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12/05/2023, 23:15 Eletromagnetismo I

Eletromagnetismo I
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AO
ELETROMAGNETISMO

Autoria: Sofia Maria Amorim Falco Rodrigues – Revisão técnica: Alexandre de Moraes
Araújo

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12/05/2023, 23:15 Eletromagnetismo I

Introdução
Olá, caro aluno.
Entender as relações eletromagnéticas é
fundamental não só para desenvolver estudos e
análises mais específicos, mas também para
compreender como, de fato, equipamentos
importantes funcionam, a exemplo dos motores
elétricos de indução, presentes no nosso
cotidiano e nas mais diversas aplicações
industriais.
Nesta unidade, você terá uma boa introdução ao mundo do eletromagnetismo e, para
esse entendimento, relembrará aspectos importantes de outras áreas e até de
conteúdos vistos durante o ensino médio, especialmente nas aulas de física.
Em um primeiro momento, faremos uma grande revisão das representações nos
principais sistemas de coordenadas: o sistema cartesiano, as coordenadas cilíndricas
e as coordenadas esféricas. Você entenderá como são definidos esses diferentes
sistemas e como transitar entre eles de acordo com o tipo de análise a ser realizado,
ou mesmo pela própria conveniência e facilidade de estudo e representação.
Depois, faremos um exame dos cálculos vetoriais de importantes análises acerca de
um campo vetorial qualquer: o gradiente, o divergente e o rotacional. Primeiro,
veremos o que é, de fato, o campo vetorial; em seguida, como calcular essas relações
e o que elas implicam na prática. Por fim, você terá seu primeiro contato efetivo com o
eletromagnetismo, de modo a entender mais detalhes acerca das distribuições
contínuas de carga, basicamente de três formas principais: pela análise linear,
superficial e volumétrica.
Bons estudos!

1.1 Vetores em coordenadas retangulares,


cilíndricas e esféricas

Grandes áreas do cálculo, como o cálculo vetorial, servem como base para praticamente toda
e qualquer definição da teoria eletromagnética, incluindo os cálculos e demais entendimentos.
Dessa forma, neste ponto inicial, estudaremos como são estabelecidas três representações
possíveis em sistemas de coordenadas: as coordenadas retangulares, as cilíndricas e as
esféricas. Neste tópico, o foco é descrever o sistema tridimensional de coordenadas cartesianas
(também conhecidas como coordenadas retangulares). Além disso, veremos como os vetores
se estabelecem no espaço.

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1.1.1 Representação em coordenadas retangulares e análise vetorial


Para localizarmos os pontos no espaço cartesiano, são utilizados três eixos coordenados
mutuamente e orientados positivamente, conforme a regra da mão direita (os dedos se fecham
a partir do eixo x positivo em direção ao y positivo e o polegar fica ao longo do eixo z positivo).
As coordenadas cartesianas (x, y, z) de um dado ponto P no espaço serão definidas na
prática pelos números nos quais os planos que passam por P cortam os eixos de forma
perpendicular, o que também esclarece o porquê de esse sistema também ser chamado de
sistema de coordenadas retangulares (THOMAS et al., 2009). Na próxima figura, são
apresentados o sistema de coordenadas cartesianas orientadas positivamente e os
planos x = 0, y = 0 e z = 0, responsáveis pela divisão desse espaço em oito octantes:

Figura 1 - Coordenadas cartesianas e a regra da mão direita; planos coordenados no espaço cartesiano
Fonte: Adaptada de Thomas et al., 2009, p. 172.

#PraCegoVer: no lado esquerdo da figura, há a ilustração de um cubo que mostra os ângulos e


a forma como o sistema cartesiano é estabelecido. Na face do cubo, x é constante; na lateral
direita, y é constante; na face de cima, z é constante. O ponto P(x, y, z) de exemplo está no
ponto superior de encontro da face com a lateral direita. Na parte de baixo da face, há os pontos
(x, 0, 0) e (x, y, 0); o encontro com a lateral esquerda possui coordenadas (x, 0, z). Na lateral
esquerda, na parte de baixo, tem-se os pontos (x, y, 0) e (0, y, 0); na parte superior do lado
direito, aparece o ponto (0, y, z). Na face de cima, da esquerda para a direita, aparecem: (0, 0,
z), (0, y, z), (x, 0, z) e o ponto P. Por fim, a origem do sistema está na lateral esquerda do cubo.
Na parte de baixo, no lado esquerdo e acima do cubo, está a mão direita representando a regra
da mão direita, com a palma virada para a frente da folha, fazendo o sinal de “joia” com o
polegar apontado para cima. Do lado direito, há o sistema cartesiano com os planos x = 0, y = 0
e z = 0 traçados, demonstrando os cortes que são feitos no sistema, os quais formam novas
regiões distintas. Esse desenho tem três folhas que se cruzam nas cores verde claro, lilás e
laranja. 

