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“A vida é boa por duas coisas: Descobrir matemática e ensinar matemática!

Siméon-Denis Poisson (1781 – 1840)

Copyright©2022 – Ales V. T., Filho O. P. X., Maciel M. L. S; Moraes, G.C. Todos os direitos reservados. Nenhum texto pode ser reproduzido sem prévia autorização.
SUMÁRIO

CAPÍTULO 01 _ Sistema de coordenadas ............................................................ .........001


CAPÍTULO 02 _ Vetores: representação gráfica ...................... .....................................011
CAPÍTULO 03 _ Vetores: representação algébrica .......................................... .............019
CAPÍTULO 04 _ Produto escalar ........................................................ .........................031
CAPÍTULO 05 _ Determinante ................................ ............................................. ......041
CAPÍTULO 05 _ Produto vetorial ................................................... ............................045
CAPÍTULO 06 _ Produto misto ....................................................... ...........................051
CAPÍTULO 07 _ Funções ................................ ....................................... ....................057
CAPÍTULO 08 _ Limites.......................... ....................................................... ............089
CAPÍTULO 09 _ Cálculo de limites com indeterminações e continuidade........................099
CAPÍTULO 10 _ Derivada .......................... ............................. ...................... .............113
CAPÍTULO 11 _ Regras de derivação ................................................................... .......125
CAPÍTULO 12 _ Diferenciabilidade. ....................................................... ....................1 37
CAPÍTULO 13 _ Máximos e Mínimos ................................................................... .......143
CAPÍTULO 14 _ Aproximação linear ...........................................................................1 61
CAPÍTULO 15 _ Limite e derivada de funções compostas.. ............................................ 175
CAPÍTULO 16 _ Taxas relacionadas............................................................................. 183
CAPÍTULO 17 _ Funções trigonométricas.................................................. ..................189
CAPÍTULO 18 _ Limite e derivada de funções trigonomé tricas........ .......................... .....241
CAPÍTULO 19 _ Aplicações com funções trigonométricas.......................................... ....253
CAPÍTULO 20 _ Funções exponenciais e logarítmicas................................... ................257
CAPÍTULO 21 _ Limite e derivada de funções exponenciais e logarítmicas.............. ........275
CAPÍTULO 22 _ Aplicações com funções exponenciais e logarítmicas..............................2 85
CAPÍTULO 23 _ Derivação implícita e logarítmica......... ............... .................................289
CAPÍTULO 24 _ Otimização .................................................. ...................... ...............297
CAPÍTULO 25 _ Regra de L’Hospital............................................................. ...............303
Bibliografia .................................................. ...................... .................................... 313

Copyright©2022 – Ales V. T., Filho O. P. X., Maciel M. L. S; Moraes, G.C. Todos os direitos reservados. Nenhum texto pode ser reproduzido sem prévia autorização.
Copyright©2022 – Ales V. T., Filho O. P. X., Maciel M. L. S; Moraes, G.C. Todos os direitos reservados. Nenhum texto pode ser reproduzido sem prévia autorização.
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CAPÍTULO 1
1 SISTEMAS DE COORDENADAS
Existem diversos tipos de sistemas de coordenadas, o mais conhecido é o sistema de coordenadas
cartesianas ortogonais, que é o sistema de coordenadas mais utilizado nas Engenharias. Além do sistema
cartesiano, existem outros sistemas de coordenadas: tal como o sistema de coordenadas polares.

1.1 SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL NO PLANO – IR²


Um sistema de eixos ortogonais no plano é constituído de duas retas orientadas x e y, perpendiculares
entre si concorrendo no ponto 0 (origem). A reta orientada x é denominada eixo x ou eixo das abscissas, a
reta orientada y é denominada eixo y ou eixo das ordenadas.

Elementos:
Ponto O: origem do plano cartesiano
Retas orientadas: eixos cartesianos: 𝑂𝑥 e 𝑂𝑦.

Por um ponto qualquer do plano traçam-se perpendiculares sobre cada um dos eixos, determinando neles
os pontos 𝑃𝑥 e 𝑃𝑦 tal que 𝑥 = 𝑂𝑃𝑥 e 𝑦 = 𝑂𝑃𝑦 . Sendo assim, podemos associar a cada ponto 𝑃 do plano
um par ordenado de números reais, ficando 𝑃(𝑥, 𝑦) determinado por suas coordenadas cartesianas (ou
retangulares), onde 𝑥 é abscissa e 𝑦 é a ordenada.

Reciprocamente, dado um par de números reais, localiza-se no plano um único ponto 𝑃. Há, portanto, uma
correspondência biunívoca entre os pontos do plano e os pares de números reais. Os eixos coordenados 𝑥 e
𝑦 dividem o plano em 4 partes ou quadrantes.
2

O que distingue um quadrante do outro são os sinais das coordenadas (x,y) de um ponto qualquer do plano.
Assim:

• Se (𝑥, 𝑦) pertence ao 1º quadrante, então 𝑥 > 0 e 𝑦 > 0. Simbolicamente: (+, +);


• Se (𝑥, 𝑦) pertence ao 2º quadrante, então 𝑥 < 0 e y > 0. Simbolicamente: (−, +);
• Se (𝑥, 𝑦) pertence ao 3º quadrante, então 𝑥 < 0 e y < 0. Simbolicamente: (−, −);
• Se (𝑥, 𝑦) pertence ao 4º quadrante, então 𝑥 > 0 e y < 0. Simbolicamente (+, −).

Particularidades:

a) 𝑂(0,0): origem do sistema cartesiano.

b) 𝑃𝑥 (𝑥, 0): projeção ortogonal de P sobre o eixo das abscissas.

c) 𝑃𝑦 (0, 𝑦): projeção ortogonal de P sobre o eixo das ordenadas.

Distância entre dois pontos no plano cartesiano

A distância entre os pontos A e B no plano cartesiano, denotada por


𝑑(𝐴, 𝐵) ou 𝑑𝐴𝐵 , é a medida do segmento que tem os dois pontos como
extremidade.

Considere os pontos 𝐴(𝑥𝐴 , 𝑦𝐴 ) e 𝐵(𝑥𝐵 , 𝑦𝐵 ), verifique que juntamente


com o ponto O, formam um triângulo retângulo, no qual podemos aplicar
o teorema de Pitágoras:

(𝑑𝐴𝐵 )2 = (𝐴𝑂)2 + (𝑂𝐵)2

Onde 𝐴𝑂 = 𝑥𝐵 – 𝑥𝐴 e 𝑂𝐵 = 𝑦𝐵 – 𝑦𝐴 ,

Então:

(𝑑𝐴𝐵 )2 = (𝑥𝐵 – 𝑥𝐴 )2 + (𝑦𝐵 – 𝑦𝐴 )2

Isolando o termo 𝑑𝐴𝐵 temos que a distância é dada por:

𝑑𝐴𝐵 = √(𝑥𝐵 − 𝑥𝐴 )2 + (𝑦𝐵 − 𝑦𝐴 )2


3

EXERCÍCIOS:

1) Identificar as coordenadas dos pontos a seguir, descrevendo algebricamente os pontos na forma de


pares ordenados:

2) Complete:
a) Todo ponto pertencente ao eixo das abscissas tem ......................... nula.

b) Todo ponto pertencente ao eixo das ordenadas tem ........................ nula.

c) O ponto 𝐴(5, −3) pertence ao ................................. quadrante.

d) A distância entre os pontos 𝐴(5, −3) e 𝐵(2,3) é .................... u.c.

3) No Plano Cartesiano, desenhe o triângulo ABC sendo 𝐴(– 3, – 3), 𝐵(0,4) e 𝐶(3,0). Verifique se esse
triângulo é isósceles, justifique.

y
5

1
x

-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-1

-2

-3

-4

-5

-6

-7

-8

-9
4

Respostas:

1.

𝐴(1,2), 𝐵(−4,2), 𝐶(−3, −4), 𝐷(2, −3)

2.

a) ordenada

b) abscissa

c) quarto

d) 3√5

3. Não é isósceles.
5

1.2 SISTEMA CARTESIANO ORTOGONAL NO ESPAÇO IR³

É constituído por três eixos x, y e z mutuamente perpendiculares entre si e concorrentes no ponto O.

Elementos:
• Ponto O: origem do sistema cartesiano
• Retas orientadas: eixos cartesianos: 0x, 0y e 0z.
• Planos: planos cartesianos x0y, x0z e y0z.

Pelo ponto P do espaço traçam-se três planos paralelos aos planos coordenados individualizando um
paralelepípedo retângulo que intercepta os eixos x, y e z nos pontos Px, Py e Pz respectivamente.
Podemos associar a cada ponto P do espaço uma tripla ordenada de números reais P(x,y,z) que são suas
coordenadas, onde:

x = OPx: abscissa
y = OPy: ordenada
z = OPz: cota

Este sistema estabelece uma correspondência bijetiva entre cada ponto do espaço e a terna ordenada de
números reais. Os planos coordenados dividem o espaço em 8 regiões denominadas octantes.

O que distingue um octante do outro são os sinais das coordenadas (x,y,z) de um ponto qualquer do
espaço.
6

Assim:
Se (x,y,z) pertence ao 1º octante, então x > 0, y > 0 e z > 0. Em símbolos: (+,+,+);
Se (x,y,z) pertence ao 2º octante, então x < 0, y > 0 e z > 0. Em símbolos: (–,+,+);
Se (x,y,z) pertence ao 3º octante, então x < 0, y < 0 e z > 0. Em símbolos: (–,–,+);
Se (x,y,z) pertence ao 4º octante, então x > 0, y < 0 e z > 0. Em símbolos: (+,–,+);
Se (x,y,z) pertence ao 5º octante, então x > 0, y > 0 e z < 0. Em símbolos: (+,+,–);
Se (x,y,z) pertence ao 6º octante, então x < 0, y > 0 e z < 0. Em símbolos: (–,+,–);
Se (x,y,z) pertence ao 7º octante, então x < 0, y < 0 e z < 0. Em símbolos: (–,–,–);
Se (x,y,z) pertence ao 8º octante, então x > 0, y < 0 e z < 0. Em símbolos: (+,–,–).

Para fins de simplificar a representação ou a construção geométrica de algo, por convenção, adota-se uma
representação simplificada do espaço, representando apenas um ou o octante desejado.
Todo ponto P(x,y,z) do espaço é representado como na figura seguir, onde x, y e z são as suas coordenadas,
respectivamente em relação aos eixos 0x, 0y e 0z e esta ordem está fixada.

Particularidades:
a) O (0,0,0): origem do sistema.
b) P1(x,y,0), P2(0,y,z) e P3(x,0,z): projeções ortogonais de P sobre os planos coordenados.
c) Px (x,0,0), Py(0,y,0) e Pz(0,0,z): projeções ortogonais de P sobre os eixos coordenados.
Exemplos:

4) Representar os pontos 𝑃(3,5,6) e 𝑄(−3,5,6).

5) Localizar o triângulo T de vértices P(3,0,0), Q(-3,3,-3) e R(2,-1,3) e represente-o graficamente.


z

x
y
7

EXERCÍCIOS
1. Identificar as coordenadas dos pontos a seguir, descrevendo algebricamente os pontos na forma de pares
ordenados:

2. Considerando a fórmula da distância e o sistema de coordenadas cartesianas, analise as seguintes


afirmações, indicando com V as verdadeiras e F para as falsas:

a. ( ) Pontos com abscissa nula estão no eixo 0x


b. ( ) A distância do ponto (−3, 5) ao eixo 0y é 3.
c. ( ) A distância entre os pontos 𝐴(−2,4) e 𝐵(8,4) vale 10
d. ( ) A distância entre os pontos 𝐴(1,5) e 𝐵(−3,2) vale 5.
e. ( ) Os pontos da bissetriz dos quadrantes pares têm abscissa e ordenada iguais.

3. Um jardineiro fez um desenho para representar os cinco postes de iluminação que vai colocar em seu
terreno. Para isso, ele usou o plano cartesiano para fazer a planta da região a ser iluminada, e identificou os
postes pelos pontos 𝐴(−2,1), 𝐵(3,1), 𝐶(3,5), 𝐷(−2,5) e 𝐸(0,5). Nesse contexto, identifique as afirmativas
verdadeiras com V e as falsas com F:

a. ( ) Os pontos A, B e C são vértices de um triângulo retângulo.


b. ( ) Os pontos A, B e E são vértices de um triângulo isósceles.
c. ( ) Os pontos A, B, C e E são vértices de um trapézio.
d. ( ) Os triângulos ADE e BCE são semelhantes.
e. ( ) Os pontos A, B, C e D são vértices de um polígono cujo perímetro mede 18 unidades de
comprimento.
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4. Considere a malha em 3D no sistema cartesiano.


Marque os pontos descritos a seguir: 𝐴(1,1,2), 𝐵(0,0,4), 𝐶(0,2,0), 𝐷(2,0,3) e 𝐸(0,1,2).

5. Determine as coordenadas dos pontos indicados no sistema cartesiano representado a seguir:


9

Respostas:
Exemplo 5:

1. 𝐴(0,4); 𝐵(2,2); 𝐶(3,0); 𝐷(4, −3); 𝐸(−2,3); 𝐹(−3,2)


2. F, V, V, V, F
3. V, V, V, F, V
4.

5. 𝐴(0,1,4), 𝐵(1,3,3), 𝐶(0,0,3), 𝐷(2,2,2), 𝐸(1,2,1), 𝐹(2,0,2), 𝐺(1,1,2), 𝐻(0,1,0)


10
11

CAPÍTULO 2 – VETORES: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA


2.1 GRANDEZAS VETORIAIS E ESCALARES
Quando estudamos fenômenos físicos nos deparamos com grandezas físicas. Grandeza física é tudo que
pode ser medido e podem ser de dois tipos:

• Grandeza escalar cuja característica requer tão somente um valor seguido de uma unidade de
medida ou adimensional. Exemplos dessas grandezas são massa e temperatura. Uma vez
especificado que a massa é 1 kg ou a temperatura é 32ºC, estão caracterizados.

Exemplos:
50 kg de massa;
30 minutos;
15 m de comprimento;
1 litro;
27ºC;
o índice de refração absoluto do acrílico é 2.

• Grandeza vetorial requer três atributos para a sua completa caracterização: módulo (intensidade),
direção e sentido. Por exemplo, se dizemos que um automóvel trafega com velocidade de 40 km/h,
esta informação não caracteriza o movimento do carro, não sabemos nem a direção nem o sentido
do automóvel.


O vetor F nos dá perfeitamente a idéia da força aplicada pela menina

O vetor F nos dá perfeitamente a idéia da força aplicada pela menina


F

F

O vetor 𝐹 nos dá perfeitamente a idéia da força aplicada pela menina.

Exemplos:

Uma força de 5 N com um ângulo de 30° com o eixo 0x e tendo o sentido da esquerda para a direita.

Uma velocidade de 10 m/s na direção da reta s e no sentido da direita para a esquerda.


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2.2. VETORES E DEFINIÇÕES


Reta orientada (eixo): uma reta é orientada quando é fixado um sentido de percurso, considerado positivo e
indicado por uma seta.

Segmento orientado AB: é determinado por um par ordenado de pontos, origem A e extremidade B.
Geometricamente é representado por uma seta.

Segmento nulo: a extremidade coincide com a origem. É um ponto.

Segmentos opostos: se AB é um segmento orientado, BA é o oposto de AB.

Medida de um segmento: fixada uma unidade de comprimento, a cada segmento orientado pode-se
associar um número real não negativo, denominado comprimento ou módulo. É indicado por 𝐴𝐵.

O segmento nulo tem comprimento igual a zero.

Segmentos opostos tem mesma medida.

Direção e Sentido: dois segmentos orientados, não nulos, têm a mesma direção se suas retas suportes
forem paralelas ou coincidentes. O sentido é dado pela seta.

Segmentos equipolentes: dois segmentos orientados AB e CD são equipolentes quando tem a mesma
direção, o mesmo sentido e o mesmo comprimento. Representamos por AB ~ CD.

Vetor determinado por um segmento orientado AB: é o conjunto de todos os segmentos orientados
equipolentes a AB.
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O vetor determinado por AB é indicado por 𝐴𝐵 ou 𝐵 − 𝐴 ou 𝑣⃗.

→ →
Vetores iguais: 𝐴𝐵 = 𝐶𝐷 se e somente se AB ~ CD.
Vetor nulo: é o vetor de direção e sentido arbitrários. É indicado por ⃗0⃗.
Vetores opostos: se 𝑣⃗ = ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐵 o oposto é ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐵𝐴 = −𝐴𝐵⃗⃗⃗⃗⃗⃗ = −𝑣⃗.
Exemplo:

Módulo de um vetor: é um número não negativo que indica o comprimento de um vetor, indicado por |𝑣⃗|.
Exemplo:

Então, |𝑣⃗| = 4

Vetor unitário: é o vetor de módulo um, ou seja, |𝑣⃗| = 1.

Versor de um vetor não nulo 𝑣⃗, é um vetor unitário de mesma direção e mesmo sentido de 𝑣⃗
𝑣⃗
𝑣𝑒𝑟𝑠 𝑣⃗ =
|𝑣⃗|
Exemplo:

⃗⃗
𝑣 ⃗⃗⃗
𝑤
Então, 𝑣𝑒𝑟𝑠 𝑣⃗ = 3 e 𝑣𝑒𝑟𝑠 𝑤
⃗⃗⃗ = 4

Vetores colineares: são vetores que têm mesma direção, também são chamados de paralelos, indicado por
→ →
𝑢  // 𝑣 .
Exemplo:

Os vetores 𝑢
⃗⃗ e 𝑣⃗ são paralelos e podem ser representados em uma única linha (colinearmente).
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Vetores coplanares: são vetores com imagens geométricas paralelas ao mesmo plano.

▪ Dois vetores são sempre coplanares.


▪ Três vetores podem ou não ser coplanares.

Soma de ponto com vetor: a soma do ponto A com o vetor 𝑣⃗ é o ponto B que é a extremidade da imagem
geométrica de 𝑣⃗ construída a partir de A.

𝐴 + 𝑣⃗ = 𝐵

𝑣⃗ = 𝐵 − 𝐴

→ →
Vetores ortogonais: Se o vetor 𝑢 é ortogonal ao vetor 𝑣 então o ângulo entre os vetores é de 90º. É comum
→ →
chamar esses vetores de perpendiculares, e a notação: 𝑢   ⊥   𝑣 .
15

2.3 OPERAÇÕES COM VETORES

ADIÇÃO DE VETORES _ FORMA GEOMÉTRICA:

Geometricamente a soma de n vetores é feita considerando as imagens geométricas dos vetores de modo
que a extremidade de cada vetor coincida com a origem do vetor seguinte. O vetor resultante é aquele que
fecha a poligonal, tendo por origem a origem do primeiro vetor e extremidade a extremidade do último
vetor.

▪ Regra do triângulo
→ → →
Transporta-se para um ponto 0, o vetor 𝑢 . Transporta-se para a extremidade do vetor 𝑢 o vetor 𝑣 , em
→ →
seguida liga-se a origem de 𝑢 com a extremidade de 𝑣 .

    
v u + v v u +v
 
v v

 
u u u 
u

▪ Regra do paralelogramo
Sejam dois vetores aplicados num ponto P. Da extremidade de cada um deles traçamos uma paralela à reta
suporte do outro. O vetor soma ou resultante é aquele que tem origem em P e extremidade na intersecção
das paralelas.

Se o paralelogramo for um retângulo, a soma dos vetores será definida pelo vetor da diagonal principal.

𝑤
⃗⃗⃗ = 𝑢
⃗⃗ + 𝑣⃗
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▪ Regra do polígono
Sejam os vetores aplicados num ponto P, para obter 𝑣⃗ = 𝑣⃗1 + 𝑣⃗2 + 𝑣⃗2 deve-se marcar um ponto O
arbitrário e transportar os vetores a partir de O e seguir cada um deles na extremidade do anterior,
mantendo suas características (módulo, direção e sentido).

O vetor soma será definido pelo segmento que fechar o polígono, ou seja, o vetor com início em O e
término na extremidade do último vetor.

DIFERENÇA DE VETORES _ FORMA GEOMÉTRICA

→ → → →
A diferença entre os vetores 𝑢 e 𝑣 é o vetor obtido pela soma do vetor 𝑢 com o oposto do vetor 𝑣 ou seja:
→ → → → →
𝑑 = 𝑢 − 𝑣 = 𝑢 + (−𝑣 )

Propriedades:
→ → → →
i) Comutativa: 𝑢 + 𝑣 = 𝑣 + 𝑢
→ → → → → →
ii) Associativa: (𝑢 + 𝑣 ) + 𝑤 = 𝑢 + (𝑣 + 𝑤 )

→ → →
iii) Elemento neutro: 𝑢 + 0 = 𝑢
→ → →
iv) Elemento oposto: 𝑢 + (−𝑢 ) = 0
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MULTIPLICAÇÃO DE NÚMERO REAL (ESCALAR) POR VETOR _ FORMA GEOMÉTRICA

O produto de um número real 𝑘 ≠ 0 por um vetor 𝑣⃗ ≠ ⃗0⃗ é um vetor 𝑘𝑣⃗//𝑣⃗. O vetor 𝑘𝑣⃗ tem mesma
direção de 𝑣⃗.

Observação: O vetor obtido através da multiplicação de um número real por um vetor 𝑣⃗ possui a mesma
direção que o vetor 𝑣⃗, o sentido depende do sinal do número real k, se k > 0 o sentido é o mesmo, se k < 0 o
sentido é contrário a 𝑣⃗.

Propriedades: Para a e b números reais, diferentes de zero:


→ →
i) Associativa: (𝑎𝑏)𝑢 = 𝑎 (𝑏𝑢 )
→ →
ii) Elemento neutro: 1 𝑢 = 𝑢
→ → →
iii) Distributiva em relação à soma de números reais: (𝑎 + 𝑏) 𝑢 = 𝑎𝑢 + 𝑏𝑢
→ → → →
iv) Distributiva em relação à soma de vetores: 𝑎 (𝑢 + 𝑣 ) = 𝑎𝑢 + 𝑎𝑣
→ →
v) 0 𝑢 = 0

COMBINAÇÃO LINEAR DE VETORES

Considere os vetores 𝑣⃗1 , 𝑣⃗2 , … , 𝑣⃗𝑛 e os escalares 𝑘1 , 𝑘2 , … , 𝑘𝑛 . Então, 𝑣⃗ é combinação linear de 𝑣⃗1 , 𝑣⃗2 , … , 𝑣⃗𝑛
quando podemos escrever a forma de:

𝑣⃗ = 𝑘1 𝑣⃗1 + 𝑘2 𝑣⃗2 + ⋯ + 𝑘𝑛 𝑣⃗𝑛


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ÂNGULO ENTRE DOIS VETORES _ FORMA GEOMÉTRICA

O ângulo de dois vetores não nulos é o ângulo 𝜃 formado pelas semiretas OA e OB e tal que 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋.

Observações:
a) Se 𝜃 = 0, os vetores têm a mesma direção e o mesmo sentido.

b) Se 𝜃 = 𝜋, os vetores tem a mesma direção e sentidos contrários.

𝜋
c) Se 𝜃 = os vetores são ortogonais. Indicamos por 𝑢
⃗⃗ ⊥ 𝑣⃗.
2

d) Se 𝑢
⃗⃗ ⊥ 𝑣⃗ e 𝑘 ∈ ℝ, então 𝑢
⃗⃗ ⊥ 𝑘𝑣⃗.
e) O vetor nulo é considerado ortogonal a qualquer vetor.
f) O ângulo formado pelos vetores 𝑢
⃗⃗ 𝑒 − 𝑣⃗ é o suplemento do ângulo de 𝑢
⃗⃗ 𝑒 𝑣⃗.
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CAPÍTULO 3 – VETORES: REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA

3.1 REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA DE VETORES NO PLANO

Até o momento estudamos os vetores sob o ponto de vista geométrico, representando-os por segmentos
de reta orientados. Outra forma de representação é a algébrica, onde os vetores são relacionados com o
referencial cartesiano.

Decomposição de um vetor no plano:

Dados dois vetores 𝑣⃗1 e 𝑣⃗2 não colineares e um vetor 𝑣⃗ coplanar a eles, podemos obter 𝑣⃗ a partir de 𝑣⃗1 e 𝑣⃗2
(basta determinar vetores que tenham a mesma direção de 𝑣⃗1 e 𝑣⃗2 e que somados resultem 𝑣⃗).

𝑣⃗ = 𝑎1 𝑣⃗1 + 𝑎2 𝑣⃗2

▪ 𝑣⃗ é combinação linear de⃗⃗⃗⃗


𝑣1 e 𝑣⃗2 .
▪ O conjunto { 𝑣⃗1 , 𝑣⃗2 } é denominado base no plano. Qualquer conjunto de dois vetores não colineares
forma uma base no plano.
▪ Os números 𝑎1  𝑒 𝑎2 são as componentes ou coordenadas de 𝑣⃗ em relação à base {𝑣⃗1 , 𝑣⃗2 }.

Na prática as bases mais utilizadas são as ortonormais, isto é, as bases compostas por vetores unitários e
ortogonais. Dentre as infinitas bases ortonormais no plano destaca-se a base que determina o sistema
cartesiano ortogonal x0y denominada base canônica. Os vetores unitários e ortogonais são simbolizados
por 𝑖⃗ 𝑒 𝑗⃗, ambos com origem na origem do sistema e extremidades em (1,0) 𝑒 (0,1) respectivamente. Base
canônica {𝑖⃗ , 𝑗⃗}.
20

Decomposição de vetores segundo seu ângulo diretor

Em muitas situações, quando formos resolver problemas de Mecânica ou Eletricidade, necessitamos


decompor vetores em suas componentes segundo os eixos cartesianos. Isto significa, projetar os vetores
nos eixos x e y.
Como exemplo suponha o seguinte problema: determinar a aceleração do bloco no plano inclinado.
Para resolver esse problema necessitamos determinar a força resultante que deve estar na direção do
movimento, assim é necessário decompor as forças que atuam no bloco.

Cálculo das componentes

𝑣𝑥 = 𝑣. 𝑐𝑜𝑠𝛼

𝑣𝑦 = 𝑣. 𝑠𝑒𝑛𝛼

Observações:

• Observe que a resultante de ⃗⃗⃗⃗⃗


𝑣𝑥 𝑒 ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑣𝑦 é 𝑣⃗
• O ângulo  representa a direção do vetor 𝑣⃗

Exemplos: Decomponha a força 𝐹⃗ nos casos a seguir (desenhe), calcule também o módulo das
componentes ⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑥 𝑒 𝐹 𝑦

a) b) y
y

F = 10 N F = 10 N

 = 600  = 450

x x
21

Aplicação em problemas de equilíbrio de partícula

A condição para um ponto material estar em equilíbrio em relação a um referencial é que a resultante das
forças que nele atuam seja nula.

Equações fundamentais da Estática

• ∑ 𝐹𝑥 = 0 (a soma das medidas algébricas das projeções segundo o eixo x vale zero)
• ∑ 𝐹𝑦 = 0 (a soma das medidas algébricas das projeções segundo o eixo y vale zero)

Exemplo 1: Um ornamento de peso 80 N está suspenso por um cordel como indica a figura:

No equilíbrio calcule a intensidade da tração no cordel.

Solução:
a) Desenhar o diagrama do corpo livre. b) Desenhe os vetores projeções.

y
T2 T1y = T2y T1
T2 T1

300 300 300 300


x T2x T1x x

P
P

c) Aplicar a condição de equilíbrio.

∑ 𝐹𝑥 = 0 → 𝑇1𝑥 − 𝑇2𝑥 = 0 → 𝑇1 𝑐𝑜𝑠300 − 𝑇2 𝑐𝑜𝑠300 = 0 → 𝑇1 = 𝑇2

∑ 𝐹𝑦 = 0 → 𝑇1𝑦 + 𝑇2𝑦 = 𝑃 → 𝑇1 𝑠𝑒𝑛300 + 𝑇1 𝑠𝑒𝑛300 = 80 → 2𝑇1 𝑠𝑒𝑛300 = 80 → 𝑇1 = 80 𝑁, logo

𝑇1 = 𝑇2 = 80 𝑁
22

Exemplo 2: Dois homens seguram as extremidades de uma corda leve, flexível e inextensível. No ponto
médio da corda, um corpo A de peso igual a P está suspenso em equilíbrio:

Analise as afirmações como verdadeiras ou falsas e justifique sua resposta.

I) ( ) Se o ângulo  for igual a 300, a tração nos ramos da corda valerá P.


𝑃
II) ( ) A expressão que fornece a tração nas cordas é 𝑇 = .
2𝑠𝑒𝑛 𝜃

III) ( ) A tração nos ramos da corda terá intensidade mínima quando eles estiverem na vertical.

Expressão analítica (ou cartesiana) de um vetor

Fixada uma base, usaremos a canônica, fica estabelecida uma correspondência biunívoca entre os vetores
do plano e os pares ordenados de números reais. A cada vetor do plano podemos associar um par ordenado
de números reais. Os números x e y são as componentes ou coordenadas de 𝑣⃗ na referida base.

𝑣⃗ = 𝑥𝑖⃗ + 𝑦𝑗⃗

𝑣⃗ = (𝑥, 𝑦)

Vetor definido por dois pontos:

Um vetor tem infinitos representantes que são os segmentos orientados de mesma direção, mesmo sentido

e mesmo comprimento. Quando as componentes de um vetor 𝐴𝐵 são calculadas pela diferença 𝐵 − 𝐴,
temos o representante cuja origem está na origem do sistema.
23
→ →
Exemplo: Dados os pontos 𝐴(−2,3), 𝐵(1,4), 𝐶(1,2) e 𝐷(4,3) determinar os vetores 𝐴𝐵  𝑒  𝐶𝐷.


𝐴𝐵 = 𝐵 − 𝐴 = (1,4) − (−2,3) = (3,1)

𝐶𝐷 = 𝐷 − 𝐶 = (4,3) − (1,2) = (3,1)

𝑣⃗ = (3,1)

Igualdade de vetores:

⃗⃗ = (𝑥1 , 𝑦1 ) 𝑒 𝑣⃗ = (𝑥2 , 𝑦2 ) são iguais se e somente se 𝑥1 = 𝑥2  𝑒 𝑦1 = 𝑦2 .


Dois vetores 𝑢

Operações com vetores:

⃗⃗ = (𝑥1 , 𝑦1 ) 𝑒 𝑣⃗ = (𝑥2 , 𝑦2 ) e 𝛼 ∈ ℜ.
Sejam os vetores 𝑢

⃗⃗ + 𝑣⃗ = (𝑥1 + 𝑥2 , 𝑦1 + 𝑦2 )
𝑢

⃗⃗ = (𝛼𝑥1 , 𝛼𝑦1 )
𝛼𝑢

Paralelismo de dois vetores.

⃗⃗ = (𝑥1 , 𝑦1 ) 𝑒 𝑣⃗ = (𝑥2 , 𝑦2 ) são paralelos se existe um número real 𝛼 tal que 𝑢


Dois vetores 𝑢 ⃗⃗ = 𝛼𝑣⃗

(𝑥1 , 𝑦1 )   = 𝛼(𝑥2 , 𝑦2 )

(𝑥1 , 𝑦1 )   = (𝛼𝑥2 , 𝛼 𝑦2 )

𝑥1 = 𝛼𝑥2  𝑒  𝑦1 = 𝛼 𝑦2


𝑥1 𝑦
= 𝑦1 = 𝛼 Dois vetores são paralelos quando suas componentes são proporcionais.
𝑥2 2

Observação 1: Considera-se o vetor nulo paralelo a qualquer vetor.

Observação 2: Se uma das componentes de um vetor for nula, a respectiva componente de um vetor
paralelo também é nula.
24

Módulo de um vetor

Seja 𝑣⃗ = (𝑥, 𝑦) pelo teorema de Pitágoras temos:


y

y P
𝑣⃗ = (𝑥, 𝑦)

v |𝑣⃗|2 = 𝑥 2 + 𝑦 2

|𝑣⃗| = √𝑥 2 + 𝑦 2
O x x

→ →
A distância entre dois pontos 𝐴(𝑥1 , 𝑦1 )  𝑒  𝐵(𝑥2 , 𝑦2 ) é o módulo do vetor 𝐴𝐵 : 𝑑(𝐴, 𝐵) = |𝐴𝐵 |.

Exemplos:

⃗⃗ = (2, −4), 𝑣⃗ = (−5, 1) 𝑒 𝑤


1. Dados os vetores 𝑢 ⃗⃗⃗ = (−12, 6), determinar a e b tais que 𝑤
⃗⃗⃗ = 𝑎𝑢
⃗⃗ + 𝑏𝑣⃗.

1
2. Calcular os valores de a para que o vetor 𝑢
⃗⃗ = (𝑎, 2) seja unitário.
25

3.2 REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA DE VETORES NO ESPAÇO

Decomposição de um vetor no espaço

⃗⃗ representados com origem no ponto O.


A base canônica no espaço é composta pelos vetores 𝑖⃗, 𝑗⃗ 𝑒 𝑘

⃗⃗
𝑣⃗ = 𝑥𝑖⃗ + 𝑦𝑗⃗ + 𝑧𝑘

𝑣⃗ = (𝑥, 𝑦, 𝑧)

Igualdade de vetores:
⃗⃗ = (𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 ) 𝑒 𝑣⃗ = (𝑥2 , 𝑦2 , 𝑧2 ) são iguais se e somente se 𝑥1 = 𝑥2 , 𝑦1 = 𝑦2 𝑒 𝑧1 = 𝑧2
Dois vetores 𝑢

Operações com vetores:


⃗⃗ = (𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 ) 𝑒 𝑣⃗ = (𝑥2 , 𝑦2 , 𝑧2 ) e 𝛼 ∈ ℜ.
Sejam os vetores 𝑢
⃗⃗ + 𝑣⃗ = (𝑥1 + 𝑥2 , 𝑦1 + 𝑦2 , 𝑧1 + 𝑧2 )
𝑢
⃗⃗ = (𝛼𝑥1 , 𝛼𝑦1 , 𝛼𝑧1 )
𝛼𝑢

Paralelismo de dois vetores.

⃗⃗ = (𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 ) 𝑒 𝑣⃗ = (𝑥2 , 𝑦2 , 𝑧2 ) são paralelos se existe um número real 𝛼 tal que 𝑢


Dois vetores 𝑢 ⃗⃗ = 𝛼𝑣⃗

(𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 )   = 𝛼(𝑥2 , 𝑦2 , 𝑧2 )

(𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 )   = (𝛼𝑥2 , 𝛼 𝑦2 , 𝛼𝑧2 )

𝑥1 = 𝛼𝑥2    𝑦1 = 𝛼 𝑦2 𝑧1 = 𝛼𝑧2


𝑥1 𝑦1 𝑧1
= = =𝛼
𝑥2 𝑦2 𝑧2

Dois vetores são paralelos quando suas componentes são proporcionais.


26

Módulo de um vetor

Seja 𝑣⃗ = (𝑥, 𝑦, 𝑧) pelo teorema de Pitágoras temos que |𝑣⃗| = √𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2


A distância entre dois pontos 𝐴(𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 )  𝑒  𝐵(𝑥2 , 𝑦2 , 𝑧2 ) é o módulo do vetor 𝐴𝐵 .

𝑑(𝐴, 𝐵) = |𝐴𝐵 |.

⃗⃗
𝑣
Versor de um vetor 𝑣⃗ ≠ ⃗0⃗ é o vetor unitário 𝑣𝑒𝑟𝑠𝑣⃗ = |𝑣⃗⃗|.

Exemplo:

⃗⃗ = (2,3,1) e 𝑣⃗ = (3, −2,4) no espaço. Determine:


3. Considere os vetores 𝑢

a) 𝑢
⃗⃗ + 𝑣⃗

b) 𝑢
⃗⃗ − 2𝑣⃗

c) Escreva os vetores 𝑢
⃗⃗ + 𝑣⃗ e 𝑢 ⃗⃗
⃗⃗ − 2𝑣⃗ utilizando a notação algébrica 𝑣⃗ = 𝑥𝑖⃗ + 𝑦𝑗⃗ + 𝑧𝑘

d) Determine o versor de 𝑢
⃗⃗ + 𝑣⃗
27

EXERCÍCIOS:

1. A figura abaixo é constituída de nove quadrados congruentes. Decidir se é verdadeira ou falsa cada uma
das afirmações:

→ → → →
𝑎) 𝐴𝐵 = 𝑂𝐹 𝑒) 𝐴𝐵 ⊥ 𝐸𝐺
→ → → →
𝑏) 𝐵𝐶 = 𝑂𝑃 𝑓) 𝑃𝐸 ⊥ 𝐸𝐶
→ → → →
𝑐) 𝐴𝐶 // 𝐻𝐼 𝑔)| 𝐴𝐶 | = | 𝐹𝑃 |
→ → → →
𝑑) 𝐽𝑂 // 𝐿𝐷 ℎ) |𝐼𝐹 | = |𝑀𝐹 |

2. Dado o paralelepípedo a seguir, decidir se é verdadeira ou falsa cada uma das afirmações:

→ →
𝑎) 𝐷𝐻 = 𝐵𝐹
→ →
𝑏) 𝐴𝐵 = − 𝐻𝐺
→ → → →
𝑐) 𝐴𝐵 ⊥ 𝐶𝐺 𝑔) 𝐵𝐺 // 𝐸𝐷
→ → → → →
𝑑) 𝐴𝐹 ⊥ 𝐵𝐶 ℎ)  𝐴𝐵 , 𝐹𝐺 e EG são coplanares
→ → → → →
𝑒) |𝐴𝐶 | = |𝐻𝐹 | 𝑖) 𝐸𝐺 , 𝐶𝐵 e HF são coplanares
→ →
𝑓)| 𝐴𝐺 | = | 𝐷𝐹 |

3. Com base na figura do exercício 1, determinar os vetores abaixo, expressando-os com origem no ponto A.
→ → → →
𝑎) 𝐴𝐶 + 𝐸𝑂 𝑑)  𝐴𝑂 − 𝑂𝐸
→ → → → →
𝑏) 𝐴𝑀 + 𝐵𝐿 𝑒) 𝐿𝑃 + 𝑃𝑁 + 𝑁𝐹
→ → → → →
𝑐) 𝐴𝐾 + 𝐴𝑁 𝑓) 𝐵𝐿 + 𝐵𝑁 + 𝑃𝐵

4. Com base na figura do exercício 2, determinar os vetores abaixo, expressando-os com origem no ponto A.
→ →
𝑎)  𝐴𝐵 + 𝐶𝐺
→ →
𝑏)  𝐵𝐶 + 𝐷𝐸
→ →
𝑐)  𝐵𝐹 + 𝐸𝐻
28

⃗⃗ = (−1,3) 𝑒 𝑣⃗ = (−2, −1), determinar:


5. Dados os pontos 𝐴(2, −2) e 𝐵(−1,4) e os vetores 𝑢
a) |𝑢
⃗⃗|
b) |𝑢
⃗⃗ + 𝑣⃗|
c) |2𝑢⃗⃗ + 3𝑣⃗|
d) d(A,B)

6. Qual o módulo do vetor soma de dois vetores perpendiculares entre si cujos módulos são 5 e 12
unidades?

1 2 1
⃗⃗ = (1,1,1) 𝑒 𝑣⃗ = (
7. Verificar se os vetores 𝑢 ,− , ) são unitários.
√6 √6 √6

8. Determinar o valor de a para que 𝑢


⃗⃗ = (𝑎, −2𝑎, 2𝑎) seja um versor.

9. Dados os pontos 𝐴(1,0, −1), 𝐵(4,2,1) e 𝐶(1,2,0).


⃗⃗⃗⃗⃗⃗ + 𝐵𝐶
Determinar o valor de m para que |𝑣⃗| = 7, sendo 𝑣⃗ = 𝑚𝐴𝐶 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ .

10. Determinar o valor de y para que o triângulo de vértices A(4, y,4), B(10,y,-2) e C(2,0,-4) seja equilátero.


11. Dados os pontos 𝐴(3, 𝑚 − 1, −4) e 𝐵(8,2𝑚 − 1, 𝑚) determinar m de modo que |𝐴𝐵 | = √35.

12. Determinar vetores unitários que satisfaçam as condições dadas:


a) mesma direção e sentido que o vetor →𝑢 = (3,4,1)
b) sentido oposto a →
𝑣 = (2, −1,3)
c) mesma direção e sentido que o vetor de 𝐴(– 1,0,2) até 𝐵(3,1,1).

13. Um carro viajou, ao longo do litoral, indo de Salvador


até Fortaleza.


a) Desenhe, na figura deste exercício, o vetor 𝑑 que
representa o deslocamento do carro.
b) Observe a escala do mapa e determine o módulo do

vetor 𝑑 .

c) Qual a direção do vetor 𝑑 ?
(oriente-se pelos pontos cardeais).

d) Qual o sentido do vetor 𝑑 ?
29

14. Uma pessoa resolve dar um passeio pela cidade e faz o seguinte percurso: sai de casa e anda 2
quarteirões para o norte; logo após dobrar à esquerda ela anda mais 3 quarteirões para oeste, virando a
seguir, novamente à esquerda e andando mais 2 quarteirões para o sul. Sabendo que um quarteirão mede
100m, responda o que se pede.


a) Represente na figura o vetor 𝑑 deslocamento da pessoa.

b) Qual a direção, sentido e o módulo do vetor 𝑑 ?

15. Suponha que uma caixa esteja sendo puxada por uma força de 12,7 𝑁 através de uma corda conforme a
figura. Quais devem ser as componentes da força 𝐹⃗ de forma que a caixa não se mova?

16. Um corpo de peso P encontra-se em equilíbrio, suspenso por três cordas inextensíveis. Observe, na
figura, o esquema das forças T1 e T2, que atuam sobre o nó de junção das cordas, e os respectivos ângulos 
e , que elas formam com o plano horizontal.

Fazendo a decomposição dessas forças, um aluno escreveu o seguinte sistema de equações:


𝑇 𝑐𝑜𝑠𝛽 − 𝑇1 𝑐𝑜𝑠𝛼 = 0
{ 2
𝑇1 𝑠𝑒𝑛𝛼 + 𝑇2 𝑠𝑒𝑛𝛽 = 𝑃

Sabendo que  e  são ângulos complementares, determine a expressão que calcula 𝒄𝒐𝒔𝜷 em função de T1,
T2 e P.
30

RESPOSTAS:

1.a) V b) F c) V d) F e) V f) F g) V h) V
2. a)V b)F c) V d)V e)V f)V g)F h) V i)V
→ → → → → →
3. a)𝐴𝑀 b)𝐴𝐾 c)𝐴𝐻 d)𝐴𝐼 e)𝐴𝐸 f) 0
→ → →
4. 𝑎)  𝐴𝐹 𝑏)  𝐴𝐸 𝑐)  𝐴 𝐻
5.√10, √13, √73, √45
6. 13 un
7. 𝑣⃗ é unitário

8. 𝑎 = ± 1⁄3
13
9. 𝑚 = 3 𝑜𝑢 𝑚 = − 5

10. 𝑦 = ±2
11. 𝑚 = −3 ou 𝑚 = −1
12. a) (3𝑎, 4𝑎, 𝑎), 𝑎 > 0 b) (−2𝑎, 𝑎, −3𝑎), 𝑎 > 0 c) (4𝑎, 𝑎, −𝑎), 𝑎 > 0
13. b) Aproximadamente 769,5 km c) Eixo Norte Sul d) Do Sul para o Norte
14. b) Direção: Eixo Leste-Oeste Sentido: De Leste para Oeste Módulo: 300 metros
→ → →
15. 𝐹 = −10,16 𝑖 − 7,62 𝑗
𝑇1 𝑃
16. cos 𝛽 =
𝑇1 +𝑇22
2
31

CAPÍTULO 4
4.1 TRABALHO REALIZADO POR UMA FORÇA CONSTANTE
Imagine uma caixa se deslocando numa superfície horizontal e que entre outras forças atuantes no corpo,
exista uma força F, de módulo constante, cuja direção seja a mostrada na figura. Observe que a força F não
precisa necessariamente ser a responsável por esse deslocamento.
Embora existam outras forças atuando no corpo que se desloca, iremos nos ocupar, por enquanto com a
ação da força F.

O Trabalho realizado pela força F sobre a caixa é definido como sendo o produto do módulo da
componente da força na direção do deslocamento, pelo módulo do deslocamento:
𝑊 = 𝐹. 𝛥𝑟. 𝑐𝑜𝑠 𝜃
Onde:

• F é o módulo do vetor 𝑭⃗⃗ (força que realiza o trabalho)


• 𝛥𝑟 é o módulo do vetor𝛥𝑟⃗ (deslocamento do corpo enquanto a força F estiver agindo).
•  é o ângulo entre o vetor 𝑭 ⃗⃗ e o vetor 𝛥𝑟⃗

Observações:
• Unidades de medida de Trabalho
Unidade SI: newton-metro ( N.m ) ou joule ( J )
1 J é o trabalho realizado por uma força de módulo 1 N que atua num corpo que se desloca em 1 m.

• Justificativa:
A palavra Trabalho usada para definir esta grandeza
física é consistente com o significado da palavra usada
no cotidiano, pois alguém contribuiu de certa forma
com um “esforço” para realizar o deslocamento.
32

• Sinais do Trabalho
Analisando a equação que define Trabalho, podemos observar que ele pode adquirir valores positivos,
negativos ou nulos, dependendo dos valores e direções de F e 𝛥𝑟⃗.
a) 𝜽 é ângulo agudo:
𝟎 ≤ 𝜽 < 𝟗𝟎𝒐 W>0

b) 𝜽 é ângulo reto:
𝜽 = 𝟗𝟎𝒐 W=0

c) 𝜽 é ângulo obtuso:
𝟗𝟎𝒐 < 𝜽 ≤ 𝟏𝟖𝟎 W<0

Exemplo 1: Considere um ponto de origem no sistema cartesiano (escolha algum ponto que seja
conveniente), determine:

▪ Os vetores F e d
▪ Calcule o trabalho W
a) b) c)

⃗⃗ = (𝑥, 𝑦, 𝑧) vetores
⃗⃗ = ( 𝑎, 𝑏, 𝑐) e 𝒅
Analisando os resultados, podemos calcular o trabalho W, para 𝑭
quaisquer?
33

TRABALHO COMO PRODUTO ESCALAR

Trabalho de uma força constante pode ser definido como sendo o


produto escalar da força pelo deslocamento.

𝑊 = 𝐹. 𝛥𝑟. 𝑐𝑜𝑠 𝜃 = 𝐹⃗ ⋅ 𝛥𝑟⃗

⃗⃗ e o deslocamento entre as posições


Seja a força dada por 𝐹⃗ = 𝐹𝑥 𝑖⃗ + 𝐹𝑦 𝑗⃗ + 𝐹𝑧 𝑘
⃗⃗ e 𝑟⃗𝑓 = 𝑥𝑓 𝑖⃗ + 𝑦𝑓 𝑗⃗ + 𝑧𝑓 𝑘
𝑟⃗𝑖 = 𝑥𝑖 𝑖⃗ + 𝑦𝑖 𝑗⃗ + 𝑧𝑖 𝑘 ⃗⃗.

O trabalho pode então ser calculado da seguinte forma:


𝑊 = 𝐹𝑥 . 𝑥 + 𝐹𝑦 . 𝑦 + 𝐹𝑧 . 𝑧

Exemplo 2: Um corpo sujeito a uma força 𝐹⃗ = −2𝑖⃗ + 3𝑗⃗ + 𝑘 ⃗⃗ atua sobre um corpo num deslocamento entre
⃗⃗ e 𝑟⃗2 = 3𝑖⃗ − 3𝑗⃗ + 5𝑘
as posições 𝑟⃗1 = 2𝑖⃗ − 𝑗⃗ + 3𝑘 ⃗⃗ . O módulo da força é dado em N e o módulo do
deslocamento é medido em metros. Calcular o trabalho realizado nesse deslocamento
34

4.2 PRODUTO ESCALAR


Definição: O produto escalar dos vetores 𝑢
⃗⃗ 𝑒 𝑣⃗, representado por 𝑢
⃗⃗ ∙ 𝑣⃗ 𝑜𝑢 < 𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗ >, é o número real dado
⃗⃗ ∙ 𝑣⃗ = |𝑢
por 𝑢 ⃗⃗ || 𝑣⃗|𝑐𝑜𝑠𝜃 com 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋.
▪ 𝑢
⃗⃗ ∙ 𝑣⃗ > 0, indica que 𝑐𝑜𝑠 𝜃 > 0 ∴ 𝜃 é agudo ou nulo.
▪ 𝑢
⃗⃗ ∙ 𝑣⃗ < 0, indica que 𝑐𝑜𝑠 𝜃 < 0 ∴ 𝜃 é obtuso ou raso.
▪ 𝑢
⃗⃗ ∙ 𝑣⃗ = 0, quando um dos vetores é nulo ou quando os dois vetores são ortogonais.

Propriedades
Para quaisquer vetores 𝑢
⃗⃗ , 𝑣⃗ 𝑒 𝑤
⃗⃗⃗ e o número real 𝛼, valem as propriedades:
I) Comutativa: 𝑢 ⃗⃗ ∙ 𝑣⃗ = 𝑣⃗ ∙ 𝑢
⃗⃗
II) Associativa em relação à multiplicação por escalar: (𝑢 ⃗⃗ ∙ 𝑣⃗) = (𝛼𝑢 ⃗⃗) ∙ 𝑣⃗ = 𝑢⃗⃗ ∙ (𝛼𝑣⃗)
III) ⃗⃗ ∙ (𝑣⃗ + 𝑤
Distributiva em relação à adição de vetores: 𝑢 ⃗⃗⃗) = 𝑢⃗⃗ ∙ 𝑣⃗ + 𝑢⃗⃗ ∙ 𝑤
⃗⃗⃗
2
IV) 𝑢 ⃗⃗ = |𝑢
⃗⃗ ∙ 𝑢 ⃗⃗|
2
V) |𝑢
⃗⃗ ± 𝑣⃗| = |𝑢 ⃗⃗|2 ± 2𝑢⃗⃗ ∙ 𝑣⃗ + |𝑣⃗|2

Expressão analítica do produto escalar

Sejam os vetores 𝑢 ⃗⃗ e 𝑣⃗ = 𝑥2 𝑖⃗ + 𝑦2 𝑗⃗ + 𝑧2 𝑘
⃗⃗ = 𝑥1 𝑖⃗ + 𝑦1 𝑗⃗ + 𝑧1 𝑘 ⃗⃗ , então 𝑢
⃗⃗ ∙ 𝑣⃗ = 𝑥1 𝑥2 + 𝑦1 𝑦2 + 𝑧1 𝑧2

Exemplos:

3. Dados os vetores 𝑢 ⃗⃗ 𝑒 𝑣⃗ = 4𝑖⃗ − 2𝑗⃗ − 𝑘


⃗⃗ = 3𝑖⃗ − 5𝑗⃗ + 8𝑘 ⃗⃗ , calcular 𝑢
⃗⃗ ∙ 𝑣⃗.

→ →
4. Os pontos A, B e C são vértices de um triângulo equilátero cujo lado mede 10 cm. Calcular 𝐴𝐵 ⋅ 𝐴𝐶 .
35

Ângulo entre dois vetores


⃗⃗ ∙ 𝑣
𝑢 ⃗⃗
⃗⃗ ∙ 𝑣⃗ = |𝑢
Da definição 𝑢 ⃗⃗ || 𝑣⃗|𝑐𝑜𝑠𝜃 temos: cos 𝜃 = |𝑢⃗⃗ || 𝑣⃗⃗| , onde 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋

Exemplo 5: Calcular o ângulo entre os vetores 𝑢


⃗⃗ = (1,1,4) e 𝑣⃗ = (−1,2,2).

Ângulos diretores e cossenos diretores de um vetor


⃗⃗
Seja o vetor não nulo 𝑣⃗ = 𝑥𝑖⃗ + 𝑦𝑗⃗ + 𝑧𝑘
⃗⃗.
Ângulos diretores de 𝑣⃗ são os ângulos 𝛼,  𝛽 𝑒𝛾 que 𝑣⃗ forma com os vetores 𝑖⃗, 𝑗⃗ 𝑒 𝑘
Cossenos diretores de 𝑣⃗ são os cossenos de seus ângulos diretores.

𝑣⃗ ∙ 𝑖⃗ (𝑥, 𝑦, 𝑧) ∙ (1,0,0) 𝑥
cos 𝛼 = = =
|𝑣⃗||𝑖⃗| |𝑣⃗| |𝑣⃗|

𝑣⃗ ∙ 𝑗⃗ (𝑥, 𝑦, 𝑧). (0,1,0) 𝑦


cos 𝛽 = = =
|𝑣⃗||𝑗⃗| |𝑣⃗| |𝑣⃗|

⃗⃗
𝑣⃗ ∙ 𝑘 (𝑥, 𝑦, 𝑧). (0,0,1) 𝑧
cos 𝛾 = = =
|𝑣⃗||𝑘⃗⃗ | |𝑣⃗| |𝑣⃗|

Os cossenos diretores de 𝑣⃗ são as componentes do seu versor:


(𝑥,𝑦,𝑧) 𝑥 𝑦 𝑧
𝑣𝑒𝑟𝑠𝑣⃗ = |𝑣
⃗⃗|
= (|𝑣⃗⃗| , |𝑣⃗⃗| , |𝑣⃗⃗|) = (𝑐𝑜𝑠𝛼, 𝑐𝑜𝑠𝛽, 𝑐𝑜𝑠𝛾).

Como o versor é um vetor unitário, temos: 𝑐𝑜𝑠 2 𝛼 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝛽 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝛾 = 1


36

Projeção de um vetor sobre outro

Sejam dois vetores 𝑢


⃗⃗ 𝑒 𝑣⃗ não nulos e 𝜃 o ângulo entre eles.

