Você está na página 1de 192

Equipamentos de

Proteção Individual e
Coletivo
Prof. Léo Roberto Seidel

2012
Copyright © UNIASSELVI 2012

Elaboração:
Prof. Léo Roberto Seidel

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

620.86
S4581e Seidel, Léo Roberto.
Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva/
Léo Roberto Seidel. Centro Universitário Leonardo da
Vinci –Indaial, Grupo UNIASSELVI, 2012.x ; 180 p.: il

Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-338-9

1. Engenharia de Segurança 2. Proteção Individual


I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título

Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico!

Você tem em mãos o Caderno de Estudos da disciplina de Equipamentos


de Proteção Individual e Coletiva que lhe servirá de importante meio para a
aquisição de conceitos fundamentais referentes à Segurança do Trabalho. No
decorrer deste Caderno serão apresentados conceitos, exemplos, comentários
e também alguns exercícios a respeito dos vários temas abordados. Encorajo
você a cumprir cada etapa com empenho e entusiasmo. Também recomendo
a realização das leituras recomendadas, que se prestam como uma maneira
muito interessante e instrutiva para a aquisição de novos conhecimentos.

Na primeira unidade você conhecerá alguns fatores históricos


importantes que motivaram o uso e o desenvolvimento de equipamentos
de proteção. Também ficará sabendo das obrigações e direitos que cabem
aos empregadores e aos funcionários quanto à utilização e conservação dos
Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs).

A segunda unidade traz aspectos referentes à documentação inerente


aos EPIs (Certificado de Aprovação – CA, ficha de entrega e outros). Nesta
parte também serão estudadas questões sobre treinamento para a correta
utilização do EPI.

Por fim, a terceira unidade lista várias categorias de EPIs e EPCs


(Equipamentos de Proteção Coletiva) classificados conforme o tipo.

Desejo a você um forte abraço e que este Caderno lhe auxilie no


desenvolvimento do aprendizado e habilidades necessárias para a formação
de um excelente profissional.

Prof. Léo Roberto Seidel

III
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto


para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!

UNI

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos


materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais
que possuem o código QR Code, que é um código
que permite que você acesse um conteúdo interativo
relacionado ao tema que você está estudando. Para
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs.................................................. 1

TÓPICO 1 – HISTÓRICO....................................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3
2 CAPACETES DE PROTEÇÃO............................................................................................................. 4
3 DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM................................................................................................. 6
4 PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA............................................................................................................. 11
5 PROTETORES AUDITIVOS E AURICULARES............................................................................. 14
6 O CENÁRIO FUTURO......................................................................................................................... 17
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 18
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 19

TÓPICO 2 – LEGISLAÇÃO.................................................................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 21
2 LEI Nº 6.514 DA CLT............................................................................................................................. 21
3 A NORMA REGULAMENTADORA Nº 9 (NR-9)........................................................................... 23
4 NR 6: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)..................................................... 24
4.1 DISPOSIÇÕES GERAIS DA NORMA........................................................................................... 25
4.2 OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR.............................................................................................. 26
4.3 OBRIGAÇÕES DO TRABALHADOR........................................................................................... 26
4.4 SOBRE O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DOS EPIs............................................................ 27
5 ANEXOS DA NR 6................................................................................................................................. 29
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 37
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 38

TÓPICO 3 – OBRIGAÇÕES E DIREITOS........................................................................................... 39


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 39
2 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES AO USO DE EPI........................................................... 39
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 42
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 49
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 50

UNIDADE 2 – GERENCIAMENTO DE EPIs...................................................................................... 51

TÓPICO 1 – CERTIFICADO DE APROVAÇÃO................................................................................ 53


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 53
2 POR QUE TER O CA............................................................................................................................. 53
2.1 MERCADO DE CONSUMO........................................................................................................... 54
3 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA CONSEGUIR O C. A................................................... 55
4 A NR-6..................................................................................................................................................... 56
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 63
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 64

VII
TÓPICO 2 – CONTROLE E GERENCIAMENTO DE EPI
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 65
2 CONTROLE E TROCA DO EPI INDIVIDUAL.............................................................................. 65
3 CONTROLE E TROCA DO EPI POR SETOR.................................................................................. 67
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 69
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 70

TÓPICO 3 – EPI X INSALUBRIDADE X NEUTRALIZAÇÃO........................................................ 71


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 71
2 EPIs E SUAS APLICAÇÕES................................................................................................................ 72
2.1 LUVAS................................................................................................................................................ 72
2.1.1 Luvas de PVC para Alta Tensão............................................................................................ 72
2.1.2 Luva de Borracha Nitrílica ou Neoprene............................................................................. 72
2.1.3 Luvas de Látex ou de PVC..................................................................................................... 73
2.1.4 Luvas de Alma de Aço............................................................................................................ 73
2.1.5 Luvas de Malha Pigmentada, de PVC, de Borracha, de Lona.......................................... 74
2.1.6 Luva GUNN.............................................................................................................................. 75
2.1.7 Luva Montpelier Mista............................................................................................................. 75
2.2 CAPACETES...................................................................................................................................... 76
2.2.1 Capacete Simples..................................................................................................................... 76
2.2.2 Capacete com Protetor Facial de Policarbonato.................................................................. 76
2.2.3 Capacete com Protetor Facial e Abafador de Ruído........................................................... 77
2.2.4 Capacete com Abafador de Ruído ....................................................................................... 77
2.2.5 Capacete com Cinta Jugular................................................................................................... 78
2.3 BOTAS E CALÇADOS..................................................................................................................... 78
2.3.1 Calçados.................................................................................................................................... 78
2.3.2 Botas........................................................................................................................................... 79
2.3.2.1 Bota em borracha vulcanizada............................................................................................ 80
2.3.2.2 Bota altamente especializada.............................................................................................. 80
2.4 PROTETORES AUDITIVOS............................................................................................................ 81
2.4.1 Tipo Plug................................................................................................................................... 81
2.4.2 Tipo Concha.............................................................................................................................. 81
2.5 CAPAS DE CHUVA e AVENTAIS.................................................................................................. 81
2.5.1 Capa de Chuva......................................................................................................................... 82
2.5.2 Avental....................................................................................................................................... 82
2.6 ROUPAS ............................................................................................................................................ 82
2.6.1 Paletó......................................................................................................................................... 83
2.6.2 Calça.......................................................................................................................................... 83
2.6.3 Capuz......................................................................................................................................... 84
2.7 ÓCULOS E MÁSCARAS DE SOLDA............................................................................................ 84
2.7.1 Óculos de Segurança .............................................................................................................. 84
2.7.2 Óculos de Segurança para Soldador..................................................................................... 84
2.7.3 Óculos de Segurança............................................................................................................... 85
2.7.4 Máscara de Solda..................................................................................................................... 85
2.8 MÁSCARAS, RESPIRADORES E FILTROS.................................................................................. 86
2.8.1 Respirador Purificador de Ar................................................................................................. 86
2.8.2 Respirador Purificador de Ar de Segurança Tipo Peça Única.......................................... 86
2.9 CINTO DE SEGURANÇA, TRAVA-QUEDA E TALABARTE................................................... 87
2.9.1 Cintos de Segurança Tipo Paraquedista, Alpinista e Construção Civil........................... 87
2.9.2 Trava-queda para Corda ou Cabo de Aço........................................................................... 87
2.9.3 Talabarte Y................................................................................................................................ 88
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 89
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 90

VIII
TÓPICO 4 – HIGIENIZAÇÃO............................................................................................................... 91
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 91
2 HIGIENE NO TRABALHO................................................................................................................. 92
2.1 HIGIENIZAÇÃO DOS EPIs............................................................................................................ 95
2.2 HIGIENIZAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO.......................................................................... 96
2.2.1 Higienização em Canteiro de Obras..................................................................................... 96
2.2.2 Higienização em Empresas.................................................................................................... 98
2.3 ESTRESSE NO TRABALHO......................................................................................................... 100
RESUMO DO TÓPICO 4...................................................................................................................... 102
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 103

TÓPICO 5 – TREINAMENTO PARA OS COLABORADORES................................................... 105


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 105
2 TREINAMENTO DE SEGURANÇA, HIGIENE E MEDICINA NO TRABALHO................. 105
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 109
RESUMO DO TÓPICO 5...................................................................................................................... 112
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 113

UNIDADE 3 – TIPOS DE EPIs E EPCs............................................................................................... 115

TÓPICO 1 – CREMES E PROTEÇÃO PARA CABEÇA.................................................................. 117


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 117
1.1 ÁGUA RESISTENTE...................................................................................................................... 117
1.2 ÓLEO RESISTENTES..................................................................................................................... 118
1.3 CREMES ESPECIAIS...................................................................................................................... 118
1.4 FILTROS SOLARES........................................................................................................................ 119
2 PROTEÇÃO AUDITIVA.................................................................................................................... 119
2.1 TIPO CONCHA.............................................................................................................................. 120
2.2 TIPO MOLDÁVEL.......................................................................................................................... 120
2.3 ESPECIAL........................................................................................................................................ 121
2.4 PRÉ-MOLDADO............................................................................................................................. 121
2.5 NOVIDADES................................................................................................................................... 122
3 CAPACETES DE PROTEÇÃO........................................................................................................... 122
3.1 COM ABA TOTAL - TIPO I........................................................................................................... 122
3.2 COM ABA FRONTAL - TIPO II.................................................................................................... 123
3.3 SEM ABA - TIPO III........................................................................................................................ 123
4 PROTEÇÃO FACIAL.......................................................................................................................... 124
4.1 ÓCULOS DE SEGURANÇA......................................................................................................... 125
4.2 PROTETOR FACIAL...................................................................................................................... 125
4.3 MÁSCARAS DE SOLDA............................................................................................................... 126
5 PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA........................................................................................................... 126
5.1 TIPOS DE AGENTES NOCIVOS.................................................................................................. 126
5.2 ATMOSFERAS IPVS (IMEDIATAMENTE PERIGOSAS À VIDA E À SAÚDE)................... 127
5.3 TIPOS DE RESPIRADORES.......................................................................................................... 128
5.4 RESPIRADORES PURIFICADORES DE AR.............................................................................. 128
5.4.1 Peça semifacial filtrante........................................................................................................ 128
5.4.2 Respirador semifacial com filtros substituíveis................................................................. 129
5.4.3 Respirador Facial Inteiro e filtros substituíveis................................................................. 130
5.4.4 Respirador purificador de ar motorizado com capuz...................................................... 131
5.5 RESPIRADORES POR ADUÇÃO DE AR................................................................................... 131
5.5.1 Respirador com linha de ar comprimido........................................................................... 132
5.5.2 Respirador Autônomo........................................................................................................... 133

IX
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 134
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 135

TÓPICO 2 – PROTEÇÕES PARA O CORPO.................................................................................... 137


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 137
1.1 CINTURÃO DE SEGURANÇA TIPO ABDOMINAL............................................................... 138
1.2 CINTURÃO TIPO PARAQUEDISTA.......................................................................................... 138
1.3 TRAVA-QUEDAS............................................................................................................................ 139
1.4 TALABARTE................................................................................................................................... 139
2 LUVAS DE PROTEÇÃO..................................................................................................................... 140
2.1 LUVA DE COURO (RASPA/VAQUETA) OU TECIDO (LONA)............................................. 140
2.2 LUVA DE MALHA DE AÇO E ARAMIDA................................................................................ 141
2.3 LUVAS DE PARA-AMIDA............................................................................................................ 141
2.4 LUVAS DE COURO TRATADO, FIBRAS ARAMIDAS, TECIDOS MISTOS
(PARA-AMIDA E CARBONO), COMPOSTOS CERÂMICOS................................................. 142
2.5 ISOLANTES DE BORRACHA...................................................................................................... 143
2.6 LUVAS COM CORPO DE COURO E PALMAS DE POLÍMEROS.......................................... 143
2.7 BORRACHA COM CHUMBO (PLUMBÍFERAS)...................................................................... 144
2.8 PROTEÇÃO CONTRA PRODUTOS QUÍMICOS...................................................................... 144
2.9 TENDÊNCIAS................................................................................................................................. 145
3 VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO..................................................................................................... 145
3.1 PROTEÇÃO CONTRA CHAMAS............................................................................................... 146
3.2 ELETRICIDADE.............................................................................................................................. 146
3.3 RESISTÊNCIA AO CALOR IRRADIADO.................................................................................. 147
3.4 RESISTÊNCIA A PRODUTOS QUÍMICOS................................................................................ 148
3.5 RESISTÊNCIA MECÂNICA......................................................................................................... 149
3.6 RESISTÊNCIA A AGENTES BIOLÓGICOS............................................................................... 150
4 CALÇADOS DE PROTEÇÃO........................................................................................................... 151
4.1 RESISTÊNCIA A QUEDAS DE PRODUTOS.............................................................................. 151
4.2 RISCOS ELÉTRICOS...................................................................................................................... 152
4.3 RESISTENTES À ÁGUA................................................................................................................ 153
4.4 RESISTÊNCIA TÉRMICA.............................................................................................................. 154
4.5 RESISTENTES À PENETRAÇÃO E OBJETOS PONTIAGUDOS............................................ 155
4.6 RESISTENTES A RESPINGOS DE PRODUTOS QUÍMICOS.................................................. 155
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 156
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 157

TÓPICO 3 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA...................................................... 159


1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 159
1.1 DEFINIÇÃO..................................................................................................................................... 159
1.2 APLICAÇÃO................................................................................................................................... 159
2 TIPOS DE EPCs.................................................................................................................................... 160
2.1 EPCS PARA SERVIÇOS EM ELETRICIDADE........................................................................... 160
2.1.1 Banqueta Isolante................................................................................................................... 160
2.1.2 Manta e Cobertura Isolante.................................................................................................. 161
2.1.3 Travas para Disjuntores........................................................................................................ 161
2.1.4 Outros dispositivos............................................................................................................... 162
2.2 DISPOSITIVOS DE SINALIZAÇÃO............................................................................................ 162
2.2.1 Cones de Sinalização............................................................................................................. 162
2.2.2 Placas de Sinalização............................................................................................................. 163
2.2.3 Fitas de Sinalização................................................................................................................164
2.3 BARREIRA DE PROTEÇÃO......................................................................................................... 164

X
2.4 EXTINTOR DE INCÊNDIO.......................................................................................................... 165
2.5 REDES DE PROTEÇÃO................................................................................................................. 165
2.6 LAVA-OLHOS E CHUVEIRO DE SEGURANÇA...................................................................... 166
2.7 EXAUSTORES DE AR.................................................................................................................... 167
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 168
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 172
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 173

REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 175

XI
XII
UNIDADE 1

HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO
DOS EPIs

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:

• compreender o desenvolvimento dos EPIs;

• conhecer as obrigações e direitos dos empregados e empregadores;

• entender as principais regulamentações a respeito de EPIs;

• compreender os conceitos sobre a necessidade do uso de EPI e a conscien-


tização dos empregados a este respeito.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que no final de cada um
deles, você encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conteúdos
estudados.

TÓPICO 1 – HISTÓRICO

TÓPICO 2 – LEGISLAÇÃO

TÓPICO 3 – OBRIGAÇÕES E DIREITOS

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

HISTÓRICO

1 INTRODUÇÃO
No início da Revolução Industrial, a segurança e a saúde do trabalhador
tinham pouca relevância perto da prioridade que são atualmente. Assim, com o
aumento da produção, também houve aumento de lesões e mortes do trabalhador.
A ideia de trabalho seguro cresceu lentamente a partir de um pequeno vislumbre
de uma chama brilhante dentro da consciência coletiva da força de trabalho
daquela época, sobretudo nos países mais industrializados.

Como a necessidade e o desenvolvimento de soluções de proteção ao


trabalhador ocorreram inicialmente nos países mais industrializados, tomaremos
como ponto de partida, para uma análise histórica da evolução dos Equipamentos
de Proteção Individual (EPI), a construção da mundialmente conhecida Golden
Gate, ponte suspensa que liga São Francisco à Califórnia, nos Estados Unidos.
Esta obra, construída entre 1933 e 1937, é um excelente exemplo da influência
precoce de EPIs em matéria de segurança. A construção de uma ponte de cabos de
aço com 4.200 metros de comprimento era uma tarefa que não tinha sido tentada
antes e que apresentou muitos perigos. O engenheiro chefe do projeto, Joseph
Strauss, se comprometeu a fazer a sua construção de modo seguro possível.

FIGURA 1 – PONTE GOLDEN GATE, EM SÃO FRANCISCO

FONTE: Rich Niewiroski Jr. (2010).

3
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

2 CAPACETES DE PROTEÇÃO
A construção da ponte teve um papel particularmente importante no êxito
do desenvolvimento e utilização de vários EPIs, pois foi o primeiro grande projeto
em que foi exigido de todos os seus trabalhadores o uso de capacetes. Embora o
capacete fosse, naquela época, um tanto rudimentar, a proteção da cabeça não
era nova. Garimpeiros tinham aprendido muito antes a importância de medidas
preventivas contra quedas de detritos. Michael Lloyd, gerente da Bullard, uma
empresa americana de EPIs fundada em 1898, diz que muitos mineiros utilizavam
chapéus de feltro bem duro com a parte superior arredondada. Muitas vezes
apelidado de “Chapéu de Ferro”, esses eram preenchidos com algodão para criar
uma barreira de amortecimento contra golpes. (BARRERA, 2010)

Inspirado no design do seu capacete do Exército, Edward Bullard retornou


da 1ª Guerra Mundial e iniciou um projeto de um novo tipo de capacete protetor.
O capacete foi feito em camadas de lona impregnada com resina, envernizadas e
costuradas num molde. Bullard recebeu a patente deste projeto em 1919. Mais tarde,
naquele ano, a Marinha dos Estados Unidos enviou a Bullard um pedido para
algum tipo de proteção para a cabeça de seus trabalhadores do estaleiro. A primeira
suspensão interna foi adicionada ao capacete para aumentar a sua eficácia, sendo que
a utilização do produto se espalhou rapidamente para os madeireiros, trabalhadores
de serviços públicos e trabalhadores da construção civil. Na época da construção da
Barragem de Hoover, nos Estados Unidos, em 1931, muitos trabalhadores utilizavam
voluntariamente o capacete. De acordo com Barrera (2010), a construção da ponte
Golden Gate mostrou-se um verdadeiro teste à capacidade de proteção do capacete,
pois a queda rebites foi um dos grandes perigos durante a obra.

FIGURA 2 – PRIMEIRO CAPACETE DE E. BULLARD

FONTE: <https://bit.ly/2zfAYol.jpg>. Acesso em: 8 out. 2018.

Segundo Barrera (2010), outras inovações vieram na forma de materiais


diferentes. Em 1938, Bullard lançou o primeiro capacete de alumínio. Era mais
durável e confortável, mas conduzia eletricidade e não suportava muito bem
determinados choques mecânicos. Nos anos 40, capacetes fenólicos tornaram-se
disponíveis como predecessores dos de fibra de vidro. Termoplástico tornou-se o
material preferido para protetores cranianos uma década depois e ainda é usado
por muitos fabricantes hoje em dia.

4
TÓPICO 1 | HISTÓRICO

Em 1953, Bullard introduziu o processo de capacetes moldados por


injeção. “Antes, os capacetes termoplásticos eram prensados num molde aberto.
No processo de moldagem por injeção, tem-se realmente um molde fechado em
que a bomba faz um capacete mais consistente e um produto de maior qualidade,
sendo que ainda se pode garantir a mesma espessura em toda a peça. Vai ser um
capacete mais seguro”, declara Lloyd. (BARRERA, 2010)

FIGURA 3 – CAPACETES DE PROTEÇÃO EM MATERIAL INJETADO

FONTE: <https://www.epibrasil.com.br/capacete-aba-frontal-com-jugular-e-catraca-
spf21892-p5906/>. Acesso em: 8 out. 2018.

Apesar da eficácia do capacete e de seu custo relativamente baixo, nos


EUA seu uso não foi oficialmente exigido em locais de trabalho até o surgimento
da Lei de Segurança e Saúde em 1970. A norma OSHA de proteção para cabeça,
1910.135, obrigou os trabalhadores a proteger as cabeças e instruiu os fabricantes
e os empregadores ao padrão Z89.1, o American National Standards Institute, para
as diretrizes de uso adequado. No Brasil, a obrigação do uso de capacetes (bem
como de outros EPIs) iniciou de forma efetiva com a publicação da Lei Nº 6.514/77.

Desde então, muitos materiais novos já foram criados, tais como a resina
de alta resistência ao calor da General Electric, polyphthalato-carbonato, para
capacetes de bombeiros. Novos capacetes rígidos foram desenhados para fornecer
proteção lateral, designados de tipo 2, conforme ANSI Z89.1. “Os capacetes foram
originalmente concebidos para proteção contra quedas de objetos”, afirma Lloyd.
“Mas o que acontece se você topar com alguma coisa de frente? O que pode
acontecer se você se virar para algo que atinge o seu capacete?”. (BARRERA, 2010)

Conforme Barrera (2010), pelo fato de o mercado de capacetes ser bem


maduro, com exceção para o desenvolvimento de novos materiais, a maioria
das inovações atuais visa a características de conforto e de tecnologias que lhes
permitam suportar extremos de temperatura. Modelos mais fáceis de usar estão
aparecendo para permitir ao usuário ajustar a suspensão de um capacete com
apenas uma mão. Nos últimos anos, os fabricantes têm apresentado diferentes
tipos de capacetes ventilados projetados para ajudar os trabalhadores a se
manterem arejados. Muitos capacetes apresentam acessórios como protetores

5
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

faciais destacáveis, viseiras, protetores auriculares, e alguns com forro para


absorção de suor forro. Alguns mais sofisticados vêm com rádio AM / FM, rádio-
comunicadores e até filmadoras.

FIGURA 4 – CAPACETES DE PROTEÇÃO COM ACESSÓRIOS DIVERSOS

FONTE: <https://multimedia.3m.com/mws/media/1003282F/muffler-hearing-protector-
attachable-to-the-helmet.jpg>. Acesso em: 8 out. 2018

3 DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM
Embora primitiva pelos padrões de hoje, a solução para o problema de
quedas de trabalhadores também foi abordada durante a construção da ponte
Golden Gate. Após três anos de obras, diversos atrasos convenceram Strauss
a investir mais de 130 mil dólares (um valor muito alto, considerando-se a
época da Grande Depressão) em uma grande rede semelhante às utilizadas
em circos. Suspensa por debaixo da ponte, a rede se estendia por 10 metros a
mais na largura e 15 metros mais comprida do que a própria ponte. Isso deu
a confiança dos trabalhadores de se mover rapidamente através da construção
de aço escorregadio. Houve relatos de trabalhadores que foram ameaçados de
demissão imediata, se fossem encontrados propositalmente mergulhando na
rede, conforme Barrera (2010).

A rede de Strauss provou ser um grande sucesso na manhã de 16 de


fevereiro de 1937, quando o lado oeste de uma plataforma com 11 trabalhadores
se soltou. Após ficar pendurada precariamente por um momento, o outro lado se
soltou e a plataforma caiu sobre a rede, que continha dois outros trabalhadores que
estavam a raspar detritos. Um trabalhador da plataforma, Tom Casey, conseguiu
saltar e agarrar uma viga da ponte antes da plataforma cair, ele ficou pendurado
até ser resgatado. A rede suportou a plataforma e os outros trabalhadores por
alguns segundos antes de se rasgar e cair na água. Dois dos 12 homens que caíram
sobreviveram. (WIKIPEDIA, 2010)

Barrera (2010) informa que dispositivos de prevenção contra quedas eram


usados no início do século XX por muitos profissionais, embora usando cordas
feitas de fibras naturais e simples cinturões para o corpo sem dispositivos de
amortecimento. Clarence W. Rose, que no início de sua carreira era lavador de

6
TÓPICO 1 | HISTÓRICO

janelas, tornou-se pioneiro na proteção contra quedas, quando fundou a Rose


Mfg Co. em 1934 e iniciou a produção de cintos de segurança e cabos de proteção
para limpadores de janela. Em 24 de novembro de 1959, Rose registrou a patente
de um conector de cabos de fácil operação para cintos de segurança, que também
tinha algumas propriedades de absorção de impactos. Anexada na patente estava
uma declaração de que o conector poderia, entre outras coisas, “ser adaptado
para deslizar um pouco quando na verificação da queda de seu usuário, de modo
a minimizar o choque mecânico.”

FIGURA 5 – DISPOSITIVO TRAVA-QUEDAS DESENVOLVIDO POR CLARENCE ROSE

FONTE: OHS Magazine (2010).

Joseph Feldstein, gerente de Serviços Técnicos na MSA, que comprou


a Rose Mfg Co. em 1996, disse que a ideia de um “amortecedor” foi um passo
importante na proteção contra as grandes forças de frenagem originadas numa
queda, especialmente durante o período de Rose. “Como você pode imaginar, os
trabalhadores com um arranjo simples de cinto e corda, que era comum naquela
época, estariam expostos a uma queda que não só poderia feri-los internamente,
devido às forças exercidas pelo dispositivo de proteção contra os tecidos moles
do abdômen ao redor da cintura, como também tais forças poderiam romper a
corda”, conta Feldstein. (BARRERA, 2010)

Rose continuou a desenvolver o seu conceito de absorção de choques


e registrou várias patentes para amortecedores novos e melhores. Em última
instância, seus desenhos influenciaram a criação do “amortecedor” dos tempos
modernos. Rose também recebeu muitas outras patentes relacionadas de alguma
forma com a prevenção e proteção contra quedas de trabalhadores. Um exemplo é a
patente para um “estribo para subir escadas” que contém dois ganchos interligados
por um cabo ao corpo do usuário. Ao subir ou descer, o trabalhador prende um
gancho em cada mão e os conecta alternadamente aos degraus da escada, conforme
mostra a figura de registro da patente, a seguir. (BARRERA, 2010).

7
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

FIGURA 6 – DISPOSITIVO PARA SUBIR OU DESCER ESCADAS DE ROSE

FONTE: OHS Magazine (2010).

Décadas mais tarde, a indústria veria o surgimento de conectores de


bloqueio e amarras de corpo inteiro, que ganharam grande aceitação a partir
da década de 1980. Em 1990, a OSHA aprovou a regulamentação 1910.66 que
continha um apêndice em que recomendava a utilização de ganchos com trava
em equipamentos trava-quedas, considerando-os mais eficientes e adequados do
que os modelos sem travamento.

A aceitação do gancho com bloqueio conduziu à criação de toda uma nova


série de sistemas de fixação: cintas, D-rings, e muito mais. “E isso continuou a
evoluir até o presente momento, onde temos agora conectores personalizados de
fixação para quase todas as aplicações, quer se trate de construção civil ou indústria
em geral”, segundo Feldstein. Mesmo ainda permitindo o uso de cintos corporais,
Feldstein afirmou que a OSHA reconheceu as amarras de corpo inteiro como uma
grande inovação na prevenção de quedas. “Cintos ainda são permitidos atualmente
para posicionamento, mas em uma queda, é preferível estar protegido por um
sistema de sustentação de corpo inteiro. Esses sistemas distribuem a carga por todo
o seu peito e massa óssea do quadril, onde seu corpo é mais capaz de absorver um
golpe, e protege os tecidos moles do abdômen”, disse Feldstein. (BARRERA, 2010)

FIGURA 7 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS

FONTE: Getty Images (2010).

8
TÓPICO 1 | HISTÓRICO

Dois anos depois da publicação 1910.66, o comitê lançou a padronização


ANSI Z359.1 utilizado até a atualidade nos Estados Unidos, afirma Barrera
(2010). Uma das mudanças mais significativas implantadas foi a obrigatoriedade
da utilização de proteção de corpo inteiro e ganchos de encaixe e travamento
automáticos. Firl disse que este padrão de cumprimento voluntário pressionou
a OSHA a reconhecer que seu padrão existente necessitava de atualização e
encorajou o desenvolvimento de uma padronização para a indústria da construção
civil. De acordo com essa norma, a partir de 1º de janeiro de 1998, o uso de cintos
simples e encaixas sem travamento automático foram proibidos.

Durante os anos 80, ganchos autorretráteis evoluíram em desenvolvimento


e utilização. Eles foram desenvolvidos inicialmente na década de 1950 para
trabalhos na extração de petróleo no Mar do Norte, mas rapidamente se tornaram
componentes comuns nos sistemas de proteção contra quedas no mundo todo.
Feldstein disse que este tipo de dispositivo se tornou muito valioso porque
permitiu que os trabalhadores fossem protegidos em percursos muito maiores,
aumentando a produtividade sem sacrificar a segurança. Ele descreveu um cenário
para os trabalhadores de vagões ferroviários: “Os trabalhadores poderiam ser
protegidos ao nível do solo e em todo o caminho até o topo do vagão, enquanto
eles estavam trabalhando ao longo do trem, porque os ganchos poderiam ser
montados com mobilidade. Assim, isto assegurou um novo padrão de proteção
para todos os tipos de trabalhadores em sistemas de transporte, desde carros
ferroviários, caminhões de carga à manutenção de aviões”. (BARRERA, 2010)

FIGURA 8 – GANCHO AUTORRETRÁTIL

FONTE: Getty Images, (2010).

Quanto a futuros dispositivos de proteção contra quedas, Firl e Feldstein


acreditam que o conforto vai continuar a avançar. Firl também prevê avanços em nichos
de mercado especializados com materiais e componentes, semelhante à progressão das
âncoras de vácuo para o setor do transporte aéreo com os trabalhos de manutenção
em aeronaves, cuja superfície não pode ser perfurada com âncoras do tipo tradicional.
“No passado, um cinto de segurança era simplesmente um cinto de segurança. Não
importava se ele se destinava à construção civil, ou setor de prestação de serviços, ou
de armazenagem. Atualmente, tem-se um mercado mais especializado, como, por
exemplo, o setor de prestação de serviços em que se empregam amplamente materiais
resistentes ao fogo. Este setor se preocupa com a resistência ao calor, pois se sabe que
os materiais diversos devem resistir a um arco voltaico”.
9
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

Feldstein afirma que os avanços na educação podem, eventualmente,


eliminar todos os riscos de queda à medida que a ênfase para os perigos de queda
contemplem a própria construção e futura ocupação dos edifícios. Na Europa, os
códigos de construção civil obrigam os proprietários de edifícios e arquitetos a
incorporar meios para a prevenção que evitem a possibilidade de acontecer uma
queda de modo que, futuramente, os EPIs não sejam mais necessários.