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Também podemos considerar alguns outros exemplos de planos e representações no sistema


cartesiano. Sendo y = –3, por exemplo, um plano paralelo ao plano xz, afastado três unidades
deste e perpendicular ao eixo y e –1 ≤ y ≤ 1 representando a faixa de pontos formada entre os
planos y =  –1 e y = 1, incluindo os próprios planos. Mais ainda, caso seja necessário
representar equações no sistema, podemos avaliar, por exemplo, qual o conjunto de pontos que
satisfaz uma equação ou um conjunto de equações. Suponha, então, que o desejo seja
estabelecer quais são os pontos A (x, y, z) no sistema cartesiano que satisfazem as equações x²
+ y² = 9 e z = 3. Nesse caso, os pontos estarão localizados no plano horizontal, dado pela
equação z = 3, e a região dos pontos será formada a partir do círculo dado pela outra equação,
x² + y² = 9, de raio 3.
Agora, nosso foco é entender mais detalhes da representação vetorial no sistema. Assim,
lembre-se de que os vetores em um dado espaço serão, na prática, como os vetores
representados no plano com uma componente adicional tridimensional, sendo que a igualdade
vetorial se dá quando estes possuem mesmo comprimento, direção e sentindo. Além disso, a
esse ponto, os vetores são, de fato, fundamentais por serem capazes de representar grandezas
físicas como forças e outras propriedades importantes, a exemplo da velocidade e da
aceleração no espaço. Sendo v então um vetor que parte da origem (0, 0, 0), com seu ponto
final definido pelas demais coordenadas, tal que (v1, v2, v3). Um vetor poderá ter ainda
genericamente o ponto inicial A(xA, yA, zA) e o ponto final B(xB, yB, zB). Assim:

Na forma de um vetor posição, temos:

Note que i, j e k representam as componentes nas direções x, y e z. As seguintes operações


são válidas, considerando que os vetores estejam no plano e que u =  u1i  +  u2j  +  u3k e que
v = v1i + v2j + v3k, sendo k um escalar real (THOMAS et al., 2009):

Adição

u + v = (u1 + v1)i + (u2 + v2)j + (u3 + v3)k

Subtração

u - v = (u1 - v1)i + (u2 - v2)j + (u3 - v3)k

Multiplicação

αu = αu1i + αu2j + αu3k

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Para o cálculo da norma, que representa matematicamente o comprimento do vetor no espaço,


considerando o mesmo vetor v do exemplo das operações, define-se:

Alguns vetores típicos também podem ser definidos, como o vetor nulo (zero em todas as
direções) e os vetores unitários, com norma igual a 1. Além disso, o valor do  versor  também
pode ser solicitado para entender a relação entre direção e vetor, visto que o cálculo é dado a
partir do próprio vetor v (tomando novamente como exemplo o vetor anterior) e o seu valor de
norma:

A distância entre dois pontos nesse espaço, por outro lado, e considerando o cálculo da norma,
pode ser definida como:

Nessa operação, devemos considerar um dado vetor u e um dado vetor v, como anteriormente.
Dessa forma, é possível expressar a seguinte equação para a representação de uma esfera no
sistema cartesiano, sendo esta centrada na origem ou não e   igual ao seu raio:

A equação anterior pode, ainda, estar igualada a zero e com os produtos notáveis sem estarem
desenvolvidos. O  ponto médio, considerando agora uma reta traçada que denota a distância
entre dois pontos quaisquer no sistema cartesiano, pode ser calculado, tendo como base dois
pontos: A(xA, yA, zA) e B(xB, yB, zB):

Agora, entenderemos como implementar alguns cálculos com vetores, começando pelo produto
interno (produto escalar), considerando novamente os mesmos vetores u e v:

O ângulo θ é aquele formado entre os dois vetores. Ou seja:

O ângulo theta, nesse caso, pode ser definido ainda pelo arcosseno:

Com relação ainda ao produto escalar, sabe-se que este também estará sujeito às seguintes
propriedades, tomando como base que w é um vetor, tal que (w1, w2, w3) (THOMAS  et  al.,
2008):

Com isso, torna-se possível definir a  projeção ortogonal, que, considerando um vetor u e um
vetor v, pode ser determinada ao se baixar uma perpendicular do ponto final do vetor u na reta
formada pela distância entre os pontos do vetor v. Formalmente, temos:

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|u|cosθ é chamado de componente escalar de u na direção de v, tal que a seguinte relação


também é válida:

De forma a facilitar o encontro dessa projeção, a relação do vetor u com sua norma pode ser
também descrita, na prática, como:

O  produto vetorial  de dois vetores no espaço cartesiano é tomado a partir da regra da mão
direita, de forma que a seguinte equação para seu cálculo é válida:

O vetor resultante é ortogonal tanto ao vetor u quanto ao v, devido ao fato de ser múltiplo
escalar de n. Com base nisso, podemos afirmar que qualquer vetor não nulo, u e v, será
paralelo se, e somente se, o produto vetorial entre ele for nulo.
Assim, nesse tipo de relação, temos as seguintes propriedades, considerando ainda os
escalares r e s (THOMAS et al., 2008):

Agora, suponhamos que temos, novamente, dois vetores u e v, tal como mostra a próxima
figura. A área formada por esses dois vetores, que possui a forma plana de um paralelogramo, é
delimitada:

Figura 2 - Paralelogramo formado pelos vetores u e v


Fonte: Adaptada de Thomas et al., 2008, p. 184.