O vetor 𝑤
⃗⃗⃗ é denominado projeção ortogonal de 𝑢
⃗⃗ sobre 𝑣⃗ e é representado por

⃗⃗∙𝑣
𝑢 ⃗⃗
𝑤 ⃗⃗ =
⃗⃗⃗ = 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑣⃗⃗ 𝑢 𝑣⃗
⃗⃗∙𝑣
𝑣 ⃗⃗

Direção de um vetor no plano:

A direção de um vetor é caracterizada pelo ângulo entre o vetor e o eixo 0x.

F1 = 800 N

𝐹𝑦  = 600
𝑡𝑔𝜃 =
𝐹𝑥
x

𝐹1 é dada pelo ângulo  = 600.


A direção do vetor ⃗⃗⃗⃗

Direção de um vetor no espaço:

Os ângulos diretores são importantes pois caracterizam a direção de um vetor no espaço.

A direção do vetor 𝐹⃗ é dada pelos ângulos diretores ,  e .


37

Exemplo 6: Determine as componentes do vetor 𝐹⃗ .

Resolução:

Dados do problema: 𝛼 = 60°, 𝛾 = 45°, |𝐹⃗ | = 60 𝑁.

Objetivo do problema é encontrar as coordenadas do vetor 𝐹⃗ .

Para isso, pode-se utilizar as relações dos cossenos diretores:

𝑥 1 𝑥
𝑐𝑜𝑠 𝛼 = ⇒ 𝑐𝑜𝑠 60° = = ⇒ 𝑥 = 30
|𝐹⃗ | 2 60

𝑦 𝑦
𝑐𝑜𝑠 𝛽 = ⇒ 𝑐𝑜𝑠 𝛽 = ⇒ 𝑦 = 60 𝑐𝑜𝑠 𝛽
|𝐹⃗ | 60

𝑧 √2 𝑧
𝑐𝑜𝑠 𝛾 = ⇒ 𝑐𝑜𝑠 45° = = ⇒ 𝑧 = 30 √2
|𝐹⃗ | 2 60

Para obter a ordenada desse vetor é necessário encontrar o ângulo diretor 𝛽, ou 𝑐𝑜𝑠 𝛽. Para isso, pode-se
utilizar a relação:

𝑐𝑜𝑠 2 𝛼 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝛽 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝛾 = 1


2
1 2 √2
( ) + 𝑐𝑜𝑠 2 𝛽 + ( ) = 1
2 2

1 1 1
𝑐𝑜𝑠 2 𝛽 = ⇒ 𝑐𝑜𝑠 𝛽 = (𝛽 𝑛𝑜 1º𝑜𝑐𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒) 𝑜𝑢 𝑐𝑜𝑠 𝛽 = − (𝛽 𝑛𝑜 4º𝑜𝑐𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)
4 2 2
1
Avaliando na figura, o ângulo 𝛽 é obtuso, portanto, conclui-se que 𝑐𝑜𝑠 𝛽 = − 2

1
Assim, 𝑦 = 60 𝑐𝑜𝑠 𝛽 = 60. (− 2) = −30.

Logo, as coordenadas do vetor 𝐹⃗ são 𝐹⃗ (30, −30,30 √2 )


38

EXERCÍCIOS
⃗⃗| = 2 , |𝑣⃗| = 3 𝑒 120𝑜 o ângulo entre 𝑢
1. Sendo |𝑢 ⃗⃗ ∙ 𝑣⃗ e |𝑢
⃗⃗ 𝑒 𝑣⃗, calcular 𝑢 ⃗⃗ + 𝑣⃗|.

⃗⃗ = (1, −2,3) 𝑒 𝑣⃗ = (4,5,2) são ortogonais.


2. Verificar se os vetores 𝑢

3. Uma molécula de metano tem quatro átomos de hidrogênio (H) nos pontos
na figura ao lado, e um átomo de carbono (C) na origem.

Determine o ângulo de ligação H-C-H.

4. Determine as componentes do vetor 𝐹⃗ , sabendo que o módulo é F = 200 N, o ângulo diretor do vetor
com o eixo 0x é , o ângulo diretor do vetor com o eixo 0y é β = 600 e o ângulo diretor do vetor com o eixo
0z é  = 450.

5. Calcular os ângulos diretores de 𝑣⃗ = (1, −1,0).

⃗⃗ = (1,2, −3) na direção de 𝑣⃗ = (2,1, −2).


6. Determinar o vetor projeção de 𝑢

7. Dados os pontos 𝐴(1,3), 𝐵(2, −2), 𝐶(1,1) e 𝐷(7, −1), faça o que se pede:
a) Encontre os vetores 𝑢⃗⃗ = ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐵𝐴 e 𝑣⃗ = ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐶𝐷.
b) Verifique se esses vetores são ortogonais.
⃗⃗⃗ = ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
c) O vetor 𝑤 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ? Justifique sua resposta.
𝐷𝐵 forma um ângulo agudo com o vetor 𝑧⃗ = 𝐵𝐶
39

⃗⃗. 𝑣⃗ = |𝑢
8. Como 𝑢 ⃗⃗||𝑣⃗| cos(𝜃), |𝑢
⃗⃗| e |𝑣⃗| são valores positivos, se
a) 𝑢
⃗⃗. 𝑣⃗ = positivo ⇒ 𝜃 é um ângulo _____________ pois está no ______ quadrante.
b) 𝑢
⃗⃗. 𝑣⃗ = 0 ⇒ 𝜃 é um ângulo _____________ que é a _____________ de ortogonalidade.
c) 𝑢
⃗⃗. 𝑣⃗ = negativo ⇒ 𝜃 é um ângulo _____________ pois está no ______ quadrante.

9. Dadas as coordenadas dos pontos a seguir – que são vértices de um triângulo – determine se o ângulo no
vértice 𝐵 é agudo, reto ou obtuso.

⃗⃗ = 𝑥𝑖̂ − 𝑗̂ + 3𝑘̂ e 𝑣⃗ = (𝑥, 𝑥, −2):


10. Dados os vetores 𝑢
a) Quais devem ser os valores de 𝑥 para que esses vetores sejam ortogonais?
b) Qual condição que 𝑥 deve obedecer para que o ângulo entre esses vetores seja obtuso?
40

Respostas:

1. −3 𝑒 √7

2. São ortogonais
1
3. 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 (− 3) = 109,47º

⃗⃗
4. 𝐹⃗ = 100𝑖⃗ + 100𝑗⃗ + 100√2 𝑘

5. 45∘ ,  135∘ ,  90∘


20 10 20
6. 𝑤
⃗⃗⃗ = ( 9 , , − 9 ).
9

⃗⃗ = (−1,5), 𝑣⃗ = (6, −2)


7. a) 𝑢 b) Não c) Agudo

8. a) agudo / 1º b) Reto / condição c) Obtuso/ 2º

9. Agudo

10. a) tem duas soluções: x = 3 ou x = -2. b) -2 < x < 3


41

CAPÍTULO 5 – DETERMINANTES
5.1 DETERMINANTES
Determinante é um número real associado a uma matriz quadrada.
Notação: det A ou |A|.

Determinante de uma Matriz Quadrada de 1ª Ordem.

Seja a matriz A = (a11). O determinante de A será o próprio elemento a11.

Exemplo: A = ( 3 ) , logo | A | = 3

Determinante de uma Matriz Quadrada de 2ª Ordem.

O determinante associado à matriz A é o número real obtido pela diferença entre o produto dos elementos
da diagonal principal e o produto dos elementos da diagonal secundária trocando o sinal.

a a12  𝑎11 𝑎12


A =  11  → det 𝐴 = |𝑎 𝑎22 | = 𝑎11 . 𝑎22 − 𝑎12 . 𝑎21
a 21 a 22  21

2 −1
Exemplo: Calcule o determinante da matriz 𝐴 = [ ]
3 4

det (𝐴) =2.4 – 3(-1) = 11

Determinante de uma Matriz Quadrada de 3ª Ordem.

Regra de Sarrus - Dada uma matriz A quadrada de ordem três, repete-se à direita, a 1a e a 2a colunas,
multiplicando os elementos seguindo cada diagonal, observando sempre o sinal, como no esquema:

−1 2 3
Exemplo: Calcule o determinante da matriz 𝐴 = [ 2 1 5]
−3 1 4
−1 2 3
det(A) = | 2 1 5| = −4 − 30 + 6 + 9 + 5 − 16 = −30
−3 1 4
42

5.2 PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES


a) Se uma matriz A tem uma linha ou uma coluna nula, então: det(A) = 0

1 0 1 2
| |=0 | |=0
3 0 0 0

b) Se duas linhas ou colunas da matriz A são iguais ou proporcionais então: det(A) = 0


1 2 1 2
| |=2–2=0 | |=4–4=0
1 2 2 4

c) Se uma matriz B é obtida de uma matriz A trocando-se duas linhas ou colunas de A, então: det(B)=–det(A)

1 2 2 1
| | = 4 – 6 = -2 | |=6–4=2
3 4 4 3

d) Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Se na matriz A uma linha (ou coluna) é uma combinação linear
das demais linhas (ou colunas), então: det(A) = 0
1 2 1
𝐴 = [2 1 −1] = 0 pois L3 = 2L1 + L2
4 5 1

e) Se a matriz A é uma matriz triangular superior (ou inferior), então o determinante da matriz A é igual o
produto dos elementos da diagonal principal, ou seja: det(A) = a11 . a22 . a33 . . . ann

−1 0 0
𝐴=[ 2 1 0] = (- 1).1.4 = - 4
−3 1 4

5.3 COFATOR
Dada uma matriz A de ordem n, chama-se cofator de aij e indica-se Aij o número real obtido multiplicando-
se (-1)i+j pelo determinante da matriz que se obtém da matriz A, excluindo-se a linha i e a coluna j.

1 3 0
Dada da matriz 𝐴 = [ 0 5 0 ], calcule os cofatores A13, A23 e A33:
−1 2 −2
0 5
𝐴13 = (−1)1+3 . | | = +5
−1 2
1 3
𝐴23 = (−1)2+3 . | | = −(2 + 3) = −5
−1 2
1 3
𝐴33 = (−1)3+3 . | | = +5
0 5
43

5.4 TEOREMA DE LAPLACE

O determinante de uma matriz quadrada A é o número real obtido através da soma dos produtos dos
elementos de uma linha (ou uma coluna), pelos seus respectivos cofatores.

Se tomar a coluna 3 temos: 𝑑𝑒𝑡 𝐴 = 𝑎13 . 𝐴13 + 𝑎23 . 𝐴23 + 𝑎33 . 𝐴33

Se tomar a linha 3 temos: 𝑑𝑒𝑡 𝐴 = 𝑎31 . 𝐴31 + 𝑎32 . 𝐴32 + 𝑎33 . 𝐴33

Observação: Pode ser escolhida qualquer linha ou coluna.

1 3 0
Exemplo: Dada da matriz 𝐴 = [ 0 5 0 ], calcule det A pelo teorema de Laplace:
−1 2 −2
Aproveitando os cofatores calculados do exemplo anterior: 𝑑𝑒𝑡 𝐴 = 𝑎13 . 𝐴13 + 𝑎23 . 𝐴23 + 𝑎33 . 𝐴33

0 5 1 3 1 3
det A = 0.(-1)1+3 | | + 0.(-1)2+3 | |+ (-2)(-1)3+3 | |
−1 2 −1 2 0 5

det A = - 2.5 = - 10

Exemplos:

−1 2 3
1. Calcule o determinante da matriz 𝐴 = [ 2 1 5], pelo teorema de Laplace.
−3 1 4
Resolução:
1 5 2 5 2 1
det A = (-1).(-1)1+1 | | + 2.(-1)1+2 | |+ (3)(-1)1+3 | |
1 4 −3 4 −3 1

det A = - 30

1 𝑎 𝑏
2. Calcule o determinante da matriz A = | 𝑐 2 3|, por regra de Sarrus e teorema de Laplace.
𝑑 4 5
Resposta: -2 + 3ad + 4cb – 2bd – 5ac
44
45

CAPÍTULO 5 – PRODUTO VETORIAL


5.5 PRODUTO VETORIAL
Em determinados problemas de Estática é necessário impor as condições de equilíbrio a uma estrutura, por
exemplo uma viga bi apoiada.

Nesta situação, as condições de equilíbrio são ∑ 𝐹 = 0 , ou seja, a soma das forças deve ser zero; e ∑ 𝑀 =
0, ou seja, a soma dos momentos deve ser zero. No cálculo dos momentos vamos operar com duas
grandezas vetoriais: força e vetor posição, e devemos obter como resultado o vetor momento.

Portanto, é necessário definir um produto entre dois vetores cujo resultado da operação seja um vetor.

Definição: Dados os vetores 𝑢 ⃗⃗ e 𝑣⃗ = 𝑥2 𝑖⃗ + 𝑦2 𝑗⃗ + 𝑧2 𝑘


⃗⃗ = 𝑥1 𝑖⃗ + 𝑦1 𝑗⃗ + 𝑧1 𝑘 ⃗⃗ tomados nessa ordem, chama-se
produto vetorial ou externo dos vetores 𝑢 ⃗⃗ 𝑒 𝑣⃗ e se representa por 𝑢 ⃗⃗ × 𝑣⃗ ou 𝑢
⃗⃗ ∧ 𝑣⃗ ao vetor:

𝑖⃗ 𝑗⃗ ⃗⃗
𝑘
𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗ = |𝑥1 𝑦1 𝑧1 |
𝑥2 𝑦2 𝑧2
46

Exemplos

1. Dados os vetores 𝑢 ⃗⃗  𝑒 𝑣⃗ = 𝑖⃗ + 𝑘


⃗⃗ = 5𝑖⃗ + 4𝑗⃗ + 3𝑘 ⃗⃗ , calcular 𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗ 𝑒 𝑣⃗ × 𝑢
⃗⃗.

2. Calcular o |𝑢
⃗⃗|, conhecendo-se |𝑢 ⃗⃗ 𝑒 𝑣⃗ é 𝑑𝑒 450 .
⃗⃗ × 𝑣⃗| = 4√2, |𝑣⃗| = 2 e o ângulo entre 𝑢

Propriedades do produto vetorial:

i) 𝑢 ⃗⃗ = ⃗0⃗, qualquer que seja 𝑢


⃗⃗ × 𝑢 ⃗⃗.

ii) 𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗ = −𝑣⃗ × 𝑢
⃗⃗.

iii) 𝑢
⃗⃗ × (𝑣⃗ + 𝑤
⃗⃗⃗) = 𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗ + 𝑢
⃗⃗ × 𝑤
⃗⃗⃗.

iv) (𝑚𝑢
⃗⃗) × 𝑣⃗ = 𝑚(𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗), para m escalar.

⃗⃗ × 𝑣⃗ = ⃗0⃗ se, e só se, um dos vetores é nulo ou se 𝑢


v) 𝑢 ⃗⃗ e 𝑣⃗ são colineares.

vi) 𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗ é ortogonal simultaneamente aos vetores 𝑢
⃗⃗ e 𝑣⃗.

vii) Identidade de Lagrange → |𝑢


⃗⃗ × 𝑣⃗|2 = |𝑢
⃗⃗|2 |𝑣⃗|2 − (𝑢
⃗⃗. 𝑣⃗)2 .

⃗⃗ ≠ ⃗0⃗, 𝑣⃗ ≠ ⃗0⃗ 𝑒 se 𝜃 é o ângulo dos vetores 𝑢


viii) Se 𝑢 ⃗⃗ e 𝑣⃗ é |𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗| = |𝑢
⃗⃗||𝑣⃗|𝑠𝑒𝑛𝜃

ix) O produto vetorial não é associativo. Em geral, 𝑢


⃗⃗ × (𝑣⃗ × 𝑤
⃗⃗⃗) ≠ (𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗) × 𝑤
⃗⃗⃗
47

Interpretação geométrica do módulo produto vetorial

Geometricamente, o módulo do produto vetorial dos vetores 𝑢


⃗⃗𝑒𝑣⃗ indica a área do paralelogramo ABCD,
determinado pelos vetores 𝑢
⃗⃗ 𝑒 𝑣⃗.

𝐴 = 𝑏. ℎ
h
𝐴 = |𝑢
⃗⃗|. ℎ
 𝐴 = |𝑢
⃗⃗||𝑣⃗|𝑠𝑒𝑛𝜃

𝐴 = |𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗|

Área do paralelogramo é 𝐴𝑝 = |𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗|

⃗⃗
Produto vetorial dos versores 𝑖⃗, ⃗⃗𝑗 𝑒 𝑘

⃗⃗ , nesta ordem representam o triedro positivo.


Em particular, os versores 𝑖⃗, ⃗⃗𝑗 𝑒 𝑘

Na prática, pode-se utilizar o esquema circular para calcular o produto externo


entre dois desses versores, no qual o resultado é o versor faltante, cujo sinal é
positivo se for sentido anti-horário e negativo se for sentido horário.

Exemplo:
→ → →
𝑖 ×𝑗 =𝑘
→ → →
𝑖 × 𝑘 = −𝑗
→ → →
𝑘 × 𝑗 = −𝑖

Sentido: Regra da mão direita

A regra da mão direita para o produto vetorial


48

Exemplos:

3. Determinar um vetor unitário simultaneamente ortogonal aos vetores 𝑢


⃗⃗ = (2, −6,3) 𝑒 𝑣⃗ = (4,3,1).

4. Sejam os vetores 𝑢
⃗⃗ = (3,1, −1) 𝑒 𝑣⃗ = (𝑎, 0,2). Calcular o valor de a para que a área do paralelogramo
determinado por 𝑢
⃗⃗ 𝑒 𝑣⃗ seja igual a 2√6.

5. Calcular a área do triângulo de vértices 𝐴(1, −2,1), 𝐵(2, −1,4) e 𝐶(−1, −3,3).
49

Aplicação à física: Torque

O torque é a ação de uma força sobre um corpo pode resultar em tendência à rotação em vez de
translação. Na figura a seguir o corpo pode girar em torno do ponto O. Uma força 𝐹⃗ , deslocada de O,
produz um efeito de rotação.

É facilmente perceptível na prática que o efeito será tanto mais intenso quanto maior a intensidade da
força 𝐹⃗ e/ou a distância de 𝐹⃗ ao ponto O. Então, uma grandeza que pode relacionar o fato é dada pelo
produto vetorial da força 𝑟⃗ pelo vetor 𝐹⃗ .

𝑖 𝑗 𝑘
𝜏⃗ = | 𝑟𝑥 𝑟𝑦 𝑟𝑧 |
𝐹𝑥 𝐹𝑦 𝐹𝑧

Exemplo 6: Uma força de 𝐹⃗ = 2𝑖⃗ + 3𝑗⃗ N for aplicada a um corpo que pode girar ao redor de um eixo fixo
alinhado com o eixo de coordenadas z. Se a força é aplicada no ponto 𝑟⃗ = 4𝑖⃗ + 5𝑗⃗ m, determine:

a) O módulo do momento resultante ao redor do eixo z.

b) Direção do vetor torque.


50
51

CAPÍTULO 6 – PRODUTO MISTO


6.1 PRODUTO MISTO:

⃗⃗ = (𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 ) 𝑒 𝑣⃗ = (𝑥2 , 𝑦2 , 𝑧2 ) 𝑒 𝑤
Definição: O produto misto dos vetores 𝑢 ⃗⃗⃗ = (𝑥3 , 𝑦3 , 𝑧3 ), nesta ordem,

representado por (𝑢 ⃗⃗⃗) 𝑜𝑢 [𝑢


⃗⃗, 𝑣⃗, 𝑤 ⃗⃗, 𝑣⃗, 𝑤
⃗⃗⃗] é o número real 𝑢 ⃗⃗ ∙ (𝑣⃗ × ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑤).
𝑥1 𝑦1 𝑧1
(𝑢 ⃗⃗⃗) = |𝑥2 𝑦2 𝑧2 |
⃗⃗, 𝑣⃗, 𝑤
𝑥3 𝑦3 𝑧3
⃗⃗ = (−2,1,2),  𝑣⃗ = (1, −1,1) 𝑒 𝑤
Exemplo 1: Dados os vetores 𝑢 ⃗⃗⃗ = (1,1,1). Calcular:
a) (𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗, 𝑤
⃗⃗⃗) b) (𝑤
⃗⃗⃗, 𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗) c) (𝑣⃗, 𝑢
⃗⃗, 𝑤
⃗⃗⃗).

Propriedades do produto misto


I) Nulidade: (𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗, 𝑤
⃗⃗⃗) = 0 quando:
▪ um vetor é nulo,
▪ dois vetores são paralelos,
▪ três vetores são coplanares.
II) Cíclica: O produto misto independe da ordem circular dos vetores:
(𝑢 ⃗⃗⃗) = (𝑣⃗, 𝑤
⃗⃗, 𝑣⃗, 𝑤 ⃗⃗) = (𝑤
⃗⃗⃗, 𝑢 ⃗⃗⃗, 𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗)

Porém, muda de sinal quando trocamos a posição de dois vetores consecutivos: (𝑢


⃗⃗, 𝑣⃗, 𝑤
⃗⃗⃗) = −(𝑣⃗, 𝑢
⃗⃗, 𝑤
⃗⃗⃗).
III) Associativa em relação à multiplicação por número real
𝑚(𝑢 ⃗⃗⃗) = (𝑚𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗, 𝑤 ⃗⃗⃗) = (𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗, 𝑤 ⃗⃗⃗) = (𝑢
⃗⃗, 𝑚𝑣⃗, 𝑤 ⃗⃗, 𝑣⃗, 𝑚𝑤
⃗⃗⃗)

Observação: O produto vetorial e o produto misto não são definidos no IR2.


52

Exemplos:

⃗⃗ = (3, −1,4),  𝑣⃗ = (1,0, −1) 𝑒 𝑤


2. Calcule o produto misto dos vetores 𝑢 ⃗⃗⃗ = (2, −1,0).

3. Verifique se os vetores 𝑢 ⃗⃗ = (3, −1,4),  𝑣⃗ = (1,0, −1) 𝑒 𝑤


⃗⃗⃗ = (2, −1,0) são coplanares, justifique sua
resposta. Utilize o resultado obtido no item anterior.

4. Verifique se os pontos 𝐴(1,2,4), 𝐵(−1,0, −2), 𝐶(0,2,2) e 𝐷(−2,1, −3) estão no mesmo plano.
53

Interpretação geométrica do produto misto

Geometricamente, o produto misto 𝑢 ⃗⃗. (𝑣⃗𝑥𝑤) é igual, em módulo, ao volume do paralelepípedo de arestas
⃗⃗ = 𝐴̄𝐷
determinadas pelos vetores 𝑢 ⃗⃗, 𝑣⃗ = 𝐴̄𝐵⃗⃗ 𝑒 𝑤
⃗⃗⃗ = 𝐴̄𝐶⃗.

Volume do paralelepípedo → VP

Volume do tetraedro é 1/6 do volume do paralelepípedo.


54

EXERCÍCIOS

1. Determine um vetor 𝑤 ⃗⃗ = −𝑖̂ + 3𝑗̂ − 𝑘̂ e 𝑣⃗ = 𝑖̂ + 4𝑗̂ + 2𝑘̂.


⃗⃗⃗ que seja simultaneamente ortogonal a 𝑢

⃗⃗ ) × (𝑖⃗ × 𝑗⃗)
2. Efetuar: (𝑖⃗ × 𝑘

3. Dados os vetores 𝑢
⃗⃗ = (2, −1,1), 𝑣⃗ = (1, −1,0) e 𝑤
⃗⃗⃗ = (−1,2,2), calcular:

a) 𝑤
⃗⃗⃗ × 𝑣⃗

b) 𝑤
⃗⃗⃗ − 𝑢
⃗⃗

c) (𝑢
⃗⃗ + 𝑣⃗) × (𝑢
⃗⃗ − 𝑣⃗)

d) (𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗) ∙ (𝑢
⃗⃗ × 𝑣⃗)

4. Determinar o vetor unitário 𝑤


⃗⃗⃗, ortogonal aos vetores 𝑢
⃗⃗ = (2,3, −1) e 𝑣⃗ = (1,1,2).

5. Determinar um vetor concomitantemente perpendicular aos vetores 𝑢


⃗⃗ + 𝑣⃗ 𝑒 2𝑣⃗ − 𝑢
⃗⃗, sendo 𝑢
⃗⃗ = 𝑖⃗ + 𝑗⃗ e
⃗⃗ .
𝑣⃗ = 2𝑖⃗ − 𝑘

6. Sabendo que |𝑎⃗| = 3, |𝑏⃗⃗| = 3 e 450 é o ângulo entre os vetores, calcular |𝑎⃗ × 𝑏⃗⃗|

7. Mostrar que o quadrilátero cujos vértices são os pontos 𝐴(1, −2,3), 𝐵(4,3, −1), 𝐶(5,7, −3) e 𝐷(2,2,1) é
um paralelogramo e calcular sua área.

8. Calcular a área do triângulo de vértices 𝐴(−1,0,2), 𝐵(−4,1,1) e 𝐶(0,1,3).

9. Achar um vetor 𝑥⃗, sabendo-se que ele é perpendicular aos vetores 𝑎⃗ = (2, −3,1) 𝑒 𝑏⃗⃗ = (1, −2,3) e que
⃗⃗ ) = 10
satisfaz à condição 𝑥⃗ ∙ (𝑖⃗ + 2𝑗⃗ − 7𝑘

10. Calcular a altura relativa ao vértice B do triângulo de vértices 𝐴(2,4,0), 𝐵(0,2,4) e 𝐶(6,0,2).
55

11. Determinar 𝑣⃗ ortogonal ao eixo dos y e 𝑢


⃗⃗ = 𝑣⃗ × 𝑤
⃗⃗⃗, sendo 𝑢
⃗⃗ = (1,1, −1) e 𝑤
⃗⃗⃗ = (2, −1,1).

12. Dados os vetores 𝑢


⃗⃗ = (1, −1,0), 𝑣⃗ = (0,0,2) e 𝑤
⃗⃗⃗ = (2, −3,0) pede-se determinar o vetor 𝑥⃗ paralelo ao
vetor 𝑤
⃗⃗⃗ e que satisfaz à condição: 𝑣⃗ = 𝑥⃗ × 𝑢
⃗⃗

13. Determine o torque da força 𝐹⃗ em relação ao ponto O, ou seja, 𝑀


⃗⃗⃗ = ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑂 × 𝐹⃗ . Expresse o resultado
como um vetor cartesiano.

14. Os pontos 𝐴(1,0,3), 𝐵(0,5,7) e 𝐶(−1,2,1) são coplanares? Justifique.

15. Verifique se os vetores: 𝑢


⃗⃗ = (3, −1,2), 𝑣⃗ = (1,2,1) e 𝑤
⃗⃗⃗ = (−2,3,4) são coplanares.

16. Verificar se os pontos 𝐴(1,1,1), 𝐵(−2, −1, −3), 𝐶(0,2, −2) e 𝐷(−1,0, −2) são coplanares.

17. Dados os vetores 𝑢 ⃗⃗ , 𝑣⃗ = −3𝑖⃗ − 5𝑗⃗ + 8𝑘


⃗⃗ = 3𝑖⃗ − 2𝑗⃗ + 6𝑘 ⃗⃗ 𝑒 𝑤 ⃗⃗ , calcular:
⃗⃗⃗ = 𝑖⃗ + 𝑘

a) A área do paralelogramo sobre 𝑢


⃗⃗ 𝑒 𝑣⃗.
b) O volume do paralelepípedo construído sobre 𝑢
⃗⃗, 𝑣⃗ 𝑒 𝑤
⃗⃗⃗.
c) A altura do paralelepípedo em relação a base que contém os vetores 𝑢
⃗⃗ 𝑒 𝑣⃗.
d) O volume do tetraedro correspondente.

18. Dados os vetores 𝑎⃗, 𝑏⃗⃗ 𝑒 𝑐⃗ que formam um triedro positivo e são perpendiculares. Calcular (𝑎⃗, 𝑏⃗⃗ , 𝑐⃗) se
|𝑎⃗| = 4, |𝑏⃗⃗| = 2, |𝑐⃗| = 3 e o ângulo entre (𝑎⃗ × 𝑏⃗⃗) 𝑒 𝑐⃗ é igual a 0°.

19. Calcular o volume do tetraedro ABCD, sendo 𝐴(1,2,1), 𝐵(0,1,5), 𝐶(−1,2,1) e 𝐷(2,1,3).
56

Respostas

1. 𝑤 ⃗⃗
⃗⃗⃗ = 10𝑖⃗ + 𝑗⃗ − 7𝑘
2. −𝑖⃗
3. a) (2, 2, -1) b) (-3, 3, 1) c) (-2, -2, 2) d) 3
7 −1 −1
4. 𝑤
⃗⃗⃗ = ± (5√3 , , )
√3 5√3

5. (- 3, 3, -6)
9√2
6. 2

7. √89
8. √6
9. 𝑥⃗ = (7,5,1)
10√2
10. 3

11. 𝑣⃗ = (1,0,1)
12. 𝑥⃗ = (4, −6,0)
⃗⃗
⃗⃗⃗ = 260𝑖⃗ + 180𝑗⃗ + 510𝑘
13. 𝑀
14. Sim
15. Não
16. Sim
1 7
17. a) 49 b) 7 c) 7 d) 6

18. 24

2
19. 3
57

CAPÍTULO 07 – FUNÇÃO REAL DE VARIÁVEL REAL


O conceito de funções é um dos mais importantes em Matemática, e seu conhecimento impulsionou o
desenvolvimento tecnológico em quase todas as áreas.
As funções estão presentes em todas as atividades, mesmo que não se tenha consciência disso. Por
exemplo, o valor da conta de luz depende da quantidade de energia gasta, a dose de remédio que é dada a
uma criança depende do seu peso, o valor par a fazer cópias de um material depende do número de páginas
copiadas. Usando funções, também se estuda o crescimento de bactérias, o movimento dos astros, a variação
da temperatura da Terra etc. A noção de função permite, enfim, descrever e analisar relações de dependência
entre variáveis.
No mundo empresarial, como não poderia deixar de ser, as funções também se fazem presentes, em
qualquer uma das áreas funcionais da empresa.
Na área de Marketing, por exemplo, tem-se que a demanda por um determinado produto é função do
seu preço de venda, ou da qualidade, ou da intensidade de propaganda que se faça, ou da combinação destes
fatores.
Na área de Gestão de Pessoas, pode-se dizer que o salário de um executivo é função da sua formação
acadêmica, da sua experiência profissional e do seu desempenho frente à direção da empresa, ou ainda, da
combinação destes fatores.
Na área de Produção, estudos comprovam que a produtividade dos empregados de uma linha de
produção é função da remuneração, da motivação e do programa de treinamento, ou seja, da política de
gestão de pessoas adotada pela empresa.

7.1 DEFINIÇÃO
Seja F uma relação de um conjunto A e B  IR sobre um conjunto B tal que para todo x  A corresponder um
único y  B, então esta relação denomina-se função.

Notação: 𝐹: 𝐴 ® 𝐵 ou 𝑓: 𝐴 ® 𝐵 tal que 𝑦 = 𝑓(𝑥) lê-se “y é função de x”

x ® variável independente
y ® variável dependente

A é o conjunto denominado domínio e B é o conjunto denominado de contradomínio.


58

REPRESENTAÇÃO DE UMA FUNÇÃO:

Uma função pode ser representada de:

• Forma gráfica: diagrama de flechas ou gráfico;

• Forma numérica: tabela;

• Forma verbal: Descrevendo o fenômeno.

Exemplo: Uma formiga se move sobre uma régua em linha reta na direção crescente dos centímetros,
com velocidade constante de 2 cm por segundo. Supondo que, quando começamos a observar a
formiga, ela se encontra a 4 cm da origem, onde ela estará após 5 segundos?

• Forma algébrica: equações.

Exemplo: 𝑦 = 𝑓(𝑥) = 1 − √𝑥
59

Exemplo: Indique quais dos seguintes diagramas de flechas correspondem a uma função:

Não é função, pois todos os elementos de A devem ter um correspondente


em B, e o terceiro elemento de A, não tem correspondente em B.

Não é função, pois cada elemento de A deve ter um único correspondente


em B, e o segundo elemento de A tem dois correspondentes em B.

É função, pois cada elemento de A tem um único correspondente em B.

FUNÇÕES NA FORMA IMPLÍCITA E EXPLÍCITA

Exemplo: Decidir se a equação 𝑥 + 𝑦 = 1 define y como função de x.

Isolando a variável dependente temos: 𝑦 = 1 − 𝑥, logo, y é uma função de x.

Denomina-se 𝑥 + 𝑦 = 1 como equação na forma implícita e 𝑦 = 1 − 𝑥 na forma explícita.

Exemplo: Decidir se a equação 𝑥 2 + 𝑦 2 = 4 define y como função de x.

Isolando a variável dependente temos: 𝑦² = 4 − 𝑥², logo, y não é uma função de x.

Neste caso, essa equação só tem forma implícita.


60

CONJUNTOS NUMÉRICOS

A noção de conjunto numérico é bastante simples e


fundamental na Matemática. A partir dos conceitos sobre
conjuntos podemos expressar todos os conceitos
matemáticos, em especial, conceitos relacionados as
funções, domínio e imagem.

A ilustração a seguir, resume todos os conjuntos numéricos


que são abordados pelo conjunto dos reais:

Inteiros Inteiros Fracionários Dizimas não Raízes


Positivos Negativos Dízimas periódicas periódicas Negativas

N -Naturais

Z - Inteiros

Q - Racionais I - Irracionais

R - Reais i imaginários

C - Complexos

INTERVALOS REAIS

Intervalo significa que o conjunto possui cada número real entre dois extremos indicados, seja
numericamente ou geometricamente. Não é possível representar subconjuntos ou conjuntos que não
sejam reais (ou contidos nos reais) pela notação de intervalo.

Observação: A notação de intervalo será utilizada para expressar domínio e imagem das funções.
61

Um intervalo é aberto quando seus extremos não estão incluídos:

]𝑎, 𝑏[= (𝑎, 𝑏) = {𝑥 ∈ ℝ; 𝑎 < 𝑥 < 𝑏}

O intervalo também é aberto quando indicamos apenas um dos extremos e o outro é infinito:

]𝑎, +∞[= (𝑎, ∞) = {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 > 𝑎}

] − ∞, 𝑎[= (−∞, 𝑎) = {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 < 𝑎}

Toda ocasião em que um extremo for uma infinidade de elementos, este sempre será um extremo aberto.

Um intervalo fechado é aquele em que seus extremos são incluídos:

[𝑎, 𝑏] = {𝑥 ∈ ℝ; 𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏}

Um intervalo é semiaberto quando um de seus extremos são incluídos, ou seja:


[𝑎, 𝑏[= [𝑎, 𝑏) = {𝑥 ∈ ℝ; 𝑎 ≤ 𝑥 < 𝑏}

]𝑎, 𝑏] = (𝑎, 𝑏] = {𝑥 ∈ ℝ; 𝑎 < 𝑥 ≤ 𝑏}

E também com extremos ao infinito:

[𝑎, +∞[= [𝑎, +∞) = {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 ≥ 𝑎}

] − ∞, 𝑎] = (∞, 𝑎] = {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 < 𝑎}
62

Resumindo:
63

7.2 DOMÍNIO E IMAGEM DE UMA FUNÇÃO

DEFINIÇÃO DE DOMÍNIO: Seja 𝐹: 𝐴 ® 𝐵, o domínio de F é o conjunto A que para todo 𝑥  𝐴 deve figurar um
único par (𝑥, 𝑦) de F; ou seja, esse campo de existência de uma função é o conjunto de valores de 𝑥 para os
quais a função é definida ou existe, isto é, possui valor finito e real.

Notação: 𝐷(𝑓)

Exemplo: Analise o domínio das seguintes funções:

Nomenclatura Função Domínio

Polinomial 𝑦 = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + ⋯ + 𝑎2 𝑥 2 + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ}
𝑓(𝑥)
Racional 𝑦= 𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ/𝑔(𝑥) ≠ 0}
𝑔(𝑥)
𝑃𝐴𝑅
𝑦= √𝑓(𝑥) 𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ/𝑓(𝑥) ≥ 0}
Irracional
𝐼𝑀𝑃𝐴𝑅
𝑦= √𝑓(𝑥) 𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ}

Logarítmica 𝑦 = log 𝑎 𝑓(𝑥) 𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ/𝑓(𝑥) > 0}

𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ}

Trigonométrica 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ}


𝜋
𝑦 = 𝑡𝑔 𝑥 𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ/𝑥 ≠ (2𝑛 + 1) , 𝑛 ∈ ℤ}
2
Exponencial 𝑦 = 𝑎𝑥 𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ}
64

Exemplo: Determine o domínio das seguintes funções:


3
𝑎) 𝑦 = √𝑥² + 1
Nesse caso, analise que não existe nenhuma restrição de domínio, pois o índice da raiz é ímpar.
𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ}

3𝑥 + 1
𝑏) 𝑦 =
𝑥² − 5𝑥 + 4
Nesse caso, analise que o denominador deve ser diferente de zero, portanto, devemos excluir as raízes
de 𝑥 2 − 5𝑥 + 4 no domínio da função.
𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ/𝑥 ≠ 4 𝑒 𝑥 ≠ 1}

𝑐) 𝑦 = √𝑥² − 9
Nesse caso, analise que o radicando deve ser positivo por se tratar de uma raiz quadrada. Portanto,
devemos realizar o estudo do sinal da função 𝑥 2 − 9, e determinar apenas o intervalo no qual o
radicando tem sinal positivo.
𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ / 𝑥 ≤ −3 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 3} ou ]−∞, −3] ∪ [3, ∞[

O domínio também pode ser analisado através do gráfico da função, é o conjunto de todas as abscissas dos
pontos do gráfico:

Exemplo: Determine o domínio da função a seguir, a partir do gráfico:

𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ/−5 ≤ 𝑥 ≤ 10}


65

DEFINIÇÃO DE CONTRADOMÍNIO: Seja 𝑓: 𝐴 ® 𝐵, o contradomínio de 𝑓 é o conjunto 𝐵.

Notação: 𝐶𝐷(𝑓)

DEFINIÇÃO DE IMAGEM: A imagem de 𝑓 é o conjunto dos 𝑦  𝐵 que estão relacionados por 𝑓, é denotado
por 𝐼𝑚(𝑓). A imagem de uma função é o conjunto de todas as ordenadas dos pontos do gráfico.

Notação: 𝐼𝑚(𝑓)

Para determinar a imagem de uma função é necessário conhecer as características da função ou o seu gráfico.

Exemplo: Determine a imagem da função 𝑦 = 𝑥 2 − 2𝑥 + 1.

Conhecemos a função, é a função quadrática cujo gráfico é uma parábola com concavidade para cima. Além
disso, tem vértice no ponto 𝑉(1,0), ou seja, o gráfico com assume valor mínimo em 𝑦 = 0 e não tem valor
máximo definido.

Portanto, 𝐼𝑚(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ/𝑥 ≥ 0}

Exemplo: Determine a imagem da função a seguir, a partir do gráfico:

𝐼𝑚(𝑓) = {𝑥 ∈ ℝ/−1 ≤ 𝑥 ≤ 8}
66

7.3 CARACTERÍSTICAS DAS FUNÇÕES:

FUNÇÃO CRESCENTE: Seja f uma função definida em um intervalo I.

A função 𝑓 é crescente em I se 𝑓(𝑥1 ) < 𝑓(𝑥2 ) sempre que 𝑥1 < 𝑥2 , para todo 𝑥1 , 𝑥2  𝐼.

FUNÇÃO DECRESCENTE: Seja f uma função definida em um intervalo I.

A função 𝑓 é decrescente em I se 𝑓(𝑥1 ) > 𝑓(𝑥2 ) sempre que 𝑥1 < 𝑥2 , para todo 𝑥1 , 𝑥2  𝐼.

FUNÇÕES CRESCENTES/DECRESCENTES: São funções que seu crescimento ou decrescimento depende do


intervalo analisado.

Exemplo: 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥
𝜋
0 < 𝑥 < → 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒
2
𝜋
< 𝑥 < 𝜋 → 𝑑𝑒𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒
2
3𝜋
𝜋<𝑥< → 𝑑𝑒𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒
2
3𝜋
{ 2 < 𝑥 < 2𝜋 → 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒

Obs.: Funções que só crescem ou só decrescem são chamadas de estritamente crescentes e estritamente
decrescentes ou monótonas.
67

FUNÇÃO PAR: Uma função 𝑓: ℝ ® ℝ é par se: 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥), é também simétrica em relação ao eixo 0y.

Exemplo: 𝑦 = 𝑥 2

FUNÇÃO ÍMPAR: Uma função 𝑓: ℝ ® ℝ é ímpar se: 𝑓(−𝑥) = − 𝑓(𝑥), é também simétrica em relação à
origem.

Exemplo: 𝑦 = 𝑥 3
y

Obs.: Existem funções que não são pares nem ímpares:


y
Exemplo: 𝑦 = √𝑥

x
68

FUNÇÃO INJETORA: Uma função 𝑓: 𝐴 ® 𝐵 é injetora se dado 𝑥1  𝑥2 ® 𝑓(𝑥1 )  𝑓(𝑥2 )

Seja uma função 𝑓: ℝ® ℝ, tem-se, graficamente que: Se 𝑓 é injetora, toda reta horizontal que intercepta o
gráfico de 𝑓 o faz em um único ponto.

FUNÇÃO SOBREJETORA: Uma função 𝑓: 𝐴 ® 𝐵 é sobrejetora se 𝐶𝐷(𝑓) = 𝐼𝑚(𝑓)

FUNÇÃO BIJETORA: Uma função 𝑓: 𝐴 ® 𝐵 é bijetora se for injetora e sobrejetora ao mesmo tempo.
69

COMPOSIÇÃO DE FUNÇÕES: Dadas as funções 𝑓: 𝐴 ® 𝐵 e 𝑔: 𝐵 ® 𝐶. A função composta de 𝑔 em 𝑓, denotada


por: 𝑔 ∘ 𝑓 = 𝑔(𝑓(𝑥)) e 𝑓 ∘ 𝑔 = 𝑓(𝑔(𝑥)), define-se também e 𝑓 ∘ 𝑓 = 𝑓(𝑓(𝑥)).

Para existir 𝑔 ∘ 𝑓 é necessário que: 𝐼𝑚(𝑓) 𝐷(𝑔)

Exemplo: Determinar 𝑓 ∘ 𝑔 e 𝑔 ∘ 𝑓, sendo 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 – 𝑥 − 2 e 𝑔(𝑥) = 1 – 2𝑥

Solução:

𝑓 ∘ 𝑔 = 𝑓(𝑔(𝑥)) = (1 − 2𝑥)2 – (1 − 2𝑥) − 2 = 4𝑥 2 – 2𝑥 – 2

𝑔 ∘ 𝑓 = 𝑔(𝑓(𝑥)) = 1 − 2(𝑥 2 − 𝑥 − 2) = −2𝑥 2 + 2𝑥 + 5

Exemplo: Dadas as funções 𝑓(𝑥) = 4𝑥 + 5 e 𝑔(𝑥) = 2𝑥 − 𝑚, 𝑔(𝑓(𝑥)) = 𝑓(𝑔(𝑥)) se e somente se 𝑚 for


igual a:

Solução:

𝑔(𝑓(𝑥)) = 𝑓(𝑔(𝑥))

8𝑥 + 10 – 𝑚 = 8𝑥 – 4𝑚 + 5

5
𝑚=−
3
70

FUNÇÃO INVERSA: Uma função 𝑓: 𝐴 ® 𝐵, admite 𝑓 −1 : 𝐵 ®𝐴 como inversa se, e só se, 𝑓 for bijetora.

Exemplo: A função 𝑓: 𝐴 ® 𝐵, dada por 𝑓(𝑥) = 2𝑥 – 1, com 𝐴 = {1,2,3} e 𝐵 = {1,3,5}, está representado
pelo diagrama:

Sua inversa 𝑓 −1 ∶ 𝐵 ® 𝐴 pode ser obtida pela simples inversão dos elementos de cada par ordenado.
Assim:

Para determinarmos a fórmula da inversa, troca-se y por x e isola-se y.

𝑥+1
Exemplo: Seja a função 𝑦 = , determine sua função inversa.
2
Solução:
𝑦+1
𝑥= ® 2𝑥 = 𝑦 + 1 ® 𝑦 = 2𝑥 − 1
2
𝑓 −1 (𝑥) = 2𝑥 – 1

2𝑥−1 2𝑥−1
Exemplo: Determine a função inversa da função 𝑓(𝑥) = ®𝑦 =
𝑥−3 𝑥−3

Solução:
2𝑦−1
𝑥= 𝑦−3
® 𝑥𝑦 – 3𝑥 = 2𝑦 – 1 ® 𝑥𝑦 – 2𝑦 = − 1 + 3𝑥

𝑦(𝑥 – 2) = −1 + 3𝑥
−1 + 3𝑥
𝑦=
𝑥−2
71

7.4 CLASSIFICAÇÃO DAS FUNÇÕES

As funções são classificadas em grandes grupos:

A) Funções Algébricas Elementares: são aquelas cujas variáveis são operações algébricas elementares.

• Funções Algébricas Racionais


a) Inteiras
® 𝑓(𝑥) = 𝑥 𝑛 , onde 𝑛 ∈ ℕ

b) Fracionárias
® 𝑓(𝑥) = 𝑥 𝑛 , onde 𝑛 ∈ ℤ

• Funções Algébricas Irracionais


® 𝑓(𝑥) = 𝑥 𝑎 , onde 𝑎 ∈ ℚ

B) Funções Transcendentes: São funções cujas variáveis estão sujeitas às operações da trigonometria, da
exponenciação e de logaritmos.

• Funções trigonométricas circulares


® 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥, 𝑦 = 𝑡𝑔 2𝑥, 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 (2𝑥 + 1)

• Funções exponenciais
1 𝑥
® 𝑦 = 2𝑥 , 𝑦 = 𝑒 𝑥 , 𝑦 = (2)

• Funções logarítmicas
® 𝑦 = ln 𝑥 , 𝑦 = log 𝑥

C) Outras funções

® 𝑦 = |𝑥|, 𝑦 = [𝑥]
72

7.5 FUNÇÕES ALGÉBRICAS

As Funções Algébricas Elementares são aquelas cujas variáveis são operações algébricas elementares e
podem ser classificadas da seguinte maneira:

• Funções Algébricas Racionais


a) Inteiras
® 𝑓(𝑥) = 𝑥 𝑛 , onde 𝑛 ∈ ℕ

Exemplos:
® 𝑦 = 𝑥 2 + 3𝑥
®𝑦 = 𝑥 + 1
® 𝑦 = 𝑥3

b) Fracionárias
® 𝑓(𝑥) = 𝑥 𝑛 , onde 𝑛 ∈ ℤ

Exemplo:
1
® 𝑓(𝑥) = 𝑥 2+1

• Funções Algébricas Irracionais


® 𝑓(𝑥) = 𝑥 𝑎 , onde 𝑎 ∈ ℚ

Exemplo:
® 𝑦 = √3 − 2𝑥 + √4 − 𝑥 + √4 − 𝑥 2
3

FUNÇÃO DO 10 GRAU:

Uma função do primeiro grau tem a forma: 𝑦 = 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏. Seu gráfico é uma reta no qual:
• 𝑎 é a inclinação (coeficiente angular), ou taxa de variação de y em relação a x.
𝑎 = 𝑡𝑔 
Essa inclinação determina o comportamento da função:
▪ Reta crescente ® 𝑎 > 0
▪ Reta decrescente ® 𝑎 < 0
• 𝑏 é a interseção vertical (coeficiente linear), ou o valor de 𝑦 quando 𝑥 = 0.
y

Se 𝑏 ≠ 0 o gráfico representa uma função afim.

f(x) = 0 ( 
Raiz O x
Se 𝑏 = 0, a função é denominada função linear, e o gráfico passa pela origem:
y

y = ax

Se a função for 𝑦 = 𝑓(𝑥) = 𝑏, a função é denominada de função constante.


x
73

FUNÇÃO DO 20 GRAU:

Em geral, uma função quadrática ou polinomial do segundo grau é expressa da seguinte forma:

𝑦 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐, com 𝑎  0, 𝑏, 𝑐 ℝ

A representação geométrica de uma função do 2º grau é dada por uma parábola, que de acordo com o sinal
do 𝑎, pode ser concava para cima ou para baixo.

−𝑏 −𝛥
Coordenadas do vértice ® ( 2𝑎 , 4𝑎 )

As raízes da função do 20 grau são os pontos onde a parábola intercepta o eixo x. Dependendo do valor do
discriminante  podemos ter as seguintes situações gráficas:

 > 0 ® a função possui duas raízes reais e distintas. A parábola intercepta o eixo x em dois pontos.

 = 0 ® a função possui duas raízes reais e iguais. A parábola tangencia o eixo x.

 < 0 ® a função não possui raízes reais. A parábola não intercepta o eixo x.
74

FUNÇÃO POTÊNCIA:

Em geral uma função potência tem a forma 𝑓(𝑥) = 𝑘 𝑥 𝑝 onde k e p são constantes quaisquer.

• Toda potência ímpar é estritamente crescente e simétrica em relação à origem.


• Toda potência par é decrescente e depois crescente e simétrica em relação ao eixo y.

Exemplo: Potência inteira negativa p = -1 é denominada de FUNÇÃO RECÍPROCA

1
𝑦= 𝑜𝑢 𝑦 = 𝑥 −1
𝑥

Domínio ® 𝑥  0
Imagem ® 𝑦  0

Exemplo: Potência inteira negativa p = - 2

1
𝑦= 2
𝑜𝑢 𝑦 = 𝑥 −2
𝑥

Domínio ® 𝑥  0
Imagem ® 𝑦 > 0
75

Exemplo: Potência fracionária e positiva p = ½

1
𝑦 = 𝑥 2 𝑜𝑢 𝑦 = √𝑥

Domínio ® 𝑥 ³ 0
Imagem ® 𝑦 ³ 0

Exemplo: Potência fracionária e positiva p = 1/3

1
3
𝑦 = 𝑥 3 𝑜𝑢 𝑦 = √𝑥

Domínio ® ℝ 33
Imagem ® ℝ

Exemplo: Potência inteira positiva p = 3 é denominada de FUNÇÃO CÚBICA

𝑦 =𝑥 3

Domínio ® ℝ
Imagem ® ℝ x
76

EXERCÍCIOS:

1. Determine se cada um dos gráficos abaixo representa uma função, justificando sua resposta:

a) b) c) d)

2. De acordo com o gráfico de uma função f dado pelo gráfico ao


lado, determine, para o domínio especificado:

a) os valores de f(–1), f(2) e f(3);


b) aponte no gráfico os pontos nos quais f(x) = –0,5;
c) aponte o intervalo no gráfico dos pontos nos quais f(x) < –1;
d) os intervalos em que f é crescente;
e) os pontos de máximo e mínimo local de f e os valores da função
nesses pontos;
f) qual é a imagem de f.

3. Dadas as funções a seguir calcule o que se pede para cada uma delas:
3
√𝑥
a) 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 +1 , 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓(1)
2𝑥+1
b) 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 +𝑥−2 , 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓( )
2𝑥+1
c) 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 +𝑥−2 , 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓( )
√2𝑥 2 +3𝑥
d) 𝑓(𝑥) = , 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓( )
𝑥+1
𝑥 2 −𝑎2
e) 𝑓(𝑥) = , 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓(𝑎)
𝑥−𝑎
2
f) 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 𝑥 − 1 , 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓(𝑓(𝑥))
𝑓(𝑥+∆𝑥)−𝑓(𝑥)
g) 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 2𝑥 + 1 , 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓(𝑥) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥
2 𝑓(𝑥+∆𝑥)−𝑓(𝑥)
h) 𝑓(𝑥) = 𝑥 − 2𝑥 + 1 , 𝑐𝑎𝑙𝑐𝑢𝑙𝑒 𝑓(𝑥 + 1) sabendo que 𝑓(𝑥) = lim
∆𝑥→0 ∆𝑥

𝑓(𝑎+ℎ)−𝑓(𝑎)
4. Se 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 2𝑥 + 3, encontre o quociente da diferença dado por .

5
5. Encontre o domínio da função 𝑓(𝑥) = (3𝑥−1)

4
6. Um balão esférico com raio r polegadas tem volume 3 𝜋𝑟 3 . Encontre uma função que represente a
quantidade de ar necessária para inflar o balão de um raio de r polegadas para um raio de r + 1 polegada.
77

𝑓(2+ℎ)−𝑓(2)
7. Se 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 , calcule e simplifique sua resposta.

2
8. Seja 𝑓(𝑥) = { 1 − 𝑥 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 0 :
2𝑥 + 1 𝑠𝑒 𝑥 > 0

a) Calcule 𝑓(−2)
b) Calcule 𝑓(1)
c) Esboce o gráfico de 𝑓(𝑥)

Respostas:
1. a e c

2. a) f(–1)=-1, f(2)=1 e f(3)=-1 d) (-1; 0,5) e (3; 3,5)


e) Mínimo local em (-1; -1,5) e (3; -2) e máximo local em (0,5; 1,5) e (3,5; 0,5) f) [-2; 1,5]
2

2 +1 2 +1 2 +3
3. a) ½ b) 2 c) 2 d) e) ∄ f) 𝑥 4 + 3𝑥 3 − 𝑥 + 1
+ −2 + −2 +1
g) lim 2𝑥 + ∆𝑥 − 2 h) lim 2𝑥 + ∆𝑥
∆𝑥→0 ∆𝑥→0
y
4. 2𝑎 + ℎ − 2 

5. D(f) = IR – {1/3}

4 3 2
6. 𝑉 = 3 𝜋 (𝑟 + 3𝑟 + 3𝑟 + 1)

2
7. ℎ + 6ℎ + 12

8. a) -3 b) 3 c)

− − − − −     

−

−

−
78

7.6 MODELAGEM MATEMÁTICA


A modelagem matemática é a área do conhecimento que estuda a simulação de sistemas reais a fim de prever
o comportamento deles, sendo empregada em diversos campos de estudo, tais como física, química, biologia,
economia e engenharias. Ou seja, modelagem matemática consiste na arte (ou tentativa) de descrever
matematicamente um fenômeno.
Baseado nas funções que foram estudadas até o momento, podemos descrever alguns comportamentos
observados:
▪ Situações que se tem crescimento ou decrescimento constante, ou seja, taxa de variação constante,
então, se aplica uma função afim.
▪ Situações que se tem valores na imagem inversamente proporcionais a variável independente, então,
se aplica uma função recíproca

Exemplos:
1) A Lei de Boyle descreve o comportamento do volume dos gases em relação a pressão exercida, na qual:
𝐶
𝑉=
𝑃
Onde V é o volume, C é a constante e P é a pressão.

