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Sistemas Projetivos

Aluna: Heloísa Vilar Martins


Professor: Luiz Eduardo Azambuja Sauerbronn

Tema 1: Desenho técnico


O desenho técnico é uma ferramenta essencial na formação de um engenheiro para representação de
peças mecânicas, motores e máquinas. Atualmente, os desenhos são, na maior parte, feitos por softwares como
AutoCad ou SolidWorks, que disponibilizam uma grande quantidade de ferramentas de desenho 3D de forma
prática e limpa. O sistema mongeano, por outro lado, é uma ferramenta antiga que auxilia na representação
dos corpos com desenhos à mão e será discutida na última parte desse trabalho.
Para começar a entender o assunto, temos que compreender as vistas ortográficas e seu objetivo de
planificar as dimensões de uma peça tridimensional. Desse modo, há 3 principais elementos nessa projeção:
• Modelo: é o objeto que será representado.
• Observador: é quem está analisando a peça, e onde ela está.
• Plano de projeção: é o plano onde a peça será projetada.

Nessa imagem, por exemplo, o objeto está entre o observador e o plano. Linhas paralelas saem do
“olho” do observado, tocam nas arestas do objeto e terminam no plano, desenhando sua projeção.

Aqui, não temos uma projeção ortográfica, e sim uma cônica. Da mesma forma, linhas (projetantes)
saem do observador, tocam as arestas do pentágono e terminam no plano. Na realidade, todas as vistas são
cônicas, pois saem de único ponto e tendem a divergir, e não a se manter paralelas.
Voltando a projeção ortográfica, se rebatermos a peça em todos os três planos, obtemos a seguinte
imagem:

Essas três projeções caracterizam a as vistas ortográficas:

Para uma melhor exemplificação, podemos observar os rebatimentos no 1º diedro, onde o objeto está
entre o observador e o plano (1):
E no 3º o plano de projeção se situa entre o observador e o objeto:

Em ambas projeções as vistas tem que estar espaçadas igualmente:

Quanto às linhas utilizadas no desenho, elas obedecem à seguinte classificação:

As escalas também são utilizadas para representar o tamanho de objetos que não poderiam ser
devidamente demonstrados em uma folha.
A escala de tamanho real seria 1:1, as de redução são, por exemplo, 1:2 e de ampliação 2:1.
Os padrões de folha são descritos através da figura a seguir:

A cotagem é o conjunto de valores que mensuram o tamanho das medidas da peça. Elas serão vistas a
seguir na próxima peça feita por mim.
Uma das peças realizadas durante o curso foi essa peça que apelidei de “Onofre” pois não é uma peça
existente e nem possui utilidade aparente:

As três primeiras imagens à esquerda são, da esquerda pra direita e depois pra baixo: vista frontal, vista
lateral esquerda e vista superior. As vistas auxiliam a visualização das grandezas. É importante notar que a
vista frontal esta alinhada com a lateral, além de suas dimensões possuírem a mesma escala. O mesmo
acontece com a vista superior em relação à vista lateral.
À direita temos a vista isométrica, isto é, uma vista em que os 3 eixos (x, y e z) possuem mesma escala.
Ou seja, quando traçamos os três eixos no papel, eles terão um ângulo de 120º entre as coordenadas. Além
disso, nesta vista estão indicadas todas as medidas do Onofre, largura, altura, raios e etc. Isso permite a clara
visualização do objeto e reprodução.
Como visto, no Onofre temos um círculo, e todo círculo em perspectiva isométrica pode se torna uma
elipse. Para desenhá-la a mão, podemos seguir o seguinte passo a passo:
Temos, então, nosso círculo, agora uma elipse, formado!
Quando queremos analisar o meio da peça podemos utilizar as superfícies de corte. Obtemos essa
representação através de um plano que passa pelo objeto e tudo que se vê além desse plano. Repare que os
planos de corte são devidamente desenhados nas vistas.
Nas superfícies de corte, não se deve fazer essas linhas paralelas as linhas do objeto:

Os cortes podem ser definidos em total, parcial e meio corte dependendo do quanto do interior da
figura quer se mostrar.
A seção se difere do corte pois mostra somente a interseção do plano com o objeto, e não tudo que se
vê além dele.

