
ermânica, a região Nordeste do Es stado concilia uma ecoonomia dinââmica
com o resspeito à nattureza exub berante. Ind
dústrias do
o ramo eletro-metal-me ecânico divvidem
espaço com as densa as florestas da Serra do Mar e as águas da Baía
B de Babbitonga. A re
egião
tem alto po
oder aquisittivo e excele
ente qualida
ade de vida
a. Suas prin
ncipais cidad
des são Joiinville
(a maior de
e Santa Catarina, com cerca de 5005 mil habiitantes) e Ja
araguá do S Sul.
Página 4
1.4.3 Vale do Itajaí
Um "pedacinho da Alemanha" encravado em Santa Catarina. Assim é o Vale do Itajaí,
situado entre a Capital e a região Nordeste do Estado. A herança dos pioneiros germânicos
deixou marcas na arquitetura em estilo enxaimel, na culinária e nas festas típicas, nos
jardins bem cuidados e na força da indústria têxtil. Sua paisagem de morros, matas, rios e
cachoeiras é um forte atrativo para os ecoturistas. Os principais municípios são Blumenau,
Gaspar, Pomerode, Indaial, Brusque e Rio do Sul.
1.4.6 Sul
O jeito simples de viver dos descendentes de imigrantes italianos é uma característica
marcante da região. Quem a visita pode conhecer de perto as vinícolas e apreciar a cultura
italiana em festas típicas. Extrativismo mineral e indústria cerâmica são as principais
atividades econômicas. O Sul do Estado tem estações hidrotermais e cânions ricos em
biodiversidade. Suas principais cidades são Criciúma, Tubarão, Gravatal, Araranguá e
Urussanga.
1.4.7 Meio-Oeste
Nessa região de morros ondulados localizada no centro do Estado situam-se comunidades
de pequeno e médio porte, colonizadas por imigrantes italianos, alemães, austríacos e
japoneses. Sua atividade econômica está baseada na agroindústria, criação de bovinos e
produção de maçã. Também há indústrias expressivas do pólo metal-mecânico. As
principais cidades são Joaçaba, Videira, Caçador, Treze Tílias, Curitibanos, Fraiburgo e
Campos Novos.
1.4.8 Oeste
Os campos da região Oeste são o "celeiro" de Santa Catarina, de onde sai boa parte da
produção brasileira de grãos, aves e suínos. Frigoríficos de grande e médio porte estão
associados aos produtores rurais em um modelo bem-sucedido de integração: as empresas
fornecem insumos e tecnologia e compram a produção de animais. A região também
começa a explorar o potencial turístico de suas fontes hidrotermais. Os principais municípios
são Chapecó, Xanxerê, Concórdia e São Miguel do Oeste.
Página 5
CAPÍTULO 2 - HISTÓRICO DA MALHA RODOVIÁRIA
DE SANTA CATARINA
2 HISTÓRICO DA MALHA RODOVIÁRIA DE SANTA CATARINA
Página 9
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 10
operacionais a rede de rodovias estaduais que dava suporte ao desenvolvimento da
economia do Estado.
Quanto à evolução da malha rodoviária estadual pavimentada, salienta-se que na época em
que o Estado passou a intensificar os investimentos na pavimentação de sua malha
rodoviária houve o exaurimento dos recursos disponíveis para o setor rodoviário, com a
mudança da política de vinculação tributária que resultou na extinção do FRN.
A exemplo de outras unidades da federação, para assegurar a implementação de sua infra-
estrutura rodoviária, o Estado de Santa Catarina passou a contar com o apoio financeiro de
entidades de fomento, principalmente o BNDES, o BID e o BIRD, reforçando o aporte de
recursos próprios com o alavancamento de recursos financiados por meio de operações de
crédito (contratos de financiamento) destinados ao desenvolvimento de programas de
construção e reabilitação de pavimentos nas rodovias sob sua responsabilidade.
Neste aspecto cabe ressaltar a participação do Banco Interamericano de Desenvolvimento –
BID que há mais de 25 anos financia programas de investimento em infra-estruturas
rodoviárias, proporcionando a expansão da malha rodoviária pavimentada, a reabilitação de
rodovias importantes, a eliminação de pontos críticos da malha em relação à segurança
rodoviária e o apoio institucional ao órgão para uma melhor administração rodoviária.
5.000,00
4.500,00 4.430
4.000,00
3.500,00 3.148
Extensão (km)
3.000,00
2.500,00 2.250
2.000,00
1.500,00
1.000,00
500,00 200
0,00
1975 1985 1995 2007
Ano
Página 11
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 12
Obras Públicas e Agricultura. Dividia o território do Estado em quatro zonas, dando assim o
primeiro impulso para a emancipação e organização dos serviços rodoviários.
Em 1930, a título de economia, foi extinta a Divisão do Estado em quatro zonas, apesar do
sucesso obtido naqueles últimos quatro anos. A partir dessa data houve retrocesso na
evolução rodoviária do Estado. Com a extinção das residências, os serviços foram
entregues às Prefeituras Municipais. Como conseqüência, as estradas ficaram intransitáveis
e as Prefeituras com as quotas negativas para atender as despesas rodoviárias.
Transcorridos três anos, com os resultados negativos, o Estado retoma os trabalhos
rodoviários, através do Decreto-Lei nº 42, de 30 de dezembro de 1933, que transformou a
Inspetoria de Estradas de Rodagem em Diretoria de Estradas de Rodagem.
As residências são restabelecidas e os serviços são reorganizados nos moldes técnico e
administrativo, com a finalidade única de supervisionar os serviços rodoviários, orientar e
determinar as suas atividades e a elaboração do Plano Rodoviário Estadual. Com o advento
da Lei nº 85, de 15 de setembro de 1936, no então governo do Dr. Nereu Ramos, foi criado
o serviço de cadastro das estradas de rodagem e obras de arte e os cargos de engenheiro
inspetor, auxiliar técnico e desenhista. Com as crescentes necessidades rodoviárias, foi
reorganizada a Diretoria de Estradas de Rodagem de forma a melhorar a eficiência na
prestação dos serviços. Dessa forma, a Lei nº 77, de 21 de agosto de 1936, e o Decreto nº
2, de 08 de setembro do mesmo ano, dividiram o Estado em sete zonas, com residências
em Florianópolis, Joinville, Blumenau, Lages, Tubarão e Canoinhas, as quais estavam
dotadas de máxima autonomia.
Em 11 de novembro de 1936, a Lei nº 123 instituiu o Plano Rodoviário Estadual. Aos 27 dias
do mês de dezembro de 1945, através do Decreto-Lei nº 8.463, foi implantado no país uma
nova organização rodoviária, há muito questionada em congressos rodoviários de estradas
de rodagem, criando o Fundo Rodoviário Nacional – FRN.
Para que os estados participassem do auxílio financeiro, relativo à quota do FRN, e nos
moldes daquele Decreto-Lei, o Governo do Estado de Santa Catarina reorganizou o seu
órgão rodoviário e através do Decreto-Lei nº 217, de 12 de setembro de 1946, extingue a
Diretoria de Estradas de Rodagem, criando uma autarquia, com autonomia administrativa,
técnica e financeira, denominando-a: Departamento de Estradas de Rodagem de Santa
Catarina – DER/SC.
Em janeiro de 2003, a Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina aprovou o
projeto de reforma administrativa proposto pelo Governador Luiz Henrique da Silveira – Lei
Complementar nº 243, de 30 de janeiro de 2003. Esta reforma administrativa tem como
objetivo aproximar o governo do cidadão e promover o desenvolvimento regional equilibrado
de Santa Catarina. Para isso, dentre outras medidas foram instituídas as Secretarias de
Desenvolvimento Regional – SDR, que no setor dos transportes rodoviário deverá dividir
funções com o Departamento Estadual de Infra-Estrutura – DEINFRA, criado através da Lei
Complementar nº 244, de 30 de janeiro de 2003, como órgão autárquico, dotado de
personalidade jurídica de direito público e patrimônio próprio, vinculado à Secretaria de
Estado da Infra-estrutura – SIE. A Lei Complementar que criou o DEINFRA, também
extinguiu algumas autarquias estaduais, dentre elas DER/SC.
A Lei Complementar nº 284, de 28 de fevereiro de 2005, mudou a estrutura organizacional
da administração pública estadual e consolidou o modelo de gestão descentralizado.
No seu artigo 72, inciso XIV, estabeleceu que a manutenção rotineira das rodovias do Plano
Rodoviário Estadual – PRE seria executada pelas SDRs, mediante a transferência dos
equipamentos e a descentralização dos créditos orçamentários e financeiros do
Departamento Estadual de Infra-Estrutura. As demais atribuições do DEINFRA foram
mantidas e ampliadas, principalmente no tocante à operação das rodovias do PRE.
A Lei Complementar nº 381, de 07 de maio de 2007, modificou a estrutura organizacional da
Administração Pública Estadual, ampliando o papel das Secretarias de Estado de
Desenvolvimento Regional, que passaram a atuar como agências de desenvolvimento.
Entre as atribuições dessas SDRs está a de executar as políticas públicas nas suas
Página 13
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 14
CAPÍTULO 3 - ÂMBITO E OBJETIVOS DO ESTUDO
3 ÂMBITO E OBJETIVOS DO ESTUDO
Com este objetivo pretende-se que as intervenções não só mantenham a condição da malha
rodoviária num bom nível de operação, mas que permitam também a expansão da malha de
forma a permitir o desenvolvimento sustentável do Estado, que é uma das macrodiretrizes
da atuação do atual governo. Neste sentido, através de licitação, foi selecionado o
Consórcio formado pelas empresas SCETAUROUTE e PROSUL, para elaboração de um
estudo para a concepção de um Sistema de Planejamento Rodoviário e, como primeiro
produto desse sistema, o Plano Diretor Rodoviário da malha de Santa Catarina.
Página 17
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
pela saída dos técnicos que o operavam e pela falta de profissionais para substituí-los.
Página 18
que se seguem (permitindo uma possível interação ou atualização entre eles), o Consórcio
consultor achou por bem adotar os mesmos períodos considerados no PNL&T.
Em outro nível, o PDR foi elaborado também com o intuito de oferecer outros elementos ou
produtos necessários e de interesse imediato para as atividades técnicas e administrativas
do DEINFRA, obtidos a partir do sistema de georreferenciamento da rede rodoviária do
Estado, tais como: mapas rodoviários ou temáticos digitais, linhas de desejo, localização de
pontos críticos, estudos de rotas, tráfego na rede, taxas de crescimento e outros.
Página 19
CAPÍTULO 4 - PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS
USADOS NA ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR
RODOVIÁRIO
4 PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS USADOS NA ELABORAÇÃO DO PLANO
DIRETOR RODOVIÁRIO
O modelo básico segundo o qual foi concebido e desenvolvido o Plano Diretor Rodoviário é
o preconizado na metodologia de estudos compreensivos de transportes rodoviários.
Entende-se por esses estudos aqueles que se baseiam no conhecimento da relação causa-
e-efeito existente entre as características sócio-econômicas de uma área de estudo e a
demanda sobre a infra-estrutura de transporte rodoviário nessa área. Assim, para que a
relação causa-e-efeito pudesse ser estabelecida, foram realizados estudos sócio-
econômicos em Santa Catarina, bem como estudos para a identificação e análise das
características e do funcionamento dos sistemas de transportes existentes e atuantes no
Estado, para a formalização de um diagnóstico do sistema de transportes. Os estudos
relacionados com este diagnóstico abrangeram, além do sistema rodoviário (foco principal
das ferramentas de planejamento e deste Plano Diretor), os sistemas ferroviário, hidroviário,
portuário, aeroviário e dutoviário que servem ao Estado de Santa Catarina, incluindo suas
interfaces. Com base nesses estudos sócio-econômicos e no diagnóstico dos diversos
modais de transporte, foram primeiramente obtidas as matrizes de origem e destino totais e
realizada a repartição modal, desenvolvendo-se depois a elaboração do PDR, com base nas
ferramentas concebidas para constituírem o Sistema de Planejamento Rodoviário do
DEINFRA em implantação.
Esta metodologia básica, se posta em termos de fluxograma, para traduzir e visualizar os
diferentes estudos realizados e suas interligações e encadeamentos até se atingir o produto
final que é o PDR/SC, é mostrado na figura 4.1
Página 23
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 24
complementares a respeito do movimento de carros de passeio.
No que se refere aos serviços realizados para caracterizar os diversos sistemas de
transportes e identificar as respectivas infra-estruturas e organizações operacionais, foram
realizados levantamentos de dados sobre os diversos modais, naturalmente com uma maior
ênfase no modal rodoviário. Esses dados foram cadastrados na base de dados, para
identificação das principais características desses sistemas, das demandas que os solicitam
e das suas condições operacionais gerais. Foi efetuado também um diagnóstico dos vários
sistemas, contendo a análise das evoluções das demandas sobre esses e das evoluções de
suas infra-estruturas, de forma a permitir uma avaliação entre a demanda por transportes e
a oferta disponível na logística de transportes do Estado, durante o período horizonte do
Plano. Esse diagnóstico avançou para um diagnóstico detalhado e aprofundado sobre o
transporte rodoviário no Estado, considerando inclusive a complementaridade dos demais
sistemas em relação ao sistema rodoviário e o impacto das eventuais evoluções dos outros
sistemas sobre o rodoviário.
Em termos de rede matemática ou lógica (como alguns especialistas a denominam) as
zonas de tráfego são representadas pelo seu centróide, enquanto cada trecho da malha é
representado por um arco (link), segmento entre nós e/ou centróides. Todos os trechos da
malha rodoviária foram devidamente codificados para permitir sua representação
matemática por meio de uma rede constituída por nós e links. Uma codificação adequada
permitiu distinguir os nós constituídos pelos centróides das zonas de tráfego, daqueles
constituídos pelas interseções ou entroncamentos entre trechos das rodovias da rede, além
de outros nós, situados ao longo dos trechos das rodovias, que sejam constituídos por
pontos de interesse que sirvam para as aplicações específicas das diferentes ferramentas
de planejamento. Citam-se, como exemplos não exaustivos, os pontos correspondentes aos
limites de segmentos homogêneos dentro de um mesmo trecho; aos pontos críticos das
rodovias; aos nós virtuais para estudos de calibração do modelo de alocação de tráfego; às
divisas; etc. Observa-se que quanto maior o número de centróides (zonas de tráfego)
definido na área de estudo, maiores são as exigências de alocação e mais complexos são
os procedimentos de modelagem para a realização dos estudos. Entretanto, em
contrapartida, maior é a possibilidade de simular, com mais precisão e detalhe, o
comportamento da demanda em segmentos de uma rede mais completa e, portanto, mais
representativa da real.
Para o cálculo das matrizes de carros de passeio, referidas anteriormente, foi utilizado um
modelo de informática baseado nas clássicas quatro etapas básicas, quais sejam: geração
de viagens, distribuição de viagens, repartição intermodal e alocação do tráfego. Tendo
como base o modelo matemático da rede, os volumes de tráfego, correspondentes aos
movimentos interzonais entre cada par de zonas de tráfego, são atribuídos às vias
alternativas que ligam os centróides dessas zonas, segundo métodos específicos (“tudo ou
nada” ou “de equilíbrio”), determinando os fluxos de tráfego em cada trecho rodoviário. É
com base nesta sistemática que é feita a determinação do tráfego futuro previsto em cada
segmento da rede representada; no caso do método de equilíbrio, são inclusive analisados
os graus de congestionamento gerados pelas demandas nos trechos, e os itinerários
alternativos utilizados. O Consórcio realizou os estudos de análise e demanda da malha,
segundo essa metodologia, utilizando um programa capaz de representar e permitir a
análise de uma rede rodoviária com elementos georreferenciados, denominado Sistema de
Análise e Previsão de Demanda na Rede – CUBE. O desenvolvimento desse programa foi
realizado pela empresa americana CITILABS. Salienta-se que o mesmo foi amplamente
testado em todo o mundo, além de ser acoplado a um Sistema de Informações Geográficas
– SIG.
Com base nas matrizes de origem e destino finais do modal rodoviário (cargas, ônibus e
veículos de passeio), geradas pelos métodos anteriormente descritos e complementadas
com as informações das pesquisas de O/D, foram realizadas a distribuição, repartição modal
e alocação dos deslocamentos na malha rodoviária, também através do modelo CUBE,
Página 25
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
obtendo-se a demanda de tráfego nos vários trechos de rodovias. Uma vez que se
conhecia, com bastante exatidão, os volumes de tráfego em cada trecho das rodovias (pois
foram realizadas contagens sistemáticas em 586 postos de contagem através de toda a
malha rodoviária do Estado), foi realizado um processo de calibração do modelo de análise
e previsão de demanda, para que ele reproduza, da forma mais exata possível, os volumes
de tráfego que na realidade foram contados ou atribuídos por homogeneidade ou
representatividade para cada um dos trechos (“links” dos modelos).
Paralelamente a essa calibração foi feita a modelação na malha para a sua análise no
modelo HDM-4, o qual a partir dos dados existentes ou levantados quanto à estrutura e
situação dos pavimentos – irregularidade e defeitos do pavimento (panelas, trilhas de roda,
afundamentos etc.) – permitiu definir o estado de conservação de todos os trechos que
constituem a malha rodoviária em análise.
Dessa forma, com os modelos devidamente calibrados e com uma adequada interação
entre eles foi possível determinar através de tabelas ou por visualização em mapas:
Página 26
assegurará que o mesmo venha a conseguir os impactos que se esperavam tanto no
desenvolvimento regional e econômico do Estado de Santa Catarina, quanto na maior
eficiência da sua malha rodoviária e na melhoria sensível da segurança de trânsito; tudo no
sentido de contribuir para uma melhor qualidade de vida das populações e da sociedade
catarinense.
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CAPÍTULO 5 - DADOS BÁSICOS PARA O PLANO
DIRETOR RODOVIÁRIO
5 DADOS BÁSICOS PARA O PLANO DIRETOR RODOVIÁRIO
Um estudo como o Plano Diretor, exige um grande número de dados, de vários tipos e de
fontes bem diversas, além daqueles que serão determinados através de pesquisas,
levantamentos ou cálculos. Alguns dados têm entrada direta no estudo, mas outros
necessitam ser tratados antes de serem utilizados, de forma a obterem o formato ideal para
o seu aproveitamento integral ou para poderem ser mais facilmente atualizados em estudos
futuros.
Em todos os casos, os neste estudo houve a preocupação na obtenção dos diversos dados
necessários ao estudo, ligada tanto à manipulação humana dos dados, quanto à
necessidade de copiá-los ou digitá-los, sendo a última uma tarefa demorada e com muitas
possibilidades de erros. Para evitar ao máximo essa manipulação, sempre que os dados
eram coletados por aparelhos (tráfego, georreferenciamento, levantamento de
irregularidades, deflexão etc.) procurou-se criar plataformas para que os dados fossem
automaticamente importados diretamente para a base de dados, com os elementos
necessários para a sua identificação e a data da sua referência.
É evidente que durante a execução do estudo, as diferentes equipes do Consórcio
obtinham, tratavam e aplicavam os diferentes dados, armazenando-os na base de dados
para uma posterior utilização. No entanto, era aconselhável que todos esses dados fossem
devidamente estruturados numa ferramenta que se denominou “Sistema de Informação
Rodoviária – SIR” e que foi concebida para que, de uma forma lógica, mais facilmente se
acessassem os dados pretendidos, quer para utilização direta, quer para a sua atualização.
A descrição desse sistema será apresentada no capítulo seguinte referente a todos os
instrumentos ou ferramentas de planejamento, utilizados já no Plano Diretor, mas que
servirão de base a outros estudos que o DEINFRA decida ou precise empreender.
Neste capítulo vão-se indicar e descrever os dados que já se dispunham no DEINFRA e
aqueles que se tornaram necessários de se obter, referindo as fontes e a forma como foram
tratados no estudo, bem como o processo de armazenamento.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Esses valores dizem respeito à malha constante dos Sistemas Estadual e Federal
Rodoviários, mas ainda nesta síntese, é apresentada a malha rodoviária do Plano Diretor
(malha do PDR/SC), a qual inclui também algumas rodovias de jurisdição municipal,
importantes para complementar a malha de jurisdição estadual e federal. Por sua vez, no
Volume III.2 do Plano Diretor encontram-se detalhadas as extensões por características
físicas de cada rodovia, bem como outros dados relativos às rodovias federais e municipais.
Igualmente, nesses documentos, é feita uma descrição mais pormenorizada sobre a malha,
em termos de responsabilidades institucionais e operacionais de cada tipo de rodovia.
Página 32
5.1.3 Dados Físicos
Os dados físicos das rodovias ou dos seus trechos são aqueles que caracterizam
fisicamente a rodovia, como:
extensão;
classe da rodovia;
tipo de rodovia (pavimentada, revestimento primário, terra etc.);
dados da seção transversal (largura das faixas, da pista, dos
acostamentos, do canteiro central etc.);
elementos geométricos mínimos em planta (curvas);
elementos geométricos em perfil longitudinal (rampas ascendentes e
descendentes e raios de concordância);
pontos notáveis do traçado (pontes, viadutos, trevos, interseções etc.); e
velocidade de projeto.
Quase todos estes dados existiam no DEINFRA, mas eles não estavam armazenados de
uma forma coerente. Por exemplo, os dados de seção transversal encontravam-se
armazenados em conjunto com os dados técnicos do pavimento, na base de dados do
Sistema de Gerência de Pavimentos – SGP, enquanto a maioria dos outros dados estava no
Sistema de Cadastro Rodoviário – SCR. Nesse sistema de cadastro de rodovias faltavam
alguns dados que tiveram de ser obtidos por levantamento direto ou recorrendo a outros
sistemas gerenciais.
Por outro lado, embora as rodovias federais e as municipais sejam institucionalmente de
responsabilidade de outras entidades, crê-se ser aconselhável que os seus principais dados
façam parte da base de dados do DEINFRA. Dessa forma, poderão ser consideradas em
estudos globais, como o Plano Diretor, ou em estudos regionais, em que há necessidade de
se considerar todas as rodovias que fazem parte da malha, independentemente da sua
jurisdição. Pode acontecer até que em função da evolução e desenvolvimento de uma
determinada região, rodovias municipais passem a ter uma função mais importante no
contexto da malha como um todo.
• tráfego;
• velocidade;
• acidentes;
• controle do tráfego (postos policiais);
• controle do peso (balanças e postos de pesagem);
• faixa de domínio.
Tal como para os dados físicos alguns dados existiam, mas de forma incompleta, havendo
necessidade de complementá-los para uma análise mais consistente. Por exemplo, o
DEINFRA possui um registro de acidentes, mas só aqueles que ocorreram nas rodovias
estaduais controladas pela Polícia Rodoviária Estadual. Para uma adequada análise da
segurança rodoviária na malha há necessidade de se dispor do registro de acidentes em
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
toda a malha, federal, estadual, municipal e até nos trechos urbanos. Só assim será possível
calcular, de forma real os indicadores tradicionalmente utilizados, como o número de mortos
ou feridos por número de habitantes, o número de acidentes por km de rodovia etc.
Uma boa parte desses elementos existem no DEINFRA, embora, numa próxima campanha
de levantamentos seja aconselhável uma organização mais adequada das coletas de
informações. Tal como se referiu para os outros tipos de dados, eles se encontravam
armazenados em diferentes bases de dados e houve necessidade de resgatar os conjuntos
de dados técnicos relacionados com o Sistema de Gerência de Pavimentos (deflexões,
irregularidades, defeitos etc.) que estavam numa base de dados antiga, já obsoleta em
termos informáticos.
O DEINFRA possui um sistema gerencial para tratar os custos rodoviários e é esse sistema
que permite obter os custos referenciais para cada estudo ou para cada intervenção na
malha rodoviária. Acontece que no setor de custos do DEINFRA, como em outros setores, a
falta de pessoal qualificado faz-se sentir e nem sempre os custos se encontram atualizados,
Página 34
especialmente aqueles referentes às intervenções que são função de preços compostos que
variam com grande freqüência, quer por ação do custo dos materiais, quer por ação do
custo da mão de obra.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Até dezembro de 2007 já tinham sido coletados dados em mais de 540 postos em vários
períodos do ano, o que representa uma amostragem excelente sobre o tráfego real em todo
o Estado de Santa Catarina. Os dados extraídos dos contadores foram validados antes de
entrarem na base de dados para evitar erros de qualquer tipo, antes de se determinarem os
dados que servem de base aos estudos e que, entre outros, são os que a seguir se indicam:
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5.2.2 Pesquisas de Origem e Destino (Pesquisas O/D)
Para a elaboração de um estudo rodoviário torna-se necessário conhecer, além dos
volumes de tráfego num determinado ponto, os itinerários mais utilizados pelos veículos de
passeio e de carga, para que se possam determinar os itinerários alternativos em caso de
congestionamento. Por outro lado, embora se conheçam, de uma forma generalizada, as
origens e destinos dos diversos produtos é interessante saber quais os itinerários que os
caminhões que transportam essas cargas utilizam; se normalmente se deslocam com a
carga máxima; se retornam vazios ou com outro tipo de cargas; e todo um conjunto de
informações que, em muito, enriquecem a avaliação e a consistência dos dados, bem como
a funcionalidade da malha rodoviária. Para isso foram realizadas pesquisas O/D,
indispensáveis para uma melhor caracterização do tráfego, tendo em vista o
desenvolvimento do Sistema de Planejamento Rodoviário – SPR em curso, as quais visam
principalmente à:
O local para a realização das pesquisas tem de ser estrategicamente estudado de modo que
os resultados obtidos possam maximizar as informações nos diversos itinerários que tenham
como ponto de passagem esse local. Desse modo, foram definidos os pontos de pesquisa
que se indicam na Tabela 5.3.
Todas as informações obtidas nas entrevistas realizadas foram depois analisadas por
engenheiros com bom conhecimento da malha rodoviária de Santa Catarina, para
determinar os itinerários dos veículos, através dos pontos de passagem indicados pelos
motoristas. Essas informações foram tratadas informaticamente para poderem,
posteriormente, ser enviadas para o Sistema de Gestão de Dados de Tráfego – GDT que as
armazena para servirem de base à caracterização dos fluxos de tráfego na malha rodoviária
e para melhor definir as matrizes de carga, no que se refere à transformação das cargas
transportadas em número de veículos.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 38
Tradicionalmente os estudos sócio-econômicos são elaborados para um determinado
estudo e os seus resultados são aplicados nesse estudo, permanecendo latentes em algum
lugar para, eventualmente, serem consultados sobre qualquer dado necessário. No presente
caso, como se trata da implementação de um Sistema de Planejamento Rodoviário, que terá
como objetivo gerar o Plano Diretor Rodoviário, mas que futuramente poderá conduzir a
outros estudos de demanda rodoviária em micro-regiões ou zonas metropolitanas de
grandes cidades, os estudos sócio-econômicos passam a constituir um instrumento de
planejamento essencial. Como instrumento de planejamento, os seus dados e/ou os seus
resultados poderão ser utilizados diretamente ou agregados/desagregados para utilização
em outros tipos de estudos. Nessas circunstâncias, esses dados deverão ser armazenados
no Sistema de Informação Rodoviária – SIR, para poderem vir a ser facilmente utilizáveis
em outros estudos ou para serem atualizados, quando dados mais recentes estiverem
disponíveis.
Dados sobre as evoluções das demandas sobre esses sistemas, de forma a permitir uma
avaliação entre a demanda por transportes e a oferta disponível na logística de transportes
no Estado, foram igualmente levantados. Assim, esses dão insumos para a demanda futura
no período horizonte do Plano, considerando inclusive a complementaridade dos demais
sistemas em relação ao sistema rodoviário e a impactação de suas eventuais evoluções
sobre esse.
Quanto a esses dados, eles também foram devidamente armazenados no SIR para
poderem ser utilizados em outros estudos e para serem facilmente atualizados sempre que
dados mais recentes estiverem disponíveis.
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CAPÍTULO 6 - OS INSTRUMENTOS E FERRAMENTAS
DE PLANEJAMENTO
6 OS INSTRUMENTOS E AS FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO
Produtos
Inventários e Cadastro Instrumentos e Ferramentas de Planejamento
Ferramentas de Planejamento de
Planejamento
Dados ESE SAR/CUBE AMC
Rede Rodoviária Modelação
Estudos Avaliação
Sócio/Econôm Rede Estratégias
Dados Sistema
Sistemade GDT Rodoviária Multicriterial e
Socio-Econômicos Matrizes Cenários
Informação
de Políticas
Análise da z
Dados
Tráfego e O/D
Informaçã
Rodoviária Sistemas Demanda
SISTEMAS SIT versus Rentabilid.
o
SIR GERENCIAIS
Gerenciais Sistema Resposta z
Dados Rodoviária Intermodal de Patrimônio
Transportes Base Transportes Simulação Planos Diretores
Base
de Cenários z Planos Regionais
de
Dados Dados GEMADA Desenvolv. Programas
Custos Dados CENÁRIOS Regional
HDM
Avaliação e Definição z
Dados Constituição Meio
Recursos Condição da
Malha Análise Ambiente
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Cabe ressaltar que a integração entre algumas das ferramentas que passam a constituir o
SPR do DEINFRA, foi estudada e desenvolvida para que funcione de uma forma
automática, sem necessidade de artifícios ou digitação para correlacionar os resultados de
um modelo que servem de dados para outro. Verifica-se um caso concreto desta integração
com o modelo HDM-4 e o modelo de análise e previsão de demanda CUBE. O primeiro
modela a rede, avalia a degradação das diversas rodovias em função do tráfego que nelas
passam e permite avaliar a condição da malha ao longo da vida das rodovias; o segundo
através da modelação adequada da rede, permite avaliar os tráfegos futuros e analisar o
comportamento da malha através da capacidade das diferentes rodovias. O caso desses
dois modelos é um caso bem sucedido de integração, uma vez que os tráfegos calculados
pelo CUBE são repassados ao HDM-4 para que se possa calcular o estado de conservação
de cada trecho que, por sua vez, é essencial para o modelo de previsão de demanda
calcular as velocidades dos veículos nesses trechos.
Assim, pretende-se, neste capítulo, fazer uma descrição sumária de cada ferramenta e da
sua função, uma vez que nos relatórios referentes ao Sistema de Planejamento Rodoviário,
elas vão ser detalhadamente descritas e apresentadas.
Página 44
L evan tam en to d o s D ado s
BASE
DE
DADOS
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
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Figura 6.4: Exemplo de visualização dos dados técnicos do pavimento de um segmento
rodoviário
Fonte: SGP – DEINFRA, 1996
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DADOS Populações Renda Motorização Produtos Zoneamento Matrizes
SÓCIO-ECONÔMICOS Relevantes
Distribuição PIB Total Comp. Frota Agrícultura Interno Passageiros
SIR – SISTEMA DE INFORMAÇÃO RODOVIÁRIA
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6.2 SISTEMAS GERENCIAIS DO DEINFRA
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Embora o sistema gerencial GDT seja detalhadamente descrito no Volume II.3, por constituir
um componente independente do Plano Diretor Rodoviário, faz-se no sub-capítulo seguinte
uma breve descrição dos seus objetivos e da sua funcionalidade.
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• fornecer os elementos básicos necessários à avaliação posterior de
obras e programas de investimentos no setor rodoviário;
• prover os elementos de tráfego requeridos para a elaboração,
revisão ou atualização de planos de construção, de conservação, de
operação e de modernização do gerenciamento rodoviário (como de
postos e planos de instalação e de operação de equipamentos de
controle de tráfego);
• fornecer, aos usuários das rodovias, informações sobre as principais
características dos fluxos de tráfego; e
• por à disposição dos interessados, informações e dados de tráfego
(dados brutos ou tratados) para estudos e pesquisas científicas.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
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6.4.1 Divisões Regionais do Estado
O conhecimento da distribuição das várias atividades sócio-econômicas por todo o território
do Estado é fundamental para determinar a geração de viagens e, conseqüentemente,
avaliar a quantidade de viagens. Porém, antes de iniciar esses estudos, cabe descrever as
divisões regionais utilizadas no mesmo.
No caso dos estudos dos principais indicadores estatísticos disponíveis e da tipologia dos
municípios, o Estado foi dividido em oito mesorregiões, de acordo com estudo realizado pela
Federação das Indústrias de Santa Catarina – FIESC, que agrupa as microrregiões do
IBGE. São elas: mesorregião Oeste, mesorregião Meio Oeste, mesorregião Norte,
mesorregião Nordeste, mesorregião do Planalto Serrano, mesorregião do Vale do Itajaí,
mesorregião do Litoral Central e mesorregião Sul.
Para o estudo no nível microrregional, realizado na etapa de zoneamento do Estado,
escolheu-se a divisão conforme as microrregiões geográficas utilizadas no Plano Diretor do
CODESUL, PIM/MT-SC, que foi também baseada na divisão microrregional do IBGE, com
algumas subdivisões, e que decompõe Santa Catarina em 28 regiões. Essa divisão tem
também correspondência com as mesorregiões já citadas, a saber:
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 54
Os dados agrupados em classes foram alocados no mapa de Santa Catarina (vide Figura
6.8), o qual mostra a distribuição dos índices em seu território.
LEGENDA
Cidades
Índice de Urbanização
0% até 30%
30% até 50%
50% até 80%
80% até 100%
A análise dos dados revela inicialmente que o Estado de Santa Catarina possui um nível
relativamente elevado de habitantes urbanos, visto que os municípios mais populosos,
independentemente da localização, são em geral mais urbanizados.
Existem contrastes em todas as regiões, ocorrendo áreas de forte urbanização ao lado de
outras constituídas por municípios com urbanização fraca. Apenas a região Nordeste do
Estado se caracteriza pela forte urbanização em seu conjunto. Os maiores índices de
urbanização se concentram em:
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Deve-se verificar aqui que essas categorias não são exclusivas, assim uma cidade satélite,
além de servir como residência para uma cidade maior, pode desenvolver outras atividades.
Os municípios do Estado que não se enquadram nas categorias mencionadas, em todas as
regiões, são em geral fracamente urbanizados.
Participação Participação
Cidade População Cidade População
Percentual Percentual
Joinville 487.045 8,30% Jaraguá do Sul 128.237 2,19%
Florianópolis 396.778 6,76% Palhoça 124.239 2,12%
Blumenau 292.998 4,99% Tubarão 94.292 1,61%
São José 196.907 3,36% Balneário
94.222 1,61%
Criciúma 185.519 3,16% Camboriú
Chapecó 169.256 2,89% Brusque 87.244 1,49%
Lages 166.732 2,84% São Bento do Sul 74.903 1,28%
Itajaí 164.950 2,81% Caçador 71.192 1,21%
Fonte: IBGE, 2006
2
Para tal finalidade o Estado foi dividido em oito mesorregiões de acordo com estudo realizado pela Federação das Indústrias
de Santa Catarina – FIESC que agrupa as microrregiões do IBGE.
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Tabela 6.2: População e densidade demográfica de SC por mesorregião – 2005
O estudo revela que 66,83% do total da população catarinense localiza-se nas regiões
litorâneas ou de encosta da Serra Geral, sendo que, nesse último caso, os municípios nas
áreas mais elevadas são os menos populosos. Os municípios mais populosos são: Joinville,
com 487.045 habitantes; Florianópolis, com 396.778 habitantes que somados ao dos
municípios da área conurbada, ou seja, São José, Palhoça e Biguaçu, perfazem um total de
774.781 habitantes; Blumenau, com 292.998 habitantes; Criciúma, com 185.519 habitantes;
Itajaí, com 164.950 habitantes; Jaraguá do Sul, com 128.237 habitantes; bem como outros
municípios de contingente populacional expressivo como Tubarão, Balneário Camboriú e
Brusque, além de vários municípios de valores médios de população.
Por outro lado as regiões do Planalto, Norte, Meio Oeste e Oeste, que englobam 33,17% da
população, quase não apresentam municípios com grande população; apenas Chapecó,
com 169.256 habitantes, e Lages, com 166.732 habitantes, podem ser considerados
municípios com população mais expressiva. Aparecem ainda nessas regiões alguns
municípios de perfil médio, tais como: Caçador, com 71.192 habitantes; Concórdia, com
66.350 habitantes; Canoinhas, com 52.871 habitantes; São Bento do Sul, com 74.903
habitantes; Mafra, com 51.756 habitantes; Videira, com 46.608 habitantes e Rio Negrinho,
com 43.500 habitantes. A maior parte da área citada é constituída por pequenos municípios.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
LEGENDA
Cidades
População (habitantes)
0 até 10.000
10.001 até 20.000
20.001 até 50.000
50.001 até 100.000
100.001 até 400.000
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Figura 6.10: Taxas de crescimento dos municípios de Santa Catarina
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000
O fenômeno aqui foi acentuado pela criação de municípios que separaram o litoral da parte
interior. É o caso de Araranguá, cujo litoral deu origem ao município de Balneário Arroio do
Silva, e São João do Sul que teve o município de Passos de Torres criado em seu litoral. No
caso de Sombrio, o município foi desmembrado em três unidades: Sombrio, Santa Rosa do
Sul e Balneário Gaivota. Enquanto os dois primeiros diminuíram sua população ou
cresceram pouco, Balneário Gaivota apresentou um crescimento expressivo de 22,14%.
O exame das taxas de crescimento, no período de 1991 a 2000, apontadas pelo IBGE nas
pesquisas revela que:
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
6.4.3.4 Migrações
Sabe-se que o crescimento populacional de uma área está ligado a dois fatores:
crescimento vegetativo e migrações. O exame das estatísticas tem revelado que o
crescimento vegetativo em Santa Catarina, de modo geral, tem sido moderado, com
tendência a desaceleração de seu ritmo. Portanto, as diferenças de crescimento nos
municípios catarinenses são decorrentes principalmente das migrações.
A análise aqui apresentada refere-se unicamente à migração interestadual, já que o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE ultimamente não tem levantado os dados das
migrações internas nos estados. A divisão regional aqui adotada é a mesma utilizada nos
demais itens do estudo da população. Os dados sobre número de pessoas de outros
estados residentes nos municípios foram tratados da seguinte forma:
a) verificou-se o percentual de pessoas de outros estados em relação ao total da
população municipal; e
b) organizaram-se os valores obtidos em quatro classes, melhor visualizadas na
Figura 6.11, a saber:
a) municípios com menos de 10% do total;
b) municípios entre 10% e 15 % do total;
c) municípios entre 15% e 20% do total;
d) municípios com mais de 20% do total.
Para efeito de comparação, verifica-se que o Estado de Santa Catarina apresenta em seu
conjunto cerca de 14% de residentes nascidos em outros estados.
As migrações foram analisadas a partir da variável número de pessoas nascidas em outros
estados, em relação ao total. Neste caso verifica-se que:
a) a maior parte dos migrantes é proveniente dos Estados vizinhos, Rio Grande do
Sul e Paraná. Em certos municípios ocorrem migrações de outros estados e
países do MERCOSUL;
b) em muitos casos o grande número de migrantes não resulta em altas taxas de
crescimento da população, isto pode ser explicado por movimentos migratórios
que ocorreram no passado, mas que já cessaram. É o caso do oeste de Santa
Catarina que apresenta os maiores percentuais de migrantes do Estado e é, ao
mesmo tempo, a região onde predominam os municípios com taxas baixas e
mesmo negativas de crescimento;
c) a onda migratória atual ocorre em direção aos grandes centros industriais, aos
centros de serviços e aos balneários. Destacam-se São Bento do Sul na região
Norte, Joinville e Jaraguá do Sul na região Nordeste, Florianópolis na região
Litoral Central, com centros industriais e de serviços. Quase todos os balneários
apresentam alto percentual de migrantes, sendo destaque Itapoá na região
Nordeste, Balneário Camboriú, Itapema e Bombinhas no litoral da região do Vale
do Itajaí e Praia Grande, Passo de Torres, Balneário Gaivotas e Balneário Arroio
do Silva na região Sul;
d) destacam-se também pela presença de migrantes de outros estados, as cidades
satélites associadas a grandes centros como Araquari e Garuva na região
Nordeste, Navegantes e Camboriú no Vale do Itajaí e São José no Litoral
Central; e
e) no caso de conurbação com cidades de outros estados é importante o
intercâmbio de moradores, aparecendo assim altos percentuais de habitantes de
outros estados. É o caso de Porto União conurbado com União da Vitória e
Mafra conurbado com Rio Negro, ambos no Estado do Paraná.