#PraCegoVer: a imagem mostra um paralelogramo cinza desenhado no plano cartesiano, em


laranja. Em cima, uma linha aponta para dentro do paralelogramo e mostra o desenvolvimento
do cálculo área = base vezes a altura. No centro da figura, está a fórmula para o cálculo da
altura.

A norma do produto vetorial, nesse caso, dá a área da figura, de forma que:

Além disso, ressalta-se que, no cálculo do produto vetorial, pode ser necessário calcular o
determinante matricial, dada a matriz formada pelos vetores, como mostra a seguinte relação,
para os vetores u e v:

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Lembrando que o determinante de uma matriz com até 3 linhas pode ser calculado na mão com
facilidade. Um exemplo disso pode ser analisado na próxima figura, com o cálculo do
determinante para uma matriz de exemplo, com três linhas e três colunas:

Figura 3 - Apresentação do processo do cálculo do determinante de uma matriz quadrada de ordem 3


Fonte: Elaborada pela autora, 2020.

#PraCegoVer: do lado esquerdo, há uma matriz chamada de A com três colunas e três linhas,
sendo a11 a12 e a13 na primeira linha, a21, a22 e a23 na segunda linha e a31, a32 e a33 na
terceira linha. O determinante de A é calculado a partir da expansão da matriz A, repetindo-se
ao lado desta a primeira e a segunda coluna. Assim, para o determinante, calcula-se: a11 vezes
a22 vezes a33 mais a12 vezes a23 vezes a31 mais a13 vezes a21 vezes a32 menos a13 vezes
a22 vezes a31 mais a11 vezes a23 vezes a32 mais a12 vezes a21 vezes a33. Do lado direito, a
matriz tem linhas verdes nas diagonais direitas e linhas laranjas nas diagonais esquerdas.

Nesse caso, foi utilizada a regra de Sarrus para uma matriz quadrada de ordem 3; entretanto, se
fôssemos trabalhar com matrizes maiores, poderíamos recorrer à ajuda de um computador ou
de outros métodos mais adequados, como o Teorema de Laplace.

Você sabia?
Da mesma forma que o cálculo da área do paralelogramo
formado, é possível ainda utilizar análises semelhantes
para calcular a área de um retângulo propriamente dito
ou de um triângulo. Nesse caso, é preciso se atentar à
fórmula e ao tipo do triângulo.

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Há, ainda, o produto misto, que, na prática, representa o cálculo do volume de um


paralelepípedo formado, por exemplo, considerando agora a representação tridimensional no
sistema cartesiano. Para tal, calcula-se:

Matricialmente, temos:

Vamos Praticar!
Suponha que, para estimar o campo magnético
estabelecido no entorno do condutor durante o cálculo de
carga em uma linha de transmissão, seja necessário
transformar as coordenadas para a correta representação
vetorial. Assim, tem-se os seguintes pontos no sistema
cartesiano:
x = 0,5 e 1
y=1e2
z = 0,5 e 4
Considerando que seja preciso passar esses pontos para o
sistema de coordenadas cilíndricas, o que você faria para a
representação gráfica?

A seguir, veremos a representação por meio de coordenadas cilíndricas, uma outra forma de se
representar e trabalhar vetorialmente, também válida para certos tipos de análises dentro de
estudos de eletromagnetismo.

1.1.2 Representação em coordenadas cilíndricas e em coordenadas esféricas


O sistema de coordenadas cilíndricas pode ser definido para a simplificação do cálculo de
integrais múltiplas, por exemplo. Além disso, sabe-se que foi desenvolvido a partir do sistema de
coordenadas polares (de duas dimensões).
Para compreender as representações nas coordenadas cilíndricas e esféricas, analise as
ilustrações dos gráficos a seguir. Os pontos, nas coordenadas cilíndricas, são representados por
r, θ e z; nas esféricas, são dados por ρ, θ e ϕ:

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Figura 4 - Representações nas coordenadas cilíndricas e esféricas


Fonte: Anton, Bivens e Davis, 2014, p. 832.

#PraCegoVer: do lado esquerdo, há um corte de um cilindro azul para a representação em


coordenadas cilíndricas, com setas de cor preta desenhadas a partir do meio da figura para
representar o sistema xyz e uma linha laranja no meio de duas das linhas. À direita, há um corte
em uma esfera para a representação em coordenadas esféricas, utilizando o sistema xyz
tridimensional.