Isso significa que se dobrarmos a pressão exercida por um gás, em um


sistema fechado, o volume irá diminuir pela metade. Se diminuirmos a
pressão pela metade, o volume ocupado pelo gás será o dobro.

2) Um reservatório está perdendo água. A quantidade Q (em milhões de litros) de água no reservatório é
dada pela função Q(t) = 260 - 4t, onde t (em dias) conta o tempo decorrido desde o início do mês.

a) Quanta água havia no reservatório no início do mês?


𝑄(0) = 260 – 4.0 = 260 milhões de litro

b) Qual é a taxa de variação da quantidade de água por dia?


Taxa de variação é de 4 milhões de litros

c) Determine o zero da função e explique o seu significado no contexto do problema.


𝑄(𝑡) = 260 − 4𝑡 = 0 ® 4𝑡 = 260 ® 𝑡 = 260/4 = 65 dias
Significa que em 65 dias o reservatório estará vazio.
79

3) Em uma partida de futebol ocorre um gol cuja trajetória da bola descreve uma parábola. Supondo que esta
trajetória esteja representada no gráfico abaixo, onde h representa a altura, em metros, e t, em segundos,
indica o tempo transcorrido após o chute:

a) Escreva a equação dessa trajetória;

A equação é uma parábola, portanto, ℎ(𝑡) = 𝑎𝑡² + 𝑏𝑡 + 𝑐.


Sabendo que o gráfico parte da origem, o valor de 𝑐 = 0.
Assumindo que em 𝑡 = 1 𝑠 a altura ℎ = 5 𝑚 e em 𝑡 = 6 𝑠 a altura será ℎ = 0 𝑚, podemos substituir na
expressão:
ℎ(1) = 𝑎. 12 + 𝑏. 1 + 0 = 5 ® 𝑎 + 𝑏 = 5
ℎ(6) = 𝑎. 62 + 𝑏. 6 + 0 = 0 ® 36𝑎 + 6𝑏 = 0
Isolando o valor de b, temos 𝑏 = − 6 𝑎
Resolvendo o sistema 𝑎 – 6𝑎 = −5 𝑎 = 5 ® 𝑎 = −1 e 𝑏 = 6
Logo, ℎ(𝑡) = − 𝑡² + 6𝑡

b) Calcule em quantos segundos a bola atinge a sua altura máxima;

Nesse caso, precisamos obter o x do vértice.


𝑏 6
𝑥𝑣 = − ® 𝑥𝑣 = − = 3𝑠
2𝑎 −2
A altura máxima será atingida em 3 segundos.

c) Calcule a altura máxima atingida pela bola.

Nesse caso, precisamos obter o y do vértice.


∆ 36
𝑦𝑣 = − ®∆ = 36 ® 𝑦𝑣 = − = 9𝑚
4𝑎 −4
A altura máxima atingida pela bola será de 9 metros.
80

EXERCÍCIOS

1. Um plano de telefone celular tem uma taxa de US$ 35 mensais. O plano inclui 400 minutos gratuitos e
taxa de 10 centavos para cada minuto adicional utilizado. Expresse o custo mensal C como uma função
do número n de minutos utilizados.

2. Deve-se construir uma caixa de base retangular, com uma folha de cartolina de 40 cm de largura e 52 cm
de comprimento, retirando-se um quadrado de cada canto da cartolina (de lado x) e dobrando-se
perpendicularmente os lados resultantes. Determine a função que representa o volume V desta caixa em
função do valor x.

3. Um recipiente cilíndrico, aberto em cima, deve ter capacidade de 375π cm 3. O custo do material usado
para a base do recipiente é de 15 centavos o cm2 e o custo do material usado para a parte curva é de 5
centavos por cm2. Determine a função que determina o custo do material para a construção deste
recipiente em função do raio do recipiente.

4. Uma rede de água potável ligará uma central de abastecimento situada à


margem de um rio de 900 m de largura a um conjunto habitacional situado
na outra margem do rio, 2000 m abaixo da central. O custo da obra através
do rio é de R$ 600,00 por metro, enquanto, em terra custa R$ 300,00.
Determine a função que expressa o custo da obra em termos de x.

5. Um terreno retangular tem área de 200 m² e deve ser cercado da seguinte maneira: dois lados opostos
devem receber uma cerca reforçada que custa R$ 300,00 o metro, e os dois lados restantes recebem uma
cerca padrão de R$ 200,00 o metro.
a) Qual a função que expressa o custo total de cerca deste terreno?
b) Se o custo, além de envolver as cercas, também envolver plantação de grama, custando R$ 4,00 o
metro quadrado de grama, qual será o custo considerando a cerca e a grama?

6. Uma janela tem a forma de retângulo com um semicírculo em cima, como mostra a
figura. Considerando que o perímetro da janela é de 6 metros. Achar a função que
descreve a área da janela, em função da medida x.

7. Um departamento de estradas de rodagem está planejando fazer uma área de descanso para motoristas,
à beira de uma rodovia movimentada. O terreno deve ser retangular, com uma área de 400 m² e deve ser
cercado nos lados que não dão para a rodovia. Determine a função que determina o comprimento da
cerca em função de um dos seus lados.

8. Um galpão deve ser construído tendo uma área retangular de 12100 m². A prefeitura exige que exista um
espaço livre de 25m na frente, 20m atrás e 12m em cada lado. Determine a função que determina a área
necessária para a construção deste galpão em relação ao lado x0.
81

9. Deve-se construir um tanque para armazenamento de gás propano em


forma de cilindro circular reto com dois hemisférios nas extremidades. O
custo do metro quadrado dos hemisférios é o dobro do custo da parte
cilíndrica, que custa R$ 11,00 por m². Determine a função que expresse:
a. A área lateral (parte cilíndrica) do tanque.
b. A área de superfície das calotas (hemisférios) do tanque.
c. O volume do tanque.
d. O custo de construção do tanque em função do raio, sabendo que o tanque deve ter capacidade de
100 π m³.

Respostas:

35, 𝑠𝑒 𝑛 ≤ 400
1. 𝐶(𝑛) = {
35 + 0,1(𝑛 − 400), 𝑠𝑒 𝑛 > 400

2. 𝑉(𝑥) = 2080𝑥 − 184𝑥 2 + 4𝑥³


𝜋
3. 𝐶(𝑅) = 0,15𝑅 2 𝜋 + 37,5 𝑅

4. 𝐶(𝑥) = 600√𝑥 2 + 810000 + 60000 − 300𝑥


80000
5. a) 𝐶(𝑥) = 600𝑥 + 𝑥

80000
b) 𝐶(𝑥) = 600𝑥 + + 800
𝑥

𝜋𝑥²
6. 𝐴(𝑥) = 6𝑥 − 2𝑥 2 − 2

400
7. 𝐶(𝑥) = 2𝑥 + 𝑥

290400+13180𝑥+45𝑥² 544500+13180𝑥+24𝑥²
8. 𝐴(𝑥) = ou 𝐴(𝑥) =
𝑥 𝑥

9. a) 𝐴𝑙𝑎𝑡𝑒𝑟𝑎𝑙 = 2𝜋𝑅ℎ

b) 𝐴𝑐𝑎𝑙𝑜𝑡𝑎 = 4𝜋𝑅²
4
c) 𝑉 = 𝜋𝑅 2 ℎ + 𝜋𝑅 3
3

2200 242
d) 𝐶(𝑅) = 𝜋+ 𝜋𝑅²
𝑅 3
82

7.7 TRANSFORMAÇÕES NOS GRÁFICOS DAS FUNÇÕES

O objetivo é basear-se no conhecimento do gráfico de uma função bastante simples, descobrir os gráficos de
outras funções, que resultam da aplicação de uma transformação.

Conhecendo a função 𝑓(𝑥), seguem as possíveis transformações que podem ser realizadas:

▪ Translação de função na direção horizontal (eixo x)

Para fazer o gráfico da função 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥 − 𝑎) , desloca-se o gráfico 𝑓(𝑥) a unidades para a direita,
deslocamento horizontal.

Se a for negativo, o gráfico deve ser deslocado para a esquerda.

▪ Translação de função na direção vertical (eixo y)

Para fazer o gráfico da função 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥) + ℎ , desloca-se o gráfico 𝑓(𝑥) h unidades para cima,
deslocamento vertical.

Se h for negativo, o gráfico deve ser deslocado para baixo.


83

▪ Espelhamento horizontal (no eixo x)

Para fazer o gráfico da função 𝑔(𝑥) = −𝑓(𝑥) , espelha-se o gráfico 𝑓(𝑥) em relação ao eixo x,
espelhamento horizontal.

▪ Espelhamento vertical (no eixo y)

Para fazer o gráfico da função 𝑔(𝑥) = 𝑓(−𝑥) , espelha-se o gráfico 𝑓(𝑥) em relação ao eixo y,
espelhamento vertical.

▪ Expansão ou contração estritamente na horizontal

𝑎
Para fazer o gráfico da função 𝑔(𝑥) = 𝑓 (𝑏 𝑥) , faz-se uma expansão horizontal do gráfico de 𝑓(𝑥) para
𝑎 𝑎
0 < 𝑏 < 1, ou uma contração horizontal do gráfico de 𝑓(𝑥) para > 1.
𝑏
84

▪ Expansão ou contração estritamente na vertical

𝑎
Para fazer o gráfico da função 𝑔(𝑥) = 𝑓 (𝑏 𝑥) , faz-se uma contração vertical do gráfico de 𝑓(𝑥) para
𝑎 𝑎
0 < 𝑏 < 1, ou uma expansão vertical do gráfico de 𝑓(𝑥) para > 1.
𝑏

Fonte : http://mecanismos.net.br/transformacoes-no-grafico-de-funcoes/

▪ Módulo da função

Para fazer o gráfico da função 𝑔(𝑥) = |𝑓(𝑥)| , espelha-se o gráfico 𝑓(𝑥) em relação ao eixo x, apenas
para os pontos cuja imagem é negativa.

Exemplo: 𝑓(𝑥) = |𝑥 2 − 4𝑥 + 3|
Entre os pontos 1 e 3, o sinal é negativo. Portanto, faz-se o gráfico da função quadrática, refletindo o
gráfico entre os pontos 1 e 3.
85

Exemplo 1: Considere a função original a seguir, analise o comportamento das transformações propostas

Função Gráfico

𝑦 = 𝑓(𝑥)

Função original:
𝑓(𝑥) = −0,2(𝑥 + 1)(𝑥 − 2)(𝑥 − 5)
A função original está com a cor vermelha.

𝑦 = 𝑓(𝑥) + 1

Translação de 1 unidade na direção do eixo y

𝑦 = 𝑓(𝑥 + 1)

Translação de -1 unidade na direção do eixo x


86

𝑦 = 0,5𝑓(𝑥)

Expansão ou contração segundo o fator 0,5 na direção do eixo y

3
𝑦 = 𝑓 ( 𝑥)
2

Expansão ou contração segundo o fator 3/2 na direção do eixo x

𝑦 = −𝑓(𝑥)

Reflexão em relação ao eixo x


87

𝑦 = 𝑓(−𝑥)

Reflexão em relação ao eixo y

𝑦 = |𝑓(𝑥)|

Mantêm-se os pontos de ordenada positiva ou nula e os demais são


obtidos dos pontos de ordenada negativa por uma reflexão do eixo x

Exemplo 2: Verifique como esses parâmetros podem afetar o gráfico das funções trigonométricas através
do link:

https://www.geogebra.org/m/Bbzfry8U

Exemplo 3: Quais são as transformações que devem ser feitas no gráfico de 𝑦 = 𝑥² para obter o gráfico de:

a) 𝑦 = 𝑥 2 + 1

b) 𝑦 = (𝑥 − 5)2

c) 𝑦 = 𝑥 2 − 2𝑥 + 3
88

EXERCÍCIO
1) Utilizando das transformações apresentadas anteriormente, esboce os gráficos de:

a) 𝑓(𝑥) = 𝑥 2

𝑦 = 𝑓(𝑥) − 1

𝑦 = 𝑓(2𝑥)

𝑦 = |𝑓(𝑥) − 1|

b) 𝑓(𝑥) = √𝑥

𝑦 = 𝑓(𝑥) + 1

𝑦 = 2𝑓(𝑥)

𝑦 = −𝑓(𝑥)

1
c) 𝑓(𝑥) = 𝑥

𝑦 = 𝑓(𝑥 − 1)

𝑦 = 𝑓(𝑥) + 1

𝑦 = 𝑓(−𝑥)

d) 𝑓(𝑥) = 𝑥 3

𝑦 = 𝑓(𝑥 + 1)

1
𝑦 = 𝑓 ( 𝑥)
2
1
𝑦= 𝑓(𝑥)
2

Utilize a calculadora gráfica do Geogebra online, link: https://www.geogebra.org/graphing?lang=pt, e avalie


se os gráficos que você obteve estão corretos.
89

CAPÍTULO 08 – LIMITES
1. Considere uma região quadrada de área 1, a seguir.

Etapa 1: Colorir a metade do quadrado e calcular a área colorida.

A1 =

Etapa 2: Da metade do que ficou sem pintar, colorir a metade e calcular a área total colorida.

A2 =

Etapa 3: Da parte que ficou sem pintar, colorir a metade e calcular a área total colorida.

A3 =

Se continuarmos as etapas até um número n infinitamente grande, a área total colorida será 1 unidade de
área? Justifique.
90

2. Para cada função a seguir, faça o que se pede:


i. Determine o domínio.
ii. Se possível, calcule 𝑓(2).
iii. Atribuindo valores para x próximos de 2, verifique de qual valor f(x) se aproxima.

𝑥2 − 4 1
Funções 𝑓1 (𝑥) = 𝑥 + 2 𝑓2 (𝑥) = 𝑓3 (𝑥) =
𝑥−2 𝑥−2
i Domínio ℝ ℝ − {2} ℝ − {2}
ii 𝑓(2) 4 ∄ ∄
𝑓(1) 3 3 -1
𝑓(1,9) 3,9 3,9 -10
𝑓(1,99) 3,99 3,99 -100
𝑓(1,999)
iii. Cálculo da função

3,999 3,999 -1000


𝑓(1,9999) 3,9999 3,9999 -10000
...
𝑓(2,0001) 4,0001 4,0001 10000
𝑓(2,001) 4,001 4,001 1000
𝑓(2,01) 4,01 4,01 100
𝑓(2,1) 4,1 4,1 10
𝑓(3) 5 5 1

iv. Analise, a partir do gráfico, o comportamento de cada uma das funções para os valores que se
aproximam de 2 pela direita e pela esquerda.

𝑥 2 −4 1
𝑓1 (𝑥) = 𝑥 + 2 𝑓2 (𝑥) = 𝑓3 (𝑥) = 𝑥−2
𝑥−2
91

8.1 DEFINIÇÃO INTUITIVA DE LIMITE: Intuitivamente, dizer que o limite de 𝑓(𝑥), quando x tende a c, é igual
a L, significa que quando x se aproxima de c, 𝑓(𝑥) se aproxima de L. Simbolicamente: lim 𝑓(𝑥) = 𝐿.
𝑥→𝑐

Observação: Não é preciso que x assuma o valor c, estamos interessados no que ocorre com a função quando
x está próximo de c.

8.2 DEFINIÇÃO FORMAL DE LIMITE: Sejam f uma função e c um ponto do domínio de f ou extremidade de
um dos intervalos que compõem o domínio da 𝑓. Dizemos que f tem limite L, em c, quando para todo Ɛ > 0
dado, existir um 𝛿 > 0 tal que, para todo 𝑥 ∈ 𝐷𝑓

|𝑥 − 𝑐| < 𝛿 implica |𝑓(𝑥) − 𝐿| < Ɛ.

Tal número L, se existir, será único, e é indicado por lim 𝑓(𝑥).


𝑥→𝑐

0, 𝑠𝑒 𝑥 < 0
3. Considere a função de Heaviside1: 𝐻(𝑥) = {
1, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0

Encontre o limite de 𝐻(𝑥) quando x tende a zero, ou seja, determine o valor de lim 𝐻(𝑥), graficamente.
𝑥→0

O valor do limite é o mesmo para valores maiores que zero e menores que zero?

1
A função de Heaviside ou função degrau foi desenvolvida pelo matemático e engenheiro eletricista Oliver Heaviside, é uma função singular e
descontínua com valor zero quando o seu argumento é negativo e valor unitário quando o argumento é positivo.
92

4. Para a função 𝑠 = 𝑓(𝑡) representada graficamente abaixo, determine os seguintes limites ou explique por
que eles não existem.

𝑓(−2) = 𝑓(−1) = 𝑓(0) = 𝑓(1) =


a){ b) { c) { d) {
lim 𝑓(𝑡) = lim 𝑓(𝑡) = lim 𝑓(𝑡) = lim 𝑓(𝑡) =
𝑡→−2 𝑡→−1 𝑡→0 𝑡→1

8.3 LIMITES LATERAIS

Limite à direita: Diz-se que o limite de 𝑓(𝑥) é L e escreve-se 𝑙𝑖𝑚+ 𝑓(𝑥), quando x tende a x0 por valores
𝑥→𝑥0
superiores a x0.

Limite à esquerda: Diz-se que o limite de 𝑓(𝑥) é L e escreve-se 𝑙𝑖𝑚−𝑓(𝑥), quando x tende a x0 por valores
𝑥→𝑥0
inferiores a x0.

Teorema: O 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝐿 existe, se e somente se, existem ambos os limites laterais e 𝑙𝑖𝑚+ 𝑓(𝑥) =
𝑥→𝑥0 𝑥→𝑥0
𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥)
𝑥→𝑥0 −

5. Analise a função 𝑠 = 𝑓(𝑡) representada graficamente a seguir, e avalie os limites laterais no ponto 𝑥 = 0,
e justifique o porquê de não existir lim 𝑓(𝑡).
𝑡→0

lim 𝑓(𝑡) = lim 𝑓(𝑡) =


𝑡→0− 𝑡→0+
93

8.4 LIMITES INFINITOS

Se os valores de f(x) crescem sem limitação, à medida que x tende a um valor c pela direita ou pela esquerda,
temos lim+ 𝑓(𝑥) = ∞ ou lim− 𝑓(𝑥) = ∞
𝑥→𝑐 𝑥→𝑐

Se os valores de f(x) decrescem sem limitação, à medida que x tende a um valor c pela direita ou pela
esquerda, temos lim+ 𝑓(𝑥) = −∞ ou lim− 𝑓(𝑥) = −∞
𝑥→𝑐 𝑥→𝑐

6. Com o auxílio de uma calculadora, avalie os seguintes limites, utilizando a ideia dos limites laterais:
1 1 1
a) 𝑙𝑖𝑚− 𝑥 = 𝑙𝑖𝑚+ 𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 𝑥 =
𝑥→0 𝑥→0 𝑥→0

b) 𝑙𝑖𝑚−√𝑥 − 1 = 𝑙𝑖𝑚 √𝑥 − 1 = 𝑙𝑖𝑚√𝑥 − 1 =


𝑥→1 𝑥→1+ 𝑥→1

8.5 LIMITES NO INFINITO

Se os valores de f(x) ficam cada vez mais próximos de um número L, à medida que x cresce sem limitação
temos lim 𝑓(𝑥) = 𝐿
𝑥→+∞

Analogamente, se os valores de f(x) ficam cada vez mais próximos de um número L, à medida que x decresce
sem limitação, temos lim 𝑓(𝑥) = 𝐿
𝑥→−∞

7. Vamos analisar os seguintes limites:


1
a) 𝑙𝑖𝑚 𝑥 =
𝑥→∞

1
b) 𝑙𝑖𝑚 =
𝑥→−∞ 𝑥
94

8. Considerando a temperatura constante, o volume de certa massa de um gás perfeito é função da pressão
a que o mesmo está submetido. A lei dessa função é dada pelo gráfico abaixo, que representa:

𝑘
𝑉 = 𝑃,

Onde: k é uma constante de proporcionalidade.

50

40
Volume (cm )
3

30

20

10

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
Pressão (atm)
𝑘
a) Com respeito à função 𝑉 = 𝑃, com P > 0, o que se pode dizer de V quando P diminui, tendendo a zero?

b) Para a mesma função o que acontece com V quando P cresce, tornando-se muito grande, tão grande
quanto se queira, isto é, quando P tende para mais infinito?
95

Assíntota: Uma reta é denominada de assíntota de uma função quando a função se aproxima da reta
assíntota. Uma função pode ter assíntotas horizontais, verticais e oblíquas.

Dizemos que a reta 𝑦 = 𝑏 (𝑏 constante) é uma assíntota horizontal do gráfico de uma função 𝑓, se pelo menos
uma das afirmações for verdadeira: 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑏 ou 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑏
𝑥→+∞ 𝑥→−∞

Dizemos que a reta 𝑥 = 𝑎 (𝑎 constante) é uma assíntota da vertical do gráfico de uma função 𝑓, se pelo
menos uma das afirmativas forem verdadeiras: 𝑙𝑖𝑚+ 𝑓(𝑥) = ±∞ ou 𝑙𝑖𝑚− 𝑓(𝑥) = ±∞ .
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

1
Exemplo: A função 𝑓(𝑥) = 𝑥−1 apresenta duas assíntotas, uma horizontal 𝑦 = 0 e uma vertical 𝑥 = 1.

Justificativa:
1 1
No ponto 𝑥 = 1, tem-se: 𝑙𝑖𝑚− = −∞ e 𝑙𝑖𝑚+ = +∞
𝑥→1 𝑥−1 𝑥→1 𝑥−1

1 1
Nas extremidades 𝑙𝑖𝑚 = 0 e 𝑙𝑖𝑚 =0
𝑥→+∞ 𝑥−1 𝑥→−∞ 𝑥−1

9. Analisando o gráfico da função 𝑓, a seguir, quais são os limites que nos dão informações importantes a
respeito do gráfico? Explicite esses limites e analise se o gráfico apresenta assíntotas.
96

8.6 PROPRIEDADES OPERATÓRIAS DE LIMITES


i) Se o limite existe, é único.
ii) O limite de uma constante é a própria constante: 𝑙𝑖𝑚𝐶 = 𝐶
𝑥→𝑎

iii) O limite de uma soma (ou diferença) é a soma dos limites: 𝑙𝑖𝑚[𝑓(𝑥) ± 𝑔(𝑥)] = 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) ± 𝑙𝑖𝑚𝑔(𝑥)
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

iv) O limite de um produto é o produto dos limites: 𝑙𝑖𝑚[𝑓(𝑥) ⋅ 𝑔(𝑥)] = 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) ⋅ 𝑙𝑖𝑚𝑔(𝑥)
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

𝑓(𝑥) 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥)


v) O limite de um quociente é o quociente dos limites: 𝑙𝑖𝑚 [𝑔(𝑥)] = 𝑥→𝑎
𝑥→𝑎 𝑙𝑖𝑚 𝑔(𝑥)
𝑥→𝑎

vi) 𝑙𝑖𝑚 𝑛√𝑓(𝑥) = 𝑛√𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥)


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

vii) 𝑙𝑖𝑚(𝑙𝑜𝑔𝑏 𝑓 (𝑥)) = 𝑙𝑜𝑔𝑏 [𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥)]


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

10. Use as propriedades operatórias dos limites para calcular os seguintes limites, sabendo que:

lim 𝑓(𝑥) = 2, lim 𝑔(𝑥) = 0, lim ℎ(𝑥) = ∞, lim 𝑤(𝑥) = −∞


𝑥→a 𝑥→a 𝑥→a 𝑥→a

a) lim[𝑓(𝑥) + ℎ(𝑥)] =
𝑥→a

b) lim [ℎ(𝑥) − 𝑤(𝑥)] =


𝑥→a

c) lim[𝑓(𝑥). ℎ(𝑥)] =
𝑥→a

d) lim [−𝑤(𝑥)]. ℎ(𝑥) =


𝑥→a

𝑓(𝑥)
e) lim [ℎ(𝑥)] =
𝑥→a

ℎ(𝑥)
f) lim [𝑓(𝑥)] =
𝑥→a

g) lim[ℎ(𝑥)]3 =
𝑥→a

h) lim [ℎ(𝑥)]ℎ(𝑥) =
𝑥→a

i) lim[𝑓(𝑥)]ℎ(𝑥) =
𝑥→a

k) lim [𝑓(𝑥)]𝑤(𝑥) =
𝑥→a
97

EXERCÍCIOS:

1. Para a função f cujo gráfico é dado, determine o valor da quantidade indicada, se ela existir. Se não existir,
explique por quê.

a) lim− 𝑓(𝑥)
𝑥→1

b) lim+ 𝑓(𝑥)
𝑥→1

c) lim 𝑓(𝑥)
𝑥→1

d) lim 𝑓(𝑥)
𝑥→5

2. Para a função f cujo gráfico é dado, determine o valor da quantidade indicada, se ela existir. Se não existir,
explique por quê.

a) lim− 𝑓(𝑥)
𝑥→0

b) lim+ 𝑓(𝑥)
𝑥→0

c) lim 𝑓(𝑥)
𝑥→0

d) lim− 𝑓(𝑥)
𝑥→2

e) lim+ 𝑓(𝑥)
𝑥→2

f) lim 𝑓(𝑥)
𝑥→2

g) lim 𝑓(𝑥)
𝑥→4

3. Para a função R cujo gráfico é mostrado a seguir, determine:

a) lim 𝑅(𝑥)
𝑥→2

b) lim 𝑅(𝑥)
𝑥→5

c) lim 𝑅(𝑥)
𝑥→−3−

d) lim 𝑅(𝑥)
𝑥→−3+

e) As equações das assíntotas verticais


f) As equações das assíntotas horizontais
98

Respostas:

1.a. 2 b. 3 c. ∄ d.4

2.a. -1 b. -2 c. ∄ d. 2 e. 0 f. ∄ g.3

3.a. −∞ b. ∞ c. −∞ d. ∞ e. x = −3; x = 2; x = 5 f. y = 0
99

CAPÍTULO 09 – CÁLCULO DE LIMITES COM INDETERMINAÇÕES E


CONTINUIDADE
Como vimos anteriormente, de forma intuitiva, o limite a seguir vale 4.

𝑥2 − 4
lim
𝑥→2 𝑥−2
0
Utilizando as propriedades operatórias de limites temos: 𝐿 = 0

De outro modo, podemos escrever 0 = L. 0, qual o valor que L deve assumir, de modo que, multiplicado por
zero resulta zero?
0
Qualquer valor real torna a igualdade verdadeira, ou seja, 𝐿 = 0 caracteriza uma indeterminação.

O que é uma indeterminação em limites?

Ao aplicar as regras operatórias para determinar um limite, confrontar com o aparecimento de expressões
que conjugam operações com infinitésimos (grandeza arbitrariamente pequena, ou seja, que tende a zero) e
infinitamente grande (grandeza desprovida de limites, ou seja, que tende ao infinito), de tal forma que não
se pode aferir de imediato o valor desse limite, caso exista. Essas expressões designam-se indeterminações.

Quando o cálculo do limite de uma função nos conduz a uma indeterminação?

Quando o resultado do limite for:

• A diferença entre duas parcelas que crescem indefinidamente: ∞ − ∞.


• O produto de duas partes onde uma tende para zero e a outra cresce indefinidamente: 0. ∞.
0
• A razão entre duas partes de tendem para zero: 0.

• A razão entre duas partes que crescem indefinidamente: ∞.

• Uma potência onde a base e o expoente tendem para zero: 00 .


• Uma potência onde a base cresce indefinidamente e o expoente tende para zero: ∞0 .
• Uma potência onde a base tende para um e o expoente cresce indefinidamente: 1±∞ .

De forma simplificada, pode-se escrever que as indeterminações são:

0 ∞
∞ − ∞; 0. ∞; ; ; 00 ; ∞0 ; 1±∞ .
0 ∞
100

9.1 CÁLCULO DE LIMITES:

Para calcular o valor do limite, substitui-se em f(x) o valor ao qual x está tendendo. Se o valor obtido for real
finito, aceita-se este valor como o valor do limite.

Exemplos:

𝑥 2 + 2𝑥 + 5
1) lim
𝑥→1 𝑥2 + 1

Se apresentar uma das indeterminações:

𝟎 ∞ 𝟎
∞ − ∞; 𝟎. ∞; ; ; 𝟎 ; ∞𝟎 ; 𝟏±∞ .
𝟎 ∞
Como por exemplo no limite:

𝑥2 − 4
lim
𝑥→2 𝑥−2
Usa-se a seguinte propriedade.

Propriedade: Se o 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) existe e vale b, mas 𝑓(𝑎) apresenta uma das indeterminações citadas
𝑥→𝑎
anteriormente e, existe 𝑔(𝑥) tal que:

𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥), 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑥 ∈ ]𝑎 − 𝛿, 𝑎 + 𝛿[, 𝑥 ≠ 𝑎


{
𝑔(𝑎) = 𝑏

Neste caso, 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) = 𝑙𝑖𝑚𝑔(𝑥) = 𝑔(𝑎) = 𝑏.


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

Observação: Para obter a função 𝑔(𝑥), é necessário utilizar algumas técnicas matemáticas para cada tipo
de limite.

Exemplo:

𝑥2 − 4
2) lim = lim 𝑥 + 2 = 2 + 2 = 4
𝑥→2 𝑥 − 2 𝑥→2

𝑥 2 −4
Repare que: 𝑓(𝑥) = , 𝐷𝑓 = ℝ − {2}, e 𝑔(𝑥) = 𝑥 + 2, 𝐷𝑔 = ℝ.
𝑥−2

Para aplicar a propriedade para determinar o limite, a função g deve ter características semelhantes na
vizinhança do ponto 𝑥 = 2 .
101

9.2 LIMITES DE FUNÇÕES FRACIONÁRIAS


𝑃(𝑥)
As funções fracionárias 𝑄(𝑥) são todas aquelas que envolvem polinômios 𝑃(𝑥) e 𝑄(𝑥).

𝑷(𝒙) ∞
a) Se a função for fracionária e apresentar limite com indeterminação do tipo 𝐥𝐢𝐦 = ∞, isto é,
𝒙→±∞ 𝑸(𝒙)

𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + 𝑎𝑛−2 𝑥 𝑛−2 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 ∞


lim = .
𝑥→±∞ 𝑏𝑚 𝑥 𝑚 + 𝑏𝑚−1 𝑥 𝑚−1 + 𝑏𝑚−2 𝑥 𝑚−2 + ⋯ + 𝑏1 𝑥 + 𝑏0 ∞
1
Para resolver esta indeterminação, usa-se os limites: lim = 0, 𝑛 ∈ ℕ∗ .
𝑥→±∞ 𝑥 𝑛

Supondo que o termo de maior grau seja n, então, divide-se numerador e denominador por 𝑥 𝑛 :
𝑥𝑛 𝑥 𝑛−1 𝑥 𝑛−2 𝑥 1
𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−2 𝑥 𝑛 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 𝑛 + 𝑎0 𝑥 𝑛
lim
𝑥→±∞ 𝑥𝑚 𝑥 𝑚−1 𝑥 𝑚−2 𝑥 𝑘+1 𝑥𝑘
𝑏𝑚 𝑥 𝑛 + 𝑏𝑚−1 𝑥 𝑛 + 𝑏𝑚−2 𝑥 𝑛 + ⋯ + 𝑏1 𝑥 𝑛 + 𝑏0 𝑥 𝑛

Simplificando, tem-se:

1 1 1 1
𝑎𝑛 + 𝑎𝑛−1
1 + 𝑎𝑛−2 2 + ⋯ + 𝑎1 𝑛−1 + 𝑎0 𝑥 𝑛
lim 𝑥 𝑥 𝑥
𝑥→±∞ 1 1 1 1 1
𝑏𝑚 𝑥 𝑛−𝑚 + 𝑏𝑚−1 𝑛−𝑚+1 + 𝑏𝑚−2 𝑛−𝑚+2 + ⋯ + 𝑏1 𝑛−𝑘−1 + 𝑏0 𝑛−𝑘
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥
Se aplicar as propriedades operatórias de limites, todos os termos evidenciados tornam-se do tipo
1
lim = 0, e consegue-se calcular o limite sem as indeterminações, analisando-se apenas os termos de
𝑥→±∞ 𝑥 𝑛
maior grau do numerador e do denominador. Esse processo é semelhante para qualquer grau de P(x) e Q(x).

Na prática, aplica-se o limite considerando apenas o termo de mais alto grau em P(x) e Q(x), desprezando o
restante dos termos no cálculo do limite.

Exemplos:
3𝑥² − 4
3) lim
𝑥→−∞ 2𝑥² + 5𝑥

Esse limite é uma indeterminação do tipo . Divide-se o numerador e o denominador por 𝑥² e utiliza o limite

3𝑥²−4 4
1 3𝑥²−4 3− 3
𝑥² 𝑥²
𝑙𝑖𝑚 = 0, logo: 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 2𝑥²+5𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 5 =2
𝑥→±∞ 𝑥 𝑛 𝑥→−∞ 2𝑥²+5𝑥 𝑥→−∞ 𝑥→−∞ 2+
𝑥
𝑥²

3𝑥²−4 3
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 =2
𝑥→−∞ 2𝑥²+5𝑥
102

4𝑥³ + 2𝑥² + 1
4) lim
𝑥→∞ 3𝑥³ − 5

𝑥² + 𝑥 − 1
5) lim
𝑥→∞ 2𝑥 + 5

3𝑥² − 2𝑥 − 1
6) lim
𝑥→−∞ 𝑥³ + 4

𝑷(𝒙) 𝟎
b) Se a função for fracionária e apresentar limite com indeterminação do tipo 𝐥𝐢𝐦 = 𝟎 , isto significa
𝒙→±𝒂 𝑸(𝒙)
que o valor a é raiz de ambos os polinômios, P(x) e Q(x).
𝑃(𝑥)
𝑃(𝑥) 𝑥−𝑎
Nesse caso, a técnica para eliminar a indeterminação é a fatoração, ou seja, 𝑙𝑖𝑚 𝑄(𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 𝑄(𝑥) , se a
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
𝑥−𝑎
indeterminação persistir repete-se o processo até eliminar a indeterminação.
Exemplos:
4𝑥 3 + 2𝑥² + 𝑥
7) lim
𝑥→0 3𝑥² + 2𝑥
0
Esse limite é uma indeterminação do tipo 0. Repare que 𝑥 = 0 é raiz do numerador e do denominador, sendo
divisíveis por 𝑥. Obtém-se uma função na qual o limite pode ser calculado.
4𝑥 3 + 2𝑥² + 𝑥
4𝑥 3 + 2𝑥² + 𝑥 𝑥 4𝑥 2 + 2𝑥 + 1 1
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 =
𝑥→0 3𝑥² + 2𝑥 𝑥→0 3𝑥² + 2𝑥 𝑥→0 3𝑥 + 2 2
𝑥
4𝑥³−2𝑥²+𝑥 1
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 =2
𝑥→0 3𝑥²+2𝑥
103

𝑥² − 2𝑥 + 1
8) lim
𝑥→1 𝑥² − 5𝑥 + 4
0
Esse limite é uma indeterminação do tipo 0. Repare que 𝑥 = 1 é raiz do numerador e do denominador, sendo
divisíveis por 𝑥 − 1. Faz-se a divisão usando o Dispositivo de Briot-Ruffini ou o método das chaves.
𝑥² − 2𝑥 + 1
𝑥² − 2𝑥 + 1 𝑥−1 𝑥−1 0
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = =0
𝑥→1 𝑥² − 5𝑥 + 4 𝑥→1 𝑥² − 5𝑥 + 4 𝑥→1 𝑥 − 4 −3
𝑥−1
𝑥²−2𝑥+1
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 =0
𝑥→1 𝑥²−5𝑥+4

Observe que esse processo poderia ser obtido utilizando a fatoração, ou seja:
𝑥² − 2𝑥 + 1 (𝑥 − 1)(𝑥 − 1) 𝑥−1 0
lim = lim = lim = =0
𝑥→1 𝑥² − 5𝑥 + 4 𝑥→1 (𝑥 − 1)(𝑥 − 4) 𝑥→1 𝑥 − 4 −3

Se aplicável, podem ser usados no processo de fatoração:


(𝑎 ± 𝑏)2 = 𝑎² ± 2𝑎𝑏 + 𝑏²
(𝑎 ± 𝑏)3 = 𝑎³ ± 3𝑎²𝑏 + 3𝑎𝑏² ± 𝑏³
𝑎2 − 𝑏² = (𝑎 − 𝑏)(𝑎 + 𝑏)
𝑎3 − 𝑏³ = (𝑎 − 𝑏)(𝑎² + 𝑎𝑏 + 𝑏²)
𝑎4 − 𝑏 4 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎³ + 𝑎²𝑏 + 𝑎𝑏² + 𝑏³)

𝑎𝑛 − 𝑏 𝑛 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎𝑛−1 + 𝑎𝑛−2 𝑏 + 𝑎𝑛−3 𝑏² + ⋯ + 𝑎𝑏 𝑛−2 + 𝑏 𝑛−1 )

Exemplos:
𝑥³ − 1
9) lim
𝑥→1 𝑥−1
104

𝑥² − 5𝑥 + 6
10) lim
𝑥→2 𝑥² − 12𝑥 + 20

9.3 FUNÇÕES IRRACIONAIS


𝑃(𝑥)
As funções irracionais 𝑄(𝑥) são todas aquelas que envolvem raízes.

Exemplo:

√𝑥
11) lim
𝑥→4 𝑥+4

0
Se a função for irracional e apresentar limite com indeterminação do tipo lim 𝑓(𝑥) = 0, podem ser
𝑥→±𝑎
utilizados duas técnicas: racionalizar (conhecido como multiplicar a função pelo “conjugado”) ou fazer a
mudança de variável (substituição).

a) Racionalizar (ou multiplicar pelo conjugado)


A ideia principal da racionalização é o produto notável: (𝑎 − 𝑏)(𝑎 + 𝑏) = 𝑎2 − 𝑏².
Este método é utilizado quando no numerador ou denominador contém uma raiz quadrada, por isso a
estratégia é racionalizar o termo que contém a raiz.
Deve-se multiplicar tanto o numerador quanto o denominador pelo termo que contem a raiz, porém com
sinal contrário. Em seguida, desenvolve o produto apenas que será racionalizado, pois este simplificará a raiz
quadrada. E será possível calcular o limite.
Exemplos:
𝑥−1
12) lim
𝑥→1 √𝑥 − 1
0
Esse limite é uma indeterminação do tipo 0. Aplicando a racionalização do denominador:

𝑥−1 (𝑥 − 1)(√𝑥 + 1) (𝑥 − 1)(√𝑥 + 1)


𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 √𝑥 + 1 = 2
𝑥→1 √𝑥 − 1 𝑥→1 (√𝑥 − 1)(√𝑥 + 1) 𝑥→1 (𝑥 − 1) 𝑥→1

𝑥−1
Portanto: 𝑙𝑖𝑚 =2
𝑥→1 √𝑥−1
105

𝑥(√𝑥 − 2)
13) lim
𝑥→4 𝑥−4

b) Mudança de variável (substituição)


Este método considera-se como sendo uma manobra algébrica, que se utiliza para facilitar a solução da
indeterminação.

√𝑥 − 1
14) lim 3
𝑥→1 √𝑥 − 1
0
Esse limite é uma indeterminação do tipo 0. É necessário fazer uma substituição adequada para recair em um
limite que seja possível de ser calculado, deve-se pensar em uma mudança de variável que faça com que a
raiz quadrada e a raiz cúbica sejam simplificadas.
Nesse caso, fazendo:
𝑥 = 𝑡6
Deve-se trocar todas as variáveis nesse limite, então, quando 𝑥 → 1 tem se que 𝑡 → 1.

√𝑥 − 1 √𝑡 6 − 1 𝑡³ − 1
𝑙𝑖𝑚 3 = 𝑙𝑖𝑚 3 6 = 𝑙𝑖𝑚
𝑥→1 √𝑥 − 1 𝑡→1 √𝑡 − 1 𝑡→1 𝑡² − 1
O limite obtido pode ser calculado usando fatoração, logo:
𝑡³ − 1 (𝑡 − 1)(𝑡 2 + 𝑡 + 1) 𝑡2 + 𝑡 + 1 3
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 =
𝑡→1 𝑡² − 1 𝑡→1 (𝑡 − 1)(𝑡 + 1) 𝑡→1 𝑡+1 2
√𝑥−1 3
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 3 =2
𝑥→1 √𝑥−1
106

3
√𝑥 − 2
15) lim
𝑥→8 𝑥−8

Existem outros tipos de estratégias, baseada em limites fundamentais, que serão abordados no decorrer da
disciplina.
Outra maneira de superar as indeterminações é a Regra de L’Hospital. No entanto, necessita-se ter o
conhecimento de derivadas. Por isso, apresenta-se essa regra somente após o conhecimento sobre o
conteúdo de derivadas.
107

9.4 CONTINUIDADE
Exemplo 16: Analise os gráficos das funções a seguir e complete as informações do quadro:

a)

𝑓(2) =

lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2−

lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2+

lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2

b)

𝑓(2) =

lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2−

lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2+

lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2

Existe limite da função quando x tende a 2 e existe f(2) para os gráficos apresentados? Quais gráficos?
O que podemos perceber quando os dois valores são iguais?

Definição: Diz-se que uma função f(x) é contínua em x = a se:

i) Existe 𝑓(𝑎)

ii) Existe 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥)


𝑥→𝑎

iii) 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎)


𝑥→𝑎

A função f(x) é contínua se é contínua em todos os pontos do seu domínio .


108

Exemplo 17: Analise a continuidade da função 𝑓: ℝ → ℝ ,a seguir, no ponto 𝑥 = 1:


𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 < 1
𝑓(𝑥) = { 2, 𝑠𝑒 𝑥 = 1.
𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 > 1

Exemplo 18: Analise a continuidade da função a seguir:


𝑥²−4
, 𝑠𝑒  𝑥 ≠ 2
𝑓(𝑥) = { 𝑥−2 .
3, 𝑠𝑒 𝑥 = 2

Exemplo 19: Os cientistas P.F. Verhulst, R. Pearl e L.J. Reed,


contrariando a teoria de Malthus de que as populações crescem em
progressão geométrica, propuseram uma lei de crescimento
populacional cujo gráfico tem o seguinte aspecto:

Para Pearl e Reed as condições físicas determinavam um limite superior


L para a população de uma região ou país e, utilizando os censos norte-
americanos de 1790 a 1910, obtiveram a lei experimental:

197,274
𝑃(𝑡) =
1 + 67,32 ∙ 1,03−𝑡

Onde P é a população norte-americana em milhões de habitantes, t anos após 1790.

Calcule o limite da função P, quando t tende para o infinito.


109

EXERCÍCIOS
1. Determine o limite das funções racionais a seguir. Se obter uma indeterminação, utilize uma técnica
adequada para sua resolução.
𝑥2 − 4
𝑎) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→2 𝑥 2 − 3𝑥 + 2

𝑥3 + 1
𝑏) 𝑙𝑖𝑚 2
𝑥→−1 𝑥 + 1

𝑥 3 − 2𝑥 2 − 𝑥 + 2
𝑐) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→−1 𝑥+1
𝑥2 − 1
𝑑) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→−1 𝑥 2 + 3𝑥 + 2

𝑥 4 − 𝑎4
𝑒) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→𝑎 𝑥 − 𝑎

𝑥 3 − 3𝑥 + 2
𝑓) 𝑙𝑖𝑚 4
𝑥→1 𝑥 − 4𝑥 + 3

𝑥 2 − (𝑎 + 1)𝑥 + 𝑎
𝑔) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→𝑎 𝑥 3 − 𝑎3
(𝑥 + ℎ)3 − 𝑥 3
ℎ) 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ
𝑥 4 − 5𝑥 2 + 4
𝑖) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→2 𝑥 3 − 4𝑥

2. Determine limite das funções irracionais a seguir. Se obter uma indeterminação, utilize uma técnica
adequada para sua resolução.

√𝑥 − 1
𝑎) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→1 𝑥 − 1

√𝑥 − 8
𝑏) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→64 3√𝑥 − 4

3
√𝑥 − 1
𝑐) 𝑙𝑖𝑚 4
𝑥→1 √𝑥 − 1

√1 + 𝑥 − 1
𝑑) 𝑙𝑖𝑚 3
𝑥→0 √1 + 𝑥 − 1

√𝑥 + ℎ − √𝑥
𝑒) 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ
√1 + 𝑥 − √1 − 𝑥
𝑓) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→0 𝑥
110

3. Determine os limites no infinito para as funções racionais. Se obter uma indeterminação, utilize uma
técnica adequada para sua resolução.
(𝑛 − 1)2
𝑎) 𝑙𝑖𝑚
𝑛→∞ (𝑛 + 1)3 − (𝑛 + 3)3

(𝑥 + 1)2
𝑏) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→∞ 𝑥 2 + 1

2𝑥 2 − 𝑥 + 3
𝑐) 𝑙𝑖𝑚 3
𝑥→∞ 𝑥 − 8𝑥 + 5

(2𝑥 + 3)3 (3𝑥 − 2)2


𝑑) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→∞ 𝑥5 + 5

4. Determine os limites no infinito para as funções irracionais. Se obter uma indeterminação, utilize uma
técnica adequada para sua resolução.
𝑥
𝑎) 𝑙𝑖𝑚 3
𝑥→∞ √𝑥 3 + 10
2𝑥 2 − 3𝑥 − 4
𝑏) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→∞ √𝑥 4 + 1
2𝑥 + 3
𝑐) 𝑙𝑖𝑚 3
𝑥→∞ 𝑥 + √𝑥
𝑥2
𝑑) 𝑙𝑖𝑚
𝑥→∞ 10 + 𝑥 √𝑥
3
2𝑥 + √𝑥 3 − 4𝑥 2 + 2
𝑒) 𝑙𝑖𝑚 3
𝑥→∞ √𝑥 3 − 1

5. Seja

3𝑥 − 2, 𝑠𝑒 𝑥 < 3
𝑓(𝑥) = {
5 − 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 3

Verificar se 𝑓(𝑥) é contínua em 𝑥 = 3.

6. Seja

𝑓(𝑥) = {√𝑥 − 4, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 4
𝑘 − 2𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 < 4

Determine o valor de k para o qual 𝑓(𝑥) é contínua em 𝑥 = 4.


111

7. Definimos a densidade de um fluido como a razão entre sua massa e o volume que ela ocupa. Num grande
reservatório, inicialmente existem 10 litros de um líquido com densidade . A partir de um tempo t = 0,
começa a entrar no reservatório um líquido de densidade ' à taxa de 5 litros por segundo. Admitindo que os
líquidos se misturam perfeitamente, encontre:

a) A densidade da mistura como função de , ' e de t.


b) O limite da densidade da mistura quando o tempo tende a mais infinito. Interprete o resultado.
c) A densidade obtida na letra a tem assíntota horizontal?
112

Respostas
𝑎−1 3
1. a) 4 b) 0 c) 6 d) -2 e) 4𝑎³ f) ½ g) 3𝑎2 h) 3𝑥² i) 2
1 4 3 1
2. a) 2 b) 3 c) 3 d) 2 e) 2 f) 1
√𝑥

1
3. a) − 6 b) 1 c) 0 d) 72

4. a)1 b) 2 c) 2 d) ∞ e) 3

5. Descontínua em x = 3

6. 8

10𝜇+5𝑡𝜇 ′
7.a) 𝜇𝑚 = b) ’ c) sim ’
10+5𝑡
113

CAPÍTULO 10 – DERIVADAS
Vamos revisar alguns temas necessários para entender a definição de derivadas:

10.1 EQUAÇÃO DE RETAS


Chamamos de feixe de retas concorrentes num ponto o conjunto de retas concorrentes nesse ponto.

Equação cartesiana de um feixe de retas de centro 𝐶(𝑥0 , 𝑦0 )

Considere 𝐶(𝑥0 , 𝑦0 ) como o centro de um feixe de retas concorrentes e 𝑃(𝑥, 𝑦) como um ponto genérico de
uma das retas do feixe. Sendo que m é o coeficiente angular da reta tomada, logo temos:

𝑦 − 𝑦0 ∆𝑦
𝑚= =
𝑥 − 𝑥0 ∆𝑥

ou

𝑦 − 𝑦0 = 𝑚(𝑥 − 𝑥0 )

Uma reta secante à uma curva é qualquer reta que cruze dois ou mais dos seus pontos.

f(x + x)

f(x)
x x + x
114

Uma reta tangente à uma curva é qualquer reta que passa por um ponto, com coeficiente angular 𝑚𝑡 .

1
Obs.: O coeficiente angular da reta normal (perpendicular à tangente) é 𝑚𝑛 = − 𝑚
𝑡

Exemplos:

1. Determine a equação geral da reta r que passa pelos pontos 𝐴(1,1) e 𝐵(4,6).

Solução: Considerando (𝑥0 , 𝑦0 ) = (1,1) e (𝑥1 , 𝑦1 ) = (4,6), obtém-se o coeficiente angular:

𝛥𝑦 6 − 1 5
𝑚𝑟 = = =
𝛥𝑥 4 − 1 3
Para obter a equação da reta, utiliza-se 𝑦 − 𝑦0 = 𝑚(𝑥 − 𝑥0 ), assim:

5
𝑦 − 1 = (𝑥 − 1)
3
5 2
𝑦(𝑥) = 𝑥 −
3 3

2. Determine a equação da reta t que é perpendicular à reta r do item anterior e que passa pelo ponto 𝑃(1,1).

Solução: O coeficiente da reta perpendicular é obtido por:

1 1 3
𝑚𝑡 = − =− =−
𝑚𝑟 5 5
3
Para obter a equação da reta, utiliza-se 𝑦 − 𝑦0 = 𝑚(𝑥 − 𝑥0 ), assim:

3
𝑦 − 1 = − (𝑥 − 1)
5
3 8
𝑦(𝑥) = − 𝑥 +
5 5

Note pelo gráfico que as retas r e t são perpendiculares.


115

3. Determine o coeficiente angular da reta secante à parábola 𝑦 = 𝑥 2 que passa pelo ponto 𝐴(1,1) e o ponto
C sobre a curva da parábola (indicados sobre os triângulos correspondentes), onde:

a) 𝐶(2,4) b) 𝐶(1.5, 2.25) c) 𝐶(1.1, 1.21)

Solução: Solução: Solução:


𝛥𝑦 4−1 3 𝛥𝑦 2,25−1 1,25 𝛥𝑦 1,21−1 0,21
𝑚 = 𝛥𝑥 = 3−1 = 1 = 3 𝑚 = 𝛥𝑥 = = = 2,5 𝑚 = 𝛥𝑥 = = = 2,1
1,5−1 0,5 1,1−1 0,1

Se continuássemos o processo a reta secante se aproxima de qual inclinação da reta no ponto (1,1)?
116

10.2 VELOCIDADE MÉDIA


Velocidade média é a relação entre o deslocamento (𝑥) da partícula e o intervalo de tempo (𝑡) decorrido
nesse deslocamento:
∆𝑥
𝑣𝑚 =
∆𝑡

Exemplos:

4. Considere que o instante inicial 𝑡0 = 5𝑠 e que o tempo final 𝑡𝑓 = 𝑡0 + ∆𝑡 são valores fornecidos na
tabela. Determine a velocidade média para os intervalos de tempo cada vez menores, conforme indicados na
tabela.

. 𝒕𝒇 . 𝒕𝟎 . . ∆𝒕 . . ∆𝒙 . ∆𝒙
. 𝒗𝒎 = .
∆𝒕
6 5 1 5 5
5,5 5 0,5 2,25 4,5
5,1 5 0,1 0,41 4,1
5,05 5 0,05 0,2025 4,05
5,02 5 0,02 0,0804 4,02
5,01 5 0,01 0,0401 4,01
A seguir, responda:
a) O que você pode observar com relação aos valores de ∆𝑡?

b) Qual o valor que você acredita que seja a velocidade no instante 𝑡 = 5𝑠? Por que?

c) Se quisermos calcular a velocidade do corpo em um determinado instante de tempo t qualquer, como você
acha que poderíamos fazer?
117

5. Considere que a posição (em metros) de um corpo em função do tempo (em segundos) é dada por
𝑥(𝑡) = 1 + 5𝑡 − 2𝑡 2 .

Considerando que 𝑡0 = 2𝑠, a Tabela foi preenchida.

. 𝒕𝒇 . 𝒕𝟎 . . ∆𝒕 . 𝒙(𝒕𝒇 ) . 𝒙(𝒕𝟎 ) . ∆𝒙 = 𝒙(𝒕𝒇 ) − 𝒙(𝒕𝟎 ) . ∆𝒙


. 𝒗𝒎 =
∆𝒕
2,5 2 0,5 1,000 3 -2,000 -4,0000
2,25 2 0,25 2,125 3 -0,875 -3,5000
2,12 2 0,12 2,611 3 -0,389 -3,2410
2,06 2 0,06 2,813 3 -0,187 -3,1166
2,03 2 0,03 2,908 3 -0,092 -3,0666
2,01 2 0,01 2,970 3 -0,030 -3,0000

a) Qual é o valor que você julga ter a velocidade no instante 𝑡 = 2𝑠? Por que?

b) E se você utilizasse o processo algébrico, o que encontraria por velocidade em 𝑡 = 𝑡0 ?


