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Diabetes mellitus tipo I

 Diabetes Insulinodependente ou Diabetes Juvenil.  Forma de diabetes tipo I que pega faixa etária
 Mais comum em pacientes mais jovens. mais avançada.
 Maioria sintomáticos  Velocidade da destruição das células beta
CAUSA pancreáticas mais lenta.
 Deficiência absoluta de insulina:  30 e 50 anos => tipo mais comum de diabetes
o Destruição autoimune das células beta autoimune em adultos
pancreáticas => geralmente causada por fator  Forma mais prevalente de DM autoimune em
ambiental geral
▪ Grande maioria das vezes  Compartilham aspectos genéticos do DM1 e do
▪ O próprio corpo destruí as células DM2 (facilmente confundida)
▪ O principal fator ambiental são infecções em  Critérios diagnósticos do LADA:
pacientes pré-dispostos = coxsakie, rubéola,  Diagnóstico = idade entre 25 e 65 anos
citomegalobirus e adenovírus são os principais.  Ausência de cetoacidose diabética (CAD) ou
o Destruição idiopática das células beta hiperglicemia acentuada sintomática no
pancreáticas diagnóstico ou imediatamente após, sem
DIABETES TIPO 1 → maioria sintomáticos necessidade de insulina por pelo menos 6 a 12
 Início: infância e adolescência; meses (diferenciando-se do DM1 do adulto)
 Anticorpos geralmente presentes  Existência de autoanticorpos, especialmente
o Anticorpo Anti-ilhotas (ICA) antiGAD65 (diferenciando-se do DM2)
o Anticorpo antidescarboxilase do ácido glutâmico
(Anti-GAD) TRATAMENTO
 Obesidade ao diagnóstico → ocasional  BASE → insulinoterapia.
(principalmente crianças)  COMPLEMENTARES → orientação alimentar,
 Sintomas clássicos quase sempre presente atividade física e monitoramento glicêmico
(poliúria, polidipsia e polifagia) (mudanças no estilo de vida).
 OBJETIVOS:
 Tratamento inicial → Insulina.
o Controle glicêmico (glicemias e hemoglobina
o Como o corpo destruí células beta, não tem
glicada (HbA1c))
produção de insulina. Dessa forma, o TTO é dar
o Controle dos sintomas (melhora da qualidade de
insulina.
vida)
FORMAS o Prevenir complicações (nefropatia diabética e
DM 1 AUTOIMUNE → Diabetes tipo 1A (DM1A)
retinopatia diabética)
 Acomete cerca de 5 a 10% dos pacientes com
DM1 INSULINAS
 Predomina em crianças e adolescentes INSULINAS DE AÇÃO RÁPIDA
 Deficiência absoluta na produção de insulina →  Regular → única representante.
destruição autoimune das células beta  Início ação → 30-60 minutos
 Geralmente abrem quadro com cetoacidose  Efeito máximo (pico de ação) → 2-3 horas
diabética e se não tratados, fazem quadros de  Duração efetiva → 8-10 horas.
emergência com frequência.  Variabilidade individual baixa.
DM 1 IDIOPÁTICO → Diabetes tipo 1B (DM1B)  Indicações
 Controle de glicemia pós-prandial (a indicação
 Acomete cerca de 4 a 7% dos pacientes com DM1
 Deficiência absoluta de insulina (não é usar a insulina pré-prandial) e de episódios
de hiperglicemia (bolus).
imunomediados nem associados ao HLA)
 Mais empregada no tratamento da Cetoacidose
 Cetoacidose episódica e diferentes graus de
Diabética.
deficiência de insulina
INSULINAS DE AÇÃO ULTRARRÁPIDA
 Predomino em população africana ou asiática.  Representadas pelos análogos Lispro, Aspart e
DIABETES AUTOIMUNE LATENTE EM Glulisina
ADULTOS → LADA
 Início de ação →  15 minutos  Representantes
 Pico de ação → 30 min-1,5 horas  GLARGINA
 Duração efetiva da ação → 4-6 horas. ▪ Início de ação em 2-4 horas
 Indicações = iguais à regular ▪ Duração uniforme (24 horas), sem picos,
 Controle de glicemia pós-prandial (a indicação com variabilidade individual baixa
é usar a insulina pré-prandial, ou seja, antes da ▪ Disponível na farmácia cidadã (através da
alimentação) e de episódios de hiperglicemia abertura do processo)
(bolus).  DETEMIR
 Pode ser aplicada pouco antes ou logo após a ▪ Ação não excede 20 horas.
regular. ▪ Maioria das vezes não precisa de nova
 Medicações que não tem disponíveis no SUS aplicação, se o paciente tomar as medidas
 Perfil farmacocinético que mais se aproxima da orientadas a respeito das mudança dos
secreção fisiológica de insulina pelas células beta hábitos de vida.
em resposta à alimentação rica em carboidratos ▪ Menos potente que Glargina.
em indivíduos não diabéticos (imita o que ocorre ▪ Menor custo
em uma pessoa não diabética ao ingerir ▪ Induz menor ganho de peso
carboidratos)  DECAGLUDECA
 Melhor controle glicêmico e menos ▪ Efeito se prolonga por 42 horas → pode
hipoglicemia. ser considerada uma insulina de ação
 Afrezza® → nome comercial de insulina humana ultralenta.
em pó para inalação. ▪ Associada a um pequeno descontrole
 Início de ação é similar ao dos análogos, mas a glicêmico uma vez que o paciente não
duração de ação é menor. precisa fazer uso diário, podendo deixar de
 Se comparada aos análogos de insulina → não usar na hora adequada.
inferioridade na redução da A1C, menor taxa PRÉ-MISTURAS:
de hipoglicemias, menor ganho de peso,  Associação de 2 insulinas já misturadas
porém maior incidência de tosse e  Vantagem
broncospasmo. Facilidade (alguns pacientes têm dificuldade em
 Contraindicado em pacientes com colocar a dose adequada na seringa)
problemas pulmonares como: DPOC ou  Menor número de picadas
carcinoma pulmonar, assim como em  Desvantagem
fumantes Não faz associação individualizada, podendo ter
INSULINAS DE AÇÃO INTERMEDIÁRIA: mais chances de desenvolver hiperglicemias e
 INSULINA NPH → nomes comerciais = Humulin hipoglicemias
N®, Novolin N®  Opções:
 Início de ação → 2-4 horas  NPH e Regular → proporções 90/10 – 80/20 –
 Pico de ação → 4-10 horas 70/30
 Duração efetiva da ação → 12-18 horas.  Lispro (25% e 50%) + Lispro protamina (75% e
 Geralmente requer duas aplicações diárias. 50%)
 Aspart (30%) e Aspart protamina (70%)
INSULINAS DE AÇÃO LENTA ou AÇÃO
PROLONGADA: OBJETIVOS DO TRATAMENTO
 Indicações OBJETIVO PRINCIPAL
 Promover insulinemia basal (tentativa de  Controle metabólico sem risco de hipoglicemias.
simular a produção ao longo do dia) →  Atenção ao bem-estar psíquico e social do