Considerando a representação de superfícies constantes, por exemplo, em coordenadas


cilíndricas, tem-se, similarmente às divisões em regiões distintas vistas para o sistema
cartesiano, as três possibilidades a seguir (ANTON; BIVENS; DAVIS, 2014). Veja a seguir.

r = r0, um cilindro circular reto, com raio r0 e centrado


no eixo z.

θ = θ0, um semiplano colado ao eixo z, de forma a


fazer um ângulo θ0 com o eixo x positivo.

z = z0, um plano horizontal.

Da mesma forma, porém agora com relação às coordenadas esféricas (ANTON; BIVENS;
DAVIS, 2014):

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ρ = ρ0, superfície que representa o conjunto de todos


os pontos nos quais a distância da origem é ρ0;

θ = θ0, mesmo caso válido para as coordenadas


cilíndricas;

ϕ = ϕ0, superfície que representa todos os pontos nos


quais um dado segmento de reta até a origem forma
um ângulo com o eixo z positivo.

Além disso, considerando-se que o valor de ρ0 não seja negativo, isso se reflete em uma esfera
de raio ρ0, centrada na origem. Mais ainda, sabe-se que, dependendo se ocorre que 0 < ϕ0 <
π/2 ou que π/2 < ϕ0 < π, tem-se a folha de um cone, aberto para cima ou para baixo. Caso ϕ0 =
π/2, então o cone será plano e a superfície resultante será o próprio plano xy (ANTON; BIVENS;
DAVIS, 2014).
Por fim, nesta parte, o quadro a seguir sintetiza todas as premissas para realizar a conversão
entre os sistemas de coordenadas vistos. Ele poderá ser necessário em diversos tipos de
cálculos e análises na prática:

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Quadro 1 - Conversão entre sistemas de coordenadas


Fonte: Adaptado de Anton, Bivens e Davis, 2014.

#PraCegoVer: trata-se de quadro com quatro linhas e três colunas que apresenta a conversão,
fórmulas e possíveis restrições. Na primeira linha, para converter coordenadas cilíndricas em
retangulares, e vice-versa, tem-se: x igual a r cosseno theta; y igual a r seno theta e z igual a z; r
igual à raiz quadrada de x ao quadrado mais y ao quadrado; tangente de theta igual a y sobre x
e z igual a z. Para a conversão de coordenadas esféricas para cilíndricas, e vice-versa: r igual a
rhô seno de phi; theta igual a theta; z igual a rhô cosseno de phi; rhô igual a raiz quadrada de r
ao quadrado mais z ao quadrado; theta igual a theta e tangente de phi igual a r sobre z. Para a
conversão de coordenadas esféricas em retangulares e vice-versa, tem-se: x igual a rhô seno
de phi cosseno de theta; y igual a rhô cosseno de phi seno de theta; z igual a rhô cosseno de
phi; rhô igual a raiz quadrada de x ao quadrado mais y ao quadrado mais z ao quadrado;
tangente de theta igual a y sobre z e cosseno de phi igual a z sobre a raiz quadrada de x ao
quadrado mais y ao quadrado mais z ao quadrado. Por fim, as restrições são: r maior ou igual a
zero; rhô maior ou igual a zero; theta maior ou igual a zero e menor ou igual a 2 pi e phi maior
ou igual a zero e menor ou igual a pi.

Note, ainda, que o processo de conversão entre as coordenadas do sistema cartesiano, no


plano de duas dimensões (x, y), poderá ser retomado com relação à conversão em
coordenadas polares (r, θ) para facilitar o processo de conversão em coordenadas cilíndricas.

Vamos Praticar!
Suponha que, para estimar o campo magnético
estabelecido no entorno do condutor durante o cálculo de
carga em uma linha de transmissão, seja necessário

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transformar as coordenadas para a correta representação


vetorial. Assim, tem-se os seguintes pontos no sistema
cartesiano:
x = 0,5 e 1
y=1e2
z = 0,5 e 4
Considerando que seja necessário passar esses pontos
para o sistema de coordenadas cilíndricas, o que você faria
para a representação gráfica?

1.2 Gradiente, divergente e


rotacional

Os cálculos do gradiente, do divergente e do rotacional de um dado campo vetorial são


ferramentas largamente utilizadas quando tratamos de estudos eletromagnéticos. Nesta parte
da unidade, veremos como definir, basicamente, um campo vetorial e, em seguida, como
calcular o gradiente. Depois, estudaremos mais detalhes do cálculo do divergente e do
rotacional de um dado campo vetorial.