Airbags pessoais vestidos junto às demais peças de roupa podem ser um


componente futuro dos sistemas de proteção contra a queda. Peter Simeonov,
Ph.D., coordenador de pesquisa de segurança para NIOSH Divisão de Segurança,
fez uma apresentação sobre a tecnologia em 2006, no Simpósio da Sociedade
Internacional para a Proteção contra Quedas, em que ele mencionou dois
fabricantes japoneses que estão desenvolvendo a tecnologia de airbags de vestir
que absorvem grande parte do impacto de uma queda. Um exemplo é o “Itsumo
air bag” que é projetado para inflar rapidamente e proteger a coluna vertebral,
pescoço e cintura de um trabalhador que está caindo. Embora a tecnologia com
certeza vá melhorar no futuro, testes recentes realizados pelo Instituto Nacional
de Segurança Industrial do Japão confirmaram o parecer de Simeonov de que o
produto não protege o suficiente para substituir todos os dispositivos de proteção
contra quedas, mas poderia ser uma opção suplementar no caso de os demais
dispositivos de proteção falharem. “Provavelmente seria muito difícil garantir
uma proteção completa com tais dispositivos, pois não se consegue proteger
a cabeça suficientemente”, disse ele. “Então, eu encaro o airbag pessoal como
um campo passível de muitas melhorias para uma medida complementar de
proteção contra impactos e quedas ao invés de uma solução completa por si só”.
Esta tecnologia também está sendo desenvolvida para proteção contra quedas
para motociclistas e também para idosos. (BARRERA, 2010)

FIGURA 9 – AIRBAG DE USO PESSOAL ITSUMO

FONTE: Getty Images, (2010).

10
TÓPICO 1 | HISTÓRICO

4 PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
Durante a construção da ponte Golden Gate, um problema respiratório
surgiu quando os trabalhadores estavam utilizando jatos de areia em algumas
vigas de aço que tinham chegado enferrujadas. Embora a proteção respiratória já
existisse, Strauss solicitou a Bullard uma solução rápida. Uma máscara improvisada
foi confeccionada anexando-se uma capa em torno de um capacete que foi equipado
com uma mangueira de ar e utilizada em combinação com uma capa de proteção
contra os componentes abrasivos do jateamento. (BARRERA, 2010)

FIGURA 10 – OPERÁRIO DA GOLDEN GATE UTILIZANDO EPI


RESPIRATÓRIO DESENVOLVIDO POR BULLARD

FONTE: OSH Magazine (2010).

Respiradores datam desde a época do Império Romano, quando bexigas


de animais eram usadas para proteger os mineiros da inalação de óxidos diversos.
Filtros de ar realmente começaram a avançar com a descoberta da capacidade de o
carvão ativado em remover vapores orgânicos e gases do ar. Um pioneiro notável
foi John Stenhouse, que em 1854 apresentou uma máscara de “filtro de gás por
carvão” em uma reunião da Society of Arts, em Londres. Alegou-se que a máscara
poderia remover o cloro, sulfeto de hidrogênio e amônia do ar. Stenhouse decidiu
não patentear o projeto e, ao invés disso, disponibilizou o produto ao público,
talvez para permitir o seu desenvolvimento, porque muitos londrinos estavam
sendo afetados pela exposição perigosa ao sulfeto de hidrogênio proveniente das
fossas e esgotos de Londres, conforme Barrera (2010).

Em 1871, o físico John Tyndall baseou-se na máscara de Stenhouse e


adicionou um filtro de algodão saturado com cal, glicerina e carvão, criando o
primeiro respirador para bombeiros, exibido em uma reunião da Real Sociedade
de Londres, em 1874. Nesse mesmo ano, Samuel Barton patenteou um dispositivo
semelhante que permitia a respiração em atmosferas carregadas com gases tóxicos.

11
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

Embora os dispositivos de proteção respiratória fossem utilizados na Europa


durante muitos séculos para a proteção de mineiros expostos a gases tóxicos, as
patentes de respiradores não apareceram nos Estados Unidos até 1823. Apenas um
século mais tarde os benefícios dos respiradores ganhariam a devida atenção.

Em 1914, foi concedida ao inventor afro-americano Garret A. Morgan


uma patente para um respirador purificador de ar denominado de “Capacete de
Segurança e Protetor de Fumaça Morgan”. O EPI de Morgan foi originalmente
projetado para auxiliar os bombeiros, consistindo de uma capa de lona com dois
tubos que se estendiam até os lados onde se fundiam em um único tubo na parte
traseira. Uma esponja embebida em água unida à extremidade aberta do tubo
servia de filtro para a fumaça. Em 1916, houve uma explosão na no sistema de
abastecimento de água Cleveland. Três equipes de resgate haviam entrado no
recinto em chamas e não haviam retornado. Morgan, seu irmão e dois voluntários,
usando suas máscaras, conseguiram entrar no túnel sob o lago Erie cheio de gases
tóxicos do incêndio e retiraram a todos. A genialidade do design simples desta
invenção foi o fato de que o seu tubo de respiração se estendia junto ao chão, onde
o ar estava livre dos gases perigosos que subiam ao teto. Seu sucesso recebeu
cobertura da imprensa nacional e o EPI de Morgan se tornou a base para futuras
máscaras de gás usadas pelo exército americano durante a 1ª Guerra Mundial
para proteger soldados de guerra química. (BARRERA, 2010)

FIGURA 11 – RESPIRADOR DE MORGAN

FONTE: OSH Magazine, (2010).

12
TÓPICO 1 | HISTÓRICO

Nas décadas seguintes, as opções de máscara com respirador evoluíram


para a inclusão de peças faciais completas ou parciais. Materiais mais maleáveis,
como o silicone, estavam disponíveis como alternativas à borracha rígida. John
King, diretor técnico da Bullard, informa que o lançamento da primeira máscara
facial com filtro descartável da 3M teve um grande efeito na indústria. “Seu
sistema foi aprovado pela NIOSH, e foi uma inovação importante, pois reduziu
o custo de proteção respiratória e tornou seu uso mais fácil”, completou King.
Outra inovação importante veio nos anos 70 com o surgimento do Respirador
Purificado com Ar, que empregava um ventilador e elemento de filtro dentro de
um capacete. “Este equipamento permitiu mais mobilidade, pois o trabalhador
estava ligado a uma linha de ar fornecido por um ventilador alimentado por
baterias dentro do próprio capacete”, disse King. “Além disso, havia algum grau
de pressão positiva no interior do capacete, ao invés da comumente pressão
negativa, pois havia um ventilador soprando ar fresco pelo filtro de purificação
de ar”, de acordo com Barrera (2010).

John Hierbaum, gerente de produto da linha da MSA, informa que


muitas questões ainda precisam ser resolvidas antes que o uso de respiradores
pressurizados possa ser expandido no futuro. “Eles são volumosos e grandes. Você
tem que carregar as baterias, você tem que levar um ventilador e eles são muito
mais caros do que apenas um filtro de máscara facial ou respirador de pressão
negativa”. Hierbaum disse, acrescentando que em muitos postos de trabalho,
como a construção civil, os trabalhadores não precisam do nível de proteção que
um respirador pressurizado fornece. “Você pode sair com uma máscara ou um
respirador tipo cartucho, porque os níveis de exposição são baixos e os gases não
são cancerígenos”.

FIGURA 12 – RESPIRADOR PRESSURIZADO

FONTE: <http://www.metallo.pl/waz-oddechowy-versaflo-bt-30-p-1054.html>.
Acesso em: 29 set. 2018.

13
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

King apontou uma área que irá ajudar no avanço dos futuros respiradores
pressurizados que é o desenvolvimento de uma tecnologia sensível à respiração
capaz de acelerar ou diminuir o volume de ar soprado para atender às
necessidades do usuário, evitando-se, assim, a criação de pressão negativa pela
sobrecarga do respirador. “A pressão positiva dá mais proteção do que a pressão
negativa, de modo que há uma tendência de haver mais desenvolvimento na área
de protetores capazes de fornecer pressão positiva”, acrescentou.

Hierbaum disse que outro avanço significativo possível no futuro da


proteção respiratória poderia ser o desenvolvimento de um indicador confiável de
fim de vida útil em cartuchos de filtro. Atualmente, os fabricantes disponibilizam
cartuchos com orientações sobre a vida útil esperada ou calculadoras online que
estimam a vida de seus cartuchos com base no seu uso. Embora útil, é passível de erros
por parte dos usuários. “Os cartuchos são utilizados além do esperado. O motivo é
que, às vezes, as pessoas não sabem quando jogá-los fora, ou não se preocupam em
aprender”, disse Hierbaum, que considera a confiabilidade o principal desafio para
esse item. “O fato é que existe um vasto número de contaminantes para os quais as
pessoas se protegem com o uso de máscaras; logo fazer um indicador para todas as
substâncias é algo muito difícil”.(BARRERA, 2010)

5 PROTETORES AUDITIVOS E AURICULARES


Assim como a queda de rebites era um perigo para os trabalhadores da
Golden Gate, o martelar dos rebites em seus lugares também oferecia riscos à
saúde dos trabalhadores na forma de ruído excessivo. Embora não houvesse
regulamentação sobre a proteção auditiva, já havia preocupação com a perda
da audição principalmente após a Segunda Guerra Mundial. Bill Sokol, vice-
presidente de Marketing Estratégico para o Grupo de Segurança Auditiva
Bacou-Dalloz, indica como o primeiro exemplo de proteção auditiva a Odisseia
de Homero, onde o poeta descreve a cera usada para tapar os ouvidos dos
marinheiros e bloquear o apelo sedutor das sereias.

Patentes de dispositivos de proteção auditiva começaram a ser emitidas


desde o século XIX e na década de 1920, tampões para os ouvidos estavam sendo
vendidos para uso em grandes cidades como Nova York e Chicago para ajudar os
residentes a lidar com as condições extremamente ruidosas. Muitas vezes, feitas
de algodão e cera, esses tampões para os ouvidos foram inicialmente feitos para
ajudar os usuários a dormir ao invés de proteger a sua audição. Na década de
1930, alguns fabricantes apresentaram tampões de ouvidos para os proprietários
de fábricas, oferecendo amostras grátis para testes. (BARRERA, 2010)

Em 1969, antes da formação da OSHA, o Departamento do Trabalho norte-


americano incorporou o “a regulamentação de ruídos de Walsh-Heale” sob a
autoridade do Cartório Público de Walsh-Healey, aplicável a todos os contratos
de trabalho federais. Junto com outras normas concernentes tornou-se a norma
OSHA de ruídos, em 1971. Devido à pressão da indústria para o esclarecimento

14
TÓPICO 1 | HISTÓRICO

do seu “programa de conservação auditiva efetiva e contínua“, a norma foi quase


alterada em 1981, mas uma reorganização da gestão OSHA atrasou esta alteração
por dois anos. A publicação do Adendo da Norma de Conservação Auditiva foi
finalmente promulgada em 1983. Embora tenha forçado a indústria a realizar testes
de desempenho em todos os aparelhos auditivos, a fim de cumprir com as taxas
de redução de ruídos exigidas, a responsabilidade por prover orientações sobre os
dispositivos de proteção auditiva recaiu para a Agência de Proteção Americana.

Protetores de ouvido tinham por objetivo um efeito mais simples e prático no


início que não estava relacionado com a prevenção da perda auditiva. Aos 15 anos de
idade, Chester Greenwood inventou o “Protetor Auricular Greenwood Champion” e
recebeu uma patente em 13 de março de 1877. Greenwood construiu seu dispositivo
para proteger seus ouvidos sensíveis do clima frio. Com a ajuda de sua avó na costura,
ele criou as proteções a partir de peles de castor, veludo e arames.

Protetores auriculares evoluíram para dispositivos de proteção auditiva


durante a Segunda Guerra Mundial. Além disso, disse Sokol, a variedade
crescente de materiais de espuma durante meados do século 20 levou a uma
maior utilização dos dispositivos de proteção auditiva, especialmente, com
tampões para os ouvidos. “Plugues de orelha fabricados em espuma começaram
a aparecer em torno dos anos 60 até os 80, onde o PVC dominava com seus
protetores de orelha em forma de barril”, disse ele. “Então, cerca de 15 a 20 anos
atrás, espuma de poliuretano começou a emergir como o material preferido para
plugues de ouvido. É um pouco mais macio, mais fácil de trabalhar, mais capaz
de contornar superfícies em diferentes formas diferentes, e tem um acabamento
mais liso”. (BARRERA, 2010)

NOTA

Caro aluno! É importante salientar que existe uma diferença fundamental


entre protetor auricular e protetor auditivo, embora ambos sejam costumeiramente
confundidos como sendo o mesmo tipo de EPI. Os protetores auriculares têm por função
a proteção das orelhas do usuário, geralmente contra choques mecânicos ou agentes
agressivos, já os protetores auditivos são utilizados para evitar a perda de audição.

15
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

FIGURA 13 – PROTETORES DIVERSOS

FONTE: <https://blog.safetyglassesusa.com/aim-for-the-right-decibel-levels-in-shooting-
earmuffs-protection/>. Acesso em: 29 set. 2018.

Segundo Barrera (2010), atualmente os tampões para os ouvidos


dominam o mercado global de proteção auditiva, pois novos materiais que
protegem melhor e mais econômicos são constantemente desenvolvidos. Um
exemplo é o elastômero termoplástico, um composto que responde ao calor do
corpo no interior do canal auditivo, ajustando-se melhor ao local. Há materiais
que distorcem menos a fala humana ao permitir que as pessoas conversem em
meio ao barulho das máquinas, sem remover os plugues de suas orelhas. Outros
avanços na tecnologia de prevenção da perda auditiva levaram a dispositivos
com melhores características de proteção com a inserção de pequenos microfones
internos capazes de medir a exposição ao ruído no interior do canal auditivo
do usuário que envia um alerta quando o trabalhador chega ao seu limite pré-
configurado de exposição.

Apesar de tantos avanços, a perda auditiva continua a aumentar entre


os trabalhadores sendo que Sokol prevê que o problema vai continuar a crescer
no futuro a menos que os empregadores utilizem novas abordagens. “Para mim,
uma das fronteiras mais interessantes de proteção auditiva não está dentro dos
ouvidos, mas mais entre as orelhas das pessoas que trabalham em ambientes
ruidosos”, disse ele. “Nós acreditamos que a próxima fronteira é o lado humano
da questão. Por que as pessoas não levam a sério a proteção da audição? Por que
é que alguém que usa seus óculos de proteção ou luvas todos os dias no trabalho
resistente à ideia de que eles podem perder a sua audição no mesmo ambiente?”

Parte da solução é incorporar a proteção auditiva completamente na vida


dos trabalhadores, dentro e fora do trabalho, disse Sokol. A proteção auditiva não
é algo que deve estar confinado ao período de um turno de trabalho apenas. Para
ser realmente eficaz, os empregadores vão ter de olhar para além do que acontece
durante turno de trabalho. Eles terão de saber como os seus funcionários protegem
sua audição enquanto não estão trabalhando, afirma Sokol. (BARRERA, 2010)

16
TÓPICO 1 | HISTÓRICO

6 O CENÁRIO FUTURO
A sugestão de Sokol pode ser verdadeira para o futuro de todas as
categorias de EPI. Ela está sendo reconhecida por muitos empregadores e
fabricantes. Para reduzir as lesões e tempo de inatividade, algumas empresas nos
Estados Unidos e Europa já permitem que os seus trabalhadores levem para casa
seu EPI para usar em suas vidas pessoais, evitando assim os acidentes domésticos,
comuns em tarefas como jardinagem, pequenos consertos em casa, manutenção
do carro e outras mais. Outros têm ido mais longe nessa questão, dando vídeos
de segurança para toda a família, indica Barrera (2010).

Independentemente de quantas possibilidades futuras o EPI mantém, o


seu avanço e valor serão limitados pelo grau de comprometimento e interesse
que as indústrias venham a tomar para a adoção de uma política completa de
segurança que vá além dos portões da fábrica. Um cenário deste tipo requer que
as gerações atuais e futuras de trabalhadores tenham consciência e conhecimentos
suficientes para a correta prevenção. Se a consciência de prevenção se tornar
dominante em toda nossa cultura o futuro será muito promissor.

17
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, foram apresentados os seguintes assuntos:

• Há muitos séculos, existem registros históricos que relatam a utilização de


equipamentos de proteção individual rudimentares.

• A Revolução Industrial levou ao desenvolvimento de novas tecnologias e


legislações diversas a respeito de EPIs.

• A construção da ponte Golden Gate fez necessária a criação e desenvolvimento


de diversos EPIs amplamente utilizados nos dias atuais.

• A ampla utilização de EPIs no Brasil só se iniciou com a publicação da NR 6.

• Tão importante quanto fornecer o equipamento de proteção individual ao


trabalhador é instruí-lo corretamente sobre seu uso e conscientizá-lo a respeito
de atitudes e posturas preventivas.

18
AUTOATIVIDADE

Baseado no que você estudou até agora, responda às questões a seguir.

1 Qual é a relação da ponte Golden Gate com o surgimento e desenvolvimento


de EPIs?

2 Cite alguns acessórios disponíveis para capacetes de proteção.

3 Quais são as duas principais funções do amortecedor nos equipamentos de


ancoragem?

4 Cite as principais melhorias adicionadas aos equipamentos de proteção


respiratória durante o século passado.

5 Qual era a função dos primeiros protetores de orelha?

6 Durante a construção da Golden Gate, diversos foram os perigos encontrados


que demandaram de novos equipamentos de proteção e procedimentos de
segurança por parte dos trabalhadores. A presença de rebites na obra levou
a utilização de quais EPIs?

19
20
UNIDADE 1
TÓPICO 2

LEGISLAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
A legislação brasileira tem na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e
nas Normas Regulamentadoras (NRs) textos que se referem à segurança e saúde
do trabalhador em relação aos EPIs.

É de fundamental importância o conhecimento das obrigações


apresentadas nas referidas leis. Mais do que uma obrigação judicial, deve-se
encarar tais regulamentos como diretrizes que visam à saúde e ao bem estar do
trabalhador, bem como o bom funcionamento da empresa, que refletem no ganho
de toda a sociedade.

2 LEI Nº 6.514 DA CLT


O código brasileiro que trata dos equipamentos de proteção individual
no campo da segurança e saúde do trabalhador, encontrado na Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), é a Lei Nº 6.514, de 22 de janeiro de 1977.

O capítulo V desta Lei, “Da Segurança e da Medicina do Trabalho”, dispõe


sobre diversas questões referentes aos EPIs.

Na Seção I, do capítulo supracitado, podemos destacar o Artigo 157, com


a seguinte redação:

Art. . 157 - Cabe às empresas:


I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do
trabalho;
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às
precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças
ocupacionais;
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional
competente;
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Já o artigo seguinte determina:

21
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

Art. . 158 - Cabe aos empregados:


I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive
as instruções de que trata o item II do artigo anterior;
Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste
Capítulo.
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa
injustificada:
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma
do item II do artigo anterior;
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela
empresa.

A Seção IV do capítulo V (Do Equipamento de Proteção Individual)


possui os seguintes artigos a destacar:

Art. 166  - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,


gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em
perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de
ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e
danos à saúde dos empregados.

Art. 167  - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda


ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do
Trabalho.

Por fim, cita-se o Artigo 200, da Seção XV (Das Outras Medidas
Especiais de Proteção), que demonstra a preocupação em determinar exigências
adicionais aos EPIs na proteção do trabalhador.

Art. 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições


complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as
peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre:

I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção


individual em obras de construção, demolição ou reparos;

II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis


e explosivos, bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas;

III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras,


sobretudo quanto à prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e
soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída
dos empregados;

22
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO

IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas


adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes,
construção de paredes contrafogo, diques e outros anteparos, assim como
garantia geral de fácil circulação, corredores de acessos e saídas amplos e
protegidos, com suficiente sinalização;

V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo


no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável,
alojamento profilaxia de endemias;

VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas,


radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou
pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas
cabíveis para eliminação ou atenuação desses efeitos limites máximos quanto
ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o
organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade
controle permanente dos locais de trabalho e das demais exigências que se
façam necessárias;

VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências,


instalações sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários
e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das
refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de
trabalho e modo de sua execução, tratamento de resíduos industriais;

VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas


sinalizações de perigo.

Parágrafo único - Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as


normas a que se refere este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções
a respeito adotadas pelo órgão técnico

3 A NORMA REGULAMENTADORA Nº 9 (NR-9)


A Norma Regulamentadora Nº 9 (NR 9) – Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais trata da necessidade de utilização de EPIs quando da
impossibilidade de implementação de medidas preventivas de caráter coletivo.
Nesse ínterim, se destaca o item 9.3.5.4:

23
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

9.3.5.4 Quando comprovado pelo empregador ou instituição a


inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou
quando estas não forem suficientes ou se encontrarem em fase de estudo,
planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou
emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo-se à
seguinte hierarquia:
a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
b) utilização de equipamento de proteção individual - EPI.

Já no item posterior é apresentado o seguinte texto, referente à utilização


de EPIs:

9.3.5.5 A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar


as Normas Legais e Administrativas em vigor e envolver no mínimo:

a) seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está


exposto e à atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para
o controle da exposição ao risco e o conforto oferecido segundo avaliação do
trabalhador usuário;
b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização
e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece;
c) estabelecimento de normas ou procedimentos para promover o
fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção
e a reposição do EPI, visando garantir as condições de proteção
originalmente estabelecidas;
d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva
identificação dos EPIs utilizados para os riscos ambientais.

4 NR 6: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)


A NR6 (2010), Norma Regulamentadora Nº 6, Equipamento de Proteção
Individual cuja redação foi dada pela Portaria MTE/SIT nº 25, de 15 de outubro
de 2001, publicada no Diário Oficial da União (D.O.U.) em 17 de outubro de 2001,
estabelece as disposições relativas aos EPIs. Esta norma regulamentadora pode
ser acessada na sua versão mais recente na página do Ministério do Trabalho,
cujo endereço é indicado na seção Referências Bibliográficas.

24
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO

4.1 DISPOSIÇÕES GERAIS DA NORMA


Segundo a NR6 (2010):

6.1. Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR,


considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou
produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

6.1.1. Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção


Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante
tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente
e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

6.2. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional


ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do
Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

6.3. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,


EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento,
nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra
os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,
c) para atender a situações de emergência.

6.4. Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional, e


observado o disposto no item 6.3, o empregador deve fornecer aos trabalhadores
os EPI adequados, de acordo com o disposto no ANEXO I desta NR.

6.4.1. As solicitações para que os produtos que não estejam relacionados


no ANEXO I, desta NR, sejam considerados como EPI, bem como as propostas
para reexame daqueles ora elencados, deverão ser avaliadas por comissão
tripartite a ser constituída pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho, depois de ouvida a CTPP, sendo as conclusões
submetidas àquele órgão do Ministério do Trabalho e Emprego para aprovação.

6.5. Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e


em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar
ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.

6.5.1. Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado,


mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o
EPI adequado à proteção do trabalhador.

25
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

4.2 OBRIGAÇÕES DO EMPREGADOR


Conforme a NR6 (2010), cabe ao empregador:

6.6. Cabe ao empregador:

6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;


b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros,
fichas ou sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT nº 107, 25 ago. 2009)

4.3 OBRIGAÇÕES DO TRABALHADOR


Sobre as obrigações do trabalhador, a NR6 (2010), diz que:

6.7. Cabe ao empregado

6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;


b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

6.8. Cabe ao fabricante e ao importador:

6.8.1. O fabricante nacional ou o importador deverá:

a) cadastrar-se, segundo o ANEXO II, junto ao órgão nacional competente em


matéria de segurança e saúde no trabalho;
b) solicitar a emissão do CA, conforme o ANEXO II;
c) solicitar a renovação do CA, conforme o ANEXO II, quando vencido o
prazo de validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria
de segurança e saúde do trabalho;

26
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO

d) requerer novo CA, de acordo com o ANEXO II, quando houver alteração
das especificações do equipamento aprovado;
e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao
Certificado de Aprovação - CA;
f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;
g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde
no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos;
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando
sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;
i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,
j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO,
quando for o caso.

4.4 SOBRE O CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DOS EPIs


Sobre o certificado de aprovação dos EPIs, veja que a NR6 (2010), nos
mostra que:

6.9. Certificado de Aprovação - CA

6.9.1. Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:

a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não
tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO,
quando for o caso;
c) de 2 (dois) anos, para os EPI desenvolvidos até a data da publicação desta
Norma, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais,
oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos
ensaios, sendo que nesses casos os EPI terão sua aprovação pelo órgão
nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho,
mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica
e da especificação técnica de fabricação, podendo ser renovado até 2007,
quando se expirarão os prazos concedidos; e,
(Alterada pela Portaria SIT nº 194, de 22 de dezembro de 2006)
d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI desenvolvidos
após a data da publicação desta NR, quando não existirem normas técnicas
nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório
capacitado para realização dos ensaios, caso em que os EPI serão aprovados
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade
Técnica e da especificação técnica de fabricação.

27
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

6.9.2. O órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde


no trabalho, quando necessário e mediante justificativa, poderá estabelecer
prazos diversos daqueles dispostos no subitem 6.9.1.

6.9.3. Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem


visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o
número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote
de fabricação e o número do CA.

6.9.3.1. Na impossibilidade de cumprir o determinado no item 6.9.3,


o órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho
poderá autorizar forma alternativa de gravação, a ser proposta pelo fabricante
ou importador, devendo esta constar do CA.

6.10. Restauração, lavagem e higienização de EPI

6.10.1. Os EPI passíveis de restauração, lavagem e higienização, serão


definidos pela comissão tripartite constituída, na forma do disposto no item
6.4.1, desta NR, devendo manter as características de proteção original.

6.11. Da competência do Ministério do Trabalho e Emprego / MTE

6.11.1. Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e


saúde no trabalho:

a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;


b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;
c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI;
d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;
e) fiscalizar a qualidade do EPI;
f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e,
g) cancelar o CA.

6.11.1.1. Sempre que julgar necessário, o órgão nacional competente


em matéria de segurança e saúde no trabalho, poderá requisitar amostras de
EPI, identificadas com o nome do fabricante e o número de referência, além de
outros requisitos.

6.11.2. Cabe ao órgão regional do MTE:

a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;


b) recolher amostras de EPI; e,
c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo
descumprimento desta NR.

28
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO

5 ANEXOS DA NR 6
Veja a seguir, os anexos da NR6 (2010):

ANEXO I

LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA

A. 1 - Capacete

a) capacete de segurança para proteção contra impactos de objetos sobre o


crânio;
b) capacete de segurança para proteção contra choques elétricos;
c) capacete de segurança para proteção do crânio e face contra riscos
provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos de combate a
incêndio.

A. 2 - Capuz

a) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra riscos de


origem térmica;
b) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra respingos de
produtos químicos.

B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE

B. 1 - Óculos

a) óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos de partículas


volantes;
b) óculos de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;
c) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta;
d) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação infravermelha;
e) óculos de segurança para proteção dos olhos contra respingos de produtos
químicos.

B. 2 - Protetor facial

a) protetor facial de segurança para proteção da face contra impactos de


partículas volantes;
b) protetor facial de segurança para proteção da face contra respingos de
produtos químicos;
c) protetor facial de segurança para proteção da face contra radiação
infravermelha;

29
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

d) protetor facial de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade


intensa.

B. 3 - Máscara de Solda

a) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra


impactos de partículas volantes;
b) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação
ultravioleta;
c) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação
infravermelha;
d) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra
luminosidade intensa.

C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA

C. 1 - Protetor auditivo

a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra


níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;
b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo contra
níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;
c) protetor auditivo semi-auricular para proteção do sistema auditivo contra
níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II.

D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

D. 1 - Respirador purificador de ar

a) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra


poeiras e névoas;
b) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
poeiras, névoas e fumos;
c) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos;
d) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
vapores orgânicos ou gases ácidos em ambientes com concentração inferior
a 50 ppm (parte por milhão);
e) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
gases emanados de produtos químicos;
f) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra
partículas e gases emanados de produtos químicos;
g) respirador purificador de ar motorizado para proteção das vias respiratórias
contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos.

30
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO

D. 2 - Respirador de adução de ar

a) respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para proteção das


vias respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa
à Vida e à Saúde e em ambientes confinados;
b) máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para proteção das vias
respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à
Vida e à Saúde e em ambientes confinados;

D. 3 - Respirador de fuga

a) respirador de fuga para proteção das vias respiratórias contra agentes


químicos em condições de escape de atmosferas Imediatamente Perigosa
à Vida e à Saúde ou com concentração de oxigênio menor que 18 % em
volume.

E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO

E. 1 - Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra


riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e
umidade proveniente de operações com uso de água.

E. 2 - Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que


trabalhem portando arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de
origem mecânica. (Incluído pela Portaria SIT nº 191, de 04 de dezembro de
2006).

F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES

F. 1 - Luva

a) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e


escoriantes;
b) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e
perfurantes;
c) luva de segurança para proteção das mãos contra choques elétricos;
d) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes térmicos;
e) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes biológicos;
f) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes químicos;
g) luva de segurança para proteção das mãos contra vibrações;
h) luva de segurança para proteção das mãos contra radiações ionizantes.

31
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

F. 2 - Creme protetor

a) creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores contra


agentes químicos, de acordo com a Portaria SSST nº 26, de 29/12/1994.

F. 3 - Manga

a) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra choques


elétricos;
b) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes
abrasivos e escoriantes;
c) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes
cortantes e perfurantes;
d) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra umidade
proveniente de operações com uso de água;
e) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes
térmicos.

F. 4 - Braçadeira

a) braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra agentes cortantes.


F. 5 - Dedeira

a) dedeira de segurança para proteção dos dedos contra agentes abrasivos e


escoriantes.

G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

G. 1 - Calçado

a) calçado de segurança para proteção contra impactos de quedas de objetos


sobre os artelhos;
b) calçado de segurança para proteção dos pés contra choques elétricos;
c) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes térmicos;
d) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes cortantes e
escoriantes;
e) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra umidade
proveniente de operações com uso de água;
f) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra respingos de
produtos químicos.

G. 2 - Meia

a) meia de segurança para proteção dos pés contra baixas temperaturas.

32
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO

G. 3 - Perneira

a) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes abrasivos e


escoriantes;
b) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes térmicos;
c) perneira de segurança para proteção da perna contra respingos de produtos
químicos;
d) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes cortantes e
perfurantes;
e) perneira de segurança para proteção da perna contra umidade proveniente
de operações com uso de água.

G. 4 - Calça

a) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes abrasivos e


escoriantes;
b) calça de segurança para proteção das pernas contra respingos de produtos
químicos;
c) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes térmicos;
d) calça de segurança para proteção das pernas contra umidade proveniente
de operações com uso de água.