118

Respostas:
∆𝑥
4a. ∆𝑡 → 0 b. 𝑣𝑚 → 4 c. 𝑣 = 𝑙𝑖𝑚
∆𝑡→0 ∆𝑡

𝑥(𝑡+∆𝑥)−𝑥(𝑡)
5. a. 𝑣𝑚 → −3 𝑚/𝑠 b. 𝑣 = 𝑙𝑖𝑚
∆𝑡→0 ∆𝑡
119

CAPÍTULO 10 - DERIVADAS

O conceito de derivada está intimamente relacionado à taxa de variação instantânea de uma função, o qual está
presente no cotidiano das pessoas, através, por exemplo, da determinação da taxa de crescimento de uma certa
população, da taxa de crescimento econômico do país, da taxa de redução da mortalidade infantil, da taxa de variação
de temperaturas, da velocidade de corpos ou objetos em movimento, enfim, poderíamos ilustrar inúmeros exemplos
que apresentam uma função variando e que a medida desta variação se faz necessária em um determinado momento.

O cálculo das derivadas teve a sua origem nos estudos de Isaac Newton (1642 – 1727) e Gottfried Wilhem von Leibniz
(1646 – 1716). Que procuraram um método geral para traçar a reta tangente em um ponto de uma curva dada.

Sir Isaac Newton Gottfried W. von Leibniz

Newton, estudando movimentos, escreve sua obra Método das Fluxões, no qual ele explica que uma curva era formada
a partir do deslocamento de um ponto no espaço em um intervalo de tempo. A partir da análise do deslocamento do
ponto no plano cartesiano, é possível obter a taxa de variação instantânea da posição em relação ao tempo.

10.3 INTERPRETAÇÃO CINEMÁTICA DA DERIVADA

A figura mostra um gráfico da posição de um carro de corrida em função do tempo, ou seja, é um gráfico t-x.
A curva dessa figura não representa a trajetória do carro no espaço, a trajetória é uma linha reta. Vamos
obter a expressão da velocidade média (vm) entre os pontos P1 e P2.
120

Velocidade média: É a relação entre o deslocamento (x) da partícula e o intervalo de tempo (t) decorrido
∆𝑥
nesse deslocamento, ou seja, 𝑣𝑚 = ∆𝑡

Verifique que, na figura anterior, unindo-se os pontos P1 e P2 que representam as posições ocupadas nos
instantes t1 e t2, a reta obtida é a hipotenusa de um triângulo retângulo cujo cateto horizontal é 𝛥𝑥 e cujo
cateto vertical é 𝛥𝑡. A razão entre esses catetos fornece o coeficiente angular da reta secante que é igual à
∆𝑥
expressão da velocidade média do móvel nesse intervalo de tempo, ou seja, 𝑡𝑔  = 𝑣𝑚 = .
∆𝑡

Velocidade instantânea: A velocidade média não fornece informações precisas do movimento de um corpo
em cada instante de um intervalo de tempo. Para que o movimento seja descrito com maiores detalhes é
necessário que se conheça a posição e a velocidade num determinado momento ou instante ao longo da
trajetória do móvel.
Para encontrar a velocidade instantânea do carro num determinado ponto P da trajetória imagina-se que os
pontos P1 e P2 se aproximem continuamente um do outro, de forma que usando-se a expressão para o cálculo
da velocidade média, pode-se fazer 𝛥𝑡 tender para zero, e este limite é denominado derivada da posição em
relação ao tempo, ou seja:
∆𝑥 𝑑𝑥
𝑣 = lim =
∆𝑡→0 ∆𝑡 𝑑𝑡
Portanto, a velocidade instantânea é o limite da velocidade média quando o intervalo de tempo tende para
zero, ou ainda a taxa de variação instantânea da posição em relação ao tempo.
Usamos um gráfico t-x para ir de (a) e (b), velocidade média, para (c), velocidade instantânea vx. Em (c),
achamos a inclinação da tangente para a curva x(t), dividindo qualquer intervalo vertical (em unidades de
distância) ao longo da tangente pelo intervalo horizontal correspondente (em unidades de tempo).

∆𝑥
Enquanto a velocidade média vmx é calculada em intervalos de tempo cada vez menores seu valor 𝑣𝑚𝑥 = ∆𝑡
tende para o valor da velocidade instantânea. A velocidade instantânea vx em qualquer dado ponto é igual à
inclinação da tangente da curva xt nesse ponto.
121

10.4 DEFINIÇÃO DE DERIVADA NO PONTO


𝑓(𝑥0 +ℎ)−𝑓(𝑥0 )
Seja uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) contínua em [𝑎, 𝑏] o limite lim , se existir, é chamado de derivada
ℎ→0 ℎ
𝑑𝑦 𝑑𝑓
da função 𝑓(𝑥) em 𝑥 = 𝑥0 e indica-se pelos símbolos: 𝑓’(𝑥0 ), 𝑦’(𝑥0 ), 𝑑𝑥 (𝑥0 ) 𝑒 (𝑥0 ).
𝑑𝑥

A derivada da função no ponto 𝑥0 indica o coeficiente angular da reta tangente em um ponto 𝑥0 , ou seja, a
taxa de variação instantânea entre as variáveis y e x.

Derivada da função 𝒇 no ponto 𝒙𝟎 :

𝑓(𝑥0 + ℎ) − 𝑓(𝑥0 ) 𝑓(𝑥) − 𝑓(𝑥0 )


𝑓 ′ (𝑥0 ) = lim 𝑜𝑢 𝑓 ′ (𝑥0 ) = lim
ℎ→0 ℎ 𝑥→𝑥0 𝑥 − 𝑥0

EXEMPLOS:

6. Determinar a equação da reta tangente à curva 𝑦 = 𝑥 2 no ponto 𝑥 = 1, pela definição.


122

7. A posição de uma pedra que cai do alto de um rochedo, a partir do repouso, é descrita aproximadamente
pela função 𝑥 = 5𝑡 2 , onde x é medido em metros, medidos para baixo, e t em segundos, conforme gráfico.

Determine:
a) Calcular a velocidade média entre os instantes 𝑡2 = 4,5 𝑠 e 𝑡3 = 7 𝑠.

b) Calcular a velocidade num instante qualquer.

c) Faça o gráfico 𝑣 = 𝑓(𝑡)


123

10.5 DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO DERIVADA


𝑓(𝑥+ℎ)−𝑓(𝑥)
Seja uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) contínua em [𝑎, 𝑏] o limite lim , se existir, é chamado de função
ℎ→0 ℎ
𝑑𝑦 𝑑𝑓
derivada e indica-se pelos símbolos: 𝑓’(𝑥), 𝑦’, 𝑑𝑥 𝑒 .
𝑑𝑥

Derivada da função 𝒇 ou função derivada:

𝑓(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥)
𝑓 ′ (𝑥) = lim
ℎ→0 ℎ

Exemplo 8: Determine a derivada da função 𝑦 = √𝑥, pela definição.


124
125

CAPÍTULO 11 – DERIVADAS DE FUNÇÕES ELEMENTARES


Vamos agora deduzir algumas regras, chamadas de regras de derivação para algumas funções elementares,
que permitem determinar a derivada das funções sem o uso da definição.

11.1 DERIVADAS DE FUNÇÕES DE ALGUMAS FUNÇÕES ELEMENTARES

a) Derivada de uma função constante, 𝒇(𝒙) = 𝒌 (constante) é zero, ou, 𝒇(𝒙) = 𝒌 → 𝒇′ (𝒙) = 𝟎
𝑓(𝑥+ℎ)−𝑓(𝑥) 𝑘−𝑘
Pela definição: 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 ℎ
→ 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 → 𝑓 ′ (𝑥) = 0
ℎ→0 ℎ→0 ℎ

De fato: y
f(x) = k

x x + x x

Exemplos: Derive as funções a seguir:

1. 𝑦 = 3 → 𝑦’ =

2. 𝑦 = −7 → 𝑦’ =

3. 𝑦 = 𝜋 → 𝑦’ =

b) Derivada da função identidade, 𝒇(𝒙) = 𝒙 → 𝒇′ (𝒙) = 𝟏


𝑥+ℎ−𝑥
Pela definição: 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 ℎ
→ 𝑓 ′ (𝑥) = 1
ℎ→0

De fato:

Perceba que o coeficiente angular da reta tangente é tg 45 0 = 1.


126

c) Derivada da função afim, 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒙 + 𝒃 → 𝒇′ (𝒙) = 𝒂


𝑎(𝑥+ℎ)+𝑏−(𝑎𝑥+𝑏) 𝑎ℎ
Pela definição: 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 ℎ
→ 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 𝑎 = 𝑎 → 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑎
ℎ→0 ℎ→0 ℎ ℎ→0

Exemplos: Derive as funções a seguir:

4. 𝑦 = 2𝑥 + 1 → 𝑦’ =
5. 𝑦 = 4𝑥 → 𝑦’ =
6. 𝑦 = 8 + 𝑥 → 𝑦’ =
𝑥
7. 𝑦 = − 3 → 𝑦’ =
8. 𝑦 = − 𝑥 → 𝑦’ =

d) Derivada da função 𝒈(𝒙) = 𝒌 𝒇(𝒙) → 𝒈′ (𝒙) = 𝒌𝒇(𝒙)′


Seja f(x) uma função e k uma constante, g a função definida por g(x) = k.f(x), então, se f’(x) existir, g'(x) = k.f’(x)
𝑔(𝑥+ℎ)−𝑔(𝑥) 𝑘𝑓(𝑥+ℎ)−𝑘𝑓(𝑥)
Pela definição: 𝑔′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 ℎ
→ 𝑔′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 ℎ
ℎ→0 ℎ→0

𝑓(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥)
𝑔′ (𝑥) = 𝑘. 𝑙𝑖𝑚 = 𝑘. 𝑓′(𝑥)
ℎ→0 ℎ
Exemplos: Derive as funções a seguir:

9. 𝑦 = − 𝑥 → 𝑦’ =
10. 𝑦 = 7𝑥 → 𝑦’ =

e) Derivada da função 𝒚 = 𝒖 ± 𝒗 → 𝒚′ = 𝒖′ ± 𝒗′ , onde 𝒖 = 𝒇(𝒙) e 𝒗 = 𝒈(𝒙)


Por definição:
[𝑓(𝑥 + ℎ) ± 𝑔(𝑥 + ℎ)] − [𝑓(𝑥) ± 𝑔(𝑥)] [𝑓(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥)] ± [𝑔(𝑥 + ℎ) ± −𝑔(𝑥)]
𝑦 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ
Aplicando o limite da soma e agrupando de forma conveniente, tem-se:
[𝑓(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥)] [𝑔(𝑥 + ℎ) − 𝑔(𝑥)]
𝑦 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 ± 𝑙𝑖𝑚 → 𝑦 ′ (𝑥) = 𝑓′(𝑥) ± 𝑔′(𝑥)
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ

Exemplos: Derive as funções a seguir:

11. 𝑦 = −𝑥 + 7 → 𝑦’ =
12. 𝑦 = 4 – 5𝑥 → 𝑦’ =
127

f) Derivada da função 𝒚 = 𝒖. 𝒗 → 𝒚′ = 𝒖′ 𝒗 + 𝒖𝒗′ , onde 𝒖 = 𝒇(𝒙) e 𝒗 = 𝒈(𝒙)


Por definição:
[𝑓(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥 + ℎ)] − [𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥)]
𝑦 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ
Acrescentando o elemento neutro da soma 0, de forma conveniente: 0 = 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥 + ℎ)
[𝑓(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥 + ℎ)] − [𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥)] + 𝑓(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥) − 𝑓(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥)
𝑦 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ
Agrupando de forma conveniente:
[𝑓(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥 + ℎ)] + [𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥)]
𝑦 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ
Aplicando o limite da soma e deixando em evidência o termo comum:
[𝑓(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥)] [𝑔(𝑥 + ℎ) − 𝑔(𝑥)]
𝑦 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 . 𝑙𝑖𝑚𝑔(𝑥 + ℎ) + 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥). 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ→0 ℎ→0 ℎ
Aplicando os limites e a definição de derivada, tem-se:
[𝑓(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥)] [𝑔(𝑥 + ℎ) − 𝑔(𝑥)]
𝑦 ′ (𝑥) = [ 𝑙𝑖𝑚 ] . 𝑔(𝑥) + 𝑓(𝑥). [𝑙𝑖𝑚 ]
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ
Logo,
𝑦 ′ (𝑥) = 𝑓 ′ (𝑥). 𝑔(𝑥) + 𝑓(𝑥). 𝑔′(𝑥)

Exemplos: Derive as funções a seguir:


1
13. 𝑦 = − 2 . 𝑥 → 𝑦’ =

u= u’ =
v= v’ =

14. 𝑦 = 𝑥. (𝑥 − 2) → 𝑦’ =
u= u’ =
v= v’ =

15. 𝑦 = (2𝑥 + 1)(𝑥 − 3) → 𝑦’ =


u= u’ =
v= v’ =
128

𝒖 𝒖′ 𝒗−𝒖𝒗′
g) Derivada da função quociente 𝒇(𝒙) = → 𝒇′ (𝒙) = , onde 𝒖 = 𝒇(𝒙) e 𝒗 = 𝒈(𝒙)
𝒗 𝒗𝟐

Por definição:
𝑓(𝑥 + ℎ) 𝑓(𝑥)

′ (𝑥) 𝑔(𝑥 + ℎ) 𝑔(𝑥)
𝑦 = 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ
Aplicando o MMC no numerador e aplicando a divisão de frações:
1 𝑓(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥) − 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥 + ℎ)
𝑦 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 .
ℎ→0 ℎ 𝑔(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥)
Acrescentando o elemento neutro da soma 0, de forma conveniente: 0 = 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥) − 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥)
1 [𝑓(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥) − 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥 + ℎ)] + [𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥) − 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥) ]
𝑦 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 .
ℎ→0 𝑔(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥) ℎ
Agrupando de forma conveniente:
1 [𝑓(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥) − 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥)] − [𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥) ]
𝑦 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 .
ℎ→0 𝑔(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥) ℎ
Aplicando as operações de limite da diferença e do produto e deixando em evidência o termo comum:
1 [𝑓(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥)] [𝑔(𝑥 + ℎ) − 𝑔(𝑥) ]
𝑦 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 . [(𝑙𝑖𝑚 ) . 𝑙𝑖𝑚𝑔(𝑥) − 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥). (𝑙𝑖𝑚 )]
ℎ→0 𝑔(𝑥 + ℎ). 𝑔(𝑥) ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ→0 ℎ→0 ℎ
Aplicando os limites e a definição de derivada, tem-se:
1
𝑦 ′ (𝑥) = . [𝑓′(𝑥). 𝑔(𝑥) − 𝑓(𝑥). 𝑔′(𝑥)]
𝑔(𝑥). 𝑔(𝑥)
Logo,
𝑓 ′ (𝑥).𝑔(𝑥) − 𝑓(𝑥). 𝑔′(𝑥)
𝑦 ′ (𝑥) = [𝑔(𝑥)]2

Exemplos: Derive as funções a seguir:


2
16. 𝑦 = 𝑥 → 𝑦’ =
u= u’ =
v= v’ =

𝑥
17. 𝑦 = 2 → 𝑦’ =
u= u’ =
v= v’ =

3𝑥+2
18. 𝑦 = → 𝑦’ =
𝑥−1
u= u’ =
v= v’ =
129

h) Derivada da função potência 𝒇(𝒙) = 𝒙𝒎 → 𝒇′(𝒙) = 𝒎𝒙𝒎−𝟏


Por definição:
(𝑥 + ℎ)𝑚 − 𝑥 𝑚 0
𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 =
ℎ→0 ℎ 0
Desenvolvendo (𝑥 + ℎ)𝑚 = 𝐶𝑚
0 𝑚 0 1 𝑚−1 1
𝑥 ℎ + 𝐶𝑚 𝑥 𝑚 0 𝑚
ℎ + ⋯ + 𝐶𝑚 𝑥 ℎ
0 1 𝑚!
𝐶𝑚 = 1, 𝐶𝑚 = (𝑚−1)!.1! = 𝑚 ....

Voltando na definição:
𝑥 𝑚 + 𝑚𝑥 𝑚−1 + 𝐶𝑚
2 𝑚−2 2
𝑥 ℎ + ⋯ + ℎ𝑚 − 𝑥 𝑚
𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ
A partir do termo 𝑚𝑥 𝑚−1 todos os termos tem h e como h tende a zero sobra apenas o termo 𝑚𝑥 𝑚−1.
Logo,
𝑓′(𝑥) = 𝑚𝑥 𝑚−1

Exemplos: Derive as funções a seguir:


19. 𝑦 = 𝑥 2 → 𝑦’ =

𝑚 =

20. 𝑦 = 𝑥 3 → 𝑦’ =

𝑚 =

21. 𝑦 = √𝑥 → y’ =
𝑚 =

3
22. 𝑦 = 7√𝑥 2 → 𝑦’ =
𝑚 =

7
23. 𝑦 = 3 → 𝑦’ =
√𝑥

𝑚 =
130

11.2 DERIVADAS SUCESSIVAS


𝑑𝑦
Se a função 𝑦 = 𝑓(𝑥) e sua função derivada, , são contínuas e deriváveis no intervalo (𝑎, 𝑏) então, a
𝑑𝑥
𝑑 𝑑𝑦 𝑑2 𝑦
derivada da derivada é a função 𝑑𝑥 (𝑑𝑥 ) = 𝑑𝑥 2 = 𝑓′′(𝑥) que é a derivada de segunda ordem da função 𝑦.

Se a derivada de segunda ordem da função 𝑦 = 𝑓(𝑥) é contínua e derivável em (𝑎, 𝑏), sua derivada é
𝑑 𝑑2 𝑦 𝑑3 𝑦
( ) = 𝑑𝑥 3 = 𝑓′′′(𝑥) que é a derivada de terceira ordem da função 𝑦.
𝑑𝑥 𝑑𝑥 2

E assim sucessivamente até a n-ésima ordem.

Exemplo 24: Calcular a derivada de quarta ordem da função 𝑓(𝑥) = 𝑥 5 – 4𝑥 3 + 𝑥 2 – 10.

11.3 INTERPRETACAO DE DERIVADA DE SEGUNDA ORDEM EM CINEMATICA


Aceleração média: Quando a velocidade de um móvel varia no decorrer do tempo se diz que ele está dotado
de uma aceleração. Do mesmo modo como a velocidade informa como varia a posição de um corpo, a
aceleração indica a taxa de variação da velocidade no decorrer do tempo. A aceleração média é definida
Δ𝑣
como sendo a razão entre a variação da velocidade e o respectivo intervalo de tempo considerado 𝑎𝑚 = .
Δ𝑡

Aceleração instantânea: Ao calcular a aceleração média para um intervalo de tempo tendendo para zero,
isto é, a aceleração instantânea é o limite da aceleração média quando o intervalo de tempo tende para zero.
∆𝑣 𝑑𝑣
Representa-se a aceleração por: 𝑎 = lim =
∆𝑡→0 ∆𝑡 𝑑𝑡

Exemplo 25: Obter a aceleração instantânea como taxa de variação da função x = f(t), posição em relação ao
tempo.
131

11.4 MODELAGEM MATEMÁTICA

Os fenômenos físicos relativos ao estudo do movimento, ou seja, nas grandezas velocidade e aceleração, são
modelados através da derivada.

A derivada 𝑓′(𝑎) e a taxa instantânea de variação de 𝑦 = 𝑓(𝑥) em relação a 𝑥 quando 𝑥 = 𝑎.

Exemplo 26: Um carro de testes partindo do repouso de um marco numa pista retilínea especial, realiza um
certo percurso, de modo que a posição do carro em relação ao marco inicial de acordo com o computador de
bordo, é dada pela função 𝑥 = 2,4𝑡 2 − 0,12𝑡 3 com x medido em metros e t medido em segundos.
Determinar:

a) A velocidade média do carro entre 0 e 10,0 𝑠.

b) A velocidade instantânea do carro no instante 𝑡 = 5,0 𝑠.

c) A aceleração média entre os instantes 0 e 5,0 𝑠.

d) A aceleração a que está submetido o carro em 𝑡 = 10,0 𝑠.


132

Exemplo 27: A temperatura do ponto 𝒙 de um arame delgado situado no eixo das abscissas é dada pela
função:

𝑇 = 15 + √𝑥 (T em 0C e x em cm).

Qual a taxa de variação da temperatura em 𝑥 = 4 𝑐𝑚?

Exemplo 28: A taxa de variação instantânea do custo total de produção em relação ao número de unidades
produzidas denomina-se custo marginal, é medido em R$/unidade e frequentemente, é uma boa
aproximação do custo de produção de uma unidade adicional.

Suponha que o custo total em R$ ao se fabricar q unidades de um produto é dado pela função

𝐶(𝑞) = 3𝑞 2 + 5𝑞 + 10.

a) Qual a função do custo marginal?

b) Qual é o custo marginal de 50 unidades produzidas?

c) Qual é o custo real de produção da 51a unidade?


133

EXERCÍCIOS:

1. Utilizando a definição de derivada, calcule a derivada de 𝑦 = √𝑥.

2. Calcule as derivadas das seguintes funções:

a. 𝑦 = −1
𝑥
b. 𝑦 = 2
4𝑥
c. 𝑦= 3
𝑥
d. 𝑦 = 5𝑥 + 2
1
e. 𝑦 = 4𝑥 + 3

f. 𝑦 = 𝑥 3 − 2𝑥
𝑥2 𝑥
g. 𝑦 = +4
2
𝑥
h. 𝑦 = − 3
𝑥3 𝑥2
i. 𝑦= + − 7𝑥 + 5400
3 2

j. 𝑓(𝑡) = 2𝑡 2 − 3𝑡 + 2
k. 𝑦 = √𝑥
3
l. 𝑦 = √𝑥 2
5
m. 𝑦 = 𝑥²
3𝑥+2
n. 𝑦 =
𝑥−1

2𝑥
3. Se 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 +1, determine 𝑓’(0).

4. Se 𝑓(𝑥) = 𝑥 4 + 3𝑥 2 + 3𝑥 − 2, determine 𝑓’(−1)

1 1
5. Calcule a equação da reta tangente à curva 𝑦 = 𝑥 , no ponto 𝑥 = 2.

6. Achar a equação da reta tangente a curva 𝑦 = 𝑥 3 no ponto 𝑥 = 2.

7. Achar a equação da reta tangente e da reta normal a curva 𝑦 = 𝑥 2 + 1 no ponto 𝑥 = 1.


134

8. Determine as derivadas, simplifique se for possível.

𝑥 2 +2𝑥
a. 𝑦 = 𝑥
4𝑥 2 −3𝑥
b. 𝑦 = 8√𝑥
𝑥+1
c. 𝑦 = 3
√𝑥
𝑥−3
d. 𝑦 = (𝑥+4) (𝑥 2 + 2𝑥 + 1)

e. 𝑦 = (3𝑥 3 + 4𝑥)(𝑥 − 5)(𝑥 + 1)


2
f. 𝑦 = 𝑥 (2 − 𝑥+1 )

g. 𝑦 = (𝑥³ + 1)²
𝑥 2 +1
h. 𝑦 = 𝑥−
√𝑥
3 4
i. 𝑦 = √𝑥 + √𝑥 + √𝑥

9. Considere as informações fornecidas:

𝑔(2) = 3 𝑔′(2) = −2 ℎ(2) = −1 ℎ′(2) = 4

Determine 𝑓′(2), em cada situação:

a. 𝑓(𝑥) = 2𝑔(𝑥) + ℎ(𝑥)

b. 𝑓(𝑥) = 3 − 𝑔(𝑥)

c. 𝑓(𝑥) = [𝑔(𝑥)]. [ℎ(𝑥)]


𝑔(𝑥)
d. 𝑓(𝑥) = ℎ(𝑥)

10. Determine uma equação para a reta tangente à curva no ponto dado:

a. 𝑦 = 2𝑥 3 − 𝑥 2 + 2 em (1,3)
2
b. 𝑦 = 𝑥 + 𝑥 em (2,3)
135

Respostas:
1
1. 𝑦′ = 2
√𝑥

1 4 11
2. a) 𝑦′ = 0 b) 𝑦′ = 2 c) 𝑦′ = 3 d) 𝑦′ = e) 𝑦′ = 4
2

1 1
f) 𝑦 ′ = 3𝑥 2 − 2 g) 𝑦 ′ = 𝑥 + 4 h) 𝑦 ′ = − 3 i) 𝑦 ′ = 𝑥 2 + 𝑥 − 7 j) 𝑦 ′ = 4𝑡 − 3

1 2 10 5
k) 𝑦 ′ = 2 l) 𝑦 ′ = 3 m) 𝑦 ′ = − 𝑥³ n) 𝑦 ′ = − (𝑥−1)²
√𝑥 3 √𝑥

3. 𝑓 ′ (0) = 2

4. 𝑓 ′ (1) = −7

5. 𝑦 = −4𝑥 + 4

6. 𝑦 = 12𝑥 − 16
1 5
7. 𝑦𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒 = 2𝑥 𝑦𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 = − 2 𝑥 + 2

12𝑥 1/2 −3𝑥 −1/2 2𝑥 −1/3 −𝑥 −4/3 2𝑥 3 +11𝑥 2 −8𝑥−17


8. a) 𝑦 ′ = 1 b) 𝑦 ′ = c) 𝑦 ′ = d) 𝑦 ′ =
16 3 (𝑥+4)²

2𝑥 2 +4𝑥
e) 𝑦 ′ = 15𝑥 4 − 48𝑥 3 − 33𝑥 2 − 32𝑥 − 20 f) 𝑦 ′ = g) 𝑦 ′ = 6𝑥 5 + 6𝑥²
(𝑥+1)²

2𝑥 2 −3𝑥 3/2 +𝑥 −1/2 −2 1 1 1


h) 𝑦 ′ = i) 𝑦 = 2 𝑥 −1/2 + 3 𝑥 −2/3 + 4 𝑥 −3/4
2(𝑥+√𝑥)²

9. a) 𝑓 ′ (2) = 0

b) 𝑓 ′ (2) = 2

c) 𝑓 ′ (2) = 14

d) 𝑓 ′ (2) = −10

10.a) 𝑦 = 4𝑥 − 1
1
b) 𝑦 = 2 𝑥 + 2
136
137

CAPÍTULO 12 – DIFERENCIABILIDADE
DIFERENCIABILIDADE DE UMA FUNÇÃO

A derivabilidade ou diferenciabilidade de uma função é a análise feita para saber se uma função derivada está
definida em todos os pontos do seu domínio.

Há algumas situações em que uma função mesmo sendo continua em 𝑥0 , ainda assim não é derivável
em 𝑥0 . Essas situações são chamadas de pontos de bico (ou quina, ou reversão ou anguloso) e pontos de
tangência vertical.

Nos pontos de bico os limites laterais da definição das derivadas são distintos; e nos pontos de tangência
vertical as inclinações da reta secante pela direita e pela esquerda são −∞ ou +∞ ou vice-versa.

Se uma função é diferenciável em 𝑥0 , então ela é continua em 𝑥0 , e isso indica a existência de uma única reta
tangente a esse ponto.

Definição: Uma função é derivável ou diferenciável no ponto 𝑥0 , se existir o limite:


𝑓(𝑥0 + ℎ) − 𝑓(𝑥0 )
𝑓 ′ (𝑥0 ) = lim
ℎ→0 ℎ

Se 𝑓(𝑥) for derivável em todos os pontos de um intervalo aberto (𝑎, 𝑏), então 𝑓(𝑥) é derivável em (𝑎, 𝑏).

Caso seja derivável em todos os pontos do intervalo (−∞, ∞), então 𝑓(𝑥) é derivável em todo intervalo real.

Exemplo 1: Determine se a função 𝑓(𝑥) = 𝑥² é diferenciável em 𝑥 = 0.


𝑓(0 + ℎ) − 𝑓(0) ℎ² − 0 ℎ²
𝑓 ′ (0) = lim = lim = lim = lim ℎ = 0
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ ℎ→0

Ou seja, a função é diferenciável em x = 0.

Caso a função seja definida em mais de uma sentença, então é necessário determinar as derivadas laterais.
138

Definição de Derivada à direita: Seja uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) definida em 𝑥0 , então a derivada à direita de f
em 𝑥0 , denotada por 𝑓+′ (𝑥0 ), é definida por:

𝑓(𝑥0 + ℎ) − 𝑓(𝑥0 )
𝑓+′ (𝑥0 ) = lim+
ℎ→0 ℎ
ou

𝑓(𝑥) − 𝑓(𝑥0 )
𝑓+′ (𝑥0 ) = lim+
𝑥→𝑥0 𝑥 − 𝑥0

Caso o limite existe.

Definição de Derivada à esquerda: Seja uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) definida em 𝑥0 , então a derivada à esquerda
de f em 𝑥0 , denotada por 𝑓−′ (𝑥0 ), é definida por:

𝑓(𝑥0 + ℎ) − 𝑓(𝑥0 )
𝑓−′ (𝑥0 ) = lim−
ℎ→0 ℎ
ou

𝑓(𝑥) − 𝑓(𝑥0 )
𝑓−′ (𝑥0 ) = lim−
𝑥→𝑥0 𝑥 − 𝑥0

Caso o limite existe.

Observação: Quando as derivadas laterais (direita e esquerda) existem e são diferentes em um ponto 𝑥0 ,
dizemos que este é um ponto anguloso ou de reversão do gráfico e a função não é diferenciável em 𝑥0 .

Exemplo 2: Determine se a função 𝑓(𝑥) = |𝑥| é diferenciável em 𝑥 = 0.

A função é contínua em x = 0, então pode-se analisar as derivadas


laterais.
𝑓(0 + ℎ) − 𝑓(0) ℎ−0 ℎ
𝑓+′ (0) = lim+ = lim+ = lim+ = 1
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ

𝑓(0 + ℎ) − 𝑓(0) −ℎ − 0 −ℎ
𝑓−′ (1) = lim+ = lim+ = lim+ −1
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ

Como as derivadas laterais são distintas, pode-se afirmar que essa função não é diferenciável em x = 0.
139

𝑥 2 − 𝑥 + 2, 𝑠𝑒 𝑥 < 1
Exemplo 3: Determine se a função 𝑓(𝑥) = { é diferenciável em 𝑥 = 1.
2√𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 1

A função é contínua em x = 1, então pode-se analisar as derivadas laterais.

𝑓(1 + ℎ) − 𝑓(1) 2√1 + ℎ − 2√1 2√1 + ℎ − 2


𝑓+′ (1) = lim+ = lim+ = = lim+
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ
Fazendo 𝑦 2 = 1 + ℎ, tem-se: ℎ = 𝑦 2 − 1, assim:

2𝑦 − 2 2(𝑦 − 1) 2
lim 2
= lim = lim =1
𝑦→1 𝑦 − 1 𝑦→1 (𝑦 − 1)(𝑦 + 1) 𝑦→1 (𝑦 + 1)

𝑓(1 + ℎ) − 𝑓(1) (1 + ℎ)2 − (1 + ℎ) + 2 − 12 + 1 − 2


𝑓−′ (1) = lim− = lim−
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ
ℎ + ℎ² ℎ(1 + ℎ)
= lim− = lim− = lim− 1 + ℎ = 1
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ ℎ→0

Como as derivadas laterais são iguais, pode-se concluir que é diferenciável em x = 1.


140

3𝑥 − 1, 𝑠𝑒 𝑥 < 2
Exemplo 4: Considere a função 𝑓(𝑥) = {
7 − 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 2
a) Verifique se a função é contínua em 𝑥 = 2.

lim 7 − x = 5
x→2+

lim 3x − 1 = 5
x→2−

Como os limites laterais são iguais, pode-se concluir que a função é contínua em x = 2.

b) Verifique se a função é diferenciável em 𝑥 = 2.

𝑓(2 + ℎ) − 𝑓(2) 7−2−ℎ−5 −ℎ


𝑓+′ (2) = lim+ = lim+ = lim+ = −1
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ

𝑓(2 + ℎ) − 𝑓(2) 𝑓(2 + ℎ) − 𝑓(2)


𝑓−′ (2) = lim− = lim−
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ
Como as derivadas laterais são distintas, pode-se concluir que a função não é diferenciável em x = 2.

c) Esboce o gráfico

y


x

− −         
−
141

EXERCÍCIOS:
1. Analise os gráficos a seguir, dados por funções de duas sentenças, e responda:
i) Pode-se afirmar algo a respeito de diferenciabilidade no ponto indicado? Explique.
ii) Avaliando as derivadas laterais nos pontos indicados, pode-se confirmar a afirmação do item i?

a) Ponto 𝑥 = −1 b) Ponto 𝑥 = 1

2. Analise a diferenciabilidade das funções no ponto indicado.


𝑥 2 , 𝑠𝑒 0 ≤ 𝑥 < 1
a) 𝑓(𝑥) = { em 𝑥 = 1
(𝑥 − 2)2 , 𝑠𝑒 1 < 𝑥 ≤ 2

𝑥 2 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 0
b) 𝑓(𝑥) = { 2 em 𝑥 = 0
−𝑥 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 > 0
8
− 1, 𝑠𝑒 0 < 𝑥 < 2
𝑥
c) 𝑓(𝑥) = { 𝑥+1 em 𝑥 = 2
, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 2
𝑥−1

3
3. Considere a função 𝑓(𝑥) = √𝑥 :

a) Obtenha o domínio de f, ou seja, 𝐷( 𝑓 )


b) Determine a derivada 𝑓 ’(𝑥)
c) Obtenha o domínio de 𝑓 ’, ou seja, 𝐷( 𝑓 ’)
d) Esboce o gráfico da função f.
e) A função f é diferenciável em todos os pontos? Explique.
142

Respostas:
1.a. Não é diferenciável, pois as derivadas laterais são distintas
1.b. Não é diferenciável, pois a função não tem continuidade nesse ponto.

2. a) É contínua, mas não é diferenciável.


2.b) É diferenciável
2.c) É diferenciável

1
3. a) 𝐷 = ℝ b) 𝑓 ′ (𝑥) = 3 c) 𝐷 = ℝ − {0} e) Não
3 √𝑥²
143

CAPÍTULO 13 – MÁXIMOS E MÍNIMOS


13.1 FUNÇÕES CRESCENTES E DECRESCENTES
Função Crescente: Seja 𝑦 = 𝑓(𝑥) uma função definida em um intervalo 𝐼. A função 𝑓 é crescente no
intervalo 𝐼 se 𝑓(𝑥1 ) < 𝑓(𝑥2 ) sempre que 𝑥1 < 𝑥2 , para todo 𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐼.

Note que qualquer reta tangente à 𝑓(𝑥) crescente tem inclinação positiva, ou seja, 𝑓′(𝑥) > 0.

Função Decrescente: Seja 𝑦 = 𝑓(𝑥) uma função definida em um intervalo 𝐼. A função 𝑓 é decrescente no
intervalo 𝐼 se 𝑓(𝑥1 ) > 𝑓(𝑥2 ) sempre que 𝑥1 < 𝑥2 , para todo 𝑥1 , 𝑥2 ∈ 𝐼.

De modo análogo qualquer reta tangente à 𝑓(𝑥) decrescente tem inclinação negativa, ou seja, 𝑓′(𝑥) < 0.

Portanto, pode-se analisar o crescimento e o decrescimento de uma função, no intervalo (𝑎, 𝑏) através do
sinal da derivada de primeira ordem.

Para avaliar o crescimento e decrescimento da função, analisa-se o sinal da derivada:

• Se no intervalo (𝑎, 𝑏) tem-se 𝑓′(𝑥) > 0, então, 𝑓 é crescente em (𝑎, 𝑏).


• Se no intervalo (𝑎, 𝑏) tem-se 𝑓′(𝑥) < 0, então, 𝑓 é decrescente em (𝑎, 𝑏) .
144

Exemplo 1: O gráfico 𝑥 = 𝑓(𝑡) mostra o movimento de uma partícula ao longo do eixo 0x. Analisando
graficamente os intervalos de crescimento e decrescimento dessa função.

Note que:

Em t = 2 s f’(t) < 0 → f(t) decresce

Em t = 4 s f’(t) = 0 → ponto crítico

1 Em t = 5,5 s f’(t) > 0 → f(t) cresce

2

Portanto:

• No intervalo (1,4) a função é decrescente.


• No intervalo (4,6) a função é crescente.

Obs.: Perceba que, os pontos críticos delimitam o intervalo de crescimento/decrescimento

Definição de ponto crítico: Diz-se que 𝑥0 é um ponto crítico de 𝑓(𝑥) se 𝑓’(𝑥0 ) = 0 ou não existe 𝑓’(𝑥0 ).

Exemplo 2: Considere a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 − 3𝑥 + 1:

a) Determine os pontos críticos.

b) Determine os intervalos onde a função é crescente ou decrescente, utilize o sinal da derivada de primeira
ordem e compare com o gráfico.
145

13.2 INTERVALOS DE CONCAVIDADE

Para analisar o intervalo de concavidade de uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥), se é côncava para cima ou côncava para
baixo utiliza-se a derivada de segunda ordem:

• Se 𝑓"(𝑥) > 0 no intervalo (𝑎, 𝑏), então, a função é côncava para cima em (𝑎, 𝑏).
• Se 𝑓"(𝑥) < 0 no intervalo (𝑎, 𝑏), então, a função é côncava para baixo em (𝑎, 𝑏).

Côncava para cima Côncava para baixo

Na figura a seguir, os pontos de abscissa c1, c2, c3 e c4 são pontos de inflexão, pois são pontos onde a curva
muda a sua concavidade.

Definição de ponto de inflexão: Diz-se que 𝑥0 é um ponto de inflexão 𝑓(𝑥) se 𝑓’’(𝑥0 ) = 0.

Obs.: Perceba que, os pontos de inflexão delimitam o intervalo de concavidade.


146

Exemplo 3: Considere a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 + 𝑥 2 − 5𝑥 − 5

a) Determine os pontos de inflexão da função.

b) Determine os intervalos de concavidade e classifique-os, compare com o gráfico.


147

13.3 DEFINIÇÃO DE MÁXIMO E MÍNIMO

Considere que 𝑉(𝑥0 , 𝛿) é a vizinhança de 𝑥0 com raio 𝛿.

Máximo: Diz-se que 𝑓(𝑥) admite um valor máximo no ponto 𝑥0 , relativo a uma vizinhança de 𝑥0 se

𝑓(𝑥) < 𝑓(𝑥0 ) para todo 𝑥 ∈ 𝑉(𝑥0 , 𝛿).


f(x0)

x0

Mínimo: Diz-se que f(x) admite um valor mínimo no ponto x0, relativo a uma vizinhança de x0 se

𝑓(𝑥) > 𝑓(𝑥0 ) para todo 𝑥 ∈ 𝑉(𝑥0 , 𝛿).

x0

f(x0)

3
Exemplo 4: Seja a parábola de Neil 𝑦 = √𝑥 2 , tem um ponto de mínimo em x = 0
148

13.4 CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DOS PONTOS DE MÁXIMO E MÍNIMO

CRITÉRIO DO SINAL DA DERIVADA PRIMEIRA: Seja f uma função contínua num intervalo fechado [𝑎, 𝑏], que
possui derivada em todo ponto do intervalo aberto (𝑎, 𝑏), exceto, possivelmente num ponto 𝑐:

• Se 𝑓′(𝑥) > 0 para todo 𝑥 < 𝑐 e 𝑓′(𝑥) < 0 para todo 𝑥 > 𝑐, então, 𝑓 tem um máximo local em 𝑐.
• Se 𝑓′(𝑥) < 0 para todo 𝑥 < 𝑐 e 𝑓′(𝑥) > 0 para todo 𝑥 > 𝑐, então, 𝑓 tem um mínimo local em 𝑐.

f’(c) = 0 y
y

f’(c) > 0 f’(c) < 0


f’(c) < 0 f’(c) > 0

f’(c) = 0
a c b x a c b x

Exemplo 5: Determine os pontos extremos de 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 − 12𝑥, usando o critério da primeira derivada.
149

CRITÉRIO DA DERIVADA SEGUNDA: Se 𝑓 ′ (𝑐) = 0 no intervalo (𝑎, 𝑏), então, 𝑐 é um provável ponto de máximo
ou de mínimo local em (𝑎, 𝑏).

• 𝑓 ′′ (𝑐) > 0 , então, 𝑓 tem um mínimo local em 𝑐, no intervalo (𝑎, 𝑏).


• 𝑓 ′′ (𝑐) < 0, então, 𝑓 tem um máximo local em 𝑐, no intervalo (𝑎, 𝑏).

Exemplo 6: Determine os pontos extremos de 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 − 12𝑥, utilizando o teste da derivada segunda.
150

13.5 ESBOÇO DE GRÁFICOS USANDO AS DERIVADAS

Considere a função 𝑓(𝑥), siga o roteiro proposto para conseguir esboçar o gráfico:

Etapas Procedimento Definições


1ª Encontrar o domínio da função 𝑓 Analisar o campo de existência de uma função, ou seja, o
conjunto de valores de 𝑥 para os quais a função é definida ou
existe.

2ª Calcular os pontos de interseção Determinar os pontos (𝑥, 𝑦):


com os eixos x e y Os valores de 𝑥 tais que 𝑓(𝑥) = 0, ou seja, 𝑦 = 0.
(Quando não requer muito trabalho) E o valor de 𝑥 tal que 𝑓(0), ou seja, 𝑥 = 0.
3ª Encontrar os pontos críticos da Os pontos críticos são todos 𝑥, tais que 𝑓′(𝑥) = 0, ou que não
função 𝑓 tem derivada.

4ª Determinar os intervalos de Se no intervalo (𝑎, 𝑏) tem-se 𝑓′(𝑥) > 0, então 𝑓 é crescente em


crescimento e decrescimento da (𝑎, 𝑏).
função 𝑓 Se no intervalo (𝑎, 𝑏) tem-se 𝑓′(𝑥) < 0, então 𝑓 é decrescente
em (𝑎, 𝑏).

5ª Encontrar os máximos e mínimos Teste da primeira derivada:


locais Considere que 𝑐 é ponto crítico de 𝑓, ou seja, 𝑓 ′ (𝑐) = 0:
Se 𝑓′(𝑥) > 0 para todo 𝑥 < 𝑐 e 𝑓′(𝑥) < 0 para todo 𝑥 > 𝑐,
então, 𝑓 tem um máximo local em 𝑐.
Se 𝑓′(𝑥) < 0 para todo 𝑥 < 𝑐 e 𝑓′(𝑥) > 0 para todo 𝑥 > 𝑐,
então, 𝑓 tem um mínimo local em 𝑐.

Teste da segunda derivada:


Considere que 𝑐 é ponto crítico de 𝑓, ou seja, 𝑓 ′ (𝑐) = 0:
Se 𝑓"(𝑐) > 0, então, então, 𝑓 tem um mínimo local em 𝑐.
Se 𝑓"(𝑐) < 0, então, então, 𝑓 tem um máximo local em 𝑐.

6ª Encontrar os pontos de inflexão e Os pontos de inflexão são todos 𝑥, tais que 𝑓′′(𝑥) = 0, ou que
determinar os intervalos de não tem derivada de segunda ordem.
concavidade para cima e para baixo.
Se no intervalo (𝑎, 𝑏) tem-se 𝑓′′(𝑥) > 0, então 𝑓 é côncava para
cima em (𝑎, 𝑏).
Se no intervalo (𝑎, 𝑏) tem-se 𝑓′′(𝑥) < 0, então 𝑓 é côncava para
baixo em (𝑎, 𝑏).

7ª Encontrar as assíntotas horizontais e Analisar os limites laterais nos pontos de descontinuidade (se
verticais, se existirem. houver): lim+ 𝑓(𝑥) e lim− 𝑓(𝑥).
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
Se os limites laterais tendem ao infinito (positivo ou negativo),
então, 𝑥 = 𝑎 é uma assíntota vertical.

Analisar os limites nos extremos:


lim 𝑓(𝑥) e lim 𝑓(𝑥).
𝑥→∞ 𝑥→−∞
Se os limites tenderem a valores constantes b e c, então, 𝑦 =
𝑏 e 𝑦 = 𝑐 são assíntotas horizontais.
8ª Esboçar o gráfico Usar as características das etapas anteriores
151

Exemplo 7: Dada a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 − 3𝑥 + 2, determine:

a) Domínio

Devido a função ser polinomial, o domínio é todo o conjunto real, ou seja, 𝐷(𝑓) = ℝ

b) Raízes

𝑓(𝑥) = 𝑥 3 − 3𝑥 + 2 = 0

Por ser um polinômio de grau 3, a estratégia para encontrar as raízes é obter uma raiz e em seguida reduzir
o grau do polinômio através do Dispositivo de Briot-Ruffini.

Para obter a primeira raiz, analisa-se os divisores do termo de menor grau, pelos divisores do termo de maior
grau, com isso, as possíveis raízes racionais desse polinômio podem ser {1, −1,2, −2}. Testando, tem-se:

𝑓(1) = 13 − 3.1 + 2 = 0

Ou seja,, na primeira tentativa já foi obtida uma raiz, pode-se escrever o polinômio:

𝑥 3 − 3𝑥 + 2 = (𝑥 − 1)(? )

Agora, utilizando o dispositivo de Briot-Ruffini, tem-se:

𝑥 3 +0𝑥² −3𝑥 +2
1 0 -3 2
1 1 1 -2
1 1 -2 0
Resto

𝑥² +𝑥 −2

Pode-se escrever o polinômio: 𝑥 3 − 3𝑥 + 2 = (𝑥 − 1)(𝑥 2 + 𝑥 − 2)

As raízes da equação: 𝑥 2 + 𝑥 − 2 = 0, são: 𝑥 = 1 e 𝑥 = −2

Portanto, as raízes são {1, −2}.

c) Os extremos relativos (máximos e mínimos)

Derivando a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 − 3𝑥 + 2, tem-se 𝑓 ′ (𝑥) = 3𝑥 2 − 3

Igualando a zero para obter os pontos críticos, tem-se: 3𝑥 2 − 3 = 0

Logo, 𝑥 2 = 1.

E os pontos críticos são: {1, −1}, que são os candidatos a extremos relativos.

Usando o teste da segunda derivada, 𝑓 ′ ′(𝑥) = 6𝑥.


152

Assim, 𝑓 ′ ′(−1) = −6 < 0, então 𝑥 = −1 é ponto de máximo local.

E 𝑓 ′′ (1) = 6 > 0, então 𝑥 = 1 é ponto de mínimo local.

d) Os intervalos onde a função cresce ou decresce

Intervalo 𝐼 𝑥 ∗ ∈ 𝐼 𝑓 ′ (𝑥 ∗ ) = 3(𝑥 ∗ )2 − 3 Conclusão


(−∞, −1) -2 𝑓 ′ (−2) = 9 Crescente
(−1,1) 0 𝑓 ′ (0) = −3 Decrescente
(1, ∞) 2 𝑓 ′ (2) = 9 Crescente

e) Ponto de Inflexão

Derivando novamente a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 − 3𝑥 + 2, tem-se 𝑓 ′′ (𝑥) = 6𝑥.

Igualando a zero para obter os pontos críticos, tem-se: 6𝑥 = 0. Logo, o ponto de inflexão é: 𝑥 = 0

f) Intervalos de concavidade

Intervalo 𝐼 𝑥 ∗ ∈ 𝐼 𝑓′′ (𝑥 ∗ ) = 6(𝑥 ∗ ) Conclusão


(−∞, 0) -1 𝑓 ′′ (−1) = −6 Concavidade para baixo
(0, ∞) 1 𝑓 ′ (1) = 6 Concavidade para cima

g) Gráfico de f(x)
153

𝑥²
Exemplo 8: Dada a função 𝑓(𝑥) = 𝑥−3, determine:

a) Domínio

Devido a função ser fracionária, o domínio é todo o conjunto real, exceto as raízes do denominador, ou seja,
𝐷(𝑓) = ℝ − {3}

b) Raízes

𝑥2
𝑓(𝑥) =
𝑥−3
Por ser uma função fracionária, as raízes somente são as raízes do numerador. Os pontos que são raízes no
denominador não estão na função, pois estão fora do domínio.

A raiz da equação: 𝑥² = 0, é: 𝑥 = 0.

c) Os extremos relativos (máximos e mínimos)

𝑥2
Derivando a função 𝑓(𝑥) = 𝑥−3, tem-se:

𝑥(𝑥−6)
𝑓′(𝑥) = .
(𝑥−3)²

Igualando o numerador a zero, para obter os pontos críticos, tem-se: 𝑥(𝑥 − 6) = 0, tem-se 𝑥 = 0 e 𝑥 = 6.

Além disso, deve-se considerar o ponto cuja derivada não existe, nesse caso, 𝑥 = 3.

Assim, os pontos críticos são: {0,3,6}.

18𝑥−54
Usando o teste da segunda derivada, 𝑓′′(𝑥) = .
(𝑥−3)4

54
Assim, 𝑓 ′′ (0) = − 81 < 0, então 𝑥 = 0 é ponto de máximo local.

A derivada de segunda ordem não existe em 𝑥 = 3, 𝑓 ′′ (3) = ∄. Nesse caso, analisamos a função, a qual o
ponto também não está definido. Então, esse ponto não é nem de máximo e nem de mínimo local.
54
E 𝑓′′(6) = 81 > 0, então 𝑥 = 6 é ponto de mínimo local.
154

d) Os intervalos onde a função cresce ou decresce

Intervalo 𝐼 𝑥 ∗ ∈ 𝐼 𝑥 ∗ (𝑥 ∗ − 6) Conclusão
𝑓′(𝑥 ∗ ) =
(𝑥 ∗ − 3)²
(−∞, 0) -1 7 Crescente
𝑓 ′ (−1) =
16
(0,3) 1 ′ (1)
5 Decrescente
𝑓 =−
4
(3,6) 4 𝑓 ′ (4) = −8 Decrescente
(6, ∞) 7 7 Crescente
𝑓 ′ (7) =
16

e) Ponto de Inflexão
18𝑥−54
Derivando novamente a função, tem-se 𝑓′′(𝑥) = .
(𝑥−3)4

Igualando a numerador a zero, tem-se: 18𝑥 − 54 = 0

Logo, o ponto de inflexão é: 𝑥 = 3, lembrando que a função não está definida para esse ponto.

f) Intervalos de concavidade

Intervalo 𝐼 𝑥 ∗ ∈ 𝐼 18𝑥 ∗ − 54 Conclusão


𝑓′′(𝑥 ∗ ) =
(𝑥 ∗ − 3)4
(−∞, 3) 0 2 Concavidade para baixo
𝑓 ′′ (0) = −
3
(3, ∞) 4 𝑓 ′ (4) = 18 Concavidade para cima

g) Verifique se a função possui assíntotas:

𝑥2 𝑥2
Analisando os limites laterais temos: lim+ 𝑥−3 = ∞ e lim− 𝑥−3 = −∞.
𝑥→3 𝑥→3

Devido aos limites laterais serem infinitos, conclui-se que 𝑥 = 3 é uma assíntota vertical.

𝑥2 𝑥2
Analisando os limites nos extremos, temos: lim = ∞ e lim = −∞.
𝑥→∞ 𝑥−3 𝑥→−∞ 𝑥−3

Ou seja, cresce indefinidamente para x muito grande, e decresce indefinidamente para x muito grande, mas
negativo. Consequentemente, não possui assíntotas horizontais.
155

h) Gráfico de f(x)
156

13.6 PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO

Otimizar significa encontrar um resultado ótimo (máximo ou mínimo) para um determinado problema.

Estratégia

• Encontrar um modelo matemático para o problema:


o Identificar as variáveis;
o Identificar as restrições e as equações secundárias;
o Identificar a função principal.
• Maximizar ou minimizar a função principal usando derivadas.

Exemplo 9: Uma caixa aberta deve ser feita de uma folha de papelão medindo 16 cm por 30 cm, destacando-
se quadrados iguais dos quatro cantos e dobrando-se os lados. Qual é o tamanho dos quadrados para obter
uma caixa com o maior volume?

16 cm

30 cm
157

EXERCÍCIOS:

1. Determine os pontos de máximos e mínimos relativos das funções, ou seja, (x,y):


a. 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 2𝑥 + 3
1
b. 𝑓(𝑥) = 3 𝑥 3 − 2𝑥 2 + 3𝑥 + 1
c. 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 − 9𝑥 2 + 15𝑥 + 3
d. 𝑓(𝑥) = −𝑥 4 + 2𝑥²
e. 𝑓(𝑥) = 𝑥 4 − 8𝑥 2 + 2

2. Para a função 𝑓(𝑥) = 2𝑥 3 + 3𝑥 2 − 36𝑥 + 5, determine:

a. Pontos críticos;
b. Intervalos de crescimento e decrescimento (por derivada);
c. Concavidade e pontos de inflexão;
d. Esboce o gráfico e destaque os pontos de máximo, mínimo e de inflexão.

3. Um cilindro reto tem raio da base igual a x e altura igual a y. Seu volume é conhecido, e igual a 16 m3.
Determine x e y de modo que a área total desse cilindro seja mínima.

4. Seja f(x) = 3x2 - 9x, com  e  constantes, diferentes de zero e tais que  +  = 5. Encontre  e  tais que
o ponto crítico de f(x) seja x = 1.

5. Um terreno retangular deve ser cercado de duas formas. Dois lados opostos devem receber uma cerca
reforçada que custa R$ 3,00 o metro, enquanto os dois lados restantes recebem uma cerca padrão de R$ 2,00
o metro. Quais são as dimensões do terreno de maior área que pode ser cercada com R$ 6000,00?