1.2.1 O campo vetorial – definições básicas


Uma função vetorial pode ser definida de forma genérica, considerando n e m dois números
naturais e diferentes de zero. Define-se então uma função f com n variáveis, definida em um
subconjunto a partir do espaço real, tal que:

Cada valor do conjunto é asociado a um único vetor
ℜ . O conjunto imagem da função f,
matematicamente, é:

A função f será contínua se cada uma das coordenadas de f for uma função contínua com n
variáveis em V. Além disso, caso m = 1, o que implica que:
ℜ ℜ
É possível dizer que f é um campo escalar (LENARDUZZI, 2020). Um exemplo prático disso
pode ser visto, considerando a função no plano e o espaço tridimensional, tal que: ℜ ℜ e
f(u, v) = (x, y, z). As coordenadas são dadas da seguinte forma:

Como apresentado no enunciado do exemplo, o domínio é todo o espaço R² e o contradomínio


R³, de forma que, quando se aplica a imagem, tem-se:
ℜ ℜ ℜ ℜ
Assim, a imagem da função f coincidirá com o gráfico da seguinte função (LENARDUZZI, 2020):

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A próxima figura apresenta a imagem da função f, utilizando o sistema cartesiano no qual ela
está representada:

Figura 5 - Representação da imagem da função de exemplo


Fonte: Adaptada de MilanB, Shutterstock, 2020.

#PraCegoVer: trata-se do desenho de um paraboloide com linhas de cor laranja desenhado no


sistema cartesiano, centrado em z na parte positiva.

Consideremos, então, que ℜ é um conjunto, tal que ℜ é uma transformação


vetorial, de domínio e contradomínio com as mesmas dimensões. Podemos pensar então que F
é um campo de vetores, uma aplicação que associa um vetor F(X) a cada ponto X = (x1,...,xn)
de A, análogo ao comportamento de um campo vetorial de forças sobre uma partícula no plano,
por exemplo. Além disso, utiliza-se para representar um dado campo de vetores. Se
tem um campo vetorial em ℜ , define-se a norma desse campo em
X como a norma euclidiana do vetor, tal que:

Para um espaço bidimensional ou tridimensional, temos ainda uma representação especial para
vetores da base, que gera tanto o espaço R² quanto R³ (LENARDUZZI, 2020). Prova disso é
que podemos reescrever o campo vetorial com a seguinte notação, no caso do espaço
tridimensional:
, ℜ
A seguir, veremos mais detalhes a respeito do cálculo do gradiente e da definição de campo
gradiente, ideias bastante utilizadas no cálculo vetorial em análises dentro do eletromagnetismo.

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1.2.2 Gradiente
O conceito de gradiente está diretamente ligado à taxa de variação de um campo escalar em
relação à distância, medida em uma dada orientação considerando-se como ponto de referência
um ponto qualquer P(x, y, z) no sistema cartesiano (QUEVEDO; QUEVEDO-LODI, 2010). Tem-
se, nesse caso, a ideia de derivada direcional. Tomando como exemplo duas superfícies
quaisquer, equipotenciais ou isotérmicas, por exemplo, note que é possível definir a derivada
direcional a partir do cálculo da razão entre a variação elementar dϕ, que é constante entre as
superfícies, e a distância elementar , a partir de um dado ponto P(x, y, z). Matematicamente,
sabe-se que:
Derivada direcional =
Ou seja, há uma derivada para cada orientação. Entretanto, considerando-se que as distâncias
são elementares, quando analisamos próximo de P, sabemos que a tendência é que as
superfícies pareçam paralelas, de maneira que um triângulo retângulo é formado. Veja uma
análise aproximada:

Figura 6 - Entendendo o cálculo do gradiente


Fonte: Quevedo e Quevedo-Lodi, 2010, p. 5.

#PraCegoVer: a imagem mostra o desenho de duas superfícies lado a lado com um triângulo
retângulo ligando as duas. No meio da primeira superfície, do lado esquerdo, aparece um ponto
P, a partir do qual é traçado um triângulo retângulo, com seu ângulo mais agudo nesse ponto.
Na parte inferior da superfície da esquerda, aparece o símbolo de theta. Em cima do triângulo,
entre as duas superfícies, há o símbolo da derivada direcional; no meio do triângulo, aparece o
símbolo de theta; embaixo do triângulo, distância elementar vezes cosseno de theta. Na
superfície da direita, o triângulo está tracejado; no canto inferior dela, está theta mais variação
elementar.

O cálculo da derivada direcional é definido, então, em seu valor máximo, como:


Derivada direcional máxima =
Esse cálculo máximo é o próprio valor do gradiente máximo e, na forma vetorial, tem-se a
seguinte relação:

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Assim, percebemos que a derivada direcional é o componente do vetor gradiente em razão da


direção, o que nos permite definir:

Visualmente, teremos, nessa situação genérica, o seguinte vetor gradiente na superfície:

Figura 7 - O gradiente com relação à superfície


Fonte: Quevedo e Quevedo-Lodi, 2010, p. 6.