H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO

H. 1 - Macacão

a) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e


inferiores contra chamas;
b) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra agentes térmicos;
c) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra respingos de produtos químicos;
d) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e
inferiores contra umidade proveniente de operações com uso de água.

H. 2 - Conjunto

a) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,


para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes
térmicos;
b) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos
de produtos químicos;

33
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

c) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,


para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade
proveniente de operações com uso de água;
d) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,
para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra chamas.

H. 3 - Vestimenta de corpo inteiro

a) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra respingos de


produtos químicos;
b) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra umidade
proveniente de operações com água;
c) vestimenta condutiva de segurança para proteção de todo o corpo contra
choques elétricos.

I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE


NÍVEL

I. 1 - Dispositivo trava-queda

a) dispositivo trava-quedas de segurança para proteção do usuário contra


quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando
utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas.

I. 2 - Cinturão

a) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em


trabalhos em altura;
b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no
posicionamento em trabalhos em altura.

Nota: O presente Anexo poderá ser alterado por portaria específica


a ser expedida pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho, depois de observado o disposto no subitem 6.4.1.

ANEXO II

1.1 - O cadastramento das empresas fabricantes ou importadoras


será feito mediante a apresentação de formulário único, conforme o modelo
disposto no ANEXO III, desta NR, devidamente preenchido e acompanhado de
requerimento dirigido ao órgão nacional competente em matéria de segurança
e saúde no trabalho.

34
TÓPICO 2 | LEGISLAÇÃO

1.2 - Para obter o CA, o fabricante nacional ou o importador, deverá


requerer junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde
no trabalho a aprovação do EPI.

1.3 - O requerimento para aprovação do EPI de fabricação nacional ou


importado deverá ser formulado, solicitando a emissão ou renovação do CA e
instruído com os seguintes documentos:

a) memorial descritivo do EPI, incluindo o correspondente enquadramento no


ANEXO I desta NR, suas características técnicas, materiais empregados na
sua fabricação, uso a que se destina e suas restrições;
b) cópia autenticada do relatório de ensaio, emitido por laboratório credenciado
pelo órgão competente em matéria de segurança e saúde no trabalho ou
do documento que comprove que o produto teve sua conformidade
avaliada no âmbito do SINMETRO, ou, ainda, no caso de não haver
laboratório credenciado capaz de elaborar o relatório de ensaio, do Termo
de Responsabilidade Técnica, assinado pelo fabricante ou importador, e por
um técnico registrado em Conselho Regional da Categoria;
c) cópia autenticada e atualizada do comprovante de localização do
estabelecimento, e,
d) cópia autenticada do certificado de origem e declaração do fabricante
estrangeiro autorizando o importador ou o fabricante nacional a comercializar
o produto no Brasil, quando se tratar de EPI importado.

ANEXO III

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO


SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO
DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
FORMULÁRIO ÚNICO PARA CADASTRAMENTO DE EMPRESA
FABRICANTE OU IMPORTADORA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL

1 - Identificação do fabricante ou importador de EPI:

Fabricante - Importador - Fabricante e Importador


Razão Social:
Nome Fantasia: CNPJ/MF:
Inscrição Estadual – IE: Inscrição Municipal – IM:
Endereço: Bairro: CEP:
Cidade: Estado:
Telefone: Fax:
E-mail: Ramo de Atividade:
CNAE (Fabricante): CCI da SRF/MF (Importador):

35
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

2 - Responsável perante o DSST / SIT:

a) Diretores:

Nome Nº da Identidade Cargo na Empresa


1
2
3

b) Departamento Técnico:

Nome Nº do Registro Prof. Conselho Prof./Estado


1
2

3 - Lista de EPI fabricados:

4 – Observações:
a) Este formulário único deverá ser preenchido e atualizado, sempre que
houver alteração, acompanhado de requerimento ao DSST / SIT / MTE;
b) Cópia autenticada do Contrato Social onde conste dentre os objetivos sociais
da empresa, a fabricação e/ou importação de EPI.

Nota: As declarações anteriormente prestadas são de inteira responsabilidade


do fabricante ou importador, passíveis de verificação e eventuais penalidades,
facultadas em Lei.

_________________________,______ de ______________________ de _________


_____________________________________________________________________
Diretor ou Representante Legal

36
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você estudou os seguintes conteúdos:

• A regulamentação do uso de EPIs é determinada pela Lei nº 6.514 da CLT bem


como as NR 6 e 9 do Ministério do Trabalho.

• As empresas têm a obrigação de fornecer gratuitamente a seus trabalhadores


EPIs adequados, bem como instruções de como utilizá-los.

• Cabe aos empregados a obrigação de utilizar os EPIs bem como a observância


das regras vigentes quanto ao correto uso, manuseio e higienização do mesmo.

• Os EPIs devem ser empregados como última medida de proteção ao trabalhador,


sendo preferidas a implementação de medidas de caráter geral ou a utilização
de equipamentos de uso coletivo.

• Todo equipamento de proteção individual comercializado no mercado


nacional ou utilizado nas empresas, deverá possuir respectivo Certificado de
Aprovação (CA).

37
AUTOATIVIDADE

Exercite seus conhecimentos, resolvendo as questões a seguir:

1 Segundo a Lei nº 6.514 da CLT, quais as obrigações dos empregadores,


referentes aos EPIs?

2 Quais as obrigações dos trabalhadores em relação aos EPIs, de acordo com


a Lei nº 6.514?

3 O que diz o item 9.3.5.4 da NR 9 a respeito da utilização de EPIs?

4 Cite as obrigações do empregador, referentes aos EPIs, de acordo com a NR 6.

5 Cite as obrigações do trabalhador, referentes aos EPIs, de acordo com a NR 6.

6 O que é o Certificado de Aprovação dos EPIs?

38
UNIDADE 1
TÓPICO 3

OBRIGAÇÕES E DIREITOS

1 INTRODUÇÃO
O fornecimento de EPIs adequados ao risco e em perfeito estado de
conservação é uma obrigação da empresa que, ainda, deve fazê-lo gratuitamente. De
acordo com o item 6.5 da NR6 (2010), a escolha e a recomendação de EPI adequado
é de responsabilidade do SESMT da empresa e na ausência deste, da CIPA.

O item 6.6 da NR6 (2010) elenca as responsabilidades do empregador em
relação aos EPIs, que foi estudado no tópico anterior.

Na NR6 (2010), quanto aos empregados, as responsabilidades estão
dispostas no item 6.7, que foi estudado no tópico anterior.

2 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES AO USO DE EPI


Quando houver necessidade do uso de um novo EPI não relacionado
nos grupos da NR 6, seu fornecimento deve ser feito mediante autorização dos
SESMT, CIPA e, na ausência deste, do gerente responsável pela operação, a
critério do empregador. (SESI, 2010)

O empregador deverá elaborar um procedimento interno identificando


as atividades e setores com potencial de risco e discriminando a característica do
EPI a ser utilizado, sem a necessidade de identificar o fabricante. (SESI, 2010)

A empresa deverá exigir do fabricante e/ou empresa que vende EPI


uma cópia autenticada do CA para que seja mantido arquivado pela empresa.
Normalmente, esta é uma responsabilidade dos SESMT, que devem contar com o
apoio do departamento de compras durante o processo de aquisição dos EPIs. Os
CAs devem ser mantidos arquivados pelos SESMTs. No caso de sua ausência ou
da CIPA, por um representante de segurança designado pela alta administração.
(SESI, 2010)

Quanto à questão da responsabilidade do empregador, empregado,


fabricantes e importadores destacam-se os seguintes aspectos:

39
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

• O fato de o empregador adquirir o EPI não o exime da responsabilidade de fazer


cumprir a obrigatoriedade do uso, devendo utilizar normas administrativas,
treinamento e supervisão.

• A legislação em vigor dá plenos poderes ao empregador para tornar


obrigatório o uso do EPI, podendo o empregado ser passível de punição, que
vai desde uma simples advertência verbal até a demissão por justa causa.
Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento
desta exigência legal.

• Falta de registros de treinamento, distribuição e reposição do EPI caracterizam


a omissão do empregador, sendo considerada, também, como um ato faltoso,
e, neste caso, passível das penalidades previstas na NR 28.

• É prudente que o empregador exija da empresa fornecedora de EPI uma cópia


do CA, garantindo que o EPI a ser adquirido esteja dentro dos prazos de
validade estabelecidos pelo TEM.

• O EPI deve ser adequado ao risco, associando eficácia na proteção e conforto.


O trabalhador deve ser treinado e orientado sobre os limites de proteção
oferecidos e os cuidados necessários quanto ao uso, guarda, higienização
e reposição. Esta exigência está na NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (subitem 9.3.5.5).

• O caso da atenuação ao ruído (por exemplo, o termo “eficiência necessária” do


EPI, citado no item anterior), é, sem dúvida, bastante apropriado. Contudo,
faz-se necessária uma série de medidas de ordem administrativa, garantindo
sua utilização pelo empregado, durante toda a jornada de trabalho, de modo
que se obtenha a atenuação dos níveis de ruído previstos nos ensaios de
laboratórios realizados para sua aprovação. (SESI, 2010)

A prática demonstra que a utilização do EPI por iniciativa do


empregado, na maior parte das vezes, não ocorre, necessitando, portanto, de
permanente supervisão por parte do empregador em conjunto com campanhas
educacionais. Considera-se inconcebível que o empregador adote uma posição
de espera, na expectativa de uma atitude proativa do empregado quanto ao
uso do EPI. (SESI, 2010)

40
TÓPICO 3 | OBRIGAÇÕES E DIREITOS

TUROS
ESTUDOS FU

Caro acadêmico! O texto anterior foi baseado na publicação “Legislação


Comentada: Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Trabalho” elaborada
pelo SESI e disponibilizada gratuitamente no endereço eletrônico <www.fieb.org.br/sesi/
sv>. Sua utilização e reprodução são livremente permitidas. Fica a sugestão de visita ao
endereço citado para o conhecimento de diversas publicações interessantes da área da
Saúde e Segurança do Trabalho.

41
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

LEITURA COMPLEMENTAR

EPI: NÃO BASTA FORNECER, TEM DE CUMPRIR A LEGISLAÇÃO

Antonio Carlos Vendrame

Antes de qualquer outra colocação, cumpre esclarecer que os EPIs


(equipamentos de proteção individual) foram concebidos única e exclusivamente
para serem adotados apenas em situações bem específicas e legalmente previstas,
como o caso em que medidas de proteção coletiva são inviáveis - casos de
emergência - ou enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implementadas. O empregador brasileiro, contrariando a própria essência do
EPI, faz uso deste como primeira opção, quando na verdade deveria ser a última,
partindo, inclusive, do pressuposto que o EPI é remédio para todos os males em
matéria de segurança do trabalho.

Erroneamente, muitas empresas acreditam que o simples ato de


fornecimento dos EPIs está isentando total e irrestritamente as responsabilidades
advindas do acidente de trabalho ou doença profissional. Aliás, em caso de
acidente de trabalho, onde a empresa negligenciou ou não forneceu o EPI, esta,
através de seu representante, responde civil e criminalmente pela omissão.

Nos dias de hoje, deparamos com empresas e mais empresas que sequer
fornecem os EPIs adequados, e ainda assim, acreditam proteger os trabalhadores;
EPIs são adquiridos e especificados pelo setor de suprimentos, cujo único critério
de seleção é o menor preço.

A NR-6 elenca as condições para que um EPI possa ser considerado


instrumento neutralizador da insalubridade e o primeiro destes é exatamente
o fator adequabilidade ao risco; o equipamento deve ser especificado por
profissional competente, não se permitindo que o mero “achismo” faça a escolha;
deparamos com trabalhadores expostos a vapores orgânicos usando máscaras
para poeira, da mesma forma que trabalhadores usam protetores auriculares cuja
atenuação não é suficiente para fazer com que a exposição fique abaixo da dose;
ou ainda, o uso de luvas de raspa para o manuseio de solventes.

Também não é recomendável o superdimensionamento, especialmente


no caso dos protetores auriculares; temos notícia de processos nos Estados
Unidos envolvendo vultosas indenizações, porque o trabalhador foi vítima
de acidente que poderia ter sido evitado por aviso sonoro - se o protetor que

42
TÓPICO 1 | HISTÓRICO

estivesse usando não interferisse na comunicação - evitando que o acidentado


ouvisse o sinal. O EPI, quando mal dimensionado ou inadequado ao risco, passa
a ter caráter inverso do que foi inicialmente proposto, facilitando, em muitos
casos, a ocorrência de acidentes.

Ainda, só concebemos o uso do EPI para neutralização dos agentes


insalubres, pois ao contrário do que parece, os mesmos raramente exercem
quaisquer efeitos sobre as hipóteses de periculosidade, especialmente por
eletricidade, inflamáveis e explosivos. O EPI não é suficiente para neutralizar o
risco advindo do contato com eletricidade ou de eventual explosão provocada
por explosivos ou inflamáveis.

A aquisição do EPI tem de ser feita de forma criteriosa; a empresa


vendedora tem por obrigação a apresentação do C.A. - Certificado de Aprovação
- que consiste em documento emitido pelo DNSST - Departamento de Segurança
e Saúde do Trabalhador, o qual atesta que o equipamento reúne condições de
servir ao fim a que se presta. Além do C.A., o fabricante deverá apresentar o C.R.F.
- Certificado de Registro de Fabricante, e o importador, o C.R.I. - Certificado de
Registro de Importador, ambos também emitidos pelo DNSST.

Detalhe importe é que, legalmente, o EPI tem de ser fornecido


gratuitamente, e na realidade algumas empresas obrigam os empregados a
assinarem vales para desconto em folha de pagamento, a exemplo de botinas e
uniformes, o que contraria frontalmente a Lei.

Dispensável alertar as empresas que os EPIs devem ser fornecidos mediante


recibo firmado pelo trabalhador, constituindo-se em única prova a ser produzida
em juízo da entrega de tais equipamentos; todos os equipamentos têm de estar
relacionados analiticamente na ficha de entrega de EPIs, mesmo aqueles cujo
fornecimento seja constante, a exemplo de luvas de látex e protetores descartáveis;
no entanto, para facilitar a operacionalidade do registro, os lançamentos podem
ser feitos semanal ou quinzenalmente, ou, ainda, por lote.

Sob a responsabilidade do empregador estão também a manutenção


e higienização do EPI; cabe ao empregador promover a limpeza dos mesmos,
a exemplo das máscaras não descartáveis, óculos e protetores tipo plug (estes
devem ser lavados para se evitar infecção do canal auditivo). Alternativamente, o
próprio empregado pode ser treinado para higienizar seu EPI, como por exemplo,
os protetores tipo plug, que carecem de limpeza diária.

43
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

Alguns EPIs são passíveis de conserto e de terem suas partes substituídas,


prolongando sua vida útil – como, por exemplo, o protetor tipo concha, que possui
peças de reposição no mercado. Para o protetor tipo concha existe uma máxima
que diz: o conforto é inversamente proporcional à proteção; assim, a partir do
momento em que o protetor tipo concha estiver confortável, é exatamente por que
não está exercendo a pressão adequada, permitindo vazamento, não cumprindo
sua função de atenuar ruídos.

Observamos verdadeiros absurdos de trabalhadores que usam protetores


auriculares descartáveis por várias semanas, contrariando totalmente a finalidade
para a qual foram concebidos; em visita a empresas no primeiro mundo, notamos
que os EPIs estão disponíveis na fábrica para que sejam trocados diariamente
pelo trabalhador. A durabilidade do EPI está diretamente ligada ao tipo de
atividade e condições ambientais a que este está sendo submetido, somente
existindo, com algumas exceções, métodos empíricos para se determinar se o EPI
está imprestável.

No caso de máscaras, é bem nítido o instante em que o equipamento


não produz mais o efeito desejado, pois o trabalhador passa a sentir o cheiro do
contaminante ou dificuldade de respirar, pela obstrução dos poros do filtro.

Outro detalhe ao qual as empresas não estão atentas é que de nada


adianta fornecer o EPI cercado de todos os cuidados, se o trabalhador não
recebeu treinamento para usá-lo; a eficiência do equipamento, particularmente
os protetores auriculares e máscaras, depende essencialmente do modo como
são usados, sob risco de não promoverem a atenuação especificada. Assim, é
igualmente importante que a empresa treine o trabalhador com recursos próprios,
ou por meio dos fabricantes de EPIs que já fazem este trabalho gratuitamente,
através de palestras ou mini cursos. Mais uma vez, deve a empresa documentar
que treinou o trabalhador ao uso do EPI, seja por meio de termo na própria ficha
de entrega, seja por meio de emissão de certificado.

Uma vez que o EPI foi extraviado ou encontra-se sem condições de


uso, cabe à empresa promover imediatamente a sua substituição; legalmente, o
empregado está sujeito a responsabilizar-se por sua guarda, e se assim não agir,
sujeitar-se-á a indenizar a empresa o valor do EPI perdido, e, ainda, tem por
obrigação comunicar ao empregador quando seu EPI não tiver mais condições
de uso.

Algumas empresas, com a finalidade de promover uma política mais


arrojada quanto ao uso dos EPIs, permite que o trabalhador leve o equipamento
e o use fora do local de trabalho, por exemplo, permitindo que o usuário utilize
sua máscara quando este for executar atividades de pintura em sua residência.

44
TÓPICO 1 | HISTÓRICO

Finalmente, de nada adianta o cumprimento de todos os requisitos


anteriores, se não for cumprida a principal exigência que é a obrigatoriedade
do uso do EPI; a empresa tem, legalmente, que obrigar o uso do equipamento,
inclusive recorrendo-se da rescisão do contrato de trabalho por justa causa pelo
empregado (art. 482 da C.L.T.) nos casos de comprovada resistência ao uso.
Conforme item 1.8.b. da NR-1, constitui ato faltoso pelo empregado a recusa
injustificada do uso do EPI. A adoção de comportamento paternalista, deixando
o empregado à vontade no uso do EPI, traz sérias consequências à empresa,
inclusive descaracterizando o fornecimento por força do Enunciado 289; assim,
deve a empresa iniciar um trabalho de conscientização de todos os trabalhadores,
através de palestras, cursos e vídeos, além da SIPAT, para o uso do equipamento,
ao invés de criar um clima policialesco, em que o departamento de segurança
gasta grande parte de seu tempo monitorando o uso do equipamento pelos
trabalhadores.

Para as empresas que terceirizam atividades, com o advento do instituto


jurídico da terceirização, tinha-se em mente a transferência da responsabilidade
trabalhista e cível para outra empresa, a qual estaria sendo devidamente
remunerada para tal finalidade; entretanto, não foi o que aconteceu; para
nossa surpresa, deparamos com vários processos onde figuram como rés tanto
a terceirizada, como a terceirizadora; aliás, de acordo com a Súmula 341 do
S.T.F., a qual preconiza que sempre estarão envolvidas a empresa contratante e
contratada para a prestação de serviços, quer na qualidade de empreiteira ou de
subempreiteira.

Em não raras situações, contemplamos situações onde o Magistrado


sentencia penalizando, tanto a terceirizada, como também a terceirizadora,
conjuntamente ambas respondendo solidárias.

A terceirizadora que escolhe mal a terceirizada ocorre em culpa in


eligendo, podendo, contudo, exercer o direito regressivo; entretanto, segundo o
item 1.7.a, da NR-1, cabe ao empregador, cumprir e fazer cumprir as disposições
legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

Por outro lado, temos noção de que o EPI interfere no rendimento do


trabalho e no conforto do trabalhador; a empresa deve tentar a substituição do
EPI quando o usuário se queixa de que o mesmo é incômodo; preconizamos que
o EPI deve ter aceitação pelo trabalhador, pois caso contrário, a resistência será
natural. Especialmente no caso dos protetores auriculares tipo plug ou concha,
cabe ao usuário a opção, levando-se em conta o fator de adaptação e conforto,
exceto nos casos de elevada exposição, quando é necessário o uso conjunto dos
dois tipos, a fim de obter atenuação suficiente para restringir a exposição ao nível
do limite de tolerância.

45
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

Estudos mostram que a atenuação total promovida pelo equipamento


depende fundamentalmente do tempo que o mesmo é usado, não sendo
proporcional a este; por exemplo:

• um respirador com nível de proteção 100, quando não usado por apenas 10
minutos, faz seu nível de proteção cair abaixo de 40; e quando não usado por
20 minutos, o nível cai para 20;

• um protetor auricular com atenuação de 25 d(B), se não usado por apenas 10


minutos, tem sua atenuação oferecida reduzida para 18 d(B); e se o tempo de
não uso for de 50%, passa a oferecer atenuação de somente 5 d(B).

NRR EM FUNÇÃO DO TEMPO DE ABSTENÇÃO AO USO DO


PROTETOR AURICULAR
Tempo de não de uso durante a jornada
NRR do produto
5 min 10 min 15 min 30 min
16 15 14 14 12
17 16 15 14 12
18 17 15 15 13
19 17 16 15 13
20 18 16 15 13
21 18 17 16 13
22 19 17 16 13
23 19 17 16 14
24 20 18 16 14
25 20 18 16 14
26 20 18 17 14
27 21 18 17 14
28 21 18 17 14
29 21 18 17 14
30 21 19 17 14
31 21 19 17 14
32 21 19 17 14
33 22 19 17 14
34 22 19 17 14
35 22 19 17 14

46
TÓPICO 3 | OBRIGAÇÕES E DIREITOS

Os exemplos apresentados são para jornadas de 8 horas, mas o importante


é a conclusão de que o tempo de não uso não é proporcional ao decréscimo da
atenuação.

Os EPIs revestem-se de tal importância que atualmente já existem


ações voltadas a riscos específicos, cujos programas tratam em grande parte da
especificação correta dos equipamentos, a exemplo dos P.C.A. - programa de
conservação auditiva e P.P.R. - programa de proteção respiratória.

Ainda se não fossem poucos os problemas abordados anteriormente,


mesmo que cumpridas todas as obrigações legais, corre-se o risco de fornecer
um EPI, cujo desempenho foi avaliado em laboratório, mas quando colocado
em condições reais de trabalho, não reproduz o desempenho obtido nos testes.
Vários trabalhos, especialmente para protetores auriculares, demonstram
que os resultados reais ficam de 50 a 60% abaixo da atenuação obtida em
laboratório; daí porque um monitoramento constante dos trabalhadores
deve ser promovido, especialmente com vistas a detectar prematuramente
problemas deste tipo.

No caso concreto da perícia judicial, não somente o cotejo de todos os


requisitos da NR-6 irá caracterizar o fornecimento dos EPIs, mas, ainda, deverão
ser observados detalhes tais como:

• através da oitiva de testemunhas, verificar se o empregador torna obrigatório


o uso dos equipamentos nas áreas demarcadas como insalubres;

• se a ficha de entrega dos EPIs está firmada pelo trabalhador, e se este reconhece
a assinatura como legítima;
• se os trabalhadores receberam ou recebem treinamento acerca do uso dos
equipamentos, usando inclusive testes práticos, como, por exemplo, teste de
verificação de pressão positiva ou negativa para máscaras;

• numa perícia sem prévio aviso na fábrica, determinar se todos os trabalhadores


estão portando e usando corretamente os EPIs;

• se os C.A.’s apresentados pela empresa correspondem aos modelos que os


trabalhadores estão usando;

47
UNIDADE 1 | HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO DOS EPIs

• como está o estado de conservação dos EPIs, tanto no aspecto limpeza, como
manutenção; cuidado se todos os EPIs parecerem novos, pois a empresa pode
ter distribuído o equipamento minutos antes do início dos trabalhos periciais;

• se a empresa possui implantados programas como o P.P.R.A., P.C.A., P.P.R. e


outros que comprovem de forma objetiva o comprometimento com a segurança
e saúde dos trabalhadores.

FONTE: Disponível em: <http://www.viaseg.com.br/artigos/epi.htm>. Acesso em: 18 set. 2010.

48
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você estudou os seguintes conteúdos:

• Empregados e empregadores têm deveres diversos a respeito do uso de EPIs.

• É de responsabilidade de o empregador fornecer aos trabalhadores EPIs


adequados às atividades perigosas e em boas condições de uso.

• O empregado deve zelar pela conservação e uso correto do EPI.

• A recusa injustificada do empregado em utilizar EPI denota ato inseguro e é


passível de punição por parte da empresa.

• A CIPA e o SESMT devem participar ativamente na questão da escolha


dos EPIs adequados e na elaboração de treinamentos, palestras, cursos,
avisos e outras atividades que visem ao uso correto e contínuo dos devidos
equipamentos de proteção.

49
AUTOATIVIDADE

Para exercitar seus conhecimentos, resolva as questões a seguir:

1 Quais são as responsabilidades da empresa quanto ao CA dos EPIs utilizados


nas suas dependências?

2 Que tipo de punições podem recair sobre um empregado que se recusar a


utilizar EPIs?

3 Para que tipos de situações foram previstas a utilização de EPIs?

4 Além de fornecer o EPI adequado ao trabalhador, o que mais se espera da


empresa, na questão da segurança?

5 Qual procedimento deve ser adotado pela empresa quando da necessidade


de se utilizar algum EPI não relacionado nos anexos da NR 6?

50
UNIDADE 2

GERENCIAMENTO DE EPIs

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Nessa unidade vimos:

• entender o que é certificado de aprovação e sua importância;

• solicitar o certificado de aprovação;

• solicitar a renovação de certificado de aprovação;

• como proceder com o gerenciamento e entrega de EPIs;

• saber a forma correta de utilização e para quais aplicações serve cada EPI;

• procedimentos de higienização dentro do ambiente de trabalho;

• justificar a necessidade da importância de treinamentos dentro da empresa.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No final de cada um deles, você
encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.

TÓPICO 1 – CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

TÓPICO 2 – CONTROLE E GERENCIAMENTO DE EPI

TÓPICO 3 – EPI X INSALUBRIDADE X NEUTRALIZAÇÃO

TÓPICO 4 – HIGIENIZAÇÃO

TÓPICO 5 – TREINAMENTO PARA OS COLABORADORES

51
52
UNIDADE 2
TÓPICO 1

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
Segundo Marangon (2002), o Certificado de Aprovação ou CA é um código
que deve conter todo equipamento de proteção individual - EPI. Este código é
definido por legislação e é exigido em todo EPI.

De acordo com a Norma Regulamentadora n° 6, NR-6 (2010), considera-se


Equipamento de Proteção Individual – EPI, todo dispositivo de uso individual, de
fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade
física do trabalhador. O certificado de aprovação ou simplesmente CA, é um
código que define a aprovação para uso de equipamentos de segurança pelo
Ministério do Trabalho e é requerido a todo EPI.

O CA é respaldado por lei vigente, a saber, o artigo 167 da Consolidação


das Leis do Trabalho, versa sobre o assunto como está descrito a seguir:

“Art. 167. O equipamento de proteção individual só poderá ser posto à


venda ou utilizado com indicação do Certificado de Aprovação do Ministério
do Trabalho.”
FONTE: Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

A NR-6 (2010) também trata explicitamente de procedimentos para


regulamentação do Certificado de Aprovação dos Equipamentos de proteção
Individual (EPIs).

2 POR QUE TER O CA


O CA – (Certificado de Aprovação) representa, segundo Marangon (2002),
que o EPI está regulamentado perante órgão competente, que passou por testes
de avaliação em laboratório e que o produto que contém o CA está regularizado
e autorizado para uso como equipamento de segurança. O CA em um produto
também indica que a empresa produtora do EPI está em conformidade com as
exigências legais do Ministério do Trabalho.

Para o profissional de Segurança do Trabalho, o CA representa, sem sombra


de dúvida, um “atestado” de garantia que o equipamento atenda requisitos

53
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

mínimos de segurança para suas atividades laborais e a empresa redutora do EPI


possui condições legais e técnicas e de qualidade para manter no mercado um
produto qualificado. Um produto sem o CA nada mais é que um produto que
não foi testado, nem aprovado. Para o usuário, o CA representa um certificado de
qualificação. O usuário pode então confiar em um produto que contém CA, pois
fora anteriormente testado para a função a que se destina.

Do ponto de vista comercial, o CA é muito benéfico às empresas. O


Certificado de Aprovação pode garantir um mercado de consumidores. Estando
o EPI com o CA regularizado, poderá ser comercializado. Entram aqui dois
aspectos a favor do equipamento com CA:

• a não ilegalidade de comercialização de EPIs que não possuem o CA;

• a qualidade e a confiança que o comprador deposita em EPIs com o CA.

Naturalmente o mercado globalizado atual, onde não se compete mais com


o vizinho da esquina, mas sim com o mundo todo, exige cada vez mais eficiência e
qualidade dos produtos. Para os equipamentos de proteção individual, a exigência
é ainda maior, pois do ponto de vista social, estamos diretamente produzindo
produtos destinados à proteção da qualidade da vida humana. Do ponto de vista
legal, estamos sujeitos à fiscalização do Ministério do trabalho e multas. Estamos,
portanto, sujeitos a perder clientes e mercado por não possuirmos o CA.

NOTA

Para o usuário, o CA representa um certificado de qualificação. O usuário


pode então confiar em um produto que contém CA, pois fora anteriormente testado para
a função para a que se destina.

2.1 MERCADO DE CONSUMO


O mercado de consumo de equipamentos de proteção individual tende a
aumentar. São cada vez mais exigidos cursos e investimentos em segurança do
trabalho em empresas. O EPI é necessário em toda atividade em que houver risco
para o trabalhador.

Na construção civil, são necessários o uso de luvas, botas e capacetes. Em


ambiente hospitalar, é necessário uso de touca, luvas e máscaras. Em fábricas se
faz necessário o uso de óculos de proteção, protetores auriculares entre outros.

54
TÓPICO 1 | CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

Esses EPIs, de acordo com a lei, não devem ser comprados pelo empregado,
mas sim fornecidos pelo empregador ao empregado gratuitamente. Também é
necessário que o empregador instrua o empregado a usar corretamente o EPI.

Temos então aqui um grande mercado para o EPI, ou seja, todas as


indústrias, a construção civil, hospitais entre outras. O mercado brasileiro, cada
vez mais competitivo, demanda mais EPIs. O grande problema do EPI é que ele
causa certo desconforto ao ser usado. Por esta razão, há grande concorrência entre
as empresas para se fazer EPIs cada vez mais confortáveis, eficientes e baratos,
para se conseguir uma fatia do mercado de consumo de EPIs. A concorrência não
é muito grande neste ramo, mas as empresas internacionais já estão entrando
neste mercado emergente, exigindo que as empresas nacionais elevem seu nível
de qualidade.

3 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA CONSEGUIR O C. A.