𝑥3
6. Para a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 2−1, determine:

a. Os extremos relativos.
b. Intervalos de crescimento e decrescimento.
c. Concavidade e pontos de inflexão.
d. Esboce o gráfico.
158

7. Dada à função 𝑓(𝑥) = 𝑥 4 − 8𝑥², determine:

a. O domínio da função
b. Pontos extremos da função
c. Intervalo de crescimento e decrescimento da função
d. Ponto de inflexão
e) Intervalo de concavidade
f) Gráfico da função

8. Seja um triângulo isósceles com base b e altura h dadas. Quais são as dimensões de um retângulo de maior
área possível, tendo altura y e lado medindo x apoiado sobre a base do triângulo e o outro lado paralelo, com
os vértices localizados nos lados de mesma medida do triângulo?

9. Determine a função que modela a área de um retângulo cujo perímetro vale 20 m. Em seguida, determine
as medidas do retângulo que maximizam a área.

10. Uma caixa sem tampa, de base quadrada, deve ser construída de forma que seu volume seja 2500 m³. O
material da base vai custar R$ 1200 por m² e o material dos lados R$ 980 por m². Encontre as dimensões da
caixa de modo que o custo do material seja mínimo.
159

Respostas:

1. a) Mínimo em (1,2).
7
b) Máximo em (1, 3); mínimo em (3,1).
c) Máximo em (1,10); mínimo em (5, −22).
d) Máximo em (±1,1); mínimo em (0,0).
e) Máximo em (0,2); mínimo em (±2, −14).

2. a) Máximo em (-3, 86) e mínimo em (2,-39). b) Cresce em (−∞, −3) e (2, ∞); e decresce (−3,2).
1 47 1 1
c) 𝐼 (− 2 , 2 ) , concavidade para cima em (− 2 , ∞); e concavidade para baixo em (−∞, − 2).

d)

3. 𝑥 = 2 e 𝑦 = 4

4.  = 3 e  = 2

5. Lados de comprimentos 500 m e 750 m.

3√3 3√3
6. a) Máximo em (−√3, − ), mínimo em (√3, ) e inflexão em I(0,0).
2 2

b) Crescente em (−∞, −√3) e (√3, ∞). Decresce em (√3, −1), ( −1,0), (0, 1) e (1, √3).

c) Concavidade para cima em (−1,0) e (1, ∞). Concavidade para baixo em (−∞, −1) e (0,1).

d)
160

7. a) IR b) Máximo em (0,0) Mínimo em (-2,-16) e (2,-16).

c) Decresce em (−∞, −2) e (0,2) e cresce em (−2,0) e (2, ∞).

2√3 80 2√3 80
d) 𝐼1 (− , − 9 ) ≈ (−1,15; −8,8) e 𝐼2 ( , − 9 ) ≈ (1,15; −8,8)
3 3

2√3 2√3 2√3 2√3


e) Concavidade para cima em (−∞, − )e( , ∞) ; Concavidade para baixo em (− , ).
3 3 3 3

f)

𝑏 ℎ
8. 𝑥 = 2 e 𝑦 = 2

9. A = 25 m2

3 98 3 98 3 9
10. 5 √ 3 𝑚 × 5 √ 3 𝑚 × 100 √98² 𝑚 , ou seja, 15,983 𝑚 × 15,983 𝑚 × 9,785 𝑚
161

CAPÍTULO 14 – DIFERENCIAL E APROXIMAÇÃO LINEAR


𝑑𝑦
Durante o estudo das derivadas, 𝑑𝑥 foi interpretado como uma única entidade representando a derivada de
𝑑𝑦
𝑦 em relação a 𝑥, agora acrescenta-se significados diferentes para 𝑑𝑦 e 𝑑𝑥, o que permitirá tratar 𝑑𝑥 como

uma razão.

Além disso, estuda-se como as derivadas podem ser usadas para aproximar funções complicadas por funções
lineares mais simples. Tais funções são denominadas linearizações e se baseiam em retas tangentes.

14.1 ACRÉSCIMOS

Considere a função 𝑦 = 𝑓(𝑥). Define-se o acréscimo de 𝑥, denotado por ∆𝑥, para 𝑥1 e 𝑥2 pertencentes ao
domínio de 𝑓 como sendo:

∆𝑥 = 𝑥2 − 𝑥1 ou seja 𝑥2 = 𝑥1 + ∆𝑥

Essa variação de 𝑥 implica em uma variação de 𝑦, denotada por ∆𝑦, dada por:

∆𝑦 = 𝑦2 − 𝑦1 = 𝑓(𝑥2 ) − 𝑓(𝑥1 ) ou seja ∆𝑦 = 𝑓(𝑥1 + ∆𝑥) − 𝑓(𝑥1 )


162

14.2 DIFERENCIAIS

Diferencial de uma função é o acréscimo sofrido pela ordenada da reta tangente correspondente a um
acréscimo ∆𝑥 sofrido por 𝑥.

Sejam 𝑦 = 𝑓(𝑥) uma função derivável e ∆𝑥 um acréscimo de 𝑥. Define-se:

▪ A diferencial da variável independente x, denotada por 𝑑𝑥, como ∆𝑥 = 𝑑𝑥.


▪ A diferencial da variável dependente y, denotada por 𝑑𝑦, como 𝑑𝑦 = 𝑓′(𝑥). 𝑑𝑥 = 𝑓′(𝑥). ∆𝑥

Notação: Considerando 𝑦 = 𝑓(𝑥), para uma variação ∆𝑥, tem-se:

▪ ∆𝑦 = ∆𝑓 = 𝑓(𝑥 + ∆𝑥) − 𝑓(𝑥) é o valor exato da variação de 𝑓.


▪ 𝑦 + 𝑑𝑦 = 𝑓(𝑥) + 𝑓′(𝑥)∆𝑥 é um valor aproximado de 𝑓(𝑥 + ∆𝑥).
▪ 𝑑𝑦 = 𝑓′(𝑥)∆𝑥 é um valor aproximado da variação de 𝑓.

𝑑𝑦
De acordo com a definição, é possível escrever 𝑑𝑦 = 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥 ou = 𝑓′(𝑥).
𝑑𝑥
𝑑𝑦
A notação usada para 𝑓′(𝑥), pode agora ser considerada um quociente entre duas diferenciais.
𝑑𝑥

Exemplo 1: Encontre a diferencial 𝑑𝑦 para a função: 𝑓(𝑥) = 3𝑥 2 − 2𝑥 + 1

Solução: Derivando a função 𝑓, obtêm-se 𝑓′(𝑥) = 6𝑥 − 2.

Portanto, 𝑑𝑦 = 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥 = (6𝑥 − 2)𝑑𝑥

𝑥2
Exemplo 2: Encontre a diferencial 𝑑𝑦 para a função: 𝑓(𝑥) = 3−𝑥

2𝑥(3−𝑥)−(−1)𝑥²
Solução: Derivando a função 𝑓, obtêm-se 𝑓 ′ (𝑥) = (3−𝑥)2
.

6𝑥−𝑥²
Reescrevendo a derivada, tem-se: 𝑓 ′ (𝑥) = (3−𝑥)2

6𝑥−𝑥²
Portanto, 𝑑𝑦 = 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥 = ((3−𝑥)2) 𝑑𝑥
163

14.3 INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DA DIFERENCIAL

Seja 𝑦 = 𝑓(𝑥), uma função derivável, cujo gráfico é ilustrado na figura a seguir.

Considere os pontos 𝑃(𝑥1 , 𝑓(𝑥1 ), 𝑀(𝑥2 , 𝑓(𝑥1 ) e 𝑄(𝑥2 , 𝑓(𝑥2 ).

O acréscimo Δ𝑥 que define a diferencial 𝑑𝑥 está geometricamente representado pela medida do segmento
PM. O acréscimo Δ𝑦 está representado pela medida do segmento MQ.

Seja t a reta tangente à curva 𝑦 = 𝑓(𝑥) no ponto P. Esta reta corta a reta vertical 𝑥 = 𝑥2 no ponto R,
formando o triângulo retângulo PMR.

A inclinação (coeficiente angular) desta reta é dada por 𝑓 ′ (𝑥1 ) = 𝑡𝑔(𝛼).

Conclui-se que 𝑑𝑦 = 𝑀𝑅, visto que 𝑑𝑥 = 𝑃𝑀.

Devido à substituição de Δ𝑦 por d𝑦 comete-se um erro que é calculado pelo módulo da diferença entre o
valor exato da variação de 𝑦 (ou seja, Δ𝑦) e o valor aproximado da variação de 𝑦 (ou seja, d𝑦), isto é,

e = |Δ𝑦 − 𝑑𝑦|
164

Em exemplos práticos, para Δ𝑥 considerado um valor pequeno, considera-se Δ𝑦 ≈ 𝑑𝑦 (lê-se: Δ𝑦


aproximadamente igual a d𝑦).

Sabendo-se que 𝑑𝑦 = 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥, tem-se que Δ𝑦 ≈ 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥.

Além disso, ∆𝑦 = 𝑓(𝑥 + ∆𝑥) − 𝑓(𝑥)

Logo,

𝑓(𝑥 + ∆𝑥) − 𝑓(𝑥) ≈ 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥

Ou ainda

𝑓(𝑥 + ∆𝑥) ≈ 𝑓(𝑥) + 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥

Esse processo é denominado de linearização de 𝒇 em torno de 𝑥

14.4 APROXIMAÇÃO LINEAR: LINEARIZAÇÃO

Outra maneira de obter a linearização é baseada em encontrar a reta tangente nas proximidades do ponto
de tangência. Ou seja, utiliza-se a reta tangente em um ponto (𝑎, 𝑓(𝑎)) de uma curva 𝑦 = 𝑓(𝑥) como uma
aproximação para essa curva, quando 𝑥 está próximo de 𝑎.

Considere uma função f que seja diferenciável em 𝑥 = 𝑎. A equação da reta tangente no ponto (𝑎, 𝑓(𝑎)) é
dada por:

𝑦 = 𝑓(𝑎) + 𝑓′(𝑎)(𝑥 − 𝑎)

e é denominada de aproximação linear de f em a ou linearização de f em a.

Quando os valores de 𝑥 estão suficientemente próximos de 𝑎, os valores de 𝑦 podem ser utilizados como
aproximações dos valores da função 𝑓.

Por que usar diferenciais?


Em alguns casos é mais fácil calcular o d𝑦, por exemplo, para funções mais complicadas pode ser impossível
calcular exatamente o valor de Δ𝑦. Nesses casos, a aproximação por diferenciais torna-se muito útil.
165

Exemplo 3: Compare os valores de ∆𝑦 e de 𝑑𝑦 para a função 𝑦 = 𝑥 3 + 𝑥 2 − 2𝑥 + 1 para 𝑥 variando entre

a) de 2 para 2,05

Solução: Tem-se que ∆𝑥 = 2,05 − 2 = 0,05

Para fazer o cálculo exato, utiliza-se o ∆𝑦 = 𝑓(𝑥 + ∆𝑥) − 𝑓(𝑥)

∆𝑦 = 𝑓(𝑥 + ∆𝑥) − 𝑓(𝑥) = 𝑓(2,05) − 𝑓(2)

∆𝑦 = (2,053 + 2,052 − 2.2,05 + 1) − (23 + 22 − 2.2 + 1 ) = 0,717625

Para fazer a aproximação, utiliza-se o 𝑑𝑦 = 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥 com 𝑥 = 2 e 𝑑𝑥 = 0,05

𝑦 ′ = 3𝑥 2 + 2𝑥 − 2

𝑑𝑦 = 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥 = (3𝑥 2 + 2𝑥 − 2)𝑑𝑥

𝑑𝑦 = 𝑓 ′ (2). 0,05 = (3.22 + 2.2 − 2). 0,05 = 0,7

Observe que o erro cometido ao usar diferenciais é 𝑒 = |𝛥𝑦 − 𝑑𝑦| = |0,717625 − 0,7| = 0,017625

b) de 2 para 2,01

Solução: Tem-se que ∆𝑥 = 2,01 − 2 = 0,01

Para fazer o cálculo exato, utiliza-se o ∆𝑦 = 𝑓(𝑥 + ∆𝑥) − 𝑓(𝑥)

∆𝑦 = 𝑓(𝑥 + ∆𝑥) − 𝑓(𝑥) = 𝑓(2,01) − 𝑓(2)

∆𝑦 = (2,013 + 2,012 − 2.2,01 + 1) − (23 + 22 − 2.2 + 1 )

∆𝑦 = 0,140701

Para fazer a aproximação, utiliza-se o 𝑑𝑦 = 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥 com 𝑥 = 2 e 𝑑𝑥 = 0,01

𝑦 ′ = 3𝑥 2 + 2𝑥 − 2

𝑑𝑦 = 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥 = (3𝑥 2 + 2𝑥 − 2)𝑑𝑥

𝑑𝑦 = 𝑓 ′ (2). 0,01 = (3.22 + 2.2 − 2). 0,01 = 0,14

Observe que o erro cometido ao usar diferenciais é 𝑒 = |𝛥𝑦 − 𝑑𝑦| = |0,140701 − 0,14| = 0,000701

Comparando o item a e b, percebe-se que quanto menor o valor de 𝑑𝑥 melhor fica a aproximação dos valores
de 𝑑𝑦 e 𝛥𝑦
166

3
Exemplo 4: Encontre a aproximação linear da função √65,5 , usando diferenciais.

Solução:

A forma de obter a aproximação da função é por meio de:

𝑓(𝑥 + ∆𝑥) ≈ 𝑓(𝑥) + 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥

Precisamos obter a função 𝑓, o ponto 𝑥 e o valor do diferencial 𝑑𝑥 = ∆𝑥.


3
Analisando a função, pode-se obter que 𝑓(𝑥) = √𝑥 = 𝑥1/3 e 𝑥 = 64 , logo 𝑑𝑥 = ∆𝑥 = 1,5.
3
O ponto 𝑥 = 64 foi escolhido por estar muito próximo de 65,5 e por ter o valor de 𝑓(64) = √64 = 4.

Calculando a derivada, obtém-se:


1
𝑓′(𝑥) = 3
3 √𝑥²
Logo, o diferencial é
1
𝑑𝑦 = 3
𝑑𝑥
3 √𝑥²
Aplicando-se para 𝑥 = 64 e 𝑑𝑥 = 1,5, tem-se:
1 1
𝑑𝑦 = . 1,5 = . 1,5 = 0,03125
3
3 √64² 48

Substituindo na equação da linearização:

𝑓(𝑥 + ∆𝑥) ≈ 𝑓(𝑥) + 𝑓 ′ (𝑥)𝑑𝑥

𝑓(64 + 1,5) ≈ 𝑓(64) + 𝑑𝑦 = 4 + 0,03125 = 4,003125

3
Usando a calculadora, pode-se obter o valor exato de √65,5 ≈ 4,0310089894.

Então, o erro cometido nesse cálculo é dado por:

𝑒 = |𝛥𝑦 − 𝑑𝑦| = |4,0310089894 − 4,003125| = 0,0002410106


167

Exemplo 5: Obtenha um valor aproximado para o volume de uma fina coroa cilíndrica de altura 12 m, raio
interior 7 m e espessura 0,05 m. Determine o erro decorrente da utilização de diferenciais.

Solução: A figura representa o sólido de altura h, raio interior r e espessura 𝛥r.

Percebe-se que o volume depende do raio r e da altura h, mas nesse problema estamos tendo variação no
raio, portanto a altura permanece constante. Nesse caso, 𝑉(𝑟) = 12𝜋 𝑟 2

O volume do cilindro interior (𝑟 = 7 𝑚) é dado por:

𝑉(𝑟) = 12 𝜋 𝑟 2 = 12 𝜋. 72 = 588 𝜋 𝑚³

Havendo um acréscimo 𝛥r, o volume da coroa será igual à variação 𝛥V em V. Usando diferenciais, tem-se:

∆𝑉 ≈ 𝑑𝑉

𝑑𝑉 = 24 𝜋 𝑟. ∆𝑟

𝑑𝑉 = 24 𝜋. 7. 0,05 = 8,4 𝜋 𝑚³

O valor exato da coroa cilíndrica é

∆𝑉 = 12 𝜋 (𝑟 + ∆𝑟)2 − 12 𝜋 𝑟 2

∆𝑉 = 12 𝜋 (7,05)2 − 12 𝜋 72 = 596,43 𝜋 − 588 𝜋 = 8, 43 𝜋 𝑚³

Portanto o erro é:

𝑒 = |𝛥𝑦 − 𝑑𝑦| = |8, 43 𝜋 − 8,4 𝜋 | = 0,03 𝜋 = 0,094247776076


168

Exemplo 6: Uma placa quadrada de lado x, de espessura desprezível, é aquecida. O processo de aquecimento
provoca uma dilatação na placa. Admitindo uma dilatação uniforme, mantendo a forma quadrada, calcule a
variação da área em função da variação de seu lado, Δx, ocorrida devido ao processo de aquecimento.

Estime a variação da área utilizando diferenciais e interprete o resultado.

Solução:

A placa quadrada inicialmente tem lado de medida x.

Portanto, sua área vale:

𝐴(𝑥) = 𝑥 2

Após o aquecimento, a medida do seu lado aumenta em 𝛥x unidades.

Portanto, essa medida varia de 𝑥 para 𝑥 + 𝛥𝑥.

Em termos de diferencial (valor aproximado), temos:

𝑑𝐴 = 𝐴′ (𝑥)𝑑𝐴 = 2𝑥. 𝑑𝑥 = 2𝑥(𝛥𝑥)

O valor exato é 𝛥𝐴 .

A área da placa, após o aquecimento é:

𝐴(𝑥 + 𝛥𝑥) = (𝑥 + 𝛥𝑥)2 = 𝑥 2 + 2𝑥(𝛥𝑥) + (𝛥𝑥)2


A variação da área do quadrado quando medida, varia de 𝑥 para 𝑥 + 𝛥𝑥 é 𝛥𝐴

𝛥𝐴 = 𝐴(𝑥 + 𝛥𝑥) − 𝐴(𝑥) = (𝑥 2 + 2𝑥(𝛥𝑥) + (𝛥𝑥)2 ) − 𝑥 2 = 2𝑥(𝛥𝑥) + (𝛥𝑥)2

Observe que o erro cometido ao usar diferenciais é

𝑒 = |𝛥𝐴 − 𝑑𝐴| = |2𝑥(𝛥𝑥) + (𝛥𝑥)2 − 2𝑥(𝛥𝑥)| = (𝛥𝑥)2

Portanto, quando o acréscimo 𝛥𝑥 é muito pequeno, o valor do diferencial 𝑑𝐴 será uma boa aproximação para
a variação da área.
169

14.5 CÁLCULO DE ERROS

Pode-se estimar o valor do erro propagado - erro que se comete quando se usa uma estimativa (ou
aproximação) para o argumento da função.

▪ 𝐄𝒎𝒂𝒙 - Erro Máximo: E𝑚𝑎𝑥 = 𝑑𝑦 também conhecido como erro propagado ou erro aproximado.
Pode também ser dito valor aproximado. Note que E𝑚𝑎𝑥 possui unidade de medida.
𝑑𝑦
▪ 𝐄𝒓𝒆𝒍 - Erro Relativo: E𝑟𝑒𝑙 = e não possui unidade de medida.
𝑦
𝑑𝑦
▪ 𝐄𝑷𝒄 - Erro Percentual: E𝑃𝑐 = 100 é expresso como uma porcentagem.
𝑦

Exemplo 7: A área de um círculo de raio r é dada por 𝐴 = 𝜋𝑟². Se a medida do raio do círculo é de 𝑟 = 5 𝑐𝑚
com um erro possível de no máximo 0,01 𝑐𝑚, use diferenciais para estimar o erro resultante no cálculo da
área do círculo.

Solução:O erro relativo nos dá uma ideia melhor acerca do erro cometido.

∆𝐴 𝑑𝐴 2𝜋𝑟𝑑𝑟 𝑑𝑟
𝐸𝑟𝑒𝑙 (𝐴) = ≈ = 2
=2
𝐴 𝐴 𝜋𝑟 𝑟

Dessa forma, o erro relativo na área é cerca de 2 vezes o erro relativo no raio. Portanto, o erro relativo no
raio é de aproximadamente

𝑑𝑟 0,01
𝐸𝑟𝑒𝑙 (𝑟) = = = 0,002
𝑟 5

Consequentemente, o erro na área será de:

𝑑𝐴 𝑑𝑟
𝐸𝑟𝑒𝑙 (𝐴) = =2 = 2.0,002 = 0,004
𝐴 𝑟

Ou seja, produz um erro de cerca de 0,004 na área.

Os erros percentuais são de 0,2% no raio e 0,4% na área.


170

14.6 CÁLCULO DE DIFERENCIAIS

Todas as regras de derivação estudadas anteriormente podem ser escritas na forma diferencial.
Considere u e v funções diferenciáveis de x tais que:

𝑑𝑢 = 𝑢′ (𝑥)𝑑𝑥 e 𝑑𝑣 = 𝑣 ′ (𝑥)𝑑𝑥

Podemos fazer operações com os diferenciais.

Vamos exemplificar os cálculos para o produto:

𝑦(𝑥) = 𝑢(𝑥). 𝑣(𝑥)

A derivada é dada por 𝑦(𝑥) = 𝑢′ (𝑥). 𝑣(𝑥) + 𝑢(𝑥). 𝑣′(𝑥)

Escrevemos a fórmula diferencial da regra do produto do seguinte modo:

𝑑𝑦 = (𝑢′ (𝑥). 𝑣(𝑥) + 𝑢(𝑥). 𝑣′(𝑥))𝑑𝑥

Fazendo a distributiva, obtêm-se:

𝑑𝑦 = 𝑢′ (𝑥). 𝑣(𝑥) 𝑑𝑥 + 𝑢(𝑥). 𝑣 ′ (𝑥)𝑑𝑥

Substituindo 𝑑𝑢 = 𝑢′ (𝑥)𝑑𝑥 e 𝑑𝑣 = 𝑣 ′ (𝑥)𝑑𝑥, tem-se:


𝑑𝑦 = 𝑣(𝑥) 𝑑𝑢 + 𝑢(𝑥)𝑑𝑣

Assim, obtemos as demais fórmulas diferenciais:

Operação Fórmula diferencial

Multiplicação por escalar 𝑑(𝛼. 𝑢) = 𝛼. 𝑑𝑢

Soma ou subtração 𝑑(𝑢 ± 𝑣) = 𝑑𝑢 ± 𝑑𝑣

Produto 𝑑(𝑢. 𝑣) = 𝑣. 𝑑𝑢 + 𝑢. 𝑑𝑣

Quociente 𝑢 𝑣. 𝑑𝑢 + 𝑢. 𝑑𝑣
𝑑( ) =
𝑣 𝑣²
171

𝑥4 7
Exemplo 8: Considere as funções 𝑢(𝑥) = e 𝑣(𝑥) = 2 𝑥 2 cujos diferenciais são 𝑑𝑢 = 𝑥 3 𝑑𝑥 e 𝑑𝑣 = 7𝑥𝑑𝑥
4

Encontre a diferencial 𝑑𝑦 para a função:

a) 𝑦 = 𝑢(𝑥) + 𝑣(𝑥)

Solução: Aplicando a operação da soma com os diferenciais, tem-se

𝑑𝑦 = 𝑑𝑢 + 𝑑𝑣 = 𝑥 3 𝑑𝑥 + 7𝑥 𝑑𝑥 = (𝑥 3 + 7𝑥)𝑑𝑥

b) 𝑦 = 𝑢(𝑥). 𝑣(𝑥)

Solução: Aplicando a operação da multiplicação com os diferenciais, tem-se

7 2 3 𝑥4 7 7 21
𝑑𝑦 = 𝑣𝑑𝑢 + 𝑢𝑑𝑣 = 𝑥 . 𝑥 𝑑𝑥 + . 7𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 5 𝑑𝑥 + 𝑥 5 𝑑𝑥 = ( 𝑥 5 ) 𝑑𝑥
2 4 2 4 4

𝑢(𝑥)
c) 𝑦 = 𝑣(𝑥)

Solução: Aplicando a operação da multiplicação com os diferenciais, tem-se

7 2 3 𝑥4 7 5 7 5 7 7
𝑣𝑑𝑢 − 𝑢𝑑𝑣 2 𝑥 . 𝑥 𝑑𝑥 − . 7𝑥 𝑑𝑥 𝑥 𝑑𝑥 − 𝑥 𝑑𝑥 ( 4 𝑥 5 ) 𝑑𝑥 ( 4 𝑥 5 ) 1
𝑑𝑦 = = 4 =2 4 = = 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑑𝑥
2 49 4 49 4 49 4 7
𝑣² 7
(2 𝑥 2 ) 4 𝑥 4 𝑥 4 𝑥
172

EXERCÍCIOS:

1. Calcule a diferencial da função 𝑦(𝑥) = 6𝑥 3 − 4𝑥 2 − 2

2. Considere a função 𝑦 = 𝑓(𝑥) = 𝑥 3 , compare os valores de 𝑑𝑦 e ∆𝑦, para:

a) 𝑥 = 4 e 𝑑𝑥 = 0,1

b) 𝑥 = 4 e 𝑑𝑥 = 0,01

3. Uma queimadura na pele de uma pessoa tem a forma de um círculo, tal que se r cm for o raio e A cm² for
a área da queimadura, então 𝐴(𝑟) = 𝜋𝑟².
Use a diferencial para encontrar o decréscimo aproximado da área da queimadura quando o raio passa de 1
cm para 0,8 cm.

4. Um tumor no corpo de uma pessoa tem a forma esférica, tal que se r cm for o raio e V cm 3 for o volume
4
do tumor, então 𝑉(𝑟) = 3 𝜋𝑟³.

Use a diferencial para encontrar o aumento aproximado no volume do tumor quando o raio passa de 1,5 cm
para 1,6 cm.

5. A medida da resistência elétrica 𝑅 de um fio é proporcional à medida de seu comprimento 𝐿 e inversamente


proporcional ao quadrado da medida de seu diâmetro 𝑑. Ou seja,
𝐿
𝑅=𝑘
𝑑²
Onde, 𝑘 é a constante de proporcionalidade.

Suponha que a resistência de um fio de um determinado comprimento seja calculada a partir da medida de
seu diâmetro, com um erro possível de 2% (para mais ou para menos). Determine o erro percentual possível
no cálculo do valor da resistência.
173

6. O resultado da medida do raio de um círculo é 10 polegadas, com erro possível de 1/8 de polegada (para
mais ou para menos). Com auxílio de diferenciais, aproxime o erro possível e o erro relativo no cálculo da
área do círculo.

7. A medida de uma aresta de um cubo é 15 cm, com um erro possível de 0,01 cm. Use diferenciais para
encontrar o erro aproximado do cálculo

a) do volume

b) da área de uma das faces.


174

Respostas:
1. a) 𝑑𝑦 = (18𝑥 2 − 8𝑥)𝑑𝑥
2. a) ∆𝑦 = 4,8 e 𝑑𝑦 = 4,921 b) ∆𝑦 = 0,48 e 𝑑𝑦 = 0,481201
3. 𝑑𝐴 = −0,4 𝜋 𝑐𝑚²
4. 𝑑𝑉 = 0,9 𝜋 𝑐𝑚3
4
5. 𝐸𝑝𝑐 = ± %
𝑑
5 𝑑𝐴
6. 𝑑𝐴 = ± 2 𝜋 𝑝𝑜𝑙² e = ± 2,5 %
𝐴

7. a) 𝑑𝑉 = ± 6,75 𝑐𝑚³ b) 𝑑𝑉 = ± 0,3 𝑐𝑚²


175

CAPÍTULO 15 – LIMITE E DERIVADA DE FUNÇÃO COMPOSTA


Dada uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵 e uma função 𝑔: 𝐵 → 𝐶, a função composta de g com f é representada por
𝑔𝑜𝑓, e a função composta de f com g é representada por 𝑓𝑜𝑔.

A função 𝑓 tem domínio A e contradomínio B. A função 𝑔 tem domínio B e contradomínio C. Assim, o


contradomínio da função f é o domínio da função g. Pode-se escrever uma função composta que liga
diretamente o domínio A ao contradomínio C.

Desta forma, a função que liga diretamente um elemento x, que pertença ao domínio A, ao contradomínio C
é a função 𝑓𝑜𝑔(𝑥) ou, 𝑓(𝑔(𝑥)). Assim, é válido que: 𝑓𝑜𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑔(𝑥))
Realizando o caminho inverso, tem-se: 𝑔𝑜𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑓(𝑥)).

Note que nas funções compostas as operações entre as funções não são comutativas, ou seja, 𝑓𝑜𝑔 ≠ 𝑔𝑜𝑓.

15.1. LIMITE DE UMA FUNÇÃO COMPOSTA

Considere a função 𝐹(𝑥) = (𝑔 ∘ 𝑓)(𝑥) = 𝑔(𝑓(𝑥)), em que 𝑔(𝑓(𝑥)) é contínua em a ou não está definida
em a. Para determinar 𝑙𝑖𝑚 𝐹(𝑥) é necessário fazer uma mudança de variável, fazendo 𝑢 = 𝑓(𝑥), se existir
𝑥→𝑎
o limite 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑏, então tem-se 𝑢 → 𝑏 quando 𝑥 → 𝑎.
𝑥→𝑎

Então, o limite 𝑙𝑖𝑚 𝐹(𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 𝑔(𝑓(𝑥)) pode ser reescrito como 𝑙𝑖𝑚 𝑔(𝑢).
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑢→𝑏

Se 𝑙𝑖𝑚 𝑔(𝑢) existir, então: 𝑙𝑖𝑚 𝐹(𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 𝑔(𝑢)


𝑢→𝑏 𝑥→𝑎 𝑢→𝑏

𝑓(𝑥)
Exemplo 1: Seja 𝑓: ℝ → ℝ. Supondo que lim = 1, calcule:
𝑥→0 𝑥

𝑓(3𝑥)
𝑎) lim
𝑥→0 𝑥

𝑓(𝑥 2 − 1)
𝑏) lim
𝑥→1 𝑥
176

Exemplo 2: Considere as funções 𝑓, 𝑔 e ℎ representadas graficamente, avalie se o limite existe em cada um


dos casos:

a) lim ℎ(𝑓(𝑥))
𝑥→1

b) lim 𝑓(𝑔(𝑥))
𝑥→2

c) lim ℎ(𝑓(𝑥))
𝑥→−3

d) lim 𝑔(ℎ(𝑥))
𝑥→−3
177

Entre as propriedades relacionadas com composição de funções potências ou funções irracionais com função
composta tem-se que, 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) existir, então vale:
𝑥→𝑎
𝑚
i. O limite da potência de uma função é a potência do limite da função 𝑙𝑖𝑚[𝑓(𝑥)𝑚 ] = [𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥)]
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
𝑛 𝑛
ii. O limite da raiz de uma função é a raiz do limite da função 𝑙𝑖𝑚 √𝑓(𝑥) = √𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥)
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

Assim, pode-se afirmar que para calcular limites de funções compostas é necessário calcular o limite da
função interna, ou seja, recai no cálculo de limites estudado anteriormente.

𝑥−1 7
Exemplo 3: Calcule lim ( )
𝑥→3 2−𝑥

3 𝑥 2 −4
Exemplo 4: Calcule lim √ 𝑥−2
𝑥→2
178

15.2. REGRA DA CADEIA – DERIVADA DE FUNÇÃO COMPOSTA

Derivar uma função polinomial é simples, mas ao ser aplicada em uma composição, o processo se torna mais
complexo. Vamos analisar um exemplo com um binômio de newton, quando está na forma desenvolvida,
pode-se derivar rapidamente. No entanto, se esse polinômio está na forma fatorada, não se pode aplicar a
regra da derivada estudada até o momento, é necessário primeiramente fazer o desenvolvimento para em
seguida derivar, e esse processo pode demora um pouco, dependendo da potência desse binômio.

Exemplo 5: Considere a função 𝑓(𝑥) = (𝑥 2 + 1)𝑛 .

Calcule a derivada de 𝑓(𝑥) quando 𝑛 vale:

a) 𝑛 = 1

𝑓(𝑥) = (𝑥 2 + 1)1 = 𝑥 2 + 1 → 𝑓′(𝑥) =

b) 𝑛 = 2

𝑓(𝑥) = (𝑥 2 + 1)2 = 𝑥 4 + 2𝑥² + 1 → 𝑓′(𝑥) =

c) 𝑛 = 3

𝑓(𝑥) = (𝑥 2 + 1)3 = 𝑥 6 + 3𝑥 4 + 3𝑥² + 1 → 𝑓′(𝑥) =

d) 𝑛 = 200

𝑓(𝑥) = (𝑥 2 + 1)200 = difícil de desenvolver → 𝑓′(𝑥) =

REGRA DA CADEIA:

Sejam duas funções 𝑓 e 𝑔, funções deriváveis, com 𝐼𝑚(𝑓) ∈ 𝐷𝑔 , e 𝐹(𝑥) = (𝑔 ∘ 𝑓)(𝑥) = 𝑔(𝑓(𝑥)).

Assim, para determinar 𝐹′(𝑥), utiliza-se a regra da cadeia:

𝐹 ′ (𝑥) = 𝑔′ (𝑓(𝑥)). 𝑓′(𝑥)

Substituindo 𝑢 = 𝑓(𝑥), tem-se 𝐹(𝑥) = 𝑔(𝑓(𝑥)) = 𝑔(𝑢), pode-se simplificar a regra da cadeia como:

𝐹 ′ (𝑥) = 𝑔′ (𝑢). 𝑢′(𝑥)

Usando a notação de Leibniz, tem-se:


𝑑𝐹 𝑑𝑔 𝑑𝑢
= .
𝑑𝑥 𝑑𝑢 𝑑𝑥
179

REGRA DA CADEIA EM FUNÇÃO POTÊNCIA:

Função potência Derivada

𝑦 = 𝑢𝑚 𝑦 ′ = 𝑚. 𝑢𝑚−1 . 𝑢′

Exemplos: Derive as funções a seguir, utilizando a regra da cadeia:

6. 𝑦(𝑥) = (2𝑥 + 1)7

u= u’ = y’ =

7. 𝑦(𝑥) = (3𝑥 2 − 2𝑥)5

u= u’ = y’ =

8. 𝑦(𝑥) = √4𝑥 + 3

u= u’ = y’ =

𝑥+2 6
9. 𝑦(𝑥) = ( 3𝑥 )

u= u’ = y’ =

Exemplo 10: Um objeto está se movendo em linha reta com uma velocidade 𝑣(𝑡) = (2𝑡 + 9)2 . (8 − 𝑡)3 𝑚/𝑠
para 0 ≤ 𝑡 ≤ 5 𝑠. Determine a aceleração desse objeto no instante 𝑡 = 0,5 𝑠.
180

EXERCÍCIOS

1) Calcule os limites a seguir, utilize as técnicas de substituição na indeterminação:

3 𝑥3 + 1
𝑎) lim √
𝑥→−1 𝑥+1

√𝑥 2 + 3 − 2
𝑏) lim
𝑥→1 𝑥2 − 1
3
√𝑥 + 7 − 2
𝑐) lim
𝑥→1 𝑥−1
3
√3𝑥 + 5 − 2
𝑑) lim
𝑥→1 𝑥2 − 1

2) Calcular a derivada das funções compostas, a seguir:

3𝑥+2 3
a. 𝑓(𝑥) = (2𝑥+1)

b. 𝑓(𝑥) = (3𝑥 2 + 1)3 (𝑥 − 𝑥 2 )2


c. 𝑓(𝑥) = 5√𝑥 2 + 3
𝑡2
d. 𝑔(𝑡) = 3
√𝑡 3 +1

e. 𝑦 = (4 − 3𝑥)9
𝑥 −7
f. 𝑓(𝑥) = (1 − 7)

g. 𝑞 = √2𝑟 − 𝑟 2
h. 𝑔(𝑡) = 10(3𝑡 2 + 7𝑡 − 3)10
3
i. 𝑓(𝑥) = √(3𝑥 2 + 6𝑥 − 2)2
2𝑥
j. 𝑓(𝑥) =
√3𝑥+1
181

Respostas:

3(3𝑥+2)2
a. 𝑓 ′ (𝑥) = − (2𝑥+1)4
′ (𝑥)
b. 𝑓 = 2(3𝑥 + 1)3 (𝑥 − 𝑥 2 )(1 − 2𝑥) + 18𝑥(𝑥 − 𝑥 2 )2 (3𝑥 2 + 1)2
3
5𝑥
c. 𝑓 ′ (𝑥) = √𝑥 2
+3
4 1
d. 𝑔 ′ (𝑥)
= −𝑡 (𝑡 + 1)−3 + 2𝑡(𝑡 3 + 1)−3
4 3

e. 𝑦 ′ = −27(4 − 3𝑥)8
𝑥 −8
f. 𝑓 ′ (𝑥) = (1 − 7)
1−𝑟
g. 𝑞 ′ = √2𝑟−𝑟 2
h. 𝑔′ (𝑡) = 100(3𝑡 2 + 7𝑡 − 3)9 (6𝑡 + 7)
4(𝑥+1)
i. 𝑓 ′ (𝑥) = 3 2
√3𝑥 +6𝑥−2
′ (𝑥) −3𝑥 2
j. 𝑓 = +
√3𝑥+1 √3𝑥+1
182
183

CAPÍTULO 16 – TAXAS RELACIONADAS


O ser humano está sempre na busca de descrever o comportamento dos fenômenos físicos que o cercam. Em
geral, inicia-se descrevendo problemas mais simplificados, ou seja, desprezando variáveis que não são tão
relevantes. Em seguida, gradativamente são acrescentadas novas variáveis até chegar o mais
próximo possível da realidade. Neste contexto, são abordadas as taxas relacionadas, que são as relações
estabelecidas entre as várias taxas de variação de um determinado fenômeno físico.

A taxa de variação é a variação de uma determinada grandeza em função de outra variável. Por exemplo, a
velocidade é a taxa de variação da posição em função do tempo.

Entretanto, tem-se mais que um tipo de taxa de variação:

• Taxa de variação média que é a variação média entre os valores iniciais e finais.
• Taxa de variação instantânea que é a variação de uma grandeza em um determinado momento do
fenômeno, nesse caso, utiliza-se as derivadas.

As taxas relacionadas são um conjunto de taxas de variação instantânea que estão ligadas entre si por uma
mesma variável independente. Nesse caso, utiliza-se a regra da cadeia.

Exemplos:
3
1. Ao ser inflado um balão esférico, seu raio 𝑟 (em cm) após 𝑡 minutos é dado por 𝑟 = 3 √𝑡 para 0 ≤ 𝑡 ≤ 10.
a) Determine a taxa de variação do raio em relação a 𝑡 quando 𝑡 = 8 min.

4
b) Determine a taxa de variação do volume V do balão em relação a 𝑡 quando 𝑡 = 8 min. Dado: 𝑉 = 3 𝜋𝑟 3 .
184

2. Em uma experiência de dilatação térmica, um cubo metálico está sendo aquecido e por isso ele dilata. A
cada segundo, a aresta do cubo aumenta 1 mm.

Qual é a taxa de aumento do volume do cubo em relação ao tempo no instante em que a aresta vale 10 cm?

dx
3. O lado x de um quadrado cresce à velocidade = t 2 cm / s .
dt

Calcule a velocidade com que cresce a diagonal y do quadrado no instante t = 5 s.

ESTRATÉGIAS PARA RESOLVER PROBLEMAS DE TAXAS RELACIONADAS

Passo 1: Desenhe uma figura e classifique as quantidades que variam.

Passo 2: Identifique as taxas de variação que são conhecidas (fornecidas) e a taxa de variação que é para ser
encontrada.

Passo 3: Determine uma equação que relacione a quantidade, cuja taxa de variação é para ser encontrada
com as quantidades cujas taxas de variação são conhecidas.

Passo 4: Derive ambos os lados desta equação em relação a variável tempo, ou seja, uma regra da cadeia.

Passo 5: Calcule esta derivada em um ponto apropriado.


185

4. Um tanque no formato de um cone invertido com o raio do topo medindo 40 cm e


de altura 60 cm reduz sua quantidade da vazão a uma taxa constante de 120 cm³/h.
Qual é a taxa de variação da altura da água quando ela está com 25 cm?

Passo 1: Desenhe uma figura e classifique as quantidades que variam.

40 60 2ℎ
Pode-se relacionar o raio com a altura, usando semelhanças de triângulos = , então, 𝑟 = .
𝑟 ℎ 3

Passo 2: Identifique as taxas de variação que são conhecidas (fornecidas) e a taxa de variação que é para ser
encontrada.

𝑑𝑉
A taxa fornecida: é quantidade da vazão 120 cm³/h, ou seja, = 120 𝑐𝑚3 /ℎ.
𝑑𝑡
𝑑ℎ
A taxa a ser encontrada: é taxa de variação da altura da água quando ela está a 25 cm, ou seja, 𝑑𝑡 (25 𝑐𝑚).

Variáveis do problema: Volume V, Altura h e tempo t.

Passo 3: Determine uma equação que relacione a quantidade, cuja taxa de variação é para ser encontrada
com as quantidades cujas taxas de variação são conhecidas.
As equações que temos são:
1
• A equação do volume de um cone: 𝑉 = 3 𝜋𝑟 2 ℎ
2ℎ
• A relação entre a altura e o raio desse cone: 𝑟 = 3
1 1 2ℎ 2 4
Substituindo a relação do raio na equação do volume, tem-se: 𝑉 = 3 𝜋 𝑟 2 ℎ = 3 𝜋 ( 3 ) ℎ = 27 𝜋 ℎ³

Passo 4: Derive ambos os lados desta equação em relação a variável tempo, ou seja, uma regra da cadeia.

𝑑𝑉 𝑑𝑉 𝑑ℎ
A regra da cadeia utilizada é: = 𝑑ℎ . 𝑑𝑡
𝑑𝑡
𝑑𝑉 4 𝑑ℎ
Derivando o volume em relação ao tempo, tem-se: = 9 𝜋ℎ2 . 𝑑𝑡
𝑑𝑡

Passo 5: Calcule esta derivada em um ponto apropriado

4 𝑑ℎ
Substituindo os dados fornecidos pelo problema temos: 120 = 9 𝜋ℎ2 . 𝑑𝑡
𝑑ℎ 54
Manipulando a expressão chega-se à solução desejada: = 𝑐𝑚/ℎ
𝑑𝑡 125𝜋
186

5. O carro A segue em direção ao oeste a 90 km/h e o carro B segue rumo ao norte a 100 km/h. Ambos estão
se dirigindo para a interseção de duas estradas. A que taxa os carros se aproximam um do outro quando o
carro A está à 60 m e o carro B está a 80 m da interseção.

Passo 1: Desenhe uma figura e classifique as quantidades que variam.

O ponto C é o ponto de interseção das estradas. Considera-se x a distância


do carro A ao ponto de interseção e y a distância do carro B ao ponto de
interseção. Assim, podemos obter a medida z, que é a distância entre o carro
A e o carro B.

Passo 2: Identifique as taxas de variação que são conhecidas (fornecidas) e a taxa de variação que é para ser
encontrada.

𝑑𝑥 𝑑𝑦
A taxa fornecida: a velocidade do carro A: = −90 𝑘𝑚/ℎ; e a velocidade do carro B: = −100 𝑘𝑚/ℎ, as
𝑑𝑡 𝑑𝑡

duas velocidades são negativas devido a x e y serem decrescentes.


𝑑𝑧
A taxa a ser encontrada: é taxa de variação que os carros se aproximam um do outro, ou seja, 𝑑𝑡 .

Variáveis do problema: Distâncias x, y e z e tempo t.

Passo 3: Determine uma equação que relacione a quantidade, cuja taxa de variação é para ser encontrada
com as quantidades cujas taxas de variação são conhecidas.
A equação que relaciona as variáveis é o teorema de Pitágoras: 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑧².

Passo 4: Derive ambos os lados desta equação em relação a variável tempo, ou seja, uma regra da cadeia.

𝑑𝑧 𝑑𝑥 𝑑𝑦
Todas as distâncias dependem do tempo t, derivando em relação ao tempo, tem-se: 2𝑧 𝑑𝑡 = 2𝑥 𝑑𝑡 + 2𝑦 𝑑𝑡

Passo 5: Calcule esta derivada em um ponto apropriado

𝑑𝑧 𝑑𝑥 𝑑𝑦
Substituindo os dados fornecidos pelo problema temos: 2𝑧 𝑑𝑡 = 2𝑥 𝑑𝑡 + 2𝑦 𝑑𝑡
𝑑𝑥 𝑑𝑦
Nesse caso, 𝑥 = 0,06 𝑘𝑚, 𝑦 = 0,08 𝑘𝑚, 𝑑𝑡 = −90 𝑘𝑚/ℎ , 𝑑𝑡 = −100 𝑘𝑚/ℎ e 𝑧 = √𝑥 2 + 𝑦 2 .

Assim, 𝑧 = √𝑥 2 + 𝑦 2 = √0,062 + 0,082 = 0,1 𝑘𝑚.


𝑑𝑧
Portanto, 2.0,1 𝑑𝑡 = 2.0,06. (−90) + 2.0,08. (−100) = − 26,8
𝑑𝑧
Manipulando a expressão chegam-se à solução desejada: = − 134 𝑘𝑚/ℎ
𝑑𝑡
187

EXERCÍCIOS:

1. O lado de um quadrado  (em m) está se expandindo segundo a equação  = 2 + t2, onde a variável t
representa o tempo. Determine a taxa de variação da área deste quadrado em t = 2 s.

2. Uma escada de 510 cm de comprimento está apoiada em um muro vertical. Se a extremidade inferior da
escada se afasta do muro na razão de 90 cm/s, então com que rapidez está descendo a extremidade superior
no instante em que o pé da escada está a 240 cm do muro?

3. Uma esfera aumenta de modo que seu raio cresce a razão de 12,5 cm/s. Qual a variação do volume em
relação ao tempo no instante em que o raio é de 15,2 cm? Considere  = 3,14

4. Um tanque tem a forma de um cilindro circular reto de 5 m de raio da base e 10 m de altura. A água começa
a fluir no tanque à razão de 25 m3/h, no tempo t = 0 s. Então:
a) Com que velocidade sobe o nível da água?
b) Quanto tempo levará para o tanque ficar cheio?

dA
5. Se A for a área do círculo com raio r e à medida que o tempo passa o círculo se expande, encontre em
dt
dr
termos de . Suponha que o óleo sai por uma ruptura de um petroleiro e espalha-se em padrão circular.
dt
Se o raio do óleo derramado cresce a uma taxa constante de 1 m/s, quão rápido a área do derramamento
está crescendo quando o raio é igual a 30 m?

6. Se uma bola de neve derrete de forma que sua área de superfície decresce a uma
taxa de 1 cm2/min, encontre a taxa segundo a qual o diâmetro decresce quando o
diâmetro está a 10 cm.

7. Um corpo cai livremente partindo do repouso. Calcule sua posição e sua velocidade depois de decorridos
1 e 2 segundos.
1
Dica: use a equação 𝑦 = 𝑣0 𝑡 − 𝑔𝑡² para determinar a posição y do corpo, onde 𝑣0 é a velocidade inicial.
2

8. Uma lâmpada colocada em um poste está a 4 m de altura. Se uma criança de 90 cm de altura caminha
afastando-se da lâmpada à razão de 5 m/s, com que rapidez se alonga sua sombra?

9. Um trem deixa uma estação, certo instante, e vai para a direção norte à razão de 80 km/h. Um segundo
trem deixa a mesma estação 2 horas depois e vai na direção leste à razão de 95 km/h. Achar a taxa na qual
estão se separando os dois trens 2 horas e 30 minutos depois do segundo trem deixar a estação.
188

Respostas:

1. 48 m2/s
2. – 48 cm/s
3. 36273,25 cm3/s
1
4. a) m / h b) 31,4 h

5. 60  m2/s
𝑑𝑥 1
6. 𝑑𝑡 = − 20𝜋 𝑐𝑚/𝑚𝑖𝑛
7. -4,9 m; -9,8 m/s e -19,6 m; -19,6 m/s
8. 1,45 m/s
9. 119,09 km/h
189

CAPÍTULO 17 – TRIGONOMETRIA E FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS


Triângulo retângulo: Um triângulo retângulo é aquele que tem um ângulo reto (90º).
T
A Y r
S
c b x z s
t
B C Z X
a y R

Em um triângulo retângulo temos:


a) Hipotenusa: é o lado oposto ao ângulo reto. Nas figuras acima são hipotenusas: a, x e r.
b) Catetos: são os outros dois lados do triângulo. Nas figuras são catetos: b, c; y, z e s, t.
Observação: Todo triângulo retângulo com dois ângulos iguais de 45° é um triângulo isósceles, ou seja, tem
catetos iguais.
B

a c

Relações trigonométricas no triângulo retângulo C A


b
No triângulo retângulo acima consideremos o ângulo C formado pelo lado b e a hipotenusa a.
O lado b denomina-se cateto adjacente ao ângulo C. (É o cateto que faz parte da constituição do ângulo).
O lado c denomina-se cateto oposto ao ângulo C.

Os lados do triângulo e um dos ângulos (não o reto) podem ser relacionados por:
cateto oposto 𝑐
𝑠𝑒𝑛 C = =
ℎ𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎 𝑎
cateto adjacente 𝑏
𝑐𝑜𝑠 𝐶 = =
hipotenusa 𝑎
sen C 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 oposto 𝑐
𝑡𝑔 C = = =
cos C 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 adjacente 𝑏

Para os ângulos notáveis, temos os valores descritos na tabela a seguir:


300 450 600

1 √2 √3
Seno 2 2 2
√3 √2 1
Cosseno 2 2 2
√3
Tangente 3 1 √3
190

Vamos verificar como esses valores foram encontrados.

Começaremos calculando essas três relações para o ângulo de 45º. Para isso, vamos utilizar um triângulo
retângulo com um dos ângulos de 45º, nesse caso, o triângulo isósceles.
Ambos os catetos valem l. Utilizando o teorema de Pitágoras encontramos o valor da hipotenusa d.

𝑑2 = 𝑙2 + 𝑙2
𝑑 = √2𝑙 2
𝑑 = 𝑙√2

Hipotenusa:
𝑑 = 𝑙√2

Podemos substituir nas relações trigonométricas e encontramos:


𝑙 1 √2 √2
𝑠𝑒𝑛 45𝑜 = 𝑙√2 = 1√2 . = 2
;
√2
𝑙 1 √2 √2
𝑐𝑜𝑠 45𝑜 = = . =
𝑙√2 1√2 √2 2
𝑜
𝑙
𝑡𝑔 45 = = 1
𝑙

Para calcular as três relações no ângulo de 60º utilizamos um triângulo que tenha essa medida, ou seja, o
triângulo equilátero (três ângulos iguais a 60º).
Nesse triângulo equilátero precisamos de um ângulo reto, para isso traçamos a bissetriz do ângulo de C até
ponto H (ponto médio de AB). Agora, temos um triângulo retângulo BCH, com ângulos de 60º, 30º e 90º.
Temos que:
Hipotenusa vale l.
Cateto BH vale l/2.
Utilizando o teorema de Pitágoras para encontrar o valor do cateto CH.

𝑙 2 𝑙2
𝑙 2 = ℎ2 + (2) → ℎ2 = 𝑙 2 + 4
2 3𝑙 2 𝑙√3
ℎ = → ℎ=
4 2

Podemos calcular as relações trigonométricas para o ângulo de 30º e 60º:


𝑙⁄ 𝑙√3⁄ 1⁄
2 1 2 √3 1 √3 √3
𝑠𝑒𝑛 30∘ = =2 𝑐𝑜𝑠   30∘ = = 𝑡𝑔 30∘ = √3 2 = . =
𝑙 𝑙 2 ⁄ √3 √3 3
2
𝑙√3⁄ 𝑙⁄ √3⁄
2 √3 2 1 2
𝑠𝑒𝑛 60∘ = = 𝑐𝑜𝑠   60∘ = =2 𝑡𝑔 60∘ = 1⁄ = √3
𝑙 2 𝑙 2
191

EXEMPLOS:
a) Em um triângulo retângulo a hipotenusa vale 4 m e dos ângulos agudos vale 60º. Determine os dois catetos
do triângulo.

𝑐
𝑠𝑒𝑛 60º = ∴ c = a sen 60º
𝑎
√3
𝑐 = 4. = 2√3 m
2
𝑏
cos 60º = ∴ b = a cos 60º
𝑎
1
𝑏 = 4. = 2 m
2

b) Em um triângulo retângulo a hipotenusa mede 5 m e um dos catetos 2,5 m. Determinar o ângulo formado
pela hipotenusa e por esse cateto. Determine o outro cateto.
A

𝑐 2,5 1
c=2
,5m b 1ª) 𝑐𝑜𝑠 𝜃 = = =
𝑎 5 2
B  C
a=5m
√3
2ª) b = a sen 𝜃 = 5.sen 60º = 5.
2
∴ b = 2,5√3 m

c) Em um triângulo retângulo os lados valem 3m, 4m e 5 m. Determine o seno, o cosseno e a tangente do


ângulo formado entre o lado de 3 m e o de 5 m.
4
 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = = 0,8
5
3m
5m 3
𝑐𝑜𝑠 𝜃 = = 0,6
5
4
4m 𝑡𝑔 𝜃 = = 1, 3
3

Triângulo Retângulo Pitagórico: é todo triângulo de lado 3, 4 e 5, ou múltiplos destes valores.


Um terno pitagórico (a,b,c) é formado por três números naturais a, b e c tais que a²+b²=c².
Assim, (ka,kb,kc) também é um terno pitagórico.