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Garuva
Itapoá
Morro Içara
Grande
Timbé Forquilhinha
do Sul
Meleiro Maracajá
Turvo
Araranguá
Jacinto
Machado Ermo
Balneário Arroio
Sombrio do Silva
Santa Rosa
Praia do Sul
Grande Balneário
São João Gaivota
do Sul
Passo de
Torres
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 62
Cabe salientar ainda que a maioria do movimento turístico que, como já mencionado, se
desloca de automóvel ou ônibus, se concentra nos meses de verão e parte da primavera,
causando assim uma grande concentração de veículos nas estradas que conduzem aos
principais centros turísticos.
Tabela 6.3: Participação dos setores no PIB em 2000, 2001 e 2002 (continua)
Participação Setorial no PIB (%)
Setores
2000 2001 2002
Primário 13,77 13,48 14,27
Agropecuária 13,77 13,48 14,27
Secundário 48,65 49,42 48,54
Indústria de Transformação 38,17 38,61 37,56
Construção 6,87 6,35 6,04
Eletrecidade, gás e água 3,47 4,33 4,91
Indústria Extrativa Mineral 0,14 0,13 0,03
Terciário 37,58 37,10 37,19
Administração pública, defesa e
11,09 10,22 9,94
seguridade social
Atividades imobiliárias, aluguéis e
8,44 8,72 7,92
serviços prestados às empresas
Comércio e reparação de veículos e de
5,80 5,64 5,25
objetos pessoais e de uso doméstico
Intermediação financeira 2,78 3,13 4,76
Saúde e educação mercantis 2,76 2,54 2,25
Comunicações 1,83 2,10 2,24
Alojamento e alimentação 2,27 2,18 2,10
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Tabela 6.3 - Participação dos setores no PIB em 2000, 2001 e 2002 (conclusão)
Participação Setorial no PIB (%)
Setores
2000 2001 2002
Transporte e armazenagem 1,66 1,59 1,77
Outros serviços coletivos, sociais e
0,66 0,65 0,64
pessoais
Serviços domésticos 0,31 0,33 0,33
Total 100,00 100,00 100,00
Fonte: IBGE
O segundo setor mais importante é o terciário, com 37,19% do total em 2002. Nesse setor,
em 2002, vários itens contribuem com maior expressão, ressaltando-se: a administração
pública com 9,94%; os serviços imobiliários, com 7,92%; as atividades comerciais diversas,
com 5,25%; e a intermediação financeira, com 4,76% do total. Os demais itens do setor
terciário são pouco expressivos.
O setor primário, que compreende as atividades agropecuárias, é bem menos expressivo,
contribuindo com apenas 14,27% do total do PIB em 2002.
Verificou-se que o maior percentual na formação do PIB se deve ao setor secundário, onde
se destaca a indústria de transformação. O setor terciário também apresenta contribuição
importante, sendo a participação do setor primário pouco expressiva. Pode-se concluir,
portanto, que aqueles municípios onde predominem as atividades secundárias e terciárias
terão maiores valores de PIB, ao passo que aqueles onde predominem as atividades
agrícolas, sem transformação industrial, terão valores de PIB muito reduzidos.
a) PIB ≤ 200.000,00;
b) 200.000,01 ≤ PIB ≤ 500.000,00;
c) 500.000,01 ≤ PIB ≤ 1.000.000,00;
d) PIB > 1.000.000,00.
Página 64
Na Figura 6.13 é apresentada graficamente a distribuição do PIB nos municípios
catarinenses.
Página 65
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
LEGENDA
Cidades
PIB per Capita (R$)
< 10.000
10.001 até 15.000
15.001 até 20.000
> 20.000
Página 66
Verificou-se que o peso da população influi na distribuição do PIB per capita. Dessa forma,
salvo algumas exceções, os maiores valores de PIB per capita encontram-se em cidades
pequenas e médias, onde ocorre uma atividade importante.
No Oeste, municípios pequenos e médios como Presidente Castelo Branco, Seara, Itá e
Xavantina apresentam os valores de PIB per capita mais elevados, ao passo que os
municípios mais importantes, como Chapecó e Concórdia, devido ao grande número de
habitantes, apresentam um PIB per capita relativamente baixo.
O quadro se repete em parte no Meio Oeste, onde o maior PIB per capita aparece na
pequena cidade de Vargem Bonita, ao passo que cidades maiores onde o PIB total foi
elevado apresentam, devido ao número de habitantes, PIBs per capita bem menores.
Na região Norte os valores de PIB per capita são baixos em sua totalidade. Já na região
Nordeste, São Francisco do Sul e, em menor grau, Jaraguá do Sul se destacam por valores
elevados de PIB per capita já que não possuem uma população tão expressiva. Joinville, o
grande centro industrial da área, embora possua o maior PIB total do Estado, apresenta,
devido ao grande número de habitantes, um PIB per capita relativamente modesto.
No Planalto Serrano alguns municípios pequenos, sedes de indústrias, apresentam PIBs per
capita mais expressivos. Lages devido à grande população apresenta um valor baixo de PIB
per capita.
No Vale do Itajaí, onde os valores de PIB total são elevados em um grande número de
municípios, não há destaque nos valores de PIB per capita.
No Litoral Central apenas o município de Antônio Carlos, sede de uma indústria de bebidas
apresentou um PIB per capita elevado. O mesmo quadro é observado na região Sul, onde
os maiores valores de PIB per capita são encontrados em dois municípios industriais com
pequena população, ou seja, Nova Veneza e São Ludgero.
Uma conclusão geral sobre o PIB per capita e sua comparação com o PIB total é que no
caso das cidades maiores o valor da riqueza gerada é prejudicado pelo grande número de
habitantes, muitos dos quais se encontram à margem de atividade produtiva. Em muitos
casos esse índice pode ser considerado pouco expressivo.
Página 67
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Garuva
Itapoá
Mafra
Canoinhas Três Barras Campo Alegre
Rio Fortuna
São Martinho
Grão Pará
Braço
do Norte Imbituba
LEGENDA São Joaquim Armazém
Orleans Imaruí
Cidades São Gravatal
BomJardim Lauro Müller Ludgero
da Serra
Percentual de pessoas com renda Capivari
Pedras de Baixo
mensal > 3 salários mínimos Treviso Urussanga Grandes Tubarão Laguna
Treze de
Morro
entre 35,00% e 45,00% Grande
Içara
Timbé Forquilhinha
> 45,00% do Sul
Meleiro
Maracajá
Turvo
Araranguá
Jacinto
Machado Ermo
Balneário Arroio
Sombrio do Silva
Santa Rosa
Praia do Sul
Grande Balneário
São João
Gaivota
do Sul
Passo de
Torres
Figura 6.15: Distribuição da renda – percentual de pessoas com rendimento mensal superior a
3 salários mínimos
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000
Uma primeira observação se faz necessária com relação aos dados em discussão, uma vez
que há um grande percentual de pessoas classificadas como sem rendimento, notadamente
na região Oeste, que devem se tratar de pessoas que exercem atividades informais ou
cultivos familiares no meio rural, sem um vínculo empregatício que defina a renda.
A distribuição da renda por faixas salariais parece uma variável bem mais expressiva para
os objetivos do trabalho, uma vez que define a parcela da população com capacidade para
comprar e manter automóveis. O exame da análise dos dados permite algumas conclusões:
Página 68
b) as diferenças de renda decorrem das atividades econômicas predominantes. Os
municípios onde predominam as atividades do setor primário apresentam em
geral a maioria da população com baixos rendimentos, já as cidades onde
predominam as atividades dos setores secundários e terciários congregam as
populações de mais alta renda. Assim, na classe de população com mais alto
rendimento foram enquadrados os municípios industriais mais importantes como
Joinville, Blumenau, Jaraguá do Sul e Brusque; os municípios de serviços como
Florianópolis, São José, Palhoça e Itajaí; e o mais importante centro balneário de
Santa Catarina, ou seja, Balneário Camboriú; e
c) de modo geral ocorre melhor correlação entre o PIB total e as faixas de renda,
do que o PIB total e o PIB per capita.
Com os valores acima referidos foi elaborado um mapa (Figura 6.16), onde as classes de
motorização foram representadas por cores diferentes e o número de veículos por
circunferências proporcionais, dando assim uma idéia do conjunto das duas variáveis
consideradas.
Página 69
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Figura 6.16: Número de veículos nos municípios catarinenses por classes de motorização
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000 e DENATRAN, 2005
Página 70
Gráfico 6.1: Taxa de motorização das regiões catarinenses
Fonte: DENATRAN, 2005
Deve-se assinalar aqui que a taxa de motorização é um índice que indica o potencial de
crescimento da frota de cada município. Os valores da situação atual e problemas
decorrentes são melhores explicados pelo valor absoluto da frota de cada município ou
grupo de municípios.
No que concerne aos valores absolutos da frota, representados na Figura 6.16 por
circunferências proporcionais, verifica-se que embora em todas as regiões se encontrem
municípios com frotas relativamente importantes, a maior parte da frota encontra-se na área
litorânea e baixo vale dos rios que demandam o litoral e estão relacionadas com as grandes
concentrações de população urbana encontradas nessas áreas.
Com relação à importância das regiões no total do Estado, verifica-se a situação, em valores
absolutos e percentuais, apresentada na Tabela 6.4. Já no Gráfico 6.2 pode-se visualizar a
distribuição da frota catarinense por regiões.
Página 71
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 72
Tabela 6.5: Grupos de produtos relevantes
No setor agrícola, além das informações disponíveis no estudo do PIM, foram realizadas
pesquisas junto às entidades ligadas ao setor, no sentido de atualizar os dados existentes,
que eram de 2003, e de verificar se a origem e o destino das produções sofreram alguma
alteração desde então. Esse aspecto era importante, na medida em que o objetivo
fundamental da caracterização dos produtos relevantes é chegar a uma matriz de origem e
destino dos produtos, para que se possa ter uma boa amostragem dos volumes de cargas a
transportar, dos meios utilizados no transporte e das rotas mais indicadas segundo os
destinos das mercadorias.
A produção agrícola do Estado de Santa Catarina atingiu no período 2000-2004 uma média
anual de aproximadamente 9 milhões de toneladas. É importante destacar a queda da
produção total de 2004 de 9,2% em relação ao ano anterior. Essa queda de produção é
basicamente reflexo das elevadas perdas agrícolas, de aproximadamente 14%, nas
lavouras temporárias, onde as principais culturas atingidas foram batata, soja e trigo, como
conseqüência das severas estiagens que assolaram o Sul do Brasil.
No Gráfico 6.3 são apresentados os volumes e a evolução das principais produções
agrícolas do Estado de Santa Catarina. Nele pode-se constatar que as culturas
permanentes3 têm uma discreta evolução positiva, sendo que as principais variações se
verificam na produção das culturas temporárias4, predominantes no Estado.
3
Culturas permanentes consideradas: banana, maçã. laranja, uva, erva-mate e pêssego.
4
Culturas temporárias: milho, arroz, soja, cana-de-açúcar, mandioca, cebola, fumo, feijão, trigo, tomate, batata-inglesa, alho,
melancia, aveia e batata-doce.
Página 73
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Como se pode verificar pelos dados apresentados, a produção agrícola total do Estado de
Santa Catarina nos anos de 2003 e 2004 foi superior a 9 milhões de toneladas. Nesse total
se destacam as produções de: milho (36,6%); arroz (11,4%); soja (7,7%); cana-de-açúcar
(6,8%); banana (7,4%); mandioca (6,6%); maçã (6,5%); cebola (4,9%); etc. Embora a
produção de cebola seja apenas 4,9% do total o Estado de Santa Catarina é o maior
produtor deste produto no Brasil. As demais culturas participam com percentuais inferiores a
5,0% (vide
Tabela 6.6).
A análise da movimentação da produção agrícola sugeriu subdividir a mesma em produtos
de consumo estadual, de exportação para outros estados e internacionais e de importação
de outros estados.
Há claras evidências que a localização da produção de grãos ocorre da região Oeste em
direção a Serra Geral destacando-se aí o milho e a soja que são, respectivamente, o
primeiro e o terceiro produto agrícola de maior produção em Santa Catarina, como
observado na
Tabela 6.6. Já a região litoral destaca-se pela produção de arroz que é o segundo produto
agrícola mais importante produzido no Estado.
Página 74
Tabela 6.6: Principais produtos agrícolas de SC – 2003-2004
Produção Participação
Produtos
2003 2004 2003 2004
Milho 4.310.934 3.257.770 43,9 36,6
Arroz 1.034.558 1.011.592 10,5 11,4
Soja 712.175 641.748 7,2 7,2
Cana-de-açúcar 648.989 603.495 6,6 6,8
Banana 618.403 655.680 6,3 7,4
Mandioca 538.930 591.997 5,5 6,6
Maçã 475.095 583.205 4,8 6,5
Cebola 409.553 436.597 4,2 4,9
Fumo 213.339 284.825 2,2 3,2
Feijão 188.626 143.859 1,9 1,6
Trigo 171.969 190.133 1,7 2,1
Laranja 143.071 151.600 1,5 1,7
Tomate 129.096 129.054 1,3 1,4
Batata inglesa 128.207 120.555 1,3 1,4
Uva 41.709 46.007 0,4 0,5
Alho 15.656 11.428 0,2 0,1
Outras Lavouras* 49.439 45.015 0,5 0,5
Total 9.829.749 8.904.560 100,0 100,0
(*) Erva-mate, pêssego, aveia, batata-doce, melancia e laranja.
A localização da produção agrícola do Estado ocorre da região Oeste (milho e soja) mais
intensamente, em direção ao leste, no litoral (arroz e banana). Porém, embora a maior
produção ocorra no oeste há que se analisá-la em termos de oferta e demanda. Assim, ao
se focar a cultura de milho, ela é praticamente consumida na própria região demandando
inclusive quantidades complementares de outros estados do país. Essa questão de
produção e consumo é importante para o caso de estudos de transportes, uma vez que é
através desse estudo que se determinam as linhas de desejo no escoamento dos produtos
e, conseqüentemente, as rotas para o seu transporte.
Como exemplo mostra-se, apenas com caráter elucidativo, os modelos de linhas de desejo
de dois produtos, os quais são apresentados na Figura 6.17.
Página 75
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 76
Figura 6.18: Localização dos principais centros de madeira e mobiliário
Fonte: Consórcio SCETAUROUTE-PROSUL, 2006
Página 77
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 78
a) municípios rurais: nesses municípios predominam as atividades do setor
primário, ou seja, agricultura, pecuária e reflorestamento. Os outros setores da
economia, embora presentes, são pouco representativos;
b) municípios de serviços: onde são importantes apenas as atividades do setor
terciário. São extremamente raros e se relacionam apenas aos balneários de
desenvolvimento recente, onde as atividades primárias foram desaparecendo e
as secundárias ainda não se instalaram;
c) municípios mistos de indústrias e serviços: são municípios com atividade
industrial importante que levou ao desenvolvimento do setor de serviços; e
d) municípios mistos de atividades primárias, industriais e de serviços: nos
municípios desta categoria, embora haja um desenvolvimento das atividades
secundárias e terciárias, o setor primário ainda ocupa uma posição importante
na mão-de-obra e formação de rendas.
Página 79
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Além do mais, os dados que serão analisados no estudo sócio-econômico são também
apresentados numa escala municipal, o que permitirá avaliar a importância de cada zona de
tráfego no contexto da área alvo do planejamento. Para fins de efetuar análises com menor
nível de detalhe, pode-se a partir dos dados municipais realizar agregações de dados numa
escala regional, devendo-se, nesse caso, adotar algum tipo de divisão microrregional do
Estado.
Para esse fim escolheu-se a divisão do Estado em microrregiões geográficas utilizadas no
Plano Diretor do CODESUL, baseada na divisão do IBGE, com algumas subdivisões, e que
divide Santa Catarina em 28 regiões a partir de critérios como:
Página 80
6.4.9.2 Zoneamento Externo
Com o propósito de se determinar as áreas de influência das zonas externas, foram
efetuados os seguintes passos:
A seguir verificou-se a rede de estradas que faz a integração dos Estados do Sul e Sudeste,
bem como dos países limítrofes. Criou-se assim um zoneamento externo ligado às principais
saídas por rodovia do Estado de Santa Catarina para os outros estados e países.
Os portos selecionados foram: São Francisco do Sul, na baía da Babitonga, no litoral norte
do Estado de Santa Catarina; Imbituba, no litoral sul; Itajaí, na saída do rio Itajaí-Açu; e o
porto seco em Dionísio Cerqueira, no oeste do Estado, na fronteira do Brasil com a
Argentina. Por serem zonas externas, os centróides desses portos foram diferenciados dos
municípios que os contém que são considerados como zonas internas.
No que se refere a países estrangeiros com ligação por terra, consideraram-se as ligações
descritas a seguir:
Página 81
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Figura 6.21: Zoneamento externo de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul
Fonte: Consórcio SCETAUROUTE-PROSUL, 2006
Página 82
Figura 6.22: Zoneamento externo
Fonte: Consórcio SCETAUROUTE-PROSUL, 2006
6.4.10.1 Passageiros
As viagens de passageiros têm como motivos mais comuns os deslocamentos casa-
trabalho, casa-escola, compras, lazer etc. Para se chegar a uma boa matriz O/D de
passageiros, seria necessário a realização de uma ampla série de pesquisas de O/D em
postos específicos de rodovias, diretamente feitas com os condutores de forma que sejam
verificados o motivo da viagem, a sua freqüência, o número de passageiros normalmente
transportados, a origem e o destino da viagem e outras perguntas que melhor caracterizem
as viagens realizadas.
Esse processo, para obter uma boa amostragem e, conseqüentemente, conjuntos de dados
que possam representar da melhor forma possível a realidade, torna-se demorado,
dispendioso e perturbador dos fluxos de tráfego. Assim, é relevante a busca por
metodologias alternativas. Em particular, para países em desenvolvimento, métodos de baixo
custo para estimar matrizes O/D no presente e no futuro, são de extrema importância, devido
às rápidas mudanças na população, nas atividades econômicas e no uso do solo que se
observam nos mesmos.
Página 83
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Por essa razão, no desenvolvimento do presente Plano Diretor, optou-se por determinar as
matrizes de passageiros viajando em carros de passeio, através de processo matemático
que utiliza os volumes de tráfego realmente existentes em cada trecho da malha, conforme
explicado mais à frente.
Salienta-se que a obtenção de contagens volumétricas é “barata” em termos de tempo e
mão de obra, não necessitando interromper os viajantes para sua realização. A partir dessas
contagens e de outras informações disponíveis é possível ter-se uma matriz O/D de
passageiros com estimativas razoáveis.
Em termos matemáticos, um sistema de transporte consiste de um número de links diretos
de transporte que são conectados através de nós. As diferentes partes da região do estudo
são constituídas por zonas de tráfego, representadas por centróides nos quais os
deslocamentos iniciam e terminam. Os centróides constituem um subconjunto dos nós do
sistema. Alocar uma matriz O/D a uma rede de transportes significa que a demanda entre
cada par de centróides é alocada às rotas disponíveis que conectam os pares de zonas. Da
alocação da matriz O/D obtém-se o volume de tráfego em cada link da rede de transporte, o
qual depende do procedimento de alocação selecionado.
Pode-se interpretar contagens volumétricas como o resultado da combinação de dois
fatores: uma matriz O/D e um padrão de escolha de rota selecionado pelos usuários para se
deslocar sobre a rede de transportes. Também se pode formalizar o problema, objeto de
estudo, raciocinando no sentido “inverso”, qual seja: “encontrar uma matriz O/D, a qual,
quando alocada à rede, reproduz as contagens volumétricas observadas”.
Como anteriormente mencionado, a matriz de passageiros viajando em carros de passeio
utilizada no presente Plano Diretor foi obtida matematicamente a partir desse raciocínio
“inverso”. Isso porque o Programa de Contagens Sistemáticas de Tráfego do DEINFRA
tinha proporcionado contagens em 586 postos de coletas de dados de tráfego distribuídos
por toda a malha rodoviária, os quais permitiam dispor dos fluxos de tráfego, com boa
precisão, em toda essa malha. Para a obtenção dessa matriz o Consórcio utilizou o módulo
“Analyst” do modelo CUBE que a calcula por otimização estatística.
Para os passageiros viajando em ônibus a matriz foi elaborada através do levantamento das
linhas de ônibus regulares, sendo determinado, com a aproximação possível, os volumes de
ônibus de passagem e de ônibus locados.
6.4.10.2 Mercadorias
Devido à importância para o planejamento de transportes e rodoviário da obtenção de uma
boa matriz de distribuição de viagens (matriz O/D), a qual possa refletir a realidade dos
fluxos de carga que se verificam na malha rodoviária, buscou-se chegar o mais perto
possível dessa matriz ideal. Nesse sentido, quer através das pesquisas e entrevistas
realizadas no PIM/MT-SC, quer em pesquisas realizadas durante a elaboração desses
estudos sócio-econômicos, quer ainda como resultado das 14 pesquisas de origem e
destino realizadas em rodovias da malha rodoviária catarinense, foram determinadas 36
matrizes O/D, uma para cada grupo de produtos relevantes que se descreveram na
caracterização da produção e consumo. As matrizes têm como zoneamento a divisão
definida a nível microrregional adotada, ou seja, 25 zonas internas e três zonas externas.
Em casos de estudos futuros mais gerais, estas matrizes poderão ser agregadas e, caso
contrário, em estudos mais regionais, elas poderão ser desagregadas a fim de permitir a
alocação de tráfego em trechos menores ou rodovias municipais que não integram a malha
principal do Estado.
Essas 36 matrizes foram primeiramente determinadas em toneladas e assim serão
armazenadas no SIR, para serem usadas com ferramentas de planejamento. Para efeitos
de calibração e para determinação da 37ª matriz de mercadorias, que é a matriz de
calibração, elas foram transformadas em veículos de carga através de outra ferramenta que
foi desenvolvida pelo Consórcio para servir como ferramenta de planejamento: o Sistema de
Gestão de Matrizes e de Dados (vide item 6.5). Essa transformação foi realizada com base
Página 84
em pesquisas sobre a tonelagem média de carga para os diversos tipos de produtos, assim
como em dados sobre o retorno dos veículos vazios, com carga parcial ou totalmente
carregados. Salienta-se que esses dados são resultantes das pesquisas efetuadas e das
entrevistas realizadas com os motoristas nos 14 postos de pesquisas O/D.
Dado que as 36 matrizes descritas anteriormente representavam apenas cerca de 70% do
total da movimentação real de mercadorias, a 37ª matriz foi obtida por calibração entre os
resultados dados pela alocação dessas matrizes com o modelo de previsão de demanda e o
tráfego de veículos pesados real, obtido através de contagens em grande parte das
rodovias, como foi já mencionado.
Para todos os produtos foram determinadas as suas linhas de desejo que evidenciam e
deixam visualizar as origens e destinos de cada um dos produtos. A título de exemplo, na
Figura 6.23 são apresentadas as linhas de desejo de bebidas.
6.5.1 Generalidades
Durante o desenvolvimento do Sistema de Planejamento Rodoviário que serviu de base à
elaboração do presente Plano Diretor, o trabalho de adaptação, conversão e manuseamento
das matrizes O/D referentes aos veículos de passeio, ônibus e veículos de carga, que
servem de base aos modelos de previsão de demanda de tráfego, revelou a necessidade de
desenvolver uma ferramenta informática para as já referidas atividades. Na verdade, o
tamanho e o tipo de informação das matrizes, mais a necessidade de se evitar erros de
manipulação numa atividade de tratamento de matrizes que deverá ser executada para cada
estudo que se vier a realizar, levou o Consórcio a promover o desenvolvimento de tal
ferramenta. Essa passou a ser chamada de Sistema de Gestão de Matrizes e de Dados –
Página 85
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Nessa primeira fase também foram criadas funções para importar lotes de arquivos Excel
convertidos para o formato texto CSV. Essas funções de importação são responsáveis por
criticar os dados dos arquivos de entrada apontando inconsistências nos mesmos e
convertê-los em um formato binário mais compacto e dotado de identificação de seu
5
conteúdo .
Quando da necessidade de utilizar o modelo CUBE como ferramenta de previsão da
demanda do tráfego para análise de rede e para a elaboração do Plano Diretor, as
responsabilidades do GEMADA aumentaram. Ao programa foram adicionadas então várias
ferramentas extras para importar, normalizar, criar e exportar dados para o sistema de
análise rede. A inclusão dessas novas funções se justifica pela forma como o CUBE adquire
as informações necessárias para a sua operação. É uma característica do CUBE somente
trabalhar com formatos de arquivos que podem ser considerados como padrão, isto é,
arquivos DBase (DBF) e arquivos texto com valores separados por vírgula (CSV). A
vantagem dessa estratégia é que arquivos desse tipo podem ser criados e mantidos por
diferentes programas como, por exemplo, aqueles presentes em ferramentas de automação
de escritório (Microsoft Office ou Open Office etc.). A desvantagem é que ele não interage
diretamente com nenhum sistema de gerenciamento de base de dados exigindo que esses
dados sejam extraídos e inseridos com auxílio de ferramentas externas.
Para suprir a necessidade de uma ferramenta com essas características dotou-se o
GEMADA de rotinas capazes de realizar as interfaces necessárias, quer entre a base de
dados do DEINFRA e o CUBE, quer entre esse modelo e o HDM-4, garantindo a
confiabilidade nos dados e a facilidade de se realizar a transferência dos mesmos entre os
dois sistemas.
5
Os arquivos Excel ou texto CSV identificam o seu conteúdo no que diz respeito ao tipo de produto e ano ao quais os dados
se referem utilizando o nome do arquivo, estratégia frágil no que diz respeito à manutenção da integridade dos dados.
Adicionalmente a unidade (toneladas/ano, veículos/dia, etc.) dos valores contidos no arquivo somente podia ser identificada
abrindo o arquivo.
Página 86
6.5.2 Uma Visão Geral do GEMADA
No contexto do Sistema de Planejamento Rodoviário o Gerenciador de Matrizes e de Dados
cumpre duas funções bem definidas:
Página 87
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
b) base de dados CUBE: nessa base de dados estão armazenadas tabelas que
são de uso exclusivo pelo sistema de análise de tráfego. Nelas estão
armazenados informações referentes a configuração de cenários (simulações),
dados que descrevem a malha rodoviária, dados sócio econômicos e dados
referentes a resultados do processamento do CUBE que são utilizados na
geração de relatórios;
c) matrizes de carga e ônibus: as matrizes de carga e de viagens de ônibus são
mantidas em arquivos gravados em local definido pelo usuário, fora da base de
dados e estão em um formato próprio do GEMADA. Esses arquivos são a base
para todas as operações com matrizes;
d) arquivos gerados pelo CUBE: os volumes de tráfego alocados pelo CUBE e a
topologia6 da rede viária completam o conjunto de dados utilizados pelo
GEMADA. Os volumes de tráfego em geral são utilizados para elaborar
relatórios diversos. Os volumes de ônibus alocados têm um uso adicional no
momento de exportar os arquivos com volumes de tráfego onde eles podem ser
utilizados como uma estimativa dos ônibus observados, pois os equipamentos
de contagem não permitem diferenciar ônibus de veículos de carga. As
informações referentes à topologia da rede são vitais, uma vez que o CUBE
necessita que essas informações estejam presentes em alguns dos arquivos de
dados gerados pelo gerenciador; e
e) arquivos gerados pelo HDM-4: os dados sobre o estado de conservação das
rodovias que o modelo CUBE precisa para calcular as velocidades em cada
trecho, têm de ser fornecidos pelo HDM-4 que, por sua vez, necessita dos
volumes de tráfego calculados pelo modelo CUBE. Dessa forma a integração
dos dois modelos foi assegurada por uma interface existente no GEMADA, para
efetuar o intercâmbio de dados que os dois modelos utilizam, como sintetizado
na Figura 6.25.
6
A topologia define as interligações entre os segmentos (arcos) da rede definindo uma lista de nós identificados por
números. Cada arco é caracterizado por dois nós, um em cada extremo, sendo que os arcos que compartilham um mesmo
nó estão conectados no respectivo extremo.
Página 88
Figura 6.25: Interface entre CUBE e HDM
Fonte: Consórcio SCETAUROUTE-PROSUL, 2007
De forma geral as tarefas relacionadas com as matrizes podem ser analisadas como estão
descritas esquematicamente na Figura 6.26.
A partir das matrizes armazenadas em um formato próprio do gerenciador ele é capaz de
executar todas as tarefas necessárias para suprir a necessidades do sistema de
planejamento, ao mesmo tempo em que garante a confiabilidade das matrizes.
Página 89
Sínte
ese do Plano Diretor Ro
odoviário de
e Santa Ca
atarina
Fig
gura 6.26: Análise
A das tarefas
t realizadas pelo sistema
Fonte: Co
onsórcio SCE
ETAUROUTE
E-PROSUL, 20
007
6.5.3.1 Crítica
C e Co
onversão de Matrize
es
Essas dua as operaçõe es estão innter-relacion
nadas. Enquanto a críítica pode sser realizad
da de
forma inde ependente na converrsão sempre será realizada um ma operaçã ão de críticca. A
operação ded conversã ão basicam mente modifiica a forma de gravar as
a informaçções contidaas no
arquivo CS SV, permitinndo agrega ar mais info
ormações aos dados contidos
c no arquivo orriginal
ao mesmo o tempo em m que imped de que as matrizes seejam alterad
das por outtro softwaree que
não seja o GEMADA. Este bloqu ueio para ed cessário parra minimizar a possibilidade
dição é nec
de que se e possa alteerar inadve ertidamente o conteúddo de uma matriz com mprometend do os
dados ali contidos. NaN conversão o GEMA ADA adicio
ona um con njunto de informações s que
permite id dentificar exatamente
e o que está
e armazzenado em m um resp pectivo arqquivo.
Informaçõe es como po or exemplo o: tipo do produto, anoo para o quual os dadoos se apliccam e
unidade dos valores contidos no n arquivo são as prrincipais infformações de identific cação
adicionada as.
ealizada verrifica cada linha da matriz buscando pelos se
A crítica re eguintes pro
oblemas:
Página 90
d) corrrespondência entre oss códigos e os nomes das zonass de origem m/destino: o
GEM MADA trab balha conecctado com a base de d dados e para ele e funcionarr
corrretamente ele
e usa cód digos para identificar cada
c uma d das zonas de tráfego,,
poré ém as mattrizes CSV V contêm também
t oss nomes d das cidadess que são o
utilizzados pelo analistas quando
q criam as matrizzes. Assim, conflitos entre
e essass
duass informaçõ ões podem indicar erro
os de digitaçção entre ou
utros.
Quanndo a críticca é realizada durantte a conve ersão, a maatriz convertida que resulta
r nãoo
conté derados susspeitos. Norrmalmente o processo
ém os regisstros consid o de conversão deverá á
ser precedido
p por uma ou mais opera ações indeppendentes de
d crítica pa
ara identifica
ar e corrigirr
os evventuais pro
oblemas exxistentes.
6.5.3
3.2 Conve
ersão de Unidades
U
Os procediment
p tos de convversão de unidades são necessárrios por uma a razão muito simples::
as prrincipais ba
ases de dad dos estatísticos fornecem dados anuais
a em ttoneladas ou
o milharess
de tooneladas transportada as. Enquan nto essa fo orma de re epresentação é adeq quada para a
estuddos econôm micos, por exemplo, ela é incon nveniente para
p estudoos de capa acidade de e
tráfeg
go que trabbalham comm veículos inndividuais.
Paraa suprir dados na forma a adequadaa o GEMAD DA provê ao
o usuário co
ondições de e identificarr
aindaa na imporrtação/conversão de matrizes
m a unidade dee referência
a utilizada no
n arquivo,
senddo reconheccidas as seg guintes unid
dades no ca aso das matrizes de ca
arga:
a) milh
hares de tonneladas/ano o (ton/ano),
b) veícculos de carrga/dia (VC//Dia); e
c) uniddades de caarro de passseio/dia (UC
CP/dia).
No momento
m de
e conversãoo as matrizees podem estar
e em qu
ualquer uma ades acima
a das unida a
e é responsabil
r lidade do usuário
u informar ao applicativo a unidade
u corrreta para cada
c matrizz
impoortada.
Existte uma qua arta operaçção que po ode ser effetuada com m os valorres armaze enados nass
matrizes que é o cálculo dod número de d viagens de retorno. Esse cálcculo pode se er efetuadoo
em matrizes
m dee quaisquerr unidades, porém rec comenda-se e que, por qquestões de precisão,,
se reealize esse cálculo emm matrizes ton/ano
t ou VC/dia. O gerenciado or armazena a dentro de e
cadaa matriz info q permitem identifica
ormações que ar se uma matriz
m contéém ou não viagens de e
retorrno, sendo que
q quando o essas viaggens estão presentes o usuário n não pode ge erá-las uma a
seguunda vez so ob pena de distorcer
d oss dados da matriz.
Conssiderando matrizes de d entrada a em tone eladas/ano, as possíveis seqü üências de e
operações de trransformaçã ão são mosstradas esqu uematicame ente na Figura 6.27.
Unidades de
Veícculos de Viagen
ns de
Ton/Ano Carro dde
carrga/Dia Reto
orno
Passeio//Dia
Unidades de
Viagens de Veículos de
Ton/Ano Carro dde
Reetorno cargaa/Dia
Passeio//Dia
Unidad
des de
Veículos de Viagens de
Ton/Ano Carro
o de
cargga/Dia Retorn
no
Passeio
o/Dia
Figura 6.2
27: Possíveis seqüência
as de operações do sis
stema
Fo
onte: Consórc
cio SCETAUR
ROUTE-PROS
SUL, 2007
Página 91
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 92
c) deciidir por agre
egar as viag
gens de reto
orno com viagens normmais; e
d) deciidir qual a ordenação o das viage
ens no arquuivo (origem
m-destino ou
o destino--
orige
em).
6.5.4
4 Interfac
ce com o CUBE
C
O CUUBE é o sisstema de pla anejamento
o de transpo ortes adotad
do para serrvir de plata
aforma para a
o desenvolvime ento do mod delo de anáálise e prev
visão de demanda na malha viária de Santa a
Cataarina e na innteração deessa com a malha rodo oviária externa ao Estaado. Ao mesmo tempo o
em que
q se mo ostra uma ferramenta a muito po oderosa e flexível
f no que diz respeito
r ao
o
deseenvolvimentto de mode elos de annálise de sistemas de e transportees nos mais diversoss
níveiis, o CUBE E não ofere ece ferrameentas para se conecta ar com nen nhum tipo de d base de e
dadoos. Essa característic
c ca em um m primeiro momento pareceu uma limita ação, mass
atuallmente considera-se como
c uma vantagem.
v Isso
I porquee essa interrface foi connstruída na
a
formaa de um co onjunto de ferramentas
f s desenvolvvidas sob medida
m paraa o modelo de análise,,
atenddendo a to odas as esspecificaçõe es, tanto no
n que diz respeito a ao conteúdo o (modelo))
quannto ao que ses refere ao CUBE) dos arquivos de
o formato (C e dados.
O GE EMADA, além de suass funções de d gerencia amento dass matrizes d de carga e de viagenss
de ônibus,
ô tem sob sua re esponsabilidade tarefaas referente
es a extrairr, formatar,, cadastrar,,
expoortar e impo ortar dados. Para auxiiliar na exeecução desssas tarefas o sistema conta com m
sua própria
p basse de dadoss onde estãão armazen nados dados definidos especificam mente para a
alimeentar o mo odelo de an nálise do CUBE.
C A re
esponsabiliddade pelo gerenciame ento dessa a
basee cabe totalm mente ao GEMADA.
G A tarefas re
As elacionadass com a inte
erface entree o CUBE e
o ge erenciador de matrizzes estão centralizad das em um ma base de dados modelada a
espeecificamente e para suprrir as necesssidades daas atividadees desenvoolvidas com o CUBE e
são apresentad
a as no diagrrama a seguuir:
Figu
ura 6.28: tarrefas da inte
erface CUBE
E/GEMADA
Fo
onte: Consórc
cio SCETAUR
ROUTE-PROS
SUL, 2007
Página 93
3
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Nessa lista não se está esgotando as tarefas realizadas pelo GEMADA relacionadas ao
gerenciamento da interface entre o CUBE, ou melhor, entre o sistema de análise de rede e a
base de dados do DEINFRA, existem várias outras, porém essas aqui destacadas
representam as mais importantes e fundamentais do aplicativo.
Página 94
qualidade de vida, principalmente das populações urbanas, associada a uma maior
popularização dos meios de transporte, como o automóvel, o trem e o avião, fizeram com
que as populações se movimentassem muito mais do que as próprias entidades esperavam,
revelando uma inadequada repartição modal dos transportes. Essa situação vem
provocando congestionamentos e crises constantes, tanto nos itinerários rodoviários, quanto
no transporte aéreo. Isso significa que a dinâmica das sociedades no Brasil tem sido mais
rápida do que a capacidade das entidades ligadas à administração e à gestão das infra-
estruturas em entenderem que, sem adequados meios de transporte, não haverá
desenvolvimento nos Estados e no País.
Esse contexto revela bem a necessidade de se melhorar o planejamento de transportes de
forma a permitir o desenvolvimento adequado dos diferentes modais de transporte para
acompanhar a fase de desenvolvimento acelerado que o Brasil está iniciando. Essa fase
tem revelado a importância, para o país, da disponibilização de infra-estruturas que
comportem a circulação de pessoas e bens com custos operacionais que permitam uma
competição com outros países concorrentes na atual disputa globalizada. Quando se sabe
que o custo de transporte de uma tonelada de soja é de US$ 26 nos Estados Unidos e de
US$ 97 no Brasil, observa-se que se o Brasil quiser competir na produção de soja, enquanto
não resolver os seus problemas de infra-estruturas de transporte, tem de ter custos de
produção consideravelmente inferiores para que o custo total seja competitivo. Uma das
razões para essa grande diferença de custos é o inadequado sistema modal de transportes.
Nos Estados Unidos o escoamento da soja pode ser feito por longos trens com dezenas de
vagões, ou por meio de barcos de grande capacidade em grandes hidrovias. Já na maior
parte do Brasil o escoamento desse produto é feito através de milhares de caminhões que
aguardam, em filas de alguns quilômetros, vários dias até que possam descarregar nos
portos de fraca operacionalidade e eficiência.
Os estudos e projetos a serem desenvolvidos, no sentido da expansão e modernização da
infra-estrutura de transportes, devem ser dirigidos para uma definição de estratégias que
busquem o equilíbrio da matriz de distribuição modal, promovendo a integração do sistema
capilar rodoviário a um sistema ferroviário moderno e eficiente. Esses sistemas, funcionando
de forma integrada e proporcionando os fluxos de carga necessários ao suprimento dos
portos, são fundamentais para a consolidação do modelo exportador e da expansão
permanente da economia catarinense.
Pelo anteriormente exposto, verifica-se que a realização do Plano Diretor Rodoviário de
Santa Catarina é bem oportuna, pois ela obriga também a revisão da situação dos
transportes intermodais no Estado, a qual revela disfunções consideráveis ao apresentar
cerca de 80% dos transportes pelo modal rodoviário, aproximadamente 13% por cabotagem
e apenas 7% por ferrovia.
Com três sistemas portuários – Complexo da Baía de Babitonga, Complexo de
Itajaí/Navegantes e Imbituba – que oferecem condições potenciais de absorção do
embarque de mercadorias não só do território de Santa Catarina, mas também do Norte do
Rio Grande do Sul e do Sul do Mato Grosso do Sul e do Paraná; há que se desenvolver o
transporte ferroviário de uma forma considerável. Isso porque esse é o único modal que
pode ser rentável para a referida absorção de produtos destinados a exportação, dada a
longa distância de transporte.
Portanto, a análise sobre as características, capacidades e funcionamento dos sistemas de
transportes existentes e atuantes em Santa Catarina é uma etapa de fundamental
importância para a elaboração dos estudos de planejamento dos diversos modais e, mais
especificamente, para a elaboração do Plano Diretor Rodoviário, objeto desta síntese. São
esses aspectos que são analisados no estudo “Sistema Intermodal de Transporte” que é
apresentado no Volume II.6 do Plano Diretor e a partir do qual se faz, nos capítulos
seguintes, um sumário dos assuntos abordados e uma idéia da situação de cada modal de
transporte.