#PraCegoVer: trata-se da imagem de uma superfície referente ao campo de theta. No meio da


superfície, aparece o ponto P, a partir do qual é definido o vetor gradiente G e G cosseno theta,
que possui ângulo theta, formando na ligação entre os dois vetores um triângulo retângulo.

Por fim, para calcular dentro do sistema de coordenadas cartesianas, é possível utilizar a
relação a seguir, sendo ainda que o vetor gradiente é muitas vezes representado pelo símbolo
, o operador nabla:

O símbolo serve para denotar que o campo ϕ (theta) é função de três variáveis distintas e,
dessa forma, temos as derivadas parciais.

1.2.3 Divergente
O conceito de divergente de um campo está ligado diretamente ao conceito de fluxo deste. O
divergente foi criado para fazer a indicação dos possíveis pontos do espaço nos quais há a
existência de fluxo – pontos nos quais o campo passa, então, a se divergir. Fazendo uma
analogia com o escoamento da água, por exemplo, o divergente será sempre nulo, uma vez
que, para qualquer volume, o fluxo de água que entra é o mesmo que sai. Considerando, por
outro lado, um ponto no espaço cuja carga elétrica seja positiva, sabe-se que o divergente é
positivo, porque as linhas de campo estarão nascendo dessa carga. Por fim, a definição do
divergente de um campo vetorial é dada pela razão entre o saldo de fluxo em um ponto e o
volume deste, definindo assim a densidade volumétrica do fluxo (QUEVEDO; QUEVEDO-LODI,
2010).
Para entender o cálculo, considere como exemplo um paralelepípedo no espaço cartesiano,
como mostra a figura a seguir. O campo vetorial é definido como e o elemento de
volume é dxdydz. Para calcular o divergente nesse caso, consideramos que o campo entra e sai
do volume, mantendo-se o mesmo. Logicamente, o divergente será nulo. Entretanto, caso esse
campo não seja constante (o que é inclusive algo comum em análises práticas), tem-se um
saldo de fluxo:

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Figura 8 - Representação para a definição do cálculo do divergente


Fonte: Quevedo e Quevedo-Lodi, 2010, p. 11.

#PraCegoVer: trata-se da imagem de um paralelepípedo no sistema cartesiano tridimensional,


sendo a face frontal com o vetor Vx mais dVx e a de trás a esta com Vx de entrada nesta.
Analogamente, a face lateral esquerda tem entrada Vy e a direita Vy mais dVy; a face de baixo
tem entrada Vz, sendo que a superior tem saída Vz mais dVz.

A variação de cada componente pode ser calculada analogamente ao que definimos para o
gradiente:

O saldo de fluxo entre as faces de área dxdz é:

A partir das faces de área dxdy, temos:

E, por fim, de áreas dydz:

O fluxo elementar desse caso é dependente do volume, tal que:

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Ao dividirmos o resultado deste pelo volume, para que tenhamos a análise do ponto de
referência, o resultado será:

Por fim, note que o divergente trata de um conceito mais local, capaz de indicar a localidade na
qual existe o campo. De forma análoga, por outro lado, define-se o teorema da divergência
(também conhecido como Lei de Gauss) para fornecer uma ideia mais integral, indicando que
todo fluxo nasce a partir do interior de um volume (QUEVEDO; QUEVEDO-LODI, 2010), tal que:

Sendo S é a área da superfície analisada. Na prática, o lado esquerdo da equação reflete que o
divergente será calculado para todos os pontos em uma dada região de análise do campo.
Multiplica-se o resultado pelo elemento infinitesimal do volume de cada ponto, e estes
resultados são somados. Já do outro lado, pela integral de superfície, temos que os fluxos que
nascem em todos os pontos do volume analisado são somados.

Você o conhece?
Johann Carl Friedrich Gauss (1777-1855) foi um dos maiores
matemáticos e físicos a contribuir com diversas áreas, como
a geometria diferencial e a própria eletrostática. Além disso,
Gauss era astrônomo e também forneceu enormes
contribuições válidas à astronomia até então. Sem dúvida
alguma, com relação à física e à eletrostática, a Lei de
Gauss merece destaque. Ela é capaz de correlacionar o
fluxo elétrico por meio de uma superfície fechada e a
quantidade de carga no volume limitado por essa mesma
superfície.

A seguir, para entrarmos efetivamente nos primeiros conceitos aplicados ao eletromagnetismo,


veremos como o rotacional pode ser calculado.

1.2.4 Rotacional
O rotacional é, na prática, uma medida referente à máxima circulação elementar de um campo
vetorial em torno de um dado ponto de análise (QUEVEDO; QUEVEDO-LODI, 2010). Para
entender como definir esse parâmetro, analise a figura apresentada a seguir. Supondo que a
máxima circulação elementar esteja no plano vertical, sabemos que o rotacional é definido por
um vetor ortogonal, como na regra da mão direita, na qual os dedos se referem à circulação do
campo e o polegar ao próximo rotacional:

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Figura 9 - Representação para o cálculo do rotacional


Fonte: Quevedo e Quevedo-Lodi, 2010, p. 17.