Para requerer o CA, são necessários os seguintes documentos:

• Carta Requerimento a DSST, Departamento de Segurança e Saúde no


Trabalho, solicitando a Obtenção ou Renovação do CA, informando no próprio
requerimento o número do CRF e o número do CA (quando for renovação).

• Memorial descritivo do EPI, incluindo no mínimo, as suas características


técnicas principais, material empregado na sua fabricação, referência e uso a
que se destina.

• Cópia autenticada do Laudo de Ensaio do EPI emitido por laboratório


credenciado pelo INMETRO (ou SSST/MTb até a data da publicação no DOU,
da transferência da Certificação para o INMETRO) - Validade do CA: cinco
anos.

• Termo de Responsabilidade - Acompanhado de Anotação de Responsabilidade


Técnica - ART ou outro documento de órgão regulador da Categoria - (Somente
quando não existir laboratório credenciado pelo Inmetro ou SSST/MTb, que
faça o teste no EPI) - validade do CA: um ano.

• Cópia autenticada do alvará de localização do estabelecimento ou licença de


funcionamento atualizada.

• Cópia autenticada do CNPJ.

• Cópia autenticada do CRF.

55
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

NOTA

Em caso de renovação, encaminhar cópia autenticada do C.A. anterior.

4 A NR-6
A NR-6 (2010) versa como está descrito ipsis litteris, a seguir sobre o
Certificado de Aprovação (CA):

O item 6.1. define o que é EPI.

6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR,


considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou
produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

O item 6.2. define a obrigação do Certificado de Aprovação.

6.2 O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional


ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do
Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e
Emprego.

No item 6.6, subitem 6.6.1 ressaltamos a alínea c, que define a


responsabilidade do empregador de fornecer apenas EPI’s com CA (Certificado
de Aprovação).

6.6 Cabe ao empregador

6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:


a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros,
fichas ou sistema eletrônico.

56
TÓPICO 1 | CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

O item 6.8, subitem 6.8.1, define a responsabilidade do fabricante ou


importador de solicitar emissão, renovação e responsabilizar-se pelos CA’s de
seus equipamentos.

6.8. Cabe ao fabricante e ao importador

6.8.1. O fabricante nacional ou o importador deverá:


a) cadastrar-se, segundo o ANEXO II, junto ao órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho;
b) solicitar a emissão do CA, conforme o ANEXO II;
c) solicitar a renovação do CA, conforme o ANEXO II, quando vencido o
prazo de validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria
de segurança e saúde do trabalho;
d) requerer novo CA, de acordo com o ANEXO II, quando houver alteração
das especificações do equipamento aprovado;
e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao
Certificado de Aprovação - CA;
f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;
g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde
no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos;
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando
sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;
i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,
j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO,
quando for o caso.

O item 6.9, subitem 6.9.1 define o CA quanto a sua validade.

6.9. Certificado de Aprovação - CA

6.9.1. Para fins de comercialização, o CA concedido aos EPI terá


validade:
a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não
tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO,
quando for o caso;
c) de 2 (dois) anos, para os EPI desenvolvidos até a data da publicação desta
Norma, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais,
oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização
dos ensaios, sendo que nesses casos os EPI terão sua aprovação pelo
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho,
mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica
e da especificação técnica de fabricação, podendo ser renovado até 2007,
quando se expirarão os prazos concedidos; e, (Alterada pela Portaria SIT nº
194, de 22 de dezembro de 2006);

57
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI desenvolvidos


após a data da publicação desta NR, quando não existirem normas técnicas
nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório
capacitado para realização dos ensaios, caso em que os EPI serão aprovados
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade
Técnica e da especificação técnica de fabricação.

O item 6.9, subitem 6.9.2 define a possibilidade de alteração nos prazos


de validade.

6.9.2. O órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde


no trabalho, quando necessário e mediante justificativa, poderá estabelecer
prazos diversos daqueles dispostos no subitem 6.9.1.

O item 6.9, subitem 6.9.3 define que os dados do fabricante e o número


do CA devem estar legíveis e em local visível.

6.9.3. Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem


visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o
número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote
de fabricação e o número do CA.

O item 6.9, subitem 6.9.3.1, define a possibilidade da alteração da


identificação no EPI, mas obrigando constar o CA.

6.9.3.1 Na impossibilidade de cumprir o determinado no item 6.9.3,


o órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho
poderá autorizar forma alternativa de gravação, a ser proposta pelo fabricante
ou importador, devendo esta constar do CA.

O item 6.11 no subitem 6.11.1 define as responsabilidades do MTE,


quanto ao cadastramento, emissão e cancelamento de CAs.

6.11 Da competência do Ministério do Trabalho e Emprego / MTE

6.11.1 Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e


saúde no trabalho:
a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;
b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;
c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de
EPI;
d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;
e) fiscalizar a qualidade do EPI;
f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e,
g) cancelar o CA.

58
TÓPICO 1 | CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

O anexo II desta NR define os procedimentos para cadastramento de


empresas fabricantes e importadoras de EPI’s e procedimentos para emissão
ou renovação de CA.

ANEXO II
(Texto dado pela Portaria SIT nº 25, de 15 de outubro de 2001)

1.1 - O cadastramento das empresas fabricantes ou importadoras


será feito mediante a apresentação de formulário único, conforme o modelo
disposto no ANEXO III, desta NR, devidamente preenchido e acompanhado de
requerimento dirigido ao órgão nacional competente em matéria de segurança
e saúde no trabalho.

1.2 - Para obter o CA, o fabricante nacional ou o importador deverá


requerer junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde
no trabalho a aprovação do EPI.

1.3 - O requerimento para aprovação do EPI de fabricação nacional ou


importado deverá ser formulado, solicitando a emissão ou renovação do CA e
instruído com os seguintes documentos:
a) memorial descritivo do EPI, incluindo o correspondente enquadramento no
ANEXO I desta NR, suas características técnicas, materiais empregados na
sua fabricação, uso a que se destina e suas restrições;
b) cópia autenticada do relatório de ensaio, emitido por laboratório credenciado
pelo órgão competente em matéria de segurança e saúde no trabalho ou
do documento que comprove que o produto teve sua conformidade
avaliada no âmbito do SINMETRO, ou, ainda, no caso de não haver
laboratório credenciado capaz de elaborar o relatório de ensaio, do Termo
de Responsabilidade Técnica, assinado pelo fabricante ou importador, e por
um técnico registrado em Conselho Regional da Categoria;
c) cópia autenticada e atualizada do comprovante de localização do
estabelecimento, e
d) cópia autenticada do certificado de origem e declaração do fabricante
estrangeiro autorizando o importador ou o fabricante nacional a comercializar
o produto no Brasil, quando se tratar de EPI importado.

NOTA

O CA tem validade de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos


de ensaio que não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO.

59
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

O anexo III apresenta o formulário para cadastramento das empresas


fabricantes ou importadoras de EPI’s.

FIGURA 14 – FORMULÁRIO PARA CADASTRAMENTO DAS EMPRESAS


FABRICANTES OU IMPORTADORAS DE EPIs.
ANEXO III
(Texto dado pela Portaria SIT nº. 25, de 15 de outubro de 2001)

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO


SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO
DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
FORMULÁRIO ÚNICO PARA CADASTRAMENTO DE EMPRESA FABRICANTE OU IMPORTADORA DE
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
1 – Identificação do fabricante ou importador de EPI:

- Fabricante - Importador - Fabricante e Importador


Razão Social:
Nome Fantasia: CNPJ/MF
Inscrição Estadual – IE: Inscrição Municipal – IM:
Endereço: Bairro: CEP:
Cidade: Estado:
Telefone: Fax:
E-Mail: Ramo de Atividade:
CNAE (Fabricante): CCI da SRF/MF (Importador):
2 – Responsável perante o SDDT/SIT:
a) Diretores:
Nome Nº da Identidade Cargo na Empresa
1
2
3
b) Departamento Técnico:
Nome Nº do Registro Prof. Conselho Prof./Estado
1
2
3 – Lista de EPI fabricados:

4 – Observações:
a) Este formulário único deverá ser preenchido e atualizado, sempre que houver alteração, acompanhado de
requerimento ao DSST/SIT/MTE:
b) Cópia autenticada do Contrato Social onde conste dentre os objetivos socais da empresa, a fabricação e/ou
importação de EPI.
Nota: As declarações anteriormente prestadas são de inteira responsabilidade do fabricante ou importador, passíveis de
verificação e eventuais penalidades, facultadas em Lei.
_____________________________,_____ de ________________ de
_______________________________________________________________
Diretor ou Representante Legal

FONTE: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_06.pdf>.
Acesso em: 8 set. 2010.

No Modelo de Requerimento a seguir, apresentamos uma forma de


pedido de renovação ou emissão de CA para o Departamento de Segurança e
Saúde no Trabalho – DSST/TEM.

60
TÓPICO 1 | CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

FIGURA 15 – MODELO DE CARTA REQUERIMENTO AO DSST/ MTE

DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO - DSST/MTE


A/C: Dr. Juarez Correia Barros Jr.
Brasília - DF

Prezados Senhores,

A (empresa), estabelecida à Rua ........., número ......, bairro....., em (cidade


- estado), inscrita no C.G.C sob o número ................................, pelo seu representante
legal abaixo assinado, vem requerer a Vossa Senhoria a Emissão ou Renovação do C.A-
Certificado de Aprovação dos Equipamentos....................

Nestes Termos,

Pede Deferimento

_______________________, de ______________de 200_.

Assinatura/Carimbo
(responsável - empresa)

FONTE: Autor.

Eis um exemplo de Memorial Descritivo de EPI:

61
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

Descrição do equipamento: Luva de Proteção confeccionada em raspa, na


palma, dorso de meia malha, punho em lona,
tira de reforço externo em raspa, punho modelo
clute.
Referência: AN 001
Uso a que se destina: Proteção das mãos em trabalhos pesados.

______________________________
Representante Legal

OBS.: Este termo deverá ser acompanhado de cópia autenticada da A.R.T.


- Anotação de Responsabilidade Técnica com autenticação bancária do ano
vigente.

62
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, tratamos especificamente do certificado de aprovação.
Também resumimos os conteúdos para facilitar a fixação dos itens estudados.

• O Certificado de Aprovação ou CA é um código que deve conter todo


equipamento de proteção individual.

• Este código é definido por legislação e é exigido em todo EPI.

• O certificado de aprovação, ou simplesmente CA, é um código que define a


aprovação para uso de equipamentos de segurança pelo Ministério do Trabalho
e é requerido a todo EPI.

• A NR-6 trata explicitamente de procedimentos para regulamentação do


Certificado de Aprovação dos Equipamentos de proteção Individual.

• O CA representa um “atestado” de garantia que o equipamento atenda


requisitos mínimos de segurança para suas atividades laborais e a empresa
redutora do EPI possui condições legais e técnicas e de qualidade para manter
no mercado um produto qualificado.

• O CA possui validade de cinco anos.

• São necessários os seguintes documentos para requerer o CA: carta requerimento


à DSST, memorial descritivo do EPI, cópia autenticada do laudo de ensaio do
EPI, termo de responsabilidade, cópia autenticada do alvará de localização do
estabelecimento ou licença de funcionamento atualizada; cópia autenticada do
CNPJ; cópia autenticada do CRF.

• Para renovar o CA, é necessário encaminhar cópia autenticada do CA anterior.

63
AUTOATIVIDADE

Para verificar se você entendeu todos os conceitos apresentados no


Tópico 1, responda a essas questões:

1 O que é o CA?

2 Para que serve o CA?

3 Qual é a validade do CA?

4 Segundo a NR-6, qual é a responsabilidade do empregador?

64
UNIDADE 2 TÓPICO 2

CONTROLE E GERENCIAMENTO DE EPI

1 INTRODUÇÃO
Existem diversas formas de gerenciamento de EPIs dentro de uma
empresa ou até mesmo de um canteiro de obras, mas o mais importante não é
com que ferramenta isto é feito, mas sim que seja feito de forma objetiva, clara e
organizada.

Apresentamos duas formas para este controle ou gerenciamento. A


primeira, focada no controle individual, vem de experiência dos autores e a
segunda de Ribeiro Filho (1974), focada no controle setorizado.

NOTA

O gerenciamento deve ser feito de forma objetiva, clara e organizada.

2 CONTROLE E TROCA DO EPI INDIVIDUAL


Para fazer o controle de forma individual é necessário atender aos
requisitos descritos a seguir.

1- É necessário verificar quais EPIs serão necessários para cada atividade ou setor.
Deve-se também levantar a sua quantidade. Feito isto, deve-se ter um número
destes equipamentos que seja igual ao número de funcionários que os utilizarão,
mais 20%, para eventuais trocas em algum possível dano ao EPI. Detalhe
este que se faz necessário para que o trabalhador possa continuar exercendo
sua função com segurança e que não tenha que pará-la. Vamos supor que um
trabalhador que utiliza óculos de proteção, quebrou-o ao deixá-lo cair ao chão,
este trabalhador não pode mais exercer sua atividade até substituir os óculos
quebrados por um novo. Considere que não se tenha feito um estoque adicional,
este trabalhador teria que ser mandado para casa, ou no mínimo aguardar sem
poder trabalhar até que seja providenciada a compra de um novo.

65
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

2- Feito o levantamento dos tipos e quantidades, deve-se providenciar um local


adequado para o armazenamento, onde se possa ter um controle sobre as
entradas e saídas dos EPIs.

3- Deve-se preparar o gerenciamento destes, através de planilhas e documentações.


Tais documentos devem estar sempre atualizados, para um controle eficaz e
para uma possível demanda destes documentos por parte do MTE ou órgão
competente. Nestes documentos, o profissional de segurança no trabalho deve
ter levantado:

• nome do fabricante;
• número do CA;
• data de emissão;
• data de vencimento;
• data de substituição;
• além de outras informações a que venha julgar serem necessárias.

Outra documentação que é muito importante é a ficha de entrega do


EPI. Esta ficha é de grande importância, tanto para o empregado, quanto para o
empregador.

Nesta ficha constam os seguintes dados:

• nome do fabricante;
• número do CA;
• data de emissão;
• data de vencimento;
• data de substituição;
• data de entrega do EPI;
• data de devolução do EPI;
• campo para comentários do empregado sobre o EPI.

Esta ficha garante para o empregador que o empregado recebeu o EPI


e da mesma forma garante que o empregado está recebendo um equipamento
de qualidade e que estará se protegendo em suas atividades laborais. A ficha de
entrega deve ser elaborada em duas vias de igual conteúdo. Uma é entregue para
o empregado no ato do repasse do EPI e a outra fica com o empregador.

NOTA

Deve-se levantar o número de EPIs, que devem ser iguais ao número de


funcionários que os utilizarão, mais 20%, para eventuais trocas em algum possível dano ao EPI.

66
TÓPICO 2 | CONTROLE E GERENCIAMENTO DE EPI

3 CONTROLE E TROCA DO EPI POR SETOR


Conforme Ribeiro Filho (1974), apresentamos uma metodologia como
sugestão, que poderá ser usado nos mais diversos tipos de empresas.

Para se obter qualquer EPI, deverá inicialmente ser preenchida uma


requisição de material, que constará dos seguintes dados:

• código;
• descrição do material;
• quantidade solicitada;
• número do departamento;
• número da matrícula de quem usará o equipamento;
• assinatura.

A primeira entrega somente será efetuada mediante prévia autorização


da seção de segurança da empresa.

As trocas serão feitas diretamente com os técnicos de segurança, mediante


a apresentação do equipamento usado que estará sendo trocado.

Quanto ao equipamento usado, é necessário que a supervisão do setor


requisitante examine devidamente se o equipamento está em reais condições de
ser trocado. Muitas vezes, ocorrem tramitações desnecessárias, com a devolução
de equipamentos que ainda apresentam boas condições de uso.

Em alguns casos, a exemplo dos óculos, deve ainda a supervisão certificar


se é necessária a troca do equipamento ou se deve ser trocada apenas parte dele
com peças de reposição, por exemplo, a jugular de um capacete, a lente ou a haste
de um óculos.

Deve-se lembrar ainda que a requisição do EPI, anteriormente mencionada,


deverá, pelo menos, constar de original e uma cópia, que o almoxarifado
encaminhará ao técnico de segurança.

Em ambos os casos, foca-se o controle do EPI. Este controle do EPI é muito


importante, pois é através dele que é possível comprovar a sua durabilidade,
estipular quantidades para estoque ou, o que é mais importante, a recuperação
dos equipamentos, quando da demissão ou mudança de posto de trabalho por
parte do empregado.

Seja qual for a empresa, é de suma importância que se crie uma relação
direta entre o setor de compras e o da segurança no trabalho, com o objetivo de
que os equipamentos adquiridos correspondam às condições exigidas.

É importante que se exija o uso correto dos EPIs. Para tanto, deve-se instruir
devidamente o usuário, explicando as finalidades do uso dos equipamentos
certos, produzindo um trabalho correto, seguro e eficaz.
67
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

O uso inadequado ou incorreto do equipamento traz prejuízo ao trabalho


e, ainda, expõe o operário a riscos de acidentes.

NOTA

A primeira entrega somente será efetuada mediante prévia autorização da


seção de segurança da empresa.

68
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, tratamos especificamente do gerenciamento de EPIs e, em
seguida, resumimos os conteúdos para facilitar a fixação do estudo.

• O controle deve ser feito de forma objetiva, clara e organizada.

• É necessário verificar quais EPIs serão necessários para cada atividade ou setor.

• Deve-se levantar a quantidade de EPIs.

• Deve-se providenciar um local adequado para o armazenamento.

• A ficha de entrega garante para o empregador que o empregado recebeu o EPI.

• A ficha de entrega também garante que o empregado está recebendo um


equipamento de qualidade.

• O equipamento usado deve ser necessário à avaliação do responsável pelo


setor requisitante, se o equipamento está em reais condições de ser trocado.

• É importante que se exija o uso correto dos EPIs.

69
AUTOATIVIDADE

Para verificar se você entendeu todos os conceitos apresentados no


Tópico 2, responda a essas questões:

1 Quais dados devem conter os documentos para gerenciamento e controle


dos EPIs?

2 Quais dados devem conter a ficha de entrega?

3 Quais dados devem conter a ficha de requisição de material?

4 Como deve ser feito o controle e gerenciamento dos EPIs?

5 O que a ficha de entrega garante para o empregador?

6 O que a ficha de entrega garante para o empregado?

70
UNIDADE 2 TÓPICO 3

EPI X INSALUBRIDADE X NEUTRALIZAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
Segundo a norma regulamentadora NR-6 (2010), considera-se
Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo de uso individual, de
fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade
física do trabalhador.

Sua função é neutralizar ou atenuar a ação do agente agressivo contra


o funcionário que o usa. Estes equipamentos têm como objetivo evitar lesões
ou atenuar sua gravidade e, também, proteger o corpo e o organismo dos
trabalhadores.

Qualquer Equipamento de Proteção Individual só irá proteger o trabalhador


se estiver dentro de sua validade, conforme apresentado anteriormente, e se for
usado de maneira correta, ou seja, cada EPI serve para neutralizar o efeito de
alguma insalubridade.

Por exemplo, um soldador deverá utilizar óculos de proteção para os olhos,


mas não pode ser qualquer óculos, deverá ser um óculos próprio para utilização
em solda, feito de material mais resistente ao calor e as fagulhas da solda, ao
contrário dos óculos plásticos utilizados por trabalhadores da construção civil, da
área química ou eletroeletrônica.

Vamos agora relacionar os EPIs com sua aplicação correta e de que forma
eles protegerão o trabalhador.

NOTA

Estes equipamentos têm como objetivo evitar lesões ou atenuar sua gravidade
e, também, proteger o corpo e o organismo dos trabalhadores.

71
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

2 EPIs E SUAS APLICAÇÕES


Veja a seguir alguns EPIs e suas aplicações.

2.1 LUVAS
É um dos equipamentos de proteção mais importantes, pois protegem as
partes do corpo com maior risco de exposição: as mãos.

Existem vários tipos de luvas no mercado e a utilização deve ser de acordo


com o tipo de atividade a ser praticada.

2.1.1 Luvas de PVC para Alta Tensão


Para utilização em trabalhos com eletricidade, a luva deve ser isolante para
proteger o trabalhador de possíveis contatos com equipamentos energizados.

FIGURA 16 – LUVAS DE PVC

FONTE: <http://www.protcap.com.br/ProdutosDetalhes.aspx?CodProduto=3176>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.1.2 Luva de Borracha Nitrílica ou Neoprene


Para trabalhos com produtos químicos (luva impermeável).

72
TÓPICO 3 | EPI X INSALUBRIDADE X NEUTRALIZAÇÃO

FIGURA 17 – LUVAS DE BORRACHA

FONTE: <http://www.protcap.com.br/ProdutosDetalhes.aspx?CodProduto=3209>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.1.3 Luvas de Látex ou de PVC


Podem ser usadas para produtos sólidos ou formulações que não
contenham solventes orgânicos e indústria alimentícia em geral.

FIGURA 18 – LUVAS DE LÁTEX

FONTE: <http://www.aeaferragem.com.br/produtos_ver.asp?registrop=13>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.1.4 Luvas de Alma de Aço


Para trabalhos com materiais em que existe o risco de corte.

73
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

FIGURA 19 – LUVAS DE ALMA DE AÇO

FONTE: <http://zeusdobras.dominiotemporario.com/epi-equip-de-prot-individual>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.1.5 Luvas de Malha Pigmentada, de PVC, de


Borracha, de Lona
Para atividades na construção civil.

FIGURA 20 – LUVAS DE MALHA PIGMENTADA

FONTE: <http://www.epiprotecao.com.br/produto/NDAwOTU5OQ==>.
Acesso em: 29 set. 2018.

74
TÓPICO 3 | EPI X INSALUBRIDADE X NEUTRALIZAÇÃO

2.1.6 Luva GUNN


Para atividades que ofereçam trabalhos em até 150° C. Esta luva é
confeccionada em raspa Groupon, com forro de feltro e lona felpada na palma,
polegar, dorso e punho.

FIGURA 21 – LUVA GUNN

FONTE: <http://www.segurancanotrabalho-hs.com.br/luva-mod-gunn-termic-dorso-em-kca.
html>. Acesso em: 29 set. 2010.

2.1.7 Luva Montpelier Mista


Para atividades que ofereçam trabalhos em até 200° C. Esta luva é palma,
polegar e forquetas confeccionada em raspa térmica, forrada com lã e suedine,
dorso e punho em raspa Groupon, com forro de lona felpada.

FIGURA 22 – LUVA MONTPELIER MISTA

FONTE: <http://www.solostocks.com.br/venda-produtos/seguranca-protecao/epi-seguranca-
trabalho/luva-de-raspa-e-vaqueta-modelo-montpelier-cano-longo-659281>.
Acesso em: 29 set. 2010.

75
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

Cada atividade possui uma luva específica com o objetivo de neutralizar


o possível dano causado ao ser humano.

Existem vários tamanhos e especificações de luvas no mercado. O usuário


deve certificar-se sobre o tamanho ideal para a sua mão, utilizando as tabelas
existentes na embalagem.

2.2 CAPACETES
Os capacetes também são equipamentos de proteção muito importantes.

Todos os capacetes são chamados de capacetes de segurança e possuem


como objetivo principal a proteção da cabeça do trabalhador contra qualquer
objeto que possa vir a cair, como por exemplo, um tijolo que venha a cair do
terceiro andar em uma obra civil.

Existem vários modelos de capacetes, todos seguindo um modelo básico


(aba frontal injetado em plástico de polietileno de DHA densidade para proteção
da cabeça contra impactos e penetração), mas podem vir com alguns adicionais.

2.2.1 Capacete Simples


Para a proteção da cabeça.

FIGURA 23 – CAPACETE SIMPLES

FONTE: <http://www.submarino.com.br/produto/15/1783040/capacete+de +seguranca+verde>.


Acesso em: 26 set. 2010.

2.2.2 Capacete com Protetor Facial de Policarbonato


Além da proteção da cabeça, o capacete possui um protetor facial para
proteção contra respingos de produtos químicos como pesticidas agrícolas.

76
TÓPICO 3 | EPI X INSALUBRIDADE X NEUTRALIZAÇÃO

FIGURA 24 – CAPACETE COM PROTETOR FACIAL

FONTE: Disponível em: <https://www.indiamart.com/proddetail/face-shield-


helmet-19877069997.html>. Acessado em: 29 set. 2018.

2.2.3 Capacete com Protetor Facial e Abafador de Ruído


Além da proteção oferecida no modelo anterior, este tipo de capacete
possui proteção contra ruído, como por exemplo de máquinas e motores.

FIGURA 25 – CAPACETE COM PROTETOR FACIAL E ABAFADOR DE RUÍDO

FONTE: <https://www.chainsawjournal.com/husqvarna-pro-forest-chainsaw-helmet/>.
Acesso em: 29 set. 2018.

2.2.4 Capacete com Abafador de Ruído


Além da proteção da cabeça, possui proteção auricular contra ruídos
provenientes de maquinário, motores, veículos etc.

77
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

FIGURA 26 – CAPACETE COM ABAFADOR DE RUÍDO

FONTE: <http://portuguese.alibaba.com/product-ifm/safety-helmet-earmuff-11956266.html>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.2.5 Capacete com Cinta Jugular


É utilizado para atividades em altura, onde há risco do capacete sair da
cabeça do usuário.

FIGURA 27 – CAPACETE COM CINTA JUGULAR

FONTE: <https://goldepi.com.br/produto/jugular-p-capacete-plastcor-c-a-12617/>.
Acessado em: 29 set. 2018.

2.3 BOTAS E CALÇADOS


Veja a seguir, os tipos de botas e calçados.

2.3.1 Calçados
Todos os calçados devem proteger o trabalhador contra choque elétrico,
derrapagens, certo nível de temperatura e de objetos cortantes e estilhaços.

78
TÓPICO 3 | EPI X INSALUBRIDADE X NEUTRALIZAÇÃO

Para tal eles apresentam as seguintes características:

• solados em PVC e poliuretano;


• peito do pé acolchoado;
• palmilha antimicróbios;
• cabedal em couro.

E em quatro modelos:

• sem bico de aço, de amarrar;


• sem bico de aço, de elástico;
• com Bico de aço, de amarrar;
• com bico de aço, de elástico.

FIGURA 28 – TIPOS DE CALÇADOS

FONTE: <http://piracaia.olx.com.br/calcados-de-seguranca-iid-107561832>.
Acesso em: 26 set. 2010.

Os modelos com bico de aço são utilizados em situações quando podem


cair sobre o pé do trabalhador objetos muito pesados, como, por exemplo, em
uma câmara frigorífica.

2.3.2 Botas
Já as botas são divididas em três tipos:

79
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

2.3.2.1 Bota em borracha vulcanizada


Possui altura aproximada de 31 cm, com bico e palmilha de aço
para proteção de queda de objetos e perfurações no solado. Para uso em
altas temperaturas, isola o usuário em temperaturas de até 60° C, sem causar
desconforto. Tem proteção em borracha no peito e lateral do pé. O solado em
borracha com desenho antiderrapante possui grande resistência à abrasão. É
isolante elétrico para tensões inferiores a 600 volts.

A bota pode ser de cano curto ou médio para trabalhos em concretagem


em locais úmidos e lamacentos ou encharcados.

FIGURA 29 – BOTA DE BORRACHA

FONTE: <http://www.pinheirosborrachas.com.br/produto/bota-de-borracha-preta-pega-forte-
grendene/>. Acesso em: 29 set. 2018.

2.3.2.2 Bota altamente especializada


Especial para bombeiros, brigadas, indústria, mineração e trabalhos que
requeiram proteção em altas temperaturas.

FIGURA 30 – BOTA ALTAMENTE ESPECIALIZADA

FONTE: <http://www.solostocks.com.br/venda-produtos/seguranca-protecao/epi-seguranca-
trabalho/bota-great-fire-seguranca-420727>. Acesso em: 26 set. 2010.

80
TÓPICO 3 | EPI X INSALUBRIDADE X NEUTRALIZAÇÃO

2.4 PROTETORES AUDITIVOS


Proteção do canal auditivo da entrada de partículas estranhas e do sistema
de audição contra níveis sonoros acima do limite estabelecido.

2.4.1 Tipo Plug


Feito de espuma, PVC, silicone, copolímero com ou sem cordão.

FIGURA 31 – PROTETORES AUDITIVOS TIPO PLUG

FONTE: <http://www.hjconexoes.com.br/plug.htm>. Acesso em: 1 out. 2010.

2.4.2 Tipo Concha


Abafador para todas as atenuações.

FIGURA 32 – PROTETORES AUDIOVISUAIS TIPO CONCHA

FONTE: <http://www.lojamaxipas.com.br/cat/protetores_auriculares/242.html>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.5 CAPAS DE CHUVA E AVENTAIS


Como o próprio nome fala, proteção contra chuva e respingos diversos.
81
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

2.5.1 Capa de Chuva


Capas de Chuva em PVC forrado, PVC laminado, com manga, tipo
morcego, conjuntos etc.

FIGURA 33 – CAPA DE CHUVA

FONTE: <https://www.safetytrab.com.br/produto/capa-de-chuva-com-capuz-forrada-amarela-
plastcor/>. Acesso em: 1 out. 2018.

2.5.2 Avental
Avental de segurança (de raspa, de PVC, de trevira, de kevlar), sem forro
comprimento de 1,00 x 0,60m ou 1,20 x 0,60m.

FIGURA 34 – AVENTAL

FONTE: <https://www.lojasksi.com.br/avental-termico-k-001-120-x-70-cm-ca-37911>.
Acesso em: 10 out. 2018.

2.6 ROUPAS
Para proteções diversas como, frio, respingos, materiais cortantes, ou
impactos e penetração.

82
TÓPICO 3 | EPI X INSALUBRIDADE X NEUTRALIZAÇÃO

2.6.1 Paletó
Confeccionado em tecido com 480 g/m2, fechamento botão de pressão ou
velcro, utilizado em câmaras frigoríficas. (Opcionalmente pode ser confeccionado
com capuz.)

FIGURA 35 – PALETÓ

FONTE: <http://www.zeusdobrasil.com.br/images/upload/prod_238.jpg>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.6.2 Calça
Confeccionada em tecido com 480 g/m2, ajuste na cintura com cordão de
algodão, utilizado em câmaras frigoríficas.

FIGURA 36 – CALÇA

FONTE: <http://www.zeusdobrasil.com.br/images/upload/prod_239.jpg>.
Acesso em: 26 set. 2010.

83
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

2.6.3 Capuz
Confeccionado em tecido brim de 260 g/m2, utilizado por soldadores.

FIGURA 37 – CAPUZ

FONTE: <https://www.lojasksi.com.br/capuz-balaclava-cru-malha-aramida-hj66000-ca-15307>.
Acesso em: 1 out. 2018.