necessária coadministração de insulina de ação paciente (JOVENS).


rápida ou ultrarrápida para evitar hiperglicemia METAS DE CONTROLE
pós-prandial.  OBJETIVO → reduzir a incidência e a intensidade
 Vantagens das complicações crônicas do diabetes.
 Necessitam de menos aplicações diárias  Pela associação Americana de Diabetes:
 Melhor previsibilidade de ação  Jejum e pré-prandiais → 90 a 130 mg/dℓ

 Ausência de picos  2 horas pós-prandial → < 180 mg/dℓ

 Menor risco de hipoglicemia


 A1C até 1% acima do limite superior da  Infusão contínua subcutânea (ICS ou bomba
normalidade (LSN) para o método (é aceitável de insulina).
até 8% em alguns pacientes)  A bomba se comunica com o SC e de
 < 13 anos / > 65 anos / histórico de hipoglicemia acordo com as oscilações do dia, a bomba
sem sinais de alerta / comorbidades / doenças descreve uma média da glicemia.
macrovasculares importantes:  Múltiplas aplicações diárias.
 80 a 160 mg/dℓ em jejum ou pré-refeições;  Se o paciente estiver usando as várias
 < 200 mg/dℓ 2 horas pós-refeições; aplicações e estiver compensado, não é
 A1C 2% acima do LSN (aceitável até 9%). indicado mudar para a bomba de infusão
 GESTANTES (menor tolerância): contínua.
 Jejum e pré-refeições entre 60 e 90 mg/dℓ  Somente muda pela bomba se o paciente
 2 horas pós-refeições < 120 mg/dℓ quiser (é caro) ou se não estiver
 A1C normal conseguindo fazer as múltiplas aplicações.