Como as modificações na situação dos vários modais de transporte não ocorrem de uma
forma rápida, pode-se considerar que a situação atual deve ser melhorada, mas que isso
não ocorrerá a curto prazo. Assim, o atual estudo, tal como os estudos sócio-econômicos,
Página 95
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
pode constituir uma boa ferramenta de planejamento para outros estudos de planejamento
rodoviário durante os próximos anos. Acrescenta-se que possíveis atualizações nos
diversos modais de transporte serão bem fáceis de fazer, o que prolongará ainda mais o uso
dessa ferramenta de planejamento.
Página 96
Figura
a 6.29: Os diiversos mod
dais de transporte no Estado
E de Sa
anta Catarin
na
Fo
onte: Consórc
cio PROSUL--SCETAUROU
UTE, 2007
6.6.2
2.1 Modall Rodoviárrio
Commo o modal rodoviário já j foi analissado em re
elação ao se eu histórico
o e à sua evolução
e no
o
Capíítulo 2 e como no Cap pítulo 7 a malha
m rodov
viária atual será
s analisaada isolada
amente noss
seuss vários asp pectos, dispensa-se a análise e o diagnósstico do mo odal rodoviiário nesse
e
capittulo. Aprese enta-se apeenas, na Figura
F 6.30,, um mapa a da malha rodoviária atual para a
facilittar a análise comparattiva com os outros mod dais.
Página 97
7
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
6.6.2.2.1 Evolução
As ferrovias que atendem ao Estado de Santa Catarina foram basicamente implementadas
entre fins do século XIX e início do século XX, época em que as ferrovias se constituíam na
mais nova e importante modalidade de transporte terrestre que se disseminava no mundo,
em função do avanço no desenvolvimento das locomotivas a vapor.
A implantação da rede ferroviária estadual iniciou-se no ano de 1880 com a construção do
primeiro trecho da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina – EFDTC, ligando o Porto de
Imbituba, em Imbituba, às minas de carvão, em Minas (atual Lauro Müller). A obra
compreendia uma linha ferroviária com 111 km de extensão, a qual foi concluída em 1884,
juntamente com um ramal de 7 km ligando-a à cidade mais importante da região na época,
Laguna. Problemas com a qualidade do carvão determinaram a paralisação da atividade
extrativa e a conseqüente perda de função da operação dessa ferrovia, a qual somente foi
retomada cerca de 30 anos mais tarde, com a construção de um segundo ramal ferroviário
de Tubarão a Criciúma, inaugurado em 1917, onde se descobriram novas jazidas de
comercialização viável. Nos anos seguintes, foram expandidas as linhas da ferrovia, com a
extensão de ramais para Araranguá, Urussanga (Rio Deserto) e Siderópolis (Treviso).
Durante este tempo, também se iniciou a construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio
Grande do Sul, inaugurada em 1910, em toda a sua extensão, desde União da Vitória (Porto
União, na Divisa SC/RS) até Marcelino Ramos (Divisa SC/RS). Essa ferrovia, além de se
justificar pela necessidade de um meio de transporte para escoar a produção do Sul do país
às populações da região cafeicultora, atendeu a questões de segurança nacional imediata,
devido a “Questão de Palmas”, travada entre Brasil e Argentina. A região por ela
atravessada ainda viu, em 1912, travar-se outra disputa, dessa vez entre Paraná e Santa
Catarina, que discutiam seus limites territoriais, a qual ficou conhecida como a Guerra do
Contestado. Desenvolvendo-se ao longo do vale do Rio do Peixe, essa estrada de ferro
constituiu, posteriormente, a EF-153.
No início do século passado, mais precisamente em 1908, foi ainda iniciada a construção,
em Blumenau, da Estrada de Ferro Santa Catarina, cujo primeiro trecho foi inaugurado em
1909, ligando Blumenau a Indaial. Ao longo de 50 anos de história, essa ferrovia foi
gradativamente estendida ao longo do vale do rio Itajaí, tendo ao final, já em 1964,
viabilizado a ligação ferroviária de Itajaí até Trombudo Central, ligando as principais
localidades e cidades ao longo desse próspero vale. Entretanto, em 1971, essa ferrovia já
tinha avançado até o município de Agrolândia. Apesar do notável interesse para a
interligação e para a economia da região do Vale do Itajaí e do Estado – já que se
desenvolvia paralelamente ao que hoje se constitui na diretriz das importantes rodovias SC-
470 e sua continuação pela BR-470 – essa ferrovia acabou sendo desativada e sua infra-
estrutura foi erradicada.
Entre os anos de 1910 e 1913, concluíram-se as obras da construção de trechos ferroviários
que permitiram a ligação entre o Porto de São Francisco do Sul e o município de Porto
União, com passagem por Mafra (atual EF-280). Mais tarde esses trechos vieram a se
constituir em ponto de ligação e passagem importantes e passaram a se denominar de
Tronco Principal Sul. Esse tronco, construído entre 1963 e 1965, também ligava Mafra a
Lages e posteriormente foi prolongado até a estação de Vacaria, no Rio Grande do Sul,
concluindo, em 1970, a ligação do centro do país a esse Estado, atravessando o território de
Santa Catarina com traçado paralelo ao da rodovia federal BR-116. Esse novo traçado de
ferrovia substituiria a EF-153, a antiga ligação, construída com um traçado ferroviário, que
hoje é considerado obsoleto para uma operação segura, eficiente e de baixo custo, em
virtude de conservar, ainda, as características da época de sua implantação, com pequenos
raios e rampas fortes.
Página 98
O sistema ferroviário principal que remanesceu da época pioneira acabou restrito, em Santa
Catarina, a duas estradas de ferro longitudinais (a EF-153 e a EF-116, ambas no planalto),
cujos traçados atravessam o Estado no sentido norte-sul, e a uma estrada de ferro
transversal (a EF-280), ligando o porto de São Francisco do Sul à Mafra, na região do
Planalto Norte. Essa ferrovia que se desenvolve ao longo da região da divisa com o Estado
do Paraná foi denominada de Estrada de Ferro Paraná – Santa Catarina – EFPSC.
Essas três ferrovias, que foram administradas e operadas a partir de 1957 pela União,
através da Rede Ferroviária Federal S.A. – RFFSA, foram incluídas no Programa Nacional
de Desestatização promovido pelo Governo Federal na década de 1990, e resultaram
outorgadas em concessão, em 1998, à empresa Sul Atlântico S.A., atual América Latina
Logística do Brasil S.A. – ALL. Essa empresa administra e opera as referidas ferrovias
situadas no território catarinense, juntamente com diversos outros trechos ferroviários do
país e da Argentina.
Também remanescente da época pioneira, restou, como ferrovia isolada da malha nacional,
a Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina que, igualmente operada e administrada pela
RFFSA a partir de 1957, foi incluída no Programa Nacional de Desestatização e outorgada
em concessão à empresa Ferrovia Tereza Cristina, responsável pela administração e
operação dos 164 km dessa ferrovia que são mantidos operacionais.
Trecho Distância
Porto União Vitória – Marcelino Ramos* 380 km
Porto União Vitória – Mafra* 240 km
Mafra – São Francisco do Sul 215 km
Mafra – Lages 293 km
Lages – Divisa Rio Grande do Sul 75 km
Imbituba – Tubarão – Criciúma 164 km
Total 1.367 km
* Não operada atualmente
Página 99
Sínte
ese do Plano Diretor Ro
odoviário de
e Santa Ca
atarina
Existem ta
ambém, connstituindo parte da ma alha ferroviá
ária, os term
minais rodo-ferroviários
s que
dos na Tabela 6.9, os quais se loccalizam nos
são indicad s municípioss indicadoss:
Tab
bela 6.9: Terrminais rodo
o-ferroviário
os em Santa
a Catarina
Operadora Município
M
FTC Criciúma
FTC Imbituba
ALL Jaraguá do Sul
ALL Joinville
ALL Lages
ALL Maafra
FTC Moorro da Fum
maça
ALL Sã
ão Francisco
o do Sul
FTC Urrussanga
Fonte
e: ALL e FTC
Página 100
6.6.2.2.3 Jurisdição e operacionalidade da malha
A ALL possui em concessão 1.203 km da malha ferroviária de Santa Catarina, composta
pelos cinco trechos indicados:
Dos trechos indicados, apenas os três últimos, ou seja, 583 km, se encontram em operação.
Por sua vez a Ferrovia Tereza Cristina – FTC opera, também por concessão, a pequena
ferrovia no sul do Estado, com 164 km de extensão e que atende basicamente o
abastecimento da Usina Termoelétrica Jorge Lacerda, no transporte de carvão.
Os terminais ferro-rodoviários são operados pelas próprias concessionárias.
A carga movimentada nos três primeiros trechos é constituída essencialmente por grãos,
madeira e carga geral, enquanto que no trecho da ferrovia Tereza Cristina o tipo de carga é
essencialmente o carvão.
Página 101
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
que aquele corredor de transporte, sempre promissor, cumpra um papel mais preponderante
para a economia catarinense.
A outra ferrovia inserida nos limites do Estado é a ALL, que tem 1.200 km em território
catarinense, significando 17% de toda a sua malha nacional. São duas linhas longitudinais
(exceção a uma linha transversal que chega ao porto de São Francisco do Sul) por onde são
transportadas cargas captadas principalmente no Paraná e, secundariamente, em São
Paulo e Rio Grande do Sul.
A movimentação ferroviária no Estado de Santa Catarina restringe-se, portanto, às cargas
chamadas “de passagem” no sentido norte – sul e às exportações que são feitas pelo porto
de São Francisco do Sul.
Pela análise realizada, conclui-se que mesmo com uma malha ferroviária de pouca
extensão, face à importância do Estado, cerca de metade da malha não é operada. Aquela
malha que se encontra em funcionamento é operada em condições deficientes, quer pela
velocidade baixa de operação, quer pela pouca freqüência de trens ou ainda pela falta de
equipamento (terminais) adequado para este tipo de transporte.
6.6.2.3.1 Evolução
Remanescentes ainda do período colonial, consolidaram-se, com atuação economicamente
ativa, junto à linha de costa do Estado, os portos marítimos de São Francisco do Sul e de
Laguna, aos quais se somaram, posteriormente, o porto fluvial de Itajaí e o porto marítimo
de Imbituba. Esses quatro portos constituem o atual sistema de portos públicos organizados
que atuam no sistema de transportes do Estado.
O porto de São Francisco do Sul, por sua localização em relação a regiões produtoras; por
suas condições naturais de acesso marítimo, proteção e profundidade; e ainda por ser
favorecido pelos investimentos realizados na construção de uma ligação por linha
ferroviária, no início do século passado, veio a se constituir no principal porto do Estado.
Atuando principalmente no transporte de granéis, esse porto é o que apresenta área de
influência mais extensa, chegando a avançar sobre áreas do sudoeste do Paraná, parte do
Mato Grosso do Sul e do norte do Rio Grande do Sul. Situado na região mais industrializada
do Estado, o porto atende também às demandas de carga geral geradas pela intensa
atividade industrial, com destaque de Joinville e Jaraguá do Sul. O porto de São Francisco
do Sul, sob jurisdição legal da União, foi objeto de outorga de concessão pelo governo
federal ao Estado, através da Administração do Porto de São Francisco do Sul – APSFS,
uma autarquia estadual. Localizado na ilha de São Francisco do Sul, no município de
mesmo nome, o porto é servido por ramal ferroviário (EF-280) que o liga a Mafra, onde se
entronca com o Tronco Principal Sul (EF-116), sistema que é administrado pela
concessionária ALL. É também servido pela rodovia federal BR-280, sob jurisdição do DNIT.
Independentemente de sua própria vocação e de suas cargas cativas, o porto de São
Francisco do Sul se constitui, também, na principal alternativa competitiva para o porto de
Paranaguá, quando esse porto opera em condições de sobrecarga.
O porto de Itajaí, situado um pouco mais ao sul, está instalado na margem direita do rio
Itajaí-Açu, e atua no transporte de carga geral, com crescente participação na operação de
contêineres. Por sua localização, tem sido o porto preferencial de escoamento das cargas
geradas e demandadas pela região do Vale do Itajaí e Oeste Catarinense. Após décadas de
administração direta do governo federal, através da extinta Empresa de Portos do Brasil
S.A. – PORTOBRÁS, o porto é presentemente administrado pela Prefeitura Municipal de
Itajaí, sob regime de concessão outorgada ao município pelo governo federal. O porto se
localiza dentro do perímetro urbano da cidade de Itajaí, e seu acesso terrestre é efetuado
por meio de vias urbanas e por rodovias municipais que ligam sua área à rodovia federal
BR-101, não sendo servido, atualmente, por ramal ferroviário.
Em frente ao porto de Itajaí, o porto de Navegantes é um empreendimento que foi idealizado
Página 102
e é administrado pela empresa Terminais Portuários de Navegantes – Portonave S.A. A sua
implantação começou em 1998, com a compra dos terrenos, a construção teve início em
outubro de 2005 e a conclusão em agosto de 2007. É o mais moderno porto privativo de uso
misto do Brasil, sendo projetado para ser um dos terminais mais eficientes na movimentação
de cargas conteinerizadas da América Latina. Está localizado no município de Navegantes,
na margem esquerda do rio Itajaí-Açu e seu acesso terrestre é efetuado pelas rodovias SC-
470 e BR-470, no sentido oeste, e pela BR-101 que estabelece ligação com a malha
rodoviária do Estado, não sendo servido por ramal ferroviário.
Já na parte sul do litoral Catarinense, localiza-se o porto marítimo de Imbituba, que se
constituiu até recentemente no único caso de porto administrado sob concessão à iniciativa
privada. Construído e operado originalmente com a finalidade de atuar na exportação do
carvão mineral oriundo da mineração da região carbonífera de Siderópolis, Lauro Müller,
Criciúma e adjacências, o porto de Imbituba era integrado ao denominado ciclo do carvão do
sul do Estado. Com o fim da política de subsídio ao carvão, como alternativa estratégica de
assegurar o aproveitamento do carvão mineral na geração de energia termelétrica, e
inviabilizadas as tentativas de aproveitamento industrial de rejeitos piritosos desse mineral
como matéria-prima para a indústria carboquímica, o porto de Imbituba perdeu sua
finalidade de operar segundo a vocação original. Na década de 1980 chegou a ser
construído e operado um terminal RoRo (para operação de navios tipo Roll on – Roll off),
sendo que passou também a atuar no transporte de carga geral, buscando ampliar sua área
de influência para a porção norte-nordeste do Rio Grande do Sul. Esse porto é servido por
ramal ferroviário da empresa concessionária FTC, pela rodovia estadual SC-435 e por
rodovia municipal. Ambas as rodovias asseguram o acesso ao porto desde a rodovia federal
BR-101.
Complementa esse sistema de terminais portuários de Santa Catarina o porto de Laguna,
situado na orla da cidade de mesmo nome, à margem do canal de ligação da Lagoa de
Santo Antônio com o mar, o qual é efetuado em barra fixada por molhes de pedras.
Anteriormente administrado pelo antigo Departamento Nacional de Portos e Vias
Navegáveis – DNPVN, o porto de Laguna passou a ser administrado diretamente pela
PORTOBRÁS, em meados da década de 1970. Após alguns anos passou a operar como
terminal pesqueiro, tendo sido contemplado com investimentos objetivando dotar o porto de
melhoramentos no cais e na infra-estrutura de armazenamento e de frigoríficos. Com a
extinção da PORTOBRÁS, a administração do porto passou à Cia. Docas do Estado de São
Paulo, que o administra através da sua vinculada Administração do Porto de Laguna – APL.
O acesso terrestre ao porto é efetuado por meio de vias urbanas, interligadas à rodovia
estadual SC-436, a qual complementa a ligação viária até a rodovia federal BR-101. O
antigo ramal ferroviário da Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina que ligava o porto à
região carbonífera encontra-se desativado e erradicado.
Página 103
Sínte
ese do Plano Diretor Ro
odoviário de
e Santa Ca
atarina
Figu
ura 6.32: Lo
ocalização do porto de São
S Francis
sco do Sul
Fonte: Co
onsórcio SCE
ETAUROUTE
E-PROSUL, 20
007
Página 104
Portto de Itajaí
O poorto de Itaja
aí, mostrado
o na Figura 6.34, fica no
n litoral ce
entro, a uma
a distância de 110 km
m
de Florianópoliss, próximo a foz do rio Itajaí-Açu. Tem profunndidade de 9,5 m em seus
s quatro
o
berçoos e 9,9 m no canal dee acesso de e 3,2 km. É servido pella BR-101, que corta o município,,
atravvés de três acessos.
Portto de Nave
egantes
O poorto de Navegantes, mostrado na n Figura 6.35,
6 está localizado a 111 km da Capitall
Floria n litoral norte do Esstado, na margem essquerda do
anópolis, no o rio Itajaíí-Açu. Tem
m
profu
undidade de e 8 m no ca
anal de acessso e nos seus quatro berços de a
atracação e de 7 m na a
baciaa de evoluçção. É aten
ndido pela SC-470
S e BR-470,
B no sentido oeste, que ap proximam o
emprreendimento de todo vale do Ita ajaí e o coolocam na rota do ME ERCOSUL. A BR-101
tambbém atende esse porto, a 10 km do mesmo estabelece liigação com m a malha ro odoviária do
o
Estaddo.
Página 105
5
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Porto de Imbituba
O porto de Imbituba, visto na Figura 6.36, está localizado no litoral sul a 90 km de
Florianópolis. É um porto de enseada, protegido por um molhe de 800 m e não necessita de
canal de acesso. As profundidades no porto são de 9,5 m tanto no berço do cais velho,
como nos três berços convencionais e na rampa para navios tipo roll-on roll-off do cais novo.
Ele é atendido pela Ferrovia Tereza Cristina, distante 6 km pelo acesso Sul, e pela BR-101,
distante 6,5 km pelo acesso Norte.
Página 106
Porto de Laguna
O porto de Laguna, visualizado na Figura 6.37, está situado no litoral sul a 110 km da
Capital do Estado. Trata-se de um porto lacustre, localizado na Lagoa de Santo Antônio. A
profundidade no porto é de 6 m, com um canal de acesso de 8 a 9 m e 1,95 km de
extensão. Ele está a 8 km da BR-101.
6.6.2.3.3 Jurisdição
A jurisdição dos quatro portos da costa catarinense é diferenciada para todos os portos e
atualmente é como se descreve na seqüência.
Porto de Itajaí
A concessão é da Administradora Hidroviária Docas Catarinense – ADHOC, vinculada a
Prefeitura Municipal de Itajaí. A 14 km opera a Estação Aduaneira de Interior – EADI,
administrada pela Portobello.
Porto de Navegantes
A concessão do porto de Navegantes é da empresa Terminais Portuários de Navegantes –
Portonave S.A.
Porto de Imbituba
O Porto de Imbituba tem a única concessionária privada do Brasil, Companhia Docas de
Imbituba – CDI. A Zona de Processamento de Exportação de Imbituba – ZPE está a 6 km do
porto e aguarda a autorização legal para o início das operações.
Página 107
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Porto de Laguna
O porto é operado pelo Governo Federal através da Administração do Porto de Laguna –
APL vinculada a Cia. Docas do Estado de São Paulo – CODESP.
a) soja, farelo de soja e óleo de soja. Abrigados nas instalações de graneis sólidos.
É o 4º porto brasileiro no complexo de soja.
b) carga geral em contêineres. É o 5º porto do Brasil em movimentação de
contêineres, com 290.440 TEU em 2005.
Porto de Itajaí
As principais cargas movimentadas são:
Porto de Navegantes
A operação do porto é bem recente, apenas com alguns meses, porém ele está preparado
especialmente para a movimentação de contêineres com carga frigorificada. Também opera:
madeira e derivados, frangos congelados, cerâmicos, papel kraf, máquinas e acessórios,
tabacos, veículos, têxteis e carne congelada.
Porto de Imbituba
As principais cargas movimentadas, que em 2005 totalizaram 1.433.180 toneladas, são:
Porto de Laguna
É um porto pesqueiro e movimenta pescado e gelo, que é produzido na fábrica do próprio
porto. A movimentação desses dois produtos atingiu, em 2004, 11.398 toneladas de
pescado e 15.497 toneladas de gelo.
Página 108
6.6.2.3.5 Diagnóstico do modal portuário
O setor portuário catarinense está em plena expansão, com a instalação de novos portos –
como Navegantes e Itapoá – e pelo crescimento dos principais terminais na região. No
entanto, as vias de acesso aos portos permanecem as mesmas de mais de dez anos atrás,
o que dificulta a entrada e saída de cargas dos complexos portuários e pode levar a um
conflito no tráfego em curto prazo. Além do aspecto da acessibilidade no transporte das
cargas, muito há o que fazer quanto ao desenvolvimento do “lay-out” dos berços, na dotação
de equipamento de manuseamento de cargas e numa gestão adequada e moderna da
exploração dos portos catarinenses.
O porto de Laguna é por natureza um porto pesqueiro e embora a sua exploração possa ser
melhorada, a sua otimização será sempre relativamente a de um porto com as suas
características.
No que se refere aos principais portos catarinenses, Itajaí e São Francisco de Sul, estão no
limite da capacidade, pois a ocupação dos berços está acima dos 90%, ocorrendo
freqüentemente fila para a atracação. Assim, a entrada do terminal de Navegantes no
complexo portuário, no dia 21 de outubro de 2007, foi vista como um grande alívio para os
operadores de comércio exterior do Estado, principalmente para a operação do porto de
Itajaí. Porém, é necessária ainda uma série de ajustes, inclusive quanto às escalas do porto
de Navegantes e isso não ocorre rapidamente no setor de navegação de longo curso. Já a
entrada do porto de Itapoá (prevista para 2009), deverá trazer alívio para as operações do
porto de São Francisco do Sul e trará uma alternativa para a movimentação de contêineres.
Em relação à movimentação de grãos agrícolas no porto de São Francisco do Sul, somente
a construção de um novo berço (prevista para o período 2008-2011) possibilitará o
atendimento adequado. Observa-se que as obras para o acesso terrestre ao porto de Itapoá
já estão em andamento com o asfaltamento da SC-415 (Estrada da Serrinha) e devem ser
finalizadas junto com a inauguração do cais.
Em relação ao porto de Imbituba, esse ainda tem a possibilidade de aumento de
movimentação de carga, pois atravessa um momento de recuperação de mercado devido ao
término do fluxo de carvão.
6.6.2.4.1 Evolução
No que diz respeito à navegação fluvial, como já referido, durante alguns anos foram
aproveitadas pequenas extensões do rio Uruguai no extremo oeste do Estado, para o
transporte de toras de madeira em balsas para a Argentina, mas esse transporte, pouco
significativo, acabou por deixar de ser operado.
Levando em consideração as características do Brasil com uma costa de milhares de
quilômetros, observa-se que a cabotagem, como transporte marítimo, deveria representar
uma boa parte na matriz de transportes de carga. No entanto, a sua participação nessa
matriz tem oscilado bastante, na medida em que algumas linhas de navegação se ativam ou
Página 109
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 110
6.6.2.5 Modal Aeroviário
6.6.2.5.1 Evolução
O transporte aéreo, que nasceu no Brasil na década de 20, experimentou uma rápida
evolução durante o período compreendido entre o término da II Guerra Mundial e o final dos
anos 50. Esse crescimento ocorreu, principalmente, devido ao grande número de aeronaves
disponíveis, à facilidade de aquisição de equipamentos sobressalentes, às taxas de câmbio
favoráveis, aos benefícios fiscais, às características geográficas do país e à carência de
serviços de transporte de superfície. Esses fatos determinaram o aparecimento de um
elevado número de companhias aéreas, muitas das quais com estrutura organizacional
precária. Esse período foi caracterizado pela interiorização da aviação objetivando a
integração nacional.
Na primeira metade da década de 60, ocorreu uma inversão no processo de crescimento,
decorrente da mudança do modelo econômico brasileiro, da crescente competição com o
transporte rodoviário e do aumento das tarifas aéreas, devido à diminuição dos subsídios
governamentais. Isso gerou uma alteração significativa na composição do quadro das
companhias aéreas, com desativação de algumas e aglutinação de outras em consórcios.
Ainda nessa década, foi intensificada a incorporação de equipamento de médio porte –
turboélice e a jato – às frotas das empresas aéreas nacionais. Esses substituíram as
tradicionais aeronaves a pistão, que possuem maior capacidade de transporte, mas que
exigem, para sua operação eficiente, uma infra-estrutura mais elaborada, com pistas de pouso
pavimentadas, de maiores dimensões e suporte, além de mercados geradores de maior
volume de passageiros. Esse processo perdurou até a metade da década de 70, observando-
se a utilização cada vez mais acentuada de aeronaves a jato e a diminuição do número de
cidades servidas por transporte aéreo. Em 1974, das 344 cidades brasileiras que já tinham
sido servidas pela aviação comercial, apenas 129 ainda permaneciam nessa condição. Com o
intuito de reverter esse quadro, o Ministério da Aeronáutica criou o Sistema Integrado de
Transporte Aéreo Regional – SITAR, regulamentado pela Portaria no 022GM-5, de 07 de maio
de 1976. Esse Sistema reativou os serviços de atendimento às localidades de médio e baixo
potencial de tráfego e incentivou o desenvolvimento da indústria aeronáutica, através da
criação de um mercado de absorção do seu produto especificamente projetado para atendê-
lo.
Sabe-se que o transporte aéreo exerce grande influência no processo de crescimento
econômico e na ocupação de regiões no interior do Estado, atuando de duas formas
distintas: em primeiro lugar, ele atua como fator de desenvolvimento para as cidades de
menor expressividade econômica e com dificuldade de acesso. Numa segunda etapa, ele
surge como decorrência do próprio desenvolvimento econômico, responsável pela geração
de demanda desse tipo de serviço.
Atualmente, o transporte aéreo regional vem assumindo papel de destaque dentro do
panorama do transporte aéreo nacional, promovendo a ligação entre diversas localidades e
integrando as várias regiões dos estados, como resultado do processo de interiorização do
desenvolvimento econômico. A evolução da aviação regional tem, contudo, sofrido
restrições devido à inexistência de infra-estrutura aeronáutica adequada, fruto da ausência
de diretrizes de planejamento físico e de aplicação de recursos. Em conseqüência, o
panorama desta infra-estrutura é caracterizado pela predominância de aeródromos que não
oferecem condições para a operação segura e econômica das aeronaves e que, algumas
vezes, apresentam conflitos de relacionamento urbano.
Atualmente o sistema aeroviário de Santa Catarina é composto por uma rede de 31
aeródromos, desses cinco são privados e 22 públicos, integrantes do Plano Aeroviário do
Estado de Santa Catarina – PAESC e distribuídos por todas as regiões do Estado,
acrescidos dos quatro aeródromos sob a responsabilidade da INFRAERO. Os demais
aeródromos são administrados pelos municípios através de convênio com o Governo do
Estado. Os quatro aeródromos catarinenses administrados e operados exclusivamente pela
INFRAERO são: o Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis; o Aeroporto de
Página 111
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Aeroportos Internacionais
São aqueles que apresentam infra-estrutura compatível com as aeronaves de grande porte,
que provêm do transporte aéreo de longo curso, além de serem dotados de serviços e
equipamentos para atendimento às necessidades específicas deste segmento da aviação.
Sua área de polarização tende a ser bastante extensa devido aos serviços diferenciados
que esse tipo de unidade oferece. Em Santa Catarina o único aeroporto internacional trata-
se do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, na capital do Estado, Florianópolis.
Página 112
Aeroportos Regionais
Os aeroportos regionais são aqueles que atuam como elemento de aglutinação e
distribuição da demanda gerada em diversos municípios, localidades, projetos etc., apoiados
em cidades de maior influência regional. As unidades de Forquilhinha, Chapecó, Lages e
Blumenau apresentam destaque dentro do panorama de transporte aéreo regional no
Estado. No caso específico de Blumenau, à medida que sua infra-estrutura não possibilite o
atendimento da demanda, essa é absorvida por Navegantes, cuja infra-estrutura implantada
apresenta-se adequada à operação de aeronaves de maior porte.
Aeroportos Sub-Regionais
Os aeroportos sub-regionais atendem à função de distribuição do sistema regional proposto,
de forma a integrar hierarquicamente a demanda dos núcleos locais aos aeroportos
regionais ou principais. Possuem, normalmente, uma importância de caráter imediato e
tendem a se estabilizar conforme o desenvolvimento das unidades aeroportuárias de maior
porte, acima definidas. Nesse processo, a área de influência desses aeroportos (sub-
regionais) vai sendo comprimida. As unidades de São Miguel do Oeste, Caçador, Concórdia
e Três Barras aparecem com destaque no quadro econômico estadual e, embora possuam
uma área de atração menos abrangente que a dos aeroportos regionais, apresentam
potencial para aviação regional regular.
Aeroportos Locais
Os aeroportos locais desempenham funções de alimentação, através dos aeroportos sub-
regionais ou, diretamente, aos regionais e principais, compondo, assim, a estrutura do
sistema. Sua área de influência restringe-se, em geral, ao município onde se localiza,
podendo, contudo, avançar em função da sua distância aos aeroportos hierarquicamente
superiores. Esses aeroportos caracterizam-se pela operação exclusiva de aeronaves leves
da aviação geral e por possuírem algum potencial de demanda não regular, em decorrência
da importância econômica. Os municípios de Videira, São Francisco do Sul, Xanxerê,
Lontras, Joaçaba, Curitibanos, Itapiranga, Laguna, São Joaquim, Rio Negrinho e Mafra
possuem uma unidade pública de cunho local.
Aeroportos Complementares
São aqueles que, por não apresentarem demanda suficiente para suportar a atividade
aeronáutica, desempenham funções de apoio à comunidade em pontos de difícil acesso, ou,
ainda, funções de apoio a rotinas de aeronaves leves. Incluem-se nesta categoria, também,
aqueles aeródromos já possuidores de uma infra-estrutura que merece ser preservada.
Apenas a unidade de Dionísio Cerqueira foi selecionada para compor a rede de aeroportos
do Estado em caráter complementar, devido, principalmente à sua localização.
6.6.2.5.3 Jurisdição
Os aeródromos estão classificados em públicos e privados. Os públicos, do Estado de Santa
Catarina ou dos municípios, são administrados pelo governo estadual e os aeroportos de
Florianópolis, Joinville, Navegantes e Forquilhinha pela INFRAERO.
Página 113
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
6.6.2.6.1 Evolução
O modal dutoviário é um modal recente, não tendo ainda uma grande história sobre a sua
evolução. Os oleodutos mais antigos datam de 1976, enquanto que os gasodutos são ainda
mais atuais.
Página 114
Figura 6.39: Modal dutoviário em Santa Catarina
Fonte: SAR
Oleodutos
Existem dois dutos no território de Santa Catarina: Oleoduto OSPAR que interliga o
TEFRAN e a REPAR e o oleoduto OPASC que interliga a REPAR, localizada no município
de Araucária (PR) à base de Biguaçu, localizada no município de Biguaçu (SC), passando
pela base de Guaramirim, no município de Guaramirim (SC) e a base de Itajaí, localizada no
município de Itajaí (SC).
Gasodutos
A rede de gasodutos existentes no território de Santa Catarina é constituída por parte do
Gasoduto Bolívia-Brasil e pelos ramais de abastecimento local que são alimentados por
esse grande gasoduto (ver Figura 6.40) e que se destinam a abastecer toda a rede
catarinense de gás. O Gasoduto Bolívia-Brasil (rede de tubulações que leva o gás natural
das fontes produtoras na Bolívia até os centros consumidores no Brasil) atende os Estados
de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Transporta
grandes volumes de gás, possui tubulações de diâmetro elevado, opera em alta pressão e
somente se aproxima das cidades para entregar o gás às companhias distribuidoras,
constituindo um sistema integrado de transporte de gás. (PETROBRAS, 2006)
Página 115
Sínte
ese do Plano Diretor Ro
odoviário de
e Santa Ca
atarina
Figura 6.40
0: Rede de gasodutos
g em Santa Ca
atarina
Fonte: SCGÁS
6.6.2.6.3 Jurisdição
J o
Os oleoduutos OSPAAR e OPAS SC são op perados soob a jurisdição da re efinaria RE
EPAR,
enquanto o gasoduto Bolívia-Bra
asil é opera
ado pela Pe
etróleo Brassileiro S.A. – PETROB BRAS.
Já as red
des de disttribuição de gás no território de
d Santa Catarina
C ão geridas pela
sã
Companhiaa de Gás de
e Santa Caatarina – SCCGÁS.
Página 116
6.7 SISTEMA DE ANÁLISE DA CONDIÇÃO DA MALHA – MODELO HDM
Nos países em desenvolvimento a disponibilidade de capital e trabalho é completamente
diferente da existente nos países industrializados, o volume de tráfego total é tipicamente
menor, os salários e os valores do tempo de viagem são menos importantes e,
principalmente, há dificuldades imensas na obtenção e aplicação dos recursos financeiros,
surgindo com freqüência as seguintes questões:
Página 117
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Muitas das limitações do estudo realizado no Quênia puderam ser sanadas pelo estudo
realizado no Brasil (1976 a 1981), que considerou uma ampla variedade de estruturas de
pavimentos, tipos de materiais, volumes de tráfego, traçados geométricos e tipos de
veículos. Esse estudo, conhecido como Pesquisa do Interrelacionamento dos Custos
Rodoviários – PICR, foi realizado através de convênio do governo brasileiro (representado
pela Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes – GEIPOT) com o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNDU e contou com a participação de uma
equipe técnica brasileira e de uma equipe técnica internacional, sob a coordenação de Prof.
W. Ronald Hudson, da Universidade do Texas em Austin.
A PICR teve por objetivo principal a obtenção das informações necessárias para a utilização
confiável dos custos totais da modalidade rodoviária. Como esses custos totais representam
o somatório dos custos de infra-estrutura (desembolsados pelo governo) e dos custos de
operação da frota (desembolsados pelos usuários), a pesquisa desenvolveu-se em duas
direções: quantificação do desempenho dos pavimentos diante de determinados fatores
(tráfego, meio ambiente, qualidade de obra etc.) e comportamento dos vários componentes
dos custos de operação da frota em função da geometria da via e do desempenho dos
pavimentos.
O volume de dados levantados no Brasil permitiu a aferição, o aperfeiçoamento, o
desenvolvimento e a operacionalização de modelos de previsão que simulam, num
determinado período de análise, o comportamento dos pavimentos e da frota de veículos
que por eles circula e que estão contidos no Modelo HDM-III. O estudo custou
aproximadamente 20 milhões de dólares, dos quais 85% (17 milhões de dólares) foram
desembolsados pelo governo brasileiro.
No mesmo período, nas Ilhas Caribenhas de Barbados, São Vicente, Santa Lúcia e
Dominica, foi desenvolvido um estudo dos custos operacionais sob condições extremas de
terreno e traçado geométrico. Na Índia, de 1977 a 1982, foi desenvolvido um quarto estudo,
restrito aos custos de operação dos veículos e das condições de congestionamento e
acidentes existentes naquele país.
A fase de conclusão dos trabalhos experimentais constou da revisão de todas as pesquisas
de campo realizadas. O esforço principal foi concentrado nas análises dos resultados
obtidos no Brasil, visando produzir modelos para previsão dos custos de operação dos
veículos, das velocidades de operação, da evolução da deterioração das rodovias, dos
efeitos da manutenção e dos quantitativos para construção. Segundo PATERSON (1987), a
base empírico-mecanística destes modelos permite que eles sejam facilmente adaptados às
condições diferentes daquelas para as quais eles foram desenvolvidos. Muitos dos modelos,
particularmente os de deterioração rodoviária, foram validados por dados coletados em
outros países.
Os modelos resultantes foram incorporados à terceira versão do HDM (HDM-III), lançada em
1987 e na versão para microcomputadores lançada em 1989. O Modelo HDM-III tem sido
utilizado em mais de 100 países para a avaliação de projetos, desenvolvimento de
programas rodoviários e planejamento a nível de rede (PATERSON, 1991). Também tem
sido adaptado para utilização em diversos países desenvolvidos (Austrália, Bélgica, Canadá,
Finlândia, Nova Zelândia e Reino Unido). Em 1987 foi lançado o HDM-Q que incorporava,
no HDM-III, os efeitos do congestionamento de tráfego. Já em 1994 foi lançado o HDM
Manager que facilitava o uso do HDM-III através de um menu que guiava o utilizador através
das várias operações que se pretendiam realizar com o modelo.
A utilização do HDM continuava a ser cada vez mais divulgada e usada inclusivamente por
países já industrializados e não apenas aqueles em fase de desenvolvimento, como
anteriormente. Por outro lado, não obstante os modelos de deterioração das rodovias
continuassem relevantes, foi reconhecido que a tecnologia veicular tinha se desenvolvido
muito e que seria necessário atualizar o modelo de custo de operação de veículos para
satisfazer as novas características desses. Assim, tendo em consideração os aspectos
anteriormente focados e a necessidade de introdução de alguns novos modelos, surgiu em
Página 118
1999/2000 o novo HDM-4. Essa necessidade de introduzir novos modelos foi verificada
como resultado das pesquisas que vinham sendo desenvolvidas desde a década de 80,
relacionadas com:
a) efeitos de congestionamento de tráfego;
b) efeitos de climas frios;
c) maior abrangência de tipos e estruturas de pavimentos;
d) segurança rodoviária; e
e) efeitos do meio ambiente (consumo de energia, ruído do tráfego e gases
emitidos pelos veículos).
Dessa forma, o novo HDM-4 contemplou esse conjunto de novas aplicações e deu a esse
modelo uma maior flexibilidade de utilização e uma maior gama de possibilidades de estudo
quer de trechos isolados de rodovia, quer a nível do estudo de malhas completas.
Face a toda essa evolução, a arquitetura do novo modelo, já com as novas rotinas que
englobam os efeitos anteriormente descritos é aquela que se mostra na Figura 6.41:
Página 119
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
a) custos de construção;
b) custos de manutenção (rotineira e periódica);
c) custos de operação do sistema viário (gerenciamento do tráfego, segurança);
d) custos dos usuário (operação dos veículos, acidentes);
e) custos para a sociedade (poluição ambiental, custo social dos acidentes).
O modelo HDM trata dos custos associados com o subsistema pavimentos, responsável
pela maior parte do custo total da modalidade rodoviária (PATERSON, 1991). É excluída do
HDM a estimativa direta dos custos operacionais e dos custos para construção e
manutenção de pontes e túneis, embora eles possam ser introduzidos, como custos
exógenos, durante o processo de otimização de alternativas.
O modelo HDM avalia, economicamente, políticas de construção e manutenção de rodovias,
mediante simulação do comportamento dos veículos e do desempenho dos pavimentos.
Dentro das funções de planejamento de um organismo rodoviário, o HDM pode ser utilizado
para o estabelecimento de níveis orçamentários que minimizem o custo total da modalidade
rodoviária, programas de manutenção e construção que maximizem o valor presente líquido
de uma rede viária sob políticas de restrição orçamentária, programas de investimento a
médio e longo prazo e programas de intervenção de curto prazo, baseados num sistema de
gerência de pavimentos. Pode, dessa forma, dar suporte às reivindicações dos organismos
rodoviários, endereçadas aos poderes competentes, visando à obtenção de recursos para
um programa adequado de investimentos na manutenção e construção de rodovias.
Em termos de engenharia rodoviária, o modelo HDM pode, além do seu objetivo principal,
ser utilizado para a análise de diferentes frotas de veículos rodoviários. Por outro lado, em
termos de análise econômica, o modelo pode ser utilizado para analisar os efeitos dos
preços dos combustíveis (análise de sensibilidade), das políticas de alocação de custos, dos
impostos etc. Em termos ambientais é possível analisar os ganhos em energia e efeitos
ambientais, como ruído do trânsito, efeito dos gases emitidos pelos veículos e outros. É
ainda possível analisar a segurança de uma determinada rede rodoviária tendo em
consideração a nova rotina introduzida na versão atual do HDM.
Página 120
pneu-pavimento.