#PraCegoVer: trata-se de um desenho que mostra a circulação possível de um dado campo


vetorial (sentido anti-horário e visualização frontal e alinhada), considerando ainda a inclinação
deste em theta (analisando pela frente da direita para a esquerda), mostrando que o rotacional
também acompanha, com inclinação no vetor em theta. São dois círculos justapostos com parte
deles cinza. No meio deles, um triângulo retângulo se forma. 

A seguinte relação é válida, considerando-se a inclinação da área em graus, de forma que a


componente do rotacional estará na direção n:

Note que a circulação elementar em torno do ponto é máxima, caso o ângulo seja nulo.
Considerando as definições para cada um dos planos, assim como fizemos para o divergente, e
a representação no sistema cartesiano (veja a próxima figura), obtém-se a seguinte equação
para o cálculo do rotacional:

Você quer ler?


O aprendizado acerca do campo elétrico e com relação
ao campo magnético pode acontecer a partir de uma
perspectiva histórica e também prática, desde o ensino
médio. Para aprofundar seus conhecimentos a respeito
desses assuntos e ter um panorama histórico da física,
sugerimos a leitura do artigo Uma proposta para ensinar
os conceitos de campo elétrico e magnético: uma
aplicação da história da física. Clique no botão a seguir e
aproveite a leitura.
Acesse
(https://www.scielo.br/pdf/rbef/v24n4/a16v24n4.pdf)

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=TCbPH2xun4oz7bq7%2f0DI2w%3d%3d&l=PAEdTHaYfkA%2fKjeNr5Chog%3d%3d&cd=Td2RZk%2… 18/24
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Sabe-se que, em todos os pontos do espaço nos quais o rotacional existe, há circulação de
campo. A figura a seguir nos ajuda na análise ao utilizar como base o sistema cartesiano:

Figura 10 - Rotacional no sistema cartesiano


Fonte: Quevedo e Quevedo-Lodi, 2010, p. 18.

#PraCegoVer: sistema cartesiano com uma superfície retangular no plano yz (partes positivas),
sendo que o rotacional do campo acompanha o sentido positivo do eixo x, com o vetor
apontando nesse sentido. Aparecem também ilustrados os crescimentos de Vy mais dVy no
sentido positivo do eixo y e de Vz e Vz mais dVz no sentido positivo do eixo z

Teste seus conhecimentos


(Atividade não pontuada)

Vamos Praticar!
Suponha que, ao analisar um dado campo elétrico estabelecido
no exterior de uma linha de distribuição de energia elétrica, você
percebe que é necessário estimar se existem linhas de campo, de
fato, em um dado ponto de interesse. Considerando que o ponto é

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(1, 2, 3) no espaço cartesiano e que o campo vetorial é dado por 


, qual seria uma possível análise para
identificar se existe campo no ponto? Qual resultado você obteve?

1.3 Campos de distribuições contínuas de


cargas

Agora, veremos, inicialmente, mais detalhes acerca da definição do vetor intensidade do campo
elétrico. Em seguida, estudaremos exemplos de distribuições de carga contínuas, analisando as
possibilidades mais básicas. Vamos lá?

1.3.1 Campo elétrico


Formalmente, define-se que o campo elétrico está diretamente ligado à existência de uma
força elétrica (força de Coulomb), agindo diretamente em qualquer tipo de carga estacionária
que seja colocada no espaço analisado. Além disso, observa-se que esse campo compreende
em um “[…] estado físico especial existente em um espaço em torno de objetos carregados”
(NOTAROS, 2012, p. 24).

Você quer ver?


Para o cálculo do campo elétrico, é necessário entender
alguns conceitos mais básicos acerca da eletrostática,
que servirão de base daqui em diante. Então, sugerimos
que você assista a um resumo do assunto, disponível no
ícone a seguir. Observe com atenção e aproveite.
Acesse (https://www.youtube.com/watch?
v=TYQsxDVTH3Y)
Para definir esse campo, utilizamos o vetor intensidade do campo elétrico, uma grandeza
vetorial, que, como sabemos, é dada pela força elétrica em uma carga pontual, para teste,
imersa nesse campo, de carga Q (esta tende, na prática, a zero, para que não interfira na
distribuição de cargas estabelecida pela fonte do campo elétrico):

Caso a carga esteja imersa em um espaço pontual livre, a uma distância R da fonte desse
campo, o vetor intensidade pode ser definido como:

  é o vetor unitário ao longo da distância R, estabelecido entre a origem do campo e a carga


de teste, e é a permeabilidade do meio analisado. Caso haja diversas outras influências, a
intensidade resultante no ponto de análise pode ser definida pela seguinte relação:

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1.3.2 Distribuições contínuas de carga


Uma carga pontual é, na prática, um dos tipos de distribuição de cargas mais simples, visto que
as cargas poderão estar distribuídas ao longo de uma linha de transmissão ou em um volume
ou área qualquer.