ESQUEMAS DE INSULINOTERAPIA EFEITOS COLATERAIS DA INSULINA


UMA APLICAÇÃO DIÁRIA HIPOGLICEMIA:
 Ação intermediária (NPH) ou lenta/prolongada  Principal efeito colateral
(Glargina) pela manhã.  Intensiva x Convencional
 Pode ser utilizada no período de remissão (Fase de  Deve-se avaliar se a aplicação está sendo intensiva
“Lua de mel”) (várias aplicações por dia) ou convencional (2
 Toda vez que o paciente está descompensado aplicações por dia)
e começa a fazer uso de insulina, mas não se  Avaliar rotinas e fatores ambientais → INFECÇÕES.
sente bem, assim, a dose precisa ser reduzida GANHO DE PESO:
por um período e depois volta a precisar da  Ganho de 3 a 9%
insulina naquela dose padrão. REAÇÕES ALÉRGICAS
 Desaconselhada.  Reação local ou manifestações sistêmicas
DUAS APLICAÇÕES DIÁRIAS  Insulinas humanas → < 1%
 Mais utilizado.  Alternativa = trocar por análogos de Insulina.
 CONTROLE GLICÊMICO → Primeiros meses ou OUTRAS REAÇÕES CUTÂNEAS (causadas pelo
anos. mal uso da insulina):
 Necessidade de intensificação do tratamento.  LIPOATROFIA:
 INTERMEDIÁRIA (NPH) + RÁPIDA → mais popular / o Absorção imprevisível
menor custo. o Conduta:
 Ultrarrápida (Lispro / Aspart / Glulisina) ▪ Trocar tipo de Insulina.
 Antes café da manhã e antes do jantar ▪ Betametasona + insulina (junto com a
 2/3 da dose pela manhã (70% NPH + 30% insulina é indicado aplicar corticoide e dependendo do
regular) e 1/3 da dose à noite (50% de cada). caso pode ser revertido).
 Ajustes → de acordo com valores glicêmicos  LIPO-HIPERTROFIA
em diferentes horários do dia. o Menor absorção da insulina para a circulação
 NPH X DETEMIR → menos hipoglicemia e sistêmica.
menor ganho de peso. o Conduta: não tem tratamento determinado na
 Necessidade de monitoramento glicêmico diário literatura
 Alterações necessárias a cada dois dias. ▪ Alguns estudos evidenciam resultado com a
INSULINOTERAPIA INTENSIFICADA (várias lipoaspiração (?).
aplicações por dia)  AGRAVAMENTO TEMPORÁRIO DA RETINOPATIA
 Individualização e participação efetiva do o Transitório → controle glicêmico precário
paciente. rapidamente corrigido.
 Entendimento sobre o básico de insulinização ▪ Se tem um paciente diabético com
basal x bolus, contagem de carboidratos, hiperglicemia e já tem retinopatia diabética, é
automonitoramento glicêmico domiciliar, indicado começar a
impacto dos fatores ambientais sobre insulinoterapia em doses baixas para evitar
controle glicêmico. piora clínica e sintomática da retinopatia.
 Duas modalidades:
MONITORAMENTO GLICÊMICO  Infecções
 Intuito de avaliar o controle glicêmico.  Uso de glicocorticóides.
GLICEMIAS LABORATORIAIS  Reduzem a necessidade:
 Jejum e pós prandial (não é muito fidedigna já que  Fase de Lua de Mel
o paciente pode mudar os hábitos semanas antes  Insuficiência renal
do exame e ter a dosagem real alterada).  Hipotireoidismo
HEMOGLOBINA GLICADA
 Padrão-ouro para avaliar controle glicêmico (avalia FORMAS DE ADMINISTRAR INSULINA
médiada glicemia). INSULINA BASAL X BOLUS:
AUTOMONITORAMENTO GLICÊMICO  Tentativa de chegar o mais próximo possível da
 Objetivos: determinar o controle glicêmico em fisiologia normal de secreção pancreática.
diferenteshorários do dia e estabelecer a  Fator de sensibilidade (FS):
quantidade necessária de insulina a ser usada pelo  Quantidade de glicose sanguínea (em mg/dℓ)

próprio paciente, naquelemomento, para que sofrerá diminuição em 2 a 4 horas após a


obtenção da meta glicêmica. administração de 1U de insulina bolus (rápida
 Registrar glicemias e preencher diário alimentar. ou ultrarrápida).
MONITORAMENTO GLICÊMICO CONTÍNUO  É quanto 1 UI abaixa a glicemia do paciente.
 Sensor eletroquímico, implantado no tecido  REGRA DOS 1500 → FS = 1500/DOSE DIÁRIA

subcutâneo econectado a um pequeno monitor TOTAL DE INSULINA


 Nível de glicose no fluido intersticial a cada 10  Útil na redução das hiperglicemias.

segundos → média dessas mensurações a cada 5  Toda criança abaixo de 50kg o FS será sempre

minutos. 30 (valor fixo)