O modelo HDM calcula as velocidades, os custos de operação dos veículos e o
desempenho dos pavimentos, projetando, por outro lado, as intervenções necessárias, de
acordo com as normas de projeto e manutenção e o volume de tráfego. Estima, então, as
diferentes parcelas de custos que compõem o custo total, para todas as alternativas de
construção e manutenção, ano a ano, ao longo do período de análise, descontando os
custos futuros a diferentes taxas de desconto. Compara as alternativas de custos e faz
avaliações econômicas, utilizando indicadores como a taxa interna de retorno, o valor
presente líquido, os benefícios no primeiro ano e outros, permitindo a escolha da melhor
alternativa do ponto de vista econômico. O HDM permite, também, a análise de
sensibilidade dos resultados por meio de mudanças nos principais parâmetros (custos
unitários, composição do tráfego, taxa de crescimento do tráfego, taxa de desconto, custo
dos atrasos, custos dos acidentes etc.).
A lógica computacional do HDM é estruturada em cinco sub-modelos:
Página 121
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
6.8.1 Generalidades
Na proposta técnica do Consórcio PROSUL-SCETAUROUTE foi prevista a utilização de um
modelo georreferenciado que o Laboratório de Transportes da Universidade de Santa
Catarina – LABTRANS desenvolveu para a PETROBRAS e ANTT, devidamente adaptado
para a aplicação de análise de rede e previsão de demanda em malhas rodoviárias. A
vantagem de tal sistema seria a disponibilização de um sistema computarizado aberto e a
possibilidade de dispor dos técnicos do LABTRANS para quaisquer ajustes ou melhorias
que se pretendessem introduzir no modelo.
Dentro desse princípio o Consórcio contratou, através da FEESC, os serviços de
professores e técnicos especializados para a elaboração dos ajustes necessários à
aplicação do modelo, que se denominou de Sistema de Análise de Rede – SAR, para
integrar as ferramentas que passariam a fazer parte do Sistema de Planejamento Rodoviário
a implementar no DEINFRA, através do presente contrato. Desse modo, o modelo SAR faria
parte dos modelos que hoje constituem uma das principais ferramentas de planejamento
rodoviário. Isso porque esses permitem prever a demanda de viagens e, a partir das
características de uma malha, analisar o seu comportamento em relação à demanda, não só
no momento atual, mas também em relação às exigências que a demanda vier a ter ao
longo dos anos, em função do desenvolvimento sócio-econômico das regiões.
Esses modelos de previsão de demanda foram inicialmente mais aplicados para o tráfego
urbano e passaram a ser, nos países industrializados, quase que indispensáveis para a
elaboração dos Planos Diretores Urbanos de grandes cidades e suas metrópoles. Só mais
recentemente esse tipo de modelos está sendo utilizado para malhas rodoviárias regionais,
estaduais ou nacionais, o que, em alguns casos, obrigou os desenvolvedores desses
modelos a ajustamentos nos seus algoritmos para melhor responderem às novas exigências
de grandes redes regionais ou estaduais em meio rural. Esses modelos de análise e
previsão da demanda permitem igualmente realizar um diagnóstico da funcionalidade das
malhas nos seus mais variados aspectos tais como, detectar a necessidade de rodovias
novas em períodos futuros da malha, eventuais segmentos ou pontos críticos da malha que
mereçam uma intervenção pontual, trechos com capacidade saturada ou perto da
saturação, a necessidade de pavimentar em determinado ano uma rodovia em terra ou
revestimento primário etc. Essa análise é facilitada pelas possibilidades de simulação que o
modelo permite, proporcionando o estudo de diferentes alternativas de melhorias na malha e
avaliando seus resultados.
Com o decorrer dos trabalhos o Consórcio começou a verificar que os serviços para adaptar
o modelo existente para a função que se pretendia e que anteriormente se descreveu, eram
de muito maior amplitude do que aquilo que se pensava e, além da adaptação do modelo
para essa função, seria necessária uma fase prolongada de testes para a utilização, com
confiança, desse modelo. Dada a complexidade dos trabalhos a desenvolver e a dificuldade
de obter analistas e programadores com disponibilidade para o desenvolvimento dos sub-
sistemas necessários, o Consórcio, no início da segunda metade do contrato, começou a
pensar que para poder cumpri-lo em tempo e em qualidade de serviço, teria de adquirir um
modelo comercial para substituir o SAR.
Essas perspectivas começaram a ganhar relevância, quando da necessidade de realização
de algumas atividades, que pelo cronograma começaram a ficar atrasadas, pelo fato de o
SAR não estar disponível para a realização desses serviços, nomeadamente a geração da
matriz de veículos de passeio e a calibração do modelo. Efetivamente o Consórcio, em julho
de 2007, viu-se obrigado a adquirir uma licença do modelo americano CUBE, desenvolvido
pela CITILABS e reconhecido internacionalmente, para poder desenvolver todos os serviços
ligados à geração de matrizes de veículos leves, à geração, distribuição e alocação de
tráfego na malha rodoviária na situação atual e futura.
Página 122
Pelas razões expostas, a partir dessa fase do trabalho, quando se fala em modelo de
análise de rede e de previsão de demanda estamos sempre nos referindo ao modelo CUBE,
que foi utilizado em todas as fases de análise e previsão de demanda de todas as
simulações trabalhadas neste PDR/SC.
Dados
Geração Volumes de tráfego
sócio econômicos
Qualidade da oferta
de transporte Distribuição Fluxos de deslocamentos OD
Características e
carga da malha Alocação Fluxos de veículos por trechos
²
O modelo CUBE, tal como outros modelos de análise e previsão de demanda de tráfego,
além de funcionarem com um sistema de GIS, funcionam também como modelos
matemáticos de redes rodoviárias, como se referiu anteriormente. Esta modelação
matemática, permite através de dados sócio econômicos gerar o número de viagens em
cada zona, em função das variáveis de ocupação do solo e de desenvolvimento econômico
e social – Etapa de Geração, permite distribuir essas viagens por pares de origem e destino
entre zonas de tráfego – Etapa de Distribuição, permite repartir os fluxos pelos diferentes
sistemas de transporte – Etapa de Repartição Modal e, finalmente, permite que os fluxos
de tráfego sejam alocados nas redes modais de transportes – Etapa de Alocação. Mais
recentemente em alguns modelos vem-se utilizando uma quinta etapa – Indução do
tráfego – que tem em conta o tráfego local que é induzido ou gerado na rede, pela entrada
ao serviço de uma nova rodovia.
O fato do sistema dispor de uma interface GIS permite que os resultados, além de serem
apresentados em tabelas ou quadros, sejam visualizados em mapas de boa definição na
tela do computador ou impressos, como se pode verificar nas figuras que se apresentam
mais à frente, o que facilita muito a análise dos resultados e uma primeira avaliação da sua
grandeza.
Página 123
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Para dar resposta a essas exigências dos estudos de transportes a família de “softwares”
CUBE é constituída por diversos módulos independentes mencionados a seguir que, se
necessário, se integram para aumentar as capacidades do modelo na resolução das
diversas atividades:
a) CUBE Base – é a interface de uso para todos os módulos do sistema;
b) CUBE Voyager – é o modulo que realiza a análise e a previsão da
demanda de tráfego, permitindo a análise e a simulação de diversos
cenários;
c) CUBE Cargo – este módulo tem por função fazer a análise e a previsão
dos fretes em estudos logísticos, permitindo a simulação de vários
cenários;
d) CUBE Analyst – é o módulo que tem como objetivo o cálculo, a gestão e o
tratamento de matrizes;
e) CUBE Dynasim – este módulo efetua simulações multimodais detalhadas
em estudos urbanos, utilizando metodologias avançadas para a simulação
conjunta de veículos automóveis, pedestres, caminhões, ônibus e veículos
sobre trilhos;
f) CUBE Polar – calcula a qualidade das emissões dos gases dos veículos e
o seu consumo de energia.
Página 124
6.9.1 Funcionamento do Modelo CUBE
Pretende-se neste item fazer uma apresentação bem sumária do funcionamento deste
modelo, uma vez que no Volume II.8 se apresenta um relatório muito mais completo sobre o
modelo em si e sobre a sua aplicação no PDR/SC. Nesse Volume II.8 se poderá analisar,
detalhadamente, todos os aspectos ligados à interface GIS, aos algoritmos utilizados em
cada uma das etapas do modelo e às suas aplicações em cada uma dessas etapas. Neste
item pretende-se apenas dar uma idéia da forma como o modelo se aplica a uma região, de
como o modelo trabalha com matrizes, de como se deve modelar uma malha matemática,
das exigências de calibração e finalmente da configuração do modelo para trabalhar com a
malha definida.
O modelo se aplica a uma região que pode ser um bairro de uma cidade, uma região
metropolitana de uma grande cidade, um conjunto de distritos de um estado ou país, um
país inteiro ou até um continente. Teoricamente não existe limitação territorial para aplicação
do modelo e o essencial é que haja um zoneamento da região em estudo e das regiões
exteriores com as quais essa região tenha relacionamentos, o que consiste na definição de
zonas de tráfego internas e externas à região, zonas entre as quais se verificam as viagens
de passageiros, de ônibus e de cargas.
A rede matemática é definida pelos centróides de cada zona de tráfego, pelos arcos que
ligam os centróides e que representam os trechos da malha e pelos nós que são pontos de
interseção de arcos que normalmente têm tráfegos diferentes. Sempre que os centróides
não estejam ligados com a malha rodoviária, haverá um outro elemento chamado conector,
que é um segmento que estabelece a conectividade entre o centróide e a malha.
Normalmente são também criados nós nos limites de cada zona de tráfego para se poder
determinar qual a extensão da malha em cada uma das zonas de tráfego, embora essa
técnica não seja obrigatória para o funcionamento do modelo. É, no entanto, uma técnica
aconselhável quando as zonas de tráfego coincidem com município ou regiões de
desenvolvimento demarcadas que, deste modo, podem ter a sua extensão da malha
determinada para cada uma delas.
Página 125
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
l12.2 M2
Mn Centróide
l23.1
ZONA 2 Nó
l12.1
l25.1 l24.1 l23.2
l13.3 lij Arco
M1 l13.1 l13.2 M3
l34.1
l14.1
l24.2 Conector
ZONA 3
l35.1
l15.1
l14.2 l
35.2 l34.2 Zona de Tráfego
ZONA 1 l25.3
l24.3
l14.3
l35.3 M4
l15.2 l14.4
M5
l45.2
l45.1
ZONA 4
ZONA 5
Figura 6.43 - A Modelação de uma Malha para ser Trabalhada pelo Modelo CUBE
Fonte: SCETAUROUTE, 2006
Página 126
A alocação do tráfego realizada pelo modelo em função das matrizes de origem e de destino
atuais das cargas a transportar, dos ônibus e das viagens dos carros de passeio por
diferentes motivos, será calibrada com os tráfegos realmente existentes na malha na
situação atual, os quais foram determinados através de aparelhos de dois tipos
(permanentes e temporários) que foram instalados em centenas de postos de contagem,
cuja localização foi devidamente planejada para poder constituir uma boa amostragem do
tráfego circulante. Esta calibração do modelo é indispensável para que o modelo possa
prever a alocação do tráfego futuro com mais precisão, embora se tenha de considerar que
essa precisão é baseada em diversos fatores e variáveis que podem conduzir a algumas
pequenas distorções nos resultados futuros.
Com base nas informações obtidas ao longo das quatro fases dos modelos de análise e
demanda por transporte, é possível, ao final, realizar as estimativas dos efeitos de cada
alternativa de política de transporte eventualmente simulada. O conjunto completo de
informações permite a avaliação das alternativas visando selecionar aquela que melhor
atenda aos objetivos e às metas estabelecidas como parte do processo de planejamento.
É usual também que esses métodos de análise e previsão de demanda permitam mensurar
os efeitos das intervenções rodoviárias selecionadas apenas sobre a (re)distribuição dos
fluxos na rede viária, e conseqüentemente apenas sobre os indicadores de qualidade dos
fluxos desses tráfegos como sobre volumes, velocidades, densidades e níveis de serviço,
tendo em conta cenários (intervenções e anos de projeção) pré-selecionados.
Pode-se concluir que estes modelos matemáticos são extremamente importantes para o
planejamento rodoviário, uma vez que, sem eles, é praticamente impossível simular as
condições futuras com diferentes cenários e, deste modo, prever, com base técnica, a
demanda futura do tráfego e as necessidades rodoviárias da malha para responder a essas
exigências.
Página 127
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Foi então realizada uma modelação para o caso concreto deste estudo, resultando numa
configuração específica do modelo que se denominou como o CUBE_PDR/SC. Para facilitar
esse processo de modelação, o software CUBE, dispõe de utilitários próprios agrupados no
módulo Cube-Base, que são:
Página 128
Fazem parte integrante do catálogo do modelo CUBE_PDR/SC, fundamentalmente, cinco
aplicações, apresentadas na Figura 6.45 que se mostra a seguir.
Ao se abrir a sua tela principal, o modelo CUBE_PDR/SC apresenta ainda na sua parte
esquerda inferior os parâmetros chaves que o modelo irá adotar ao se rodar o sistema.
Esses parâmetros denominados “Keys” são apresentados no formato da figura 49 inserida a
seguir, e dizem respeito, ao nome indicado para o cenário em análise, o numero de zonas
de tráfego, o ano base, o ano futuro desejado, os números dos projetos novos e projetos de
melhorias selecionados para a análise e previsão de seus efeitos.
Página 129
Sínte
ese do Plano Diretor Ro
odoviário de
e Santa Ca
atarina
Figura
a 6.46 - Parâ
âmetros e Elementos
E C
Chave Seleciionados parra o Cenário
o de Análise
e
Fonte
e: Modelo CU
UBE – Consórcio PROSUL
L – SCETAUR
ROUTE 2007
Generación de
e
Dato
os de Entrada viajes
Distribución de
e
viajes
Estimativa
Redes Screenliines
Matricial
Corrección de
e
Pessquisas OD Select Link
L
matrices
M
Matriz calibrada
a
Asignación
Relatorios
Figura
a 6.47 - Estru
utura Funcio
onal Básica
a do Modelo
o de Análise e Previsão de Demand
da
Fonte
e: Modelo CU
UBE – Consórcio PROSUL
L – SCETAUR
ROUTE 2007
Página 130
Na Figura
F 6.48 que se ap
presenta naa página se eguinte, ap
presenta um ma captura de tela do
o
mode
elo CUBE Voyager
V aborada parra a estimattiva da matrriz de veículos leves.
ela
6.10
0 SISTEM
MA DE AVA
ALIAÇÃO MULTICR
RITERIAL DE ALTER
RNATIVAS
S
Nas análises e avaliaçõess de investimentos as s agências de financia amento inte ernacionais,,
princcipalmente o BID e o BIRD, dessde há muitos anos que q vêm co onvenciona ando que a
comp paração de eventuais alternativass, de uma fo
orma geral, deverá serr feita pela sua
s análise e
de reentabilidade
e. Mesmo que
q não hajja sequer alternativas
a para os invvestimentos s a fazer, é
Página 131
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
normal que os projetos só sejam financiados por essas entidades se a taxa interna de
retorno for superior a 12%, na generalidade dos casos.
No entanto, os investimentos em transportes, como em outros setores, não poderão ser
vistos apenas por aspectos de rentabilidade econômica, uma vez que existem outros
aspectos tão ou mais importantes do que os de rentabilidade, como sejam o
desenvolvimento regional, salvaguarda do patrimônio existente, aspectos ambientais,
participação do setor privado, aspectos de investimento direcionado, desenvolvimento social
etc. É o caso, por exemplo, de avaliações de investimentos em pavimentação de rodovias
que dão acesso a pequenas comunidades, ensejando o acesso das populações atendidas
aos recursos somente disponíveis em centros maiores (hospitais, escolas, e outras
facilidades): geralmente apresentando baixos volumes de tráfego, tais empreendimentos
acabam resultando inviáveis quando avaliados somente por critérios de rentabilidade
econômica, em que pese sua importância sob outros aspectos, tais como para a inclusão
social, para o IDH do Estado, para incentivar linhas de transportes públicos etc.
Página 132
dois critérios conflitantes, utilizando então muitos recursos da psicologia quantitativa, que
lida com processos cognitivos e escalas, para expressar a preferência com relação a
aspectos totalmente subjetivos. Salienta-se que o reconhecimento da subjetividade como
inerente aos problemas de decisão e a utilização de julgamentos de valor como forma de
tratá-la analiticamente, torna-se uma das principais e das mais atraentes características das
metodologias multicritérios.
A contextualização e o entendimento de problemas de transportes relacionados à tomada de
decisão quanto à escolha de alternativas, muitas vezes são facilitadas mediante o
desenvolvimento de metodologias de comparações multicritérios. Para o grupo envolvido no
processo de tomada de decisão, a utilização da metodologia multicritérios fornece os
subsídios necessários para o alcance da solução mais adequada aos imperativos do
problema. Esse fato é apontado como a maior vantagem dessa metodologia em relação aos
modelos monocritérios tradicionais, como a análise custo-benefício. Argumenta-se ainda
que os métodos de análise multicritérios são similares aos métodos de análise custo-
benefício em muitos aspectos, mas apresentam algumas importantes diferenças quanto aos
aspectos práticos e teóricos dessas:
Página 133
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Estas técnicas podem, por conseguinte, ser utilizadas, de uma forma mais detalhada ou
mais simples, para:
Página 134
melhores opções e favorece a comunicação entre as partes integrantes do processo. Tendo
em consideração essas funções, esse método constitui uma ótima ferramenta interativa,
muito útil para analistas e tomadores de decisão na resolução de problemas, dos mais
simples aos mais complexos, relacionados a interesses econômicos, sociais, culturais,
políticos e ambientais, entre outros, onde o número de participantes pode ser grande.
Apesar das especificidades inerentes à aplicação do método, uma decisão coerente pode
ser obtida com o uso do AHP através do entendimento e clarificação do problema, da
definição e análise dos critérios de decisão, da atribuição de pesos, da avaliação das
soluções alternativas para o problema, da verificação do desempenho das alternativas para
cada critério e do preparo das recomendações para a tomada de decisão.
Após a avaliação da fundamentação teórica, das características, dos procedimentos de
aplicação e vantagens e desvantagens do AHP, conclui-se que o seu uso é adequado para
avaliar a eficácia do emprego da Análise Multicriterial como instrumento de avaliação das
potenciais alternativas ligadas a cenários de planos de transporte e/ou alternativas de
soluções rodoviárias que terão de ser analisadas por diversos tipo de decisores.
Página 135
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
6.10.3.1.1 Etapa I
A Etapa I corresponde à estruturação e envolve a decomposição do problema em uma
estrutura hierárquica que mostra as relações entre as metas, os agentes decisores, os
critérios que exprimem os objetivos e sub-objetivos e as alternativas que envolvem a
decisão. Essa estruturação hierárquica poderá ser mais facilmente analisada no fluxograma
que se apresenta na Figura 6.49.
Determinar o vetor de pesos para cada matriz de preferência relativas Vetor de Pesos
RC≥ 10%
RC≤ 10%
Assim, a partir dos agentes de decisão, dos critérios adotados e das alternativas ou cenários
a avaliar, torna-se possível a montagem da estrutura hierárquica que se assemelha a uma
árvore genealógica, como mostra a Figura 6.50.
Página 136
As hierarquias geralmente são utilizadas em situações que envolvem incerteza, a exemplo
dos problemas ambientais e devem ser construídas de tal forma que:
Os principais dados para a construção de uma hierarquia são as respostas obtidas para
uma série de perguntas que, normalmente, possuem a forma geral: Qual é a importância do
critério 1 em relação ao critério 2? Esse procedimento, conhecido por comparação par a par,
é utilizado para estimar a escala fundamental unidimensional em que os elementos de cada
nível são medidos.
Meta da Decisão
Agentes Decisores
6.10.3.1.2 Etapa II
A Etapa II corresponde à avaliação ou à dinâmica de aplicação do AHP que compreende:
Página 137
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 138
6.10.3.2 Suporte Computacional para Execução do AHP
Embora os cálculos requeridos pelo método de análise multicritério AHP possam ser
executados através de planilhas eletrônica Excel, há inúmeras vantagens no uso de um
suporte computacional em trabalhos onde se aplica essa ferramenta. Este suporte
computacional facilita:
a) Selecionar alternativas;
b) Realizar análises custo-benefício;
c) Executar estimativas;
d) Alocar recursos em geral;
e) Avaliar profissionais;
f) Prever despesas prováveis;
g) Planejar cenários futuros;
h) Facilitar decisões em grupo; e
i) Avaliar efeitos das mudanças no sistema de tomada de decisão.
Página 139
CAPÍTULO 7 - A MALHA RODOVIÁRIA ATUAL
7 A MALHA RODOVIÁRIA ATUAL
Desde as civilizações mais antigas que o Homem sentiu necessidade de se deslocar, fosse
para negociar, fosse para desbravar novos horizontes, fosse para lutar e conquistar
melhores posições no mundo. E nessa necessidade de se deslocar foram sendo construídas
mais e melhores infra-estruturas, bem como veículos mais adequados à época e aos fins a
que se destinavam. Foi nesta seqüência que se chegou ao estágio atual, em que modernos
sistemas de transporte dominam a civilização de hoje, exigindo cada vez mais que as infra-
estruturas se adéqüem para a circulação dos veículos, proporcionando melhor mobilidade
para as populações e maior facilidade no transporte de bens e serviços.
A malha rodoviária é a infra-estrutura do modal de transporte rodoviário e, como se pode
verificar no Volume II.6 – Sistema Intermodal de Transportes, esse modal em Santa
Catarina é o principal meio de transporte de pessoas e bens, com cerca de 80% de
predominância sobre os outros meios de transporte. Mesmo tendo em consideração que o
território de Santa Catarina é pequeno, este percentual é extremamente excessivo em
comparação com os valores observados em outros países e mesmo no Brasil como um
todo. Assim, deve-se iniciar a sua reversão para que futuramente esse percentual se
apresente com valores mais apropriados, com um mais adequado equilíbrio dos vários
sistemas de transporte. Esse equilíbrio não só proporcionará uma maior eficiência no
transporte de pessoas e bens, como promoverá custos de transporte mais competitivos em
termos gerais e, conseqüentemente, maiores possibilidades de competição para o Estado e
um maior desenvolvimento das suas regiões.
A malha rodoviária é constituída por um conjunto de caminhos, estradas de leito natural,
estradas implantadas em revestimento primário, rodovias pavimentadas simples e rodovias
pavimentadas duplicadas, as quais não poderão ser consideradas auto-estradas por não
reunirem condições de separação dos vários tipos de tráfego e por não possuírem
condições de circulação rápida e segura. Esse conjunto de infra-estruturas rodoviárias
continua com a mesma finalidade de outros tempos – proporcionar acessibilidade às
populações na sua necessidade de deslocamentos, permitir o escoamento de produtos para
os centros de consumo e servir de base ao desenvolvimento de uma região – mas com
infra-estruturas mais modernas e adequadas aos veículos atuais.
No que se refere à malha rodoviária de Santa Catarina foi feito um resumo da sua evolução
no Capítulo 2 deste relatório e, neste capítulo, pretende-se fazer a sua descrição, detalhar a
sua constituição, suas principais rotas e suas características. Descrever-se-á a sua
modelação para a sua análise pelo Modelo de Análise e Previsão de Demanda e pelo
Modelo de Análise da Condição da malha HDM-4 e apresentar-se-á uma análise e um
diagnóstico detalhado da sua situação não só como resultado da aplicação dos modelos
referidos, como também no que se refere, ao estado de conservação das rodovias, à
segurança de trânsito, aos custos operacionais, aos aspectos ambientais, à existência de
gargalos ou disfunções etc.
Página 143
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 144
isoladas. Assim, a malha a que se refere este estudo denomina-se Malha Rodoviária do
PDR/SC e constitui a malha rodoviária principal ou básica que é composta por rodovias de
diversas jurisdições e que se mostra no mapa da Figura 7.1 anteriormente apresentada.
A malha rodoviária do PDR/SC tem uma boa densidade rodoviária em termos de Brasil,
como se verá mais à frente nos indicadores calculados e na análise da acessibilidade.
Entretanto, de todo esse conjunto de rodovias de várias categorias e jurisdições, algumas
rotas se evidenciam nas conexões entre o Estado de Santa Catarina e outros Estados
brasileiros ou países da América do Sul. As principais rotas consideradas são as indicadas
no mapa da Figura 7.2.
Página 145
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
a) Norte Sul Litoral: BR-101 – Com uma extensão de 465,9 km essa rodovia
faz a ligação Norte-Sul entre os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. É também conhecida como a rodovia do MERCOSUL, por
integrar os Estados do sul do Brasil com os países que fazem parte desse
mercado. Por estar implantada ao longo do litoral do Estado, permite fácil
acesso aos portos de São Francisco do Sul, Itajaí, Imbituba e Laguna, o
que certamente facilita o acesso de cargas ao Estado por via marítima,
permitindo custos de transporte bem menores que os rodoviários, tanto
para importações quanto para as exportações ou operações de cabotagem.
Essa rodovia faz parte dos grandes eixos rodoviários que estão sendo alvo
de investimentos do Governo Federal e está duplicada desde a divisa com
o Estado do Paraná até o município de Palhoça, numa extensão
aproximada de 218 km. Para se ter uma idéia de sua importância
estratégica para o Estado, essa rodovia interliga 8 dos 28 principais pólos
microrregionais catarinenses, conectando o extremo norte do Estado
(Joinville e São Francisco do Sul) com Araranguá, no extremo sul. Com
continuidade dos investimentos da União na sua duplicação, o segmento
sul, com extensão aproximada de 248 km, estendendo-se de Palhoça até a
divisa com o Estado do Rio Grande do Sul, deverá ter suas obras de
duplicação concluídas até final de 2010.
b) Norte Sul do Planalto: BR-116 – Com 311,9 km, corta longitudinalmente o
Estado e constitui-se em alternativa para o transporte de cargas entre os
Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, interligando
importantes pólos econômicos do Estado como Canoinhas, Caçador,
Curitibanos e Lages.
c) Norte Sul Central: BR-153 – Corta longitudinalmente o Estado, ligando as
cidades de União da Vitória no Paraná, Irani em Santa Catarina e Erechim
no Rio Grande do Sul, possuindo uma extensão de 119,8 km em território
catarinense, integralmente pavimentados. Interliga os pólos de geração e
atração de Joaçaba e Concórdia.
d) Norte Sul Meio Oeste: BR-480/SC-155 – Localizada mais a oeste do
Estado, sua extensão pavimentada de 123,6 km faz a ligação entre os
Estados vizinhos do Paraná e Rio Grande do Sul com a área de influência
de Xanxerê e Chapecó. Esses pólos de geração e atração figuram entre os
que apresentam as mais importantes instalações de processamento do
setor agro-industrial de Santa Catarina. Essa rota, por sua vez, que nas
partes norte e sul têm um VMDA da ordem dos 2.400 veículos, utiliza uma
parte da BR-282 entre os dois ramos da SC-480.
Página 146
e) Norte Sul Extremo Oeste: BR 163/SC163 – Localizada no extremo oeste
do Estado, faz a ligação da BR-280 no Paraná até Itapiranga na divisa do
Estado com o Rio Grande do Sul, interceptando a BR-282 em Santa
Catarina na altura do município de São Miguel do Oeste. No extremo norte
do Estado, esse eixo rodoviário interliga principalmente as cidades de
Bernardo de Irigoyen na República da Argentina, Barracão no Paraná e
Dionísio Cerqueira com a cidade de São Miguel do Oeste, ambas em Santa
Catarina. Integrando via rodoviária dois importantes pólos de geração e
atração, quais sejam, Dionísio Cerqueira na fronteira norte com o Estado do
Paraná e São Miguel do Oeste.
f) Este Oeste Norte: BR-280 – Rodovia pavimentada que corta
transversalmente os Estados de Santa Catarina e do Paraná, desde o porto
de São Francisco do Sul até a divisa com a Argentina, constituindo-se
numa ótima opção de acesso a esse porto por via rodoviária. Sua extensão
no Estado é de 312,2 km até a cidade de Porto União, desenvolvendo-se a
partir desta pelo Estado do Paraná, até a cidade de Barracão, Dionísio
Cerqueira e Bernardo de Irigoyen. Interliga os seguintes principais pólos de
geração e atração: (i) Canoinhas, (ii) São Bento do Sul, (iii) Jaraguá do Sul
e por último (iv) São Francisco do Sul, seu importante porto marítimo.
g) Este Oeste Central: BR-282 – Rodovia de características internacionais,
cortando transversalmente o Estado, ligando a capital Florianópolis, à
República da Argentina, numa extensão de 678 km, dos quais 552,2 km
(81%) pavimentados. Esse eixo rodoviário integra 8 das principais centros
de produção e consumo do Estado, ou sejam: no extremo oeste, divisa com
a Argentina, em São Miguel do Oeste, passando por: Chapecó, Xanxerê,
Concórdia, Joaçaba, Campos Novos, Lages, Rancho Queimado e o litoral
do Estado até Florianópolis.
h) Litoral Sul: SCT-285 – Liga o pólo de atração e geração da cidade de
Araranguá, no sul de Santa Catarina, ao nordeste do Rio Grande do Sul,
partindo da BR-101 e passando pelas cidades de Ermo, Turvo e Timbé do
Sul, em Santa Catarina, e por Bom Jesus e Vacaria, no Rio Grande do Sul.
No Estado possui 51,7 km, dos quais 32 km (62%) pavimentados. Com a
futura pavimentação do segmento Vacaria-Bom Jesus, no Rio Grande do
Sul, a Timbé do Sul, em Santa Catarina, poderá tornar-se mais um
importante corredor rodoviário no sul do País.
i) Litoral Interior do Estado: BR-470 – Faz a ligação do noroeste do Rio
Grande do Sul, às regiões do Planalto, Médio e Alto Vale do Rio Itajaí, em
Santa Catarina, com o porto de Itajaí, atravessando uma região altamente
industrializada do Estado. Com 358,9 km de extensão, totalmente
pavimentados, tem origem no pólo de geração e atração da cidade de
Itajaí, estendendo-se através dos pólos de Blumenau, Rio do Sul,
Curitibanos e por último, Campos Novos, até a divisa com o Estado do Rio
Grande do Sul, onde prossegue também por via pavimentada.
É provável que, com a pavimentação da SC-497 entre BR-282 (Maravilha) e Bom Jesus do
Oeste, uma nova importante rota norte–sul venha a se consolidar na Região Oeste do
Estado. Essa ao se aproximar da diretriz da BR-158 e sendo constituída pela BR-158/SC-
497/SC-157 permitirá uma melhor integração regional, quer no Paraná com o pólo de
geração/atração da cidade de Francisco Beltrão, quer no Rio Grande do Sul através da
ligação com a BR-386 e a área de influência da cidade gaúcha de Frederico Westphalen.
Página 147
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Não Pavimentadas
Jurisdição Pavimentadas Total
Leito Natural Implantadas
É opinião do consórcio que as rodovias municipais deveriam estar separadas entre aquelas
que na realidade devem fazer parte da malha rodoviária do Estado e os caminhos vicinais
que, na maioria, constituem acessos a propriedades e pequenos aglomerados, sem um
padrão de características técnicas e em estado de conservação muito variável, aqui
denominadas simplesmente de caminhos vicinais. Esses caminhos vicinais devem abranger
mais de 90% dos quase 54.000 km considerados como rodovias municipais na malha
catarinense.
Página 148
Tabela 7.2 - Densidades das malhas rodoviárias pavimentadas em vários Estados do Brasil e
países estrangeiros
Malha Densidade
Área População Densidade
Estado/País Pavimentada (km/1000
(km2) (Hab*103) (km/km2)
(km) Hab)
Rio Grande do Sul 281.700 10.399 10.900 0,038 1,048
Paraná 199.314 10.261 10.459 0,052 1,019
Uruguai 176.200 3.300 8.100 0,046 2,455
Chile 756.600 15.800 15.500 0,020 1,019
Equador 283.600 12.600 8..200 0,029 0,651
Hungria 93.000 10.000 81.700 0,878 8,170
Romênia 238.400 22.300 98.300 0,412 4.408
Santa Catarina 95.346 5.867 6.889 0,072 1,174
Fonte: IBGE 2005 (Áreas e Populações); DAER,DER/PR, DEINFRA e Banco Mundial (Malhas).
Verifica-se que em relação aos Estados vizinhos e aos países da América do Sul, os
indicadores de Santa Catarina revelam valores ligeiramente melhores, com exceção da
densidade por mil habitantes em relação ao Uruguai, já que esse país tem uma população
excepcionalmente baixa. Quanto aos países europeus os valores são mais díspares, uma
vez que as extensões de suas malhas rodoviárias são consideravelmente mais elevadas.
Isso ocorre, pois esses países são muito antigos e essas malhas estão sempre sendo
ampliadas sem a supressão das estradas antigas que ficam como estradas locais.
Página 149
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
No que diz respeito à seção das rodovias elas podem ser caracterizadas pelo número de
pistas ou pela largura das suas faixas de rodagem e dos seus acostamentos. Levando-se
em consideração certa homogeneidade existente na malha rodoviária de Santa Catarina
quanto às larguras das faixas de rodagem e dos acostamentos, consideram-se os seguintes
tipos de rodovias:
a) pista simples;
b) pista dupla; e
c) auto-estrada (freeway).
A repartição destas rodovias pelos diferentes tipos não tem a ver com a sua jurisdição e
existem rodovias de jurisdição federal, normalmente consideradas as mais importantes da
malha, que não são pavimentadas e que não têm pista dupla. A diferença entre uma rodovia
de pista dupla e as auto-estradas é que estas não podem ter ligações ao mesmo nível com
outras rodovias e não podem ter acesso direto a qualquer tipo de propriedade, salvo
equipamentos de apoio à rodovia, como postos de abastecimento, áreas de serviço e
repouso e instalações da polícia rodoviária. De uma forma geral as auto-estradas são
cercadas por forma a evitar a entrada de qualquer animal que possa pôr em risco a
circulação segura dos veículos.
As seções transversais das rodovias deveriam ser estabelecidas de acordo com a sua
categoria hierárquica e o volume e tipo de tráfego que nelas circula, mas no que se refere à
malha rodoviária de Santa Catarina e do Brasil, há uma grande homogeneidade em relação
à seção transversal na maioria das rodovias dessa malha viária.
O fato da malha rodoviária principal ter diferentes jurisdições constitui, por vezes, problemas
graves na gestão desta malha, uma vez que uma ou outra entidade pode não ter
possibilidade de disponibilizar recursos para manter as rodovias em bom estado de
conservação ou para pavimentar ou construir rodovias que são essenciais para uma maior
eficiência da malha. Tem sido notório na última década a escassez de recursos
disponibilizados pela União para o DNIT. Isso tem conduzido a situações bem graves nos
casos em que rodovias federais – com um tráfego consideravelmente maior e mais
importante – estão com um estado de conservação deplorável, enquanto as rodovias
estaduais e até as municipais encontrarem-se num estado de conservação bom ou bastante
razoável, proporcionando custos operacionais bem mais baixos.
Página 150
Crê-se ser importante a existência de um relacionamento técnico institucional de bom nível
entre a União e os Estados, no sentido de se poder proporcionar que as malhas rodoviárias
dos Estados sejam mais eficientes e mais regulares na sua globalidade e não apenas por
jurisdição.
Página 151
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Considera-se interessante ter uma noção do valor patrimonial da malha rodoviária, para se
entender melhor a necessidade de preservar esse patrimônio e, conseqüentemente,
preservar os investimentos feitos ao longo dos anos.
Não é fácil determinar com exatidão o valor patrimonial de uma malha rodoviária, dada a
variação das suas características, da estrutura dos pavimentos, do estado de conservação
das diferentes rodovias, etc. Contudo, uma estimativa global é possível, considerando os
diferentes tipos de rodovias e um valor médio para cada um desses tipos.
Página 152
O valor do patrimônio estimado para a malha do PDR/SC, considerando preços unitários
atualizados, é de 9,7 bilhões de reais. Separando por jurisdição exercida teríamos cerca de
3,1 bilhões de reais para a malha federal, 6,2 bilhões para a malha estadual e 0,4 bilhão de
reais para a malha municipal incluída no PDR/SC.
Verifica-se, deste modo, que o valor patrimonial da malha é bem alto, o que justifica
plenamente a aplicação dos recursos necessários para a adequada manutenção da malha,
preservando, assim, os recursos já investidos. De qualquer forma vale lembrar que uma
adequada manutenção não só preserva o patrimônio, mas também proporciona um maior
conforto para o usuário e permite uma maior segurança do trânsito na malha.
Para a elaboração do Plano Diretor foi prevista a utilização de um modelo matemático, tal
como se mencionou e se descreveu no Volume II.8 – Sistema de Análise e Previsão de
Demanda de Tráfego(SAR/CUBE), para se fazer a análise da malha e a previsão da
demanda de tráfego. Em princípio, estava previsto utilizar-se o modelo georreferenciado
SAR, em desenvolvimento pelo Laboratório de Transportes da Universidade de Santa
Catarina, mas devido a vários atrasos no desenvolvimento desse modelo, o consórcio
decidiu adquirir alguns módulos do modelo matemático georreferenciado CUBE, para
substituir o modelo previsto na elaboração do Plano Diretor. Essa decisão foi tomada não só
devido aos atrasos atrás referidos,mas também pelo fato desse modelo SAR não estar
suficientemente testado para ser utilizado diretamente num trabalho dessa responsabilidade.
Desse modo, a utilização deste modelo comercial amplamente testado em todo o mundo,
não só permitiu a elaboração do Plano Diretor de uma forma mais rápida, como permitirá
contribuir para o desenvolvimento de outros modelos como o Modelo SAR/SC.
Tendo em consideração os estudos sócio-econômicos elaborados e que constituem uma
ferramenta (descrita no Volume II.4) para os diversos estudos de planejamento que o
DEINFRA tiver necessidade de elaborar durante os próximos anos, foi feita uma modelação
de toda malha rodoviária não só para servir de base á análise da malha nos seus mais
variados aspectos, mas também para permitir o cálculo da demanda atual e a previsão da
demanda futura.
Esta modelação foi realizada com base nas zonas de tráfego em que o Estado de Santa
Catarina e outros Estados foram divididos ou agrupados, de forma a estabelecer a melhor
lógica para as origens e destinos das viagens de e para os referidos Estados. Como já foi
referido, dentro do Estado de Santa Catarina cada zona de tráfego correspondia a um
município e estas zonas de tráfego foram aumentando de tamanho à medida que se iam
afastando do território do Estado. No entanto, a calibração do modelo obrigou a sub-dividir
vários municípios catarinenses em várias zonas de tráfego para permitir que os tráfegos
gerados pelo modelo se aproximassem dos tráfegos realmente medidos. Deste modo o
número de zonas de tráfego é de 410 dentro do Estado e mais 40 fora do Estado.
Página 153
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
distribuídos 906 arcos, cujas extensões somam 46.350 km, e 56 conectores. As Figura 7.3 e
Figura 7.4 apresentam respectivamente os arcos e os centróides dentro e fora do Estado de
Santa Catarina.