2.7 ÓCULOS E MÁSCARAS DE SOLDA


Para proteção dos olhos e rosto contra partículas perfurantes, queimantes
ou que possam vir a irritar os olhos ou causar cegueira temporária.

2.7.1 Óculos de Segurança


Lente de policabornato ou cristal: incolor, fumê, colorido com ou sem
proteção lateral, para utilização na construção civil.

FIGURA 38 – ÓCULOS DE SEGURANÇA

FONTE: <http://www.zeusdobrasil.com.br/images/upload/prod_152.jpg>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.7.2 Óculos de Segurança para Soldador


Haste com proteção lateral em policarbonato ou cristal, lente verde ou
incolor para soldador.

84
TÓPICO 3 | EPI X INSALUBRIDADE X NEUTRALIZAÇÃO

FIGURA 39 – ÓCULOS DE SEGURANÇA PARA SOLDADOR

FONTE: <http://www.zeusdobrasil.com.br/images/upload/prod_157.jpg>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.7.3 Óculos de Segurança


Constituído de arco de naylon flexível e resistente, regulagem no
comprimento para ajuste do tamanho, lente e a proteção lateral são confeccionados
numa só peça de policarbonato, lente incolor, para utilização na construção
civil, indústria eletroeletrônica, indústrias farmacêutica, alimentícia e médica.
(SEGURANÇA E TRABALHO, 2010)

FIGURA 40 – ÓCULOS DE SEGURANÇA

FONTE: <http://www.zeusdobrasil.com.br/images/upload/prod_147.jpg>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.7.4 Máscara de Solda


Constituída de escudo confeccionado em celeron com carneira, material
plástico com regulagem de tamanho através de catraca com visor fixo ou
articulado, utilizado para solda.

85
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

FIGURA 41 – MÁSCARA DE SOLDA

FONTE: <http://www.zeusdobrasil.com.br/images/upload/prod_196.jpg>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.8 MÁSCARAS, RESPIRADORES E FILTROS


Existem Máscaras e Respiradores descartáveis contra pó, névoas tóxicas,
odores de vapores, odores de gases, fumos. Os respiradores podem ser de PVC,
borracha ou silicone. (SEGURANÇA E TRABALHO, 2010)

Os filtros para respiradores são encontrados contra vapores orgânicos, gases


ácidos, vapores e gases, amônia, defensivos agrícolas, poeiras e névoas P1 e P2.

2.8.1 Respirador Purificador de Ar


Filtrante para partículas. Possui dois tirantes elásticos, proteção das vias
respiratórias contra partículas, poeiras e névoas. É utilizado, por exemplo, por
médicos e enfermeiros.

2.8.2 Respirador Purificador de Ar de Segurança Tipo


Peça Única
Um quarto facial composto de borracha e silicone, dotado de um ou dois
suportes onde são rosqueados os filtros: mecânicos e químicos ou combinados.
Utilizado na indústria de mineração por exemplo.

86
TÓPICO 3 | EPI X INSALUBRIDADE X NEUTRALIZAÇÃO

FIGURA 42 – RESPIRADORES PURIFICADORES DE AR

FONTE: http://www.clubedasferramentas.com.br/produto_detalhe.asp?codproduto=18559.
Acesso em: 1 out. 2018

2.9 CINTO DE SEGURANÇA, TRAVA-QUEDA E TALABARTE

2.9.1 Cintos de Segurança Tipo Paraquedista, Alpinista


e Construção Civil
Utilizados para trabalhos em altura.

FIGURA 43 – CINTOS DE SEGURANÇA TIPO PARAQUEDISTA, ALPINISTA E CONSTRUÇÃO CIVIL

FONTE: <http://www.zeusdobrasil.com.br/images/upload/prod_212.jpg>.
Acesso em: 26 set. 2010.

2.9.2 Trava-queda para Corda ou Cabo de Aço


Complemento ao cinto de segurança para uma melhor proteção nos
trabalhos em altura em torres, escadas e prédios. Nestes tipos de estruturas,
existe uma corda paralela ao trabalhador, presa de ponta a ponta, onde vai ser
colocado o trava-quedas.

87
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

FIGURA 44 – TRAVA-QUEDA

FONTE: <http://www.bbtv.com.br/trava-quedas-para-corda-de-12mm-pr-273-342051.htm>.
Acesso em: 1 out. 2018.

2.9.3 Talabarte Y
Complemento ao cinto de segurança, utilizado como ponto adicional
preso à estrutura e como mecanismo de segurança quando se está subindo uma
escada por exemplo.

FIGURA 45 – TALABARTE Y

FONTE: <https://www.lojasksi.com.br/vic23805-talabarte-y-abs-130m-em-aramida-mosq-55m>.
Acesso em: 1 out. 2018.

NOTA

Lembrando que todo o tipo de trabalho em altura superior a dois metros do


chão deve ser feito por pelo menos duas pessoas, uma executando a atividade no alto e a
outra no chão.

88
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, tratamos especificamente da aplicação dos EPIs e, em
seguida, resumimos a matéria estudada para facilitar a fixação dos conteúdos.

• Considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo de


uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a
saúde e a integridade física do trabalhador.

• A função é neutralizar ou atenuar a ação do agente agressivo contra o


funcionário que o usa.

• Qualquer Equipamento de Proteção Individual só irá proteger o trabalhador se


estiver dentro de sua validade.

89
AUTOATIVIDADE

Para verificar se você entendeu todos os conceitos apresentados no


Tópico 3, responda a essas questões:

1 Qual é a função do EPI?

2 Para que serve o capacete?

3 Quais são os tipos de capacetes e em quais insalubridades eles podem


diminuir o efeito?

4 Para que servem as luvas?

5 Quais são os tipos de luvas e quais as insalubridades que eles podem


diminuir o efeito?

6 Para que serve o cinto de segurança e seus acessórios?

7 Quais insalubridades o cinto e seus acessórios podem diminuir o efeito?

8 Qual é o procedimento para trabalho em altura?

90
UNIDADE 2
TÓPICO 4

HIGIENIZAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
A seguir, veremos um breve relato histórico da higiene, segurança e
medicina do trabalho.

Desde o nascimento, o homem está exposto a riscos que não pode controlar,
ocorrendo, assim, todo tipo de acidente. O homem inventou a roda d’água, os
aparatos mecânicos, as máquinas a vapor, desenvolveu a eletricidade e até viagens
espaciais. No entanto, se os progressos científicos e tecnológicos facilitam o processo
de trabalho e produção, acabam trazendo novos riscos, sujeitando o homem a
acidentes e doenças decorrentes desse processo. (CETEP, 2005)

Pelo que se sabe, a preocupação com os acidentes e doenças decorrentes


do trabalho humano surgiu na Grécia Antiga, quando Hipócrates (considerado
o Pai da Medicina) fez algumas referências aos efeitos do chumbo na saúde
humana. Posteriormente, outros estudiosos, como Plínio (o Velho) e Galeno,
descreveram algumas doenças a que estavam sujeitas as pessoas que trabalhavam
com o enxofre, o zinco e o chumbo. No Antigo Egito e no mundo greco-romano, já
existiam estudos realizados por leigos e médicos, relacionando saúde e ocupações.

Este campo de conhecimento voltou a progredir após a Revolução Mercantil


(século XIV), graças aos estudos de médicos, como Ulrich Ellenbog (que detectou a
ação tóxica do monóxido de carbono, do mercúrio e do ácido nítrico).

Segundo Brasil (2002), o primeiro livro a abordar a questão surgiu em


1556, da autoria de Georgius Agrícola, que publicou seu trabalho De Re Metálica,
onde eram estudados diversos problemas relacionados à extração e à fundição do
ouro e da prata, enfocando, inclusive, os acidentes de trabalho e as doenças mais
comuns entre os mineiros.

Porém, a primeira monografia a abordar especificamente a relação


trabalho e doença foi publicada em 1567, por Paracelso, e versava sobre vários
métodos de trabalho e inúmeras substâncias manuseadas, dedicando especial
atenção às intoxicações ocupacionais por mercúrio.

No ano de 1700, o italiano Bernardino Ramazzini publica seu livro “De


Morbis Artificum Diatriba” (As Doenças dos Artesãos), com a descrição de
53 tipos de enfermidades profissionais, sendo que para algumas delas eram

91
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

apresentadas formas de tratamento e até mesmo de prevenção. Por esta obra,


Ramazzini passou a ser considerado como o Pai da Medicina do Trabalho a
estabelecer definitivamente a relação entre saúde e trabalho.

Contudo, apesar de trabalhos consagrados, o interesse pela proteção do


operário no seu ambiente de trabalho só ganharia força e ênfase no século XIX
com o impacto da Revolução Industrial. (CETEP, 2005)

Inicialmente, as leis de proteção ao trabalhador surgiram em 1802 na


Inglaterra, na França em 1862, na Alemanha 1865 e nos Estados Unidos em 1921.
(CETEP, 2005)

Em 1923, promulga-se o Regulamento Sanitário Federal, que inclui as


questões de higiene profissional e industrial na esfera da Saúde Pública, criando
a Inspetoria de Higiene Industrial, órgão regulamentador e fiscalizador das
condições de trabalho.

Em 1930, o Decreto n° 19.433, de 26 de novembro, cria o Ministério do


Trabalho, Indústria e Comércio, passando as questões de saúde ocupacional para
o seu domínio, ficando sob sua subordinação, até hoje, as questões de higiene e
segurança do trabalho.

Surge a segunda lei de acidentes do trabalho, com o decreto nº 24.637, de


10 de julho de 1934, que cria a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho, que
se transformaria ao longo dos anos em Serviço, em Divisão, em Departamento,
em Secretaria e, mais recentemente, novamente em Departamento de Segurança e
Saúde no Trabalho. Amplia-se o conceito de doença profissional, abrangendo um
maior número de doenças até então não consideradas relacionadas ao trabalho,
mas que passam a sê-lo.

Em 1944, o empregador fica obrigado a proporcionar máxima higiene e


segurança no ambiente de trabalho.

2 HIGIENE NO TRABALHO
Segundo Matos (2010), a higiene do trabalho compreende
normas e procedimentos adequados para proteger a integridade
física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde
inerente às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.
A higiene do trabalho está ligada ao diagnóstico e à prevenção das doenças
ocupacionais, a partir do estudo e do controle do homem e seu ambiente de
trabalho. Ela tem caráter preventivo por promover a saúde e o conforto do
funcionário, evitando que ele adoeça e se ausente do trabalho. Envolve, também,
estudo e controle das condições de trabalho.

92
TÓPICO 4 | HIGIENIZAÇÃO

Uma parcela desta preocupação é de responsabilidade de toda organização,


desde a microempresa, até a multinacional. Ela engloba a qualidade de vida do
trabalhador e está diretamente relacionada com o bem-estar dos funcionários.

Conforme Carvalho (2002), a higiene no trabalho é, hoje, reconhecida


como uma ciência do reconhecimento, avaliação e controle dos riscos de saúde,
na empresa, visando à prevenção de doenças ocupacionais.

A higiene no trabalho tem um plano que envolve, segundo Chiavenato


(1999), a prestação de serviços médicos, incluindo enfermeiros e auxiliares, em
tempo integral ou parcial, dependendo do tamanho da empresa.

Envolve também serviços médicos, como:

• exames médicos de admissão;


• cuidados quanto a injúrias pessoais, provocadas por moléstias profissionais;
• primeiros socorros;
• eliminação e controle de ares insalubres;
• registros médicos adequados;
• supervisão quanto à higiene e saúde;
• relações éticas e de cooperação com as famílias dos empregados doentes;
• utilização de hospitais de boa categoria;
• exames médicos periódicos de revisão e check-up.

Engloba também serviços adicionais como:

• programa informativo destinado a melhorar os hábitos de vida e esclarecer


sobre assuntos de higiene e saúde.
• programa formal de convênios ou colaboração com entidades locais, para
prestação de serviços de radiografia, recreativos, de oferta de leituras, filmes
etc. Exames médicos de admissão;
• cuidados quanto a injúrias pessoais, provocadas por moléstias profissionais;
• previsões de cobertura financeira para casos esporádicos de prolongado
afastamento do trabalho por doença ou acidente, por meio de planos de seguro
de vida em grupo, ou planos de seguro médico em grupo.
• extensão de benefícios médicos a empregados aposentados, incluindo planos
de pensão ou de aposentadoria. (CHIAVENATO, 1999)

Os objetivos da higiene no trabalho segundo Carvalho (2002), são: a


eliminação das causas de doenças profissionais, redução dos efeitos prejudiciais
provocados pelo trabalho em pessoas doentes ou portadores de defeitos
físicos, prevenção do agravamento de doenças e lesões, manutenção da saúde
dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio de controle do meio
ambiente.

Para que esses objetivos sejam alcançados, Chiavenatto (1999) sugere ser
necessário que quatro itens estejam presentes nas preocupações com a higiene:

93
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

• Ambiente Físico: iluminação, ventilação, temperatura, ruídos, limpeza.


• Ambiente Psicológico: relacionamentos agradáveis, atividades agradáveis e
motivadoras, estilo de gerência participativa, eliminação de fontes de estresse.
• Aplicação de Princípios de Ergonomia: máquinas e equipamentos adequados às
características humanas, mesas e instalações ajustadas às pessoas, ferramentas
que reduzam a necessidade de esforço físico.
• Saúde Ocupacional: estabelecimento de um sistema de indicadores, abrangendo
estatísticas de afastamentos e acompanhamento de doenças, desenvolvimento
de sistemas de relatórios médicos, desenvolvimento de regras e procedimentos
para prevenção de doenças, recompensas aos gerentes e supervisores pela
administração eficaz da função de saúde ocupacional.

Como citado acima, a iluminação, a temperatura e o ruído fazem parte


das condições ambientais de trabalho.

Por exemplo, uma má iluminação, pode causar fadiga à visão, afetar o


sistema nervoso, contribuir para a má qualidade das atividades, acarretando
inclusive, no decréscimo do desempenho dos funcionários. A falta de uma boa
iluminação também pode ser considerada responsável por uma razoável parcela
dos acidentes que ocorrem nas organizações. Envolvem riscos os trabalhos
noturnos ou turnos, temperaturas extremas - que geram desde fadiga crônica até
incapacidade laboral.

Um ambiente de trabalho com temperatura e umidade inadequadas é


considerado doentio. Por isso, o funcionário deve usar roupas adequadas para
se proteger das intempéries no dia a dia corporativo. O mesmo ocorre com a
umidade. Já o ruído provoca perca da audição e quanto maior o tempo de
exposição a ele, maior o grau da perda da capacidade auditiva. (MATOS, 2010)

É preciso mudar os hábitos e as condições de trabalho para que a higiene


e a segurança no ambiente de trabalho se tornem satisfatórias.

Entendido o conceito de Higiene no Trabalho, e visto que o tema é mais


complexo do que o próprio nome sugere, vamos concentrar nossos estudos na
Higiene focada na utilização dos EPIs e do local de trabalho.

Para complementar o aprendizado sobre Higiene no Trabalho, sugerimos


a leitura dos títulos citados na bibliografia referente ao tema.

94
TÓPICO 4 | HIGIENIZAÇÃO

NOTA

Os objetivos da higiene no trabalho são: a eliminação das causas de doenças


profissionais, redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas
doentes ou portadores de defeitos físicos, prevenção do agravamento de doenças e lesões,
manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio de controle
do meio ambiente.

2.1 HIGIENIZAÇÃO DOS EPIs


Segundo a Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança (2009),
o profissional responsável pelos EPIs deve também manter um conjunto de
medidas para a higienização dos EPIs não descartáveis, ou seja, aqueles que são
de utilização permanente, vez que essa higienização dos EPIs cabe à empresa.

Alguns EPIs, pelas suas características especiais, permitem sua utilização


por mais de um trabalhador, desde que higienizados convenientemente.

Exemplificando, podemos citar os óculos de proteção para o sol, que são


lavados com água e sabão neutros e desinfetados com álcool, (medidas comuns
como as utilizadas em nossa casa) para evitar viroses, como a conjuntivite. As
luvas de borracha também devem ser lavadas depois das tarefas, para retirar o
suor que diminui a resistência ôhmica, devido à quantidade de sais presentes.
Posteriormente, há a necessidade de novamente colocar água para ver se há
algum vazamento.

Deve-se cuidar com a forma de higienização dos EPIs, sempre levando


em consideração as recomendações do fabricante. Deve-se tomar cuidado com o
uso de alvejantes, pois podem danificar o tratamento ou a composição de tecidos,
com o uso de escovas, pois novamente podem danificar a composição de tecidos
e materiais, além de diminuir a visibilidade em óculos.

NOTA

A higienização dos EPI’s cabe à empresa.

95
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

2.2 HIGIENIZAÇÃO DO LOCAL DE TRABALHO

2.2.1 Higienização em Canteiro de Obras


Segundo Rousselet (2010), para se manter o canteiro de obras em condições
de higiene, para maior conforto dos trabalhadores, deverá ser feito um contrato
com a empresa especializada em dedetização, desinsetização e desratização.

Além disso, deverá ser feito contato com a concessionária de limpeza


urbana, a fim de formalizar a coleta periódica de lixo.

Considerações que não se podem deixar de lado são referentes à área de


vivência.

De acordo com Rousselet (2010), o canteiro não pode deixar de manter


padrões de higiene:

Instalações Sanitárias

As instalações sanitárias devem:

• Ter portas de acesso que impeçam o seu devassamento e ser construídas de


modo a manter o resguardo conveniente.
• Estar situadas em locais de fácil e seguro acesso e no máximo a 150 m (cento e
cinquenta metros) de distância do posto de trabalho.

Ser constituídas de:

• Um conjunto composto de lavatório, vaso sanitário e mictório, para cada grupo


de 20 (vinte) trabalhadores ou fração.
• Um chuveiro, para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou fração.

A fim de estimar a área necessária para as instalações sanitárias, devem


ser considerados:

• Número máximo de trabalhadores na obra.


• Para cada vaso sanitário: 1,00 m2.
• Para cada chuveiro: 0,80 m2.
• Para lavatório, espaçamento: 0,60 m2.
• Para mictório, espaçamento: 0,60 m2.

Vestiário

Todo canteiro de obras deve possuir vestiário para troca de roupa dos
trabalhadores que não residam no local.

96
TÓPICO 4 | HIGIENIZAÇÃO

Os vestiários devem:

• Ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado.


• Ter bancos, com largura mínima de 0,30 cm (trinta centímetros).

Alojamento

O alojamento do canteiro de obras deve:

• Ter área mínima de 3,00 m2 por módulo cama/armário, incluindo a circulação.


• Ter no máximo duas camas na vertical (beliche).
• Ter lençol, fronha e travesseiro por cama, em condições adequadas de higiene,
e cobertor, quando as condições climáticas o exigirem.
• Ter armários duplos, individuais.

É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca no


alojamento, na proporção de um bebedouro para cada grupo de 25 trabalhadores
ou fração.

Local para as refeições

É obrigatória a existência de local adequado para as refeições, que deve:

• Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no


horário das refeições e com assentos em número suficiente para atender os
usuários.
• Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior.

Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não


da cozinha, deve haver local exclusivo para o aquecimento das refeições.

Cozinha, (quando houver preparo de refeições)

Quando houver cozinha no canteiro de obras, ela deve:

• Ter pia para lavar os alimentos e utensílios.


• Possuir instalações sanitárias, que com ela não se comuniquem, de uso exclusivo
dos encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e utensílios.
• Possuir equipamentos de refrigeração, para preservação dos alimentos.

Lavanderia

• Deve haver um local próprio, coberto, ventilado e iluminado, para que o


trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal.
• Este local deve ter tanques individuais ou coletivos em número adequado.

97
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

Área de Lazer

• Devem ser previstos locais para recreação dos trabalhadores alojados, podendo
ser usado o local de refeições para este fim.

Ambulatório

• As frentes de trabalho com 50 ou mais trabalhadores devem ter um ambulatório.


• Neste ambulatório, deve haver o material necessário à prestação de primeiros
socorros, conforme as características da atividade desenvolvida. Este material
deve ser mantido guardado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.
• O material utilizado no ambulatório deve ser descartado por empresa
especializada em resíduos hospitalares e de maneira alguma deve ser mantido
junto ao lixo comum ou de acesso à pessoa não treinada.

2.2.2 Higienização em Empresas


Independente que a empresa seja um escritório comercial ou uma
indústria, os princípios de higiene adotados não são muito diferentes do adotado
no canteiro de obras.

Devido a muitas empresas e indústrias estarem situadas em construções


antigas, se torna impossível estabelecer certos padrões para layout físico.

Vamos seguir as mesmas orientações dadas por Rousselet (2010).

Instalações Sanitárias

As instalações sanitárias devem:

• Ser preparadas para atender o número de funcionários da empresa.


• E que sejam de tal maneira que impeçam o devassamento, impedindo a contato
de resíduos com a água potável.
• Atender as necessidades dos funcionários.

Vestiário

Se necessário, deve-se possuir um vestiário para comportar o número de


funcionários que irão utilizá-lo.

Os vestiários devem:

• Ter armários individuais dotados de fechadura ou dispositivo com cadeado.


• Ter bancos, com largura mínima de 0,30 cm.

98
TÓPICO 4 | HIGIENIZAÇÃO

Ambiente de trabalho

O ambiente de trabalho deve:

• Ter área mínima que forneça um nível mínimo de conforto para o trabalhador
realizar suas atividades.
• Ter as ferramentas adequadas para a realização do seu trabalho.
• Fornecer conforto térmico ao trabalhador, quando possível.
• Fornecer um ambiente ergonômico para o trabalhador.

É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca no ambiente


de trabalho.

Local para as refeições

É obrigatória a existência de local adequado para as refeições, que deve:

• Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no


horário das refeições e com assentos em número suficiente para atender os
usuários.
• Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior.

Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não


da cozinha, deve haver local exclusivo para o aquecimento das refeições.

Cozinha, (quando houver preparo de refeições)

Quando houver preparo de refeições

Quando houver cozinha no canteiro de obras, ela deve:

• Ter pia para lavar os alimentos e utensílios.


• Possuir instalações sanitárias, que com ela não se comuniquem, de uso exclusivo
dos encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e utensílios.
• Possuir equipamentos de refrigeração, para preservação dos alimentos.

Lavanderia

• Deve haver um local próprio, coberto, ventilado e iluminado, para que o


trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal.
• Este local deve ter tanques individuais ou coletivos em número adequado.

Área de Lazer

• Devem ser previstos locais para recreação dos trabalhadores alojados, podendo
ser usado o local de refeições para este fim.

99
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

Ambulatório

• As frentes de trabalho com 50 ou mais trabalhadores devem ter um ambulatório.


• Neste ambulatório, deve haver o material necessário à prestação de primeiros
socorros, conforme as características da atividade desenvolvida. Este material
deve ser mantido guardado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim.
• O material utilizado no ambulatório deve ser descartado por empresa
especializada em resíduos hospitalares e de maneira alguma deve ser mantido
junto ao lixo comum ou de acesso à pessoa não treinada.

NOTA

Independente de todas estas medidas tomadas, elas se tornarão ineficientes


se não houver uma equipe treinada para fazer a orientação dos colaboradores quanto à
limpeza e higiene no local do trabalho e outra, ou até a mesma para manter estes ambientes
limpos e sadios.

2.3 ESTRESSE NO TRABALHO


Estudadas até agora as condições de higiene no trabalho, podemos
comentar sobre outra doença que está diretamente ligada à higiene, medicina e
segurança no trabalho, o estresse no trabalho.

O estresse, tanto na vida pessoal como na profissional, é normalmente


atribuído a um desconforto, que tem a ver com uma falta de qualidade de vida
no trabalho.

Para Chiavenato (1999), “Estresse é um conjunto de reações físicas,


químicas e mentais de uma pessoa a estímulos ou estressores no ambiente”.
Segundo Carvalho (2002), o estresse é “o ponto em que o indivíduo não consegue
controlar seus conflitos internos, gerando um excesso de energia, originando,
consequentemente fadiga, cansaço, tristeza, euforia”.

Os principais motivos do estresse são: baixa resistência à frustração,


ameaças constantes, competitividade, falta de tempo para si mesmo, ansiedade,
baixa estima, estresse de final de carreira. (CARVALHO, 2002)

Além dos motivos apresentados, citamos também o desestímulo


profissional, a falta de concordância com as regras e decisões da empresa, e a
falta de preocupação da empresa com a segurança e a qualidade de vida do
trabalhador.

100
TÓPICO 4 | HIGIENIZAÇÃO

O desenvolvimento do estresse vai depender da resistência psicológica


do indivíduo. “É preciso atender às necessidades psíquicas do funcionário, de
autoestima, de conhecimento, de valorização de suas ideias, promovendo um
desenvolvimento sadio”. (CARVALHO, 2002)

Para vermos como as organizações estão preocupadas com a qualidade


de vida e consequentemente com a higiene e segurança no trabalho de seus
colaboradores, vamos ver um trecho que Luciana Paschoalin, presidente de uma
pequena empresa, diz em entrevista ao site RH Central (2010):

Quando se trata de responsabilidade social empresarial, definitivamente


tamanho não é documento. É cada vez mais significativo o número
de empresas de pequeno porte que se engajam, com criatividade e
entusiasmo, na inadiável tarefa de ajudar a construir uma sociedade
mais justa e solidária.

Esse fato mostra que a pequena empresa está despertando para o fato
de que precisa se preocupar com seu papel social e com o bem-estar de seus
funcionários.

Podemos ver que o tema é de uma complexidade enorme, mesmo não


sendo foco do nosso estudo, pudemos perceber que a higiene no trabalho é
diretamente ligada aos fatores que podem provocar o estresse no trabalhador e
que esta preocupação acontece em todos os níveis das organizações.

101
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, tratamos especificamente da higiene no trabalho.
Resumimos, também, os conteúdos estudados para facilitar a fixação do estudo.

• A higiene do trabalho compreende normas e procedimentos adequados para


proteger a integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos
de saúde inerente às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são executadas.

• A higiene do trabalho está ligada ao diagnóstico e à prevenção das doenças


ocupacionais, a partir do estudo e do controle do homem e seu ambiente de
trabalho.

• Ela tem caráter preventivo por promover a saúde e o conforto do funcionário,


evitando que ele adoeça e se ausente do trabalho.

• Para alcançar a prevenção, é necessário que estejam presentes sobre a higiene


as preocupações com ambiente físico, ambiente psicológico, aplicação de
princípios de ergonomia e saúde ocupacional.

• O profissional responsável pelos EPIs deve também manter um conjunto de


medidas para a higienização dos EPIs não descartáveis, ou seja, aqueles que são
de utilização permanente, vez que essa higienização dos EPIs cabe à empresa.

• Deve-se cuidar com a forma de higienização dos EPIs, sempre levando em


consideração as recomendações do fabricante.

• Deverá ser feito contrato com empresa especializada em dedetização,


desinsetização e desratização.

• Deverá ser feito contato com a concessionária de limpeza urbana, a fim de


formalizar a coleta periódica de lixo.

• Deve-se possuir uma equipe treinada e especializada para manter os ambientes


limpos e sadios.

102
AUTOATIVIDADE

Para verificar se você entendeu todos os conceitos apresentados no


Tópico 4, responda a essas questões:

1 O que compreende a higiene no trabalho?

2 Quais serviços médicos envolvem a higiene no trabalho?

3 Quais são os serviços médicos adicionais?

4 Quais são os objetivos da higiene no trabalho?

5 O profissional de Segurança no Trabalho deve ser responsável de quê?

6 A higienização dos EPIs cabe a quem?

7 Quando nos referimos a ambulatório, quais são as normas ou procedimentos


referidos à higiene no trabalho?

8 O que é estresse?

9 Quais são os principais motivos do estresse?

103
104
UNIDADE 2 TÓPICO 5

TREINAMENTO PARA OS COLABORADORES

1 INTRODUÇÃO
Atualmente, o maior desafio dos gestores é como obter o cumprimento
da legislação vigente e das normas internas de sua empresa. Algo de suma
importância é que tal cumprimento deve ser feito por todas as esferas dentro
da organização com relação às questões de segurança, saúde, qualidade e meio
ambiente na melhoria contínua das condições de trabalho.

Inicialmente, a administração deve determinar as diretrizes através de


sua política de segurança, qualidade e meio ambiente. As pessoas estão muito
mais propícias e estão mais disponíveis a cumprir as normas e procedimentos
quando possuem o exemplo dos seus líderes, em todos os níveis.

A maioria das razões recai sobre a forma do gerenciamento da empresa.


Em diversos casos, os trabalhadores possuem baixos ou nenhuma quantidade
de informação, motivação e treinamento. Cabe à organização, criar meios para
garantir a melhoria dos recursos humanos, pois os trabalhadores são e sempre
serão o maior patrimônio da empresa.

Deve-se atuar na disciplina preventiva, que significa trabalhar os


colaboradores nos aspectos educativos que possam evitar as atitudes que levam
o não cumprimento dos procedimentos internos, evitando a ação disciplinar
corretiva. Para evitar este descumprimento, utiliza-se de treinamentos focados
nas áreas e segmentos que possuem deficiência ou que necessitam de informação
contínua, ou por motivos técnicos, ou por motivos de prevencionismo.

2 TREINAMENTO DE SEGURANÇA, HIGIENE E MEDICINA NO


TRABALHO
De acordo com Chiavenato (1994), o treinamento tem objetivo de
desenvolver rapidamente as habilidades e os conhecimentos que beneficiarão a
empresa e os funcionários. Para isso, é necessário executar uma sequência de
eventos programados.

• Fase 1: levantamento das necessidades específicas de treinamento.


• Fase 2: aplicação dos princípios de aprendizagem.

105
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

• Fase 3: escolha de métodos adequados à instrução.


• Fase 4: colheita de material e dados para a instrução.
• Fase 5: elaboração do programa de treinamento.
• Fase 6: treinamento dos instrutores.
• Fase 7: execução do treinamento.
• Fase 8: avaliação e controle dos resultados.
• Fase 9: relatório de treinamento.

Estes eventos são utilizados para qualquer tipo de treinamento, inclusive


no foco desta Unidade que é a utilização de EPIs.

Se pensarmos em prevenção, de maneira alguma o EPI evita acidentes,


como a maioria das pessoas pensa. Ele foi desenvolvido para evitar lesões ou para
diminuir sua gravidade além de proteger o corpo e o organismo. A empresa é
obrigada a fornecer aos empregados gratuitamente o EPI adequado ao risco e em
perfeito estado de funcionamento e conservação, dar treinamento ao empregado
quanto ao seu uso adequado e torná-lo obrigatório. Não é permitido que ele seja
de uso coletivo, a não serem Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC).