 Bom para detectar oscilações glicêmicas  Dose corretiva (DC) = suplementar:
assintomáticas (aparelho apita e indica que o  Serve para saber a quantidade de insulina

paciente está fazendo hiperglicemia ou regular adequada para corrigir a glicose do


hipoglicemia). paciente
 DC = GAT (glicemia atual) – GAL (glicemia
CONTAGEM DE CARBOIDRATOS alvo) / FS
Objetivo  GAL = sempre será 100 mg/dL
 Ajuste individualizado da insulina em relação ao RELAÇÃO INSULINA DE AÇÃO RÁPIDA /
consumo de carboidratos em uma refeição CARBOIDRATOS (BOLUS DAS REFEIÇÕES):
(determinar a quantidade de carboidrato que  Quantidade de insulina (em unidades) capaz de
comeu e avaliar a necessidade de bolus de metabolizar uma determinada quantidade de
insulina adequada). carboidratos (em gramas).
Vantagem  Vantagem
 Controle adequado das hipoglicemias e maio  Possibilitar maior flexibilidade na qualidade e
liberdade deescolha alimentar. na quantidade de carboidratos a serem
Carboidratos ingeridos durante uma refeição.
 50-60% valor calórico diário total.  REGRA DOS 500 → 500/ DOSE TOTAL DIÁRIA DE
 Glicose → 15-20 minutos após ingestão INSULINA DE AÇÃO RÁPIDA
Importante Ex.: Paciente usa 20UI por dia .: 500/20 = 25 g de
 Conhecimento seu plano alimentar → respeitar o carboidratos.
que estádeterminado.  Acompanhamento glicêmico frequente nos
o Ganho excessivo de peso. permite determinar a verdadeira razão
insulina/carboidrato.
DOSE DE INSULINOTERAPIA  Relação varia ao longo do dia.
DIAGNÓSTICO RECENTE → 0,5-1,0 UI/Kg/dia.  Crianças < 50 Kg
 Redução das necessidades com o tempo → 0,4-0,6  Iniciar tratamento com razão = 30 (fator
UI/Kg/dia desensibilidade é fixo nesse caso).
 SITUAÇÕES ESPECIAIS:
 Aumentam necessidade → 1,2-1,5 UI/Kg/dia INFUSÃO SUBCUTÂNEA CONTÍNUA DE
 Puberdade ou períodos de estresse físico ou INSULINA OU BOMBASDE INSULINA
emocional descompensam a diabetes BOMBAS DE INSULINA:
 Aparelhos mecânicos conectados a um cateter → aumento da meia-vida da insulina → risco de
inserido no tecido subcutâneo, que libera insulina hipoglicemia.
ultrarrápida continuamente, nos formatos basal e
bolus.
 Simulam a fisiologia das células beta.
 Dose basal -> Diferentes velocidades de infusão
em 24 horas.
 Bolus -> Lançadas pelo próprio paciente logo antes
das refeições (bolus refeições) ou para correção de
hiperglicemia (bolus corretivo).
 Vantagens
 Eliminar a necessidade de múltiplas aplicações;
melhora dos níveis HbA1c; menor variação
glicêmica; redução dos episódios de
hipoglicemias graves e assintomáticas.
 Desvantagens
 Elevado custo; Risco de infecções no local de
inserção do cateter Risco de obstrução do
cateter

SITUAÇÕES ESPECIAIS - HIPERGLICEMIA


MATINAL
FENÔMENO DO ALVORECER:
 75% DM 1 / Maioria dos DM2 / Pessoas sem
diagnóstico de DM
 Pico hormônio do crescimento (pico de GH pela
madrugada) → horas depois = redução da
sensibilidade à Insulina entre 5-8 horas da manhã
→ hiperglicemia.
 Opção → aplicar NPH ao deitar (aplicar mais
tarde) OU
Bomba de insulina com aplicação basal
programada aumentada entre 5-8 horas da
manhã.

EFEITO SOMOGYI:
 Hipoglicemia no meio da madrugada → estimula
liberação de hormônios contrarreguladores
(catecolaminas, glucagon, cortisol e hormônio de
crescimento) → hiperglicemia de rebote
 Tratamento → reduzir NPH noturna e fornecer
mais alimentos na hora de deitar.

INSULINOTERAPIA NA INSUFICIÊNCIA RENAL


INSULINA EXÓGENA
 ELIMINADA PELOS RINS → livremente filtrada
pelos glomérulos e extensivamente reabsorvida
no túbulo proximal. INSUFICIÊNCIA RENAL →
grande quantidade de insulina deixa de ser filtrada

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