Página 154
Fonte: Consórcio PROSUL-SCETAUROUTE – 2007
Página 155
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 156
7.2.3 Composição da Rede Matemática por Atributo
Tabela 7.2: Distribuição dos arcos por jurisdição (Rede Situação Dezembro de 2007)
Nº Links Extensão
10,6% 8,1%
19,2% Municipais 21,7%
Municipais
Estaduais
Estaduais
70,2% Federais 70,2%
Federais
Página 157
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Tabela 7.3: Distribuição dos arcos por tipo de pavimento (Rede Situação Dezembro de 2007)
Nº Links Extensão
10,3%
9,7%
Leito Natural 25,6% Leito Natural
67,4% 7,1%
Rev. Primário Rev. Primário
80,1%
Pavimentado Pavimentado
No que diz respeito á constituição e largura da pista, a distribuição dos arcos da malha é
apresentada a seguir:
Tabela 7.4: Distribuição dos arcos por nº de faixas (Rede Situação Dezembro de 2007)
Página 158
Nº Links Extensão
0,4% 2,4%0,2%
2,7% 0,1% 2 Faixas
2 Faixas
4 Faixas 4 Faixas
8 Faixas 8 Faixas
Tabela 7.5 - Distribuição dos arcos pela hierarquia da malha do PDR/SC (Rede Situação
Dezembro de 2007)
Nº Links Extensão
19,6% 23,3%
50,2% Primária 44,7% Primária
30,2% Secundária Secundária
32,0%
Terciária Terciária
Página 159
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Nr Links Extensão
11,2%
43,7%
Rural Rural
56,3%
Urbano 88,8% Urbano
Página 160
Tabela 7.6: Distribuição dos arcos da malha rodoviária do PDR/SC pelas faixas de tráfego
(situação de dezembro de 2007)
2,4%
Nº Links 2,0%
Extensão
4,0%
5,0%
0 a 300 2,7% 3,7% 0 a 300
13,3% 21,6% 300 a 1.000
300 a 1.000 12,4%
17,7% 17,3% 1.000 a 3.000
1.000 a 3.000 14,0%
21,1% 3.000 a 5.000
14,8% 3.000 a 5.000 5.000 a 10.000
25,5% 5.000 a 10.000 22,6% 10.000 a 15.000
10.000 a 15.000 15.000 a 20.000
15.000 a 20.000 Mais de 20.000
Mais de 20.000
Gráfico 7.6: Distribuição dos arcos da malha rodoviária do PDR/SC pelas faixas de tráfego
Página 161
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 162
1800
1600
P
1400 S
T
Extensão (km) 1200
1000
800
600
400
200
0
T1 T2 T3 T4 T5 T6
Faixas de Tráfego
Página 163
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 164
Tabela 7.7: Políticas de conservação para a malha primária
Página 165
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Níveis de Serviço
Política Obras
Malha Primária Malha Secundária Malha Terciária
BASE Patrolagem Cada 30 dias Cada 90 dias Cada 120 dias
Patrolagem Cada 30 dias Cada 90 dias Cada 90 dias
ALT1
(preventivo) Recomposição Pontual 80% do material 50% do material 50% do material
do Revestimento Primário Perdido Perdido Perdido
A partir desta decisão foram estudadas 4 alternativas para a avaliação econômica do Plano
Diretor Rodoviário de Santa Catarina, que são descritos a seguir:
Página 166
b) ALTERNATIVA ALT1 – Nesta alternativa nenhuma obra de melhoria,
ampliação, duplicação ou rodovia nova é executada. Apenas são realizadas
as operações de manutenção rotineira e segundo os gatilhos estabelecidos
seriam aplicados recapes com 5,0 cm de espessura em CAUQ nas
rodovias pavimentadas. Nas rodovias sem pavimento são aplicados
padrões de manutenção melhores que na alternativa BASE, segundo a
classe da rodovia;
Página 167
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
volumes de tráfego de 482 postos de coleta operados para esse estudo, e tendo por base as
estimativas de matrizes totais de O/D de veículos leves e de veículos pesados VC1 eVC2,
assim como as matrizes de ônibus que resultaram dos levantamentos das pesquisas junto
ao DETER e ANTT. Essa base de dados permitiu, em etapa posterior, estimar as matrizes
de origem e destino para os anos de 2011, 2015 e 2023, cujas aplicações resultaram na
previsão de demanda para aqueles horizontes.
Página 168
Com base nos dados referidos na Tabela 7.6, em outros dados relacionados a custos que,
entretanto, tinham sido obtidos, com base na modelação adotada e tendo em conta as
políticas e estratégias de manutenção da malha rodoviária, o modelo HDM-4 foi preparado
para fornecer a condição da malha anualmente (tendo em conta todas as intervenções na
malha), até ao ano de 2023, último ano do período considerado para o Plano Diretor
Rodoviário.
Os custos operacionais da frota nos diversos itinerários foram também determinados pelo
modelo HDM-4 para cada trecho de rodovia, com base nos custos unitários pesquisados
para cada tipo de veículo, no traçado geométrico das rodovias, no relevo das regiões
atravessadas e no estado de conservação de cada trecho das rodovias.
Face à necessidade de proceder a avaliações econômicas para as novas rodovias que
vierem a fazer parte do Plano Diretor, para as pavimentações de rodovias em revestimento
primário ou em leito natural e para todas as intervenções de manutenção na malha, o
modelo HDM-4 determinou também os indicadores econômicos resultantes de cada uma
das intervenções.
Finalmente, tendo em consideração a análise dos aspectos ambientais na malha rodoviária
atual, o modelo HDM-4 calculou também os volumes de dióxido de carbono emitidos pela
frota de veículos nos principais eixos rodoviários da malha.
Página 169
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 170
Fonte: Consórcio PROSUL-SCETAUROUTE - 2007
Página 171
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Na Tabela 7.11 são listados todos os acessos não pavimentados a municípios, com a
indicação da extensão da rodovia a pavimentar para se avaliar mais facilmente o custo
desta intervenção na malha rodoviária e com o valor da população de cada município, para
se avaliar a sua importância em termos da movimentação das camadas populacionais.
O município de Itapoá, no nordeste do Estado, tem um acesso pavimentado a partir de uma
rodovia estadual do Paraná, portanto não liga com a malha rodoviária pavimentada do
Estado. Desse modo, se for pretendido dotar todos os municípios de acesso totalmente
pavimentado haverá que considerar a pavimentação da parte restante do acesso a este
município.
Ao analisar-se a referida tabela poderá pensar-se que dentro de pouco tempo todos os
acessos a municípios, com exceção de três, estarão pavimentados, uma vez que 26 se
encontram em pavimentação. Porém, várias das obras de pavimentação desses acessos
encontram-se paralisadas, sendo que não há previsões de quando serão finalizadas.
Página 172
Tabela 7.11: Municípios sem acessos pavimentados
Página 173
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
O fato desse princípio não ser estritamente seguido, também não permite, sem riscos
graves, que uma rodovia primária seja ligada diretamente a um acesso rudimentar, para dar
ligação a um aglomerado urbano ou a uma unidade industrial. Isso porque constitui um
ponto crítico grave em termos de segurança de trânsito, na medida em que os veículos têm
que começar a reduzir drasticamente a sua velocidade, ainda na rodovia primária.
Outro aspecto grave são as travessias urbanas de rodovias primárias ou secundárias,
algumas delas sem período de transição ou sinalização física, em que o tráfego de longa
distância (tráfego de passagem) é obrigado a entrar em cidades. Assim, mistura-se ao
tráfego urbano da própria cidade, sem que os condutores estejam preparados para isso e,
por vezes, sem que tenham à sua disposição a sinalização auxiliar adequada para a
identificação da rota desejada. Esse aspecto que poderá ser tolerado em cidades pequenas,
desde que muito bem sinalizado, deve constituir uma alerta para a construção dos contornos
em cidades de maior dimensão e com estrutura viária urbana mais complicada. Isso se deve
aos transtornos que essas travessias trazem para o tráfego de passagem e para os
residentes nessas cidades que são importunados por um tipo de tráfego que não lhe diz
respeito. As facilidades urbanas existentes, como a rede de abastecimento de água, de
esgoto e o próprio pavimento das vias urbanas, são freqüentemente comprometidas
fisicamente pelo tráfego de veículos de passagem, principalmente os veículos de carga mais
pesados.
Página 174
Tabela 7.7 - Valores VMDA’s nas rodovias de grandes extensões
Rodovia VMDA
BR-101 a Norte de Florianópolis 33.000
BR-101 a Sul de Florianópolis 18.000
BR-280 entre a BR-101 e Corupá 12.000
BR-470 entre BR-101 e BR-116 11.000
BR-282 entre BR-116 e Oeste 4.700
BR-282 entre BR-101 e Lages 4.500
BR-153 3.700
BR-116 3.500
BR-158 2.000
Fonte: Consórcio SCETAUROUTE-PROSUL - 2007
Nas Tabela 7.8 e Tabela 7.9 mostram-se os principais VMDA’s nos principais trechos rurais
de rodovias de 4 e 2 faixas, por serem os mais significativos em termos da malha rodoviária.
Para uma melhor visualização dos tráfegos que demandam a malha, elaborou-se o mapa da
Figura 7.5 que apresenta os volumes médios diários anuais de tráfego, separados por um
conjunto de faixas que melhor traduziram os volumes existentes.
Página 175
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Onde: VL – Veículos Leves + 50% de Motos / ON – Ônibus / VC1 – Veículos de Carga / VC2 – Reboques e Veículos Especiais.
Página 176
Tabela 7.9 - Principais VMDA’s em rodovias pavimentadas de 2 faixas
CD TIPO KM KM EXT. Nº. DE VMDA
SIGLA TRECHO ENTORNO VL ON VC1 VC2
RODOVIA PAVIMENTO INICIAL FINAL Km FAIXAS TOTAL
1742 SC401 ENTR SC-403 (P/ INGLESES) - ENTR SC-402 CBUQ 2,1 7,1 5,0 2 RURAL 27.245 25.562 - 1.517 166
2076 SC404 ENTR SC-401 (BAIRRO ITACORUBI) - ENT SC-4 CBUQ 4,7 6,1 1,4 2 RURAL 25.766 24.386 - 1.224 56
2906 BR470 ENTR SC-418 (P/ POMERODE) - ENTR SCT-477 CBUQ 59,7 62,1 2,4 2 RURAL 23.773 19.765 325 3.098 585
2012 BR101 ENTR SC-434 (P/ GAROPABA) - ENTR SC-437 ( CBUQ 272,3 281,8 9,5 2 RURAL 21.204 12.467 235 5.093 3.409
2260 SC403 ENTR SC-401 (VIADUTO) - INGLESES DO RIO V CBUQ 0,6 5,1 4,5 2 RURAL 20.442 19.145 - 1.253 44
1540 BR101 ENTR SC- 443 (P/ SANGAO) - ENTR SC-445 (P CBUQ 356,5 366,3 9,7 2 RURAL 19.437 11.428 300 4.584 3.125
1530 BR101 ENTR SC-437 (P/ IMBITUBA) - ENTR ACESSO N CBUQ 288,0 308,0 20,1 2 RURAL 17.670 10.389 303 4.137 2.841
2863 SC401 TREVO DA SETA - BASE DA AERONAUTICA CBUQ 33,9 35,9 2,0 2 RURAL 16.853 15.859 - 957 37
1730 BR101 ENTR (B) BR-282 (P/ SANTO AMARO DA IMPERA CBUQ 215,6 236,2 20,5 2 RURAL 16.216 9.928 279 3.864 2.145
2026 BR101 ENTR SC-445 (MARACAJA) - ENTR SC-449 (ARA CBUQ 399,7 409,3 9,5 2 RURAL 16.120 8.642 318 3.919 3.241
2151 BR280 ENTR (A) SC-108 (P/ VILA NOVA) - ENTR (B) CBUQ 52,4 54,8 2,4 2 RURAL 16.029 11.599 184 3.253 993
2249 SC402 ENTR SC-400 (ACESSO PRAIA DANIELA) - JURE CBUQ 2,8 5,1 2,3 2 RURAL 14.970 14.516 - 436 18
2377 BR101 ENTR SC-447 (SOMBRIO) - ENTR SC-450 (P/ S CBUQ 440,8 453,7 12,9 2 RURAL 14.777 7.922 186 3.698 2.971
1307 BR282 ENTR (B) BR-101 - SANTO AMARO DA IMPERATR CBUQ 16,2 22,5 6,3 2 RURAL 14.706 12.416 59 1.854 377
1848 BR470 ENTR (A) SC-108 (GASPAR) - ENTR ACESSO P/ CBUQ 37,3 47,8 10,5 2 RURAL 14.117 11.066 16 2.248 787
2132 BR101 PAULO LOPES - ENTR SC-434 (P/ GAROPABA) CBUQ 252,0 258,8 6,8 2 RURAL 13.472 7.865 271 3.415 1.921
1349 BR101 ENTR ACESSO PASSO DE TORRES - DIVISA SC/R CBUQ 461,2 462,4 1,1 2 RURAL 13.434 7.202 164 3.367 2.701
2905 BR280 ARAQUARI - ENTR ACESSO JOINVILLE CBUQ 26,0 27,3 1,3 2 RURAL 13.056 10.958 213 1.174 711
2901 BR470 ENTR SC-429 (P/ LONTRAS) - ENTR (A) SC-3 CBUQ 132,3 139,8 7,5 2 RURAL 13.001 9.739 193 2.472 598
1771 BR470 ENTR SC-413 (P/ LUIS ALVES) - ENTR (A) SC CBUQ 12,1 29,8 17,7 2 RURAL 12.099 9.165 13 2.010 911
2886 SCT477 ENTR BR-280 (CANOINHAS) - ENTR BR-470 (I CBUQ 194,2 198,1 3,9 2 RURAL 11.966 10.786 188 909 83
1336 BR280 ENTR BR-101 - ENTR (A) SC-108 (P/ VILA NO CBUQ 36,5 43,8 7,3 2 RURAL 11.449 8.285 172 2.283 709
2854 SC444 ENTR BR-101 - ENTR SC-100 (P/ BALNEARIO R CBUQ 59,4 65,0 5,6 2 RURAL 11.268 10.311 - 930 27
2350 RM445 DISTRITO MORRO ESTEVES - ENTR BR-101 CBUQ 4,1 13,4 9,3 2 RURAL 11.222 10.248 169 610 196
1466 BR470 ENTR (A) SC-352 (RIO DO SUL) - ENTR (B) S CBUQ 145,5 149,9 4,4 2 RURAL 10.928 8.661 203 2.034 30
Página 177
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
A visualização no mapa mostra de uma forma muito evidente que os principais VMDA’s se
desenvolvem na faixa litorânea. Só nessa faixa se verificam VMDA’s superiores a 10.000
veículos, com alguns segmentos em direção ao interior da BR-470 até um pouco além de
Rio do Sul e no Acesso a Chapecó. Constituindo-se exceções os segmentos dos grandes
eixos rodoviários, na metade oeste do Estado são poucos os trechos que chegam perto dos
5.000 veículos.
Página 178
Fonte: Consórcio PROSUL-SCETAUROUTE - 2008
Figura 7.6 - Volumes de veículos leves em VMDA
Página 179
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
No mapa da Figura 7.7 é possível visualizar as rodovias com maior proporção de veículos
pesados, separadas por faixas de porcentagem.
Neste mapa facilmente se constata que toda a BR-153, uma boa parte da BR-116 e um
trecho no Sul do Estado da BR-101, ultrapassam os 40% de veículos pesados e a BR-153,
como já se referiu, chega pontualmente a valores da ordem dos 57%. Alguns outros trechos
da SC-352, SC-478 e o trecho final da BR-470 apresentam igualmente porcentagens de
tráfego pesado acima de 40%.
Página 180
Fonte: Consórcio PROSUL-SCETAUROUTE - 2008
Página 181
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Onde: VL – Veículos Leves + 50% de Motos / ON – Ônibus / VC1 – Veículos de Carga / VC2 – Reboques e Veículos Especiais.
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Fonte: Consórcio PROSUL-SCETAUROUTE - 2008
Página 183
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Os segmentos não pavimentados não entraram nesta avaliação, uma vez que a
irregularidade longitudinal deles é muito alta e de qualquer forma a evolução deste índice é
muito dinâmica para uma rodovia não pavimentada, cuja condição varia de uma forma muito
rápida.
Página 184
A Tabela 7.12 e o Gráfico 7.2 apresentados a seguir exibem o resumo dos dados de
condição do pavimento da malha rodoviária pavimentada do PDR/SC, segundo a
irregularidade longitudinal.
Extensões em km
Faixa de IRI
Federais % Estaduais % Municipais % TOTAL %
Bom (menor
1.068,05 50 2.980,76 67 50,93 13 4.099,74 59
que 3,0)
Regular (entre
411,17 19 992,39 23 290,96 72 1.694,52 24
3,0 e 4,0)
Mau (maior que
668,50 31 453,24 10 63,00 15 1.184,74 17
4,0)
TOTAIS 2.147,72 31 4.426,39 63 404,89 6 6.979,00 100
4500 MUNICIPAL
4000 FEDERAL
3500
Extensão (km)
ESTADUAL
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
BOM REGULAR MAU
Estado de Conservação
Página 185
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Pelo mapa apresentado pode-se observar que o estado de conservação da malha rodoviária
do PDR/SC é de uma forma geral bastante satisfatório, mostrando que as rodovias federais
são sem dúvida aquelas que apresentam mais problemas. É fácil observar que a maioria
dos trechos em mau estado encontra-se principalmente na BR-101 Sul, que está em obras
de duplicação. Mas muitos segmentos concentrados nas BR´s 116, 163, 280, 282, 470 e
153, também estão em más condições de trafegabilidade. Embora existam outros pequenos
trechos distribuídos pelas rodovias estaduais em mau estado de conservação, como nas
SC´s 108, 114, 135, 370, 477, 480 e 486 e em vários segmentos das rodovias estaduais da
ilha de Santa Catarina, muitos segmentos em mau estado são urbanos e pertencem às
jurisdições municipais.
Página 186
Uma malha rodoviária vai evoluindo, quase que naturalmente, em função dos
deslocamentos anteriormente referidos e, nem sempre, essa evolução proporciona
deslocamentos mais rentáveis, mais rápidos e mais seguros. É evidente que, na época das
estradas pioneiras, estes termos não faziam muito sentido, na medida em que as trocas de
mercadorias ou os deslocamentos das populações para negócios, cuidados com a saúde,
assuntos de interesse e lazer, tinham um outro conceito de vida no dia a dia das
populações, o qual não gerava muitas exigências em termos de viagens rápidas ou
confortáveis.
No entanto, à medida que as sociedades foram evoluindo para uma qualidade de vida melhor,
que os mercados se tornaram cada vez mais competitivos e que os meios de locomoção se
tornaram mais comuns e de fácil acesso às populações, as exigências em termos de rodovias
com boa capacidade de resposta, aumentaram consideravelmente. Neste sentido, as malhas
rodoviárias, tal como qualquer outro tipo de rede, tiveram de ser convenientemente
hierarquizadas, para poderem responder, de uma forma eficiente, às solicitações e exigências
que lhes têm sido impostas.
Os grandes volumes de tráfego de passagem num determinado território, obrigam à
construção de rodovias que permitam a passagem desses fluxos sem muita interferência no
território atravessado. Por outro lado, as exigências das várias comunidades que constituem
uma região, conduzem à necessidade de rodovias de acesso, quer às suas residências,
quer aos centros comunitários dos quais dependem. No entanto, se essas populações
pretendem deslocar-se para uma cidade mais importante e distante, já exigem uma rodovia
que lhes permita fazer a viagem de uma forma mais rápida e segura. São esses tipos de
exigências que conduzem à hierarquização da malhas rodoviárias e é função das entidades
comunitárias e das administrações centrais, responder a estas exigências assegurando a
melhor aplicação dos investimentos, para ao final proporcionar redes rodoviárias eficientes.
Pretendendo responder a esta necessidade, o consórcio para o presente Plano Diretor,
dividiu a malha rodoviária em três níveis hierárquicos: primária, secundária e terciária,
uma vez que em termos de estudos macro, não faz sentido dividir a malha em mais classes.
Com base nestes princípios, foi elaborada uma classificação funcional, a qual é descrita e
apresentada a seguir.
O mapa apresentado na Figura 7.12 mostra a totalidade da malha rodoviária do PDR/SC
hierarquizada de acordo com os níveis assumidos na modelação da malha para o
funcionamento do modelo de análise e previsão da demanda na rede. Algumas
considerações sobre a hierarquia viária e sobre a funcionalidade da malha são feitas nos
itens que seguem.
Uma malha bem hierarquizada tem uma influência muito grande na eficiência de uma malha
rodoviária, tanto no que se refere à sua acessibilidade, quanto à capacidade de escoamento
dos tráfegos que demandam a malha, ou ainda quanto aos conflitos que esses diferentes
tipos de tráfego promovem na rodovia. No entanto, uma rede vai evoluindo ao longo dos
anos e, infelizmente, nem sempre o desenvolvimento regional de um território vai
hierarquizando as rodovias que o servem de acordo com esse desenvolvimento. Desse
modo, a funcionalidade raramente é perfeita e torna-se necessário a adaptação das
características das rodovias à função que elas vão ocupando na malha rodoviária.
Página 187
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Dois aspectos negativos muito comuns na funcionalidade de uma malha são aqueles
exemplificados a seguir na ligação de duas rodovias de categorias diferentes.
Rodovia Terciária
Rodovia Primária
Rodovia Primária
Rodovia Secund.
ou Terciária
No primeiro caso uma rodovia terciária liga diretamente a uma primária e no segundo caso,
que é mais grave, o tráfego da rodovia secundária ou terciária vai ocupar um segmento de
alguns quilômetros da rodovia de categoria superior, normalmente com características mais
exigentes.
Por outro lado, quando se observa e se analisa a hierarquia, considerada nessa
classificação funcional para ser seguida no modelo de análise de rede, é possível verificar
que há regiões que não são atravessadas por uma rodovia primária, como acontece na
sudeste do Estado. Sente-se a falta de uma rodovia primária ligando Lages a Criciúma ou a
Página 188
outra cidade importante do sul do Estado. O eixo rodoviário BR-153 – Caçador – Rio do Sul
– BR-282 – Imbituba ou Tubarão, deveria ser igualmente um eixo primário se tivesse
rodovias com características para tal.
A funcionalidade de uma malha tem de ser dinâmica e deve sempre ir-se atualizando, em
função das intervenções de planejamento que ocorram numa malha, tendo em conta a
correção ou minimização das disfunções encontradas como aquelas que se referiram nos
parágrafos anteriores.
Página 189
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 190
Fonte: Consórcio PROSUL-SCETAUROUTE - 2007
Figura 7.13 - Obras de arte especiais (concreto), por estado de conservação
Página 191
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 192
Tabela 7.14 - Custos operacionais médios por tipo de veículo e níveis de tráfego para rodovias
pavimentadas
Tabela 7.15 - Custos operacionais mínimos por tipo de veículo e níveis de tráfego para
rodovias pavimentadas
Tabela 7.16 - Custos operacionais máximos por tipo de veículo e níveis de tráfego para
rodovias pavimentadas
Página 193
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
3,0
2,5
2,0
VOC (R$/km)
AUT
1,5 ONI
1,0 VC1
VC2
0,5
0,0
T1 T2 T3 T4 T5 T6
Faixas de Tráfego
Fonte: Consórcio PROSUL-SCETAUROUTE – 2007
Gráfico 7.3: Custos Operacionais médios por tipo de veículo e faixas de tráfego
Com base nos estudos da condição da malha e na geometria das rodovias, foi elaborado
através dos resultados do modelo HDM-4, o mapa da Figura 7.15 que apresenta os custos
operacionais em três níveis: baixos, médios e altos. Como se pode observar a grande
maioria das rodovias apresenta valores baixos, com alguns valores médios e altos na região
de Chapecó – Concórdia – Caçador e na região sudeste do Estado em São Joaquim,
Criciúma, litoral (BR-101) e BR-282 na região de Alfredo Wagner. Alguns trechos médios ou
altos aparecem ainda isolados por todo o Estado.
Foi definido para esta ilustração que os valores baixos, médios e altos serão considerados
segundo os cálculos de valores médios entre todos os níveis de tráfego. A partir da média e
com uma tolerância de aproximadamente 15% acima da média se encontrarão os Custos de
Operação de Veículos considerados médios. Os valores altos e baixos serão
respectivamente aqueles abaixo e acima desta faixa. Assim temos:
Página 194
Tabela 7.17 - Níveis de Custos Operacionais
Página 195
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
gastos associados aos veículos e custos indiretos, como desestruturação familiar e pessoal.
Quando acontece um acidente de aviação com centenas de mortos o impacto da notícia na
mídia têm uma influência forte nas populações. Isso conduz normalmente a medidas
políticas no sentido de se criarem disposições institucionais ou de se fazerem, tão rápido
quanto possível, intervenções importantes nas infra-estruturas com a finalidade de prevenir
ou minimizar novos acidentes, intervenções essas que mobilizam avultados investimentos.
A vulgaridade dos acidentes de trânsito – que, em número de mortos, quase representa a
queda de um Boeing a cada dois dias - não chama tanto a atenção do número de vítimas
que causa e conduz a um menor impacto deste tipo de acidentes na sociedade e na mídia.
Como o impacto é menor, as autoridades não reagem com a mesma veemência nas
medidas a tomar em relação a um tipo de acidentes que causa um muito maior número de
vítimas que os acidentes de aviação. Não nos damos conta que todos os dias morrem
dezenas ou centenas de cidadãos em acidentes de trânsito e que muitos deles poderiam ser
facilmente evitados com medidas políticas que não necessitam de grandes investimentos
para prevenirem ou minimizarem o número e a gravidade dos acidentes de trânsito.
Página 196
0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 700,0
Brasil 14,0
271,7
Acre 14,3
358,2
Alagoas 8,6
91,6
Amapá 17,7
518,5
Amazonas 10,3
189,5
Bahia 7,8
115,7
Ceará 18,3
138,3
Distrito Federal 18,9
531,8
Espírito Santo 15,5
393,4
Goiás 70,5
1090,
650,0
Maranhão 16,1
75,2
Mato Grosso 18,1
308,6
Mato Grosso do Sul 18,6
477,7
Minas Gerais 6,5
183,0
Pará 9,8
56,0
Paraíba 4,7
41,0
Paraná 15,9
507,6
Pernambuco 8,3
58,3
Piauí 13,3
100,5
16,8
Rio de Janeiro 245,4 Mortos/100.000 Hab.
Rio Grande do Norte 14,5
122,7 Feridos/100.000 Hab.
Rio Grande do Sul 10,6
263,6
Rondônia 21,2
420,0
Roraima 28,6
375,1
4,1
Santa Catarina 96,1
São Paulo 15,1
419,2
Sergipe 2,5
65,0
Tocatins 12,9
295,9
Gráfico 7.4 - Número de mortos e feridos nos vários Estados no ano 2005 segundo dados do
Anuário do DENATR(mortos e feridos/100.000 habitantes)
Não obstante o Consórcio ter elaborado um detalhado estudo sobre segurança de trânsito
com os dados oficiais do DENATRAN-Anuário 2005, que seriam os únicos que deviam
cobrir toda a malha, o DEINFRA solicitou a retirada desse estudo do Plano Diretor pelo fato
de não existirem estatísticas suficientemente confiáveis dos acidentes.
Página 197
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 198
Fonte: Elaborado pelo consórcio a partir de dados do estudo “Relatório de Pontos Críticos de 2001”
De todos os pontos críticos listados no referido estudo, os mais simples já foram resolvidos
através dos próprios Distritos Rodoviários. Outros, que envolviam um maior volume de
recursos, foram realizados no âmbito dos projetos BID-IV, porém a maior parte ainda
continua aguardando resolução.
Página 199
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Nos itens a seguir apresentar-se-á uma descrição das principais atividades a serem
desenvolvidas em cada um dos domínios mencionados.
Página 200
a) preservar matas ou capões de cobertura vegetal nativa;
b) preservar ou minimizar zonas de proteção a córregos ou nascentes;
c) preservar ou minimizar lugares ou edifícios históricos ou de valor artístico;
d) recuperação de áreas degradas;
e) otimizar o enquadramento do traçado na paisagem;
f) minimização dos impactos nas travessias urbanas;
g) prever o revestimento vegetal de taludes para minimizar impactos
ambientais; e
h) procurar maximizar sinalização viva da rodovia.
Página 201
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
ser mais facilmente gerida e fiscalizada. Isso é sempre um aspecto importante pelo efeito
negativo que pode ter nos condutores dos veículos, pela redução de visibilidade que por
vezes provoca e pela redução de espaço para eventual estacionamento de um veículo
avariado. Além do mais, o entorno da rodovia deverá apresentar um aspecto agradável, com
uma bela inserção na paisagem como se ela fizesse parte da natureza desde sempre.
Ocorrência de Passivos Ambientais
800
700
Nº de Ocorrências
600
500
400
300
200
100
0
Uso inadequado da faixa de domínio
Conflito trânsito pedestres
Degradação outras APPs
Degradação outros ecossistemas lindeiros
Escorregamento talude corte
Solos expostos
Poluição mananciais
Ponte em curva
Recalque plataforma
Ponte sem ou com guarda corpo quebrado
Curva perigosa
Assoreamento cursos d'água
Conflito travessias urbanas
Inundação áreas adjacentes
Geração ruído
Poluição do ar
Riscos a outras infra‐estruturas públicas
Poluição recursos hídricos diversos
Degradação maciços florestais importantes
Conflito com passagem de gado
Acesso inadequado
Conflito passagens animais silvestres
Queda blocos
Ponte estreita
Poluição visual
Escorregamento talude aterro
Conflito transporte passageiros
Sedimentos sobre a pista rolamento
Ponte sem proteção cabeceiras
Inundação pista rolamento
Resíduos sólidos na faixa de domínio
Conflito com fontes geradoras tráfego
Despejo efluentes indesejáveis fxa domínio
Degradação unidade de conservação
Erosão
Tipo de Passivo Ambiental
Nos nove itens anteriores 7.5.1 a 7.5.9 foi feita uma análise e uma avaliação da malha
rodoviária atual nos seus aspectos principais. Como resultado dessa análise e dessa
avaliação tem-se um diagnóstico da malha rodoviária, por vezes direto, outras vezes indireto
ou intuitivo.
O objetivo deste sub-capítulo é não só evidenciar esse diagnóstico de uma forma concisa
em cada um dos seus aspectos, mas também procurar evidenciar aspectos institucionais
que podem contribuir para quaisquer disfunções existentes na malha rodoviária do PDR/SC
que inclui, como já mencionado, rodovias federais, estaduais e municipais. O consórcio
Página 202
ressalta que qualquer referência ou comentário a determinado aspecto institucional, não
significa crítica negativa aos departamentos, aos setores ou aos técnicos responsáveis por
esses aspectos.
7.5.10.1 Acessibilidade
A acessibilidade territorial da malha rodoviária como se pode verificar no mapa da Figura
6.30 é de uma forma geral bem satisfatória, uma vez que são bem poucas as regiões que
não têm acesso a menos de 10 km de uma rodovia da malha do PDR/SC. Existem algumas
regiões, como a que se situa entre a BR-153 a BR-282 e a SC-467, a norte de Passos Maia;
a que se situa ao sul de Lages entre a BR-116 e a SC-438; e mais duas ou três ao norte do
Estado já sem a dimensão das duas atrás mencionadas, onde a distância a uma rodovia
básica é bem maior que os 10 km tomados com referência.
No que se refere à acessibilidade às sedes dos municípios por rodovia pavimentada, a
situação mostrada nesse diagnóstico dá a sensação de ser ótima, na medida em que
apenas dois municípios não têm ainda obras para prover o acesso pavimentado à sua sede.
Entretanto, ressalta-se que nem todos os 27 acessos que se encontram em pavimentação,
serão concluídos em breve, como seria lógico por estarem em obras de pavimentação, dado
que a maioria dessas obras foram iniciadas, mas não tem tido uma adequada sequência e
algumas têm tido paralisações o que vai retardar a sua conclusão. É importante que esses
acessos sejam concluídos tão rápido quanto possível, porque eles facilitam muito a
existência de transportes públicos, bem como a acessibilidade das populações a
estabelecimentos educacionais e de saúde pública.
A acessibilidade a unidades industriais, a alguns aglomerados habitacionais e algumas
instalações situadas nas margens de rodovias primárias ou secundárias, deverá merecer um
cuidado especial, por constituírem um problema de redução de capacidade dessas rodovias
e por proporcionarem condições para a ocorrência de maior número de acidentes com maior
gravidade.
Convém mencionar ainda o aspecto das ligações entre rodovias da mesma ou de diferentes
classes, que, tanto quanto possível, deveriam ser cruzadas num ponto só sem utilizarem
parte da outra rodovia como se ilustra na figura a seguir. Esse aspecto além de
sobrecarregar determinado segmento de uma rodovia com um tráfego extra, tem ainda o
inconveniente de misturar dois tipos de tráfego com características e velocidades
normalmente diferentes.
Rodovia Primária
Rodovia Secund.
ou Terciária
Página 203
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 204
fluxo de tráfego alto e uma forte composição de tráfego pesado. Embora a responsabilidade
dessas rodovias não seja do DEINFRA e sabendo-se não ser fácil obter-se a anuência
necessária com o DNIT para melhorar essa situação, crê-se que deveria haver um arranjo
institucional entre as entidades governamentais estaduais e federais que permitisse uma
análise conjunta destas situações.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
estas obras de arte não existe qualquer informação sobre o seu estado de conservação, o
consórcio elaborou um mapa com a sua localização, no sentido de chamar a atenção do
DEINFRA para a importância que estas obras de arte devem merecer.
Em termos institucionais e tendo em conta a importância das obras de arte especiais no
Estado compostas por túneis, pontes, viadutos, contenções, etc., crê-se que o DEINFRA
deveria ter uma equipe de técnicos, devidamente estruturada para acompanhar a
elaboração de novos projetos de obras de arte, a construção e a supervisão dessas obras.
Igualmente deveria realizar – ou acompanhar a realização por consultoras – inspeções
periódicas às obras de arte em operação e, a partir dessas inspeções, estabelecer planos
de manutenção adequados, cuja execução deveriam igualmente ser acompanhados por
essa equipe.
Página 206
estatísticas de acidentes de trânsito, o Estado de Santa Catarina encontra-se até bem
colocado no ranking de Estados brasileiros e inclusive em nível internacional.
Tendo em atenção a importância que o assunto está tendo em todo o país, seria
interessante tomarem-se algumas medidas que levassem as entidades – federais, estaduais
e municipais – a tomarem ações conjuntas no sentido de medir (quantificar e qualificar) os
acidentes de trânsito de uma forma global, uniforme e cobrindo a totalidade da malha
rodoviária, de forma a proporcionar estatísticas realistas, proveitosas e coerentes.
Página 207
CAPÍTULO 8 – VISÃO DO FUTURO PARA A MALHA
RODOVIÁRIAODO
8 VISÃO DO FUTURO PARA A MALHA RODOVIÁRIA
Página 211
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
que o sistema de transportes tem de ser visto como um todo. É sabido que uma boa parte
dos modais e da malha rodoviária (precisamente as rodovias com tráfego mais alto) são de
responsabilidade da União, enquanto as rodovias estaduais, que têm uma maior extensão
na malha mas uma menor utilização, são de responsabilidade estadual.
Para melhor se poder trabalhar numa visão do futuro, entendeu-se aconselhável analisar
como evoluíram alguns aspectos sócio-econômicos no passado recente, de forma a melhor
se poder antever o futuro próximo e, neste contexto, será feita uma retrospectiva da
evolução do Estado de Santa Catarina nos últimos 50 anos.
Página 212
8.1.2.1 Agricultura
Página 213
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
em volume de produção.
k) A maçã, introduzida no Estado nos anos 70, desenvolveu-se rapidamente
nas regiões de clima frio do Planalto, notadamente nas áreas de Fraiburgo
e São Joaquim. Organizada para atender tanto aos mercados brasileiro e
de exportação, a maçã ocupa atualmente o sétimo lugar em volume de
produção na agricultura catarinense.
l) Quase sem significado nos anos 50, foi com a cebola, cuja produção se
concentra no alto vale do Itajaí e região serrana da Grande Florianópolis,
que Santa Catarina conquistou a posição de maior produtor brasileiro,
sendo que sua produção, além de abastecer o Estado, é enviada a outros
Estados do país.
m) A produção de uva aumentou pouco no período considerado. Destinada a
confecção de vinhos, cujo consumo é limitado, também sofre hoje
influências da concorrência de outros centros produtores de uva
catarinenses, sendo essencialmente um produto de consumo local ou
regional.
n) O café, que nos anos 50 apresentava uma pequena produção para
consumo local, desapareceu do cenário agrícola catarinense nos anos 70.
o) A laranja que nos anos 50 era disseminada por todo o território catarinense
teve um crescimento expressivo no período. Sua produção se concentra
atualmente no Oeste do Estado sendo em grande parte destinada a
indústria de suco.
p) Merecem ainda referência no atual quadro agrícola catarinense produtos
que eram pouco expressivos nos anos 50, mas que apresentam atualmente
certa expressão e perspectivas de crescimento. São eles: o alho, os
produtos hortícolas e frutas de clima temperado.
8.1.2.2 Pecuária
O desenvolvimento da pecuária catarinense nos últimos 50-60 anos pode ser observado na
Tabela 8.1Tabela 8.1 que apresenta os valores principais do setor.
Tabela 8.1: Valores comparativos da produção pecuária entre os anos de 1955 e 2005
Ano Crescimento no
Espécie
1955 2005 período (em %)
Bovinos (Unidade) 1.301.014 3.376.725 159,55
Suínos (Unidade) 3.090.162 6.309.041 104,17
Aves (galinhas e frangos) 5.968.738 156.339.440 2.519,30
Fonte: IBGE
Verifica-se na Tabela 8.1 que o crescimento no rebanho nas principais espécies foi geral. O
rebanho de bovinos, que cresceu 159,55%, explica-se pelo grande incremento da pecuária
leiteira que, nos anos 50, restringia-se a alguns pontos do Estado, notadamente o vale do
Itajaí, e que atualmente é importante em todas as regiões. O rebanho de suínos teve um
crescimento relativamente modesto, de 104,17%. Esse fato se explica por restrições do
mercado e principalmente pelo grande crescimento da criação de aves que passou a
concorrer nas estruturas de produção implantadas nas principais áreas produtoras, ou seja,
nas regiões oeste e meio oeste. O plantel avícola foi o que apresentou um crescimento mais
Página 214
espetacular (2.519,30%). Isso se deve ao desenvolvimento das estruturas de produção
intensiva implantadas no Estado, notadamente nas regiões oeste e meio oeste, e que
passaram a oferecer o produto final por um preço acessível, o que veio a mudar o hábito
alimentar da população e garantiu um mercado de exportação sempre crescente.
8.1.2.3 Indústria
A produção industrial catarinense nos anos 50, em seu aspecto global, pode ser analisada
na Tabela 8.2 onde são apresentados os valores percentuais da representatividade da
produção, segundo seus diferentes ramos. Já na Tabela 8.2 se mostra a produção industrial
catarinense em 2005, o que permite comparar e caracterizar a evolução.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
8.1.2.4 Serviços
Se as atividades primárias perderam espaço e o setor industrial cresceu e se diversificou, o
setor de serviços foi o que mais apresentou dinamismo na evolução. De pequena
importância nos anos 50, quando a maior parte das pessoas era empregada em funções de
baixa hierarquia, em grande parte em serviços públicos, atualmente o setor de serviços
apresenta uma diversificação que cresceu ao longo das décadas acompanhando a
transformação da economia. No setor da educação, o ensino superior era quase inexistente,
ocorrendo, de forma limitada, apenas em Florianópolis. Hoje é encontrado nas principais
cidades catarinenses e em todas as regiões. Os serviços de saúde, da mesma forma
passaram do atendimento rotineiro para serviços de maior complexidade levando ao
aparecimento de centros médicos especializados em vários pontos do Estado. As empresas
comerciais e financeiras apareceram em muitos lugares do Estado e, em vários pontos,
notadamente no litoral, o desenvolvimento do turismo levou à criação de inúmeras empresas
ligadas ao setor.
Página 216
8.1.3 A Evolução do Sistema de Transportes
Embora se fale geralmente em melhorias consideráveis dos transportes, este fato só é exato
no que se refere ao transporte rodoviário, na medida em que foi impulsionado por industriais
do setor privado que foram adquirindo viaturas em número cada vez maior, para as quais o
estado teve de providenciar, progressivamente, infra-estruturas para a sua circulação. Esta
concorrência entre um setor privado dinâmico e um setor público conservador, fez com que
o modal rodoviário chegasse a transportar mais de 85% das cargas.
As ferrovias que, nas décadas de 50 e 60, apesar dos diferenciais, representavam um papel
importante no transporte de cargas e mesmo no de passageiros, foram em parte
erradicadas ou são sub-utilizadas. A rede ferroviária caracterizava-se pela baixa densidade
de circulação mas transportava grande parte dos produtos pesados e de baixo valor
agregado produzidos no Estado.
No transporte hidroviário, desapareceu a navegação de pequena cabotagem ao longo do
litoral e a navegação fluvial. Somente os portos de grande cabotagem, ou seja, São
Francisco do Sul, Itajaí e Imbituba, têm correspondido ao crescimento e modificações de
economia, tornando-se aptos a movimentar contêineres, granéis sólidos e congelados.
No sistema aeroviário desapareceram rotas de pequenas distâncias, que já não tinham mais
razão de existência, e alguns aeroportos precários foram desativados; outros aeroportos
regionais foram melhorados e dois aeroportos, Florianópolis e Navegantes, foram elevados
a categoria de aeroporto internacional.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
se bastante dos países desenvolvidos. Desta forma, pode-se dizer que Santa Catarina
solucionou os problemas de deslocamento de cargas e pessoas.