Nas empresas, dentro do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia


de Segurança e Medicina no Trabalho), definido pela NR-5 (2010), existe a
CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), que tem como objetivo
a prevenção de acidente e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção
do trabalhador.

Segundo Fogaça (2004), entre as atribuições da CIPA está a promoção


do interesse dos empregados pelos assuntos ligados à prevenção de acidentes
e de doenças do trabalho; a proposição de cursos e de treinamentos para os
empregados; a promoção anual da SIPAT (Semana Interna de Prevenção de
Acidentes) e a proposição aos empregados de que concedam prêmios às sugestões
sobre assuntos relacionados às atividades da CIPA.

Fazem parte da CIPA os funcionários de qualquer setor da empresa e não


somente o pessoal relacionado ao SESMT.

Tal estrutura existe em empresas de médio a grande porte. Ela é que se


torna responsável pelos treinamentos relativos à segurança, higiene e medicina
no trabalho, principalmente quanto aos EPIs, referente à sua utilização correta,
aplicação devida, benefícios para a saúde do trabalhador, fiscalização do uso,
causas e consequências da não utilização.

Diversos tipos de treinamentos devem ser ministrados pela equipe do


SESMT, desde cursos e palestras sobre saúde, incluindo DST, tabaco, álcool
e drogas, estresse etc., até específicos sobre segurança no trabalho, como por
exemplo, uma palestra rápida muito realizada em canteiros de obras, a chamada
DDS (Diálogo Diário de Segurança), onde o profissional de segurança no trabalho

106
TÓPICO 5 | TREINAMENTO PARA OS COLABORADORES

realiza, no início das atividades diárias da equipe da obra, recomendações sobre


postura no trabalho para evitar acidentes, como proceder em caso de acidente e
até mesmo sobre o uso correto de algum EPI.

Você pode pensar que é uma forma repetitiva que se torna monótona, mas
na verdade é muito eficiente, e é investindo na prevenção que os acidentes são
evitados.

Segundo Rousselet (2009), todos os empregados devem receber


Treinamento Admissional e Periódico, visando à garantia da execução de suas
atividades com segurança.

Qualquer profissional antes de ocupar o cargo a que foi contratado,


é obrigado a realizar o exame pré-admissional que faz parte do Programa de
Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO), para verificar se a pessoa está
apta a esse cargo ou não. Depois dessa etapa, a empresa é obrigada a realizar o
treinamento e a capacitação dos empregados, fornecendo os Equipamentos de
Proteção individual (EPI), e os equipamentos de Proteção Coletiva (EPC); sendo
assim, o trabalhador é obrigado a cumprir as normas de segurança e seguir os
procedimentos necessários para execução de serviços com segurança. Em caso
de descumprimento das normas e procedimentos de segurança, o trabalhador
poderá ser punido com demissão por justa causa.

Para o caso de construção de obras civis, o treinamento admissional deve


ter carga horária mínima de seis horas, ser ministrado no horário de trabalho,
antes do trabalhador iniciar suas atividades. Os assuntos a serem ministrados
estão no item 18.28.2, da NR-18.

Ao final do treinamento admissional, os empregados devem receber as


ordens de serviço sobre Segurança e Medicina do Trabalho e os EPI necessários
às suas atividades e assinarem os termos de responsabilidade. Termos que o
trabalhador confirma ter recebido treinamentos e equipamentos adequados,
assumindo assim total responsabilidade por atos inseguros, podendo ser desligado
por justa causa, conforme comentado anteriormente. (ROUSSELET, 2010)

O treinamento periódico deve ser ministrado sempre que se tornar


necessário e ao início de cada fase da obra.

De qualquer maneira, quando se fala em segurança no trabalho, se fala


em prevenção. Podemos concluir que treinamentos para colaboradores devem
ser ministrados constantemente, desde o mais simples, como não jogar cascas
de bananas no chão, até os mais complexos, de como proceder em situações de
acidente de trabalho em altura.

Como o trabalhador tem o direito de cobrar segurança no local de trabalho,


tem o dever de agir com segurança, e quem fornece os meios e fiscaliza tais ações
é a equipe do SESMT.

107
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

O treinamento é um direito de todos, mas a prevenção é uma obrigação!

Segundo Fogaça (2004), a recomendação mais eficaz é para os


administradores. A prevenção é menos onerosa do que tentar custear os prejuízos
causados pelos acidentes de trabalho, sendo a única forma, investimentos em
campanhas, equipamentos e treinamentos periódicos aos seus empregados.

NOTA

O treinamento tem objetivo de desenvolver rapidamente as habilidades e os


conhecimentos que beneficiarão a empresa e os funcionários.

108
TÓPICO 5 | TREINAMENTO PARA OS COLABORADORES

LEITURA COMPLEMENTAR

EPI - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - NÃO BASTA


FORNECER É PRECISO FISCALIZAR
 
Sérgio Ferreira Pantaleão
 
O Equipamento de Proteção Individual - EPI é todo dispositivo ou produto,
de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção contra riscos
capazes de ameaçar a sua segurança e a sua saúde.
 
O uso deste tipo de equipamento só deverá ser feito quando não for
possível tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que
se desenvolve a atividade, ou seja, quando as medidas de proteção coletiva não
forem viáveis, eficientes e suficientes para a atenuação dos riscos e não oferecerem
completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças
profissionais e do trabalho.
 
Os equipamentos de proteção coletiva - EPC são dispositivos utilizados
no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos
inerentes aos processos, tais como o enclausuramento acústico de fontes de ruído,
a ventilação dos locais de trabalho, a proteção de partes móveis de máquinas e
equipamentos, a sinalização de segurança, dentre outros.
 
Como o EPC não depende da vontade do trabalhador para atender suas
finalidades, a preferência pela utilização deste é maior em relação à utilização do
EPI, já que colabora no processo aumentando a produtividade e minimizando os
efeitos e perdas em função da melhoria no ambiente de trabalho.
 
Portanto, o EPI será obrigatório somente se o EPC não atenuar os riscos
completamente ou se oferecer proteção parcialmente.
 
Conforme dispõe a Norma Regulamentadora 6 - NR-6, a empresa é
obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em
perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra
os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e
c) para atender a situações de emergência.
 
Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar
ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.
 

109
UNIDADE 2 | GERENCIAMENTO DE EPIs

Os tipos de EPIs utilizados podem variar dependendo do tipo de atividade


ou de riscos que poderão ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador e da
parte do corpo que se pretende proteger, tais como:

• Proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares.


• Proteção respiratória: máscaras e filtro.
• Proteção visual e facial: óculos e viseiras.
• Proteção da cabeça: capacetes.
• Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes.
• Proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas.
• Proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões.

O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou


importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do
Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
 
Dentre as atribuições exigidas pela NR-6, cabe ao empregador as seguintes
obrigações:

• adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;


• exigir seu uso;
• fornecer ao trabalhador somente o equipamento aprovado pelo órgão, nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
• orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
• substituir imediatamente o EPI, quando danificado ou extraviado;
• responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e
• comunicar o MTE qualquer irregularidade observada;
• o empregado também terá que observar as seguintes obrigações:
• utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina;
• responsabilizar-se pela guarda e conservação;
• comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio ao uso; e
• cumprir as determinações do empregador sob o uso pessoal.

Os Equipamentos de Proteção Individual além de essenciais à proteção


do trabalhador, visando à manutenção de sua saúde física e proteção contra
os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho,
podem também proporcionar a redução de custos ao empregador.
 
É o caso de empresas que desenvolvem atividades insalubres e que o nível
de ruído, por exemplo, está acima dos limites de tolerância  previstos na NR-15.
Neste caso, a empresa deveria pagar o adicional de insalubridade de acordo com
o grau de enquadramento, podendo ser de 10%, 20% ou 40%.
 
Com a utilização do EPI, a empresa poderá eliminar ou neutralizar o nível
do ruído, já que com a utilização adequada do equipamento, o dano que o ruído
poderia causar à audição do empregado, será eliminado.

110
TÓPICO 5 | TREINAMENTO PARA OS COLABORADORES

 A eliminação do ruído ou a neutralização em nível abaixo do limite de


tolerância isenta a empresa do pagamento do adicional, além de evitar quaisquer
possibilidades futuras de pagamento de indenização de danos morais ou materiais
em função da falta de utilização do EPI.
 
Entretanto, é importante ressaltar que não basta o fornecimento do EPI
ao empregado por parte do empregador, pois é obrigação deste fiscalizar o
empregado de modo a garantir que o equipamento esteja sendo utilizado.
 
São muitos os casos de empregados que, com desculpas de que não se
acostumam ou que o EPI o incomoda no exercício da função, deixam de utilizá-
lo e consequentemente, passam a sofrer as consequências de um ambiente de
trabalho insalubre.
 
Nestes casos, o empregador deve utilizar-se de seu poder diretivo e obrigar
o empregado a utilizar o equipamento, sob pena de advertência e suspensão num
primeiro momento e, havendo reincidências, sofrer punições mais severas como
a demissão por justa causa.
 
Para a Justiça do Trabalho, o fato de comprovar que o empregado recebeu
o equipamento (por meio de ficha de entrega de EPI), por exemplo, não exime o
empregador do pagamento de uma eventual indenização, pois a norma estabelece
que o empregador deva garantir o seu uso, o que se faz através de fiscalização e
de medidas coercitivas, se for o caso.
 
Obtenha estas e outras informações importantes para se elaborar um
Programa de Gerenciamento de Riscos na obra Saúde e Segurança do Trabalho.

Sergio Ferreira Pantaleão é advogado, administrador, responsável técnico


pelo Guia Trabalhista e autor de obras na área trabalhista e previdenciária.

FONTE: Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/epi.htm>. Acessado em:


04 out. 2010.

111
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, tratamos especificamente do treinamento quanto a EPIs
e Segurança no Trabalho. A seguir, resumimos o que vimos para facilitar a
fixação do estudo.

• Deve-se atuar na disciplina preventiva, que significa trabalhar os colaboradores


nos aspectos educativos que possam evitar as atitudes que levam o não
cumprimento dos procedimentos internos, evitando a ação disciplinar corretiva.

• O treinamento tem objetivo de desenvolver rapidamente as habilidades e os


conhecimentos que beneficiarão a empresa e os funcionários.

• O EPI foi desenvolvido para evitar lesões ou para diminuir sua gravidade além
de proteger o corpo e o organismo.

• A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), que tem como objetivo


a prevenção de acidente e doenças decorrentes do trabalho.

• A CIPA promove o interesse dos empregados pelos assuntos ligados à prevenção


de acidentes e de doenças do trabalho; a proposição de cursos e de treinamentos
para os empregados; a promoção anual da SIPAT (Semana Interna de Prevenção
de Acidentes) e a proposição aos empregados de que concedam prêmios às
sugestões sobre assuntos relacionados às atividades da CIPA.

• Fazem parte da CIPA os funcionários de qualquer setor da empresa e não


somente pessoal relacionado ao SESMT.

• Diversos tipos de treinamentos devem ser ministrados pela equipe do SESMT.

• DDS (Diálogo Diário de Segurança), o profissional de segurança no trabalho


realiza, no início das atividades diárias da equipe da obra, recomendações
sobre postura no trabalho para evitar acidentes, como proceder em caso de
acidente e até mesmo sobre o uso correto de algum EPI.

• Todos os empregados devem receber treinamento admissional e periódico,


visando à garantia da execução de suas atividades com segurança.

• Qualquer profissional antes de ocupar o cargo a qual foi contratado, é obrigado


a realizar o exame pré-admissional.

• O treinamento periódico deve ser ministrado sempre que se tornar necessário


e ao início de cada fase da obra.

• O treinamento é um direito de todos, mas a prevenção é uma obrigação!


112
AUTOATIVIDADE
Para verificar se você entendeu todos os conceitos apresentados no
Tópico 5, responda essas questões:

1 Qual é o objetivo do treinamento?

2 Quais são as fases necessárias para elaboração de um treinamento?

3 Qual NR define o SESMT?

4 Qual é o objetivo da CIPA?

5 Cite algumas das atribuições da CIPA.

6 Só fazem parte da CIPA profissionais ligados ao SESMT?

7 Cite alguns exemplos de palestras sobre saúde.

8 O que é o DDS?

9 O exame pré-admissional faz parte de qual programa?

10 Qual é o objetivo do exame pré-admissional?

11 Feito o exame pré-admissional quais são as obrigações da empresa?

12 Quais são as obrigações do trabalhador?

13 Se o trabalhador não cumprir suas obrigações referente à segurança, ele está


sujeito a punições, cite uma delas.

113
114
UNIDADE 3

TIPOS DE EPIs E EPCs

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:

• reconhecer os principais tipos de EPIs e EPCs existentes;

• determinar a escolha do EPI mais adequado com base nas suas caracterís-
ticas e nas do ambiente;

• verificar e planejar a manutenção dos EPIs de acordo com sua utilização;

• planejar de maneira eficiente a utilização de EPCs.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que no final de cada um de-
les, você encontrará atividades que o ajudarão a fixar os conteúdos estudados.

TÓPICO 1 – CREMES E PROTEÇÕES PARA CABEÇA

TÓPICO 2 – PROTEÇÕES PARA O CORPO

TÓPICO 3 – EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

115
116
UNIDADE 3
TÓPICO 1

CREMES E PROTEÇÃO PARA CABEÇA

1 INTRODUÇÃO
Os cremes e loções protetoras são utilizados com a função de proteger a
pele contra agentes químicos (ácidos, óleos, solventes) ou biológicos (insetos e
micro-organismos). Funcionam criando uma camada de proteção sobre a pele
de forma a isolá-la dos agentes agressores. De acordo com Míriam Miguel e
Lilian Wesendonck descrevem para o Superguia de Proteção (2010), os cremes
adicionalmente provém hidratação à pele e evitam dermatoses e irritações
alérgicas ou irritativas. Algumas características a serem observadas na escolha
deste tipo de EPI são a facilidade de aplicação, fácil absorção e não irritabilidade.
Como todo EPI, também deve ter CA específico. São divididos em três categorias
descritas a seguir:

1.1 ÁGUA RESISTENTE


Este tipo de produto possui boa resistência à água, de forma a proteger
contra diversos agentes químicos diluídos nela. Costuma ter propriedades
hidratantes e emolientes.

• Com silicone: recomendados para trabalhos com graxa, óleos de corte,


solventes, cimento, argamassa, colas e produtos solúveis em água ou não.

• Sem silicone: utilizados em empresas ou setores onde não pode haver a


presença de silicone como áreas de pintura ou colagem.

117
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

FIGURA 46 – CREME PROTETOR ÁGUA RESISTENTE

FONTE: <https://m.lojadomecanico.com.br/produto/103295/36/802>.
Acesso em: 1 out. 2018.

1.2 ÓLEO RESISTENTES


São produtos que não saem facilmente na presença de óleos, porém saem
facilmente com água. Possuem proteção contra graxas, óleos, negro de fumo,
solventes, gasolina, querosene, tintas a óleo, ceras, vernizes. Seu uso é recomendado
para indústrias em geral, nos trabalhos de manutenção, oficinas e manuseio de
colas e vernizes. (Superguia de Proteção, 2010)

Podem conter ou não silicone na sua formulação com as mesmas


recomendações já citadas anteriormente.

FIGURA 47 – CREME PROTETOR ÓLEO RESISTENTE

FONTE: <https://www.arican.com.br/creme-protetor-pele-luvex-industrial-ca-4114-pote-200g.
html>. Acesso em: 1 out. 2018.

1.3 CREMES ESPECIAIS


São produtos com recomendações específicas definidas pelo fabricante.
Podem ser utilizados em ambientes com ácidos ou bases específicas, ou em locais
onde haja agentes biológicos, sendo que nestes casos podem conter antissépticos.
118
TÓPICO 1 | CREMES E PROTEÇÃO PARA CABEÇA

1.4 FILTROS SOLARES


De acordo com Miriam Miguel, devem ser utilizados para trabalhos a céu
aberto com exposição à radiação solar. A princípio, a NR-6 (2010) não considera
filtros solares como EPI, motivo pelo qual não há CA para estes produtos, porém
a NR-31 (2010) especifica que devem ser tomadas medidas preventivas contra a
insolação excessiva dos trabalhadores. É importante que os filtros solares tenham
proteção contra raios UVA e UVB.

2 PROTEÇÃO AUDITIVA
Rafael Fernandes (Superguia de Proteção 2010) destaca que, proteção e
conforto são fundamentais para os protetores auditivos. O problema é que, muitas
vezes, ao se aumentar a atenuação, o EPI fica menos confortável. Por isso, os
fabricantes buscam o equilíbrio. O conforto também vai depender do biotipo do
canal auditivo, da orelha e do crânio. As condições do ambiente de trabalho e a
necessidade de comunicação precisam ser avaliadas. O uso dos protetores auditivos
deve ocorrer sempre que o indivíduo for submetido a ambientes em que o nível de
pressão sonora equivalente ultrapassar a barreira dos 85 dBA. O objetivo é reduzir
a intensidade de ruído abaixo do limite de tolerância. São três modelos básicos:
circum-auriculares, chamados extra-auriculares, supra-aurais, abafadores ou de
concha; os de inserção, conhecidos como intra-auriculares ou plugues; os especiais.

FIGURA 48 – COMPONENTES DO PROTETOR AUDITIVO


Arco

Semitampa

Almofada

Espuma
Concha
FONTE: Superguia de Proteção (2010).

119
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

2.1 TIPO CONCHA


Duas conchas cobrem o pavilhão auricular, interligadas por um arco
tensor. Projetado para cobrir a orelha, as bordas são revestidas com material
macio. A atenuação está relacionada à pressão que o protetor exerce sobre a
cabeça. Em áreas não limpas e nos casos em que o usuário circule por zonas
ruidosas e silenciosas, os protetores podem ser removidos com maior facilidade.
(SUPERGUIA DE PROTEÇÃO 2010)

FIGURA 49 – PROTETOR TIPO CONCHA

FONTE: <http://laborshopping.com.br/produto/abafador-thor/29789>.
Acesso em: 2 out. 2018.

2.2 TIPO MOLDÁVEL


Fernandes (Superguia de Proteção 2010) indica que também chamado de
plugue, é pequeno, de fácil armazenagem, expansivo e confortável. É desenvolvido
em espuma polimerizada ou outros materiais como algodão parafinado, espuma
plástica, PVC e tipos especiais de fibra de vidro. Considerado descartável, pode
ser usado em todo tipo de ambiente. A vantagem é que dá mais conforto e se
adapta a qualquer forma e tamanho de ouvido.

FIGURA 50 – PROTETOR TIPO MOLDÁVEL

FONTE: <http://www.EPIsuldobrasil.com.br/protetor-auricular-em-espuma-moldavel-sem-
cordao-15db-ca-20121-pr-1037-406161.htm>. Acesso em: 2 out. 2018.

120
TÓPICO 1 | CREMES E PROTEÇÃO PARA CABEÇA

2.3 ESPECIAL
É não linear com sistemas de filtros acústicos ou eletrônicos. Garante baixa
atenuação nas frequências inferiores a 2 kHz aproximadamente, permitindo a
passagem de frequência da voz humana. Em situações que requerem melhores
condições na comunicação e nos casos de níveis altos de ruído de trânsito.
Eficazes para ambientes com ruído de altas frequências, conforme Fernandes.
(SUPERGUIA DE PROTEÇÃO 2010)

FIGURA 51 – PROTETOR NÃO LINEAR COM ATENUADOR

PLUG DE INSERÇÃO
ATENUADOR

MICROFONE EXTERNO
MICROFONE INTERNO
SOM EXTERNO
FONTE: Superguia de Proteção (2010).

2.4 PRÉ-MOLDADO
Também molda as curvaturas do canal auditivo e é chamado de plugue.
Deve ser colocado firmemente para ser eficiente, de acordo com Fernandes
(Superguia de Proteção 2010). Feito em borracha, elastômero sintético e silicone.
Pode perder a elasticidade com lavagens periódicas. Serve para todo tipo de
ambiente. Deve ser lavado com água e sabão. A higienização deve ser diária
evitando a proliferação de bactérias, fungos e problemas com alergias e infecções.

FIGURA 52 – PROTETOR AUDITIVO PRÉ-MOLDADO

FONTE: <https://www.superepi.com.br/protetor-auricular-de-silicone-tipo-plug-dystray-15-db-
ca-29847-p395/>. Acesso em: 2 out. 2018.

121
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

2.5 NOVIDADES
A tendência atual é de utilização de dispositivos eletrônicos que melhoram
a comunicação e também diminuem o ruído que chega ao canal auditivo.
Fernandes (Superguia de Proteção 2010), afirma que os protetores de espuma são
cada vez mais macios e têm inserção mais fácil no canal auditivo, exercendo menor
pressão interna. No caso dos reutilizáveis, o silicone tem propiciado elevado nível
de conforto e durabilidade, mesmo após várias reutilizações. Nos tipos concha e
ligas de aço especiais, têm sido desenvolvidas em substituição às hastes metálicas
convencionais e às plásticas que costumam perder a pressão ao longo da jornada
de trabalho. Entre as novidades, o destaque fica com protetores auditivos que
tentam unir determinadas características positivas de dois ou mais tipos de
protetores. Por exemplo, protetores de espuma com uma haste semirrígida para
facilitar a inserção.

3 CAPACETES DE PROTEÇÃO
É um dos EPIs mais antigos em utilização e tem por função proteger a
cabeça e coluna vertebral de impactos, geralmente causados por quedas de
objetos. É, basicamente, composto de duas peças principais: o casco, fabricado
geralmente em plástico (polietileno de alta densidade ou ABS) e carneira de
plástico ou tecido.

A partir de 2010, só poderão ser comercializados capacetes com aprovação


do Inmetro, sendo que a obtenção do CA também depende deste selo.

A escolha de um capacete de segurança deve levar em conta os riscos
envolvidos nas tarefas a serem executadas e o conforto ao usuário. Existem duas
classes de capacetes para proteção contra impactos. Os capacetes da Classe A
não devem ser utilizados para serviços em eletricidade, já os da Classe B passam
por ensaios com eletricidade e, portanto, são indicados para serviços com redes
energizadas.

Os capacetes são classificados também conforme o tipo de aba que


apresentam:

3.1 COM ABA TOTAL - TIPO I


A aba se estende por todo o contorno do casco garantindo proteção
de todo o perímetro da cabeça e rosto. É recomendada para a proteção contra
escorrimento de líquidos, radiações solares e contatos com energia elétrica
(Marina Tonoli, Superguia de Proteção 2010).

122
TÓPICO 1 | CREMES E PROTEÇÃO PARA CABEÇA

FIGURA 53 – CAPACETE COM ABA TOTAL

FONTE: Getty Images (2010).

3.2 COM ABA FRONTAL - TIPO II


Conforme Tonoli (Superguia de Proteção 2010), a aba se encontra apenas
na parte frontal protegendo, portanto, principalmente olhos e rosto de líquidos,
radiações solares e energia elétrica. Utilizado principalmente quando há risco
de quedas de objetos em setores de construção civil, indústria petroquímica,
alimentícia e de bens de consumo.

FIGURA 54 – CAPACETE COM ABA FRONTAL

FONTE: <https://fastEPIs.com.br/capacete-aba-frontal-plastcor>.
Acesso em: 2 out. 2018.

3.3 SEM ABA - TIPO III


Protege apenas a cabeça devido à ausência total de abas. É recomendado
para trabalhos em altura com a rede elétrica ou espaços confinados, pois oferece
a possibilidade de visão acima da cabeça. É comum sua utilização com suspensão
jugular para evitar a queda do equipamento no caso de inclinação da cabeça.
(TONOLI, SUPERGUIA DE PROTEÇÃO 2010)

123
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

FIGURA 55 – CAPACETE SEM ABA

FONTE: Getty Images (2010).

4 PROTEÇÃO FACIAL
Óculos de segurança, protetores faciais e máscaras são equipamentos de
segurança destinados à proteção das partes mais sensíveis do corpo humano:
face e, principalmente, olhos, afirma Marina Tonoli, engenheira da 3M do Brasil.
Têm por objetivo a proteção contra impacto de partículas, respingos, radiação
(infravermelha ou ultravioleta) ou mesmo luminosidade excessiva.

Quando utilizados em conjunto com outros equipamentos de proteção


individual, como capacetes ou protetores auditivos, deve-se verificar a
compatibilidade da utilização simultânea, bem como o conforto do usuário.

FIGURA 56 – COMPONENTES DA MÁSCARA DE PROTEÇÃO


ALÇA AJUSTÁVEL
ARTICULAÇÃO
PROTEÇÃO
FRONTAL

VISOR

FONTE: <https://www.fg.com.br/protetor-facial-incolor-sem-catraca-200m---ledan/p>.
Acesso em: 1 ago. 2018.

124
TÓPICO 1 | CREMES E PROTEÇÃO PARA CABEÇA

4.1 ÓCULOS DE SEGURANÇA


Os óculos de proteção existem numa grande variedade de modelos
designados para riscos diversos. Devem ser utilizados sempre que houver
algum risco para os olhos do trabalhador, como radiação, luminosidade, poeira,
partículas volantes, gases, arcos elétricos e muitos outros.

Sua fabricação é geralmente em policarbonato e resinas tipo cristal.
Existem modelos com diferentes tratamentos de superfície como antiembaçantes
e antirriscos. São utilizados por eletricistas, trabalhadores da construção civil e
indústrias em geral.

FIGURA 57 – ÓCULOS DE PROTEÇÃO CONTRA IMPACTOS DE SÓLIDOS OU LÍQUIDOS

FONTE: <https://www.superepi.com.br/oculos-de-protecao-fenix-da-14500-p44/>.
Acesso em: 2 out. 2018.

4.2 PROTETOR FACIAL


São utilizados para a proteção da face contra impactos, poeira, respingos
e radiação. Existem produtos específicos para cada tipo de trabalho. No caso de
utilização em soldas, devem possuir proteção contra radiações e também contra
a luminosidade intensa. Outros modelos são adequados para proteção contra
partículas volantes, como indústrias madeireiras ou serralherias. São também
indicados para utilização na agricultura (na aplicação de produtos químicos
diversos), em locais com riscos biológicos ou químicos.

FIGURA 58 – PROTETOR FACIAL EM ACRÍLICO CRISTAL

FONTE: <https://www.superepi.com.br/protetor-facial-delta-plus-balbi-2-contra-impacto-ca-
38254-p1068/>. Acesso em: 2 out. 2018.

125
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

4.3 MÁSCARAS DE SOLDA


Compõem um tipo especial de protetor facial com características bem
específicas. São utilizadas em praticamente todos os tipos de solda, devido aos
diversos riscos existentes nesta atividade.

Oferecem proteção contra radiação (ultravioleta e infravermelha), calor,


luminosidade, fagulhas e respingos de solda às orelhas, face, pescoço e olhos. Os
visores podem ser fixos ou articulados com escurecimento permanente (em vidro
ou policarbonato) ou automático, através de telas transparentes de cristal líquido.
(TONOLI, SUPERGUIA DE PROTEÇÃO 2010)

São utilizados nas indústrias siderúrgicas, de construção civil, mecânicas e


muitas outras.

FIGURA 59 – MÁSCARA DE SOLDA E ÓCULOS DE PROTEÇÃO

FONTE: <http://www.borrachassantana.com.br>. Acesso em: 4 out. 2010.

5 PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
Para a garantia de uma proteção respiratória realmente eficiente se
faz necessário conhecer os riscos envolvidos. A natureza dos agentes nocivos
têm papel fundamental na escolha do EPI respiratório mais adequado para
determinada tarefa.

5.1 TIPOS DE AGENTES NOCIVOS


Os protetores respiratórios têm por função a proteção do trabalhador
contra a inalação de diferentes agentes nocivos, como contaminantes químicos
(névoa, fumos, vapores), físicos (poeiras) e biológicos (aerossóis).

126
TÓPICO 1 | CREMES E PROTEÇÃO PARA CABEÇA

As poeiras são partículas oriundas da manufatura (corte, quebra, moagem)


de materiais sólidos. Quanto menor suas dimensões mais tempo ficarão em
suspensão, aumentando as chances de serem inaladas. São exemplos de poeira:
madeira, minérios, sílica e amianto.

Os fumos se originam do aquecimento ou resfriamento de plásticos


ou metais e se caracterizam por partículas muito pequenas. São comuns em
atividades de solda, fundição e extrusão de plástico.

As névoas se originam da pulverização de líquidos em atividades como


pintura ou aplicação de agrotóxicos. As névoas têm características nocivas
associadas às propriedades químicas de seus componentes, ao contrário das
poeiras que, geralmente, são mais prejudiciais devido a aspectos físicos das
partículas.

Os gases são substâncias com características físicas muito parecidas com


as do ar e, portanto, se misturam com facilidade a este. Exemplos de gases são:
oxigênio, gás carbônico, e outros. Os vapores são gerados pela evaporação de
líquidos tais como gasolina e solventes.

Devem ser utilizados sempre que as medidas de proteção coletivas
implementadas não forem suficientes para garantir um ambiente com atmosfera
suficientemente segura para respiração. A utilização dos EPIs respiratórios, no
entanto, não dispensa a utilização de outras medidas de controle. (SUPERGUIA
DE PROTEÇÃO, 2010)

5.2 ATMOSFERAS IPVS (IMEDIATAMENTE PERIGOSAS À VIDA


E À SAÚDE)
Ambientes IPVS são aqueles cuja concentração de contaminantes é
tamanha que apresentam riscos graves e iminentes à saúde do trabalhador com
elevado potencial de causar morte ou deficiência permanente.

Respiradores utilizados em atmosferas IPVS devem, obrigatoriamente,
obedecer a um dos seguintes critérios, conforme indica Munhoz (2010):

• Uma máscara autônoma de ar comprimido (possui peça facial inteira) com


pressão positiva, aprovada com C.A. e que tenha autonomia mínima de 30
minutos; ou

• Um respirador que seja uma combinação de peça facial inteira com pressão
positiva e com suprimento por ar de linha dotada também de um cilindro de
ar comprimido reserva para abandonos de emergência.

127
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

5.3 TIPOS DE RESPIRADORES


Os respiradores podem ser classificados em dois tipos: purificadores de ar
e adução de ar. O primeiro tipo se baseia no princípio de filtragem do ar captado
para a inalação do usuário. São indicados para uso em locais cujas substâncias
podem ser eficientemente filtradas e não tragam riscos à saúde do trabalhador.
O segundo tipo de respirador utiliza ar armazenado em cilindros transportáveis
ou vindo de fora do ambiente contaminado. São indicados para situações mais
agressivas, cujos contaminantes não podem ser filtrados de maneira suficiente,
dada sua natureza ou concentração no ambiente ou ainda quando a concentração
de oxigênio não é suficiente para o organismo humano. (MUNHOZ, 2010)

5.4 RESPIRADORES PURIFICADORES DE AR


Veja na figura a seguir, um respirador purificador.