Exemplos de ternos pitagóricos: (3, 4, 5), (5, 12, 13), (7, 24, 25), (8, 15, 17), (9, 40, 41), (11, 60, 61), ...
192

EXERCÍCIOS:

1. Calcule o valor de x, no triângulo retângulo a seguir.

2. Calcule sen  e sen  no triângulo a seguir.

3. Calcule x e y no triângulo a seguir.

1
4. Demonstre que sen 300 = cos 600, sen 600 = cos 30 0, sen 450 = cos 450 , 𝑡𝑔300 = 𝑡𝑔600 e tg 450 = 1.

a) b)

5. Uma escada de 12m de comprimento está apoiada em um muro fazendo com este um ângulo de 60º. A
altura do muro é: (Esboce a figura).
193

6. Desde os tempos da Antiga Grécia, a Geometria sempre foi uma ciência aplicada, ou seja, empregada para
resolver problemas práticos. Dos problemas que os gregos conseguiram resolver, dois merecem referência:
o cálculo da distância de um objeto a um observador e o cálculo da altura de uma construção. No primeiro
caso, para calcular, por exemplo, a distância de um barco até a costa, recorria-se a um artifício. Dois
observadores se postavam de maneira que um deles pudesse ver o barco sob um ângulo de 90º com relação
à linha da costa e o outro sob um ângulo de 45º. Se a distância entre os observadores fosse igual a 50 metros,
a distância entre o barco e costa seria de:

7. Um topógrafo foi chamado para obter a altura de um edifício. Para


fazer isto, ele colocou um teodolito (instrumento para medir ângulos)
a 200 metros do edifício e mediu um ângulo de 30º, como indicação na
figura a seguir.
Sabendo que o teodolito está a 1,5 m do solo, determine a altura do
edifício.
Dados: sen30º = 0,5, cos30º = 0,866 e tg 30º = 0, 577.

8. Na figura abaixo, o ângulo CÂD é reto, e o ponto D pertence ao


segmento de reta AB. Sabendo que AC = 5 m, AD = 2 m e BC = 13 m, a
área do triângulo DBC é:
1
Dica: Área do triângulo: A = DB.BC.senBˆ
2

9. Um barco parte de A para atravessar o rio. A direção de seu


deslocamento forma um ângulo de 120º com a margem do rio.
Sendo a largura do rio 60 metros, calcule a distância, em metros,
percorrida pelo barco.

10. Para obter a altura de um morro, um topógrafo estaciona o teodolito em


A, obtendo o ângulo .
Depois se aproxima do morro, colocando o aparelho em B. Mede também
AB = d. Desprezando a altura do teodolito, qual é a altura h do morro?

RESPOSTAS

4 3
1. 10√3 2. 5 𝑒 5 3. 𝑥 = 3√3 𝑒 𝑦 = 9 − 3√3 4. Demonstração
5. 6 m 6. 50 m 7. H = 116,9 m 8. A = 25
d.tg . tg
9. d = 40 3 m 10. x =
tg − tg
194

TRIGONOMETRIA

A origem da trigonometria é incerta. Porém, pode-se dizer que o início do desenvolvimento da trigonometria
se deu pela necessidade de solucionar problemas gerados pela construção de pirâmides, largura de rios,
Astronomia, Agrimensura e navegações, por volta do século IV ou V a.C., com os egípcios e babilônios. É
possível encontrar problemas envolvendo a cotangente no Papiro Rhind e também uma notável tábua de
secantes na tábua cuneiforme babilônica Plimpton 322.
Surgiu então, na segunda metade do século II a.C., um marco na história da trigonometria: Hiparco de Nicéia
(180-125 a.C.). Fortemente influenciado pela matemática da Babilônia, ele acreditava que a melhor base de
contagem era a 60. Não se sabe exatamente quando se tornou comum dividir a circunferência em 360 partes,
mas isto parece dever-se a Hiparco, assim como a atribuição do nome arco de 1 grau a cada parte em que a
circunferência ficou dividida. Ele dividiu cada arco de 10 em 60 partes obtendo o arco de 1 minuto. Sua
trigonometria baseava-se em uma única função, na qual a cada arco de circunferência de raio arbitrário, era
associada à respectiva corda.
Entretanto o documento mais antigo conhecido sobre o assunto data-se do século II d.C. e denominou-se
Almagesto, de autoria de Ptolomeu.

A palavra trigonometria:
A
TRI → três

GONO → ângulos c b

METRIA → medida B
a C

Portanto, significa medida dos três ângulos de um triângulo e as relações entre as medidas dos lados e dos
ângulos.

Os construtores egípcios usavam muito as razões entre a elevação vertical e o afastamento horizontal e
chamavam-na de seqt, como mostrado no exemplo a seguir:

30 m
90
seqt = =3
30
90 m

Percebe-se que eles usavam uma razão que hoje é conhecida como
cotangente.
195

APLICAÇÕES

• Topografia – largura de um rio

• Física - Decomposição de forças:


Quando a força é aplicada em uma direção e queremos analisar seus efeitos em outras direções.

F
Fy = F.sen

Fx = F.cos

• Problemas de equilíbrio
Utilizando a lei dos senos:

T1 T2 T3
0
= 0
=
sen 53 sen 37 sen 90 0

• Problemas de dinâmica
N

Px = P.sen 

Py = P.cos 

P = m.g
196

• Movimento harmônico simples


x = A.cos(wt)

v = - A.sen(t)

a = -  2.A.cos(t)

• Corrente alternada
i = imáx .sen (. t )

ARCOS DE UMA CIRCUNFERÊNCIA:


Se dois pontos, A e B, são marcados sobre uma circunferência, esta fica dividida em
duas partes, chamados de arcos.

Se A e B coincidem, têm-se duas possibilidades arco nulo e de uma volta.

MEDIDA DE UM ÂNGULO:
Dado um ângulo AÔB, constrói-se, com centro em O, uma circunferência de

raio R, então os lados do ângulo determinam um arco AB , logo a medida do

ângulo AÔB é a mesma do arco AB em relação a um padrão definido.
197

UNIDADES DE MEDIDA DE ÂNGULOS


1
a) Grau: é um arco igual a da circunferência.
360
Não se sabe ao certo quais as razões pelas quais, foi escolhido o número 360 para se dividir a circunferência,
sabe-se apenas que o número 60 é um dos menores números menores do que 100 que possui uma grande
quantidade de divisores distintos, a saber: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 10, 12, 15, 20, 30, 60, razão forte pela qual este
número tenha sido adotado.
1
O arco de uma volta mede 360 0 e o arco nulo 00. Assim, de volta mede 900 ou ângulo reto.
4

Subdivisões do grau:
Com a circunferência dividida em 360 partes, a divisão de cada uma dessas partes em 60 partes menores e
também na divisão de cada uma dessas partes em 60 partes menores. Uma garantia para isto é que os
babilônios usavam frações com potências de 60 no denominador. As frações sexagesimais babilônicas, usadas
em traduções árabes de Ptolomeu, eram traduzidas como:
“primeiras menores partes” = sexagésimos
“segundas menores partes”= sexagésimos de sexagésimos
Quando tais palavras foram traduzidas para o latim, tem-se:
“primeiras menores partes” = pars minutae primae
“segundas menores partes” = pars minutae secundae
de onde apareceram as palavras minuto e segundo: 10 = 60’ , 1’ = 60’’ , 10 = 3600’’

b) Radiano: é a medida do ângulo central que determina na circunferência um


arco cujo comprimento é igual ao raio.

Comprimento de um arco cujo ângulo central é :



med AB =  =  .r

O IRRACIONAL  : O número pi (representado habitualmente pela letra grega  ) é o irracional mais famoso
da história, com o qual se representa a razão constante entre o perímetro de qualquer circunferência e o seu
diâmetro .
O  é expresso por uma dizima infinita não periódica:  =
3,1415926535897932384626433832795028841971...

EQUIVALÊNCIAS ENTRE GRAUS E RADIANOS


Pela regra de três, diretamente proporcionais, pode-se converter graus para radianos ou radianos para graus.
Na proporção que segue, conhecido G (graus) pode-se obter R (radianos), e vice-versa.

Graus Radianos
180 
G R
198

EXERCÍCIOS
1. Determine a medida , em radianos, de um arco de comprimento 24 cm, em uma circunferência de raio
12 cm.

2. Determine o comprimento  do arco da figura:

1350
)

8 cm

3. Calcule a medida em graus do arco de 1 rad.

4. Calcule em radianos os seguintes ângulos em graus:


a) 1200 b) 2400 c) 3000 d) 1500 e) 2100 f) 3300

5. Obter graficamente, cosseno, seno e tangente de 300.

6. No triângulo retângulo a seguir mostre que:

sen    
a) sen 2 + cos 2  = 1 b) tg = c) sen −   = cos d) cos −   = sen
cos 2  2 

Respostas:
1. 𝛼 = 2
2. 𝑥 = 6𝜋
3. 1 𝑟𝑎𝑑 ≈ 57,32º
2𝜋 4𝜋 5𝜋 5𝜋 7𝜋 11𝜋
4. a) 3 b) 3 c) d) e) f)
3 6 6 6
199

SEGMENTO ORIENTADO
A B
Determinado por um par de pontos e uma orientação.
Caracteriza-se por apresentar módulo, direção e sentido.

Medida de um segmento: Fixada uma unidade de comprimento, a cada segmento orientado pode-se associar

um número real positivo. A medida do segmento é o seu comprimento ou módulo, indicado por AB .

Direção e sentido: Dois segmentos AB e CD têm a mesma direção se as retas suportes desses segmentos são
paralelas. B AB
A D
`C
B
A D
`C

Só comparamos os sentidos de dois segmentos orientados se eles têm a mesma direção.


Dois segmentos orientados opostos têm sentidos contrários.

ARCO ORIENTADO

Um arco AB de uma circunferência admite dois sentidos de percurso: de A para B ou de B para A;
convenciona-se que arcos no sentido anti-horário são positivos e no sentido horário negativos.

DIVISÃO EM QUADRANTES
Fixada a origem no ponto 0º, os quadrantes são em ordem crescente registrados no sentido anti-horário ou
sentido positivo. Considerando um ponto P sobre a circunferência,

 P pertence ao 1º quadrante, se 0º < P < 90º


 P pertence ao 2º quadrante, se 90º < P < 180º
 P pertence ao 3º quadrante, se 180º < P < 270º
 P pertence ao 4º quadrante, se 270º < P < 360º

Quando o ponto P coincidir com qualquer um dos pontos: 0º, 90º, 180º, 270º e 360º, dizemos que são
extremos e por isso não pertencem a nenhum quadrante.
200

ARCOS FUNDAMENTAIS POSITIVOS (SENTIDO ANTI-HORÁRIO)

Circunferência dividida em arcos notáveis.

Em graus Em radianos

ARCOS FUNDAMENTAIS NEGATIVOS (SENTIDO HORÁRIO)

Em graus Em radianos
201

ÂNGULOS COM MAIS DE UMA VOLTA


Existem alguns fenômenos físicos que trazem a necessidade de ângulos com mais de uma volta, por exemplo:
um carro dá várias voltas numa pista circular e para num certo ponto, que distância percorreu? Qual o número
de rotações de um motor após certo tempo?
A resposta a estas questões envolve arcos de mais de uma volta, cuja expressão é: A =  + 2k
sendo: 0    2 → a menor determinação e k  Z → número inteiro
Atribuindo valores a  pode-se obter a tabela a seguir:

k=0 1ª. determinação positiva A=


k=1 2ª. determinação positiva A =  + 2
k=2 3ª. determinação positiva A =  + 4
k = 3 4ª. determinação positiva A =  + 6
k = -1 1ª. determinação negativa A =  - 2
k = - 2 2ª. determinação negativa A =  - 4

ARCOS CÔNGRUOS
São arcos cujas medidas apresentam diferença múltipla de 2 (ou 3600).

Exemplo: 200 e 1.1000 , pois 1.1100 – 200 = 1.0800 = 3.3600


Obs: Arcos de uma mesma família são côngruos.

ALGUMAS EXPRESSÕES IMPORTANTES


Pelo uso frequente no decorrer da trigonometria monta-se uma tabela de expressões de arcos mais
frequentes.
Seja  tal que   ao 10 quadrante, ou seja, sua extremidade está no ponto B.

Extremidade Expressão
CB A 2k
B  + 2k
C 
A1 + 2k
2
A1  + 2k
B1 C1 3
+ 2k
C1 2
B e B1  + k
C e C1 
+ k
2
A e A1 k
A, C, A1, C1 k
2
202

EXERCÍCIOS

1. Dado o triângulo ABC, obtusângulo em A conforme a figura abaixo e sabendo que a medida “a” do lado BC
é um número inteiro, então, o cosseno relativo ao vértice A é:
C

a
2

A 6 B

2. Calcule as trações TAB e TAC nos fios e considere g = 10 m/s2

3. Dado o triângulo ABC e sabendo que o lado a mede 16, o lado b mede 10 e o ângulo formado por estes
lados é 60°. Quais são os valores dos outros elementos (lado c e ângulos A e B) do triângulo?

4. Qual a menor determinação do arco 1817º.

5. O pneu de um automóvel, com 1 m de diâmetro, percorreu uma distância de 6280 m. Quantas voltas deu
o pneu? (considere  = 3,14)

6. Um móvel, partindo da origem dos arcos, percorreu um arco de 3120º. Quantas voltas completas ele deu
e em que quadrante parou?

7. Dado o arco trigonométrico de 8700, achar:


a) A menor determinação
b) O quadrante
c) A expressão geral
d) a 5ª determinação positiva
e) a 6ª determinação negativa
203

22
8. Dado o arco trigonométrico de , achar:
3
a) A menor determinação
b) O quadrante
c) A expressão geral

9. Ache a expressão geral de - 4220 20 ‘

10. Verifique se os arcos de medidas 260 e 7460 são côngruos.

− 13 − 34
11. Verifique se os arcos de medidas e são côngruos.
7 7

12. Divide-se o ciclo em 12 partes iguais, utilizando-se A como um dos


pontos divisores. Determine os x tal que x  [0,2] cujas imagens são os
pontos divisores.

A P1 P2 B P3 P4 A’ P5 P6 B’ P7 P8

Respostas:
3
1. cos  = −
8
2. TAB  658 N e TAC  490 N
3. c = 14 Â = 81,78 0 B̂ = 38,22 0
4. 170
5. 1000 voltas
6. 8 voltas e 30 Quadrante
7. a) 1500 b) 20 Q c) EG = 1500 + 360K d) 15900
4 4
8. a) b) 30 Q c) + 2K
3 3
9. EG = 2970 40’ + 360K
10. São côngruos
11. Não são côngruos
12. Tabela
204

FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

FUNÇÃO SENO
Dado um número real x  [0,2], seja P sua imagem no ciclo. Denominamos seno de x e simboliza-se por sen
x a medida do segmento orientado OP1

OP1 = sen x

Montando a tabela a seguir têm-se alguns pontos para o gráfico de f(x).


x (radiano) y = sen x
0 0


1
2
0

3 -1
2
2 0

Características da função seno

• D(f) = R
• Im(f) = [-1,1]
• Contínua
• Período = 2  rad
• Ímpar → sen(-x) = - senx
• Sinais: + + - -

Orientação do seno para 300, 1500, 2100 e 3300


sen 210° sen 330°
sen 30° sen 150°

= 0,5
330°
1 1
2 = 0,5
2 210°
150°
30°

− 12 = −0,5
− 12 = −0,5
205

FUNÇÃO COSSENO

Dado um número real x  [0,2], seja P sua imagem no ciclo. Denominamos cosseno de x e simboliza-se por
cos x a medida do segmento orientado OP2.

OP2 = cos x

Montando a tabela a seguir têm-se alguns pontos para o gráfico de f(x).


x (radiano) y = cos x
0 1


2 0

 -1
3
2 0

2 1

Características da função cosseno

• D(f) = R
• Im(f) = [-1,1]
• Contínua
• Período = 2  rad
• par → cos(-x) = cosx
• Sinais: + - - +

Orientação do cosseno para 300, 1500, 2100 e 3300

cos 30° cos 150° cos 210° cos 330°

330°
− 3
 −0,86
 0,86
150° 2 210° 3
2
30°

3
 0,86 − 2
3
 −0,86
2
206

FUNÇÃO TANGENTE

Dado um número real x, tal que x  + k . Seja o prolongamento do
2
segmento ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑂𝑀 e seja T sua interseção com o eixo das tangentes. Chama-se
⃗⃗⃗⃗⃗ , ou seja, y = tg x.
tangente de x a medida do segmento 𝐴𝑇

Montando a tabela a seguir têm-se alguns pontos para o gráfico de f(x).


x (radiano) y = tg x
0 0


−
2 

+
2 -

 0
3
−
2 
3
+
2 -

2 0

Características da função tangente



• D(f) = x  + k
2
• Im(f) = R
• Descontínua
• Crescente
• Período =  rad
• Ímpar
• Sinais: + - + -

Tangente de alguns arcos notáveis:


tg 45°
tg 30° tg 60° tg 90°

3
3
 057
, 1 3 = 1,73
90°
60°
45°
30°
207

FUNÇÃO COTANGENTE
Dado um número real x  [0,2], x  {0, , 2}, seja P sua imagem no ciclo. Seja

a reta ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑂𝑃 e seja D sua interseção com o eixo das cotangentes. Denomina-se

cotangente de x e simboliza-se cotg x a medida algébrica do segmento ⃗⃗⃗⃗⃗⃗


𝐵𝐷 .

Montando a tabela a seguir têm-se alguns pontos para o gráfico de f(x).

Quadrante Arco tg x cotgx


10 0a 900 cresce de 0 a  decresce de  a 0
20 900 a 1800 cresce de - a 0 decresce de 0 a -
30 1800 a 2700 cresce de 0 a  decresce de  a 0
40 2700 a 3600 cresce de - a 0 decresce de 0 a -

Características da função cotangente


a) Domínio: x  k
b) Im = R
c) Período = 
d) Descontínua
e) Ímpar
f) Sinais + - + -

Cotangentes de alguns arcos notáveis


cotg 30° cotg 45°

3  1,73
1

30° 45°

cotg 120°
3
cotg 0° −  − 0 ,57
3

0° 120°


208

FUNÇÃO SECANTE
𝜋
Dado um número real 𝑥 ≠ + 𝑘𝜋, seja P sua imagem no ciclo. Considera-
2

se a reta s tangente ao ciclo em P e seja S sua interseção com o eixo dos


cossenos. Denomina-se secante de x e simboliza-se sec x a medida

algébrica do segmento ⃗⃗⃗⃗⃗


𝑂𝑆.

Montando a tabela a seguir têm-se alguns pontos para o gráfico de f(x)


Quadrante Arco cos x sec x
10 0a 900 decresce de 1 a 0 cresce de 1 a 
20 900 a 1800 decresce de 0 a -1 cresce de - a -1
30 1800 a 2700 cresce de -1 a 0 decresce de -1 a -
40 2700 a 3600 cresce de 0 a 1 decresce de  a 1

Características da função secante



• Domínio: x  + k
2
• Im = y  −1 ou y  1
• Período = 2
• Descontínua
• Par
• Sinais + - - +

Secante de alguns arcos notáveis


1
Sec x =
Sec 0° cos x

1 1
Sec x = Sec x = Sec 90°
cos x cos x


209

FUNÇÃO COSSECANTE
Dado um número real 𝑥 ≠ 𝑘𝜋, seja P sua imagem no ciclo. Considera-se a
reta s tangente ao ciclo em P e seja C sua interseção com o eixo dos senos.
Denomina-se cossecante de x e simboliza-se cossec x a medida algébrica do
⃗⃗⃗⃗⃗ .
segmento 𝑂𝐶

Montando a tabela a seguir têm-se alguns pontos para o gráfico de f(x)


Quadrante Arco sen x cossec x
10 0 a 900 cresce de 0 a 1 decresce de  a 1
20 900 a 1800 decresce de 1 a 0 cresce de 1 a 
30 1800 a 2700 decresce de 0 a -1 cresce de - a -1
40 2700 a 3600 cresce de -1 a 0 decresce de -1 a -

Características da função cossecante


• Domínio: x  k
• Im = y  −1 ou y  1
• Período = 2
• Descontínua
• Ímpar
• Sinais: + + - -
210

TRANSFORMAÇÕES NO GRÁFICO DA FUNÇÃO

Considere f(x) a função cujo gráfico é conhecido e a uma constante, o gráfico de y poderá ser facilmente
obtido seguindo os procedimentos a seguir:

Translação vertical
Deslocar f(x) para cima se a > 0
𝑦 = 𝑓(𝑥) + 𝑎
Deslocar f(x) para baixo se a < 0

Translação horizontal
Deslocar f(x) para a direita se a > 0
𝑦 = 𝑓(𝑥 + 𝑎)
Deslocar f(x) para a esquerda se a < 0

Expandir o gráfico verticalmente se a > 0


Comprimir o gráfico verticalmente se 0 < a < 1 𝑦 = 𝑎. 𝑓(𝑥)

Comprimir o gráfico horizontalmente se a > 0


Expandir o gráfico horizontalmente se 0 < a < 1 𝑦 = 𝑓(𝑎. 𝑥)

Simetria em relação ao eixo x


Nesse caso, os pontos que estavam em cima do eixo 𝑥
𝑦 = −𝑓(𝑥)
passam para baixo e vice-versa.

Simetria em relação ao eixo y


Nesse caso, os pontos que estavam em direita do eixo 𝑦
𝑦 = 𝑓(−𝑥)
passam para esquerda e vice-versa.

Manter os pontos com 𝑦 ≥ 0 e os demais pontos fazer a


simetria em relação ao eixo 𝑥.
𝑦 = |𝑓(𝑥)|
Nesse caso, todos os pontos ficam com ordenada positiva.

CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS
Características gráficas da função seno e cosseno: 𝑦 = 𝑎 ± 𝑏 𝑠𝑒𝑛 (𝑚𝑥 ± 𝑛) e 𝑦 = 𝑎 ± 𝑏 𝑐𝑜𝑠 (𝑚𝑥 ± 𝑛)
Domínio: IR
Imagem: [a - b,a + b]
2𝜋
Período: 𝑃 = | 𝑚|

Observações:
• a e b só interferem na imagem da função.
• m só interfere no período da função.
211

EXEMPLOS:
Fazer o gráfico das funções a seguir, determine também o domínio, imagem e o período.
1. y = - sen x
y

− −       
 
        
−

−

Domínio: IR
Imagem: [-1,1]
Período: 𝑃 = 2𝜋
Obs.: o gráfico em vermelho representa a função y = sen x

2. y = 1 + sen x
Inicialmente monta-se a seguinte tabela.
x sen x y = 1 + sen x y

0 0 1

𝜋 1 2
2 
𝜋 0 1
x
3𝜋 -1 0 − −       
 
2         
−
2𝜋 0 1

Domínio: IR
Imagem: [0,2]
Período: 𝑃 = 2𝜋
Obs.: o gráfico em vermelho representa a função y = sen x
212

3. y = 2cos 2x faz-se t = 2x
t t cos t y = 2cos t y
x=
2 

0 0 1 2

𝜋 𝜋 0 0
2 4 x

𝜋 𝜋 -1 -2 − −       
 
2         
−
3𝜋 3𝜋 0 0
2 4
−
2𝜋 𝜋 1 2

Domínio: IR
Imagem: [-2,2]
Período: 𝑃 = 𝜋
Obs.: o gráfico em vermelho representa a função y = cos x

 x x
4. y = 1 + 2sen  faz-se t =
4 4

t x = 4t sen t y = 1 + 2sent
0 0 0 1
𝜋 2𝜋 1 3
2
𝜋 4𝜋 0 1
3𝜋 6𝜋 -1 -1
2
2𝜋 8𝜋 0 1

 y


 x

−
− − −       
−

Domínio: IR
Imagem: [-2,2]
Período: 𝑃 = 8𝜋
Obs.: o gráfico em vermelho representa a função y = sen x
213
y

5. Faça o gráfico de y = sen x e y = cos x no intervalo de [0,2].


− −         
 
          
−

−
Obs.: o gráfico em vermelho representa a função y = sen x

6. Esboce o gráfico de um período completo, determine também o domínio e o período da função


 
y = tg  x −  .
 4
y

− − −         
−  
           
−

−

−

Domínio: IR
Imagem: (−∞, ∞)
Período: 𝑃 = 𝜋
Obs.: o gráfico em vermelho representa a função y = tg x
214

EXERCÍCIOS
1. Se x é um arco do 1º quadrante e tg x = 1, calcule o valor do cos x.

2. Calcule tg (- 12000)

3. Determine o domínio da função f(x) = tg 2x.


4. Determine o domínio da função y = tg (2x - ).
3

2k − 51
5. Sendo k um número inteiro positivo, determinar quantos k existem, tais que: sen x =
k

 
6. Determine o período da função f: IR → IR, definida por f ( x) = sen 2 x +  .
 4

7. A curva mostrada no gráfico ao lado é uma senóide. Qual a função f(x) que representa está senóide de
domínio [0, 2  ].

8. As marés são fenômenos periódicos que podem ser descritos, simplesmente, pela função seno.
Suponhamos que, para determinado porto, a variação da altura (h) da lâmina d’água em função das horas (t)
 t 
do dia seja dada pela função trigonométrica h ( t ) = 10 + 4.sen  .
 12 
Considerando a função h(t), determine o período do dia que um navio com 12 metros de casco pode
permanecer no porto.

9. Uma bomba de água aspira e expira água a cada três segundos. O volume de água da bomba varia entre
um mínimo de 2 litros e um máximo de 4 litros. Determine uma função que relaciona o volume (y) de água
na bomba, em função do tempo (t).
215

10. Sabendo que o gráfico abaixo é da função y = a + sen bx, calcule o valor de a e b.

11. Faça o gráfico da função f: IR →IR dada por f ( x) = sen x

12. Faça o gráfico da função f: IR →IR dada por f(x)= sen 3x

 
13. Determine o período e a imagem da função f: IR → IR, definida por: f ( x) = −1 + 2. cos 3x − 
 4

14. Determine o domínio e o período das funções:


a) y = sec 2x
 
b) y = cot g  x − 
 3

15. Seja a função f:IR →IR tal que f ( x) = −1 + 3sen 2 x . Pede-se:

a) O gráfico de f(x)
b) O domínio de f(x)
c) A imagem de f(x)
  3 
d) Os intervalos de crescimento e decrescimento de f(x) no intervalo de  , 
4 4 
e) Período de f(x)

 cos 250 sen 650 


16. Seja a matriz A =  0  , calcule det(A)
 sen120 cos 390 0 
216

17. Determine a função que representa o gráfico a seguir:


y

2 3 4
 x

-1

18. Determine a função que representa o gráfico a seguir:


y

1
2

 3 
4 8 2
 x
8

1

2

cos sec 90 0 + sec 360 0 + 2 sec180 0


19. Calcular o valor da expressão:
cos180 0 + tg180 0 + cot g90 0

20. Suponha que a expressão P=100 + 20 sen(2t) descreve de maneira aproximada a pressão sanguínea P,
em milímetros de mercúrio, de uma certa pessoa durante um teste. Nessa expressão, t representa o tempo
em segundos. A pressão oscila entre 20 milímetros de mercúrio acima e abaixo dos 100 milímetros de
mercúrio, indicando que a pressão sanguínea da pessoa é 120 por 80. Como essa função tem um período de
1 segundo, o coração da pessoa bate 60 vezes por minuto durante o teste.
a) Calcule o valor da pressão sanguínea dessa pessoa em t = 0 s; t = 0,75 s.
b) Em que momento, durante o primeiro segundo, a pressão sanguínea atingiu seu mínimo?
217

Respostas:

2  k 5 k
1. 2. 3 3. x  + 4. x  + 5. 35
2 4 2 12 2
 2 
6.  rad 7. f(x) = 2 + 2sen x 8. t1 = 2 h e t2 = 10 h 9. y = 3 + sen t 10. a = 1 e b =
 3 
1
11. ‘’ 12.

2
13. P = IM = [-3,1]
3
 k 
14. a) x  + b) x  + k
4 2 3
15.
a)

     3  
b) IR c) IM = [-1,2] d)  ,  → decresce e  ,  → cresce e) P =
4 2 2 4  2
x 1
16. zero 17. y = sen 18. y = sen 4x 19. zero
2 2
20. a) P = 80 mmHg b) t = 0,75 s
218

RELAÇÕES FUNDAMENTAIS

k
Seja x  , podem-se definir as seis funções trigonométricas: seno, cosseno, tangente, cotangente, secante
2
e cossecante. Vamos obter as relações que a partir de uma delas é possível determinar as outras cinco.

a)

P = OA = OB = 1
OP2 = cos x
PP2 = sen x
No triângulo OPP2 pode-se aplicar o teorema de Pitágoras: OP 2 = OP22 + PP22 → 1 = cos2 x + sen2 x
𝒔𝒆𝒏𝟐 𝒙 + 𝒄𝒐𝒔𝟐 𝒙 = 𝟏

b)

 OAT ~  OPP2
AT PP2
=
OA OP2
AT = tg x
OA = 1
PP2 = sen x
OP2 = cos x
tg x sen x
=
1 cos x
𝒔𝒆𝒏𝒙
𝒕𝒈𝒙 =
𝒄𝒐𝒔 𝒙
219

c)

 OBD ~  OPP1
BD PP1
=
OB OP1
BD =cotg x
OB = 1
PP1 = cos x
OP1 = sen x
𝒄𝒐𝒔 𝒙
𝒄𝒐𝒕 𝒈 𝒙 =
𝒔𝒆𝒏𝒙

𝟏
d) De acordo com as duas relações anteriores tem-se: 𝒄𝒐𝒕 𝒈 𝒙 = 𝒕𝒈𝒙

e)  OPC ~  OPP1
OS OP
=
OP OP2
sec x 1
=
1 cos x
𝟏
𝒔𝒆𝒄 𝒙 =
𝒄𝒐𝒔 𝒙
220

f)

 OPC ~  OPP1
OC OP
=
OP OP1
cos sec x 1
=
1 sen x
𝟏
𝒄𝒐𝒔𝒔𝒆𝒄 𝒙 =
𝒔𝒆𝒏𝒙

g) Sabendo-se que cos2 x + sen2 x = 1


dividindo a relação fundamental por cos2x tem-se:
cos 2 x sen 2 x 1
+ =
2 2
cos x cos x cos 2 x

1 + tg2x = sec2x com x  + k
2
𝟏 + 𝒕𝒈𝟐 𝒙 = 𝒔𝒆𝒄𝟐 𝒙

h) Sabendo-se que cos2 x + sen2 x = 1


dividindo a relação fundamental por sen2x tem-se:
cos 2 x sen 2 x 1
+ =
2 2
sen x sen x sen 2 x
cotg2x + 1 = cossec2x com x ≠ k
𝟏 + 𝒄𝒐𝒕 𝒈𝟐 𝒙 = 𝒄𝒐𝒔𝒔𝒆𝒄𝟐 𝒙
221

EXERCÍCIOS:

1
1. Sendo x  40 quadrante e cos x = , calcule as outras funções trigonométricas de x.
5

2. Sendo x  20 quadrante e tg x = - 3, calcule as outras funções trigonométricas de x.

3. Verifique a identidade cotg2x – cos2x = cotg2x . cos2x

2 m
4. Calcular cos x sabendo que cot g x = com m  1
m −1

m−n
5. Se tg a + sen a = m e tg a – sen a = n, prove que: cos a =
m+n

24 3 tg x . cos x
6. Sabendo que cot g x = e x , calcular o valor da expressão y =
7 2 (1 − cos x )(1 + cos x )

7. Calcular sen x e cos x sabendo que 3cos x + sen x = 1

1 1 
8. Prove que 2 sec x . tg x = + , com x  + k
cos sec x − 1 cos sec x + 1 2

Respostas:
2√6 5√6 √6
1. 𝑠𝑒𝑛 𝑥 = − 𝑡𝑔 𝑥 = 2√6 sec 𝑥 = 5 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 = − 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 =
5 12 12
3√10 √10 √10
2. 𝑠𝑒𝑛 𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 = − sec 𝑥 = − √10 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 =
10 10 3
1
−3

2√𝑚
4. cos 𝑥 = 𝑚+1
25
6. 𝑦 = 7
𝜋
7. 𝑥 = 2
222

REDUÇÃO AO PRIMEIRO QUADRANTE


Quando fazemos operações com ângulos do segundo, terceiro e quarto quadrantes, algumas vezes é
necessário realizar a redução ao primeiro quadrante.

□ Redução do segundo ao primeiro quadrante

𝑠𝑒𝑛(𝜋 − 𝛼) = 𝑠𝑒𝑛𝛼
𝑐𝑜𝑠( 𝜋 − 𝛼) = − 𝑐𝑜𝑠 𝛼
𝑡𝑔(𝜋 − 𝛼) = −𝑡𝑔𝛼

□ Redução do terceiro ao primeiro quadrante

𝑠𝑒𝑛(𝜋 + 𝛼) = −𝑠𝑒𝑛𝛼
𝑐𝑜𝑠( 𝜋 + 𝛼) = − 𝑐𝑜𝑠 𝛼
𝑡𝑔(𝜋 + 𝛼) = 𝑡𝑔𝛼

□ Redução do quarto ao primeiro quadrante


𝑠𝑒𝑛(−𝛼) = −𝑠𝑒𝑛𝛼
𝑐𝑜𝑠( − 𝛼) = 𝑐𝑜𝑠 𝛼
𝑡𝑔(−𝛼) = −𝑡𝑔𝛼

Ou

𝑠𝑒𝑛(2𝜋 − 𝛼) = −𝑠𝑒𝑛𝛼
𝑐𝑜𝑠( 2𝜋 − 𝛼) = 𝑐𝑜𝑠 𝛼
𝑡𝑔(2𝜋 − 𝛼) = −𝑡𝑔𝛼

FIGURA GERAL DE REDUÇÃO AO PRIMEIRO QUADRANTE:

-

) 

- 2 - 
223

REDUÇÃO AO 10 QUADRANTE
Na redução de quadrante aparecem basicamente dois tipos de funções:

F( ± x) → valor de  inteiro.


Exemplos: sen ( + x), cos(2 - x), tg ( - x).

𝝅
𝑭 (𝟐 ± 𝒙) → valor de  dividido por 2.
3𝜋 𝜋
Exemplos: 𝑠𝑒𝑛 ( 2 − 𝑥) , 𝑐𝑜𝑠 ( 2 + 𝑥)

Se a função apresentar-se: F(a ± x) = ± F(x), para a = 0, , 2, ...


Mantém a função original e o sinal é determinado pelo quadrante onde se encontra (a ± x).

Se a função apresentar-se: F(a ± x) = ± (x)


𝜋 3𝜋
Para 𝑎 = 2 , 2 , . ..
Muda a função original de acordo com a tabela de funções e o sinal é determinado pelo quadrante onde se
encontra (a ± x).

Tabela de funções:
F

Seno Cosseno
Cosseno Seno
Tangente Cotangente
Cotangente Tangente
Secante Cossecante
Cossecante Secante

EXEMPLOS:
a) sen ( + x) = - sen (x)
3𝜋
b) 𝑠𝑒𝑛 ( 2 − 𝑥) = - cos (x)
c) cos(2 - x) = cos (x)
d) cos( + x) = - cos (x)
𝜋
e) 𝑐𝑜𝑠 ( 2 + 𝑥) = sen (x)
f) tg ( - x) = - tg (x)
g) tg (- x) = - tg (x)
7𝜋
h) 𝑐𝑜𝑠 ( 2 − 𝑥) = - sen (x)
224

𝜋 𝜋
EXEMPLO: Comprovação de 𝑠𝑒𝑛 ( 2 + 𝛼) = 𝑐𝑜𝑠 𝛼 e 𝑐𝑜𝑠 ( 2 + 𝛼) = −𝑠𝑒𝑛𝛼

Os triângulos OQT  OPM são congruentes, assim:


𝜋 𝜋
PO = 𝑐𝑜𝑠 ( 2 + 𝛼) PM = 𝑠𝑒𝑛 ( 2 + 𝛼)
PO = QT = OS = - sen  (negativo pois o cosseno é negativo no segundo quadrante).
PM = OQ = cos 
𝜋 𝜋
Logo: 𝑐𝑜𝑠 (2 + 𝛼) = −𝑠𝑒𝑛𝛼 e 𝑠𝑒𝑛 ( 2 + 𝛼) = 𝑐𝑜𝑠 𝛼
De modo análogo pode-se obter outras relações.

Outro modo de comprovar as relações anteriores:

EXEMPLO: Para o 2º Quadrante:


𝜋 𝜋
𝑠𝑒𝑛 ( + 𝛼) = 𝑠𝑒𝑛 [𝜋 − ( + 𝛼)]
2 2 𝜋
De acordo com o quadrante do arco dado inicialmente que pertence ao 2 0 quadrante + 𝛼, utiliza-se a
2
relação  - .

𝜋 𝜋 𝜋
𝑠𝑒𝑛 [𝜋 − ( + 𝛼)] = 𝑠𝑒𝑛 (2𝜋 − − 𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 ( − 𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 𝛼
2 2 2

EXEMPLO: Para o 3º Quadrante:

3𝜋 3𝜋
𝑠𝑒𝑛 ( 2 − 𝛼) = −𝑠𝑒𝑛 [ 2 − 𝛼 − 𝜋]

 -
3𝜋 𝜋
𝑠𝑒𝑛 ( − 𝛼) = −𝑠𝑒𝑛 [ − 𝛼] = − 𝑐𝑜𝑠 𝛼
2 2
225

EXERCÍCIOS:

1. Reduzir ao primeiro quadrante:


𝜋
a) cos 1780 b) sen 2510 c) tg 2900 d) 𝑐𝑜𝑡 𝑔 6
23𝜋 3𝜋
e) sec 19240 f) 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 g) 𝑡𝑔 (− )
6 4

   
2. Sabendo que sen −   = cos e cos −   = sen . Calcule:
2  2 
       
a) tg −   b) cot g −   c) sec −   d) cos sec −  
2  2  2  2 

3. Simplificar as seguintes expressões:


     3 
a) sen +   b) cos +   c) sen − 
2  2   2 
 3   3   3 
d) cos −  e) sen +  f) cos + 
 2   2   2 

4. Simplificar a expressão
𝑠𝑒𝑛(2𝜋 − 𝑥). 𝑐𝑜𝑠(𝜋 − 𝑥)
𝑦=
𝜋 3𝜋
𝑡𝑔 (2 − 𝑥) . 𝑐𝑜𝑡𝑔 ( 2 − 𝑥)

5. Simplificar a expressão
𝜋
𝑠𝑒𝑛(−𝑥). 𝑐𝑜𝑠 ( 2 + 𝑥)
𝑦=
𝑡𝑔(2𝜋 − 𝑥). 𝑐𝑜𝑠(𝜋 − 𝑥)

Respostas:
𝜋
1.a) – cos(2º) b) – sen(71º) c) – tg(70º) d) 𝑐𝑜𝑡 𝑔 6 e) -sec(56º)
𝜋 𝜋
f) 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 6 g) 𝑡𝑔 4
2. a) 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝛼 b) 𝑡𝑔 𝛼 c) 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝛼 d) 𝑠𝑒𝑐 𝛼
3. a) 𝑐𝑜𝑠 𝛼 b) −𝑐𝑜𝑠 𝛼 c) −𝑐𝑜𝑠 𝛼 d) 𝑠𝑒𝑛 𝛼 e) 𝑐𝑜𝑠 𝛼
f) 𝑠𝑒𝑛 𝛼
4. 𝑠𝑒𝑛 𝑥 . 𝑐𝑜𝑠 𝑥
5. 𝑠𝑒𝑛 𝑥
226

EXERCÍCIOS
3
1. Se sec x = , x um ângulo de quarto quadrante, determine as demais funções trigonométricas.
2

2. Calcule o valor de m, para que se tenha simultaneamente sen x = 1 − m 2 e cos x = m + 2

1 3
3. Sendo sen x = − e  x  2 ,calcule cos x – tg x
2 2

4
4. Se x é um arco do 3º quadrante e cos x = − , calcule cossec x
5

sen x
5. Determine a condição para que exista tg x =
cos x

a
6. Se existir x  IR tal que sen x = a − 1 e cos x = , com a > 0, calcule o valor de a
2

7. Sendo 4  sen x = 3  cos x , para qualquer valor real de x, calcule tg x

8. Das afirmativas a seguir, identifique a única opção verdadeira:


a) sen215º = 1 - cos215º
b) sen215º + sen215º = 1
c) sen215º = (1 - cos15º)2
d) (sen215º - cos215º)2 = 1
e) sen15º + cos15º = 1

1 sen x
9. Se 0º < x < 90º e cos x = , calcule o valor da expressão y =
2 cossec x + cotg x

tgθ1 + tgθ 2
10. Sendo tg  1 = a e tg  2 = b , com 0º <  1 < 90º e com 0º <  2 < 90º, calcule a expressão .
cotgθ1 + cotgθ 2

tg θ − 1
11. Calcule o valor da expressão x = 2
, quando tg  < 0, sen  = a e cos  = b, com b  0.
1 − tg θ

sen 29100 − cos(−31950 )


12. Calcule o valor da expressão y =
cos sec 25800 + tg(−17700 )

13. Simplifique a expressão E = (sec x − cos x)(cossec x − sen x)(tg x + cotg x)


227

14. Preencha a tabela abaixo:


t 30º 45º 60º
cossec t
sec t
cotg t

15. Se x e y são dois arcos complementares, calcule o valor de A = (cos x – cos y)2 + (sen x + sen y)2

 3  1
16. Se x   ,  e cos x = - calcule o valor de tg x
 2 5

2 tg x  cos x
17. Se sen x = e 900 < x < 1800 , então calcule y = 2
5 cos x −1

cos x 1 + sen x 1
18. A expressão + – é equivalente a:
1 + sen x cos x cos x

2
2 − sen x
19. Calcule o valor da expressão − tg x .
2
2
cos x

1 senx 1 tgx
20. Calcule produto dos determinantes e
senx 1 tgx − 1

Respostas:
5 5 2 3 2
1. sen x = − tg x = − cot g x = − cos sec x = − sec x =
3 2 5 5 3
5 3 5  8
2. m = - 1 3. 4. − 5. x  + k 6. a =
6 3 2 5
3 1 b
7. tg x = 8. a 9 y= 10. ab 11. x =
4 2 a−b
3− 6
12. y = 13. E = 1 14.
6
5
15. A = 2 16. 2 6 17. −
2
18. sec x 19. 2 20. - 1
228

FÓRMULAS DE TRANSFORMAÇÃO

ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE ARCOS


Sejam a e b arcos quaisquer. Nosso objetivo é determinar expressões trigonométricas do seno, cosseno e
tangente dos arcos a + b e a – b.

1) cos(a − b) = cos a. cos b + sen a.sen b

   
Sejam os vetores u e v , cujas coordenadas são u = (cos a, sen a ) e v = (cos b, sen b) , o ângulo entre eles a –
b. Utilizando a expressão que fornece o ângulo entre dois vetores têm-se:
 
u v
cos =  
u v

   
O módulo de u e v é: u = v = 1
cos a. cos b + sen a.sen b
cos(a − b) =
1.1

Logo: cos(a − b) = cos a. cos b + sen a.sen b

2) cos(a + b) = cos a. cos b − sen a.sen b

Sabe-se que a + b = a – (-b), então

cos[a − (−b)] = cos a. cos(− b) + sen a.sen (−b)

Mas, cos(-b) = cos b e sen (-b) = -sen b

Assim, cos(a + b) = cos a. cos b − sen a.sen b


229

3) sen(a + b) = sen a. cos b + sen b. cos a


       
sen (a + b ) = cos − (a + b)  = cos  − a  − b)  sen (a + b ) = cos − a  cos b + sen − a .sen b
2   2   2  2 
   
Mas, cos − a  = sena e sen − a  = cos a
2  2 
sen(a + b) = sen a. cos b + sen b. cos a

4) sen(a − b) = sen a. cos b − sen b. cos a


Partindo de sen(a + b) = sen a. cos b + sen b. cos a
e a – b = a + (-b), têm-se:
sen(a − b) = sen(a + (−b)) = sen a. cos (−b) + cos a.sen(−b)
sen(a − b) = sen a. cos b − sen b. cos a

 
 p/ a  2 + k
tg(a ) + tg(b)  
5) tg(a + b) =  p/ b  + k
1 − tg(a ).tg(b)  2
p/ (a + b)   + k
 2
sen(a + b) sen a . cos b + sen b . cos a
tg(a + b) = =
cos(a + b) cos a. cos b − sen a.senb
sen a. cos b cos a.sen b
+
cos a. cos b cos a. cos b
tg(a + b) =
cos a. cos b sen a.senb

cos a. cos b cos a. cos b
tg a + tg b
tg(a + b) =
1 − tga.tg b

 
 p/ a  + k
2
6) tg(a ) − tg(b)  
tg(a − b) =  p/ b  + k
1 + tg(a ).tg(b)  2
p/ (a + b)   + k
 2
tg a + tg(− b)
tg(a − b) = tg(a + (−b)) =
1 − tga.tg (−b)

tg a − tg b
tg(a − b) =
1 + tga.tg b
230

EXERCÍCIOS:

1. Calcule cos 150

3 5
2. Dados sen x = e cos y = , calcule cos (x + y), sabendo que 0  x   e 3  y  2 .
5 13 2 2

3. Sobre a função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛2𝑥. 𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛𝑥. 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥


a) Esboce o gráfico de 𝑓(𝑥)

t
t x= y = sen t
3

0
𝜋
2
𝜋
3𝜋
2
2𝜋

b) Determine o Período e a imagem

4. Verifique a seguinte identidade sen( +  ).sen( −  ) = sen 2 − sen 2 

5. Demonstre que se  +  +  = 1800, então, tg + tg + tg = tg . tg . tg

Respostas:
√6+√2
1. 4
56
2. 65
3. a)
 y

− − −     
−  
       
−

2𝜋
b) 𝑃 = 3
231

MULTIPLICAÇÃO DE ARCOS
Conhecendo as funções circulares de um arco x, obter as funções dos múltiplos deste arco, isto é, seno,
cosseno e tangente dos arcos 2x, 3x, 4x,...
Essa situação recai na adição de arcos.

Duplicação de arcos
sen(a + b) = sen a. cos b + sen b. cos a
Fazendo a = b = x
sen(x + x) = sen x. cos x + sen x. cos x
sen(2x) = 2sen x. cos x

cos(a + b) = cos a. cos b − sen a.sen b


Fazendo a = b = x
cos(x + x) = cos x. cos x − sen x.sen x
cos(2x) = cos2 x − sen 2 x

tg a + tg b
tg(a + b) =
1 − tga.tg b

Fazendo a = b = x
tg x + tg x
tg( x + x ) =
1 − tgx.tg x
2tg x
tg(2x ) =
1 − tg 2 x

FÓRMULAS DE DIVISÃO
x
Vamos obter fórmulas que permitem calcular as funções trigonométricas de , conhecida uma das funções
2
trigonométricas de x. Tratou-se anteriormente que cos 2a = 2 cos2 a − 1 e cos 2a = 1 − 2sen 2 a , fazendo: 2a = x, têm-
se:
x x 1 + cos x
cos x = 2 cos 2 − 1 → cos = 
2 2 2

x x 1 − cos x
cos x = 1 − 2sen 2 → sen = 
2 2 2

x
sen
x
tg = 2 → tg x =  1 − cos x
2 x 2 1 + cos x
cos
2
232

TRANSFORMAÇÃO EM PRODUTO
O objetivo agora é transformar uma adição ou diferença de funções trigonométricas em produto.
Para isso vamos utilizar as fórmulas de adição e diferença.

1) sen(a + b) = sen(a ). cos(b) + sen(b). cos(a )


2) sen(a − b) = sen(a ). cos(b) − sen(b). cos(a )
3) cos(a + b) = cos(a ). cos(b) − sen(a ).sen(b)
4) cos(a − b) = cos(a ). cos(b) + sen(a ).sen(b)

Somando a fórmula 1 de 2
sen(a + b) + sen(a − b) = 2 sen(a ). cos(b)

Subtraindo a fórmula 1 de 2
sen(a + b) - sen(a − b) = 2 sen(b). cos(a )

Somando a fórmula 3 de 4
cos(a + b) + cos(a − b) = 2 cos(a ). cos(b)

Subtraindo a fórmula 3 de 4
cos(a + b) - cos(a − b) = − 2sen(a).sen(b)

Estas relações se chamam fórmulas de Werner.


a + b = p p+q p−q
 , logo a = e b=
a − b = q 2 2

Substituindo nas fórmulas de Werner obtém-se as fórmulas de transformação em produto:


p+q p−q
• sen p + sen q = 2sen . cos
2 2
p−q p+q
• sen p − sen q = 2sen . cos
2 2
p+q p−q
• cos p + cos q = 2 cos . cos
2 2
p+q p−q
• cos p − cos q = −2sen .sen
2 2
Têm-se ainda que:
sen(p + q)
tg p + tg q =
cos p . cos q

sen(p − q)
tg p − tg q =
cos p . cos q
233

EXERCÍCIOS

1. A expressão sen(x + 45o) + sen (x - 45o) equivale a:

5 7 3 π,
2. Se cos a = - , cos b = ,  a  e 0b o valor de cos(a – b) – cos(a + b) é:
3 4 2 2

cos15º −sen 15º 


3. Se A =  , calcule o determinante de (2A2)
 sen 15º cos15º 

0 0 1

4. Se a + b = , calcule o determinante cos a sena 0
3
senb cos b 0

sen 2x + 2sen x
5. Simplifique a expressão y =
x
cos 2
2

3 3
6. Se sen x + cos x = , calcule sen 2x.
4

7. Calcule o valor de y = sen700 cos500 + sen2600 cos2800.

8. Transforme em produto 1+ cos x.

     4 16
9. Sendo x = + + + .... e y = + + + + ..... , calcule sen (x + y ).
3 6 12 4 5 25 125

sen18 o cos72o 
10. Considere a matriz quadrada A =  o o  . Calcule o determinante de A
sen36 cos54 

2
4 sen x
11. Simplifique a expressão y = , e deixe em função de sec x.
cos (2x ) − 1
2

12. Sejam  e  as medidas de dois ângulos que possuem as propriedades tg α = sen β e tg β = cos α .
Determine
cos( - )

x x
2 sen  cos 
13. Simplifique a expressão 2 2 .
2 x  2x
cos   + sen  
2 2
234

2 2
1 + cos a − sen a
14. Simplifique a expressão
sen 2a

   3   3    
15. Seja a  IR com 0  a  . Simplifique a expressão: sen + a  + sen − a  sen − a 
2   4   4   2 

16. Se os números reais  e ,  +  = 4 , 0     , maximizam a soma sen  + sen  , calcule o valor de .


3

2
  1 1 
17. Dada a expressão E = sen 2x +  − sen 2x , calcule o valor de E.
  2 cos x 2sen 2 x 

18. Um triângulo tem o lado maior medindo 1 m e dois de seus ângulos 27 0 e 630. Determine valor
aproximado do perímetro desse triângulo. Dados: cos 180 = 0,95 e 2 = 1,4

19. Calcule o valor da expressão cos15 + cos 75 0 sen 150 + sen 750
0

0
+ 0
sen 15 cos15

sen y + sen z
20. Se x, y e z são os ângulos internos de um triângulo ABC e sen x = , prove que o triângulo ABC
cos y + cos z

é retângulo.

RESPOSTAS
1
1. 2 . sen x 2. – 1 3. 4 4.
2
11
5. y = 4sen x 6. 7. 3
8. 2 cos 2 x
16 4 2
9. − 6 + 2 10. Zero 11. − sec 2 x 12. cos( −  ) = (sen . cos + 1)sen
4
13. sen x 14. cotg a 15. 2. cos2 a 16. 2
3
17. 1 18. 2,33 m 19. 6 20. Demonstração
235

FUNÇÃO ARCO-SENO

Uma função f, de domínio D possui inversa somente se f for bijetora, por este motivo nem todas as funções
trigonométricas possuem inversas em seus domínios de definição, mas podemos tomar subconjuntos desses
domínios para gerar novas funções que possuam inversas.
Seja a função f:R→R, definida por y = sen x , essa função não
é bijetora.
No entanto, restringindo o domínio da função seno ao
𝜋 𝜋
intervalo [− 2 , 2 ] é possível definir sua inversa, que é

chamada função arco-seno.


Se y = sen x, então x é o arco cujo seno vale y ou x = arc sen y. Trocando x por y, tem-se y = arc sen x, isto é a
função inversa de f.

Exemplo:

Gráfico de 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒓𝒄𝒔𝒆𝒏(𝒙)

D(𝑓) = [−1, 1]
𝜋 𝜋
𝐼𝑚(𝑓) = [− , ]
2 2
236

FUNÇÃO ARCO-COSSENO
Da mesma forma análoga, a função cosseno não é
sobrejetora, nem injetora, portanto, temos que limitar
o domínio da função cosseno ao intervalo [0,].
Assim, o cosseno passa a ser definido como: f: [0,] →[-
1,1]. Se y = cos x, então x é o arco cujo o cosseno vale
y, x = arccos y. Trocando y por x, tem-se y = arccos x.

Gráfico de 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒓𝒄𝒄𝒐𝒔(𝒙)

D(𝑓) = [−1, 1]
𝐼𝑚(𝑓) = [0, 𝜋]

FUNÇÃO ARCO-TANGENTE

A função tangente tem domínio x  + k e é sobrejetora,
2
mas, não é injetora. Para torná-la injetora, basta restringir o
𝜋 𝜋
domínio ao intervalo (− 2 , 2 ).
𝜋 𝜋
Assim, ela será definida como 𝑓: (− 2 , 2 ) →ℝ

Se y = tg x, então x é o arco cuja tangente vale y, x = arctg y. Trocando y por x, tem-se y = arctg x.

Gráfico de 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒓𝒄𝒕𝒈(𝒙)

D(𝑓) = ℝ
𝜋 𝜋
𝐼𝑚(𝑓) = (− , )
2 2
237

EXERCÍCIOS:
1
1. Se 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 (2), calcule 𝑦.
√2
2. Se 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 (− ), calcule 𝑦.
2

√3
3. Se 𝑦 = 2. 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 ( 2 ), calcule 𝑦.

4. Calcular 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛(−1).
5. Determine o domínio da função 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛(2𝑥 − 1).
√3
6. Calcule 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 ( ).
2

7. Calcular 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠(−1).
1
8. Calcular 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 (𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 (3)).
1
9. Calcular 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 (− 2).