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8.2.1.2 A Economia nas Américas
No continente americano, os Estados Unidos têm mostrado alguns sinais de recessão no
seu crescimento e têm sido o Brasil, o México e Chile que, no momento, têm apresentado
melhores perspectivas futuras quanto ao seu desenvolvimento econômico. É evidente que a
verificar-se uma recessão nos Estados Unidos, como parece antever-se, ela certamente irá
influenciar a conjuntura econômica mundial e, sobretudo, a das Américas, mas crê-se que
ela será passageira e nunca vai interagir de forma a que não continue a ser o país onde os
investimentos sejam feitos com base em um planejamento ponderado à luz de objetivos
ligados ao desenvolvimento sócio-econômico do estado como um todo.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 220
e) Programas gerais, setoriais, regionais e municipais de duração anual e
plurianual;
f) Diretrizes Orçamentárias;
g) Orçamento Anual.
Tratando-se de um plano setorial, o PDR sofre influência direta dos Planos a que se referem
os dois primeiros instrumentos relacionados acima, e influenciará os instrumentos
constantes nos demais itens igualmente relacionados. Além disso, é relevante, para a sua
construção, o fato da Lei determinar que a ação de planejamento atenda às peculiaridades
locais e guarde perfeita coordenação e consonância com os planos, programas e projetos
governamentais da União e dos Municípios, bem como que as políticas sejam diferenciadas
para equilibrar o desenvolvimento sócio-econômico, atendendo principalmente às regiões
com menor índice de desenvolvimento humano.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 222
A Tabela 8.5 mostra as estratégias estabelecidas para o cumprimento das diretrizes
referentes às ações da área de infra-estrutura.
Diretrizes Estratégias
Potencializar os sistemas logísticos Elaborar plano diretor e de negócios para o porto de
de Santa Catarina de modo a Imbituba.
aumentar a capacidade de
Aumentar a capacidade de movimentação de cargas dos
movimentação de cargas e portos catarinenses.
consolidar o estado como centro
integrador da plataforma logística do Realizar estudos de viabilidade para construção de ramal
Sul do país para os mercados ferroviário ligando a Ferrovia Tereza Cristina ao Planalto.
nacional e internacional. Construir plataformas intermodais.
Cenários nas áreas de atuação foram construídos a partir das tendências e dos aspectos
normativos nas nove áreas de atuação do Estado, agrupadas nas quatro grandes
dimensões, conforme mostrado na Tabela 8.5. Para o PDR, interessam os cenários
tendencial e normativo relativos à área de infra-estrutura, nas atividades específicas do setor
de transportes, bem como os cenários normativos nas demais áreas, uma vez que apenas
as intervenções modificadoras compõem as previsões e análises de um cenário normativo
para o sistema de transportes no PDR.
Para a área de infra-estrutura, relativa ao transporte, o PCD apresenta:
a) cenário tendencial:
a) aumento do fluxo de cargas por quilômetro de rodovia;
b) congestionamento de rodovias pelo aumento do volume de cargas e do
número de veículos;
c) estrangulamentos na infra-estrutura portuária, uma vez que o movimento de
contêineres deve quase duplicar na próxima década;
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 224
O transporte de carga com origem e destino no Estado, para a maioria dos produtos, é
realizado em distâncias de, em média, 350 km. A distância de transporte da carga que
provém de estados contíguos, Paraná e Rio Grande do Sul, também estão dentro dessa
média. Portanto, a demanda por transporte de carga será, essencialmente, atendida por via
rodoviária. É devido a essa lógica econômica inexorável, que a matriz de transporte atual de
cargas com origem e destino em Santa Catarina é 80% rodoviária, 11% hidroviária e apenas
7% ferroviária. O estudo considera, no entanto, que parte da carga destinada aos portos
catarinenses é originária do norte do Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso,
percorrendo distâncias maiores. Nesses casos, o modal ferroviário passa a ser uma
alternativa viável. A ferrovia é viável, também, para a carga com origem e destino em São
Paulo.
Por todos esses motivos, o trabalho propõe dotar o Estado de malha rodoviária capaz de
suprir de forma eficiente, a demanda por transporte de carga em direção aos portos; a
pavimentação, recuperação e manutenção da malha rodoviária, e a duplicação das
principais rodovias do Estado; bem como investimentos no modal ferroviário, especialmente
nos acessos aos portos de São Francisco do Sul e Imbituba.
Segundo o estudo, os portos representam a parte mais crítica da infra-estrutura logística do
Estado por estarem próximos da saturação. Por outro lado, existem crescentes pressões
para que os portos tornem-se competitivos e financeiramente auto-sustentáveis, ao mesmo
tempo em que devem continuar exercendo suas funções sociais.
Para atende a essas necessidades, o Master Plan propõe o desenvolvimento e expansão de
três eixos logísticos no Estado, centrados em torno dos portos de maior potencial:
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
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fronteiras agrícolas e mineral;
• RDR – redução de desigualdades regionais em áreas
deprimidas.
Para configurar o portfólio de investimentos, foi feita uma espacialização por vetores
logísticos, compostos por microrregiões agregadas em função da superposição
georreferenciada de fatores ambientais, socioeconômicos, integração, inter-relacionamento
e funções de transportes, representativos de suas características. Foram definidos sete
vetores logísticos: Amazônico, Centro-Norte, Nordeste Setentrional, Nordeste Meridional,
Leste, Centro-Oeste e Sul, este último composto pelos estados do Rio Grande do Sul e de
Santa Catarina e parte do Estado do Paraná.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
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Navegantes e Timbó (61,3 km);
− BR-470 – recuperação e ampliação da capacidade no trecho entre
Navegantes e Indaial (100 km);
− BR-101 – adequação da capacidade no trecho entre a divisa
PR/SC e a divisa SC/RS.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
• Gasoduto TransCatarinense,
• Ferrovia TransCatarinense,
• Complexo Portuário da Babitonga; e
• RefloresSC – programa para reflorestamento em escala comercial.
Página 230
8.2.3 Cenários Evolutivos da Demanda Rodoviária
A construção de cenários permite projetar visões a partir da especificação e projeção de um
conjunto de indicadores e fatores representativos do objeto em análise. Os cenários
constituem-se de elementos que permitem modelar o ambiente e as alternativas de decisão
sobre as diretrizes e estratégias a serem adotadas para consolidar o futuro desejado.
Visando aplicar as diretrizes, estratégias, ações e metas para que o sistema de transporte
rodoviário atenda o que preconizam os estudos descritos no sub-capítulo anterior, para o
setor, foi utilizada, no presente estudo, a técnica de construção de cenários com projeções de
demanda de transporte de cargas e passageiros. As projeções foram feitas para horizontes
temporais que coincidem com aqueles adotados para o PCD e de modo a gerar subsídios
para os PPAs de 2008 a 2011 e de 2012 a 2015, bem como diretrizes para os PPAs de 2016
a 2019 e de 2020 a 2023.
Seguindo esses critérios, foram construídos dois tipos de cenários alternativos de
desenvolvimento, um tendencial e outro normativo, ambos tendo como período de análise o
horizonte temporal de 2008 a 2023. Os estudos e as matrizes de viagens resultantes tiveram
em conta cenários temporais para os anos 2008, 2011, 2015 e 2023.
O cenário tendencial, tomado como referência, foi projetado considerando-se a hipótese de
permanecerem as tendências históricas e atuais de demanda.
No cenário normativo são incorporadas ações que podem alterar essas tendências, em
direção ao futuro desejado. Na construção do cenário normativo foram consideradas as
ações, diretrizes e estratégias do Plano Catarinense de Desenvolvimento, do Master Plan,
do Plano Nacional de Logística de Transporte e outros estudos e planos, cuja síntese é
apresentada nos itens 8.3.1.1 a 8.3.5 deste relatório. Os estudos e projetos citados
envolvem outros setores além do de transportes, mas que com ele podem interagir.
Considerando os objetivos de promover a sustentabilidade e a equidade econômico-social
entre as regiões catarinenses e considerando ainda o objetivo de estender essa equidade
entre os municípios das próprias regiões, optou-se por dividir a área de estudos em zonas
de tráfego definidas pelos limites municipais. Portanto, esses cenários estão associados a
uma rede de transportes que foi construída sobre um conjunto de zonas de tráfego onde
cada município constitui-se numa delas e sua sede, o pólo gerador da demanda.
Como o comportamento da demanda por transportes está intimamente relacionado com o
desenvolvimento de variáveis socioeconômicas, essa medida também facilitou os estudos,
pela disponibilidade de dados ser encontrada com base municipal. Uma análise verificou
como o sistema de transporte afeta e é afetado por essas variáveis e a partir daí foram
formulados modelos matemáticos que permitiram prever o comportamento de sua demanda
e finalmente planejar seu futuro.
Para a construção dos cenários foram analisados elementos representativos da conjuntura
sócio-econômica estadual, dos sistemas de transportes e da repartição modal, a partir de
estudos voltados para a situação atual e para sua evolução sem e com intervenções
modificadoras.
a) Elementos sócio-econômicos:
• população e sua mobilidade;
• Produto interno Bruto – PIB;
• Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M
• taxa de motorização e frota de veículos;
• produção do setor agrícola;
• produção do setor industrial.
b) Demanda do sistema de transporte:
• modal rodoviário – transporte de cargas, de passageiros (ônibus e
veículos de passeio),
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 232
administrativa caracterizada pela descentralização do Governo. A nova estrutura manteve o
nível setorial, compreendendo as Secretarias Setoriais, e criou o nível de desenvolvimento
regional, constituído, atualmente, por 36 Secretarias de Estado de Desenvolvimento
Regional, conforme o disposto na Lei Complementar nº 381, de 7 de maio de 2007.
Os dados sócio-econômicos sobre a situação atual encontram detalhados no Volume II.4
Estudos Sócio-Econômicos – Matrizes. Neste item vamos apenas tratar das projeções
desses dados, os quais deram origem às matrizes futuras correspondentes aos anos de
2011, 2015 e 2023. Dado que este documento constitui apenas uma síntese, far-se-á
apenas um resumo da evolução sócio-econômica e, para detalhes deverá ser consultado o
Volume III.3 – Visão do Futuro, onde constarão mais detalhes das projeções.
Nota: Estimativas para as Unidades da Federação obtidas pela metodologia AiBi, controlada pela projeção da População do
Brasil - Revisão 2004. Para 1990 foi utilizada a tendência dos Censos 1980 e 1991 e para 1995, 2000 e 2005 a tendência dos
Censos 1991 e 2000.
Tabela 8.7 - Taxas médias geométricas de crescimento anual da população no Brasil, região
sul e respectivos Estados
1980- 1985- 1990- 1995- 2000- 2005- 2010-
REGIÃO/UF
1981 1986 1991 1996 2001 2006 2011
Brasil 2,38 2,12 1,71 1,54 1,48 1,40 1,23
Região Sul 1,65 1,52 1,26 1,34 1,30 1,24 1,10
Paraná 1,09 1,03 0,87 1,32 1,28 1,22 1,08
Rio Grande do Sul 1,78 1,63 1,34 1,15 1,13 1,09 0,97
Santa Catarina 2,56 2,26 1,81 1,75 1,67 1,56 1,36
Fonte: IBGE
Página 233
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Nota: Estimativas para as Unidades da Federação obtidas pela metodologia AiBi, controlada pela projeção da População do
Brasil - Revisão 2004.
Isso faz com que a estimativa para o crescimento da população brasileira no período 2010-
2011 seja inferior aos períodos anteriores, apresentando um incremento de somente 1,23%
ao ano. Santa Catarina, embora com taxas mais elevadas, deverá apenas crescer 1,36% ao
ano em 2010-2011.
O processo de urbanização da população catarinense aconteceu celeremente. Em 1990,
69,7% da população já vivia em áreas urbanas sendo que, conforme dados do IBGE, só
18% da população ainda residia no meio rural. Embora esse fenômeno tenha acontecido ao
longo dos anos registra-se que a produção agrícola cresceu ao longo do período. São as
máquinas, os equipamentos, as tecnologias de tratamento de solo, de semente e de cultivo
substituindo constantemente o ser humano e aumentando a produção agrícola. Através da
linha de tendência mostrada no Gráfico 8.1, é possível verificar a evolução da população
anual que se transferiu para áreas no período 1960-2003.
6.300.000
5.600.000
4.900.000
4.200.000
3.500.000
2.800.000
2.100.000
1.400.000
700.000
0
2003(1)
1960
1970
1980
1990
1996
1997
1998
1999
2000
Página 234
Tabela 8.8 - Distribuição da população das mesorregiões em relação à população total do
Estado 1970 - 2023, em percentual.
Percentual das mesorregiões em relação ao total do Estado
Mesorregião
1970 1980 1991 2000 2005 2008 2011 2015 2023
Oeste 19,0 19,7 17,4 15,2 14,1 13,7 13,3 12,8 13,2
Meio-Oeste 6,7 5,9 5,8 5,7 5,6 5,6 5,6 5,6 5,6
Norte 6,8 7,0 6,8 6,5 6,3 6,3 6,3 6,2 6,2
Nordeste 7,8 9,9 11,6 12,7 13,2 13,4 13,6 13,8 13,7
Planalto Serrano 11,2 9,6 8,3 7,5 7,1 7,0 6,8 6,6 6,8
Vale do Itajaí 19,9 19,9 20,8 22,1 22,8 23,0 23,1 23,3 23,2
Litoral Central 11,3 12,3 13,6 15,0 15,7 16,0 16,3 16,6 16,3
Sul 17,4 15,6 15,7 15,4 15,2 15,1 15,1 15,0 15,1
Fonte: IBGE
Nota: Dados censitários para os anos 1970, 1980, 1991 e 2000. Demais anos são dados projetados.
Página 235
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 236
8.3.2 Projeções dos Indicadores sociais e econômicos
Os indicadores sociais e econômicos são utilizados como variáveis explicativas para a
elaboração de projeções tendências e normativas de cargas, veículos e ônibus que serão
utilizadas como informações primárias para a elaboração do plano diretor rodoviário. Como
indicadores sociais e econômicos apresenta-se neste trabalho projeções para o produto
interno bruto e o produto interno bruto per capita e para as taxas de motorização. Também
são utilizados como referência na elaboração das projeções normativas os valores do índice
de desenvolvimento humano por município – IDHM e a renda.
c) Produtos agropecuário
A compreensão do setor agropecuário de Santa Catarina necessita uma análise atual da
atividade para que se possam fazer algumas inferências sobre projeção da produção para o
horizonte temporal de 2008, 2011, 2015 e 2023. Assim, busca-se avaliar o desempenho do
setor no período 1998-2004, verificando as suas tendências. Aliado a esse objetivo analisou-
se um conjunto de variáveis qualitativas que pudessem fornecer indicativos sobre o nível de
produção agrícola nos anos objetos da projeção.
Página 237
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
cada segmento e que serviram de base referencial para as projeções a serem realizadas.
Foram analisadas as vendas realizadas em 2004 e 2005 em cada um dos ramos industriais
cujas variações foram muito fortes em função do período inicial do primeiro Governo Lula. A
estabilidade econômica aliada à queda do dólar americano influenciou negativamente os
setores que tradicionalmente eram exportadores como móveis, papel, carnes e metalurgia.
Outros setores sofreram a concorrência do dólar barato como o têxtil, vestuário e calçados,
e de um modo geral a indústria catarinense cresceu 13,14 % em 2004 e caiu 11,89 % em
2005. Em função de dessa diminuição de atividade econômica a capacidade instalada que
tinha uma folga de 13,27 %, aumentou-a para 15,51 %, mostrando que ainda existe uma
margem para o crescimento da produção sem investimentos.
Com relação a perspectiva de investimentos para os próximos 3 anos, a média foi de 75,68
%, indicando um bom cenário, ficando apenas comprometido nos setores que tiveram um
mau desempenho como o mobiliário, onde apenas 45 % das empresas do setor tinham o
objetivo de investir.
A Tabela 8.9 apresenta alguns indicadores industriais de Santa Catarina, contemplando uma
síntese dos dados de vendas e capacidade instalada para os anos de 2004 e 2005 e
perspectivas de investimentos para os próximos 3 anos.
CAPACIDADE
VENDAS
INSTALADA % DAS EMPRESAS
QUE IRÃO INVESTIR
GÊNEROS VARIAÇÃO % PERCENTUAL
NOS PRÓXIMOS 3
REAL MÉDIO ANUAL
ANOS
2004 2005 2004 2005
Produtos de Minerais não Metálicos 5,28 -1,04 86,45 90,54 67,00
Cerâmica 3,17 -0,58 90,30 93,80 67,00
Cristais 7,58 10,53 87,50 82,53 67,00
Metalurgia 4,92 -11,77 91,13 90,55 93,00
Mecânica 18,78 -2,15 93,42 90,62 79,00
Material Elétrico e de Comunicação 15,4 -2,07 90,10 85,00 100,00
Material de Transporte 46,45 25,93 84,34 85,94 80,00
Madeira 13,41 -25,26 83,32 82,15 76,00
Mobiliário 3,59 -14,73 84,50 84,38 45,00
Papel e Papelão 8,52 -18,10 92,49 90,90 71,00
Química 17,62 5,57 84,31 79,06 67,00
Produtos de Matéria Plásticas 7,36 -14,58 69,31 73,02 67,00
Têxteis -6,25 -3,26 78,78 78,51 87,00
Vestuário, Calçados e Art.e Tecidos 5,67 -15,88 89,71 80,06 87,00
Produtos Alimentares 24,91 -14,57 93,23 89,85 83,50
Editorial e Gráfica 9,48 4,82 78,96 86,93 83,00
Diversos 22,66 -6,14 76,56 77,54 67,00
MÉDIA DA INDÚSTRIA DE
13,14 -11,89 86,73 84,49 75,68
TRANSFORMAÇÃO
Para a formulação das projeções que serão utilizadas para a elaboração do cenário
tendencial o período de análise, 2004 e 2005, é muito curto e não reflete o crescimento
histórico de cada setor industrial, além disso, a vontade de investir está influenciada pelo
desempenho de cada setor no período anterior. Por outro lado o período de 3 anos para
Página 238
decisão de novos investimentos, também é muito pequeno para a análise no contexto do
horizonte temporal deste estudo (2005-2023). Diante do exposto, as projeções foram
realizadas com base na taxa de crescimento médio de cada setor industrial, obtida junto aos
seus organismos e instituições mais representativos de cada segmento. Esse levantamento
abrange o período de 1994 a 2005, para a maioria dos setores, onde as influências
econômicas e políticas são mostradas, como o início do Plano Real em 1994, a
desvalorização do dólar com o final da ancora cambial de 1999, a preocupação com o início
do 1º Governo Lula, além de outros fatores específicos de algum setor.
Taxa de
Produtos Crescimento
médio em %
Fertilizantes 2,98
Refrigerante 8,88
Cerveja 3,53
Papel e Papelão 4,58
Fibras Texteis Sintéticas 2,71
Fibras Texteis Naturais 6,11
Linha Branca 3,01
PVC 1,90
Pisos e Azulejos 5,93
Plásticos 4,64
Material elétrico 0,56
Mobiliário 0,65
Aço 2,08
Celulose 4,50
Vidro Plano 7,37
Cimento 5,10
Carne de Frango Produção 9,29
Carne de Frango Exportação 17,99
Carne Suína Produção 11,94
As taxas de crescimento médio dos produtos constantes do quadro H.5.7 serão utilizadas
como base para a elaboração da projeção das matrizes de carga dos produtos industriais
catarinenses considerados neste estudo.
Página 239
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 240
8.6 Cenário Normativo
Os parâmetros e diretrizes do Plano Catarinense de Desenvolvimento balizarão a
construção do cenário normativo. O Plano Catarinense de Desenvolvimento 2015 – PCD -
2015, que visa introduzir na administração pública de Santa Catarina o processo de
planejamento de longo prazo. O plano tem os seguintes objetivos:
Página 241
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
A interseção dos três critérios resultou num conjunto de 126 municípios que poderiam ser
enquadrados na amostra. Entretanto como a ação das metas do governo devem ser
regionais foram identificadas as microrregiões onde se localizavam esses municípios. Como
nem todos os municípios de uma microrregião estavam dentro da classificação obtida, foram
consideradas microrregiões alvos, aquelas em que mais de 60% dos municípios estavam
classificados pelo critério estabelecido. Dessa análise resultou a amostra objeto de
interferências para a construção do cenário normativo. A amostra é composta por 8
microrregiões que representa 32% do total de regiões (Figura 8.1), engloba 75 municípios
que possuíam em 2000 uma população de 851.732 habitantes e representa 41,8% da área
do Estado de Santa Catarina, conforme se pode observar no estudo detalhado apresentado
no Volume III.3 – Visão do Futuro.
Fonte: SAR
Página 242
agregação de tecnologia e agregação de valor às atividades desenvolvidas com a
participação da Epagri, Sebrae, das Secretarias de Desenvolvimento Regional, entre outras
entidades públicas ou privadas.
Para cada microrregião selecionada foram identificados os produtos mais importantes, para
os quais será proposto um aumento de produção e por conseqüência um aumento da
geração de trabalho e renda da região. Uma vez definidos os produtos, foi avaliada a
intensidade de crescimento que geraria necessidade de intervenção no sistema de
transportes de carga e passageiros. Após diversas simulações de crescimento da produção,
dos produtos selecionados nas microrregiões alvos, os números mostraram que para haver
uma demanda adicional de aproximadamente 10%, seria necessário o crescimento de 300
% para o ano 2023. Para a madeira, que tem um processo produtivo mais longo, essa
marca seria atingida em 2031. O Gráfico 8.2 mostra a simulação do aumento de demanda
de transporte em função da taxa de crescimento adicional dos principais produtos
escolhidos utilizados no cenário normativo.
Ano: 2023
12,0%
Aumento na Demanda Total de Transporte
10,0%
8,0%
6,0%
4,0%
2,0%
0,0%
0,0% 50,0% 100,0% 150,0% 200,0% 250,0% 300,0%
Taxa de crescim ento adicional dos principais produtos das 8 Microregiões
Página 243
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 244
Rodoviário partiu de uma O-D estruturada, usando um modelo matemático do tipo
gravitacional ou outro, tendo como variáveis a população, a frota de veículos, a motorização,
a distância entre origem e destino, etc., de forma a chegar à matriz que melhor se aproxime
das contagens volumétricas existentes.
Quanto às viagens especiais, pelo novo sistema de controle implantado recentemente pelo
DETER, foi possível conseguir apenas a quantidade de viagens realizadas nos 12 meses
anteriores à coleta desses dados, não coincidindo com o ano civil, quer sejam de outubro de
2006 a setembro de 2007, totalizando 125 viagens/dia.
Página 245
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
(M2001 ÷ M2000 ) + (M2002 ÷ M2001 ) + (M2003 ÷ M2002 ) + (M2004 ÷ M2003 ) + (M2005 ÷ M2004 )
Fc =
5
Onde:
Fc = Fator de Crescimento
M2000 = Movimentação de veículos no ano de 2000
M2001 = Movimentação de veículos no ano de 2001
M2002 = Movimentação de veículos no ano de 2002
M2003 = Movimentação de veículos no ano de 2003
M2004 = Movimentação de veículos no ano de 2004
M2005 = Movimentação de veículos no ano de 2005
O fator de crescimento resultante foi de 1,0039, o que corresponde a uma taxa de 0,39% ao
ano.
Considerando que esses dados são de serviços interestaduais e internacionais que atendem
o Estado catarinense, mas que servem também outros estados e países, essa tendência
encerra características que não são exclusivas de Santa Catarina. Por essa razão, optou-se
pela utilização da média das taxas de crescimento entre dois anos consecutivos, que se
revelou como a metodologia mais adequada na análise comparativa do ajustamento de
funções realizado para o transporte intermunicipal, conforme apresentado na seqüência
deste relatório.
Contudo, recomenda-se que, para anos posteriores a 2023, a projeção seja desenvolvida
com os novos dados na medida em que se tornarem disponíveis, em substituição aos ora
projetados.
Para a construção das matrizes de transporte nos horizontes do estudo, a projeção foi
realizada a partir dos dados de origem/destino relativos ao ano 2005, aplicando-se a eles o
fator de crescimento de 1,0039aa. As matrizes resultantes para os anos de 2008, 2011,
2015 e 2023 são apresentadas no Volume III.3 – Visão do Futuro.
Visando à construção dos cenários normativos para cada um dos anos do horizonte do
estudo, procurou-se estabelecer critérios que expressassem as características dos serviços
e pudessem explicar seu comportamento diante de intervenções preestabelecidas capazes
de alterar sua tendência atual de evolução, encaminhando o cenário para atender as
diretrizes expressas no Plano Catarinense de Desenvolvimento, quer sejam,
sustentabilidade ambiental com eqüidade socioeconômica regional, levando para o interior
do Estado as condições de vida que atualmente são fatores de atração migratória para a
faixa litorânea.
Porém, as diretrizes voltadas à melhoria das condições de vida no interior, apoio ao
empreendedorismo e à profissionalização só produzirão o efeito de reduzir o processo de
migração para o litoral, se combinadas com as ações vinculadas às diretrizes estabelecidas
para a dimensão “social”, que inclui saúde, assistência social, trabalho, renda, educação,
cultura e segurança. Estas sim, poderiam causar alterações nas demandas por transporte
coletivo de passageiros.
Assim, concluiu-se que, em conformidade com o PCD, o transporte de passageiros poderia
ser influenciado por ações voltadas para a saúde, educação, cultura (associada à vertente
Página 246
turística) e trabalho. Para definir a forma como essa influência se processaria, procedeu-se
uma classificação das linhas e serviços de transporte de passageiros, sem distinção entre
as jurisdições a que estão sujeitas. Neste sentido, em função de apresentarem
características operacionais diferentes e, principalmente, pelo fato de gerarem viagens por
motivos distintos, as linhas de transporte rodoviário de passageiros podem ser classificadas
como:
Outro aspecto a ser considerado está relacionado aos principais motivos das viagens, tanto
nas linhas curtas, quanto nas linhas longas. Esse aspecto deve ser considerado nos
cenários normativos, porquanto o comportamento quanto à variação da quantidade de
viagens depende, diretamente, das intervenções incidentes sobre fatores motivacionais de
viagens, podendo causar acréscimos ou decréscimos na demanda. Em relação ao desejo
de viagem, por parte do usuário, o que diferencia as duas classes de linhas é que nas linhas
curtas os principais motivos são trabalho e estudo, e nas longas, turismo, visita a parentes e
trabalho.
Para as linhas curtas, por analogia, foram aceitos as informações de PAIVA (2007), segundo
o qual cerca de 75% das viagens na Região Metropolitana de São Paulo, em 1997,
ocorreram por motivo de trabalho e educação. Essas informações estão detalhadas no
Plano Integrado de Transportes Urbanos para 2020, do Governo do Estado de São Paulo
(SÃO PAULO, 2007), cujos dados são mostrados no Gráfico 8.3.
6%
10%
Trabalho
10%
Educação
53% Outros
Saúde
Turismo
22%
Quanto às linhas longas, uma Pesquisa de Avaliação da Satisfação dos Usuários dos
Serviços das Empresas de Transporte Terrestre, realizada em 2005, pela ANTT, levantou os
motivos das viagens realizadas pelos entrevistados. Seu resultado, apresentado no Gráfico
8.4, dada a semelhança de mercado atendido, pode ser aplicado às linhas longas
intermunicipais.
Página 247
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
5%
6%
11%
36% Visitar Parentes
Trabalho
Turismo
Outros
14%
Saúde
Educação
28%
Página 248
CAPÍTULO 9 – EVOLUÇÃO DA MATRIZ DE
REPARTIÇÃO MODAL EM SANTA CATARINA
9 EVOLUÇÃO DA MATRIZ DE REPARTIÇÃO MODAL EM SANTA CATARINA
De acordo com o estudo Logística e Transporte para Produtos de Alto Valor Agregado no
Contexto Brasileiro, elaborado pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2004, para
a Agência Nacional de Transportes Terrestres, o transporte é o principal componente do
sistema logístico, tendo papel preponderante no desempenho das atividades de suprimento
de matéria-prima e distribuição de produtos acabados. A performance da função transporte
impacta diretamente no tempo de entrega, na confiabilidade e na segurança dos produtos.
O ambiente envoltório pode ser caracterizado pela alta competitividade, menores ciclos de
produção, menores ciclos de vida dos produtos e pressão por redução de custos
operacionais. Da mesma forma, a função transporte atende a uma demanda cada vez mais
exigente em termos de flexibilidade, velocidade e confiabilidade.
É importante destacar a influência que o tipo de produto a ser transportado tem na escolha
modal. Os tipos de produtos costumeiramente transportados por mais de um modal são
commodities, caracterizados como produtos de baixo valor agregado. Para que estes
Página 251
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Para produtos de maior valor agregado, o fluxo de transporte por mais de um modal
encontra-se em fase incubatória no Brasil. Embora existam alguns exemplos de soluções
logísticas que contemplem a utilização de mais de um modal, estas iniciativas ainda
esbarram em questões infra-estruturais, principalmente na disponibilidade de instalações
para integração entre os modais. Tecnicamente, a integração pode ocorrer entre vários
modais (aéreo-rodoviário, ferroviário-rodoviário, aquaviário-ferroviário, aquaviário-rodoviário)
ou ainda entre mais de dois modais. Nestas operações, os terminais intermodais possuem
papel fundamental na viabilidade econômica da alternativa.
58
60
50
40 Rodoviário
33
32
29 Ferroviário
30 25
Aqüaviário
20 13 Dutoviário
Aéreo
10 3,6 5
0,4 1
0
2005 2015 2020 2025
Fonte: PNLT
Gráfico 9.1– Matriz de Repartição Modal de Cargas Atual e Futura
Página 253
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Entretanto, quando a carga transportada é produto de alto valor agregado, ou seja produto
manufaturado, a matriz de transporte do Brasil se torna mais crítica. No estudo Logística e
Transporte para Produtos de Alto Valor Agregado no Contexto Brasileiro, elaborado pela
Universidade Federal de Santa Catarina em 2004, sumarizado na Tabela 9.2, para a
Agência Nacional de Transportes Terrestres mostrou que na pesquisa realizada em 2003,
para os principais setores produtivos do Brasil que a porcentagem do transportes rodoviário
é bem alta, atingindo 87%. O transporte ferroviário e a cabotagem por não estarem
adaptados a esse tipo de carga têm suas participações reduzidas, sendo os graneis
(minérios, grãos, combustíveis e produto químicos) que contribuem para uma melhor
performance desses modais. A melhoria do desempenho da ferrovia entre 2002 e 2005,
passando de 21% para 25% é decorrente aos investimentos realizados pelas
concessionárias nos últimos anos.
Tabela 9.2 – Repartição modal no Brasil para cargas de Alto Valor Agregado
Fonte: ANTT
a) Transporte rodoviário:
• maior flexibilidade e agilidade;
• menor tempo de percurso, em relação ao intermodal;
• menor investimento inicial, tanto na construção das vias quanto nos
veículos;
• possibilidade de serviço porta a porta;
• vias com abrangência nacional e características capilares;
• deterioração das estradas e conseqüente aumento de gastos em
manutenção;
• utilização intensiva e ineficiente de combustíveis de fontes esgotáveis
e de alto custo;
• elevado custo social (acidentes, congestionamentos, poluição);
• custeio dos serviços inadequado, pois ignora a remuneração do
investimento e o custo marginal total, acarretando em situação anti-
econômica grave;
• uso insuficiente de embalagens e dispositivos de carga adequados
(contêineres, pallets) e padronizados que reduzam os tempos de
carga e descarga.
Para transportar 58% das cargas brasileiras a frota de caminhões tem um total de 1.467.120
unidades (5% do total da frota brasileira); 116.630 empresas de transporte rodoviário;
carreteiros autônomos representam 85%; a idade média da frota era 18 anos em 2005,
segundo dados da CNT para 2005. (Ver Tabela 9.3)
Tabela 9.3 – Frota brasileira de caminhões e nº de registros por tipo de transportador – 2005
Fonte: CNT
b)Transporte ferroviário:
• baixa disponibilidade de serviços porta a porta;
• abrangência insuficiente da malha;
• maior necessidade de investimentos em infra-estrutura;
• grande capacidade de carga e menor consumo de combustível;
• traçado sinuoso e baixas velocidades;
• falta de terminais de integração.
O transporte ferroviário, normalmente caracterizado por seu custo fixo elevado e custo
variável relativamente baixo, se eficientemente operado, apresenta custos unitários
Página 255
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
A ferrovia no Brasil tem uma baixa densidade e está concentrada nas regiões mais
desenvolvidas, sendo muito pequena quando comparada com países de dimensões
continentais. Nas regiões Sul e Sudeste encontram-se as maiores densidades ferroviárias
do Brasil, fato que só recentemente foi modificado com a construção da Estrada de Ferro
Carajás, no Pará e Maranhão, nas décadas de 70 e 80, a Ferronorte e a Ferroeste, no Mato
Grosso do Sul e Paraná respectivamente, na década de 90 e recentemente a Ferrovia Norte
Sul no Maranhão e Tocantins. Essas ferrovias se destinam principalmente ao transporte de
granéis: minério de ferro, combustíveis e grãos agrícolas como pode ser visto no Gráfico
9.2.
2% 2% 3% 4%
7%
8%
63% 11%
Fonte: ANTT
As ligações ferroviárias entre as regiões do Brasil são ineficientes pelo traçado antigo, raios
pequenos e rampas fortes e longas, com exceção do Tronco Sul que liga as regiões
Sudeste e Sul, construído com características modernas na década de 60, e da ligação de
Campinas a Brasília, retificado e construído nas décadas de 60 e 70. Dados da ANTT
mostravam em 2005 que as velocidades máximas permitidas nas ferrovias brasileiras são
baixas, apenas 19% está acima de 50 km/h, resultado da manutenção postergada durante
vários anos, condição que está se modificando lentamente devido aos pequenos
investimentos das concessionárias na via permanente.
Página 257
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Produção do
Percentual de
Modal Transporte de Cargas
participação
(em TKU)
Rodoviario 25.906.743.192 79,87%
Ferroviário 2.305.423.000 7,11%
Aqüaviário 3.616.266.066 11,15%
Dutoviário 596.580.048 1,84%
Aeroviário 8.330.500 0,03%
Total 32.433.342.806 100,00%
Fonte: SIE/SC
Página 259
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Tabela 9.7– Trafego de cargas em ton/ano nos trechos catarinense da ALL - 2005
Trecho Toneladas/ano
A produção de transporte ferroviário total de 2005, conforme pode ser observado na Tabela
9.8, foi de 2.305.423.000 toneladas quilômetro útil (tku), que resulta numa distância de
transporte de apenas 345 km, menor que a do Brasil, 545 km, indicando uma má utilização
desse modal.
Produção do Transporte de
Ferrovias %
Cargas (TKU 10³)
ALL 2.122.723 92,1%
FTC 182.700 7,9%
Total 2.305.423 100,0%
Fonte: SIE/SC
Apesar do fraco desempenho da ferrovia em Santa Catarina, as ações da ALL têm pontos
em comum com os objetivos deste trabalho:
1) A Expansão da Malha:
A ALL com a aquisição da malha argentina teoricamente ampliou seu mercado e a distância
média de transporte, entretanto condições peculiares como a grande espera na alfândega
de Uruguaiana e as bitolas diferentes na Argentina, restringem uma maior utilização das
duas malhas unificadas.
Em relação as linhas anexadas da Ferroban, ex-Sorocabana, através de ato da ANTT,
foram de grande importância para a ALL, pois permitiram uma maior integração com o
Estado de São Paulo, desde o porto de Presidente Epitácio, no Rio Paraná, até Tatuí,
vizinha a Sorocaba, já na proximidade da Região Metropolitana de São Paulo, e do Parque
Industrial de Campinas. A aquisição da Brasil Ferrovias, possibilitou a ALL atuar no Estado
de São Paulo (Ferroban), no Estado do Mato Grosso Sul (Novooeste e Ferronorte).
2) Multimodalidade:
O transporte multimodal da ALL está apoiado no equipamento roadrailer (carreta com
rodado rodoviário e truque ferroviário), importado dos Estados Unidos. Trata-se de um
equipamento caro, quando comparado ao contêiner, e a ALL dispõe de poucas unidades
alocadas no fluxo entre Tatuí (SP) e Canoas (RS).
Para uma efetiva multimodalidade a ALL deveria utilizar o contêiner, que possibilitaria o
transbordo para as ferrovias com bitolas diferentes como da MRS (1,600 m), Ferroban
(1,600 m), Ferronorte (1,600 m), e ALL- Argentina (1,435 m), possibilidade essa que o
roadrailer não tem, pois seu truque é de bitola de 1,000 m.
3) Terminais de Integração
O número de terminais de integração implantados após a privatização é muito pequeno,
menos de 300 em todo o Brasil, 4 de malha da ALL e nenhum em Santa Catarina. A
integração modal não acontece sem os terminais, sendo portanto um dos pontos críticos da
política da ALL.
4) Via Permanente
A baixa velocidade operacional da ALL, e também das demais concessionárias, exceto a
EFVM e a EFC é o resultado de uma política equivocada de manutenção da via
permanente. O alto investimento necessário para manter a via permanente em condições de
operar com a velocidade de projeto, os prazos curtos das concessões e os contratos
equivocados permitiram que as concessionárias optassem em abandonar as linhas menos
importantes e postergar a manutenção das linhas principais.
Os Gráfico 9.3, Gráfico 9.4 e Gráfico 9.5 mostram as exportações e importações entre 2000
e 2004 dos portos de Imbituba, São Francisco do Sul e Itajaí, respectivamente.
Página 261
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
1.200.000,00
Toneladas
1.000.000,00
800.000,00 Exportação
600.000,00
400.000,00 Importação
200.000,00
-
2000 2002 2004
Fonte:BRDE
Gráfico 9.3 - Exportações e importações do porto de Imbituba
5.000.000,00
4.500.000,00
4.000.000,00
Toneladas
3.500.000,00
3.000.000,00 Exportação
2.500.000,00
2.000.000,00 Importação
1.500.000,00
1.000.000,00
500.000,00
-
2000 2001 2002 2003 2004
Fonte:BRDE
Gráfico 9.4 - Exportações e importações do porto de São Francisco do Sul
4.000.000,00
3.500.000,00
3.000.000,00
Toneladas
2.500.000,00 Exportação
2.000.000,00
Importação
1.500.000,00
1.000.000,00
500.000,00
-
2000 2001 2002 2003 2004
Fonte:BRDE
Gráfico 9.5- Exportações e importações do porto de Itajaí
O Estado de Santa Catarina é essencialmente exportador, do total da tonelagem
movimentada nos 3 portos, 80% é de exportação e apenas 20% é importação. Apenas o
Porto de Imbituba tem esses fluxos invertidos, ou seja 80% de importação (coque e produtos
químicos) e 20% de exportação, condição que não modifica o total de Santa Catarina pois
Imbituba representa apenas 10%.
Fonte: SIE/SC
Página 263
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Produção do Transporte de
Portos Percentual
cargas (TKU)
São Francisco Sul 1.825.032.675 50,5%
Itajaí 1.312.242.735 36,3%
Imbituba 478.990.656 13,2%
Laguna -
Total 3.616.266.066 100,0%
Fonte: SIE/SC
Fonte: Petrobras
O gasoduto que corta o litoral de Santa Catarina é uma ramificação do Gasoduto Brasil
Bolívia e abastece de gás natural as indústrias e os postos de abastecimento para os
veículos que utilizam o gnv (gás natural veicular). A movimentação de gnv em 2005 é
apresentada na Tabela 9.12.
Fonte: SCGás
Por fim, o transporte aéreo de carga em Santa Catarina é pouco representativo, 0,03%, e
ocorre apenas nos 3 principais aeroportos operados pela Infraero: Florianópolis, Joinville e
Navegantes. Devido a falta de linhas de carga aérea a todo o volume transportado utiliza os
porões das linhas regulares de transporte de passageiros. Atualmente apenas a linha de
correio postal, da empresa Total, atende o Aeroporto Hercílio Luz em Florianópolis, fazendo
a ligação com o Aeroporto Afonso Pena em Curitiba e Aeroporto Juscelino Kubitscheck em
Brasília. Não existem ligações internacionais e por isso um grande volume de carga segue
para São Paulo (Cumbica e Viracopos) via rodoviária.
Em 2005 o volume de carga aérea totalizou apenas 16,7 mil toneladas incluindo a carga do
correio postal.