FIGURA 60 – COMPONENTES DE UM RESPIRADOR PURIFICADOR

SUPORTE PARA A CABEÇA

ELÁSTICO SUPERIOR

ARANHA

FILTRO QUÍMICO

VÁLVULA DE EXALAÇÃO

ELÁSTICO INFERIOR
BASE PARA VÁLCULA DE EXALAÇÃO

MEMBRANA DA BASE ROSCA


TAMPA DA VÁLVULA DE EXALAÇÃO

FONTE: <https://www.superepi.com.br/mascara-respiratoria-semi-facial-alltec-2402-para-2-
filtros-p671/>. Acesso em: 2 out. 2018.

5.4.1 Peça semifacial filtrante


São compostos de uma peça com material filtrante e tirantes de fixação.

128
TÓPICO 1 | CREMES E PROTEÇÃO PARA CABEÇA

FIGURA 61 – RESPIRADOR SEMIFACIAL SEM VÁLVULA (SUPERIOR) E


COM VÁLVULA DE EXALAÇÃO (INFERIOR)

FONTE: <http://www.epiprotecao.com.br/produto/Nzc0OTIyNQ==>.
Acesso em: 2 out. 2018.

São classificados em três categorias (em ordem crescente de proteção), de


acordo com Maurício Torloni (Superguia de Proteção, 2010):

• PFF1 – protegem contra poeiras e névoas em concentrações até 10 vezes o limite


de exposição (LE).

• PFF2 – indicado para as mesmas situações anteriores e também para fumos em


concentração de até 10 vezes o LE.

• PFF3 – também indicado para as situações anteriores e quando os contaminantes


forem altamente tóxicos (LE menor que 0,05 mg/m³).

5.4.2 Respirador semifacial com filtros substituíveis


Segundo Torloni (Superguia de Proteção, 2010), este dispositivo possui
válvulas de inalação e exalação além de suporte para filtros particulados, químicos
ou mistos, substituíveis.

129
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

FIGURA 62 – RESPIRADOR SEMIFACIAL COM FILTROS SUBSTITUÍVEIS

FONTE: <http://www.epiprotecao.com.br/produto/Nzc0OTIyNQ==>.
Acesso em: 2 out. 2018.

O tipo de filtro varia conforme os contaminantes presentes no local e são


indicados para gases e vapores orgânicos, ácidos, amônia etc.

São classificados em três categorias, para concentrações de até 10 vezes o LE:

• P1 – para poeiras e névoas;

• P2 – poeiras, névoas e fumos;

• P3 – além dos casos anteriores, também para casos em que o contaminante


possuir LE menor que 0,05 mg/m³.

5.4.3 Respirador Facial Inteiro e filtros substituíveis


Este tipo de equipamento protege olhos, boca e o nariz. Possui acessórios
como diafragma de voz (para facilitar a comunicação) e suporte interno para
lentes corretivas. É recomendado para utilização em ambientes com até 100 vezes
o limite de exposição.

FIGURA 63 – RESPIRADOR FACIAL COMPLETO COM FILTROS SUBSTITUÍVEIS

FONTE: <https://www.vinnybyrne.com/3m-full-facepiece-reusable-respirator-6800.html >.


Acesso em:2 out. 2018.

130
TÓPICO 1 | CREMES E PROTEÇÃO PARA CABEÇA

5.4.4 Respirador purificador de ar motorizado com capuz


Segundo Maurício Torloni, o ar passa por filtros pela ação de ventoinhas
movidas por motor elétrico alimentado por baterias. A cobertura de vias
respiratórias pode ser do tipo peça facial, capuz, capacete, touca ou protetor
facial. (SUPERGUIA DE PROTEÇÃO, 2010)

É um equipamento recomendado para ambientes onde haja oxigênio


suficiente com contaminações de até 1000 vezes o limite de exposição.

FIGURA 64 – PURIFICADOR DE AR MOTORIZADO COM CAPUZ

FONTE: <https://bit.ly/2z94nk6>. Acesso em: 2 out. 2018.

5.5 RESPIRADORES POR ADUÇÃO DE AR


Veja a seguir, um respirador por adução de ar, com seus componentes.

131
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

FIGURA 65 – COMPONENTES DO RESPIRADOR POR ADUÇÃO

Peça facial interia


com válcula de
exalação de
pressão positiva

Válvula de
demanda

Mangueira de
suprimento de ar
comprimido
Conexão tipo engate rápido

FONTE: <https://solucaoepi.com.br/detalhe_catalogo.aspx?id=3084>.
Acesso em: 1 ago. 2018.

5.5.1 Respirador com linha de ar comprimido


São equipamentos de proteção cujo fluxo de ar é suprido através de
uma mangueira ligada a uma fonte externa. São indicados para ambientes com
deficiência de oxigênio e/ou a concentração de contaminantes é demasiadamente
alta para ser purificado pelas máscaras de filtragem.

Há modelos com peças semifaciais e faciais inteiras. Alguns modelos


possuem sistema de pressão positiva, isto é, mantém a pressão do interior da
máscara levemente superior à do ambiente, de forma a evitar a entrada de
contaminantes. Alguns modelos incluem um pequeno cilindro auxiliar para
prover suprimento de oxigênio limitado em caso de interrupção de alimentação
da fonte externa.

132
TÓPICO 1 | CREMES E PROTEÇÃO PARA CABEÇA

FIGURA 66 – MÁSCARA COM LINHA DE AR

FONTE: <http://www.msanet.com>. Acesso em: 4 out. 2010.

5.5.2 Respirador Autônomo


Este tipo de protetor é composto por um cilindro de ar comprimido
carregado junto ao corpo do usuário. Pode ser com pressão positiva ou sem,
conforme os ajustes da válvula de liberação do ar.

A grande vantagem deste modelo de equipamento, em relação aos que


utilizam linha de ar, é a mobilidade oferecida. Por outro lado, o volume e peso do
equipamento dificultam a movimentação em locais de espaço reduzido, além de
requerer mais esforço físico por parte do usuário. (MUNHOZ, 2010)

FIGURA 67 – RESPIRADOR AUTÔNOMO

FONTE: <http://sertepi.com.br/produto/linha-pa-540>. Acesso em: 03 out. 2018.

133
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, foram apresentados os seguintes assuntos:

• Os cremes de proteção constituem um importante grupo de EPI destinados à


proteção da pele dos trabalhadores contra uma grande diversidade de agentes.

• Os dispositivos de proteção auditiva vêm numa grande variedade de formas,


tamanhos e materiais para utilização em diversos ambiente. Seu uso é requerido
sempre que o trabalhador estiver exposto a níveis de ruído superiores a 85 dB.

• Os capacetes de proteção existem em três categorias: com aba total, aba frontal
e sem aba.

• Para utilização em serviços de eletricidade, os capacetes devem ser específicos


para este fim.

• Além de proteger contra quedas de objetos, os capacetes previnem impactos


laterais e frontais na cabeça.

• Os respiradores existem em grande variedade de modelos, sendo descartáveis


ou permanentes, com e sem filtro descartável, filtragem ou adução externa de
ar, semifaciais ou de face inteira.

• A escolha correta de um respirador deve levar em consideração o tipo de agente


agressivo no ambiente, sua concentração, classificação da atmosfera em IPVS
ou não e quantidade de oxigênio disponível no ar.

134
AUTOATIVIDADE

Baseado no que você estudou até agora, responda às questões a seguir:

1 Os cremes de proteção são indicados para a proteção contra que tipos de


agentes? Cite exemplos.

2 Qual é a diferença entre protetor auricular e protetor auditivo?

3 Quais são as vantagens do protetor tipo concha em relação ao tipo moldável?

4 Em que condições a atenuação sonora dos protetores auditivos pode ser um


fator de risco?

5 Qual é a diferença entre poeira, fumo e névoa?

6 O que é uma atmosfera IPVS? Que tipos de protetores devem ser utilizados
neste tipo de ambiente?

135
136
UNIDADE 3
TÓPICO 2

PROTEÇÕES PARA O CORPO

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você conhecerá alguns protetores contra quedas.

O ano de 2010 traz importante mudança para a proteção contra quedas. Oito
normas da ABNT estiveram em consulta pública até o mês de maio. Elas servirão
de base para a elaboração do RAC (Regulamento de Avaliação de Conformidade)
para trabalho em altura. Este e o começo para que esses equipamentos passem a ser
certificados pelo lnmetro. Sempre que o trabalho for realizado acima de dois metros do
solo e houver risco de queda, o Ministério do Trabalho exige o uso de equipamentos de
proteção contra quedas. A proteção efetiva depende do uso de um sistema de proteção
contra quedas, formado por ancoragem, elemento de conexão e cinto paraquedista.

A ancoragem é o ponto onde o sistema será fixado e pode ser constituída


de um ponto ou de uma linha de vida fixa a este ponto. Com talabarte ou trava-
queda, o elemento de ligação executa a união entre a ancoragem e o cinto. Por sua
vez, o cinto paraquedista envolve o corpo do trabalhador de forma ergonômica e
possui ponto para conexão ao sistema.

Os dispositivos de proteção contra quedas deverão ser utilizados sempre


que forem realizados serviços em alturas superiores a dois metros do piso.

FIGURA 68 – PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS


Talabarte tipo Y

Mosquetão

Meia Argola de
posicionamento

FONTE: Superguia de Proteção (2010).

137
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

1.1 CINTURÃO DE SEGURANÇA TIPO ABDOMINAL


É utilizado com o objetivo de limitar distâncias e posicionamento, porém
não protege contra quedas. É fixado na cintura do usuário e possui duas argolas
metálicas nas laterais para a fixação ao talabarte. A composição do cinturão é
geralmente couro ou materiais sintéticos, como o poliéster e as partes metálicas são
compostas de materiais inoxidáveis. Utilizado em trabalhos junto a postes ou torres
para serviços em sistemas de energia e telecomunicações, ou na poda de árvores.

FIGURA 69 – CINTURÃO DE SEGURANÇA

FONTE: <https://bit.ly/2qagmcV>. Acesso em: 3 out. 2018.

1.2 CINTURÃO TIPO PARAQUEDISTA


É fixado ao corpo do usuário de forma a distribuir as forças de sustentação
e parada de queda por diversas partes menos sensíveis como coxa, cintura, peito
e ombros, de forma a minimizar o impacto sobre o corpo. Pode ser fixado ao
talabarte através da argola nas costas ou no peito. (NASCIMENTO; AMAZONAS.
SUPERGUIA DE PROTEÇÃO, 2010).

É utilizado na construção civil, manutenção de estruturas, telecomunicações


e quaisquer outros serviços que demandem de movimentação horizontal.

FIGURA 70 – CINTURÃO TIPO PARAQUEDISTA

FONTE: <http://contuflexepi.com.br/produto/cinto-2/>.
Acesso em: 3 out. 2018.

138
TÓPICO 2 | PROTEÇÕES PARA O CORPO

1.3 TRAVA-QUEDAS
Considerada a peça mais importante de um sistema de retenção de queda,
o trava-quedas deve ser utilizado em qualquer tipo de movimentação vertical
ou, quando possível, horizontal. Pode ser de dois tipos: deslizante (ligado a uma
linha de vida vertical) ou retrátil composto de um cabo de aço ou fita enrolada.
O equipamento possui um dispositivo de trava automática no caso de impacto.

O tipo deslizante é ligado a uma linha de vida vertical e utilizado
geralmente em:

• Fachadas de prédios.
• Andaimes suspensos.
• Cadeiras suspensas.
• Escadas tipo marinheiro.
• Telhados.

O trava-quedas, tipo retrátil, é composto de um cabo de aço enrolado


que se estende ou retrai através de uma mola. Sua utilização é comum para
serviços com movimentação horizontal ou vertical como em carga e descarga de
caminhões.

FIGURA 71 – TRAVA-QUEDAS TIPO RETRÁTIL (ESQUERDA) E TIPO DESLIZANTE (DIREITA)

FONTE: <http://www.casadoprofissional.com/produto/63110/trava-quedas-retratil-c-cabo-inox-
9m-msa> Acesso em: 1 ago. 2018.

1.4 TALABARTE
Faz a ligação do usuário a um ponto de ligação segura. É composto de
cordas, fitas, cabos de aço providos de ganchos para conexão do cinturão de
segurança ao ponto de ancoragem. (NASCIMENTO; AMAZONAS. SUPERGUIA
DE PROTEÇÃO, 2010).

139
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

FIGURA 72 – TALABARTE

FONTE: <http://useEPIs.com.br/produto/talabarte-em-y-elastizado-com-abs-de-energia-
dg8010/>. Acesso em: 3 out. 2018.

2 LUVAS DE PROTEÇÃO
A proteção das mãos contra riscos diversos (mecânicos, químicos,
biológicos) é assegurada com a utilização de luvas de proteção. A escolha adequada
das luvas deve levar em consideração o tipo de risco a que o trabalhador está
sujeito e ao tipo de atividade desenvolvida. Existem vários materiais, tamanhos
e texturas diferentes que conferem diferentes níveis de proteção contra formas
distintas de risco.

2.1 LUVA DE COURO (RASPA/VAQUETA) OU TECIDO


(LONA)
Utilizada quando há contato com agentes abrasivos ou escoriantes. Ex.:
operações em máquinas, transporte, manuseio e lixamento de chapas metálicas,
coleta de lixo e outras.

FIGURA 73 – LUVAS DE RASPA COM PUNHOS DE LONA

FONTE: <http://www.ciadoepi.com.br>. Acesso em: 4 out. 2010.

140
TÓPICO 2 | PROTEÇÕES PARA O CORPO

2.2 LUVA DE MALHA DE AÇO E ARAMIDA


Protege contra agentes cortantes. Deve ser inoxidável sem a possibilidade
de corrosão. O aço deve ser de boa qualidade, aliando resistência e menor peso,
seus aelos devem ser trançados e soldados. Utilizada em frigoríficos, peixarias
e açougues, no contato com os discos de cortes, na afiação de faz, na desossa da
carne. (VIEIRA; SUDRÉ. SUPERGUIA DE PROTEÇÃO, 2010).

FIGURA 74 – LUVA DE MALHA DE AÇO INOXIDÁVEL

FONTE: Getty Images, 2010.

FIGURA 75 – LUVA DE ARAMIDA

FONTE: <https://www.superepi.com.br/luva-em-aramida-4-fios-anti-corte-tsuzuki-
ca10992-p510/>. Acesso em: 3 out. 2018.

2.3 LUVAS DE PARA-AMIDA


Protegem de riscos de corte, abrasão ou dilaceração. Podem conter também
na sua trama fios de aço inoxidáveis ou elásticos. No caso de possuírem fios de
aço inoxidáveis, podem ser utilizadas para trabalhos com lâminas ou chapas
cortantes. Possuindo fios elásticos, apresentam grande mobilidade e precisão
dos movimentos para trabalhos minuciosos como trabalhos com microeletrônica.
(VIEIRA; SUDRÉ. SUPERGUIA DE PROTEÇÃO, 2010).

141
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

FIGURA 76 – LUVA DE PARA-AMIDA

FONTE: <https://www.superepi.com.br/luva-attack-volk-em-para-amida-ca-38250-p1360/>.
Acesso em: 3 out. 2018.

2.4 LUVAS DE COURO TRATADO, FIBRAS ARAMIDAS,


TECIDOS MISTOS (PARA-AMIDA E CARBONO),
COMPOSTOS CERÂMICOS
Impedem queimaduras quando há exposição a altas temperaturas ou
exposição de peças aquecidas. Utilizada em trabalhos com agentes térmicos cuja
temperatura seja superior aos 48º C. Ex.: utilização em trabalhos com fornos,
fundição, injetoras de plástico, padarias, estufas, soldagens. (VIEIRA; SUDRÉ).

FIGURA 77 – LUVA DE KOURION PARA TEMPERATURAS DE ATÉ 300 °C

FONTE: <https://unicraft.com.br/produto/luva-raspa-kourion-forrada-300-c-58>.
Acesso em: 3 out. 2018.

142
TÓPICO 2 | PROTEÇÕES PARA O CORPO

2.5 ISOLANTES DE BORRACHA


Utilizada para todos os serviços em eletricidade. Existem seis classes de
luvas de borracha indicadas para diferentes níveis de tensão. A classe “00” é a
de nível mais baixo de proteção indicada para tensões até 500 V e a de nível “04”
para até 36 kV.

FIGURA 78 – LUVA ISOLANTE CLASSE 00 (ATÉ 500 V AC)

FONTE: <https://www.superepi.com.br/luva-elsa-isolante-classe-00-500v-com-tato-ca-
38400-p1374/>. Acesso em: 3 out. 2018.

2.6 LUVAS COM CORPO DE COURO E PALMAS DE


POLÍMEROS
Utilizadas para a proteção contra vibrações mecânicas oriundas de
equipamentos como motosserras, marteletes, britadeiras, furadeiras etc.

FIGURA 79 – LUVAS ANTIVIBRAÇÃO (COMPLETA E MEIO DEDO)

FONTE: <https://www.superepi.com.br/luva-anti-vibracao-vibraflex-danny-da-4002-p35/>.
Acesso em: 3 out. 2018.

143
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

2.7 BORRACHA COM CHUMBO (PLUMBÍFERAS)


Utilizadas por profissionais das áreas da saúde, principalmente técnicos e
acompanhantes de exames de raios-x.

FIGURA 80 – LUVAS PLUMBÍFERAS

FONTE: <http://www.delgrandi.com.br>. Acesso em: 4 out. 2010.

2.8 PROTEÇÃO CONTRA PRODUTOS QUÍMICOS


Luvas para produtos químicos são confeccionados em grande variedade de
materiais para uso com diferentes substâncias e concentrações. São utilizadas por
trabalhadores que manuseiam produtos químicos em indústrias petroquímicas,
de adesivos, cosméticos e farmacêuticos. (VIEIRA; SUDRÉ. SUPERGUIA DE
PROTEÇÃO, 2010).

O quadro a seguir relaciona o material da luva com as substâncias que


ele protege. Condições como tempo de exposição, natureza do agente químico,
tipo de contato e permeabilidade do material são consideradas na escolha do
equipamento de proteção adequado.

QUADRO 1 – MATERIAIS E SUA PROTEÇÃO

Material da Luva Proteção contra


Borracha natural (látex) Ácidos e álcalis
PVA (álcool polivinílico) Solventes orgânicos
Neoprene (cloropreno) Ácidos, álcalis e solventes orgânicos
Viton (hexafluor) Solventes clorados e aromáticos
PVC (cloreto de polivinila) Ácidos e álcalis

144
TÓPICO 2 | PROTEÇÕES PARA O CORPO

Nitrílica (butadieno) Ácidos, álcalis e solventes orgânicos


Butílica (Iso-butieno) Acetonas e ésteres
Silver Shield (várias camadas de polímeros) Derramamentos

FONTE: Extraído e adaptado de: Superguia de Proteção 2010.

2.9 TENDÊNCIAS
Com a importação de luvas pelo país, há uma crescente importação de
tipos que há alguns anos não eram conhecidos. Há mais opções para proteções
contra produtos químicos. Este cenário possibilita uma maior proteção, mas
é importante que se faça a escolha correta, considerando os riscos a que o
trabalhador está exposto e as características da luva. Também se vê no mercado
uma acentuada melhoria da ergonomia e do tato proporcionado pelas luvas. Isto
porque os modelos que causam desconforto, fadiga e tato inadequado encontram
resistência entre os trabalhadores. Quanto mais ergonômicas forem as luvas e
mais tato oferecerem, mais bem aceitas serão. Muitas empresas ainda procuram
um único tipo de luva para proteger seus trabalhadores. No entanto, esta não e
a melhor forma de ser feita a escolha. Para a opção correta, é preciso avaliar os
diferentes riscos e selecionar aqueles materiais que realmente tragam proteção
adequada. A tendência é que cada vez mais os clientes exijam de seus fornecedores
uma eletiva parceria para determinar as luvas mais indicadas aos seus processos.
(VIEIRA; SUDRÉ. SUPERGUIA DE PROTEÇÃO, 2010).

3 VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO
As vestimentas são utilizadas para proteger o trabalhador contra riscos
mecânicos, elétricos, químicos, radioativos e até mesmo contra a umidade inerente
a trabalhos com água. Podem ser compostos por macacão de corpo inteiro, apenas
calças, perneiras, capuz ou meias.

TUROS
ESTUDOS FU

O Ministério do Trabalho também considera coletes à prova de bala como EPIs.

A escolha da vestimenta adequada deve levar em conta o tipo de risco


existente e a atividade a ser exercida, não desconsiderando o conforto provido ao
usuário, sempre tendo em vista a matéria-prima utilizada no EPI. Em geral, em
conjunto com a vestimenta de proteção se utilizam também outros EPIs, como
óculos, luvas, botas e capacetes.
145
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

3.1 PROTEÇÃO CONTRA CHAMAS


Vestimentas desta categoria são projetadas para proteção contra
arcos elétricos, respingos de solda e outras fontes de fogo repentino. (CARA;
FREDERICI; CHIES. SUPERGUIA DE PROTEÇÃO, 2010).

As peças são compostas de várias camadas de tecidos com proteção


antichama. São utilizadas, na sua confecção, aramidas e variações desta.

Para bombeiros, além da proteção antichama há também barreiras


térmicas para permitir a utilização em ambientes quentes.

FIGURA 81 – UNIFORME ANTI CHAMAS

FONTE: < http://www.rstill.com.br/index.php/uniforme-anti-chamas/>.


Acesso em: 3 out. 2018.

3.2 ELETRICIDADE
A NR10 (2010) indica que devem ser utilizadas roupas de proteção contra
eletricidade de acordo com a atividade exercida. Para estes tipos de trabalho,
além da proteção contra arcos elétricos, é importante levar em consideração a
isolação elétrica da roupa, sua inflamabilidade e proteção contra influências
eletromagnéticas.

146
TÓPICO 2 | PROTEÇÕES PARA O CORPO

FIGURA 82 – ROUPA DE PROTEÇÃO CONTRA ARCOS ELÉTRICOS

FONTE: < http://www.directindustry.com/pt/prod/sfe-sfe-international/product-8308-1917710.


html>. Acesso em: 3 out. 2018.

3.3 RESISTÊNCIA AO CALOR IRRADIADO


O calor irradiado é um risco presente em indústrias metalúrgicas,
siderúrgicas e mineradoras. Segundo Raul Casanova, diretor da Animaseg, as
vestimentas de proteção para este tipo de risco são compostas de aramidas ou couro
tratado. Opções mais avançadas são compostas por sistemas de dupla aluminização
por filmes termoestáticos em combinação com tecidos de carbono pré-oxidado.

FIGURA 83 – VESTIMENTA ALUMINIZADA

FONTE: <https://es.dhgate.com/product/high-quality-500-degree-thermal-radiation/386400203.
html>. Acesso em: 3 out. 2018.

147
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

FIGURA 84 – COMPOSIÇÃO MULTICAMADAS DE VESTIMENTAS ANTITÉRMICAS

FONTE: <www.qualytextil.com.br>. Acesso em: 2 ago. 2018.

3.4 RESISTÊNCIA A PRODUTOS QUÍMICOS


Vestimentas destinadas à proteção contra produtos químicos são
classificadas em quatro categorias de A até D, em nível decrescente de proteção.
As vestimentas classe A são aquelas que apresentam impermeabilidade total e
são destinadas para utilização em condições mais severas de riscos. Já as de classe
D permitem até mesmo certo grau de respirabilidade da pele com o meio. (CARA;
FREDERICI; CHIES. SUPERGUIA DE PROTEÇÃO, 2010).

Contra respingos de produtos químicos os materiais utilizados nas


vestimentas são PVC, algodão (puro ou misto) com tratamento hidrorrepelente,
aramidas, Tychem e Tyvek.

A escolha da vestimenta adequada deve levar em conta o estado físico do


produto químico, sua natureza (pois cada produto reage de maneira diferente
com outros materiais) bem como sua concentração.

148
TÓPICO 2 | PROTEÇÕES PARA O CORPO

FIGURA 85 – MACACÃO PARA PROTEÇÃO QUÍMICA

FONTE: <https://www.safetytrab.com.br/produto/vestimenta-de-seguranca-protecao-quimica-
inter-prot/>. Acesso em: 3 out. 2018.

3.5 RESISTÊNCIA MECÂNICA


Quando se refere à proteção mecânica, o que se deve ter em mente é uma
vestimenta que ofereça resistência a cortes e rupturas, mas ao mesmo tempo, seja
confortável e ofereça liberdade de movimentos. (CARA; FREDERICI; CHIES.
SUPERGUIA DE PROTEÇÃO, 2010).

Para proteção contra cortes, escoriações e abrasões o recomendável são


vestimentas produzidas com para-amidas, raspa de couro ou vaqueta.

149
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

FIGURA 86 – CASACO EM RASPA DE COURO

FONTE: <https://www.EPIsonline.com.br/produto/blusao-de-raspa-com-fechamento-em-
velcro-64317>. Acesso em: 3 out. 2018.

3.6 RESISTÊNCIA A AGENTES BIOLÓGICOS


Roupas com proteção contra agentes biológicos variam em grau de
proteção de acordo com o tipo de risco existente. No geral, as roupas devem ser
impermeáveis e oferecer proteção contra bactérias.

Os materiais mais comuns para este tipo de roupa são polietileno, Tyvek,
polivinílicos ou ainda poliéster ou algodão com tratamento antimicrobial.

FIGURA 87 – VESTIMENTAS COMPLETAS DE PROTEÇÃO BIOLÓGICA

FONTE: <http://www.balaska.com.br/novosite/produtos/tyvek/tychem_tk.html>.
Acesso em: 3 out. 2018.

150
TÓPICO 2 | PROTEÇÕES PARA O CORPO

4 CALÇADOS DE PROTEÇÃO
Os calçados de proteção existentes abrangem uma gama ampla de riscos
de naturezas diferentes, porém muitas vezes coexistentes. Além de verificar qual
o tipo de risco existente é importante a preocupação com o conforto oferecido.

Os calçados de proteção existentes no mercado devem obedecer a, pelo


menos, uma das seguintes normas, de acordo com sua classificação:

• NBR ISO 20345:2008 – regulamenta os calçados de segurança, aqueles que


possuem proteção no bico contra impactos de até 200 Joules e resistência à
compressão de até 15 kN.

• NBR ISO 20346:2008 – estipula regas sobre calçados de proteção, cuja resistência
a impactos é de até 100 Joules e compressão de até 10 kN.

• NBR ISO 20347:2008 – norma para calçados ocupacionais, aqueles que não
possuem biqueira de proteção, no entanto oferecem algum outro tipo de
proteção ao trabalhador.

FIGURA 88 – COMPONENTES DE UM CALÇADO DE PROTEÇÃO


Atacador Acolchoamento
Cabedal

Protetor
de borda
Biqueira
de aço Contraforte

Palmilha

Solado
Sobrepalmilha
Palmilha de aço
FONTE: Superguia de Proteção (2010).

4.1 RESISTÊNCIA A QUEDAS DE PRODUTOS


Calçados com o objetivo de proteção contra quedas de objetos devem
oferecer o mais alto grau de resistência mecânica: 200 Joules contra impactos e 15
kN contra compressão.

Além da proteção oferecida pela biqueira, devem ser observadas as outras


necessidades quanto ao solado do calçado que pode ser de PVC, PU ou borracha.
O corpo do calçado pode ser de tecido laminado ou sintético ou couro, além dos
materiais já citados para a sola.

151
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

São recomendados também para uso em atividades agrícolas como corte


de cana com facão ou na utilização de roçadeiras motorizadas.

FIGURA 89 – ASPECTOS DE UM CALÇADO COM RESISTÊNCIA A QUEDAS DE PRODUTOS


Forro em material
sintético
Língua

Presilha Gáspea
posterior
Zona do Biqueira
tornozelo de aço ou
almofado PLASTIC Cobertura
TOE protetora
até 200 da biqueira
Tacão Jouleas anti-brasão

Sapato
Palmilha Wide Body
de aço ou
COMPOSITE Palmilha
INSOLE com planta
anatômica

Estrias especiais de
Palmilha em poliuretano aderência elevada

FONTE: <www.costagarcia.com.br>. Acesso em: 4 out. 2010.

4.2 RISCOS ELÉTRICOS


Calçados que visam à proteção contra riscos elétricos nem sempre têm
na isolação seu objetivo mais importante. Em determinadas situações a função
principal é justamente o oposto: oferecer condutividade elétrica para não haver
acúmulo de cargas eletrostáticas.

Os calçados com solado condutivo são classificados em:

• Tipo I - proteção contra o acúmulo de eletricidade estática que podem originar


a ignição de gases em atmosferas explosivas (como postos de abastecimento);

• Tipo II - contra choque elétrico devido à entrada ou saída de linha energizada,


para trabalhos em linhas vivas de transmissão de até 500 kV.

Já, os calçados, tipo isolantes, oferecem alta resistência à passagem de
corrente elétrica e são recomendados para a proteção contra contatos acidentais
em redes de até 600 V.

152
TÓPICO 2 | PROTEÇÕES PARA O CORPO

Os materiais empregados para a construção de calçados de proteção


contra riscos elétricos são, geralmente, couro ou borracha para o cabedal e PU
para o solado. Os do tipo isolante não podem conter partes metálicas.

FIGURA 90 – CALÇADO PARA SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

FONTE: Getty Images, (2010).

4.3 RESISTENTES À ÁGUA


Calçados resistentes à água são indicados para trabalhos em locais
alagadiços ou úmidos como açougues, lavações de automóveis, jardins,
agricultura de forma que mantenham os pés sempre secos e aquecidos. Os
calçados são classificados como hidrofugados (resistentes à passagem de água)
ou impermeabilizados. São confeccionados em PVC e/ou PU. (CASANOVA.
SUPERGUIA DE PROTEÇÃO, 2010).

FIGURA 91 – CALÇADOS PARA PROTEÇÃO CONTRA UMIDADE

FONTE: Getty Images, (2010).

153
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

4.4 RESISTÊNCIA TÉRMICA


Para altas ou baixas temperaturas. Os calçados para altas temperaturas
têm corpo fabricado geralmente em couro e solado de borracha nitrílica ou
fibra de carbono. São utilizadas por bombeiros, soldadores e trabalhadores de
siderúrgicas (próximos a fornos e panelas de fundição), com variações para cada
tipo de serviço. (CASANOVA. SUPERGUIA DE PROTEÇÃO, 2010).