Por exemplo, na equipe de competição Minerva Rockets, utilizamos as vistas para manufatura dos
objetos, visto que muitos são encomendados e precisam da medida precisa do corpo e no seu interior.
Essa peça é chamada de bulkhead, é a tampa do vaso de pressão que é o motor do foguete. O bulkhead
possui uma complexidade maior que o Onofre, visto que é uma superfície de revolução. É importante notar
que na primeira imagem à esquerda há uma seção hachurada que corresponde à superfície de corte. É como
se víssemos a peça cortada a ao meio.

Tema 2: Sistemas de projeção


Entendido o eixo isométrico, vamos entender agora alguns outros sistemas. Temos que o isométrico é
parte de um grupo de perspectivas chamadas axonométricas, que contém as vistas dimétricas e trimétricas.
Na dimétrica, temos que 2 ângulos entre os 3 eixos são iguais. Por exemplo, o ângulo entre x e y é 60º,
entre y e z 60º e entre z e x 240º. Na trimétrica nenhum ângulo é igual ao outro.

Após as axonométricas, temos a cavaleira, onde a projeção frontal e os elementos paralelos a ela estão
em escala e temos, por exemplo, y e z fazendo 90º entre si, o que deixa a figura com perspectiva de
profundidade.

Por último temos a perspectiva cônica, onde temos de um até 3 pontos de fuga, para onde as linhas que
demarcam as dimensões do objeto convergem. Para melhor demonstração, podemos desenhar um cubo na
perspectiva cônica. Na vista isométrica tínhamos que as dimensões do cubo, por exemplo, que só tinham
componente em x, permaneciam paralelas entre si. Isso não vai acontecer na cônica, onde em pelo menos um
eixo as componentes convergirão para um ponto.

Considerando o eixo x para direita, z para cima e y para trás, temos que as componentes em y não são
paralelas entre si, enquanto as de z e x são. Também é notável que a face de trás do cubo apresenta dimensão
menor que a face da frente para “caber” entre as arestas em y.
Nesse desenho à mão, temos primeiro o cubo com 2 pontos de fuga. Nesse caso apenas 1 eixo mantém
suas dimensões paralelas. Nas figuras abaixo temos cubo com 3 pontos de fuga cada, onde nenhum eixo se
mantém paralelo. Note que ao abaixar os 2 pontos de fugas laterais, parece que estamos vendo o cubo “mais
debaixo.
Na realidade, nosso olho só vê a perspectiva cônica. Quanto mais pertos ficamos do objeto, aparenta
mais que a imagem possui 3 pontos de fuga. Isso tem muito a ver com nosso foco. Quando focamos em algo
muito perto, acaba que a imagem encontrada tem 3 pontos de fuga.
Também houve duas tentativas de desenhar o Onofre em perspectiva cônica, porém a dificuldade é
bem mais elevada visto que possui círculos e curvaturas.

Tema 3: Sistema Mongeano


O sistema mongeano foi criado por Gaspard Monge a fim de representar o espaço tridimensional e é
também chamada de geometria descritiva.
A primeira coisa a se entender em GD são os diedros.
O primeiro e o terceiro diedro são os mais utilizados. O “PV” significa plano vertical e “PH” plano
horizontal. Qualquer objeto em qualquer um desses 4 espaços pode ser representado através da épura, que são
suas projeções em cada plano:

No 2º e 4º diedro, os rebatimentos acabam ficando no mesmo plano, exemplificado pela figura a seguir:

As coordenadas em GD são a abcissa (x), cota (z) e afastamento (y), e na épura no 1º diedro, que é
essa “planificação” do objeto, fica dessa forma:
Existem diversas retas no sistema mongeano, como demonstrado a seguir através de prints do slide do
professor Menegotto:

E diversos planos:
Suas épuras estão definidas a seguir em um exercício feito à mão:

Repare que as retas e os planos estão todos localizados no 1º diedro.