Fonte: INFRAERO
A produção de transporte total, todos os modais, em 2005 atingiu 32,5 bilhões de toneladas
quilômetros úteis, que para um total de 82,3 milhões de toneladas de carga, distribuída nos
vários modais, conforme Tabela 9.14, resulta em uma distância média de transporte de 394
quilômetros. Essa curta distância mostra que principalmente os produtos manufaturados
catarinenses são produzidos próximos aos centros de consumo e dos portos exportadores.
São Paulo, Curitiba e Porto Alegre estão a menos de 500 km do território catarinense e os
portos de Itajaí e São Francisco do Sul, a menos de 50 km das regiões produtoras de
Blumenau, Jaraguá do Sul e Joinville.
Cargas movimentadas
Modal
(em TU)
Rodoviario 72.587.558
Ferroviário 2.627.613
Aqüaviário 5.240.166
Dutoviário 1.788.002
Aeroviário 16.661
Total 82.260.000
Fonte: SIE/SC
Página 265
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
A meta para o Brasil do PNLT de equilibrar os 3 modais (rodovia 33%, ferrovia 32% e
hidrovia 29%) não é factível para Santa Catarina devido às características da estrutura
geoeconômica e de transportes. O Estado não dispõe de um potencial hidroviário para a
navegação fluvial e as linhas ferroviárias atendem apenas parcialmente as regiões
produtoras. Por outro lado, a curta distância média de transportes é atendida
satisfatoriamente pela rodovia e a cabotagem já tem uma participação importante na matriz
de transportes.
Uma vez que a jurisdição dos modais operados em Santa Catarina é praticamente do
Governo Federal com excepção das rodovias estaduais e da operação de alguns portos, a
reversão da repartição modal está bastante condicionada a investimentos federais e a
algumas intervenções privadas no portos de Itapoá e Navegantes. Para a simulação de
cenários futuros foram considerados investimentos previstos no Plano Nacional de Logística
e Transportes para Santa Catarina dentro do Vetor Sul. As proposições contidas no Plano
Nacional de Logística e Transportes - PNLT têm por objetivo modificar a matriz de transporte
de carga de Santa Catarina e como conseqüência diminuir o custo total de transporte.
As intervenções rodoviárias previstas no Plano Diretor têm por objetivo expandir, aumentar a
capacidade e melhorar a segurança da malha rodoviária, mas admitindo que uma parte das
cargas sejam absorvidas por outros modais, entre os quais o ferroviário e o aquaviário. Para
isso foram previstas os seguintes tipos de intervenção:
Com estes tipos de intervenções é esperado adequar a malha rodoviária para os fluxos de
tráfego estimados para 2023, calculados para uma redução do transporte de cargas por este
modal de 80 para 60%. Previu-se igualmente que a malha rodoviária passará a permitir a
circulação do tráfego projetado sem muitos congestionamentos, com acentuada redução do
número e da importância dos acidentes e com adequado conforto para o usuário. para a
faixa dos 60%.
Com o objetivo de atingir a meta de 20% do transporte de cargas pelo modal ferroviário,
consideraram-se as seguintes intervenções previstas no PNLT até ao horizonte de 2023,
que consistem em:
• construção de terminais de carga ao longo do Tronco Sul (ferrovia de Mafra
a Lages) junto às interseções dos principais eixos rodoviários a qual tem
por objetivo quebrar o isolamento ferroviário do Estado de Santa Catarina e
usufruir do serviço já disponível de 5 pares por dia, de trens de contêineres
e vagões bimodais (ferrovia-rodovia), entre Tatuí, próximo a Grande São
Paulo e Pátio Industrial em Porto Alegre. O terminal de carga de Joinville
tem o objetivo de captar cargas com destinos aos estados de São Paulo,
Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal;
• novos trechos ferroviários (Ferrovia Litorânea) que tem por objetivo dotar
outras regiões com essa modalidade de transporte assim como dar acesso
ferroviário aos portos de Itapoá, Navegantes, Itajaí e Imbituba, bem como
estabelecer a conexão com a ferrovia FTC;
• novos trechos ferroviários (Ferrovia Leste-Oeste e Ferrovia Lages-Tubarão-
Imbituba) os quais têm como finalidade atender o Oeste Catarinense assim
como o novo Porto de Imbituba proposto pelo Master Plan.
A cabotagem, também classificada como transporte hidroviário, que hoje representa uma
parcela importante da matriz de carga, 11%, deverá atingir os 15%, em função da:
No modal aeroportuário está previsto dotar o Estado de Santa Catarina com uma rede de
aeroportos regionais (Regional Sul em Jaguaruna, Planalto Serrano em Correia Pinto e
Chapecó) integrada aos aeroportos da Infraero (Florianópolis, Joinville e Navegantes), os
quais deverão ser ampliados para atender a demanda crescente de passageiros e cargas. A
participação do transporte aéreo está estimada em 1%.
Finalmente no que diz respeito ao modal dutoviário espera-se que com ações e políticas do
Governo Federal através da Petrobras, a participação desse modal cresça como em todo o
Brasil, e venha a atingir uma participação estimada em 3%.
Deste modo o cenário futuro apresentado tem como meta final até ao ano horizonte deste
estudo, o ano de 2023, a busca por um maior equilíbrio entre os modais rodoviário,
ferroviário, aqüaviário aeroviário e dutoviário, diminuindo a participação da rodovia de de 80
para 61%, aumentando de de 7 para 20% a participação do modal ferroviário, aumentando
de 11 para 15% a participação do modal aqüaviário. Complementado a matriz o modal
dutoviário seria responsável por 3% e o aéreo por 1%.
No mapa representado na Figura 9.2, estão indicados todos os modais, atrás descritos que
se referem à situação no ano de 2023.
Página 267
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Tendo em conta as projeções previstas, ao longo do período previsto para o Plano Diretor
Rodoviário, para os modais rodoviário, ferroviário, aqüaviário, dutoviário e aeroviário, a nova
matriz de repartição modal para o horizonte temporal deste estudo é apresentadas na
Tabela 9.15.
Tabela 9.15 – Matriz de Repartição Modal Projetada para Santa Catarina: 2005-2023
Participação em %
Modal
2005 2008 2011 2015 2023
Rodoviario 79,87 77,96 74,5 67,5 61
Ferroviário 7,11 8 10 15 20
Aqüaviário 11,15 12 13 14 15
Dutoviário 1,84 2 2 2,5 3
Aeroviário 0,03 0,04 0,5 1 1
90%
80%
70%
61%
50%
30%
7% 20%
11% 15%
10% 2% 3%
1%
-10%
2005 2008 2011 2015 2023
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CAPÍTULO 10 - A MALHA RODOVIÁRIA FUTURA
10 A MALHA RODOVIÁRIA FUTURA
Em função da evolução das matrizes de origem e destino obtidas a partir das diretrizes
resultantes da visão do futuro, descrita no capítulo anterior, foi utilizado o modelo de
previsão de demanda CUBE_PDR/SC, depois de devidamente calibrado, para prever e
analisar a demanda e o comportamento das malhas futuras.
Para o presente Plano Diretor Rodoviário foram adotados os mesmos períodos de análise
de intervenções que aqueles definidos pelo PNLT – Plano Nacional de Logística e
Transportes (2008-2011, 2012-2015 e 2016-2023). A adoção desses períodos quadrienais
visa possibilitar uma melhor avaliação conjunta das intervenções propostas. Dado que é
difícil prever a evolução da demanda e da malha nos últimos dois períodos quadrienais
(2016-2023), considerou-se um período único de oito anos, o qual poderá ser desdobrado
com bastante mais precisão durante o monitoramento do atual PDR/SC no período de 2012
a 2015. Deste modo a análise das malhas futuras é feita considerando a sua situação no
final de 2011, 2015 e 2023.
Na avaliação das malhas futuras, além dos períodos referidos no parágrafo anterior, foram
igualmente tidos em consideração os dois cenários previstos na visão do futuro descrita no
capítulo anterior: o Cenário Tendencial e o Cenário Normativo. Verificou-se, contudo, que
o desenvolvimento previsto no cenário normativo para os distritos mais carentes, na
tentativa de evitar a migração das populações para o litoral catarinense, não afetou de forma
sensível a malha rodoviária dessas regiões, uma vez que o aumento na geração e atração
de tráfego resultante de uma evolução no grau de motorização e na renda nesses distritos,
se deu onde a malha não apresentava níveis de saturação para as rodovias que serviam
essas regiões. Deste modo, em termos rodoviários, os dois cenários são idênticos, já em
termos de transportes coletivos poderá haver necessidade de aumentar o número de rotas e
de freqüências de ônibus para melhor servir as regiões em causa.
Página 273
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Como se pode verificar na Tabela 10.1, o PDR/SC já prevê a reversão das taxas de
crescimento altas que se têm verificado nos últimos 4 anos (2003 a 2007) que chegaram a
atingir picos de 10,5 % ao ano para veículos leves e 8,2 % para veículos comerciais. Neste
PDR/SC a média do período de 2008 a 2011, rondam os 4,7% ao ano para carros de
passeio e veículos de carga e estas taxas vão decrescendo até ao ano horizonte de 2023.
O presente PDR/SC não é mais do que uma “fotografia“ da primeira rodada do Sistema de
Planejamento Rodoviário implementado no DEINFRA, tendo em consideração os objetivos
macro-econômicos do Governo do Estado e tendo em consideração algumas restrições
financeiras do Estado. Caberá, no entanto, à equipe que irá monitorar o atual PDR/SC e
seus impactos, a atualização dessas taxas de crescimento em função das medidas que
forem sendo tomadas. É fundamental que esta equipe lute pela necessidade de o Governo
Federal implementar as infra-estruras previstas para os outros modais (ferroviário e
hidroviário) e pela implementação de transportes coletivos de massa que possam reduzir as
viagens individuais com carro próprio, principalmente, nas grandes regiões metropolitanas.
O processo de definição e avaliação das s rodoviárias futuras pelo modelo CUBE foi
conduzido tendo em consideração a malha atual de 2007 e o modelo calibrado em função
dos volumes de tráfego contados durante os anos de 2006 e 2007. Desta forma o modelo
determinou os volumes de tráfego em cada trecho da malha rodoviária de 2007 para a
situação de 2011 e, como resultado dessa demanda, evidenciou os principais efeitos dessa
demanda naquela malha, tais como níveis de serviço, cargas de tráfego em rodovias
pavimentadas e não pavimentadas, etc..
Com base nestes dados que mostraram a existência de volumes altos ou próximos da
saturação em alguns trechos de diversos itinerários da malha de 2007 com os tráfegos de
2011, foram definidas as principais intervenções a realizar nessa malha – rodovias novas,
duplicações, pavimentações, aumentos de capacidade, segurança de trânsito, restaurações,
etc. – passando a malha de 2007 mais as intervenções a realizar entre 2008 a 2011 - a
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constituir a malha rodoviária de 2011. Pelo mesmo processo e utilizando a demanda de
tráfego para 2015 e 2023 foram definidas as malhas rodoviárias de 2015 e 2023. Pondo esta
metodologia em termos de fluxograma ela apresentaria o seguinte aspecto:
Página 275
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 276
A análise dos VMDA´s e Níveis de Serviço de 2011 apresentados nos mapas das figuras
anteriores, mostra que determinados trechos de rodovias realmente precisam de
intervenções para melhor responder à demanda no referido ano. Por outro lado, trechos de
rodovias não-pavimentadas com mais de 500 veículos/dia, necessitam ser pavimentados
visando à minimização dos custos operacionais e de manutenção rodoviária. Acresce-se
ainda que o objetivo expresso nas diretrizes do Plano de Desenvolvimento Catarinense SC-
2015 para que se pavimentem os acessos aos municípios que ainda não disponham dessa
facilidade, conduziu à pavimentação de trechos rodoviários que ainda possuem um tráfego
baixo.
Tendo conhecimento das restrições financeiras dos cofres públicos estaduais e das
premissas apresentadas nos parágrafos anteriores foram realizadas várias simulações de
intervenção na malha de rodoviária tendo como objetivo um adequado equilíbrio entre
investimentos e eficiência para a malha rodoviária de 2011. Deste modo, foram
selecionadas aquelas intervenções rodoviárias nos segmentos críticos anteriormente
identificados, com a sua execução prevista para o período de 2008 até final de 2011, que ao
final apresentaram os melhores indicadores de tráfego (volumes, níveis de serviço e
velocidades projetadas). Essas intervenções selecionadas por esse processo são mostradas
no mapa da Figura 10.4, as quais conduzem à definição da malha rodoviária de 2011.
Página 277
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Por processo idêntico e tendo agora como base a malha rodoviária de 2011, foram
analisados os volumes de tráfego (VMDA) e os níveis de serviço (NDS) previstos pelo
modelo para os anos de 2015, os quais se apresentam nas Figura 10.5 e Figura 10.6 para
um melhor acompanhamento do raciocínio seguido.
Página 278
Da mesma forma a análise dos VMDA´s e dos Níveis de Serviço de 2015 apresentados nos
mapas das figuras e tabelas anteriores, mostram que determinados trechos de rodovias
precisam de intervenções para melhor responder à demanda no referido ano. Continuando
igualmente a ter em conta os outros objetivos expressos já descritos no processo que
conduziu à malha de 2011, foram selecionadas aquelas intervenções rodoviárias nos
segmentos críticos anteriormente identificados, que ao final apresentaram os melhores
indicadores de tráfego (volumes, níveis de serviço, velocidades projetados). As intervenções
selecionadas por esse processo são mostradas no mapa da Figura 10.7, as quais conduzem
à definição da malha rodoviária de 2015.
Continuando com o mesmo processo adotado para os períodos anteriores e tendo agora
como base a malha rodoviária de 2015, foram analisados os volumes de tráfego (VMDA) e
os níveis de serviço (NDS) previstos pelo modelo para os anos de 2023, os quais se
apresentam nas Figura 10.8 e Figura 10.9.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 280
Os VMDA´s e os Níveis de Serviço de 2023, apresentados nos mapas das figuras
anteriores, mostram de novo que determinados trechos de rodovias precisam de
intervenções para melhor responder à demanda no referido ano. As intervenções mostradas
no mapa da Figura 10.10, foram previstas, em relação a malha rodoviária de 2015, para o
período de 2016 a 2023, as quais conduzem à definição da malha rodoviária teórica de
2023.
Antes de se chegar à malha rodoviária do Plano Diretor – 2023, foram realizadas várias
simulações para testar o comportamento da rede. Estas simulações tinham por objetivo
verificar se determinadas intervenções fossem realizadas nas malhas estudadas, se elas
conduziram a um aprimoramento da malha teórica de 2023, a que se chegou pela
metodologia utilizada e descrita anteriormente.
Um dos exemplos foi a simulação que partia do princípio de que toda a BR-116 seria
duplicada com o objetivo de desviar parte do tráfego da BR-101 que, em 2023, entre a
região de Florianópolis e a divisa SC/PR, exigirá 3+3 faixas de tráfego naquele trecho da
referida rodovia. O resultado foi negativo e não se verificou um desvio acentuado de
veículos para a BR-116. Uma das razões pode ser resultado do modelo considerar, para o
tráfego de passagem, não só o traçado e a geometria das BR´s dentro do Estado de Santa
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Catarina, mas sim o traçado entre o ponto inicial e final da viagem, podendo, nestes casos,
o traçado nos outros estados não ser o mais indicado para os objetivos ou para uma maior
rapidez da viagem.
Outro exemplo de simulação interessante foi aquela que mostrou que o novo trecho da SC-
284 entre a BR-116 e a SC-345, perto de São Joaquim, para o qual se pensava ter um
volume alto já em 2015 por poder conduzir o tráfego para a região Sul do estado. O
resultado da simulação mostrou que a atração desta rodovia não era tão interessante como
se pensava, o que motivou que a sua construção fosse postergada para 2023.
Ainda um outro exemplo de simulação interessante foi o caso da nova BR-475 (PDR475
neste estudo) que foi introduzida na malha para servir de acesso ao Porto de Imbituba. Para
esse porto se prevê ampliações de elevado monto, que deverão atrair cargas do Estado e
de outros estados vizinhos, dada a possibilidade que este deverá possuir para poder
receber navios de grande tonelagem já que o local naturalmente já permite grandes calados.
Nesta simulação acrescentou-se esta rodovia à malha matemática, com características
geométricas adequadas para grande volume de tráfego pesado, esperando-se que essa só
viria a revelar interesse em 2023, com a efetiva operação do Porto de Imbituba. O resultado
da aplicação do modelo revelou, no entanto, que já em 2015, um dos seus trechos
apresentava volume de tráfego desviado significativo, que poderia justificar a sua
construção.
Com base nas diversas simulações realizadas, objetivando uma melhor resposta da malha à
demanda dos tráfegos futuros, foi aprimorada e definida a malha do Plano Diretor
Rodoviário - 2023, a qual se mostra a seguir na Figura 10.11. Esta malha será avaliada nos
seus mais variados aspectos no capítulo seguinte desta síntese.
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CAPÍTULO 11 - PLANO DIRETOR RODOVIÁRIO
11 PLANO DIRETOR RODOVIÁRIO
Uma vez que a metodologia e as ferramentas utilizadas para a definição da malha rodoviária
do PDR/SC – 2023, foram os mesmos utilizados na análise da malha PDR/SC – 2007,
dispensa-se, neste sub-capítulo, a apresentação da modelação da malha para a utilização
dos modelos de previsão de demanda CUBE e de previsão das intervenções de
manutenção e do estado de conservação HDM. No caso de qualquer dúvida que
eventualmente surja em relação à metodologia dessas modelações, deverá ser consultado o
sub-capítulo 6.8 e 7.2 desta síntese ou o Volume II-8 das ferramentas de planejamento que
se referem a modelação da malha matemática.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
A malha rodoviária do PDR/SC – 2023 é a malha que se prevê existir em 2023, definida com
base no modelo matemático de previsão de demanda, de acordo com os procedimentos
expostos no capítulo anterior. Esta malha foi complementada, em relação à de 2007, com
um conjunto de rodovias novas, vários trechos de pistas simples foram duplicados para 2+2
ou 3+3 faixas de tráfego, outros trechos que já tinham uma seção de 2+2 faixas foram
alargados para 3+3 e um significativo número de trechos de rodovias em revestimento
primário ou leito natural foram pavimentados com tratamento superficial ou concreto
asfáltico.
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• Aumento de Capacidade (aumento do número de faixas por pista
derolamento)) – representam intervenções destinadas a aumentar a
capacidade das rodovias já existentes; consistem na transformação de um
trecho rodoviário de pista simples para um trecho rodoviário com seção
transversal ampliada para 4 (2+2) ou para 6 (3+3) faixas de tráfego;
• Aumento de Capacidade (Alargamento de Trechos Rodoviários) – este
tipo de intervenção refere-se a trechos rodoviários já duplicados com 2+2
faixas de tráfego e que deverão passar para 3+3 faixas de tráfego;
• Pavimentação – como o próprio nome indica esta intervenção consiste na
pavimentação asfáltica de trechos rodoviários em revestimento primário ou
em leito natural;
• Restauração ou Reabilitação de Rodovias – trata-se da recomposição de
rodovias que, por falta de manutenção adequada na época devida, se
deterioraram de tal modo que já não podem, com simples intervenções de
manutenção, proporcionar a circulação do tráfego em condições
adequadas, ou reforços no pavimento de rodovias que apresentam sinais
graves de deterioração do pavimento e que podem comprometer a sua
estrutura;
• Restauração ou Reabilitação de Obras de Arte Especiais – são
intervenções que prevêem trabalhos importantes de manutenção em obras
de arte especiais – pontes, viadutos, túneis e contenções importantes –
com a finalidade de voltarem a permitir restabelecer as condições
estruturais para as quais foram construídas ou mesmo para eliminar
eventuais restrições à circulação de algum tipo de veículo;
• Aumento de Capacidade Pontual e Segurança de Trânsito – trata-se de
intervenções pontuais em trechos rodoviários para resolver gargalos na
circulação rodoviária, como terceiras faixas em trechos de pendente muito
acentuada, o alargamento de pontes que têm uma largura bastante inferior
à plataforma da rodovia (pista mais acostamento) e a modificação de
interseções confusas, complicadas e inseguras;
• Segurança de Trânsito – dizem respeito à eliminação de pontos críticos
na infra-estrutura rodoviária, onde se têm registrado volume anormal de
acidentes de conseqüências graves (mortes e feridos);
• Manutenção e Conserva – são intervenções de rotina na malha rodoviária
destinada a manter a rodovia em boas condições, quer no que se refere à
sua operacionalidade, quer no que se refere ao bom funcionamento dos
seus elementos construtivos (bueiros, valetas, taludes, selagem de trincas,
remendos em panelas, etc.).
Tendo em vista facilitar a elaboração dos planos quadrienais dos órgãos rodoviários
federais e estaduais, as intervenções foram agrupadas por jurisdição e por períodos de
execução. Como já foi referido atrás, os diferentes tipos de intervenções previstas para a
malha, foram selecionadas com base:
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
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Tabela 11.1– Intervenções Previstas no PDR/SC (continua)
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Tabela 11.1 – Intervenções Previstas no PDR/SC (continuação)
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
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Tabela 11.1 – Intervenções Previstas no PDR/SC (continuação)
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
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Tabela 11.1 – Intervenções Previstas no PDR/SC (continuação)
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
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Para visualizar os conjuntos de intervenções a introduzir na malha rodoviária para que ela
possa responder às exigência da demanda no final do período do PDR/SC – 2023, foi
elaborado o mapa da Figura 11.1 que se apresenta a seguir:
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
A malha de 2023, tal como a de 2007, é constituída por um conjunto de rodovias de vários
tipos, de várias jurisdições, de diferentes categorias e com volumes de circulação bem
diferentes, cobrindo todo o território do estado e dando uma boa acessibilidade a todos os
aglomerados e municípios do Estado, tal como se mostra no mapa da Figura 11.2. Uma
completa relação destes elementos, caracterizantes da malha rodoviária, faz parte do
Volume III.5 do Plano Diretor Rodoviário e, nesta síntese, apenas se fará uma sumária
apresentação, por meio de gráficos e mapas, daqueles que se revelem mais importantes
para caracterizar a malha rodoviária.
Na descrição que se segue sobre diferentes aspectos da malha irá aparecer várias vezes a
referência a “links” da malha. Este termo, relacionado com a rede matemática utilizada pelo
modelo de análise e previsão de demanda CUBE, refere-se a um trecho ou sub-trecho de
uma rodovia.
Página 298
• Principais Rotas
Página 299
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Catarina aproveita a existência dessas rotas para melhorar as suas ligações com estados ou
países vizinhos. Seguidamente faz-se uma breve descrição das novas rotas resultantes da
malha rodoviária PDR/SC – 2023, além daquelas que já haviam sido descritas na malha de
2007.
• Este Oeste Norte/Centro: SC-473/480/281/352 – com uma extensão de
aproximadamente 584 km, esta nova rota se desenvolve desde o oeste do
estado (imediações de Guaraciaba) até ao litoral centro (Alfredo Wagner),
passando por São Lourenço do Oeste, Abelardo Luz, Caçador, Santa
Cecília, Taió, Rio do Sul e Ituporanga. É um itinerário que passa a ser um
boa alternativa para parte do tráfego nas BR’s 282 e 470.
• Este Oeste Sul: BR-386/BR-283/SC-284/SC-345 – esta nova rota que se
desenvolve desde as imediações de Iporã do Oeste, bem no oeste do
estado, até ao sul do Estado, na região de Tubarão e Criciúma, tem uma
extensão de 618 km e liga uma série de centros importantes no sudoeste
ao planalto do Estado como Palmitos, Chapecó, Concórdia, Piratuba, Celso
Ramos, Anita Garibaldi, Campo Belo do Sul, Capão Alto, São Joaquim. Tal
como a rota anterior este novo itinerário permite um bom desdobramento
da BR-282.
• Litoral Sul Planalto: BR-475 – com uma extensão de 235 + 32 km esta
rota permite uma ligação rodoviária direta e com boas características entre
a parte sul do Estado, principalmente o Porto de Imbituba, e o planalto.
Passará a ser, quando construída, a única ligação do sul do Estado com o
planalto com boas características para a circulação de veículos de carga,
que hoje utilizam as BR’s-282 e 101.
• Norte Sul Oeste BR-158/SC-157 – com a construção do trecho da BR-158
entre a BR-282 e Bom Jesus do Oeste, cria-se uma nova rota importante
sul norte, a qual com 105 km de extensão estabelece não só a ligação
entre os estados do Rio Grande do Sul e Paraná, como também liga a
região sudoeste do Estado (Palmitos) à região noroeste (Campo Erê),
fazendo conexão com a BR-282 nas imediações de Maravilha.
• Extensão da Malha
Não Pavimentadas
Jurisdição Leito Natural Revest. Primário Pavimentadas Total
Federal 0,00 0,00 2.646,03 2.646,03
Estadual 1.141,86 169,17 6.255,83 7.566,86
Municipal 126,98 47,70 663,07 837,75
Total 1.268,85 216,87 9.564,92 11.050,64
Fonte: Consórcio PROSUL-SCETAUROUTE - 2007
Página 300
• Tipos de Rodovias
Em relação aos tipos de pavimentos a distribuição dos diversos arcos e a extensão que
constituem a malha rodoviária do PDR/SC é apresentada seguidamente:
Nr Links Extensão
No que diz respeito á constituição e largura da pista, a distribuição dos arcos e a extensão
da malha é apresentada a seguir:
Página 301
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Nr Links Extensão
3,1% 0,1% 2,3%
12,1% 10,1% 2 Faixas
2 Faixas
4 Faixas 4 Faixas
84,7% 87,6% 6 Faixas
6 Faixas
8 Faixas 8 Faixas
• Hierarquia da Malha
Nr Links Extensão
20,8% 25,7%
Primária Primária
49,0% 41,5%
30,3% Secundária Secundária
32,8%
Terciária Terciária
• Entorno
Página 302
Nr Links Extensão
11%
43%
57% Rural Rural
Urbano Urbano
89%
• Tráfego
No que se refere à distribuição do tráfego pelos diversos “links”, foram elaborados inúmeras
formas de o representar, embora nesta síntese se tivesse optado por mostrar apenas esta,
que mostra a distribuição dos “links” por faixas de tráfego, podendo-se facilmente inferir as
extensões de rodovias em cada uma das faixas de tráfego.
10.000 15.000
Classe 300 a 1.000 a 3.000 a 5.000 a Mais de
0 a 300 a a Soma
VMDA (vpd) 1.000 3.000 5.000 10.000 20.000
15.000 20.000
Nr Links 106 248 488 220 312 118 62 182 1.736
% Links 6,1 14,3 28,0 12,7 18,0 6,8 3,6 10,5 100,0
11.050,
Ext (km) 1.134,5 2.057,1 3.191,4 1.416,9 1.663,7 494,2 230,2 862,6
6
% Km 10,3 18,6 28,8 12,8 15,1 4,5 2,1 7,8 100,0
Nr Links Extensão
10,5% 6,1% 0 a 300 2,1% 7,8%
3,6% 4,5% 0 a 300
6,8% 300 a 1.000 10,3% 300 a 1.000
14,3% 18,6%
1.000 a 3.000 15,1%
1.000 a 3.000
18,0% 3.000 a 5.000
28,0% 12,8% 3.000 a 5.000
12,7% 5.000 a 10.000 28,8% 5.000 a 10.000
10.000 a 15.000 10.000 a 15.000
15.000 a 20.000 15.000 a 20.000
Mais de 20.000 Mais de 20.000
• Indicadores da Malha
Página 303
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Tal como foi feito em relação à malha de 2007, faz-se neste sub-capítulo uma avaliação da
malha de 2023 nos seus variados aspectos. Como já foi referido a malha do PDR/SC - 2023,
foi resultado da aplicação das ferramentas de planejamento, sobretudo os modelos de
Análise e Previsão da Malha (CUBE) e da Análise da Condição da Malha (HDM), assim
como do trabalho conjunto entre os técnicos do consórcio e os técnicos dos vários setores
do DEINFRA.
Na análise e avaliação da malha de 2007, para cada aspecto analisado eram dados alguns
conceitos para melhor se compreender a avaliação realizada. Nesta análise relativa a malha
do PDR/SC - 2023, para que o documento não se torne repetitivo, dispensou-se a
apresentação desses conceitos, até porque se crê que esta avaliação vai ser lida na
sequência da análise da malha 2007 realizada no capítulo 7 desta síntese.
Dentro dos mesmos critérios utilizados para a malha PDR/SC - 2007 elaborou-se o mapa da
Figura 11.4 que mostra as regiões com melhor acessibilidade e as regiões com maior
distância a uma rodovia da malha rodoviária principal.
Página 304
Fonte: Consórcio SCETAUROUTE-PROSUL - 2008
O mapa da Figura 11.4 dá bem uma idéia da melhoria na acessibilidade da malha a todo o
território do estado, comparada com a malha de 2007. Na Figura 11.5 apresenta-se um
outro mapa, semelhante ao anterior, mas que mostra a acessibilidade a partir somente das
rodovias pavimentadas.
Mesmo considerando apenas a acessibilidade a partir das rodovias pavimentadas verifica-
se, ainda assim, uma boa acessibilidade e não se nota uma diferença muito sensível em
relação ao total das rodovias, não havendo muitas áreas a mais de 10 km de distância de
rodovias pavimentadas.
Página 305
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
b) Demanda de Tráfego
O Volume III.5 – Plano Diretor Rodoviário, disponibiliza para cada trecho da malha
PDR/SC -2023, todos os dados de tráfego, por VMDA, por categoria de veículo, pela 30ª.
hora, por VEAL (veículos equivalentes de carros de passeio) etc. Nesta síntese apresentam-
se apenas os valores mais significativos de forma a chamar-se a atenção para qualquer
proposta ou a justificar-se qualquer intervenção. Esta análise sumária do tráfego é feita com
base em faixas, as quais permitem dar uma idéia bem nítida da carga de tráfego nos
principais arcos da malha e é mostrada nos sub-capítulos que se seguem, fazendo-se
alguns comentários para que melhor se possam interpretar os valores que se apresentam.
Página 306
A demanda de tráfego em 2023 foi calculada pelo modelo de previsão de demanda depois
de devidamente calibrado com a malha de 2007, calibração esta feita com base nas
contagens realizadas nas centenas de postos distribuídos pela maioria dos trechos da
malha rodoviária de Santa Catarina. Os resultados calculados pelo modelo para os diversos
anos horizonte (2011, 2015 e 2023) revelaram-se coerentes com as situações esperadas e
são apresentados através dos VMDA´s por categorias de veículos e por outros indicadores
que traduzem a demanda de tráfego na malha, como foi referido anteriormente.
Os principais VMDA´s na malha do PDR/SC - 2023 verificam-se, como já era do
conhecimento geral e como já tinha acontecido para a malha de 2007, em algumas rodovias
da ilha, na BR-101, BR-470, BR-282, BR280, e em algumas rodovias estaduais nos trechos
urbanos de acesso às maiores cidades. Os valores chegam a perto de 117.000 veículos na
BR-101 entre S.José e a Via Expressa, 260.000 na própria Via Expressa, 52.000 na SC-401,
33.000 na SC-404, 40.000 na BR-280 e 30.000 nos acessos a Criciúma. Uma vez que estes
valores se referem a VMDA´s, isso significa que em determinadas dias de “peak” os
volumes podem chegar, em alguns casos, ao dobro do VMDA.
Nas Tabela 11.4, Tabela 11.5 e Tabela 11.6 mostram-se os principais VMDA´s nos
principais trechos rurais de rodovias de 6, 4 e 2 faixas, por serem os mais significativos em
termos da malha rodoviária. No Volume III.5 são apresentados os tráfegos, por categorias
para todos os trechos da malha.
Página 307
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 308
Onde:
VL – Veículos Leves + 50% de Motos
ON – Ônibus
VC1 – Veículos de Carga
VC2 – Reboques e Veículos Especiais
Para uma melhor visualização dos tráfegos que demandam a malha, elaborou-se o mapa da
Figura 11.6 que apresenta os volumes médios diários anuais de tráfego, separados por um
conjunto de faixas que melhor traduziram os volumes existentes.
A visualização no mapa mostra de uma forma muito evidente que os principais VMDA’s se
desenvolvem na faixa litorânea. Só nessa faixa se verificam VMDA’s superiores a 40.000
veículos, com uma interiorização da BR-470 até um pouco além de Rio do Sul. Na metade
Oeste do Estado são poucos os trechos que chegam perto dos veículos.
Embora um Plano Diretor Rodoviário seja um estudo de caráter geral que estabelece as
diretrizes para uma malha de uma forma global, tendo em consideração os volumes
previstos para o ano de 2023, o consórcio regionalizou um pouco o estudo para mostrar
Página 309
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
algumas particularidades do tráfego na ilha, as quais serão analisadas nas propostas
técnicas, mais à frente apresentadas neste capítulo.
No mapa da Figura 11.7 são representados graficamente, por classe de volumes,os fluxos
de tráfego projetados para o ano de 2023 por segmento da malha do PDR/SC desse ano.
Esclarece-se, contudo que não havendo dados sócio-econômicos detalhados para cada
distrito em que se considerou dividido o município de Florianópolis, esses resultados
deverão ser vistos com algumas reservas, muito embora eles pareçam estar coerentes com
a restante parte da malha. Por exemplo, os volumes alocados para a via expressa entre a
Cabeceira da Ilha e o Entroncamento com a BR-101 incluem uma parcela dos fluxos que
hoje, por conveniência pessoal ou pela busca de rotas com os melhores níveis de serviço,
utilizam rotas alternativas com destinos a São José, a Barreiros e até a Palhoça e Biguaçú
(estradas antigas de Florianópolis àquelas cidades).
Realça-se aqui, ainda, que durante a elaboração mais detalhada de um estudo
regionalizado para essa importante área metropolitana do Estado, deve-se adicionar à
malha de estudo existente para a região, links rodoviários que integram as antigas rotas de
ligação entre as cidades referidas no parágrafo anterior e que hoje fazem parte integrante
das redes viárias municipais. Adicionalmente deve-se ter também em conta os dados de
tráfego dos novos postos de coleta de dados de tráfego recentemente instalados como esse
na Via Expressa Sul e a instalar na Via Expressa de ligação à BR-101. É claro que,
dependendo da abrangência e do nível de detalhamento que se deseja, ainda outros postos
de coleta poderão ser requeridos.
Página 310
b.2.1) Total de Veículos Leves na Malha 2023 em VMDA
O mapa da Figura 11.9 apresenta o percentual de veículos pesados na malha rodoviária que
é bem significativo. Cerca de 1/3 dos segmentos da malha do PDR/SC possuem porcentual
de veículos pesados acima de 15% do total de veículos em 2023.
No mapa da Figura 10.3 é possível visualizar as rodovias com maior proporção de veículos
pesados, separadas por faixas de porcentagem.
Página 311
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Neste mapa facilmente se constata que uma boa parte das rodovias principais da malha
rodoviária de 2023 apresentam percentual de veículos pesados bem altos, em bastantes
casos superiores a 40%.
Página 312
Fonte: Consórcio SCETAUROUTE-PROSUL - 2008
O tráfego de passagem pelo estado de Santa Catarina tem níveis bastante significativos e a
tendência é que eles sejam cada vez maiores. Na BR-101 os valores são sempre acima de
7.000 veículos por dia, sendo que o tráfego de veículos pesados representa mais de 90%
desse volume. Na BR-153, esse volume supera os 4.000 vpd e sendo que os veículos
pesados representam mais de 92% desse total.
Página 313
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Página 314
este tipo de estudo. Na Figura 11.12 os níveis aparecem bem aceitáveis (salvo na SC-401
no acesso ao aeroporto e na SC-406) porque foi previsto o alargamento das rodovias
existentes para aumentar a sua capacidade. No entanto, os tráfegos e as melhorias
previstas para as rodovias da ilha, deverão ser analisados de uma forma especial e para
isso foi feita uma proposta especifica que se encontra no item 10.5 desta síntese.
Página 315
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Estão presentes neste cenário todos os trechos que na condição BASE eram não
pavimentados e cuja pavimentação foi prevista ao longo do período do PDR/SC e mais
aqueles novos que viriam a ser construídos durante o período de análise.
Os segmentos que permaneceram não pavimentados não entraram nesta avaliação, uma
vez que a irregularidade longitudinal deles é muito alta e de qualquer forma a evolução
deste índice é muito dinâmica para uma rodovia não pavimentada, cuja condição varia de
uma forma muito rápida.
A Tabela 11.7 e o Gráfico 11.1 apresentados a seguir exibem o resumo dos dados de
condição do pavimento da malha rodoviária pavimentada do PDR/SC - 2023, segundo a
irregularidade longitudinal.
Extensões em km
Faixa de IRI
Federais % Estaduais % Municipais % TOTAL %
Bom (menor
1.994,21 75 3.931,75 63 390,23 59 6.316,19 66
que 3,0)
Regular (entre
635,67 24 2.009,86 32 194,37 29 2.839,90 30
3,0 e 4,0)
Mau (maior que
16,15 1 314,22 5 78,47 12 408,84 4
4,0)
TOTAIS 2.646,03 28 6.255,83 65 663,07 7 9.564,93 100
Página 316
7.000,00 MUNICIPAL
6.000,00 FEDERAL
ESTADUAL
Extensão (km)
5.000,00
4.000,00
3.000,00
2.000,00
1.000,00
0,00
BOM REGULAR MAU
Estado de Conservação
Página 317
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Pelo mapa apresentado pode-se observar que o estado de conservação da malha rodoviária
do PDR/SC é de uma forma geral bastante satisfatório.
Este panorama leva em conta apenas a execução da política de manutenção periódica
padrão, adotada neste estudo. Se fossem representados aqui os resultados da alternativa
BASE, que prevê apenas a execução de tapa buracos ao longo de todo o ciclo de vida
teríamos apenas rodovias em mau estado.
Como se referiu, quando da análise da malha de 2007, uma malha rodoviária é sempre
dinâmica e vai evoluindo, quase que naturalmente, em função do ordenamento do território,
do desenvolvimento regional que, naturalmente, influem nos níveis de urbanização,
motorização, renda, etc., parâmetros que vão afetar o tipo e os volumes de tráfego inter-
regionais. Assim os fluxos gerados influenciam também os usuários na escolha dos
itinerários. Consolidados os itinerários preferidos pelos usuários tem-se também identificada
a funcionalidade da malha viária também vai evoluindo à medida que novas rodovias são
construídas ou que rodovias pioneiras são pavimentandas.
O mapa apresentado na Figura 11.14 mostra a malha rodoviária do PDR/SC – 2023 em
termos de hierarquia viária e, em comparação com a malha de 2007, verifica-se uma
diferença sensível, para melhor, na classificação funcional da malha 2023.
Página 318
Fonte: Consórcio SCETAUROUTE-PROSUL - 2007
A avaliação das informações que se dispõem sobre o estado das obras de arte
especiais (pontes, viadutos, túneis, contenções, etc.), descrita no item 7.2.5.6, mostrou
claramente que se deverá dar uma maior atenção para a manutenção e a reabilitação
dessas obras. Mesmo não tendo um levantamento detalhado dos serviços necessários para
se ter todas as obras de arte em bom estado de manutenção, foram incluídos, neste Plano
Diretor, em cada um dos períodos quadrienais, recursos financeiros para que o DEINFRA
possa selecionar e executar as obras prioritárias para elevar o seu estado de manutenção,
passando aquelas que estão em mau e péssimo estado para uma classificação boa, ou pelo
menos regular.
g) Custos Operacionais
Como já foi referido, a eficiência de uma malha rodoviária pode ser medida pelos custos
operacionais que proporciona. Quanto mais baixos forem esses custos, mais eficiente é a
malha, porque isso quer dizer que os transportes são feitos de uma forma mais rápida, com
menos consumo de combustível e com menos desgaste nos veículos. Aliás a rentabilidade
econômica de uma rodovia ou de um conjunto de rodovias é baseada no benefício
resultante da redução dos custos operacionais dos veículos para uma situação com projeto,
Página 319
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
comparada com uma situação sem projeto que apresenta custos operacionais mais altos.
Utilizando o HDM foram calculados os custos operacionais para a malha do PDR/SC -2023,
para ambas as alternativas, sendo os respectivos valores apresentados nas Tabela 11.8 e
Tabela 11.9.