FIGURA 92 – CALÇADOS DE PROTEÇÃO CONTRA ALTAS TEMPERATURAS

FONTE: <https://www.marcianoepi.com.br/bota-para-alta-temperatura-60b29-cpap-marluvas.
html>. Acesso em: 3 out. 2018.

Para ambientes frios (câmaras frias ou frigoríficos) os calçados são


fabricados em PVC, couro ou PU com solado de borracha natural.

FIGURA 93 – CALÇADO PARA UTILIZAÇÃO EM CÂMARA FRIA

FONTE: <http://www.conforto.com.br>. Acesso em: 4 out. 2010.

154
TÓPICO 2 | PROTEÇÕES PARA O CORPO

4.5 RESISTENTES À PENETRAÇÃO E OBJETOS


PONTIAGUDOS
Fabricados com cabedal em couro, PVC ou borracha são indicados para
serviços onde há riscos de perfuração como construção civil, limpeza urbana,
reciclagem de vidros e outros. Deve-se ter especial atenção ao solado e palmilhas
do calçado que devem prover proteção adequada contra cortes e perfurações,
sendo fabricados geralmente em aço e aramidas. (CASANOVA. SUPERGUIA DE
PROTEÇÃO, 2010).

FIGURA 94 – BOTINA DE COURO COM PALMILHA EM AÇO ANTIPERFURANTE

FONTE: Getty Images (2010).

4.6 RESISTENTES A RESPINGOS DE PRODUTOS QUÍMICOS


São recomendados para trabalhadores de indústrias em geral ou de
laboratórios. São fabricados em couro emborrachado com solado em PU e, muitas
vezes, incorporam outros tipos de proteção.

É importante a verificação do produto químico existente para a correta


escolha do calçado, sem desconsiderar questões como vida útil e degradação do
equipamento.

FIGURA 95 – CALÇADO DE PROTEÇÃO RESISTENTE A ÁCIDOS

FONTE: Getty Images (2010).

155
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, foram apresentados os seguintes assuntos:

• Os dispositivos de proteção contra quedas têm por função prevenir o choque


do corpo do trabalhador contra superfícies horizontais e absorver o impacto de
quedas.

• As luvas de proteção existem para prevenir acidentes ou lesões com agentes


físicos, químicos ou biológicos.

• As luvas possuem diferentes categorias de proteção para cada tipo de risco. É


necessário realizar um estudo minucioso sobre os perigos existentes no local
de trabalho antes de escolher o tipo de luva.

• Os calçados de proteção podem ser utilizados para proteção contra


impactos, perfurações, eletricidade, umidade, agentes biológicos, extremos
de temperatura e produtos químicos. Além disso, devem prover conforto e
mobilidade para o usuário.

• Choques mecânicos do corpo do trabalhador com o chão e absorver o impacto


da queda.

156
AUTOATIVIDADE

Baseado no que você estudou até agora, responda às questões a seguir:

1 Descreva as características e funções de cada um dos três componentes de


um sistema individual de proteção contra quedas.

2 Quais são as características que devem ser observadas na escolha adequada


das luvas de proteção?

3 Como se classificam e quais são as características de cada nível de proteção


das vestimentas resistentes a produtos químicos?

4 Como os calçados de proteção são classificados em relação à sua resistência


mecânica?

5 É possível haver um calçado de proteção adequado a qualquer tipo de agente


químico? Justifique.

6 Os solados dos calçados para serviços em eletricidade podem ser condutivos


ou isolantes. Quais as indicações de uso para cada tipo?

157
158
UNIDADE 3
TÓPICO 3

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você conhecerá alguns EPCs (Equipamentos de Proteção
Coletiva), suas definições, onde se aplicam e quais os tipos.

1.1 DEFINIÇÃO
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) é todo um conjunto de regras,
procedimentos, métodos, sistemas ou meios, fixos ou móveis destinados à
preservação da saúda e da integridade física de trabalhadores ou usuários
coletivamente.

1.2 APLICAÇÃO
A NR4 (2010) (SESMT) tem no item 4.1.2 a seguinte redação:

“4.12 Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados


em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: (Alterado pela
Portaria SSMT nº 33, de 27 de outubro de 1983):

a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do


trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive
máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali
existentes à saúde do trabalhador;

b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação


do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de
Equipamentos de Proteção Individual - EPI, de acordo com o que determina
a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente
assim o exija”.

159
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

Desta forma, fica claro que a utilização de EPCs tem prioridade


sobre EPIs, independentemente de questões econômicas. Quando no estudo
e implantação de medidas de proteção coletivas, deve-se, seguir a seguinte
ordem hierárquica de objetivos:

I- medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes


prejudiciais à saúde;
II- medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no
ambiente de trabalho;
III- medidas que reduzam os níveis de concentração desses agentes no
ambiente de trabalho.

2 TIPOS DE EPCs
Devido à diversidade da natureza dos equipamentos de proteção coletiva,
objetiva-se a apresentação dos principais tipos, categorizados de acordo com o
risco a proteger, tipo de proteção oferecida ou ainda natureza da proteção.

2.1 EPCS PARA SERVIÇOS EM ELETRICIDADE


Os equipamentos de proteção coletiva utilizados nos serviços de
eletricidade visam à proteção contra choques elétricos seja por separação através
de barreiras ou por isolamento.

2.1.1 Banqueta Isolante


Utilizada para manter o trabalhador isolado quando trabalhando em
redes energizadas. É utilizada por operadores de caminhão guindauto ou em
serviços internos para facilitar o alcance de linhas suspensas, ao mesmo tempo
em que protege contra choques.

160
TÓPICO 3 | EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

FIGURA 96 – BANQUETA ISOLANTE

FONTE: <www.fundacentro.gov.br>. Acesso em: 4 out. 2010.

2.1.2 Manta e Cobertura Isolante


Tem por função oferecer uma barreira isolante entre o trabalhador e
condutores elétricos energizados desprovidos de isolamento, situação comum
em serviços de redes elétricas aéreas.

FIGURA 97 – MANTA ISOLANTE E COBERTURA ISOLANTE DE CABOS

FONTE: <www.fundacentro.gov.br>. Acesso em: 4 out. 2010.

2.1.3 Travas para Disjuntores


São utilizadas para impedir a religação indevida de circuitos
desenergizados para manutenção. Existem em diversos modelos e tamanhos, com
variações para diferentes dispositivos elétricos (chaves seccionadoras, fechaduras
de painéis e vários outros).

161
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

FIGURA 98 – TRAVA PARA DISJUNTOR

FONTE: <https://www.tagout.com.br/blog/travamento-de-disjuntores-din-nema-e-caixa-
moldada/>. Acesso em: 3 out. 2018.

2.1.4 Outros dispositivos


Há diversos outros dispositivos de proteção coletiva diferentes utilizados
para serviços em eletricidade, muitos constando de sinalização e barreiras físicas
a serem abordados adiante.

2.2 DISPOSITIVOS DE SINALIZAÇÃO


A sinalização de segurança consiste numa série de procedimentos
destinados à orientação, alerta e advertência para condições perigosas.

2.2.1 Cones de Sinalização


Veja a seguir, cones de sinalização:

162
TÓPICO 3 | EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

FIGURA 99 – CONES DE SINALIZAÇÃO

FONTE: <https://www.protecaoglobal.com/equipamentos-de-protecao/sinalizacao/cones-e-
pedestais/cone-sinalizacao-rigido-pvc-75cm-preto-amarelo/>.
Acesso em: 3 out. 2018.

2.2.2 Placas de Sinalização


Utilizadas para sinalizações diversas. São eficazes e podem ser utilizadas
numa grande variedade de situações. Devem, preferencialmente, utilizar os
padrões de cores previstos pelas normas de segurança.

FIGURA 100 – PLACAS DE SINALIZAÇÃO

FONTE: <https://www.helpmanut.com/produto/38/placas-de-sinalizacao-rota-de-fuga>.
Acesso em: 3 out. 2018.

163
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

2.2.3 Fitas de Sinalização


Utilizadas para a delimitação, isolamento e sinalização de áreas de
trabalho.

FIGURA 101 – FITAS DE SINALIZAÇÃO

FONTE: <http://plascart.pt/fitas-sinalizadoras.html>. Acesso em: 03 out. 2018.

2.3 BARREIRA DE PROTEÇÃO


Utilizadas para isolamento e sinalização de áreas de trabalho como poços
de serviço, galerias subterrâneas ou similares.

FIGURA 102 – BARREIRA DE PROTEÇÃO

FONTE: <http://www.EPIsuldobrasil.com.br/barreira-pantografica-pr-1220-406161.htm>. Acesso


em: 03 out. 2018.

164
TÓPICO 3 | EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

2.4 EXTINTOR DE INCÊNDIO


Existente em diversos tamanhos e com diferentes tipos de carga para a
extinção de fogo de diferentes naturezas. Tem por objetivo a neutralização de
focos iniciais de incêndio não sendo eficientes para o combate ao fogo em estado
avançado.

FIGURA 103 – EXTINTORES DE INCÊNDIO.

FONTE: <www.fundacentro.gov.br>. Acesso em: 4 out. 2010.

2.5 REDES DE PROTEÇÃO


Utilizadas principalmente na construção civil. Têm por objetivo proteger
os trabalhadores de quedas em serviços em altura.

FIGURA 104 – REDE DE PROTEÇÃO

FONTE: <http://www.protecao.com.br/noticias/leia_na_edicao_do_mes/redes_de_protecao_
protegem_trabalhadores_no_caso_de_quedas/J9jjAJjj>. Acesso em: 05 out. 2018.

165
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

2.6 LAVA-OLHOS E CHUVEIRO DE SEGURANÇA


Os lava-olhos e chuveiro de segurança são equipamentos que podem ser
instalados separadamente ou em conjunto. Sua utilização é muito comum em
laboratórios de produtos químicos e têm por função minimizar os danos causados
por acidentes nos olhos e face (lava olhos) ou mesmo no corpo inteiro (chuveiro).

Os lava-olhos são compostos por um par de pequenos jatos de média


pressão, acoplados a uma cuba, direcionados de tal forma que permitam banhar
os olhos e a face. Os chuveiros de segurança devem ter um diâmetro mínimo de
30 cm e seu acionamento pode ser feito por alavancas ou pedais. É importante a
garantia de fluxo de água suficiente para o funcionamento dos equipamentos.

Sua instalação deve ser feita em local de fácil acesso e com identificação.
O acionamento dos dispositivos deve ser facilitado para os casos de emergências,
sendo a utilização de válvulas acionadas por pedais bastante comuns. Como
qualquer equipamento, eles carecem de manutenção periódica, devendo ser
testados, no mínimo, uma vez por mês.

FIGURA 105 – LAVA-OLHOS E CHUVEIRO DE PROTEÇÃO

FONTE: <http://sertepi.com.br/produto/chuveiro-e-lava-olhos-cl-001-pvc>.
Acesso em: 05 out. 2018.

166
TÓPICO 3 | EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

2.7 EXAUSTORES DE AR
São equipamentos destinados a efetuar trocas de ar entre ambientes
de trabalho fechados e o meio externo de forma a diminuir a concentração de
substâncias agressivas (compostos químicos, partículas sólidas) do local. Podem
ser compostos de acessórios como filtros de partículas ou dispositivos de
arrefecimento.

FIGURA 106 – EXAUSTOR DE AR

FONTE: <https://www.jjnmaquinas.com.br/produtos/ar-condicionado-e-ventilacao/exaustor-30-
cm-industrial-127v-delta>. Acesso em: 5 out. 2018.

167
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

LEITURA COMPLEMENTAR

PROTEÇÃO ESSENCIAL
Cuidados no uso e conservação dos EPI’s e EPC’s são importantes

Míriam Miguel

A utilização de um cinto para um trabalhador que está atuando em uma


construção, ou em uma torre, pode significar a vida, em caso de uma queda.
Exatamente por isso os EPI’s e EPC’s são necessários ao trabalho em altura e
necessitam de muitos cuidados durante sua utilização, conservação e adequação
ao trabalho que será realizado. O auditor fiscal do trabalho Gianfranco Pampalon
indica que os principais EPIs utilizados no trabalho em altura são os guarda-
corpos, peças horizontais paralelas à proteção contra quedas das pessoas, que
têm seus padrões de confecção referenciados pelas NR’s 8 e 18; redes e telas
de proteção, também citadas na NR-18; tábuas ou passarelas para locomoção
sobre telhados; linhas de vida, que são pontos de conexão para talabartes, trava-
quedas com resistência suficiente para suportar as forças de impacto, e podem
ser flexíveis ou rígidas, além da ancoragem (olhal, suporte etc.) que pode ser
conectada a um sistema de proteção contra queda que seja capaz de suportar
os esforços requeridos, e a sinalização de segurança. Este último item, resalta
Pampalon, é muito importante para quem trabalha em altura, para mostrar a carga
máxima admissível e para advertir e proibir o acesso em áreas de riscos. “O local
de trabalho deve estar isolado e sinalizado. Quando não for viável o isolamento,
deve-se providenciar cobertura ou plataforma para impedir quedas de matérias
sobre a área abaixo. No caso de interdição completa das vias de acesso, os trajetos
alternativos devem estar sinalizados”, acentua.

ESPECÍFICOS

Segundo Elton Fagundes, técnico de acesso por cordas da Stonehenge


(Porto Alegre/RS), a NR-6 (Equipamentos de Proteção Individual) aponta que
os EPIs para queda de diferença de níveis são trava-quedas, talabartes contra
quedas, talabartes de posicionamento e cinto de segurança tipo paraquedista.
“Mas existem outros EPIs que também são importantes para o trabalho em
altura, como capacete com suporte de fixação jugular, luvas, óculos de segurança
e calçados de segurança”, enfatiza. Conforme o engenheiro de Segurança do
Trabalho, Sérgio Ussan, o principal equipamento de segurança do trabalhador
é o cinto de segurança tipo paraquedista, fixado em cabo de segurança preso em
estrutura específica, sendo todo o conjunto projetado e calculado por profissional
legalmente habilitado.

168
TÓPICO 3 | EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

O auditor fiscal da SRTE/SP, Gianfranco Pampalon destaca que


os EPIs são definidos conforme os locais e tipos de trabalho que serão
realizados. “Nas atividades em torres ou postes de transmissão de energia,
apesar da permissão de uso de segurança abdominal tipo eletricista, utiliza-
se o tipo paraquedista fabricado com material não condutor de eletricidade
e a prova de chamas para possibilitar o resgate do trabalhador em caso de
emergência, o que não seria possível com outro tipo de cinto, afirma. Já, no
caso de montagem de andaime, é necessário o cinto de segurança afixado em
uma linha de vida através de trava-quedas, ou o cinto de segurança com dois
talabartes, devendo na subida ou descida um mosquetão do talabarte estar
conectado à escada 100% do tempo.

ENVOLVIMENTO

A empresa Altiseg Segurança em Altura (Curitiba/PR) fornece EPI’s


e treinamentos para trabalhos em altura. Conforme Ibrahim Kleber, técnico
de Segurança do Trabalho da empresa, entre os principais equipamentos
fornecidos estão cinto tipo paraquedista, talabartes de deslocamento e
posicionamento, luvas, óculos e calçados de segurança, entre outros. Ele
explica que cada cinto de segurança é projetado para uma determinada função
ou atividade. “Existem cintos apenas para paradas de quedas (exemplo: os de
trabalhos de andaimes, usados na construção civil), em virtude da atividade
que será executada, que geralmente é a de estar suspenso pelo produto como
acesso por corda”, detalha.

Dessa forma, o setor de segurança de cada empresa precisa estar


orientado e treinado também para entender quais são os melhores equipamentos
a serem utilizados. “Verificamos que poucos profissionais da área de Segurança
se envolvem com todas as atividades da sua empresa, por esse motivo acabam
se equivocando com facilidade sobre as recomendações corretas do uso de cada
componente para o trabalho em altura”, pontua Kleber. Em relação ao uso de
correto, ele enfatiza que todo produto a ser comercializado deve conter seu
manual, onde orienta sobre o uso, cuidados e armazenamento. “Para alguns
equipamentos, como o cinto de segurança e talabartes, é recomendado um
treinamento específico”, orienta.

FIXAÇÃO

Definir pontos de fixação que vão sustentar os equipamentos de elevação


e o cinto de segurança é uma função delicada que exige treinamento e cuidado.
O processo que envolve desde a capacitação para a realização desta etapa é
chamado de Sistema de Segurança de Ancoragem, de acordo com o engenheiro
civil Jan Felipe Ghelman, que atua também na PB Soluções em Sistemas de

169
UNIDADE 3 | TIPOS DE EPIs E EPCs

Ancoragem (Rio de Janeiro/RJ). “O Sistema de Segurança de Ancoragem é um


conjunto de atividade que engloba desde a elaboração de projetos, aplicação de
materiais específicos e de mão de obra especializada, fornecimento de manuais de
operação e relatórios técnicos, até garantias e cobertura de responsabilidade civil
através de seguro para danos morais em caso de acidentes”, explica. Segundo
Ghelman, um bom sistema é aquele que atende 100% o projeto elaborado e
que oferece a maior possibilidade de segurança e utilização de seus recursos.
Existem técnicas e equipamentos a serem utilizados para cada tipo de projeto, de
acordo com sua altura, características de construção e seu uso. “Com a evolução
da arquitetura, aumentam os desafios para a manutenção destas estruturas. O
sistema tem que ser funcional e para isso contemplar as situações particulares de
cada empreendimento”, sublinha.

De acordo com Pampalon, a ancoragem do cinto de segurança é um


capítulo à parte da Segurança no Trabalho em altura. Em primeiro lugar, ele deve
ser ancorado o mais alto possível, pois quanto maior for o deslocamento na queda
livre, maior será a energia dinâmica, ou seja, a força aplicada no cinto de segurança
e seus componentes, e principalmente no trabalhador. A energia dinâmica é
calculada pela relação massa versus aceleração versus deslocamento. Por isso,
quanto maior for a altura de queda, maior será a força, ou energia dinâmica. “Nos
casos em que o mosquetão estiver ancorado no mesmo nível ou abaixo dos pés do
trabalhador, esta energia poderá provocar lesões seríssimas e ainda ultrapassar
o limite de carga do cinto de segurança provocando seu rompimento”, alerta.
Portanto, é necessário fazer a ancoragem o mais alto possível. Outra técnica para
evitar grandes deslocamentos na queda é utilizar talabartes mais, curtos, quando
possível.

MUDANÇAS

Em 2006, foi incluída na NR-18 a Portaria 157, que define diretrizes


para a ancoragem. A obrigatoriedade para que as edificações com, no mínimo
quatro pavimentos ou altura de 12 metros, a partir do nível do térreo,
possuam previsão para a instalação de dispositivos destinados à ancoragem
de equipamentos de sustentação de andaimes e de cabos de segurança para o
uso de proteção individual, está ente as principais exigências da portaria. Estas
orientações se aplicam aos serviços de limpeza, manutenção e restauração de
fachadas. O mesmo texto ainda determina que a ancoragem deva ser de aço
inox ou material de características equivalentes, fixada em parte estrutural do
edifício, e estar disposta de modo a atender uma carga pontual de 1.200kgf,
além de outros pontos.

O engenheiro Ghelman opina que a Portaria relativa à ancoragem trouxe


um enorme avanço na regulamentação e fiscalização do processo de Segurança

170
TÓPICO 3 | EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

do Trabalho, nesta área de atuação. “Em um país onde o índice de acidentes de


trabalho, tanto em construções como nos serviços de manutenção é extremamente
elevado, a NR-18 vem cumprir este papel, formalizando e dando o respaldo legal
para reverter este quadro. A partir de agora, as edificações são construídas com
uma previsão para sua manutenção futura”, comemora.

MEDIDAS

O Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente de


Trabalho na Indústria da Construção (CPN) estuda constantemente necessidades
de mudanças na NR-18, e está propondo para os próximos meses novas exigências
na norma.

Segundo Laércio Fernandes Vicente, coordenador do departamento de


SST do Sintracon e suplente na bancada dos trabalhadores no CPN, algumas das
propostas são a necessidade de que os andaimes tenham manual de orientação
e treinamento para montagem; a eliminação do andaime de madeira, que
proporciona maior precarização das condições de SST, por ser um material que
muitas vezes não é uniforme, e a priorização do uso de piso metálico ou sintético;
e eliminação do “ter-trec”, equipamento que consiste em uma catraca de elevação
manual de andaimes e cargas. “Ele exige muito esforço do trabalhador, porque
é um serviço braçal. Além disso, ele pode contribuir para a precarização das
condições, pois muitas vezes a catraca é alugada e o andaime é improvisado na
obra”, condena Vicente.

Outra proposta está relacionada aos elevadores de obra para carga e


passageiro – o CPN sugere que seja exigida a conclusão do Ensino Fundamental
para os operadores destes equipamentos. “A própria NR-18 exige o livro de
inspeção e que seja realizada uma inspeção pelo trabalhador. Ele precisa ter
compreensão do livro e das diretrizes para realizar este trabalho. Por isto faremos
esta sugestão”, explica. O auditor fiscal Antonio Pereira, também membro do
CPN, acrescenta como sugestão, a exigência de que os andaimes novos tubulares
e suspensos tenham em suas partes principais o nome do fabricante, o lote de
fabricação e ano.

FONTE: MIGUEL, Míriam. Proteção Essencial: Cuidados no uso e conservação dos EPI’s e EPC’s
são importantes. Revista Proteção, Nº 205, jan. 2009.

171
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, foram apresentados os seguintes assuntos:

• Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) podem ser objetos, sistemas,


normas, barreiras, instruções e dispositivos que protejam os trabalhadores e
usuários de determinado local contra os riscos ali existentes.

• Os EPCs devem sempre ser utilizados como uma primeira linha preventiva
em qualquer situação que houver riscos. Caso não seja tecnicamente possível a
eliminação do risco com a utilização de EPCs deve-se, então, buscar o auxílio
dos EPIs.

• Cones, fitas, placas e sinais luminosos compõem um conjunto de EPCs de


sinalização utilizados para alertar pessoas de um determinado local a respeito
dos riscos ali existentes.

• Barreiras de proteção, grades, cortinas são EPCs utilizados para manter uma
distância segura entre as pessoas do local e os riscos.

• EPCs são muito utilizados em serviços de eletricidade sendo que alguns são
específicos para esta área, como as travas e cadeados de disjuntores.

172
AUTOATIVIDADE

Baseado no que você estudou até agora, responda às questões a seguir:

1 Quando é necessária a utilização de EPCs?

2 Em ordem decrescente de importância, quais são os objetivos a serem


atingidos com o emprego de EPCs?

3 A que se destinam os chuveiros de proteção?

4 De que maneira um exaustor de ar cumpre o papel de EPC?

5 Cite três EPCs não contemplados nas questões anteriores.

173
174
REFERÊNCIAS
BARRERA, Marc. PPE-volution: America’s industrial revolution and ingenuity
brought about many important advances in worker safety and protection.
Occupational, Health and Safety Magazine Online. Disponível em:
<http://ohsonline.com/Articles/2007/01/01/PPEvolution.aspx >. Acesso em: 20
set. 2010.

BRASIL, Luiz A. D. Segurança no Trabalho em Cursos de Nível Técnico da


Educação Profissional. 2002. Dissertação – Programa de Pós-Graduação em
Educação da Universidade Católica de Brasília – UCB.

BRASIL. Lei nº 6.514 de 22 dez. 1977. Altera o capítulo V do título II da


consolidação das leis do trabalho (CLT - DEL 5.452, de 1943) relativo à
segurança e medicina do trabalho, e dá outras providências. Disponível
em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 27
set. 2010.

CARA, de Charmene; FREDERICI, Etore; CHIES, Maria do Carmo. Manual de


Orientações Técnicas: Proteção do corpo. Revista Super Guia de Proteção, Novo
Hamburgo/RS, n. 12, p. 30, jul. 2010.

CARVALHO, Antônio Vieira de; SERAFIM, Oziléia Clen Gomes.


Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2002.

CARVALHO, Helena Isabel Lima. Higiene e segurança no trabalho e suas


implicações na gestão dos recursos humanos: o sector da construção civil.
Dissertação de Mestrado - Universidade do Minho - Braga, 2005.

CASANOVA, Raul. Manual de Orientações Técnicas: Proteção dos pés. Revista


Super Guia de Proteção, Novo Hamburgo/RS, n. 12, p. 34, jul. 2010.

CETEP. Higiene e Segurança no Trabalho. Lorena. 2005. Disponível em:


<http://files.mecanicabasica.webnode.com.br/200000050-f1403f23ac/Apostila_
Seguran_a_ Trabalho.doc>. Acesso em: 23 set. 2010.

CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando Pessoas. São Paulo: Makron Books, 1994.

175
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos Recursos
Humanos nas Organizações. São Paulo: Campos, 1999.

DIAS, Mauro Edson da Costa. O Treinamento em Qualidade de Vida


no Trabalho na Pequena Empresa. 2004. Monografia (Bacharelado em
Administração) – Curso de Administração do Centro Universitário Adventista
de São Paulo – UNASP.

FERNANDES, Rafael. Manual de Orientações Técnicas: Proteção auditiva.


Revista Super Guia de Proteção, Novo Hamburgo/RS, n. 12, p. 14, jul. 2010.

FOGAÇA. Átila Q. Uso de Equipamento de Proteção Individual no cargo de


Eletricista, na Concessionária de Energia, no Estado de Mato Grosso. 2004.
Monografia - Curso de Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho
da Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT.

FUNDACENTRO. Curso para engenheiros de segurança do trabalho. volume 5.


Ed. São Paulo. 1980.

MANUAL DE LEGISLAÇÃO. Segurança e Medicina do trabalho. 60ª Ed. São


Paulo: Editora Atlas, 2007.

MARANGON, Carlos. Certificado de Aprovação. Paraná. 2002. Disponível em:


<http://www.areaseg.com/artigos/download.php?get=ca>. Acesso em: 19 set.
2010.

MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humano: Do operacional ao


estratégico. São Paulo: Futura, 2002.

MATOS, Patrícia P. de. Higiene e Segurança no Trabalho. São Paulo. Disponível


em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/higiene-e-
seguranca-no-trabalho/26243/print/>. Acesso em: 20 set. 2010.

Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras. Disponível


em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default.asp>
Acessado em: 20 set. 2010.

MUNHOZ, João Antônio. Proteção Respiratória - Escolhendo e Usando os


Respiradores. Soluções em Prevenção. Disponível em: <http://www.cpsol.com.
br/upload/arquivo_download/1872/Escolhendo%20Respiradores.pdf>. Acesso
em: 20 set. 2010.

176
NASCIMENTO, Antonio Pereira; AMAZONAS, Marcos. Manual de Orientações
Técnicas: Proteção contra quedas. Revista Super Guia de Proteção, Novo
Hamburgo/RS, n. 12, p. 16, jul. 2010.

NIEWIROSKI, Rich Jr. Golden Gate Bridge. Disponível em: <http://en.wikipedia.


org/wiki/File:GoldenGateBridge-001.jpg>. Acesso em: 14 ago. 2010.

NR4 – Norma Regulamentadora N. 4 – Serviços Especializados em Engenharia


de Segurança e em Medicina do Trabalho. Disponível em: <http://www.mte.
gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_ 04.pdf>. Acesso em: 07 out.
2010.

NR5 – Norma Regulamentadora N. 5 – Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes – CIPA. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_
regulamentadoras/nr_05.pdf>. Acesso em: 07 out. 2010.

NR6 – Norma Regulamentadora N. 6 – Equipamentos de Proteção


Individual - EPI. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_
regulamentadoras/nr_06.pdf>. Acesso em: 18 set. 2010.

NR9 – Norma Regulamentadora N. 9 – Programa de Prevenção de Riscos


ambientais – PPRA. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_
regulamentadoras/nr_09_at.pdf>. Acesso em: 18 set. 2010.

NR31 - Norma Regulamentadora N. 31 – Segurança e Saúde no Trabalho


na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura.
Disponível em: <http://www.mte.gov.br /legislacao/normas_regulamentadoras/
nr_31.pdf>. Acesso em: 07 out. 2010.

OHS MAGAZINE. Occupational, Health and Safety Magazine. Disponível em:


<http:// http://www.ohsonline.com/>. Acesso em: 20 set. 2010.

SESI - Legislação Comentada: Normas Regulamentadoras de Segurança e


Saúde do Trabalho. Disponível em: <www.fieb.org.br/sesi/sv>. Acesso em: 18
set. 2010.

RH Central. A Força das Pequenas. Disponível em: <http://www.rhcentral.com.


br/pen/pen. asp?cod_materia=1749>. Acesso em: 26 set. 2010.

RIBEIRO FILHO, Leonídio F. Técnicas de Segurança do Trabalho. São Paulo:


C.U.C (Comunicação Universidade Cultura Editora), 1974.

177
ROUSSELET, Edison da Silva. Manual de Procedimentos para Implantação
e Funcionamento de Canteiro de Obras na Indústria da Construção. Rio de
Janeiro. Disponível em: <http://sobes.org.br/site/wp-content/uploads/2009/08/
canteiro.pdf>. Acesso em: 26 set. 2010.

SEGURANÇA E TRABALHO. Disponível em: <http://www.segurancaetrabalho.


com.br/download/equipamentos-prot-indiv-treinamento.ppt>. Acesso em: 15
out. 2010.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA, Utilização


do EPI neutraliza a insalubridade? Rio de Janeiro. Disponível em: <http://sobes.
org.br/site/wp-content/uploads/2009/08/epiinsalubridade.pdf>. Acesso em: 22
set. 2010.

TONOLI, Marina. Manual de Orientações Técnicas: Proteção da Cabeça. Revista


Super Guia de Proteção, Novo Hamburgo/RS, n. 12, p. 20, jul. 2010.

TORLONI, Maurício; OLHÊ, Paula. Manual de Orientações Técnicas: Proteção


auditiva. Revista Super Guia de Proteção, Novo Hamburgo/RS, n. 12, p. 38, jul.
2010.

VIEIRA, Antonio Vladimir; SUDRÉ, Steven. Manual de Orientações Técnicas:


Proteção das mãos. Revista Super Guia de Proteção, Novo Hamburgo/RS, n. 12,
p. 24, jul. 2010.

WESENDONCK, Lilian; MIGUEL, Miriam. Manual de Orientações Técnicas:


Proteção da pele. Revista Super Guia de Proteção, Novo Hamburgo/RS, n. 12, p.
22, jul. 2010.

Sites visitados:

<http://www.gettyimages.com>

<http://pt.wikipedia.org>

178
ANOTAÇÕES

____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

179
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________

180

Você também pode gostar