Aqui, conseguimos obter a verdadeira grandeza de uma reta por 3 métodos: mudança de plano, rotação
e rebatimento.
Na mudança de plano, traçamos uma reta paralela a uma das projeções e distanciamos a outra reta de
acordo com sua cota. Na rotação, traçamos uma reta coincidente com uma de suas projeções até a linha de
terra. Dali, com o compasso, medimos esse “raio” e rotacionamos pelo ponto até bater na linha de terra. A
projeção no PV tem a mesma largura que o novo rebatimento e a mesma altura que tinha antes.
Por último, no rebatimento, traçamos linhas perpendiculares a projeção no PH com o mesmo tamanho
da cota da projeção no PV.
Agora podemos tratar de outro método descritivo:
Aqui, começamos pela parte debaixo. Pegamos a reta vermelha e continuamos a traça-la até o ponto
em que sua projeção no PV bata na linha de terra (Thb). Também marcamos o ponto na projeção da linha
vermelha no PV em que sua projeção no PH bate na linha de terra (Tvb). Fazemos o mesmo com a reta azul.
Ligamos Tva a Tvb apenas no PV e Tha e Thb apenas no PH.
Nesse exercício, marquei pontos em que o plano corta as arestas da pirâmide no PV. Daí tracei uma
reta desses pontos até a linha de terra. Também tracei uma linha de cada vértice no PV até o plano no PH.
Da linha de terra, tracei uma linha até o ponto em que a linha dos vértices cortava o plano no PH. Marquei
então nessa mesma linha, onde cortava os traços superiores da pirâmide. Esses pontos correspondiam, em
linha reta, aos mesmos pontos no PV. Com isso fiz os traços e obtive a seção plana.
Por último, temos a planificação da pirâmide. Sua explicação é um pouco complexa para explicar em
palavras, por isso deixo o link do slide do professor Menegotto, que explica a planificação de uma pirâmide
de base triangular:
https://docs.google.com/a/poli.ufrj.br/viewer?a=v&pid=sites&srcid=cG9saS51ZnJqLmJyfHNwX21l
bmVnb3R0b3xneDo3MGJmMDA0ZDY2MjlhNTg0
Como a minha pirâmide é de base quadrada, o procedimento foi repetido mais uma vez e houve uma
maior complexidade na hora de desenhar sua tampa. Percebe-se que a aresta ao topo e à esquerda está um
pouco maior que a sua aresta correspondente. Além disso, na tampa a complicação foi maior pois tive que
achar um jeito de fazer com que suas arestas tivessem o mesmo tamanho das partes laterais.
O resultado está longe de perfeito, mas satisfatório para algo feito à mão.

Finalização e agradecimentos:
Queria agradecer a você, professor, pelos ensinamentos não só sobre a matéria, mas também sobre a
vida em si com seus muitos ensinamentos. Você traz um sentimento leve contigo e anima o ambiente.
Obrigada por “dar o curso que você sempre quis ter tido”, espero semestre que vem está contigo na
próxima matéria. Minha mãe acabou assistindo umas aulas juntos e também te acha o máximo (ela acha sua
risada parecida com a do Sílvio Santos).
Enfim, obrigada por tudo, professor!
Referências:
http://www.exatas.ufpr.br/portal/degraf_marcio/wp-content/uploads/sites/13/2014/09/Apostila-Desenho-
Mecanico-I-Parte.pdf
https://professornovais.com/desenho-tecnico-como-entender-as-vistas-ortogonais/
https://www.vivadecora.com.br/pro/estudante/desenho-tecnico/
https://slideplayer.com.br/slide/12361256/
https://image.slidesharecdn.com/321841-destec-02padronizaoenormalizao-140307173553-
phpapp01/95/desenho-tcnico-normas-e-padroes-3-638.jpg?cb=1394213857
https://docente.ifrn.edu.br/joaocarmo/disciplinas/aulas/desenho-tecnico/cortes-e-secoes
https://pt.slideshare.net/ordenaelbass/desenho-tecnico-perspectiva-isometrica
https://www.wikiwand.com/es/Perspectiva_dim%C3%A9trica
https://gdartes.com.br/como-desenhar-em-perspectiva-com-1-ponto-de-fuga/
https://gedeum.wordpress.com/2013/02/05/aula-03-sistema-mongeano-e-diedro/
https://www2.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/monge.htm
https://sites.google.com/a/poli.ufrj.br/sp_menegotto/geometria-descritiva

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