Tabela 11.8– Custos Operacionais médios por Tipo de Veículo e Faixas de Tráfego no ano de
2023 na alternativa com projeto.
Tabela 11.9– Custos Operacionais médios por Tipo de Veículo e Faixas de Tráfego no
ano de 2023 na alternativa sem projeto.
Página 320
Foram elaborados os Gráfico 11.2 e Gráfico 11.3, que tem por objetivo permitir a
visualização dos custos operacionais por tipo de veículo e por faixa de tráfego e deste modo
permitir uma avaliação dos valores calculados.
4,0
3,5
3,0
2,5 AUT
2,0 ONI
VOC (R$/km)
1,5 VC1
1,0 VC2
0,5
0,0
T1 T2 T3 T4 T5 T6
Faixas de Tráfego
Gráfico 11.2– Custos Operacionais por Tipo de Veículo e Faixas de Tráfego na alternativa sem
projeto em 2023.
3,0
2,5
2,0
AUT
1,5 ONI
VOC (R$/km)
1,0 VC1
VC2
0,5
0,0
T1 T2 T3 T4 T5 T6
Faixas de Tráfego
Gráfico 11.3- Custos Operacionais por Tipo de Veículo e Faixas de Tráfego na alternativa com
projeto em 2023.
Fonte: Consórcio SCETAUROUTE-PROSUL – 2007
Página 321
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Tal como foi feito para a malha 2007, com base nos estudos da condição da malha e na
geometria das rodovias, foram elaborados através dos resultados do modelo HDM-4, o
mapa da Figura 11.15 que apresenta os custos operacionais em três níveis (baixo, médio e
alto) para a malha rodoviária com todas as melhorias previstas neste PDR/SC.
h) Segurança de Trânsito
Como já foi focado para a malha de 2007. a segurança de trânsito é um aspecto relevante
em matéria de análise rodoviária, não só pelos custos dos acidentes para o país, pelas
vítimas que causa, pelos prejuízos que gera, mas também pelo fato de as agência
internacionais de investimento como o BIRD, BID e outras fomentem esses aspecto ao
condicionarem os empréstimos à existência de programas e melhorias na segurança de
trânsito.
O DEINFRA e o DNIT deveriam unir-se para definir um método eficiente para disponibilizar
as estatísticas de acidentes de trânsito. O consórcio elaborou um estudo interessante sobre
a segurança de trânsito no Estado de Santa Catarina, através dos dados oficiais
disponibilizados pelas entidades responsáveis por essa matéria e, no final, quando o estudo
estava pronto, foi obrigado a retirá-lo, porque os dados não estavam corretos e mostravam
uma situação irreal.
i) Aspectos Ambientais
A preservação do meio ambiente e os cuidados ambientais na definição de novas rodovias,
nos projetos de execução, durante a construção ou execução dos trabalhos rodoviários e na
Página 322
operação da rodovia tem vindo a ganhar mais importância, ano após ano, e hoje é um
aspecto que não pode ser desconsiderado. Os cuidados ambientais cada vez maiores têm
vindo a ser impostos por exigências de organismos internacionais que apoiam os países em
desenvolvimento com empréstimos destinados a modernizar, a manter e a ampliar essas
redes rodoviárias. No Estado de Santa Catarina tem sido notória a ação do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) que, ao longo dos cerca de 25 anos em que tem
estado a financiar programas de investimento, tem vindo, projeto após projeto a impor
maiores exigências ambientais ao DEINFRA, tais como:
Aspectos institucionais na gestão ambiental;
Estudos e projetos de engenharia;
Ocorrências Ambientais durante a Construção;
Operação de rodovias e transporte de cargas perigosas;
Controle Ambiental da Faixa de Domínio.
A faixa de domínio é uma parte importante da rodovia para a qual os órgãos rodoviários se
encontram a dar uma atenção especial face aos recursos que podem obter a partir do seu
uso, quer para a instalação de infra-estruturas de TI (cabos de fibra-ótica e outros), quer
para publicidade, quer ainda para instalação de equipamento de apoio à circulação dos
veículos, etc..
Por outro lado, ela é imprescindível para a segurança de trânsito na medida em que, quando
bem cuidada, propicia uma melhor visibilidade, um espaço para proteção aos elementos
estruturais da rodovia (pavimento, drenagem, sinalização, etc.) e, em casos de emergência,
um espaço disponível para estacionamento provisório de veículos avariados ou acidentados.
Neste contexto, o controle ambiental da faixa de domínio está tendo, dentro do DEINFRA,
uma certa dinamização, à semelhança do que tem vindo a acontecer em outros estados do
Brasil. Deste modo, a invasão da faixa de domínio seja por publicidade exagerada, seja por
ocupação agrícola ou por plantação de árvores por parte dos proprietários contíguos, seja
ainda por barracos ou construções como postos de venda de produtos, pode ser mais
facilmente gerida e fiscalizada. Isto é sempre um aspecto importante pelo efeito negativo
que pode ter nos condutores dos veículos, pela redução de visibilidade que por vezes
provoca e pela redução de espaço para eventual estacionamento de um veículo avariado.
Outro aspecto importante são as alterações no fluxo de veículos, pois quando um automóvel
pretende parar num dos postos de venda, começa a reduzir a sua velocidade, o que
perturba o fluxo e cria possibilidades de acidentes. Além do mais o entorno da rodovia
deverá apresentar um aspecto agradável, com uma bela inserção na paisagem como se ela
fizesse parte da natureza desde sempre.
Deste modo, uma boa gestão da faixa de domínio pode contribuir, em muito, para uma
melhor segurança de trânsito e para um maior conforto para a condução dos usuários da
rodovia. Pode também ser gravemente lesiva quando infestada de publicidade, retirando a
concentração dos condutores ou quando
ocupada de forma irregular como na fotografia
que se mostra. No caso de ocupação por
barracos ou casebres, a situação é mais grave
porque além dos inconvenientes mencionados,
representa um grande perigo para as pessoas
que habitam esses casebres pela insegurança
que a proximidade da rodovia induz em caso de
acidentes ou pelas possibilidades de atropela-
mento desses habitantes. A existência ou a falta
de legislação adequada para intervir, nestes
casos, é polêmica e nem sempre eficiente o que
aconselha que mais vale evitar uma situação do
que intervir depois para reverter essa situação.
Página 323
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Na análise dos resultados obtidos, deve-se ter em conta que os referidos custos unitários se
referem a valores médios para obras a realizar em qualquer parte do território do Estado.
Houveram, no entanto, obras que pela sua envergadura ou por se desenvolverem em
terreno extremamente difícil, para as quais foram considerados valores específicos para
melhor se enquadrarem no valor real que elas vão custar. Um bom exemplo para este tipo
de rodovias, pode ser a BRPDR475 que, por ser uma rodovia de boas características
geométricas que se desenvolve em plena Serra do Mar, vai ter, certamente, longos trechos
em obras de arte especiais (viadutos, pontes e túneis) o que eleva o seu custo médio por
quilômetro.
Não foi possível estimar os custos unitários para os trabalhos de restauração ou reabilitação
de obras de arte especiais, por não haver uma definição concreta desses trabalhos. Deste
modo, consideraram-se valores globais para este tipo de obras, cabendo ao DEINFRA
definir o número e natureza dos trabalhos a realizar em cada um dos períodos, tendo em
conta o valor global disponibilizado.
Página 324
Tabela 11.11– Investimentos Estimados para as Intervenções na Malha
Investimento Estimados R$*103)
2008-2011 2012-2015 2016-2023
Tipo de Intervenção
Federais Estaduais Federais Estaduais Federais Estaduais
Rodovias Novas 12.000 49.500 639.500 113.500 565.500 119.500
Aumento de Capacidade 417.000 24.000 782.550 223.500 1.216.500 204.000
Pavimentações de Rodovias 90.000 459.000 - 177,000 - 657.000
Reabilitação de Rodovias 364.000 210.000 290.000 248.000 547.000 610.000
Reabilitação de Obras de Arte 75.000 12.750 75.000 20.000 75.000 20.000
Aumento Capacidade Pontual 435.000 22.000 130.000 60.000 320.000 120.000
Segurança de Trânsito 30.000 15.000 30.000 15.000 60.000 30.000
Manutenção e Conserva 52.000 85.000 41.000 100.000 76.000 215.000
Totais 1.475.000 877.250 1.988.050 957.000 2.860.000 1.975.500
Fonte: Consórcio PROSUL_SCETAUROUTE
Dado que para o primeiro plano quadrienal já vai haver algum atraso na sua preparação, na
medida em que este PDR/SC está sendo concluído com algum atraso, foi previsto um valor
dos investimentos relativamente mais baixo do que para os outros períodos, onde haverá
tempo suficiente para a preparação do lançamento das intervenções consideradas.
Como se pode verificar na Tabela 11.11, o valor dos investimentos por ano são da ordem
dos 240 milhões de Reais para o Governo Estadual e de 420 milhões para o Governo
Federal. Crê-se que este é o valor mínimo para os investimentos a considerar para adequar
a malha para os tráfegos futuros, sob pena de se entrar num estado caótico nas infra-
estruturas rodoviárias do Estado de Santa Catarina.
Os indicadores econômicos, Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR)
são obtidos a partir da comparação de diferentes alternativas com relação à alternativa
BASE, que prevê apenas tapa-buraco como intervenção sobre a pista (exceto no que se
refere à duplicação da BR101, já em andamento com entrada em operação prevista para o
início de 2010). As demais alternativas são:
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
b) ALT2 – Nesta alternativa é apenas realizado o tapa-buracos nos trechos
pavimentados e naqueles não pavimentados são realizadas patrolagens a
cada 60, 90 ou 120 dias sejam os trechos respectivamente Primários,
Secundários ou Terciários. Estes padrões de conservação são
essencialmente aqueles previstos na alternativa BASE.
O que diferencia esta alternativa da BASE é que aqui são deflagradas as ações que
prevêem a melhoria dos trechos como alargamentos, duplicações ou a pavimentação
de outros, além da construção de outros trechos novos.
Assim, todos os trechos, após melhorados ou construídos e aqueles existentes
seriam submetidos aos mesmos padrões de manutenção do que na alternativa
BASE.
Com relação aos trechos novos, cabe observar que estes absorvem tráfego de
outros existentes, fazendo com que a análise econômica tenha sentido quando a
malha rodoviária é analisada como um todo. Os trechos novos iniciam na análise
com tráfego nulo e sem investimentos em construção ou manutenção,
conseqüentemente com Custo Total de Transporte nulo. Num dado momento ocorre
o investimento na construção e em seguida surge o tráfego gerando custos, tanto do
órgão na manutenção, quanto do usuário, na operação de veículos e tempo de
viagem.
Assim, o valor presente líquido do custo total de transporte dos trechos novos
sempre será negativo. Mas, em contrapartida, estes trechos receberão tráfego
desviado de outros trechos que se encontram congestionados. Isto fará com que o
Custo Total de Transporte destes trechos que perdem tráfego para os trechos novos
diminua.
Ano a ano, durante o período de análise são comparados os resultados entre custos e
benefícios, resultando um valor anual que é comumente chamado de benefício líquido.
Embora a palavra benefício seja usada, o valor poderá ser negativo em alguns anos,
quando os custos de investimentos superam esses benefícios.
Particularmente neste estudo, como o período de análise foi de 20 anos, foram gerados
valores de benefícios significativamente altos, pelo fato de a alternativa BASE deixar com
que os pavimentos se deteriorem até o máximo patamar previsto no modelo. Assim, a partir
da segunda metade do período de análise, os custos operacionais de veículos e os custos
de tempo de viagem de passageiros na alternativa BASE são muito grandes. Qualquer
alternativa que mantenha os pavimentos em melhor estado estarão auferindo grandes
benefícios.
Estes valores extremamente altos podem ser observados com relação ao VPL exibido nos
quadros de resultados a seguir apresentado. Entretanto, os valores de TIR estão sendo
apresentados em faixas, sendo a faixa de maior rentabilidade apenas apontada com TIR
maior do que 50%.
Uma comparação global referente às diferentes políticas pode ser observada quanto ao VPL
total por alternativa para toda a malha:
Página 326
ALT1 – VPL = R$ 28.064.571;
ALT2 – VPL = R$ 24.892.539;
ALT3 – VPL = R$ 41.630.163.
O VPL aqui representa o saldo positivo da comparação com a alternativa BASE, trazido para
o presente a uma taxa anual de 12%. Fica claro ao observar o resultado da Alternativa 1 que
simplesmente realizando a manutenção periódica na malha obtém-se um resultado de mais
de 28 bilhões de reais ao longo de 20 anos.
Já a alternativa 2, que prevê a manutenção apenas de rotina, traz nestes mais de 24 bilhões
de reais, apenas o benefício oriundo das novas construções e das melhorias nos trechos
existentes.
A alternativa 3 acumula, em seus mais de 41 bilhões de reais, os benefícios resultantes de
uma adequada conserva rotineira, de uma boa manutenção periódica em conjunto as
melhorias introduzidas na malha (pavimentações, aumento de capacidade e rodovias
novas).
Também foram calculadas as Taxas Internas de Retorno para cada alternativa no que
resultou:
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Secundárias e Terciárias.
Os resultados individualizados de Taxa Interna de Retorno fazem sentido quando
apreciadas com relação à malha como um todo. As alternativas possuem situações
diferenciadas, onde há tráfego desviado em função de pavimentação de trechos em leito
natural ou em relação a trechos novos. Apreciar valores individuais de TIR pode levar a
confusões. Como foi explicado, um trecho que não existia na alternativa BASE passa a
existir nas alternativas 2 e 3 terá uma situação de Custo Total de Transporte nulo para um
Custo Total de Transporte altíssimo quando for realizada a construção. Certamente o TIR
deste trecho será inviável se ele for considerado individualmente. Por outro lado, os trechos
que cederam tráfego para este novo aparecerão com TIR muito alto porque o Custo Total de
Transporte diminui drasticamente de um momento para outro. Enfim, o PDR sob o ponto de
vista de Taxa Interna de Retorno só pode ser apreciado como um todo.
Página 328
Podemos observar no quadro acima que os tráfegos mais altos, T1 a T4 apresentam os
maiores valores de VPL, enquanto que para as faixas de tráfego mais baixas os valores de
VPL até são negativos. Isto pode significar que as operações previstas no padrão de
manutenção adotado, estão adequadas para os trechos das faixas de tráfego médio, mas
precisarão de ser mais fortes para os trechos com tráfego mais altos e mais fracas para
trechos com volume de tráfego menor. Quando do estudo individualizado dos trechos dever-
se-á estudar alternativas de manutenção mais apropriadas para cada tipo de fluxo de
tráfego, o que não tem sentido num estudo a nível de rede global.
Em termos globais, a avaliação econômica da malha rodoviária de Santa Catarina para o
cenário do PDR é significativamente positiva, mostrando resultados compatíveis com o
esperado e com a bibliografia especializada.
A alternativa ALT1 prevê a manutenção periódica de todos os trechos com a execução de
recapes de 5,0 cm de CAUQ. Nas situações de tráfego mais baixo, T5 e T6 começa a ficar
claro que este padrão é elevado demais, sendo este tipo de manutenção inviável.
Na alternativa ALT2, existem somente alguns valores de VPL expressivos. Esta alternativa
prevê obras de ampliação, melhorias, duplicação ou construção de novos trechos e a
manutenção se restringe a ação de tapa-buracos. Assim, nas situações em que o VPL é alto
existe maior concentração de obras novas, trazendo grande viabilidade econômica.
Já na alternativa ALT3 somam-se todas as benfeitorias, obras novas, ampliações,
duplicações e melhorias, além da manutenção periódica com recapes em CAUQ quando o
pavimento atingir um determinado grau de deterioração expresso em IRI. Assim, nesta
alternativa observam-se os valores de VPL mais elevados.
Ocorre também que muitos trechos que iniciaram não pavimentados na simulação
permanecem assim até o fim da análise. Isto pode provocar algumas distorções quanto aos
resultados de avaliação econômica. Se isto ocorre num estudo de cenário de longo prazo é
porque os trechos permanecem inexpressivos em termos de tráfego e em algumas
alternativas recebem padrões elevados de conservação, como a reposição do material de
superfície perdido e a recomposição periódica do revestimento primário. Mesmo sem haver
tráfego elevado a perda de qualidade de superfície pode ser grande dependendo das
condições climáticas, gerando um grande esforço de manutenção, com custo elevado.
Assim, conservar em alto padrão rodovias não pavimentadas que tenham baixo volume de
tráfego pode ser inviável economicamente.
Cada entidade financiadora tem uma vocação mais específica para financiar determinados
tipos de serviços rodoviários. Uma preferem financiar serviços de manutenção ou
reabilitação, outras aceitam de bom grado financiar pavimentações de rodovias e até
algumas rodovias novas e outras se prontificam a financiar serviços específicos. Trabalhos
com a finalidade de melhorar a segurança de trânsito são preferidos por todas as entidades
financiadoras, não só por serem medidas com uma alta rentabilidade, mas também na
tentativa de conseguir mentalizar os países em desenvolvimento para a necessidade de se
aproximarem dos países desenvolvidos em termos de indicadores de segurança de trânsito.
O Estado de Santa Catarina tem uma larga experiência com financiamentos do Banco
Interamericano de Investimento – BID, que há mais de 25 anos que vem financiando obras
rodoviárias no Estado. Estas obras têm sido mais pavimentações e reabilitações de
rodovias, quase sempre com um componente de trabalhos ligados à segurança de trânsito.
O Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD, mais conhecido como
Banco Mundial, também já teve financiamentos para a malha rodoviária de Santa Catarina,
mais ligados ao desenvolvimento institucional para o setor rodoviário e à restauração e
conservação de rodovias e programas de menor escala, ligados ao desenvolvimento de
“micro-bacias” no Estado.
Página 329
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
No âmbito de financiamentos do BNDS foram financiadas obras rodoviárias quer de uma
forma direta financiando obras de implantação nova, quer administrando recursos com
origem do BIRD para conservação, reabilitação e pavimentações.
Pelo atrás exposto verifica-se que o Estado de Santa Catarina tem uma longa tradição de
financiamentos de várias entidades e nesse aspecto está ciente dos condicionamentos ou
exigências que cada uma delas normalmente estabelece. Uma delas é precisamente ter
uma boa amostra representativa de obras a realizar e para isso, torna-se aconselhável o
DEINFRA poder dispor de uma carteira de projetos com um bom nível técnico, com todas as
pendências ambientais resolvidas e com indicadores econômicos corretamente
determinados.
Deste modo e com esta boa experiência, na obtenção e aplicação de financiamentos
internos e externos, não parece difícil para o Governo Estadual obter os financiamentos
mais adequados para as obras rodoviárias previstas neste PDR/SC. Crê-se que o mais
difícil será promover as ações necessárias para que o Governo Federal disponibilize os
investimentos e as ações institucionais para que a execução dos trabalhos rodoviários que
lhe cabem, dentro de uma coordenação adequada. Só assim a malha rodoviária de Santa
Catarina poderá responder de forma aceitável ao desafio que o futuro próximo lhe apresenta
e que permitirá um desenvolvimento sustentado no Estado.
Página 330
Ferrovia Bioceânica – visa à construção e operação de uma ferrovia que cruza
o continente sul-americano, interligando os oceanos Atlântico e Pacífico. Poderá
aproveitar os trechos ferroviários existentes e os planejados, conforme for
apropriado.
É evidente que todos estes estudos podem ter uma influência maior ou menor no sistema de
transportes que serve o Estado de Santa Catarina, mas caberá ao Ministério de
Transportes decidir e monitorar a sua evolução, para se verificar quais ainda devem ser
tidos em atenção e quais não são mais viáveis a curto, médio ou longo prazo. Torna-se
difícil planejar sem uma adequada integração de projetos, podendo daí resultar
investimentos avultados que poderão não ter o impacto que se pretendia, se o projeto não
for concretizado.
Esta abordagem, quanto à integração dos transportes, tem a ver com a constatação real
verificada durante o estudo que revela que o Estado de Santa Catarina não deve continuar
com uma matriz modal na qual o transporte rodoviário tem uma participação de 80%, o
ferroviário de 7% e os outros modais 11%. Esta matriz modal não é a que conduz a um
custo de transporte otimizado, podendo prejudicar o desenvolvimento do Estado de Santa
Catarina em particular e o desenvolvimento do Brasil em geral.
Nos últimos anos a taxa de crescimento do tráfego no Estado de Santa Catarina foi da
ordem dos 6 a 8% ao ano e a venda de veículos em todo o Brasil, nos últimos dois anos,
tem tido igualmente as maiores taxas de crescimento nunca antes verificadas. Isto significa
que nos próximos anos essas taxas de crescimento do tráfego poderão ser ainda maiores
do que aquelas que já se verificam progredindo para níveis difíceis de serem atendidas
pelas infra-estruturas rodoviárias, face à dificuldade na obtenção de recursos financeiros.
Página 331
Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Se tivermos em conta as desigualdades existentes no Brasil e a vontade do Governo do
Estado de Santa Catarina, evidenciadas no Plano Catarinense – 2015, em acabar com a
pobreza e diminuir essas desigualdades, um dos caminhos seria enveredar pela criação de
rodovias pedagiadas. Com elas evita-se que as camadas mais pobres estejam sendo
vítimas de altos dispêndios em infra-estruturas rodoviárias que elas não utilizam, ou utilizam
muito menos, em detrimento de menos investimentos em escolas e hospitais de que elas
têm mais necessidade. Pode até acontecer que algumas famílias, sem viaturas, estejam
contribuindo, com os seus pequenos impostos de menor grandeza, para a construção de
infra-estruturas rodoviárias.
No entanto, a necessidade crescente das pessoas se deslocarem pode vir a exigir a
implementação das facilidades dos transportes coletivos de grande capacidade que, se bem
concebidos, podem constituir uma alternativa bastante viável para empreendedores e
usuários em termos de conforto e custo. Se esta solução pode ser uma boa alternativa nas
ligações interregionais, nas ligações urbanas ela é praticamente a única possível se se
pretender preservar uma boa qualidade de vida nas cidades de certo porte. Trens
Suburbanos, Tramways (Bondes), Barcos, Ónibus, bem integrados urbanisticamente nas
cidades serão a solução do futuro para as regiões densamente povoadas, para todos os
tipos das camadas sociais.
Crê-se que terá de haver muita inovação, no que se refere a transportes coletivos de grande
capacidade, seja no que se refere à sua agradável e segura inserção nas cidades e centros
urbanos, seja na forma de os financiar e explorar, através de concessões e/ou de PPP´s,
uma vez que os serviços públicos se encontram carentes de recursos para este tipo de
investimentos. Há cidades na Europa (Montpellier, Strasbourg, etc.) que podem ser um bom
exemplo deste tipo de transportes coletivos, embora a imaginação e a inovação não tenham
limites e o Brasil possa vir a ser um exemplo a seguir.
Página 332
Estas constatações não são compatíveis nem coerentes quando analisadas em conjunto e
levantam algumas questões como as que se seguem:
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
antecedência reservando-se as faixas de terreno necessárias à sua construção. Dessa
forma, se recomenda iniciar estudos para verificar a viabilidade técnica e financeira de se
antecipar a sua construção e, deste modo, evitar o alargamento da atual BR-101 para 3+3
faixas. Essa simples ampliação da seção transversal da via existente poderá ser uma
solução muito mais cara e de difícil concretização, não só pelos condicionamentos
existentes, como também pela perturbação das dezenas de milhares de veículos que nessa
altura vão circular por essa rodovia.
f) Contornos de Cidades
Como se pode constatar nos projetos de intervenção descritos no sub-capítulo J.1 a maioria
de rodovias novas referem-se a contornos de cidades como Blumenau, Chapecó, Jaraguá
do Sul, Rio do Sul, Gaspar, Joaçaba, Herval d´Oeste, São Miguel do Oeste e várias outras.
Estes contornos são de grande importância para as cidades que são atravessadas por
rodovias de grande tráfego, quer pela melhoria na qualidade de vida dos seus habitantes,
quer para os usuários da malha que terão menos congestionamentos e quer ainda pela
segurança de trânsito. Embora os períodos de execução sejam diferentes, propõe-se que
sejam definidos, tão rápido quanto possível através de estudos preliminares, as faixas de
terreno por onde os traçados dos contornos irão ser desenvolvidos. Tal definição possibilita
a imediata reserva das faixas de terreno que porventura possam vir a ser utilizadas. Deste
modo, além de se viabilizar o traçado futuro desses contornos, economizar-se-ão recursos
avultados e demoras com processos judiciais na posse dos terrenos necessários.
g) Rodovia PDRBR475
Esta rodovia constitui uma das rodovias novas previstas no presente PDR/SC e era uma
exigência do estudo Master Plan, por ser de fundamental importância para a revitalização
prevista para o Porto de Imbituba. Aconteceu que nas simulações com o modelo de Análise
e Previsão de Demanda, um dos seus trechos (Uribici-Grão Pará), tendo em consideração
as características do traçado desta rodovia, revelou-se adequado para ser construído no
plano quadrienal de 2012-2015, por permitir um melhor acesso para o tráfego pesado ao
Sudeste do Estado. Os veículos longos e de grande carga, que se deslocavam para a região
Sudeste, faziam normalmente o itinerário pela BR-282 até Palhoça e depois pela BR-101 até
ao Sul do Estado. As atuais ligações entre o planalto e o sul não não permitem o trânsito de
veículos pesados, em boas condições, em alguns dos seus segmentos.
Para esta obra, que deverá ter obras de arte especiais (túneis e viadutos) importantes,
propõe-se, tal como foi feito para os contornos, que seja definida a faixa de terreno para sua
construção, no sentido de evitar problemas futuros, tendo em consideração que deverá ter
um traçado difícil.
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11.4.2 Propostas Técnicas
A equipe técnica do consórcio, que durante mais de dois anos estudou a malha rodoviária
do Estado de Santa Catarina em todos os seus aspectos, analisou e discutiu com os
técnicos do DEINFRA algumas peculiaridades da malha, sentindo-se, por isso, à vontade
para fazer algumas propostas com o intuito de melhorar diretrizes de planejamento
resultantes dessa experiência da malha e da visita técnica que efetuou a uma boa parte das
suas rodovias federais e estaduais.
As coletas de dados de tráfego em 584 postos distribuídos pela malha rodoviária de Santa
Catarina (volumes, velocidades, densidades e pesquisas O/D), foram de uma importância
fundamental para a calibração do Modelo de Análise e Previsão de Demanda CUBE e,
consequentemente, para a previsão dos volumes de tráfego nas malhas futuras e esses, por
sua vez, para a elaboração do Plano Diretor Rodoviário.
É evidente que o funcionamento do Sistema de Planejamento Rodoviário, quer para
acompanhamento e atualização do PDR/SC, quer para a elaboração de estudos regionais
ou de outra índole, tem de assentar, fundamentalmente, na continuação das contagens de
tráfego. Essas coletas, devidamente programadas, são fundamentais para que se possa
contar com volumes de tráfego atualizados e para que a ferramenta GDT – Gestão dos
Dados de Tráfego possa assegurar a representatividade e a subordinação dos diversos
postos da malha.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
b.1) Construção por Etapas
Ao planejar rodovias é importante ter em conta a sua função imediata e ao longo da sua vida
útil, no sentido de, eventualmente, poder estudar-se a sua construção por etapas, seja em
nível de seção transversal, seja em nível de pavimento. É evidente que este planejamento
por etapas terá de ser bem ponderado porque não vale a pena considerar a construção de
uma primeira fase por um período muito curto. No entanto, se uma rodovia tiver um tráfego
baixo por cinco ou seis anos e só depois o tráfego aumentar de forma sensível, poderá ser
interessante considerar-se as camadas superiores do pavimento com uma solução
substancialmente mais barata (por exemplo tratamento superficial) e mais tarde partir-se
para um CBUQ, o que poderá até ter vantagens por reparar algumas deformações
eventualmente verificadas na rodovia durante os primeiros anos de operação.
Se os volumes de tráfego forem numa primeira fase muito diferentes daquilo que se espera
para uma década depois é rentável construir a rodovia primeiro com uma seção transversal
mais estreita e depois prever o seu alargamento com eventual correção de algumas
características geométricas.
As características de uma rodovia deverão estar de acordo com a função que ela vai
ter na malha rodoviária. Assim, o traçado em planta e em perfil longitudinal, bem como a sua
seção transversal deverão corresponder aos volumes de tráfego previstos para circular na
rodovia e à função que ela vai assumir no contexto global da malha: primária, secundária
ou terciária.
Constata-se na malha rodoviária de Santa Catarina, uma certa uniformidade nas seções
transversais das suas rodovias. Tendo em consideração que a malha é relativamente jovem,
esse fato até poderia ser justificado e compreensível. Entretanto, tendo em consideração
que a malha rodoviária prevista para 2023, que se analisou nos itens anteriores, já começa
a apresentar classes de densidades bem definidas e funcionalidades em processo de
adequação à demanda prevista, propõe-se que se comecem a adotar seções transversais
mais diversificadas de acordo com a categoria funcional da rodovia e o volume de tráfego
que nela vai circular. Nestas circunstâncias e com base nas próprias instruções de serviço
do DEINFRA, o consórcio propôs um conjunto de seções transversais que se apresentam a
seguir.
As sugestões a seguir transmitidas são de caráter geral e precisarão de ser estudadas
quando da sua aplicação, uma vez que existem particularidades que terão de ser atendidas,
quando se trate de rodovias primárias, secundárias e terciárias e consoante se desenvolvam
em zonas rurais ou urbanas. Como exemplo, mostra-se que as rodovias de pista dupla terão
velocidades diferentes conforme o seu entorno – rural ou urbano – e consequentemente a
sua capacidade também será diferente num e noutro caso. A
Tabela 11.13, apresentada a seguir, mostra as velocidades (v85) em Km/h, recomendadas
para as rodovias de pista simples (2 faixas) e pista dupla (2+2 faixas), por classe funcional e
pelo seu entorno – rural e urbano. Estas considerações seguem, em geral, as Diretrizes
para a Concepção de Estradas (DCE´s) do DEINFRA, embora estabeleçam alguns detalhes
e algumas peculariedades ligadas à sua funcionalidade na malha e ao seu entorno urbano
ou rural.
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Tabela 11.13– Velocidades V85 recomendadas por categoria funcional, número de faixas e
entorno das rodovias
Velocidades em Km/h
Classe Funcional da Rodovia
Nº. de Faixas Entorno
Primária Secundária Terciária
Rurais 100 90 80
4 Faixas Urbanas * 90 (50) 80 (50) 70 (50)
Rurais 80 70 60
2 Faixas Urbanas * 65 (50) 60 (50) 55 (50)
• Não existindo via coletora marginal, se deverá usar as velocidades
indicadas entre parêntesis
Fonte: Consórcio PROSUL_SCETAUROUTE
Pista Dupla
3 + 3 Faixas
Pista Dupla
2 + 2 Faixas
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Pista Simples
Pista Simples
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Pista Simples
Rodovias Secundárias
Tráfego VMDA < 5.000 ou
Tráfego > 1.000 mas VC > 30 %
Pista Simples
Pista Simples
Rodovias Terciárias
Tráfego 350 < VMDA > 1.000
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
Teoricamente uma rodovia primária ou secundária não deveria ter acessos diretos a
aglomerados urbanos ou a unidades industriais. A hierarquia deveria ser seguida de forma a
que uma rodovia primária conecte apenas rodovias secundárias e as secundárias às
terciárias e finalmente estas ligadas às vias urbanas que servem os aglomerados
populacionais. Este princípio, se seguido, seria uma forma de conscientizar naturalmente os
condutores para a necessidade de se reduzir a velocidade gradativamente ao se
aproximarem de aglomerados urbanos e ao acessarem unidades industriais.
O fato de este princípio não ser estritamente seguido, também não dá direito, sem riscos
graves, a que uma rodovia primária seja ligada diretamente a um acesso rudimentar para
dar ligação a um aglomerado urbano ou a uma unidade industrial, pois constitui um ponto
crítico grave para a segurança de trânsito, na medida em que os veículos são obrigados a
iniciar a redução de velocidade de uma forma drástica, ainda quando transitam sobre a
rodovia primária.
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obras de arte especiais em situação “ruim” e até “péssimo”.
Por outro lado, quando da visita técnica à malha rodoviária, a equipe do consórcio passou
por várias rodovias com apreciável tráfego pesado, que tinham pontes de boas
características técnicas, mas que apresentavam sinalização mostrando restrições para a
passagem de veículos de carga superior a valores determinados na sinalização.
Tendo em consideração o anteriormente referido e a importância das obras de arte
especiais no contexto da malha rodoviária como um todo, propõe-se que seja formada uma
equipe, dentro do DEINFRA, que se ocupe da problemática das obras de arte especiais,
com um dos seus elementos sediados na Gerência de Planejamento.
Embora com muitas dúvidas e incoerências sobre os dados obtidos, o consórcio elaborou
um estudo específico sobre a segurança de trânsito baseado nos dados do DENATRAN,
com diversos gráficos que relacionavam as condições do Estado de Santa Catarina com
outros estados do Brasil e até com outros países. Quando da apreciação desse estudo por
parte dos técnicos do DEINFRA, foi-nos informado que os dados do DENATRAN não se
encontravam corretos, o que obrigou o consórcio a anular o estudo elaborado.
Considerando a importância da segurança de trânsito no contexto de uma malha rodoviária
e os imensuráveis custos que os acidentes de trânsito representam para o Brasil, propõe-se
que o DEINFRA, promova a nomeação de uma equipe responsável para proceder à
apropriada gestão contínua e completa dos dados sobre acidentes. Esta equipe que pelas
estatísticas de acidentes. Esta gestão teria como objetivo a coleta padronizada e completa
dos dados de acidentes de todos os órgãos e entidades envolvidas com o registro de
acidentes (federais, estaduais, municipais, rurais ou urbanos), monitorando pontos críticos
conhecidos, identificando intervenções eficazes e controlando a eficácia das intervenções
realizadas. Esta equipe ou comissão, através de uma metodologia adequada para registros
de acidentes e acompanhamento das suas conseqüências, possibilitaria às diversas
entidades ligadas aos acidentes ter dados padronizados e globais em todo o Estado, que
pudessem mostrar a gravidade desta matéria e dos custos envolvidos, assim como
monitorar os resultados das medidas que venham a ser tomadas.
É claro que seria interessante que o DEINFRA participasse, em conjunto com outras
entidades, na definição de campanhas áudio-visuais destinadas a educar, esclarecer e
alertar pedestres (crianças e adultos) para os perigos que correm ao atravessarem ou ao
circularem em rodovias, bem como para condutores sobre a forma como se devem
comportar ao dirigir em rodovias e em vias urbanas.
Outro ponto de interesse para a segurança de trânsito é, sem dúvida, a inspeção periódica
dos veículos. Essas podem contribuir para que se evite a circulação de veículos em mau
estado de conservação e, consequentemente se reduza a gravidade e o número de pontos
de conflito e acidentes.
As diretrizes do PDR não são só sobre aspectos técnicos, uma vez que existem
condicionantes institucionais que influenciam a adequada funcionalidade do órgão rodoviário
na elaboração de procedimentos ou instruções de serviço para as atividades essenciais no
planejamento da malha rodoviária. É nesse sentido que se fazem algumas propostas
tendentes a manter o DEINFRA como um órgão rodoviário que possa planejar e controlar a
expansão e as melhorias na malha rodoviária de forma a que ela possa operar com a
eficiência que os usuários esperam e desejam.
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Síntese do Plano Diretor Rodoviário de Santa Catarina
a) A transformação dos órgãos Rodoviários
Mas esta transformação não pode pôr em risco a importância dos órgãos rodoviários no
contexto do setor de transportes que é fundamental para o desenvolvimento do Estado, não
só no planejamento da malha rodoviária estadual, mas também numa interação clara e
abrangente, com as entidades responsáveis pelo transportes em nível nacional e municipal,
uma vez que uma malha só é eficiente se assim for considerada, como um todo,
independentemente da sua jurisdição.
Dentro do quadro de atuação dos órgãos públicos executores, como se referiu atrás, a sua
estrutura foi inchando, atingido milhares de funcionários, coordenados por técnicos muito
bem preparados e de alto nível técnico. Entretanto, com o passar dos anos estes técnicos
foram se retirando motivados pelas aposentadorias e outras questões pessoais, sem que
tivesse havido novos concursos para a entrada de novos funcionários a quem fosse
transmitido o conhecimento e a experiência na execução das tarefas do dia-a-dia. Assim
não foi possível que o conhecimento e a memória do órgão pudesse ter continuação.
Sem admissão de pessoal jovem e qualificado durante as últimas duas a três décadas, os
experientes técnicos dos órgãos rodoviários foram perdendo, naturalmente a sua força de
trabalho, se aposentando ou falecendo, provocando uma perda significativa de sua
capacidade de execução e de gerenciamento da malha viária.
Dentro desta nova filosofia de atuação, os órgãos rodoviários atuais necessitam adotar uma
nova estratégia voltada mais às atividades de planejamento, normatização e controle, com
menos funcionários, mas com técnicos academicamente bem qualificados, experientes, bem
motivados e bem remunerados. Só assim podem planejar e controlar, de uma forma
apropriada, tecnicamente as atividades das consultoras e construtoras que passam a
realizar as tarefas executoras desses órgãos rodoviários. Caiu-se num ciclo de difícil saída
em que o órgão já não nem técnicos qualificados em número suficiente, nem jovens para
assumir as responsabilidades e que tenham o devido treinamento, para exercer as funções
indispensáveis para essa nova função do órgão.
Tudo leva a crer que o Brasil vai ser alvo de uma fase de crescimento bem acelerada a qual
poderá estar, neste momento, na fase de arranque. As infra-estruturas de transporte serão
fundamentais e decisivas para essa fase de crescimento e os estados que dispuserem de
melhores rodovias, melhores ferrovias, melhores portos, serão aqueles que melhor reagirão
a esse crescimento.
Nestas circunstâncias parece ter sido providencial e oportuno a elaboração do presente
PDR/SC, o qual além de propor um portfólio de projetos para expansão e melhorias na
malha, implementa um Sistema de Planejamento Rodoviário com um conjunto de
ferramentas que pode realizar qualquer tipo de estudo de detalhe que dê resposta a
algumas diretrizes estabelecidas no PDR/SC. Por outro lado, o PDR/SC revelou ainda a
necessidade de desenvolvimento dos portos de Santa Catarina e do modal ferroviário, que
permitirão uma mais equilibrada repartição modal, como foi referido no capítulo 8 – Visão
do Futuro.
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Uma vez que o planejamento e o gerenciamento dos outros modais são de responsabilidade
da União, haverá que se promover um diálogo, em tempo, entre o Estado de Santa Catarina
e a o Governo Federal, para que atrasos na execução dos projetos previstos nas Ferrovias e
nos Portos, não ponham em causa o desenvolvimento que as infra-estruturas rodoviárias
vão proporcionar. No que se refere ao setor ferroviário são de suma importância a ferrovia
Litorânea e a ferrovia que liga a Litorânea a Lages, Herval do Oeste e trechos posteriores.
No que se referem aos portos, as melhorias e as ampliações nos portos catarinenses, e
principalmente no de Imbituba, tem um potencial elevado para a captação de cargas de
outros estados. Para atender a essa nova demanda por transporte, foram criadas, neste
PDR/SC, as infra-estruturas rodoviárias necessárias para permitir um acesso rápido e
eficiente a esses portos. Tais ações já foram recomendadas pelo estudo MASTER PLAN, e
como aí referidas, são de fundamental importância o desenvolvimento estadual e nacional.
Neste sentido e para que o Sistema de Planejamento Rodoviário implementado, com todas
as suas ferramentas, se consolide e possa passar a constituir a base de todo o
planejamento do órgão para dar suporte às grandes decisões, torna-se importante que o
DEINFRA constitua uma equipe de técnicos pluridisciplinares, que possam desfrutar e
interagir com essas ferramentas e poder dar resposta às diversas situações que o órgão
venha a precisar para todos os estudos globais ou regionais sobre a malha rodoviária de
Santa Catarina.
Embora uma boa parte das intervenções previstas no PNLT coincida com as deste PDR/SC
no que se refere às rodovias federais, verificou-se através dos estudos de demanda que
outras intervenções complementares tornaram-se necessárias e outras ainda, previstas no
PNLT, deverão ter uma prioridade diferente.
d) Carteira de Projetos
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