Caso
O campo elétrico está presente, basicamente, onde há força
elétrica e alguma carga elétrica. O funcionamento de dispositivos
importantes, como é o caso dos capacitores, pode ser analisado
a partir desse campo. Assim, considere um capacitor de placas
paralelas, que faz parte de um sensor capacitivo.
O campo elétrico estabelecido nesse caso pode ser calculado
como E = V/d, dependendo da distância entre as placas do
capacitor (d) e da diferença de potencial entre elas (V). Esse tipo
de sensor pode funcionar a partir da detecção de proximidade e,
alterando-se o dielétrico, através da alteração da distância entre
as placas ou mesmo do meio entre estas, varia-se o campo
elétrico e, consequentemente, também a capacitância.

Com relação à distribuição volumétrica de cargas, temos:

A distribuição superficial, por sua vez, é dada por:

Considerando, por outro lado, que a densidade de carga esteja distribuída ao longo de uma
linha, estabelecemos que:

Caso o nosso desejo seja calcular a carga total atribuída a cada uma dessas possibilidades
básicas de distribuição, definimos que:

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Teste seus conhecimentos


(Atividade não pontuada)

Essas distribuições típicas de cargas são apresentadas na imagem a seguir. Caso a densidade
de cargas se mantenha constante ao longo das distribuições, não só o cálculo será simplificado
a partir da integral, mas também é preciso pontuar que ela pode ser, sim, uma situação prática:

Figura 11 - Diferentes distribuições de cargas, mais comuns na prática, para aproximação de cálculos
Fonte: Adaptada de Notaros, 2012, p. 25.

#PraCegoVer: na parte superior do lado esquerdo, dentro de uma figura disforme, há um cubo
que representa um volume qualquer de distribuição de cargas, sem forma predefinida,
demonstrando-se dQ e dV. Do lado direito na parte superior, um quadrado de bordas tortas
representa um plano, no qual é desenhado um quadrado e demonstra-se a carga elementar dQ
e a unidade elementar da área dS. Por fim, na parte de baixo, há a distribuição de carga através
de uma linha, referente a Q’. Essa linha é de comprimento l, na qual demonstra-se um curto
trecho para análise com dQ; o trecho é de comprimento dl.

Assim, se as densidades forem mantidas constantes, as equações apresentadas anteriormente


se tornam estas:

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Com as densidades constantes, é possível definir, ainda, as cargas em função das unidades de
comprimento.

Vamos Praticar!
Considere que, em uma dada superfície em uma
subestação, há uma esfera imersa em um campo
elétrico. Sabe-se que a esfera possui raio  a  e a
densidade volumétrica de carga é dada pela seguinte
função:
, para 0 ≤ r < a
Qual é a carga total dessa esfera?

Conclusão
A base para que consigamos entender os mais diferentes
fenômenos eletromagnéticos práticos, que inclusive permitem o
funcionamento e o desenvolvimento de diversos equipamentos
que fazem parte de nosso cotidiano, fundamenta-se em certos
conhecimentos físicos e matemáticos.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

rever os diferentes tipos de representações em coordenadas,


retangulares, cilíndricas e esféricas;

conhecer os cálculos de parâmetros matemáticos que


denotam relações importantes, como o gradiente, o divergente
e o rotacional;

aprender mais detalhes acerca dos campos de distribuição


contínua de carga por meio de relações, como a Lei de
Coulomb e a Lei de Gauss.

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Referências
ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo. 10. ed. São Paulo:
Bookman, 2014. v. 2.
CAMPO ELÉTRICO: APRENDA DEFINITIVAMENTE. [S.  l.:
s.  n.], 10 abr. 2019. 1 vídeo (26 min). Publicado pelo canal
Física com Douglas Gomes. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=TYQsxDVTH3Y (https://www.youtube.com/watch?v=TYQsxDVTH3Y). Acesso
em: 5 dez. 2020.
LENARDUZZI, F. N. Introdução ao cálculo vetorial. Curitiba: Intersaberes, 2020.
MAGALHÃES, M. de F.; SANTOS, W. S.; DIAS, P. M. C. Uma proposta para ensinar os
conceitos de campo elétrico e magnético: uma aplicação da história da física. Revista
Brasileira de Ensino de Física, São Paulo, v. 24, n. 4, 2002. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/rbef/v24n4/a16v24n4.pdf
(https://www.scielo.br/pdf/rbef/v24n4/a16v24n4.pdf). Acesso em: 5 dez. 2020.
NOTAROS, B. Eletromagnetismo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
QUEVEDO, C.; QUEVEDO-LODI, C. Ondas eletromagnéticas. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2010.
THOMAS, G. B. et al. Cálculo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. v. 2.

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