10. Calcule 𝛼 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(0).

√3
11. Calcular 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 (𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 (− )).
3

12. Calcular 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔(1).

Respostas:
𝜋 𝜋 2𝜋 𝜋
1. 𝑦 = 2. 𝑦 = 3. 𝑦 = 4. 𝑦 = − 2 5. 0 ≤ 𝑥 ≤ 1
6 4 3
𝜋 2√2 2𝜋
6. 𝑦 = 7. 𝑦 = 𝜋 8. 𝑦 = 9. 𝑦 = 10. 𝛼 = 0
6 3 3
1 𝜋
11. 𝑦 = − 2 12. 𝑦 = 4
238

FUNÇÃO ARCO-COTANGENTE
A função cotangente tem domínio x  k e é sobrejetora, mas não
é injetora.
Para torná-la injetora basta restringir o domínio ao intervalo (0,  ) .

Assim ela será definida como: f: (0,  ) →IR

Se y = cotg x, então x é o arco cuja cotangente vale y, x = arccotg y. Trocando y por x, tem-se y = arccotg x.

Gráfico de 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒓𝒄𝒄𝒐𝒕𝒈(𝒙)

D(𝑓) = ℝ
𝐼𝑚(𝑓) = (0, 𝜋)

FUNÇÃO ARCO-SECANTE

A função secante tem domínio x  + k e não é sobrejetora
2
nem injetora. Para torná-la bijetora deve-se defini-la da seguinte
forma:
𝜋 𝜋
𝑓: [0, [ ∪ ] , 𝜋] → ]−∞, −1] ∪ [1, ∞[
2 2

Gráfico de 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒓𝒄𝒔𝒆𝒄(𝒙)

D(𝑓) = ]−∞, −1] ∪ [1, ∞[


𝜋
𝐼𝑚(𝑓) = [0, 𝜋] − { }
2
239

FUNÇÃO ARCO-COSSECANTE
A função cossecante tem domínio x  k e não é sobrejetora nem
injetora. Para torná-la bijetora deve-se defini-la da seguinte forma:
𝜋 𝜋
𝑓: [− , 0[ ∪ ]0, ] → ]−∞, −1] ∪ [1, ∞[
2 2

Gráfico de 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒓𝒄𝒄𝒐𝒔𝒔𝒆𝒄(𝒙)

D(𝑓) = ]−∞, −1] ∪ [1, ∞[


𝜋 𝜋
𝐼𝑚(𝑓) = [− , ] − {0}
2 2

EXERCÍCIOS
3
1. Determine o valor de y = cos (arc sen ) .
5
x y
2. Considere A = arc sen e B = arc sen com A e B pertencentes ao 1o quadrante.
y 2y + x
Se x = 3 e y = 5, calcule sen (A + B).

1
3. Se x = 3 arccos , calcule tg (2x).
2

 4 5
4. Calcular y = sen arccos + arctg 
 5 12 

5. Calcular y = tgarccossec(−2)

 2
6. Calcule tg arc cos 
 5
1 1 
7. Prove a identidade 2.arc tg + arc tg =
3 7 4
 x
8. Calcule sen 2.arc tg 
 2
240

9. Resolva a equação arc tg(7x – 1) = arc sec(2x + 1)

  
10. Sendo − ,  o contradomínio da função arco-seno e [0,] o contradomínio da função arco-cosseno
 2 2
 3 4
calcule cos arc sen + arc cos 
 5 5

5 + 7x 5 − 7x 
11. Considere as funções f ( x ) = , g( x ) = e h(x) = arc tg x. Se a é tal que h (f (a )) + h (g(a )) =
4 4 4
calcule f(a) – g(a).

RESPOSTAS

4 56 56
1. 2. 3. Zero 4.
5 65 65
21 4x
5. − 3 6. 7. 1 8.
2 4 + x2
1 7 7
9. 10. 11.
3 25 2
241

CAPÍTULO 18 – LIMITES E DERIVADAS DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

18.1 TEOREMA DO CONFRONTO OU TEOREMA DO SANDUÍCHE


Se 𝑔(𝑥) ≤ 𝑓(𝑥) ≤ ℎ(𝑥) para todo x  V(a, ).

Sabendo que lim 𝑔(𝑥) = 𝑏 = lim ℎ(𝑥) = 𝑏, então lim 𝑓(𝑥) = 𝑏


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

Exemplo 1: Considere a função 𝑓(𝑥), de forma que −𝑥 2 − 1 ≤ 𝑓(𝑥) ≤ 2𝑥 2 − 1 para todo x real. Determine
o limite lim 𝑓(𝑥).
𝑥→0

𝑠𝑒𝑛(𝑥)
Exemplo 2: Usando o teorema do sanduíche, calcule o limite: lim
𝑥→0 𝑥

Solução:

𝐴𝑀̄ < 𝑀𝑃̑ < 𝑃𝑇̄  𝑠𝑒𝑛𝑥 < 𝑥 < 𝑡𝑔𝑥


𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑥 𝑡𝑔𝑥
< <
𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑠𝑒𝑛𝑥
𝑥 𝑡𝑔𝑥
1 < 𝑠𝑒𝑛𝑥 < 𝑠𝑒𝑛𝑥

𝑠𝑒𝑛𝑥
Invertendo a desigualdade tem-se 𝑐𝑜𝑠 𝑥 < < 1.
𝑥

𝑠𝑒𝑛𝑥
Aplicando o limite, tem-se: 𝑙𝑖𝑚 𝑐𝑜𝑠 𝑥 < 𝑙𝑖𝑚 < 𝑙𝑖𝑚1
𝑥→0 𝑥→0 𝑥 𝑥→0

𝑠𝑒𝑛𝑥
Logo, 1 < 𝑙𝑖𝑚 < 1.
𝑥→0 𝑥

𝑠𝑒𝑛𝑥
Pelo teorema do confronto: 𝑙𝑖𝑚 = 1, esse é um limite fundamental.
𝑥→0 𝑥
242

𝑠𝑒𝑛(𝑥)
18.2 LIMITE TRIGONOMÉTRICO FUNDAMENTAL lim =1
𝑥→0 𝑥

𝑠𝑒𝑛(𝑥)
O limite lim = 1, esse valor foi obtido usando o teorema do Confronto.
𝑥→0 𝑥
Analisando o comportamento numérico, atribuindo valores a x pela direita e pela esquerda de zero, conforme
mostra a tabela, é possível identificar que o limite tende ao número 1:

𝑥 -0,01 -0,001 → 0  0,001 0,01


𝑠𝑒𝑛𝑥 -0,009999 -0,000999 0,000999 0,009999
𝑠𝑒𝑛(𝑥) 0,999983 0,999999 → 1  0,999999 0,999983
𝑓(𝑥) =
𝑥

𝑠𝑒𝑛(𝑥)
Nota-se que, para valores cada vez mais próximos de zero, obtém-se valores de 𝑓(𝑥) = , apenas para
𝑥
𝑥 ≠ 0, mas a função não está definida no ponto 𝑥 = 0. Por esse motivo, não é possível calcular o limite
𝑠𝑒𝑛(𝑥)
lim fazendo substituição imediata. Além disso, não existe uma estratégia para reescrever esse limite
𝑥→0 𝑥
de forma a sair da indeterminação.
𝑠𝑒𝑛(𝑥)
Graficamente, o comportamento da função 𝑓(𝑥) = próximo de 𝑥 = 0 tende a 1.
𝑥

𝑠𝑒𝑛(𝑥)
Exemplos: Utilize o limite fundamental lim = 1 para resolver:
𝑥→0 𝑥

𝑠𝑒𝑛(3𝑥)
3. 𝑙𝑖𝑚 =
𝑥→0 𝑥

1−𝑐𝑜𝑠(𝑥)
4. 𝑙𝑖𝑚 =
𝑥→0 𝑥2
243

18.3. TEOREMA DO ANULAMENTO PARA LIMITES

Seja 𝑓(𝑥) é uma função limitada e 𝑔(𝑥) é uma função tal que 𝑙𝑖𝑚 𝑔(𝑥) = 0 então 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥). 𝑔(𝑥) = 0.
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

Exemplos: Utilize o teorema do anulamento para obter os limites:


1
5. 𝑙𝑖𝑚 𝑥. cos (𝑥) =
𝑥→0

𝜋
6. 𝑙𝑖𝑚 √𝑥 3 + 𝑥 2 . sen (𝑥 ) =
𝑥→0

𝑥2
7. 𝑙𝑖𝑚 𝑥. (𝑥 2 +1) =
𝑥→0
244

18.4 DERIVADA DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

𝑓(𝑥+ℎ)−𝑓(𝑥)
Retornando a definição de função derivada é dada pelo limite: 𝑓 ′ (𝑥) = lim
ℎ→0 ℎ

Vamos agora deduzir algumas regras a partir da definição, chamadas de regras de derivação para as funções
trigonométricas. As fórmulas obtidas permitem determinar a derivada das funções sem o uso da definição.

Exemplo 8: Obtenha a derivada da função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 𝑥


𝑠𝑒𝑛 (𝑥+ℎ)−𝑠𝑒𝑛 𝑥
Solução: 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ

Das relações trigonométricas temos que:

𝑝−𝑞 𝑝+𝑞
𝑠𝑒𝑛 𝑝 − 𝑠𝑒𝑛 𝑞 = 2𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑐𝑜𝑠 ( )
2 2
Substituindo no numerador

(𝑥 + ℎ) − 𝑥 (𝑥 + ℎ) + 𝑥
2𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑐𝑜𝑠 ( )
2 2
𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ
ℎ 2𝑥 + ℎ
ℎ 2𝑥 + ℎ 2𝑠𝑒𝑛 (2) 𝑐𝑜𝑠 ( 2 )
2𝑠𝑒𝑛 (2) 𝑐𝑜𝑠 ( 2 )
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 2
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ
2

𝑠𝑒𝑛 (2) 2𝑥 + ℎ
𝑙𝑖𝑚 . 𝑙𝑖𝑚 𝑐𝑜𝑠 ( ) = 1. 𝑐𝑜𝑠(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 𝑥
ℎ→0 ℎ ℎ→0 2
2
𝑑𝑦
Portanto, a função derivada de 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 é = 𝑐𝑜𝑠 𝑥.
𝑑𝑥

As demais funções trigonométricas também podem ser obtidas através desse limite.

Funções trigonométricas Derivadas


𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑦′ = 𝑐𝑜𝑠 𝑥
𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑦′ = − 𝑠𝑒𝑛 𝑥
𝑦 = 𝑡𝑔𝑥 𝑦′ = 𝑠𝑒𝑐² 𝑥
𝑦 = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 𝑦 ′ = −𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐² 𝑥
𝑦 = 𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑦 ′ = 𝑠𝑒𝑐 𝑥 . 𝑡𝑔 𝑥
𝑦 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 𝑦 ′ = −𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 . 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥
245

𝑠𝑒𝑛 𝑥
Exemplo 9: Obtenha a derivada da função 𝑓(𝑥) = , utilizando a derivada do quociente.
cos 𝑥

Exemplo 10: Considere a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 . cos 𝑥, obtenha 𝑓′(𝜋)

Exemplo 11: Derive 𝑦(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛8 (𝑥):


246

Exemplo 12: Considere a função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(2𝑥), obtenha a derivada:

Solução usando manipulação: Suponha a função 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 (2𝑥), podemos usar as relações do arco duplo:

𝑠𝑒𝑛 (2𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝑥 + 𝑥) = 2𝑠𝑒𝑛(𝑥)𝑐𝑜𝑠(𝑥)

𝑐𝑜𝑠 (2𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(𝑥 + 𝑥) = 𝑐𝑜𝑠 2 (𝑥) − 𝑠𝑒𝑛²(𝑥)

e derivamos um produto, logo:

𝑦 ′ = 2[𝑠𝑒𝑛′(𝑥)𝑐𝑜𝑠(𝑥)] + 2[𝑠𝑒𝑛(𝑥)𝑐𝑜𝑠′(𝑥)] = 2𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 − 2𝑠𝑒𝑛2 𝑥 = 2𝑐𝑜𝑠 (2𝑥)

Solução usando a regra da cadeia: Assim, fazendo 𝑢 = 2𝑥 e 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 (𝑢)

Então, 𝑢′ = 2 e 𝑦′ = 𝑐𝑜𝑠 (𝑢), logo:

𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑢
= . = 𝑐𝑜𝑠(𝑢) . 2 = 2 𝑐𝑜𝑠 (2𝑥)
𝑑𝑥 𝑑𝑢 𝑑𝑥

Reescrevendo a tabela de derivadas, considerando 𝑢 = 𝑔(𝑥) e 𝑦 = 𝑓[𝑔(𝑥)].

Funções trigonométricas Derivadas


𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 𝑦 ′ = 𝑢′. 𝑐𝑜𝑠 𝑢
𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 𝑢 𝑦 ′ = −𝑢′. 𝑠𝑒𝑛 𝑢
𝑦 = 𝑡𝑔 𝑢 𝑦′ = 𝑢′. 𝑠𝑒𝑐² 𝑢
𝑦 = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢 𝑦 ′ = −𝑢′. 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐² 𝑢
𝑦 = 𝑠𝑒𝑐 𝑢 𝑦 ′ = 𝑢′. 𝑠𝑒𝑐 𝑢 . 𝑡𝑔 𝑢
𝑦 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 𝑦 ′ = −𝑢′. 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 . 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢

Exemplos: Derive as funções a seguir

13. 𝑦(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(𝑥 2 + 2)

u= u’ = y’ =

14. 𝑦(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐(1 − 𝑥)

u= u’ = y’ =
247

15. 𝑦(𝑥) = 𝑡𝑔√5𝑥 + 1

u= u’ = y’ =

1−𝑥
16. 𝑦(𝑥) = 𝑐𝑜𝑡𝑔 ( )
𝑥²

u= u’ = y’ =

18.5 DERIVADA DE FUNÇÃO INVERSA


Seja 𝑦 = 𝑓(𝑥) uma função inversível, derivável no ponto 𝑥0 , onde 𝑓′(𝑥0 ) ≠ 0.
A função inversa de 𝑦 = 𝑓(𝑥) que representaremos por 𝑥 = 𝑔(𝑦) é derivável no ponto 𝑦0 sendo 𝑦 = 𝑓(𝑥),
sua derivada é:
𝑑𝑦 1 𝑑𝑥 1
= 𝑜𝑢 =
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑦
𝑑𝑦 𝑑𝑥

𝑑𝑦
Exemplo 17: Seja a função 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑥, calcule 𝑑𝑥 .
𝜋 𝜋
Considere a função 𝑓: [− 2 , 2 ] → [−1,1] tal que 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥, sua função inversa é 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑦 , ou 𝑦 =
𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑥.
𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑦 1
Derivando x em relação a y temos: 𝑑𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 𝑦. Entretanto, desejamos , para isso usamos a 𝑑𝑥 = 𝑑𝑥 .
𝑑𝑥
𝑑𝑦

𝑑𝑦 1
Assim, 𝑑𝑥 = 𝑐𝑜𝑠 𝑦.

Das relações fundamentais trigonométricas 𝑐𝑜𝑠² 𝑦 + 𝑠𝑒𝑛² 𝑦 = 1, ou 𝑐𝑜𝑠 𝑦 = √1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝑦.


𝑑𝑦 1 1
Substituindo na derivada, temos: = =
𝑑𝑥 √1−𝑠𝑒𝑛2 𝑦 √1−𝑥²

1
Portanto, a derivada de 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑥 é 𝑦 ′ = .
√1−𝑥²
248

Acrescentando as funções inversas trigonométricas na tabela, considerando 𝑢 = 𝑔(𝑥) e 𝑦 = 𝑓[𝑔(𝑥)].

Funções trigonométricas inversas Derivadas


𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑢 𝑢′
𝑦′ =
√1 − 𝑢²
𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠 𝑢 𝑢′
𝑦′ = −
√1 − 𝑢²
𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑢 𝑢′
𝑦′ =
1 + 𝑢²
𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢 𝑢′
𝑦′ = −
1 + 𝑢²
𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑐 𝑢 𝑢′
𝑦′ =
𝑢√𝑢2 − 1
𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 𝑢′
𝑦′ = −
𝑢√𝑢2 − 1

Exemplos: Derive as funções a seguir, utilizando a regra da cadeia:

18. 𝑦(𝑥) = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛(𝑥 5 + 27)

u= u’ = y’ =

19. 𝑦(𝑥) = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔√𝑥

u= u’ = y’ =
249

Exemplo 20: Um homem anda ao longo de um caminho reto a uma velocidade de 1, 5 m/s. Um holofote,
localizado no chão a 6 m do caminho, é mantido focalizado no homem. A que taxa o holofote está girando
quando o homem está a 8 m do ponto do caminho mais próximo da luz?

Passo 1: Desenhe uma figura e classifique as quantidades que variam.

A medida x é a distância entre o homem e o ponto do caminho mais próximo


do holofote. O ângulo 𝜃 está entre o feixe do holofote e a perpendicular do 6

caminho.

Passo 2: Identifique as taxas de variação que são conhecidas (fornecidas) e a taxa de variação que é para ser
encontrada.

𝑑𝑥
A taxa fornecida: a velocidade do homem: = 1,5 𝑚/𝑠.
𝑑𝑡
𝑑𝜃
A taxa a ser encontrada: é taxa de variação que o holofote está girando, ou seja, 𝑑𝑡 .

Variáveis do problema: Distâncias x e 𝜃, tempo t.

Passo 3: Determine uma equação que relacione a quantidade, cuja taxa de variação é para ser encontrada
com as quantidades cujas taxas de variação são conhecidas.
𝑥
A equação que relaciona as variáveis é trigonométrica: 𝑡𝑔 𝜃 = 6, ou seja, 𝑥 = 6 𝑡𝑔 𝜃.

Passo 4: Derive ambos os lados desta equação em relação a variável tempo, ou seja, uma regra da cadeia.

𝑑𝑥 𝑑𝜃 𝑑𝜃 1 𝑑𝑥
Derivando em relação ao tempo, temos: =6 𝑠𝑒𝑐 2 𝜃 𝑑𝑡 , também pode ser escrito como: =6 𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 𝑑𝑡
𝑑𝑡 𝑑𝑡

Passo 5: Calcule esta derivada em um ponto apropriado

Como os catetos do triângulo são 6 e 8, tem-se um triângulo pitagórico, assim, a hipotenusa vale 10.
6 3
Calculando 𝑐𝑜𝑠 𝜃 = =5
10
𝑑𝜃 1 3 2
Substituindo os dados fornecidos pelo problema temos: 𝑑𝑡 = 6 .(5) . 1,5 = 0,09 𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝑑𝜃
Chegam-se à solução desejada: = 0,09 𝑟𝑎𝑑/𝑠
𝑑𝑡
250

EXERCÍCIOS

1) Calcule os limites a seguir:

𝑡𝑔(𝑥)
𝑎) 𝑙𝑖𝑚 =
𝑥→0 𝑥
𝑠𝑒𝑛(𝑥)
𝑏) 𝑙𝑖𝑚 =
𝑥→𝜋 𝑥 − 𝜋
2
𝑥
𝑐) 𝑙𝑖𝑚 =
𝑥→0 𝑡𝑔(𝑥)𝑠𝑒𝑛(𝑥)
1 − 𝑠𝑒𝑛(𝑥)
𝑑) 𝑙𝑖𝑚𝜋 =
𝑥→ 2𝑥 − 𝜋
2
1
𝑒) 𝑙𝑖𝑚 𝑥. sen ( ) =
𝑥→0 𝑥
x + sen(𝑥)
𝑓) 𝑙𝑖𝑚 2 =
𝑥→0 𝑥 − sen(𝑥)

2) Obtenha as derivadas das funções a seguir:


a) 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 (7𝑥 2 + 1)
b) 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 (2𝑥)
c) 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 (2𝑥)
d) 𝑦 = 𝑡𝑔 (2𝑥)
e) 𝑦 = 𝑐𝑜𝑡𝑔 (3𝑥)
f) 𝑦 = 𝑠𝑒𝑐 (2𝑥)
g) 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 (2𝑥)
h) 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 (4𝑥)
𝑠𝑒𝑛𝑥
i) 𝑦 = 𝑥

j) 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 (1 – 𝑥 2 )
k) 𝑦 = 𝑡𝑔 (𝑥 2 – 𝑥)
l) 𝑦 = 𝑡𝑔 𝑥 – 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥
m) 𝑆𝑒 𝑦 = 𝑥 2 . 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑥, ache 𝑓 ‘ (1)
n) Se 𝑓(𝑥) = 𝑥 . 𝑠𝑒𝑛 𝑥 , qual o valor de 𝑓 ′ ()
o) 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 (3𝑥)
p) 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 (𝑥 + 1)
q) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝑥 3 + 5𝑥)
r) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(3𝑥)
s) 𝑓(𝑡) = 𝑠𝑒𝑛(𝑡 2 + 10𝑡 − 7)
t) 𝑦 = 3𝑡𝑔(2𝑥 + 1) + √𝑥
251

3) A figura a seguir mostra um painel solar de 3 m de largura equipado com um ajustador hidráulico. À medida
que o sol se eleva, o painel é ajustado automaticamente de modo que os raios do sol incidam
perpendicularmente nele.

dy d
a) Determine a relação entre a taxa à qual o painel deve ser abaixado e a taxa à qual o ângulo de
dt dt
inclinação dos raios aumenta.

d dy
b) Se, quando  = 300, = 15 0 / h, determine .
dt dt
252

Respostas:
2)
a) 𝑦′ = 14𝑥. 𝑐𝑜𝑠(7𝑥 2 + 1)
b) 𝑦′ = 2. cos (2𝑥)
c) 𝑦′ = − 2. 𝑠𝑒𝑛(2𝑥)
d) 𝑦′ = 2. sec 2(2𝑥)
e) 𝑦′ = − 3. 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 2 (3𝑥)
f) 𝑦′ = 2. 𝑠𝑒𝑐(2𝑥). 𝑡𝑔(2𝑥)
g) 𝑦′ = − 2. 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐(2𝑥). 𝑐𝑜𝑡𝑔(2𝑥)
h) 𝑦′ = 4. cos (4𝑥)
𝑥.𝑐𝑜𝑠 𝑥−𝑠𝑒𝑛𝑥
i) 𝑦′ = 𝑥2
j) 𝑦′ = 2𝑥. 𝑠𝑒𝑛 (1 – 𝑥 2 )
k) 𝑦′ = (2𝑥 – 1). sec 2 (𝑥 2 − 𝑥)
l) 𝑦′ = sec 2 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 2 𝑥
𝜋 1
m) 𝑓′(1) = 2 + 2
n) 𝑓 ′ (𝜋) = − 
3
o) 𝑦′ = √1−9𝑥 2
1
p) 𝑦′ = 𝑥 2 +2𝑥+2
q) 𝑓 ′ (𝑥) = (3𝑥 2 + 5) 𝑐𝑜𝑠( 𝑥 3 + 5𝑥)
r) 𝑓 ′ (𝑥) = 3 𝑐𝑜𝑠 3 𝑥
s) 𝑓 ′ (𝑡) = (2𝑡 + 10) 𝑐𝑜𝑠( 𝑡 2 + 10𝑡 − 7)
1
t) 𝑦 ′ = 6 𝑠𝑒𝑐 2( 2𝑥 + 1) + 2 𝑥

𝑑𝑦 𝑑𝜃 𝑑𝑦 𝜋
3) a) 𝑑𝑡 = −3𝑠𝑒𝑛𝜃. 𝑑𝑡 b) 𝑑𝑡 = − 8 𝑚/ℎ
253

CAPÍTULO 19 – APLICAÇÕES DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS


19.1 MOVIMENTO HARMÔMICO SIMPLES (MHS)
É um movimento periódico, retilíneo, no qual uma partícula oscila em torno de uma posição de equilíbrio,
sob ação de uma força, cuja intensidade é proporcional ao deslocamento.

𝑭 = −𝒌𝒙

Elementos

• Período (T) → tempo necessário para uma oscilação completa. Unidade SI → segundo (s).
• Frequência (f) → número de oscilações numa unidade de tempo. Unidade SI → hertz (Hz).
• Velocidade angular ou pulsação () → é a razão entre o deslocamento angular sofrido por um móvel
em relação ao tempo. Unidade SI → (rad/s)
• Posição de equilíbrio O
• Elongação (x) → posição do corpo oscilante. Unidade SI → metro (m).
• Amplitude (A) → elongação máxima, corresponde as posições A e B.
• Oscilação completa → movimento de A até B retornando a A.
• Constante da mola (k) → Unidade SI (N/m).
• Força elástica (F) → Unidade SI → newton (N).
254

19.2 MHS E MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME (MCU)

Enquanto a partícula M descreve um MCU, M’ descreve um MHS. Assim o MHS é uma projeção diametral do
MCU.

v M . Frequência angular →  (rad/s)


v
ac ac . Ângulo de fase →  (rad)

A . Fase inicial → 0 (rad)


(  .
-A   A . Vel. linear → v = .R
v a O x
M’
. Aceleração centrípeta → ac = 2.R

̅̅̅̅
R = 𝑂𝐴

FUNÇÕES DO MCU
Vamos apresentar as funções do movimento circular uniforme por comparação ao movimento retilíneo
uniforme.

MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME (MRU) MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME (MCU)

∆𝑥 ∆𝜙
Velocidade constante → 𝑣 = Velocidade angular constante → 𝜔 =
∆𝑡 ∆𝑡
2𝜋
ou ainda 𝜔 = ou 𝜔 = 2𝜋𝑓
𝑇

𝑥 = 𝑥0 + 𝑣𝑡 𝜙 = 𝜙0 + 𝜔𝑡
255

FUNÇÃO DA ELONGAÇÃO
𝑥
No triângulo OMM’ → cos ∅ = 𝐴 → 𝑥 = 𝐴𝑐𝑜𝑠 ∅, no entanto, para MCU  = 0 + t.

𝑥 = 𝐴𝑐𝑜𝑠(∅0 + 𝜔𝑡)

Para facilitar o estudo gráfico das funções do MHS, ou seja, função da elongação, função velocidade e função
aceleração e seus pontos críticos vamos considerar a fase inicial igual a zero, ou seja, a origem dos
deslocamentos coincide com a origem dos tempos.

Exemplo: Considerando 0 = 0 a função da elongação fica igual a: 𝑥 = 𝐴𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡) e o gráfico de x = f(t) é:

a) Obter a função da velocidade, considere 𝑥 = 𝐴𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡)

Se 0 = 0, o gráfico de v(t) é:

b) Obter a função da aceleração, considere 𝑣 = −𝐴𝜔 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)

Se 0 = 0, o gráfico de a(t) é:
256

1 𝜋
Exemplo 2: Uma partícula em MHS, com amplitude m, tem frequência angular igual a 𝑟𝑎𝑑/𝑠 e fase
2 8
𝜋
inicial 2 𝑟𝑎𝑑, qual sua elongação, velocidade e aceleração após 2 segundos do início do movimento?

1 𝜋 𝜋
Resolução: Dados do problema: 𝐴 = 2 𝑚, 𝜔 = 𝑟𝑎𝑑/𝑠 e ∅0 = 2 𝑟𝑎𝑑. Assim, a função elongação é:
8

1 𝜋 𝜋
𝑥(𝑡) = 𝑐𝑜𝑠 ( + 𝑡)
2 2 8
Derivando a função 𝑥(𝑡) tem-se a função velocidade:

1 𝜋 𝜋 𝜋 𝜋 𝜋 𝜋
𝑥 ′ (𝑡) = 𝑣(𝑡) = − 𝑠𝑒𝑛 ( + 𝑡) . = − 𝑠𝑒𝑛 ( + 𝑡)
2 2 8 8 16 2 8
Derivando duas vezes a função 𝑥(𝑡) tem-se a função aceleração:

𝜋 𝜋 𝜋 𝜋 𝜋² 𝜋 𝜋
𝑥 ′′ (𝑡) = 𝑎(𝑡) = − 𝑐𝑜𝑠 ( + 𝑡) . = − 𝑐𝑜𝑠 ( + 𝑡)
16 2 8 8 128 2 8
Avaliando para o tempo de 2 s, tem-se

1 𝜋 𝜋 1 √2 √2
𝑥(2) = 𝑐𝑜𝑠 ( + . 2) = . (− ) = − 𝑚 ≈ − 0,3535 𝑚
2 2 8 2 2 4

𝜋 𝜋 𝜋 𝜋 √2 𝜋√2
𝑣(2) = − 𝑠𝑒𝑛 ( + . 2) = − . (− ) = − 𝑚/𝑠 ≈ −0,1388 𝑚/𝑠
16 2 8 16 2 32

𝜋2 𝜋 𝜋 𝜋 2 √2 𝜋 2 . √2
𝑎(2) = − 𝑐𝑜𝑠 ( + . 2) = − . = 𝑚/𝑠 2 ≈ 0,05452 𝑚/𝑠
128 2 8 128 2 256

Exemplo 3: Função aplicada na pressão nos vasos sanguíneos

Pressão P nas paredes dos vasos sanguíneos (em milímetros de mercúrio: mmHg) em função do tempo t (em
segundos) de um indivíduo cuja frequência cardíaca é de 80 batimentos por minuto (levando em
consideração que, e em geral, a pressão obedece a um ciclo, sendo que cada ciclo completo equivale a um
batimento cardíaco). Na figura, note que em 15 s ocorrem 20 ciclos completos.

8𝜋
Resposta: 𝑃(𝑡) = 100 − 20𝑐𝑜𝑠 ( 3 𝑡)
257

CAPÍTULO 20 - FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA


Em muitos problemas aplicados, estudamos fenômenos que apresentam um crescimento ou decrescimento
que não pode ser representado por uma função polinomial ou racional. Problemas cuja modelagem exige o
emprego de uma função exponencial ocorrem em diferentes áreas.

A função exponencial constitui uma importante ferramenta matemática presente na descrição e análise de
fenômenos da vida real, tais como: cálculos financeiros, datação de artefatos arqueológicos e fósseis por
meios de técnicas que utilizam a radioatividade, o estudo do crescimento ou decrescimento populacional, etc.

Uma vez obtido o modelo exponencial, podemos usá-lo para prever o tamanho de uma população ou calcular
o valor de um investimento qualquer em data futura.

As funções logarítmicas, por sua vez, desempenham o papel contrário, permitindo, por exemplo, que
determinemos o instante em que uma função exponencial atinge um valor preestabelecido.

FUNÇÃO EXPONENCIAL

Definição: Uma função exponencial em x com base a > 0 e 𝑎 ≠ 0 é uma função da forma
𝒚 = 𝒚𝟎 ⋅ 𝒂𝒙
onde 𝑦0 é a quantidade inicial (quando x = 0) e a é o fator pelo qual f(x) varia quando x cresce em 1 unidade.
D(f) = R
Im(f) = {y  IR / y > 0}

Gráfico cartesiano da função exponencial


Temos 2 casos a considerar:
➔ quando a > 1; ➔ quando 0 < a < 1.

Nos dois exemplos, podemos observar que:

a) O gráfico nunca intercepta o eixo horizontal; a função não tem raízes;

b) O gráfico intercepta o eixo vertical no ponto (0,1);

c) Os valores de y são sempre positivos (potência de base positiva é positiva), portanto o conjunto
imagem é. 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ∗+
258

Uma das características mais importantes da função exponencial é o fato dela se aproximar do eixo x sem
nunca o tocar:
▪ Para a >1, a função tende a zero quando x decresce (ou 𝑥 → −∞).
▪ Para 0 <a <1, isso ocorre à medida que x cresce (isto é, 𝑥 → ∞).
Nesse caso, dizemos que o eixo x, ou seja, a reta y = 0 é uma assíntota horizontal do gráfico da função
exponencial.
Lembrando que assíntota horizontal é a reta 𝑦 = 𝑏 do gráfico da função 𝑓 se lim 𝑓(𝑥) = 𝑏.
𝑥⟶±∞

Os gráficos dos membros da família de funções y =ax estão no quadro, para vários valores da base a.
Observe que todos esses gráficos passam pelo mesmo ponto (0, 1), pois a0 = 1, para a ≠ 0.

Analise o comportamento da função exponencial quando se acrescenta uma constante ou altera-se o sinal:
259

Dentre todas as bases possíveis para uma função exponencial, há uma que é mais conveniente para os
propósitos do cálculo.

Na escolha de uma base a pesa muito a forma como a função y = ax intercepta o eixo y.

O gráfico mostra a reta tangente ao gráfico de y = 3x no ponto (0, 1).

A reta tangente ao gráfico da exponencial em um ponto é a reta que toca o gráfico em um único ponto.

Se medirmos as inclinações das retas tangentes em (0, 1), encontraremos m ≈ 1,1 para y = 3x.

As fórmulas do cálculo ficam muito simplificadas quando escolhemos como base a aquela para a qual resulta
uma reta tangente a y =ax em (0, 1) com uma inclinação de exatamente 1.

De fato, existe um número assim e ele é denotado pela letra e.

Essa notação foi escolhida pelo matemático suíço Leonhard Euler em 1727, provavelmente por ser a primeira
letra da palavra exponencial.

Vendo as figuras anteriores, não nos surpreende que o número e esteja entre 2 e 3 e o gráfico de 𝑦 = 𝑒 𝑥 ,
entre 𝑦 = 2𝑥 e 𝑦 = 3𝑥 .

O valor de e, correto até a quinta casa decimal, é 𝑒 ≅ 2,71828.


260

APLICAÇÕES DE FUNÇÕES EXPONENCIAIS:

a) POPULAÇÃO DE BACTÉRIAS

Vamos considerar uma população de bactérias em um meio nutriente homogêneo. Suponhamos que
tomando amostras da população em certos intervalos de tempo fique determinado que a população dobre
a cada hora. Se o número de bactérias no instante t for p(t), onde t é medido em horas, e a população inicial
for p(0) = 1.000, então:
𝑝(1) = 2 𝑝(0) = 2 ∙ 1000
𝑝(2) = 2 𝑝(1) = 22 ∙ 1000
𝑝(3) = 2 𝑝(2) = 23 ∙ 1000
Desse padrão parece que, em geral:
𝑝(𝑡) = 2𝑡 ∙ 1000 = 1000 ∙ 2𝑡
Sob condições ideais (espaço e alimentos ilimitados e ausência de doenças) esse crescimento exponencial é
típico do que ocorre realmente na natureza.

b) CRESCIMENTO POPULACIONAL

Em uma cidade, o número de habitantes é dado pela função 𝐻(𝑟) = 𝑘. 23𝑟 , em que k é constante e r, que é
o raio de distância a partir do centro dessa cidade, é positivo e em quilômetros. Sabendo que existem 20 480
habitantes num raio de 4 km contados desde o centro, quantos habitantes há num raio de 6 km?

Resolução: Sabendo que 𝐻(4) = 20 480, temos: 20 480 = 𝑘. 23.4 = 𝑘. 212


20 480 20 480
Isolando k, temos: 𝑘 = = =5
212 4 096
3𝑟
Então: 𝐻(𝑟) = 5. 2
Para um raio de 6 km temos: 𝐻(6) = 5. 23.6 = 5. 218 = 1 310 720
Em um raio de 6 km 1 310 720 habitantes.

c) SOCIOLOGIA

O crescimento da população da Terra é um problema de grande importância, que preocupa governantes de


todo o mundo. Esse crescimento é calculado com a ajuda da função exponencial, através da seguinte função:

𝐵
𝑦=
1 + 𝐴𝑒 −𝑘𝑡
com A, B e K constantes positivas que dependem de uma situação concreta.

Por exemplo, em 1960, A = 11, B = 36000 e K = 0,021. Portanto, calcular a população mundial no ano 2000
tendo em consideração a situação no ano 1960 consiste em: Para 1960, a fórmula é:

36 000
𝑦(𝑡) =
1 + 11𝑒 −0,02 𝑡
36 000
Como 2013 - 1960 = 53, assim, t = 53: 𝑦(53) = 1+11𝑒 −0,02.53 ≈ 7 500, ou seja, 7 500 milhões de pessoas
261

d) ECONOMIA

O capital inicial (principal) pode crescer como já sabemos, devido aos juros, segundo duas modalidades, a
saber:

Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende juros.

Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua vez, a
render juros. Também conhecido como "juros sobre juros". Vamos ilustrar a diferença entre os
crescimentos de um capital através juros simples e juros compostos, com um exemplo: Suponha que
R$100,00 são empregados a uma taxa de 10% ao ano.

Tem-se:

Observe que o crescimento do principal segundo juros simples é LINEAR enquanto que o crescimento
segundo juros compostos é EXPONENCIAL, e, portanto, tem um crescimento muito mais "rápido".
Isto poderia ser ilustrado graficamente da seguinte forma:

Fórmula para o cálculo de Juros compostos

Considere o capital inicial (principal P) R$1000,00 aplicado a uma taxa mensal de juros compostos ( i ) de
10% (i = 10% a.m.). Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês:

Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1 + 0,1)


Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1 + 0,1)2
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1 + 0,1)3


Após o nº (enésimo) mês, sendo M o montante, teremos evidentemente: 𝑀 = 1000 (1 + 0,1)𝑛 .

Generalizando: 𝑀 = 1000 (1 + 𝑖)𝑛

Observação: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à taxa de juros i e do período n, tem de ser
necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido! Assim, por
exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% ao mês durante 3.12 = 36
meses.
262

e) FÍSICA

A função exponencial é utilizada para calcular desintegração de substâncias radioativas. Por exemplo, no
teste do carbono 14.

Um dos métodos mais apurados para datar achados arqueológicos, ou seja, determinar a idade de objetos
muito antigos é o Método do Carbono 14 (C14), descoberto em 1949. O método é bem simples, todos os dias,
raios cósmicos entram na atmosfera terrestre em grandes quantidades.

Quando o nêutron colide, um átomo de nitrogênio 14 (com 7 prótons e 7 nêutrons) se transforma em um


átomo de carbono 14 (6 prótons e 8 nêutrons) e um átomo de hidrogênio (1 próton e nenhum nêutron). Os
átomos de C14 criados por raios cósmicos combinam-se com o oxigênio para formar dióxido de carbono, que
as plantas absorvem naturalmente e incorporam às suas fibras por meio da fotossíntese. A quantidade de C14
presente nos tecidos de animais provém da ingestão de vegetais. Em qualquer tecido vivo, a quantidade de
ingestão de C14 é igual à quantidade de C14 desintegrado (o C14 é uma molécula instável que se desintegra
espontaneamente numa taxa proporcional ao número de moléculas de C14 presentes na amostra). Quando
um organismo morre, para de ingerir C14, portanto, sua concentração nos tecidos diminui, devido à
desintegração. O carbono 14 é radioativo e tem meia-vida de cerca de 5.700 anos. A função exponencial que
pode ser utilizada é dada por:

𝑦 = 𝑦0 𝑒 −0,00012.𝑡
263

EQUAÇÕES EXPONENCIAIS

Uma equação é dita exponencial quando a incógnita aparece no expoente.

Exemplos:

3𝑥 = 81
2𝑥−5 = 16
2. 2𝑥 + 4𝑥 = 8𝑥

Para resolver equações deste tipo devemos realizar dois passos importantes:

• Redução dos dois membros da equação a potência de mesma base.

• Aplicar a propriedade da injetividade da função exponencial: 𝒂𝒙𝟏 = 𝒂𝒙𝟐 ⇒ 𝒙𝟏 = 𝒙𝟐

Em alguns casos utilizamos também, as seguintes propriedades:

• 𝒂𝒎+𝒏 = 𝒂𝒎 . 𝒂𝒏
𝒂𝒎
• 𝒂𝒎−𝒏 = 𝒂𝒏

• (𝒂𝒎 )𝒏 = 𝒂𝒎.𝒏

Exemplo:
1) Resolva a equação 3𝑥 = 81
Resolução:
Colocando na mesma base temos: 3𝑥 = 34 .
Pela propriedade de injetividade da função temos: x = 4.

2) Resolva a equação 2𝑥−5 = 16


Dica: Utilize a mesma ideia do anterior e propriedade de exponencial. Solução: x = 9.

3) Resolva a equação 2. 2𝑥 + 4𝑥 = 8
Resolução:
A estratégia aqui é fazer a mudança: 2x = y.
Com a mudança a equação se torna: 2𝑦 + 𝑦 2 = 𝑦 3, ou seja, 𝑦 3 − 𝑦 2 − 2𝑦 = 0, colocando y em evidência
𝑦(𝑦 2 − 𝑦 − 2) = 0.
Resolvendo temos que 𝑦 = 0; 𝑦 = 2 𝑒 𝑦 = −1
Como 𝑦 = 2𝑥 ; o único y que satisfaz as condições de existência de uma função exponencial é y = 2.
Logo 2 = 2𝑥 e assim x = 1.
264

INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS

Desigualdades como as seguintes são chamadas Inequações Exponenciais

Exemplos:

3𝑥−1 ≥ 27
25𝑥 < √5
1
8𝑥−1 ≤ 𝑥
16

Para resolvê-las devemos lembrar de que a função exponencial 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 é crescente para a > 1 e
decrescente para 0 < a < 1, ou seja:

𝒂𝒙𝟏 < 𝒂𝒙𝟐 ⟹ 𝒙𝟏 < 𝒙𝟐 (𝒂 > 𝟏)

𝒂𝒙𝟏 < 𝒂𝒙𝟐 ⟹ 𝒙𝟏 > 𝒙𝟐 (𝟎 < 𝒂 < 𝟏)

Exemplos:

4) Resolva a inequação 2𝑥+7 < 32

Resolução:
2𝑥+7 < 25 A função é crescente, pois a base 2 é maior que 1.

𝑥+7<5

𝑥 < −2

𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 < −2}

𝟐
𝟏 𝒙 −𝒙 𝟏
5) Resolva a inequação (𝟑) >𝟗

Resolução:
2
1 𝑥 −𝑥 1 2
(3) > (3) A função é decrescente, pois a base é menor que 1

𝑥2 − 𝑥 < 2

𝑥2 − 𝑥 − 2 < 0

Fazendo o estudo do sinal da função quadrática em questão chegamos que


𝑥 2 − 𝑥 − 2 é negativa para x entre -1 e 2.

𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ; −1 < 𝑥 < 2}
265

FUNÇÃO LOGARÍTMICA

Os logaritmos, como instrumento de cálculo, surgiram para realizar simplificações, uma vez que transformam
multiplicações e divisões nas operações mais simples de soma e subtração. Napier foi um dos que
impulsionaram fortemente seu desenvolvimento, perto do início do século XVII. Ele é considerado o inventor
dos logaritmos, muito embora outros matemáticos da época também tenham trabalhado com ele.

Logaritmo: Dados a e b números reais positivos, com a  1, o logaritmo de b na base a é o número real x tal
que:

𝒍𝒐𝒈𝒂 𝒃 = 𝒙 ⟺ 𝒂𝒙 = 𝒃

Onde:

a base do logaritmo
b logaritmando ou antilogaritmo
x logaritmo

Exemplos:

6) 𝑙𝑜𝑔6 36 = 2, pois 62 = 36

7) 𝑙𝑜𝑔2 0 , 5 = −1, pois 2−1 = 0,5

8) 𝑙𝑜𝑔10 1 = 0, pois 100 =1

Observações:

Quando a base do logaritmo é 10 não precisamos escrevê-la 𝑙𝑜𝑔10 2 = 𝑙𝑜𝑔 2 (logaritmo decimal).

Quando a base do logaritmo é e escrevemos 𝑙𝑜𝑔𝑒 2 = 𝑙𝑛 2 (logaritmo neperiano ou natural).

Consequências da definição

Sendo b > 0, a > 0 e a  1 e m um número real qualquer, temos a seguir algumas consequências da definição
de logaritmos:

• 𝑙𝑜𝑔𝑎 1 = 0,  𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑎0 = 1

• 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑎 = 1,  𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑎1 = 𝑎

• 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑎𝑚 = 𝑚,  𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑎𝑚 = 𝑎𝑚

• 𝑎𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑏 = 𝑏,  𝑝𝑜𝑖𝑠  𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑏 = 𝑚  →   𝑎𝑚 = 𝑏


266

Propriedades operatórias dos logaritmos

Condição de existência: a > 0, a  1, x > 0, y > 0 e m  ℝ

• Logaritmo de um produto: 𝒍𝒐𝒈𝒂(𝒙. 𝒚) = 𝒍𝒐𝒈𝒂 (𝒙) + 𝒍𝒐𝒈𝒂(𝒚)

• Logaritmo de um quociente:
𝒙
𝒍𝒐𝒈𝒂 (𝒚) = 𝒍𝒐𝒈𝒂(𝒙) − 𝒍𝒐𝒈𝒂 (𝒚)

• Logaritmo da potência: 𝒍𝒐𝒈𝒂(𝒙𝒎 ) = 𝒎. 𝒍𝒐𝒈𝒂 (𝒙)

Mudança de base

Em algumas situações podemos encontrar no cálculo vários logaritmos em bases diferentes. Como as
propriedades logarítmicas só valem para logaritmos numa mesma base, é necessário fazer, antes, a conversão
dos logaritmos de bases diferentes para uma única base conveniente. Essa conversão chama-se mudança de
base. Para fazer a mudança de uma base a para uma outra base c usa-se:

𝒍𝒐𝒈𝒄 𝒃
𝒍𝒐𝒈𝒂 𝒃 =
𝒍𝒐𝒈𝒄 𝒂
267

FUNÇÃO LOGARÍTMICA

Uma função logarítmica de base a, com a  0 e a  1 é uma função 𝑓: ℝ∗+ ⟶ ℝ, definida por

𝒚 = 𝒇(𝒙) = 𝒍𝒐𝒈𝒂 𝒙.

Se a > 1, a função é crescente; se 0 < a < 1, a função é decrescente.

a>1 0<a<1

Nos dois exemplos, podemos observar que:


• o gráfico nunca intercepta o eixo vertical;
• o gráfico intercepta o eixo horizontal no ponto (1,0). A raiz da função é x = 1;
• y assume todos os valores reais, portanto o conjunto imagem é 𝐼𝑚(𝑓) = ℝ.

Exemplos:

Gráficos para bases distintas 2, 3, 5 e 10:


268

APLICAÇÕES DE FUNÇÕES LOGARITMICAS

a) ÁREA DE COBERTURA DE TELEFONIA MOVEL

As “áreas de coberturas” a serem atendidas por um serviço de telefonia móvel são divididas em células, que
são iluminadas por estações-radiobase localizadas no centro das células. As células em uma mesma área de
cobertura possuem diferentes frequências, a fim de que uma célula não interfira na outra. Porém, é possível
reutilizar a frequência de uma célula em outra célula relativamente distante, desde que a segunda não
interfira na primeira.

Cluster é o nome dado ao conjunto de células vizinhas, o qual utiliza todo o espectro disponível. Uma
configuração muito utilizada está exemplificada na Figura 1, que representa um modelo matemático
simplificado da cobertura de rádio para cada estação-base. O formato hexagonal das células é o mais prático,
pois permite maior abrangência de cobertura, sem lacunas e sem sobreposições. A figura 2 ilustra o conceito
de reutilização de frequência por cluster, em que as células com mesmo número utilizam a mesma frequência.

Um modelo da perda (L) de propagação de sinais entre a antena transmissora e a receptora em espaço livre
de obstáculos é, em decibel (dB), expressa por:

𝐿 = 32,44 + 20. 𝑙𝑜𝑔 𝑓 + 20. 𝑙𝑜𝑔 𝑑

em que f é a frequência de transmissão em mega-hertz (MHz) e d é a distância entre as antenas de


transmissão e recepção em quilômetros (km).

Considerando que um sinal de radiofrequência de 600 MHz é enviado de uma estação-base para uma antena
receptora que está a 20 km de distância, em espaço livre, calcular o valor aproximado da perda de propagação
desse sinal, em dB. Adotando 𝑙𝑜𝑔2 = 0,30 𝑒 𝑙𝑜𝑔3 = 0,48.

𝐿 = 32,44 + 20. 𝑙𝑜𝑔 20 + 20. 𝑙𝑜𝑔 600

Portanto,

𝐿 = 114,04 𝑑𝐵
269

b) LAGO CONTAMINADO

Um lago usado para abastecer uma cidade foi contaminado após um acidente industrial, atingindo o nível de
toxidez T0, correspondente a dez vezes o nível inicial. A vazão natural do lago permite que 50% de seu volume
sejam renovados a cada dez dias. Sendo log 2 = 0,3, determine o menor número de dias de suspensão do
abastecimento de água, necessário para que a toxidez retorne ao nível inicial.

𝑇0
𝑇0 = 10. 𝑇𝑖 ⇒ 𝑇𝑖 =
10
{
𝑇(𝑥) = 𝑇0 . (0,5)0,1𝑥
𝑇(𝑥) = 𝑇𝑖
⇒ 𝑇𝑖 = 𝑇0 . (0,5)0,1𝑥

𝑇0
⇒ = 𝑇0 . (0,5)0,1𝑥
10
1
⇒ = (0,5)0,1𝑥
10
1
⇒ 0,1𝑥 = 𝑙𝑜𝑔0,5
10
1
𝑙𝑜𝑔 10
⇒ 0,1𝑥 =
1
𝑙𝑜𝑔
2
𝑙𝑜𝑔 1 − 𝑙𝑜𝑔 1 0
⇒ 0,1𝑥 =
𝑙𝑜𝑔 1 − 𝑙𝑜𝑔 2

𝑥 0−1 1 10 100
⇒ = = = = ≅ 33,3
10 0 − 0,3 0,3 3 3

c) ACIDEZ DE FRUTAS CÍTRICAS

A acidez de frutas cítricas é determinada pela concentração de íons hidrogênio. Uma amostra de polpa de
laranja apresenta 𝑝𝐻 = 2,3. Considerando 𝑙𝑜𝑔 2 = 0,3, determine a concentração de íons hidrogênio nessa
amostra, em mol.L-1.

𝑙𝑜𝑔 2 = 0,3

⇒ 2 = 100,3

⇒ 2−1 = (100,3 )−1

1
⇒ 10−0,3 = = 0,5
2
𝑝ℎ = − 𝑙𝑜𝑔 𝐻
{
𝑝𝐻 = 2,3

⇒ − 𝑙𝑜𝑔 𝐻 = 2,3

⇒ 𝑙𝑜𝑔 𝐻 = −2,3

⇒ 𝐻 = 10−2,3 = 10−2 . 10−0,3 = (0,01). (0,5) = 0,005


270

EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS

São equações envolvendo logaritmos que apresentam incógnitas no logaritmando, na base ou no logaritmo.

Exemplos:

𝑙𝑜𝑔3 (2𝑥 − 1) = 2

𝑙𝑜𝑔𝑥−2 3 = 1

𝑙𝑜𝑔2 16 = 𝑥 + 1

Na resolução dessas equações devem ser observados os seguintes itens:

▪ As condições de existência para:


o Logaritmando: deve ser positivo.
o Base: positiva e diferente de 1.
▪ Aplicação de propriedades.
▪ Se o conjunto solução da equação satisfaz as condições de existência.

Exemplos: Resolva as seguintes equações

9) 𝑙𝑜𝑔2 (2𝑥 − 4) = 4

Resolução: Em consequência da definição temos que 𝑙𝑜𝑔2 (2𝑥 − 4) = 4 ⟺ 24 = 2𝑥 − 4 .

Resolvendo 24 = 2𝑥 − 4 , temos que 20 = 2𝑥, então 𝑥 = 10.

10) 𝑙𝑜𝑔2 (𝑥 − 1) + 𝑙𝑜𝑔2 (𝑥 − 3) = 𝑙𝑜𝑔2 48

Resolução: Usando a propriedade da soma, temos que 𝑙𝑜𝑔2 (𝑥 − 1)(𝑥 − 3) = 𝑙𝑜𝑔2 48 .

Obtemos uma equação (𝑥 − 1)(𝑥 − 3) = 48, que é 𝑥 2 − 4𝑥 − 45 = 0 . Resolvendo a equação quadrática,


temos duas soluções: 𝑥 = −5 (não satisfaz a condição de existência) e 𝑥 = 9.

Então, a solução é 𝑥 = 9.

11) (𝑙𝑜𝑔2 𝑥)2 − 𝑙𝑜𝑔2 𝑥 = 6

Resolução: Usando a substituição 𝒖 = 𝑙𝑜𝑔2 𝑥 , temos a equação: 𝑥 2 − 𝑥 − 6 = 0

Resolvendo a equação quadrática, temos duas soluções: 𝑥 = 3 e 𝑥 = −2 (não satisfaz a condição de


existência).

Então, a solução é 𝑥 = 3.
271

INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS

São desigualdades que envolvem logaritmos.

Exemplos:

𝑙𝑜𝑔2 (𝑥 − 4) > 4

𝑙𝑜𝑔5 (2𝑥 − 1) ≤ 𝑙𝑜𝑔5 (𝑥 − 3)

Na resolução de inequações logarítmicas devem ser aplicadas as propriedades dos logaritmos, as condições
de existência e as propriedades, já vistas sobre a função logarítmica, descritas a seguir:

• a > 1 ( base maior que 1, então a função é crescente):

𝒍𝒐𝒈𝒂 𝒙𝟏 > 𝒍𝒐𝒈𝒂 𝒙𝟐 ⟺ 𝒙𝟏 > 𝒙𝟐

• 0 < a < 1 ( base entre 0 e 1, então a função é decrescente):

𝒍𝒐𝒈𝒂 𝒙𝟏 > 𝒍𝒐𝒈𝒂 𝒙𝟐 ⟺ 𝒙𝟏 < 𝒙𝟐

Exemplos: Resolva as seguintes inequações:

12) 𝑙𝑜𝑔4 𝑥 < 𝑙𝑜𝑔4 8

Resolução: Como a base é maior que 1, 𝑙𝑜𝑔4 𝑥 é crescente.

Assim, 𝑙𝑜𝑔4 𝑥 < 𝑙𝑜𝑔4 8 ⟺ 𝑥 < 8. E pela condição de existência temos que 𝑥 > 0.

Portanto, 𝐴 = {𝑥 ∈ ℝ/ 𝑥 < 8}.

13) 𝑙𝑜𝑔0,5(2𝑥 − 1) > 𝑙𝑜𝑔0,5 𝑥

Resolução: Como a base é menor que 1, 𝑙𝑜𝑔0,5 𝑥 é decrescente.

Assim, 𝑙𝑜𝑔0,5 (2𝑥 − 1) > 𝑙𝑜𝑔0,5 𝑥 ⟺ 2𝑥 − 1 < 𝑥. A solução é 𝑥 < 1.

E pela condição de existência temos que 2𝑥 − 1 > 0 e 𝑥 > 0.

Fazendo a interseção dos intervalos temos que

Portanto, 𝐴 = {𝑥 ∈ ℝ/ 0,5 < 𝑥 < 1}


272

EXERCÍCIOS:

1. Modele a função exponencial que satisfaz as condições dadas:

a) Valor inicial igual a 5, crescente com taxa de 15% ao ano.

b) Valor inicial igual a 55, crescente com taxa de 2,7% ao dia.

c) Valor inicial igual a 15, decrescente com taxa de 25% ao mês.

d) Valor inicial da massa igual a 0,7 grama, dobrando a cada 4 dias.

e) Valor inicial da massa igual a 432 gramas, caindo pela metade a cada 5 anos.

2. A inflação anual de um país decresceu no período de sete anos. Esse fenômeno pode ser representado por
uma função exponencial do tipo 𝑓(𝑥) = 𝑎. 𝑏 𝑥 , conforme o gráfico abaixo. Modele a função que possibilita
calcular a taxa de inflação desse país no quarto ano de declínio.

3. Um lago usado para abastecer uma cidade foi contaminado após um acidente industrial, atingindo o nível
de toxidez T0, correspondente a dez vezes o nível inicial. A vazão natural do lago permite que 50% de seu
volume sejam renovados a cada dez dias. Modele a função que possibilita calcular o menor número de dias
de suspensão do abastecimento de água, necessário para que a toxidez retorne ao nível inicial.

4. Considere-se que uma população inicial cresce 3% ao ano. Modele a função que possibilita calcular o
número aproximado de anos que ela irá triplicar.

5. Um pesquisador constata que, em um dado instante, existem 400 tartarugas da espécie A e 200 tartarugas
da espécie B em uma reserva marinha. Nessa reserva, a população de tartarugas da espécie A diminui a uma
taxa de 20% a.a., enquanto a população da espécie B aumenta a uma taxa de 10% a.a..

Modele a função que possibilita calcular quanto tempo é necessário, a partir desse instante, para que as
populações sejam iguais.
273

6. Uma quantia inicial de R$ 1.000,00 foi investida em uma aplicação financeira que rende juros de 6%,
compostos anualmente. Qual é, aproximadamente, o tempo necessário para que essa quantia dobre?

7. Uma determinada máquina industrial se deprecia de tal forma que seu valor, t anos após a sua compra, é
dado por v(t) = v0.2 –0,2t, em que v0 é uma constante real. Se, após 10 anos, a máquina estiver valendo R$ 12
000,00, determine o valor que ela foi comprada.

8. Uma certa substância se decompõe a aproximadamente segundo a função Q(t) = k.2 -0,5t , em que K é uma
constante, t é o tempo em minutos e Q(t) indica a quantidade de substância em gramas no instante t, sabe-
se que a massa inicial é de 2048 g.

Calcule o valor de K. Quanto tempo será necessário para que se tenha 512 g da substância?

9. Diversas pesquisas apontam o endividamento de brasileiros. O incentivo ao consumismo, mediado pelas


diversas mídias, associado às facilidades de crédito consignado e ao uso desenfreado de cartões são alguns
dos fatores responsáveis por essa perspectiva de endividamento.

(Fonte: Jornal o Globo, de 4 de setembro de 2011 – Texto Adaptado)

Suponha que um cartão de crédito cobre juros de 12% ao mês sobre o saldo devedor e que um usuário com
dificuldades financeiras suspende o pagamento do seu cartão com um saldo devedor de R$ 660,00. Se a
referida dívida não for paga, o tempo necessário para que o valor do saldo devedor seja triplicado sobre
regime de juros compostos, será de:

10. Suponha que uma cidade tinha uma população de 20.000 habitantes e que, à partir de um determinado
ano, ela passou a crescer (vertiginosamente) na base de 12 % ao ano.

a) Determine a função que representa essa situação.

b) Qual seria o valor aproximado da população, 10 anos após o momento inicial?


274

Respostas:

1. a) 𝑦(𝑥) = 5(1,15)𝑥

b) 𝑦(𝑥) = 55(1,027)𝑥

c) 𝑦(𝑥) = 15(0,75)𝑥

d) 𝑦(𝑥) = 0,7(2)4𝑥

e) 𝑦(𝑥) = 432(0,5)5𝑥

2. 𝑓(𝑥) = 960(0,5)𝑥

3. 33 dias e 8 horas

4. 37 anos e 62 dias

5. 2 anos e 64 dias

6. Aproximadamente 12 anos

7. 𝑅$ 4800

8. 4 minutos

9. 9 meses e 20 dias

10. a) 𝑃 = 20000(1,12)𝑛 b) 𝑃 = 62116,96


275

CAPÍTULO 21 – LIMITES E DERIVADAS DE FUNÇÕES EXPONENCIAIS E


LOGARÍTMICAS

21.1 LIMITES FUNDAMENTAIS


1 𝑥
O gráfico correspondente a função 𝑓(𝑥) = (1 + 𝑥) é interessante por apresentar uma assíntota horizontal
no número irracional 𝑒, conhecido como número de Euler ou base dos logaritmos naturais (ou neperianos).

Fazendo uma aproximação no eixo y, podemos verificar que a assíntota horizontal é 𝑦 = 𝑒.


276

1 𝑥
Analisando a função 𝑓(𝑥) = (1 + 𝑥) , numericamente, podemos atribuir valores a x tendendo ao infinito,
obtemos a seguinte tabela:

𝑥 100 1 000 10 000 → +∞


1 𝑥
𝑓(𝑥) = (1 + ) 2,7048 2,7169 2,7181 → e = 2,718281828...
𝑥
1 𝑥
Portanto, podemos concluir que o limite lim (1 + 𝑥) = 𝑒.
𝑥→+∞

1 𝑥
Analisando a função 𝑓(𝑥) = (1 + 𝑥) , numericamente, podemos atribuir valores a x tendendo a menos
infinito, obtemos a seguinte tabela:

𝑥 -100 -1 000 -10 000 → −∞


1 𝑥
𝑓(𝑥) = (1 + ) 2,7048 2,7169 2,7181 → e = 2,718281828...
𝑥
1 𝑥
Portanto, podemos concluir que o limite lim (1 + 𝑥) = 𝑒.
𝑥→−∞

1 𝑥 1 𝑥
Esses dois limites lim (1 + 𝑥) = 𝑒 e lim (1 + 𝑥) = 𝑒 são limites fundamentais, utilizados para calcular
𝑥→+∞ 𝑥→−∞
outros limites exponenciais.

Exemplos: Determine o valor dos seguintes limites:

1 6𝑥
1. lim (1 + 𝑥)
𝑥→+∞

1 𝑥
2. lim (1 − 3𝑥)
𝑥→+∞
277

1
3. lim (1 + 𝑥)𝑥
𝑥→0

1 1
Resolução: Mudança de variável 𝑥 = então 𝑡 = 𝑥 .
𝑡

Como 𝑥 → 0, então 𝑡 → ∞.
1
1 𝑡
Substituindo no limite temos: 𝑙𝑖𝑚(1 + 𝑥)𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 (1 + 𝑡 ) = 𝑒.
𝑥→0 𝑡→+∞

log𝑎 (1+𝑥)
4. lim
𝑥→0 𝑥

1
1
Resolução: Aplicando a propriedade de logaritmo, temos: log 𝑎 𝐴 = log 𝑎 𝐴𝑛 .
𝑛

1 1
log𝑎 (1+𝑥)
Reescrevendo o limite, temos: lim = lim log 𝑎 (1 + 𝑥)𝑥 = log 𝑎 [lim(1 + 𝑥)𝑥 ]
𝑥→0 𝑥 𝑥→0 𝑥→0

De acordo com o limite fundamental apresentado anteriormente, temos:


log𝑎 (1+𝑥)
lim = log 𝑎 𝑒
𝑥→0 𝑥

𝑎𝑥 −1
5. lim
𝑥→0 𝑥

Resolução: Mudança de variável 𝑎 𝑥 − 1 = 𝑡, e isolando 𝑎 𝑥 , temos 𝑎 𝑥 = 1 + 𝑡.

Aplicando o logaritmo de base a em ambos os lados temos: log 𝑎 (𝑎 𝑥 ) = log 𝑎 (1 + 𝑡), logo, 𝑥 = log 𝑎 (1 + 𝑡)

Como 𝑥 → 0, então 𝑡 → 0.
𝑎𝑥 −1 𝑡
Substituindo no limite temos: lim = 𝑙𝑖𝑚 log
𝑥→0 𝑥 𝑥→0 𝑎 (1+𝑡)

𝑡
1
Dividindo o numerador e o denominador por 𝑡, temos: 𝑙𝑖𝑚 𝑙𝑜𝑔𝑎𝑡(1+𝑡) = 𝑙𝑜𝑔 = 𝑙𝑛 𝑎
𝑥→0 𝑎𝑒
𝑡

𝑒 𝑥 −1
Corolário: Se 𝑎 = 𝑒, temos lim = ln 𝑒 = 1
𝑥→0 𝑥
278

Exemplos: Determine o valor dos seguintes limites utilizando os limites fundamentais:


1
log𝑎(1+𝑥) 𝑎𝑥 −1
lim(1 + 𝑥)𝑥 = 𝑒 lim = log 𝑎 𝑒 lim = ln 𝑎
𝑥→0 𝑥→0 𝑥 𝑥→0 𝑥

1
6. lim (1 + 3𝑦)𝑦
𝑦→0

𝑒 3𝑥 −𝑒 2𝑥
7. lim
𝑥→0 𝑥

ln (3+𝑥)
8. lim , utilize 𝑢 = 𝑥 + 2
𝑥→−2 𝑥+2
279

21.2 DERIVADA DE FUNÇÃO EXPONENCIAL

Retornando a aula 17, vejamos a definição de função derivada é dada pelo limite:

𝑓(𝑥 + ℎ) − 𝑓(𝑥)
𝑓 ′ (𝑥) = lim
ℎ→0 ℎ
Vamos agora deduzir a regra a partir da definição.

Exemplo 9: Obtenha a derivada da função 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥

𝑎𝑥+ℎ −𝑎𝑥
Resolução: 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ

Da propriedade de potenciação temos que:

′ (𝑥)
𝑎 𝑥 𝑎ℎ − 𝑎 𝑥 𝑥
𝑎ℎ − 1 𝑥
𝑎ℎ − 1
𝑓 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 𝑎 ( ) = 𝑙𝑖𝑚 𝑎 . 𝑙𝑖𝑚 ( ) = 𝑎 𝑥 𝑙𝑛 𝑎
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ→0 ℎ
𝑑𝑦
Portanto, a função derivada de 𝑦 = 𝑎 𝑥 é = 𝑎𝑥 .
𝑑𝑥

𝑑𝑦
Corolário: Se 𝑎 = 𝑒, a função derivada de 𝑦 = 𝑒 𝑥 é = 𝑒 𝑥 . ln 𝑒 = 𝑒 𝑥 .
𝑑𝑥

Se a função for composta, 𝑦 é função de 𝑢, e 𝑢 é função de 𝑥. Nesses casos, usamos a regra da cadeia, ou
𝑑𝑦
seja, para calcularmos 𝑦 ′ = diretamente, utilizamos a relação:
𝑑𝑥

𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑢
= .
𝑑𝑥 𝑑𝑢 𝑑𝑥

Reescrevendo a tabela de derivadas, considerando 𝑢 = 𝑔(𝑥) e 𝑦 = 𝑓[𝑔(𝑥)].

Funções exponenciais Derivadas


𝑦 = 𝑎𝑢 𝑦 ′ = 𝑢′ . 𝑎𝑢 . ln 𝑎
𝑦 = 𝑒𝑢 𝑦 ′ = 𝑢′ . 𝑒 𝑢
280

Exemplos: Determine as derivadas de primeira ordem:

10. 𝑦 = 𝑥. 𝑒 𝑥

11. 𝑦 = 32𝑥+1

12. 𝑦 = 4𝑡𝑔 𝑥
281

21.3 DERIVADA DE FUNÇÃO LOGARÍTMICA

Exemplo 13. Obtenha a derivada da função 𝑓(𝑥) = log 𝑎 𝑥


𝑙𝑜𝑔𝑎 (𝑥+ℎ)−𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑥
Resolução: 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚
ℎ→0 ℎ

Utilizando as propriedades operatórias de logaritmos temos que:

𝑥+ℎ 1 1
𝑙𝑜𝑔𝑎 ( 𝑥 ) 1 ℎ ℎ ℎ ℎ ℎ
𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 [𝑙𝑜𝑔𝑎 (1 + )] = 𝑙𝑖𝑚 𝑙𝑜𝑔𝑎 (1 + ) = 𝑙𝑜𝑔𝑎 [ 𝑙𝑖𝑚 (1 + ) ]
ℎ→0 ℎ ℎ→0 ℎ 𝑥 ℎ→0 𝑥 ℎ→0 𝑥


Utilizando a substituição 𝑡 = 𝑥 então ℎ = 𝑥𝑡 , temos:

1
1 1 𝑥
′ (𝑥)
𝑓 = 𝑙𝑜𝑔𝑎 [ 𝑙𝑖𝑚(1 + 𝑡)𝑡𝑥 ] = 𝑙𝑜𝑔𝑎 [ 𝑙𝑖𝑚(1 + 𝑡) 𝑡 ]
𝑡→0 𝑡→0

1
Utilizando o limite fundamental: 𝑙𝑖𝑚(1 + 𝑥)𝑥 = 𝑒
𝑥→0

1 1 1 𝑙𝑛 𝑒 1 1 1
𝑓 ′ (𝑥) = 𝑙𝑜𝑔𝑎 [𝑒]𝑥 = 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑒 = = =
𝑥 𝑥 𝑙𝑛 𝑎 𝑥 𝑙𝑛 𝑎 𝑥 𝑙𝑛 𝑎
𝑑𝑦 1
Portanto, a função derivada de 𝑦 = 𝑙𝑜𝑔𝑎 𝑥 é = 𝑥 𝑙𝑛 𝑎 .
𝑑𝑥

𝑑𝑦 1
Corolário: Se 𝑎 = 𝑒, a função derivada de 𝑦 = log 𝑒 𝑥 = ln 𝑥 é =𝑥.
𝑑𝑥

Se a função for composta, 𝑦 é função de 𝑢, e 𝑢 é função de 𝑥. Nesses casos, usamos a regra da cadeia, ou
𝑑𝑦
seja, para calcularmos 𝑦 ′ = diretamente, utilizamos a relação:
𝑑𝑥

𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑢
= .
𝑑𝑥 𝑑𝑢 𝑑𝑥

Reescrevendo a tabela de derivadas, considerando 𝑢 = 𝑔(𝑥) e 𝑦 = 𝑓[𝑔(𝑥)].

Funções logarítmicas Derivadas


𝑦 = log 𝑎 𝑢 ′
𝑢′
𝑦 =
𝑢 ln 𝑎
𝑦 = ln 𝑢 𝑢′
𝑦′ =
𝑢
282

Exemplos: Determine as derivadas de primeira ordem:

14. 𝑦 = log 2 (𝑥 3 − 𝑥)

1+𝑥
15. 𝑦 = ln (1−𝑥) , determine 𝑦′(0)

1−𝑠𝑒𝑛 𝑥
16. 𝑦 = ln √1+𝑠𝑒𝑛 𝑥
283

EXERCÍCIOS:

1. Calcular a derivada das funções compostas, a seguir:


2
a) 𝑓(𝑥) = 𝑒 𝑥 +1
b) 𝑦 = 𝑙𝑜𝑔3 √𝑥 + 1
1 1
c) 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑛 (𝑥 + 𝑥 2 )
d) 𝑦 = 𝑒 2𝑥 𝑐𝑜𝑠(3 𝑥)
2
e) 𝑓(𝑥) = 23𝑥 +6𝑥
1
f) 𝑦 = 2 𝑙𝑛(7𝑥 2 − 4)
g) 𝑓(𝑡) = (7𝑡 2 + 6𝑡 − 1)3 + 2𝑒 −3𝑡
1+𝑥
h) 𝑦 = 𝑙𝑛 (1−𝑥)
𝑡
i) 𝑓(𝑡) = 𝑒 2 (𝑡 2 + 5𝑡)
j) 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥
k) 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑜𝑔2 (2𝑥 + 4)
l) 𝑦 = 𝑙𝑛 (𝑐𝑜𝑠 2 𝑥)

2. Determine o valor dos seguintes limites utilizando os limites fundamentais:

1 𝑥 1
log𝑎(1+𝑥) 𝑎𝑥 −1
lim (1 + 𝑥) = 𝑒 lim(1 + 𝑥)𝑥 = 𝑒 lim = log 𝑎 𝑒 lim = ln 𝑎
𝑥→+∞ 𝑥→0 𝑥→0 𝑥 𝑥→0 𝑥

2 𝑥
𝑎) lim (1 + )
𝑥→+∞ 𝑥

1 𝑥+2
𝑏) lim (1 + )
𝑥→+∞ 𝑥
1 𝑥
𝑐) lim (1 + )
𝑥→+∞ 2𝑥

2 𝑥+1
𝑑) lim (1 + )
𝑥→+∞ 𝑥
𝑥+2 𝑥
𝑒) lim ( )
𝑥→+∞ 𝑥 + 1

𝑓) lim (1 + 2𝑥)𝑥
𝑥→0

1
𝑔) lim (1 + 2𝑥)𝑥
𝑥→0

𝑒 2𝑥 − 1
ℎ) lim
𝑥→0 𝑥
2
𝑒𝑥 − 1
𝑖) lim
𝑥→0 𝑥
3𝑥 − 1
𝑖) lim+
𝑥→0 𝑥2
284

Respostas:

1.

2
a) 𝑓 ′ (𝑥) = 2𝑥𝑒 𝑥 +1
𝑙𝑜𝑔3 𝑒 1
b) 𝑦 ′ = 2(𝑥+1) = 2(𝑥+1) ln 3
−𝑥−2
c) 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑥(𝑥+1)
d) 𝑦 ′ = 𝑒 2𝑥 (2 𝑐𝑜𝑠 3 𝑥 − 3𝑠𝑒𝑛3𝑥)
2
e) 𝑓 ′ (𝑥) = 23𝑥 +6𝑥 𝑙𝑛 2 (6𝑥 + 6)
7𝑥
f) 𝑦 ′ = 7𝑥 2−4
g) 𝑓 ′ (𝑡) = 3(7𝑡 2 + 6𝑡 − 1)2 (14𝑡 + 6) − 6𝑒 −3𝑡
−𝑥−2
h) 𝑦′ =
𝑥(𝑥+1)
𝑡
𝑡2 9𝑡
i) 𝑓 ′ (𝑡) = 𝑒 2 ( 2 + + 5)
2

j) 𝑦 = 0
1
k) 𝑓 ′ (𝑥) = 𝑥+2 𝑙𝑜𝑔2 𝑒
l) 𝑦 ′ = −2 𝑡𝑔 𝑥
285

CAPÍTULO 22 – APLICAÇÕES DE LIMITES E DERIVADAS EM FUNÇÕES


EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS

Exemplo 1: Capacitores

Capacitor é um dispositivo de circuito elétrico que tem como função


armazenar cargas elétricas e consequentemente energia. Ele é
constituído de duas peças condutoras que são chamadas de
armaduras. Entre essas armaduras existe um material que é chamado
de dielétrico. Dielétrico é uma substância isolante que possui alta
capacidade de resistência ao fluxo de corrente elétrica. O capacitor
possui uma série de aplicações, por exemplo: desfibriladores, no
disparo do flash de máquinas fotográficas, teclados de computador e
diversos aparelhos eletrônicos.

Desfibrilador - desfibrilação é um procedimento


terapêutico que visa corrigir arritmias cardíacas. A
aplicação de uma grande corrente num tempo muito
curto no coração força uma contração temporária das
fibras cardíacas, permitido o restabelecimento do ritmo
normal das contrações.
Durante um período de no máximo 10 segundos o
aparelho acumula energia da rede ou de baterias. Este
processo é acionado por um botão no painel do
desfibrilador onde também indica o momento da carga
total acumulada. O armazenamento é feito por
capacitores não polarizados, com dielétricos de filme
plástico com tensões de até 7kV.

Carga do capacitor – Para carregar um capacitor basta colocá-lo em um circuito elétrico com uma fonte de
tensão. Ligando a chave S em A.

R → Resistência elétrica (ohm - )

C → Capacidade (farad - F)

𝑄0 = 𝐸𝐶 → 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 (𝑐𝑜𝑢𝑙𝑜𝑚𝑏 − 𝐶)

𝐸 → 𝐹𝑜ç𝑎 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑚𝑜𝑡𝑟𝑖𝑧 (volt – V)


286

Funções que representam a carga e a tensão no capacitor.


𝑡
• Carga em função do tempo → 𝑄(𝑡) = 𝑄0 (1 − 𝑒 − 𝑅𝐶 )
𝑡
• Tensão em função do tempo → 𝑉(𝑡) = 𝐸 (1 − 𝑒 − 𝑅𝐶 )
𝑡
𝐸
• Intensidade de corrente elétrica em função do tempo → 𝑖(𝑡) = 𝑅 𝑒 − 𝑅𝐶

Gráficos das funções Q(t), V(t) e i(t):


V(t) ou Q(t) i(t)
E

𝑡
𝑖 𝑡 = 𝑖0 𝑒 − 𝑅

a) Determine o que ocorre com a função Q(t), V(t) e i(t) quando o capacitor estiver carregado, isto é, quando
o tempo tender a infinito.

b) Esses gráficos apresentam assíntotas? Em caso afirmativo, quais são?

𝒅𝑸
c) Sabendo que a intensidade de corrente elétrica pode ser calculada pela derivada: 𝒊 = , mostre que
𝒅𝒕
𝑡
𝐸 −
𝑖(𝑡) = 𝑅 𝑒 𝑅𝐶 .
287

Exemplo 2: Polias são dispositivos que facilitam a força necessária para movermos objetos pesados. A talha
exponencial é um conjunto formado por várias polias móveis e uma fixa.
As polias ou roldanas são rodas com um eixo central e que possuem uma espécie de sulco por onde se passa
uma corda. As roldanas podem alterar a força necessária para deslocar objetos pesados, tanto em direção
como em intensidade, elas podem ser fixas ou móveis, o sistema com uma polia fixa apenas mudará a direção
da força aplicada. No entanto, quando se acrescenta polias móveis ao sistema, a força necessária para realizar
tarefas, como levantar ou transladar objetos pesados, passa a ser menor e diminui cada vez mais à medida
em que aumentamos o número de polias. Esse sistema constituído de uma ou mais polias móveis, e uma fixa,
é chamado de talha exponencial.

𝑻 𝑻 𝑻

𝑷
𝑷
No equilíbrio T + T = P → 2T = P → 𝑻 = 𝟐
Cada polia móvel diminui o peso pela metade. Se temos que levantar um objeto de peso “´P” e inicialmente
aplicamos uma força de tensão “T” na corda em um sistema que possui “n” polias móveis, temos a seguinte
situação:
𝑷
Com 1 polia móvel (n = 1) → 𝑻 = 𝟐
𝑷
Com 2 polias móveis (n = 2) → 𝑻 = 𝟐𝟐
𝑷
Com 3 polias móveis (n = 3) → 𝑻 = 𝟐𝟑
Podemos observar que o expoente do denominador 2 é igual ao número de polias n em cada situação.
Generalizando, temos uma função exponencial:
𝑷
𝑻= 𝒏
𝟐
288

Exemplo 3: Considere a função 𝑦 = 𝑥 − 𝑙𝑛𝑥, sobre essa função responda os itens a seguir:

a) Domínio

b) Não existem raízes e interseção com o eixo Ox. Justifique o porquê.

c) Extremos relativos.

d) Pontos de inflexão, se existir.

e) Intervalos de crescimento e decrescimento.

f) Esboce o gráfico da função.


289

CAPÍTULO 23 – DERIVAÇÃO IMPLÍCITA

23.1 DERIVAÇÃO IMPLÍCITA


Se uma função 𝑓 se apresenta na forma 𝑓(𝑥, 𝑦) = 0 diz-se que 𝑓 é função implícita de x. As equações podem
ser escritas de forma explícita, ou seja, a variável dependente y está isolada; ou de forma implícita, onde a
variável dependente y não está isolada. Usa-se a forma implícita porque às vezes é difícil explicitar a função
ou, até mesmo, impossível.

Já estudamos o processo para obter as derivadas de expressões na forma explícita. Como realizar a derivação
para equações implícitas ou na forma implícita, onde não temos a variável y isolada?

O processo para obter a derivada na forma implícita é derivar a variável x normalmente e ao derivar a variável
𝑑𝑦
y deve-se acrescentar 𝑑𝑥 ou seja, y deve ser derivado como uma função composta.

𝑑𝑦
Exemplo 1: Calcule 𝑑𝑥 da função 𝑥 2 + 𝑦 2 = 9 na forma explícita e implícita.

• Forma explícita:

Podemos aplicar as regras de derivação de forma imediata em 𝑦 = √9 − 𝑥²


E obtêm a derivada correspondente:
𝑑𝑦 𝑥 𝑥
= 𝑦′ = − =−
𝑑𝑥 √9 − 𝑥 2 𝑦
• Forma implícita:
Podemos diferenciar ambos os lados de 𝑥 2 + 𝑦 2 = 9 antes de resolver para y em termos de x,
tratando y como uma função diferenciável de x.
𝑑 2 𝑑
(𝑥 + 𝑦 2 ) = (9)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
Pelas propriedades das derivadas, a derivada da soma é igual a soma das derivadas, assim:
𝑑 2 𝑑 𝑑
(𝑥 ) + (𝑦 2 ) = (9)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
Resolve-se cada uma das derivadas separadamente e no final retorna-se à equação original
substituindo cada termo.
𝑑 2 𝑑 𝑑𝑦 𝑑
(𝑥 ) = 2𝑥 (𝑦 2 ) = 2𝑦 (9) = 0
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
Concluído o cálculo de todas derivadas, deve-se substituir ao problema original. Portanto, tem-se:
𝑑𝑦
2𝑥 + 2𝑦 =0
𝑑𝑥
Agrupando os termos que contém as derivadas e isolando obtém-se:
𝑑𝑦 𝑥
=−
𝑑𝑥 𝑦
290

𝑑𝑦
Exemplo 2: Determine 𝑑𝑥 sabendo que:
𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑥𝑦 = 3

Aplica-se a derivada em relação a x em ambos os lados da equação, da seguinte forma:


𝑑 2 𝑑
(𝑥 + 𝑦 2 + 𝑥𝑦) = (3)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
Pelas propriedades das derivadas, a derivada da soma é igual a soma das derivadas, assim:
𝑑 2 𝑑 𝑑 𝑑
(𝑥 ) + (𝑦 2 ) + (𝑥𝑦) = (3)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
Para explicação, resolve-se cada uma das derivadas separadamente e no final retorna-se à equação original
substituindo cada termo.
▪ A primeira delas resolve-se aplicando a derivada da potência dada por:
𝑑 2
(𝑥 ) = 2𝑥
𝑑𝑥
▪ A segunda derivada tem-se uma função y que é dependente de x. Deste modo, ao aplicar a regra da
cadeia obtém-se:
𝑑 𝑑 𝑑𝑦 𝑑𝑦
(𝑦 2 ) = (𝑦 2 ) = 2𝑦
𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑥 𝑑𝑥
▪ A terceira derivada tem-se o produto de duas funções, por isto aplica-se a propriedade da derivada
do produto. Em seguida, aplica-se a regra da cadeia ao primeiro termo e a derivada da potência no
segundo para ter-se:
𝑑 𝑑 𝑑 𝑑𝑦
(𝑥𝑦) = 𝑦 (𝑥) + 𝑥 (𝑦) = 𝑦 + 𝑥
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
▪ Por fim, a derivada do termo que está do outro lado da igualdade, que é a derivada de uma constante
𝑑
(3) = 0
𝑑𝑥
Concluído o cálculo de todas derivadas, deve-se substituir ao problema original. Portanto, tem-se:
𝑑𝑦 𝑑𝑦
2𝑥 + 2𝑦 +𝑦+𝑥 =0
𝑑𝑥 𝑑𝑥
Agrupando os termos que contém as derivadas e isolando obtém-se:
𝑑𝑦
(2𝑦 + 𝑥) = −2𝑥 − 𝑦
𝑑𝑥
Portanto,
𝑑𝑦 2𝑥 + 𝑦
= −( )
𝑑𝑥 2𝑦 + 𝑥

𝑑𝑦
Observação: Note que esta fórmula envolve x e y. Para obter uma fórmula para 𝑑𝑥 que envolva apenas x,
teríamos que resolver a equação original para y em termos de x e, então, substituir na derivada. Entretanto,
𝑑𝑦
em alguns casos é inviável. Assim, a fórmula 𝑑𝑥 fica em termos de x e y.
291

𝑑𝑦
Exemplo 3: Use a diferenciação implícita para achar 𝑑𝑥 para a equação: 5𝑦 2 + 𝑠𝑒𝑛𝑦 = 𝑥 2

𝑦
Exemplo 4: Obtenha a equação da reta tangente à curva ln(𝑥 2 + 𝑦 2 ) = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 (𝑥 ) no ponto (1,0). Em
seguida, trace a reta tangente sobre o gráfico.
y

− − −   

−

−

−

−

−
292

24.2 DIFERENCIAÇÃO LOGARÍTMICA


Derivadas de funções complicadas: funções compostas de produtos, de quocientes e de potências, pode ser
simplificado aplicando-se o logaritmo. Podemos utilizar a aplicação do logaritmo em qualquer base,
normalmente a que for mais conveniente.
Existem algumas funções que a derivação logarítmica simplifica os cálculos, é uma opção de cálculo de
derivada. Porém, algumas funções só podem ser derivadas utilizando a derivação logarítmica.

Estratégia para aplicar a derivação logarítmica:


▪ Aplica-se logaritmo dos dois lados da igualdade;
▪ Utiliza-se as propriedades de logaritmo para eliminar os produtos, quocientes e potências.
▪ Faz-se a derivação implícita, considerando a regra da cadeia em 𝑦;
𝑑𝑦
▪ Isola-se 𝑑𝑥 .

Exemplo 5: Determine a derivada de


3
𝑥 2 √7𝑥 − 14
𝑦=
(1 + 𝑥²)4

Primeiro aplicando o logaritmo natural de ambos os lados e, usando suas propriedades, podemos escrever:
3
𝑥 2 √7𝑥 − 14
ln 𝑦 = ln [ ]
(1 + 𝑥²)4
3
ln 𝑦 = ln[𝑥 2 √7𝑥 − 14] − ln[(1 + 𝑥²)4 ]
3
ln 𝑦 = ln[𝑥 2 ] + ln[ √7𝑥 − 14] − ln[(1 + 𝑥²)4 ]

1
ln 𝑦 = 2 ln[𝑥] + ln[7𝑥 − 14] − 4 ln[1 + 𝑥²]
3

Diferenciando ambos os lados em relação a 𝑥, resulta

1 𝑑𝑦 2 7 8𝑥
= + −
𝑦 𝑑𝑥 𝑥 3(7𝑥 − 14) 1 + 𝑥²
𝑑𝑦
Isolando a derivada 𝑑𝑥 :

𝑑𝑦 2 1 8𝑥
= 𝑦[ + − ]
𝑑𝑥 𝑥 3(𝑥 − 2) 1 + 𝑥²

Substituindo a função 𝑦, temos:


3
𝑑𝑦 𝑥 2 √7𝑥 − 14 2 1 8𝑥
=( ) [ + − ]
𝑑𝑥 (1 + 𝑥²)4 𝑥 3(𝑥 − 2) 1 + 𝑥²
293

Observação: Uma vez que 𝑙𝑛 𝑦 é definido apenas para 𝑦 > 0, a diferenciação logarítmica de 𝑦 = 𝑓(𝑥) é
válida apenas nos intervalos onde 𝑓(𝑥) for positiva. Assim, a derivada mostrada no exemplo é válida no
intervalo (2, +∞), uma vez que a função dada é positiva para 𝑥 > 2. Contudo, a fórmula é realmente válida
também no intervalo (−∞, 2). Isso pode ser visto tomando-se valores absolutos antes de prosseguir com a
diferenciação logarítmica e notando que 𝑙𝑛|𝑦| está definido para todo y exceto em 𝑦 = 0.
Assim, uma fórmula da derivada obtida por diferenciação logarítmica será válida, exceto nos pontos
onde 𝑓(𝑥) for zero. A fórmula pode ser válida também naqueles pontos, mas não é garantido.

Exemplo 6: Determine a derivada de 𝑦 = (𝑥 + 3)𝑥²

Primeiro aplicando o logaritmo natural de ambos os lados e, usando suas propriedades, podemos escrever:

𝑙𝑛 𝑦 = 𝑙𝑛(𝑥 + 3)𝑥²

𝑙𝑛 𝑦 = 𝑥² 𝑙𝑛(𝑥 + 3)

Diferenciando ambos os lados em relação a 𝑥, resulta

1 𝑑𝑦 1
= 2𝑥 𝑙𝑛(𝑥 + 3) + 𝑥 2 .
𝑦 𝑑𝑥 𝑥+3
𝑑𝑦
Isolando a derivada 𝑑𝑥 :

𝑑𝑦 𝑥2
= 𝑦 [2𝑥 𝑙𝑛(𝑥 + 3) + ]
𝑑𝑥 𝑥+3

Substituindo a função 𝑦, temos:

𝑑𝑦 𝑥2
= (𝑥 + 3)𝑥² [2𝑥 𝑙𝑛(𝑥 + 3) + ]
𝑑𝑥 𝑥+3

Exemplo 7: Determine a derivada de 𝑦 = 𝑥 𝑥


294

Exemplo 8: Determine a derivada de

𝑦 = [𝑢(𝑥)]𝑣(𝑥)

Primeiro aplicando o logaritmo natural de ambos os lados e, usando suas propriedades, podemos escrever:

ln 𝑦 = ln[𝑢(𝑥)]𝑣(𝑥)

ln 𝑦 = 𝑣(𝑥). ln[𝑢(𝑥)]

Diferenciando ambos os lados em relação a 𝑥, resulta

1 𝑑𝑦 𝑢′(𝑥)
= 𝑣 ′ (𝑥). ln[𝑢(𝑥)] + 𝑣(𝑥).
𝑦 𝑑𝑥 𝑢(𝑥)
𝑑𝑦
Isolando a derivada 𝑑𝑥 :

𝑑𝑦 𝑢′(𝑥)
= 𝑦 [𝑣 ′ (𝑥). ln[𝑢(𝑥)] + 𝑣(𝑥). ]
𝑑𝑥 𝑢(𝑥)

Substituindo a função 𝑦, temos:

𝑑𝑦 𝑢′(𝑥)
= [𝑢(𝑥)]𝑣(𝑥) . [𝑣 ′ (𝑥). ln[𝑢(𝑥)] + 𝑣(𝑥). ]
𝑑𝑥 𝑢(𝑥)

Aplicando a distributiva, temos:

𝑑𝑦
= [𝑢(𝑥)]𝑣(𝑥) . ln[𝑢(𝑥)] . 𝑣′(𝑥) + 𝑣(𝑥). [𝑢(𝑥)]𝑣(𝑥)−1 . 𝑢′(𝑥)
𝑑𝑥
𝑑𝑦
Portanto, a derivada de 𝑦 = [𝑢(𝑥)]𝑣(𝑥) é = [𝑢(𝑥)]𝑣(𝑥) . ln[𝑢(𝑥)] . 𝑣′(𝑥) + 𝑣(𝑥). [𝑢(𝑥)]𝑣(𝑥)−1 . 𝑢′(𝑥).
𝑑𝑥

3 −1
Exemplo 9: Determine a derivada de 𝑦 = [1 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥] 𝑥
295

EXERCÍCIOS:

1. Encontre dy/dx, utilizando a derivação implícita:


a) 𝑦 3 = 4𝑥 3 + 2𝑥
b) 𝑥𝑦 2 + 4𝑥𝑦 = 10
c) 𝑦 + 𝑒 𝑦 − 𝑥 = 2
d) 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛(3𝑥 + 4𝑦)

2. Obtenha a equação da reta tangente a curva no ponto indicado:

a) √𝑥𝑦 = 𝑥 − 2𝑦 no ponto (4,1)


𝑥3
b) 𝑦 2 = 4−𝑥 no ponto (2,2)

3. Determine a derivada logarítmica das seguintes funções:

a) 𝑦 = [𝑥 + 3]𝑥²
5)
b) 𝑦 = [𝑥² + 1]𝑠𝑒𝑛(𝑥

8 (5𝑥+8)5
c) 𝑦 = √ 𝑥 ln 𝑥
296

Respostas:
12𝑥 2 +2
1. a) 𝑦 ′ (𝑥) = 3𝑦²

−𝑦 2 −4𝑦
1. b) 𝑦 ′ (𝑥) = 2𝑥𝑦+4𝑥
1
1. c) 𝑦 ′ (𝑥) = 1+𝑒 𝑦
3 cos(3𝑥+4𝑦)
1. d) 𝑦 ′ (𝑥) = 1−4 cos(3𝑥+4𝑦)
1
2. a) 𝑦 = 4 𝑥

2. b) 𝑦 = 2𝑥 − 2
𝑑 2 2 −1
3. a) 𝑑𝑥 ((𝑥 + 3)𝑥 ) = (𝑥 + 3)𝑥 (𝑥² + 2𝑥(𝑥 + 3) log(𝑥 + 3))

𝑑 5 5 2𝑥 𝑠𝑒𝑛(𝑥 5 )
3 b) 𝑑𝑥 ((𝑥² + 1)𝑠𝑒𝑛(𝑥 ) ) = ((𝑥² + 1)𝑠𝑒𝑛(𝑥 ) ) ( + 5𝑥 4 log (𝑥 2 + 1) 𝑐𝑜𝑠(𝑥 5 )
𝑥 2 +1

𝑑 8 (5𝑥+8)5 8 (5𝑥+8)5 25 1+ln 𝑥


3 c) (√ )= √ . ( 8(5𝑥+8) − 8 𝑥 ln 𝑥)
𝑑𝑥 𝑥 ln 𝑥 𝑥 ln 𝑥
297

CAPÍTULO 24 – OTIMIZAÇÃO
Otimizar significa encontrar um resultado ótimo (máximo ou mínimo) para um determinado problema
envolvendo modelagem.

Estratégia

• Encontrar um modelo matemático para o problema


o Identificar as variáveis
o Identificar as restrições e as equações secundárias
o Identificar a função principal
• Maximizar ou minimizar a função principal utilizando derivação.

Exemplo 1: Um cilindro reto tem raio da base igual a 𝑥 e altura igual a 𝑦. Seu volume é igual a 16 m3.
Determine 𝑥 e 𝑦 de modo que a área total desse cilindro seja mínima (considere com tampa).
298

Exemplo 2: Uma rede de água potável ligará uma central de abastecimento situada à margem de um rio de
900 m de largura a um conjunto habitacional situado na outra margem do rio, 2000 m abaixo da central. O
custo da obra através do rio é de R$ 600,00 por metro, enquanto, em terra custa R$ 300,00. Determine a
forma mais econômica de se instalar a rede de água potável.

900
m
299

Exemplo 3: A distância que alcança um projétil lançado obliquamente no vácuo, com velocidade v0, formando
um ângulo  com a horizontal se determina pela fórmula:

𝑣02 . 𝑠𝑒𝑛(2𝛼)
𝑥=
𝑔

Determinar o ângulo 𝛼 com o qual o alcance será máximo. (A solução deve ser por derivada)

Exemplo 4: Suponha que o número de bactérias em uma cultura no instante t é dada por
𝑡
𝑁 = 5000 (25 + 𝑡𝑒 −20 )

Encontre o maior número de bactérias durante o intervalo de tempo 0  t  100.


300

EXERCÍCIOS:

1. Um recipiente cilíndrico aberto em cima, deve ter capacidade de 375 cm3. O custo do material usado para
a base do recipiente é de R$ 0,15 por cm2 e o custo do material usado para a lateral é de R$ 0,05 por cm2.
Determine as dimensões para que o custo do material seja mínimo.

2. Encontre as dimensões de um cilindro circular reto de maior volume que pode ser inscrito em um cone
circular reto com raio de 5 cm e altura de 12 cm.

3. Um edifício de 2000 m² de área deve ser construído, sendo exigido recuos de 5 na frente e nos fundos e de
4 m nas laterais. Ache as dimensões do lote com menor área onde esse edifício possa ser construído.

4. Um peso deve ficar suspenso a 4m de uma superfície horizontal por meio de uma armação de arame em
forma de Y, como na figura ao lado (onde os pontos A, B e P são os vértices de um triângulo isósceles). Se os
pontos de sustentação A e B distam 2√3 m, determine o comprimento mínimo de arame necessário para a
armação.
301

5. Quando um resistor de R ohms é ligado aos terminais de uma bateria com uma força eletromotriz de E
volts e uma resistência interna de r ohms, uma corrente de I ampères atravessa o circuito e dissipa uma
potência de P watts, sendo

𝐸
𝐼= 𝑒 𝑃 = 𝐼2𝑅
𝑟+𝑅
Supondo que r seja constante, qual o valor de R para o qual a potência dissipada é máxima?

6. Uma janela, de perímetro 2625 m, tem a forma de retângulo com um semicírculo, como mostra a figura.
Achar as dimensões de modo que a sua área seja máxima. Considere   3.

7. Um contêiner para estocagem retangular com uma tampa aberta deve ter um volume de 10 m³. O
comprimento é o dobro da largura. O material para a base custa 10 reais por m² e o material para o lado custa
6 reais por m². Encontre o custo dos materiais para o mais barato dos contêineres. E se o contêiner tiver uma
tampa que é feita do mesmo material usado nos lados?

8. A resistência S de uma viga retangular de madeira é proporcional à sua largura w multiplicada pelo
quadrado da sua profundidade d.

a) Determine as dimensões da viga mais resistente que pode ser cortada a partir de um tronco de 12
polegadas de diâmetro.

b) Esboce o gráfico de S em função da largura w da viga, considerando a constante de proporcionalidade k=1.


Concilie o que você observar neste item com sua resposta do item (a).

c) Esboce o gráfico de S em função da profundidade d da viga, mantendo k = 1. Compare um gráfico com o


outro e também com a resposta do item (a). Qual seria o efeito de mudar para algum outro valor de k? Tente
descobrir.
302

9. Um sólido será construído acoplando-se a um cilindro circular reto, de altura h e raio r, uma semi-esfera
de raio r. Deseja-se que a área da superfície do sólido seja 5π. Determine r e h para que o volume seja máximo.

10. Um cilindro circular de raio R é encimado por um cone. As extremidades do cilindro são abertas e o volume
total do sólido deve ser uma constante especificada V.

a) Mostre que a área total S da superfície é dada por

2𝑉 2
𝑆= + 𝜋𝑅² (𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝜃 − 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝜃)
𝑅 3
b) Mostre que S é mínima quando 𝜃 ≈ 48,2º.

Respostas:

1. R = 5 cm e altura h = 15 cm
10
2. 𝑅 = cm e ℎ = 4 cm
3

3. Frente e fundo 48 m e 60 m.
4. x = 3 m
5. R = r
6. 375 m por 375 m
7. R$ 191,28.
8. 𝑤 = 4√3 pol e 𝑑 = 4√6 pol
9. r = 1 u.c. e h = 1 u.c.
303

CAPÍTULO 25 – REGRA DE L’ HOSPITAL-BERNOULLI

No cálculo de limites nos defrontamos diversas vezes com alguns limites do tipo

𝑓(𝑥)
lim
𝑥→𝑎 𝑔(𝑥)

Com
lim 𝑓(𝑥) = 0 𝑒 lim 𝑔(𝑥) = 0
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

Ou, então:

lim 𝑓(𝑥) = ± ∞ 𝑒 lim 𝑔(𝑥) = ± ∞


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

Sendo g uma função não identicamente nula e a um número real.

Estudamos o cálculo de limites utilizando simplificações, produtos notáveis, limites fundamentais, que
permitem resolver limites como os expressos a seguir.

Exemplo 1: Determine os limites a seguir, utilizando as técnicas estudadas anteriormente e os limites


fundamentais:

𝑥−3
𝑎) lim
𝑥→3 √𝑥 − √3
0
Resolução: Por apresentar indeterminação do tipo 0 , neste caso, utiliza-se o artifício matemático racionalizar
o denominador, e desenvolver os cálculos apenas no denominador, com o objetivo de simplificar a expressão:

(𝑥 − 3) (√𝑥 + √3) (𝑥 − 3)(√𝑥 + √3) (√𝑥 + √3)


𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = √3 + √3 = 2√3
𝑥→3 (√𝑥 − √3) (√𝑥 + √3) 𝑥→3 (𝑥 − 3) 𝑥→3 1

𝑥−3
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 = 2√3
𝑥→3 √𝑥−√3

𝑠𝑒𝑛² 𝑥
𝑏) lim
𝑥→0 𝑥²

0
Resolução: Por apresentar indeterminação do tipo 0 , neste caso, utiliza-se o artifício matemático do limite
𝑠𝑒𝑛 𝑥
fundamental 𝑙𝑖𝑚 = 1, então, deve-se arrumar o limite de modo que possa ser aplicada a substituição:
𝑥→0 𝑥

𝑠𝑒𝑛2 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛 𝑥 2


𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 ( ) = (𝑙𝑖𝑚 ) = 12 = 1
𝑥→0 𝑥 2 𝑥→0 𝑥 𝑥→0 𝑥
𝑠𝑒𝑛² 𝑥
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 =1
𝑥→0 𝑥²
304

𝑥2 + 𝑥 − 1
𝑐) lim
𝑥→∞ 3𝑥 2 + 7


Resolução: Por apresentar indeterminação do tipo ∞ , neste caso, utiliza-se o artifício matemático do limite
do termo de maior grau, deve-se dividir o numerador e o denominador por 𝑥 2 :

𝑥2 + 𝑥 − 1 𝑥2 𝑥 1 1 1
𝑥2 + 𝑥 − 1 + − 1+𝑥−
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 𝑥² = 𝑙𝑖𝑚 𝑥² 𝑥² 𝑥² = 𝑙𝑖𝑚 𝑥² = 𝑙𝑖𝑚 1 + 0 − 0 = 1
𝑥→∞ 3𝑥 2 + 7 𝑥→∞ 3𝑥 2 + 7 𝑥→∞ 3𝑥 2 7 𝑥→∞ 7 𝑥→∞ 3 + 0 3
+ 3+
𝑥² 𝑥² 𝑥² 𝑥²
𝑥 2 +𝑥−1 1
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 =3
𝑥→∞ 3𝑥 2 +7

3
√𝑥 + 1 − 1
𝑑) lim
𝑥→∞ 𝑥

Esse limite é uma indeterminação do tipo , mas, não é um limite envolvendo função fracionária. Devido a

presença de uma raiz cúbica, pode ser realizada a troca de variáveis.
Nesse caso, fazendo:
𝑥 + 1 = 𝑡3
𝑥 = 𝑡3 − 1
Deve-se trocar todas as variáveis nesse limite, então, quando 𝑥 → ∞ tem se que 𝑡 → ∞.
3
√𝑥 + 1 − 1 𝑡−1
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 3
𝑥→∞ 𝑥 𝑡→∞ 𝑡 − 1

A função obtida é fracionária, utiliza-se a primeira técnica, logo:


𝑡−1 1
𝑡−1 1 −
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 𝑡 = 𝑙𝑖𝑚 𝑡 =0
𝑡→∞ 𝑡³ − 1 𝑡→∞ 𝑡³ − 1 𝑡→∞ 1
𝑡² − 𝑡
𝑡
3
√𝑥+1−1
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 =0
𝑥→∞ 𝑥

𝑒) lim √𝑥 + 1 − √𝑥
𝑥→∞

Esse limite é uma indeterminação do tipo ∞ − ∞. Por apresentar raiz quadrada, pode-se aplicar a
racionalização:

(√𝑥 + 1 − √𝑥)(√𝑥 + 1 + √𝑥) 𝑥+1−𝑥 1


𝑙𝑖𝑚 √𝑥 + 1 − √𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚
𝑥→∞ 𝑥→∞ (√𝑥 + 1 + √𝑥) 𝑥→∞ (√𝑥 + 1 + √𝑥) 𝑥→∞ (√𝑥 + 1 + √𝑥)
Obtém-se o limite, que pode ser avaliado diretamente:
1
𝑙𝑖𝑚 = 0.
𝑥→∞ (√𝑥+1+√𝑥)
305

Portanto, 𝑙𝑖𝑚 √𝑥 + 1 − √𝑥 = 0
𝑥→∞

1 1
𝑓) lim + ( 2 + )
𝑥→−1 𝑥 −1 𝑥+1
Esse limite é uma indeterminação do tipo ∞ − ∞. Por apresentar soma de frações, pode-se deixar em apenas
um termo, ou seja:
1 1 1 + (𝑥 − 1) 𝑥
𝑙𝑖𝑚+ ( 2 + ) = 𝑙𝑖𝑚+ 2
= 𝑙𝑖𝑚+ 2
𝑥→−1 𝑥 −1 𝑥+1 𝑥→−1 𝑥 −1 𝑥→−1 𝑥 − 1

Obtém-se o limite, que pode ser avaliado diretamente:


𝑥
𝑙𝑖𝑚+ = +∞
𝑥→−1 𝑥2 −1
1 1
Portanto, 𝑙𝑖𝑚+ (𝑥 2−1 + 𝑥+1) = ∞
𝑥→−1

Nos limites estudados, usamos algum tipo de artifício com o objetivo de "sair da indeterminação" do tipo
0 ∞
ou ∞. Entretanto, para alguns limites, nenhum dos artifícios vistos nesta disciplina resolve o problema.
0

𝑥
𝑙𝑖𝑚
𝑥→∞ 𝑒 𝑥

O matemático Bernoulli – embora a publicação tenha sido de L'Hospital, que emprestou seu nome – descobrir
uma propriedade que permite calcular limites desse tipo. A engenhosa descoberta consistiu em perceber que,
na vizinhança de um ponto podemos comparar o quociente de duas funções com o quociente de suas
derivadas, desde que determinadas hipóteses estejam satisfeitas.

PRIMEIRA REGRA DE L'HOSPITAL

Sejam f e g duas funções contínuas num intervalo I, deriváveis no interior de I, tais que 𝑔′(𝑥) ≠ 0 para
todo 𝑥 no interior de 𝑰.

Seja 𝑎 ∈ 𝑰 e suponhamos que:

𝑓(𝑎) = 𝑔(𝑎) = 0
𝑓′(𝑥)
e que existe lim 𝑔′(𝑥), finito ou infinito.
𝑥→𝑎

𝑓(𝑥) 𝑓(𝑥) 𝑓′(𝑥)


Então, existe lim 𝑔(𝑥) e pode ser determinado por meio de: lim 𝑔(𝑥) = lim 𝑔′(𝑥)
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

𝑓′′(𝑥)
Caso a indeterminação persista repete-se o processo lim 𝑔′′(𝑥) até eliminar a indeterminação.
𝑥→𝑎
306

Exemplo 2: Determine os limites a seguir, utilizando a regra de L’Hospital:


𝑥−3
𝑎) lim
𝑥→3 √𝑥 − √3

0
Resolução: Devido ao limite apresentar uma indeterminação do tipo 0 pode-se aplicar a regra de L’Hospital:

𝑑
𝑥−3 (𝑥 − 3) 1 2√𝑥
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = 2√3
𝑥→3 √𝑥 − √3 𝑥→3 𝑑 𝑥→3 1 𝑥→3 1
( 𝑥 − √3)
𝑑𝑥 √ 2√𝑥
𝑥−3
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 = 2√3
𝑥→3 √𝑥−√3

𝑠𝑒𝑛² 𝑥
𝑏) lim
𝑥→0 𝑥²

0
Resolução: Devido ao limite apresentar uma indeterminação do tipo 0 pode-se aplicar a regra de L’Hospital:

𝑑
𝑠𝑒𝑛² 𝑥 (𝑠𝑒𝑛² 𝑥) 2 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚
𝑥→0 𝑥² 𝑥→3 𝑑 𝑥→0 2𝑥 𝑥→0 𝑥
(𝑥²)
𝑑𝑥
0
Ainda continua tendo indeterminação do tipo 0 , então, aplica-se a regra de L’Hospital novamente.

𝑑
𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥 (𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑐𝑜𝑠 𝑥) 𝑐𝑜𝑠² 𝑥 + 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 1
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 = 1
𝑥→0 𝑥 𝑥→3 𝑑 𝑥→0 1 𝑥→0 1
(𝑥)
𝑑𝑥
𝑠𝑒𝑛² 𝑥
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 =1
𝑥→0 𝑥²
307

SEGUNDA REGRA DE L'HOSPITAL

Sejam 𝑓 e 𝑔 duas funções deriváveis em todo ponto 𝑥 distinto de 𝑎, 𝑥 ∈ 𝑽 , onde V é uma vizinhança de 𝑎,
𝑉 ∈ ]𝑎 − 𝑟, 𝑎 + 𝑟[ , 𝑟 > 0.

Suponhamos que 𝑔′(𝑥) ≠ 0 para todo 𝑥 ∈ 𝑽 e que lim 𝑓(𝑥) = lim 𝑔(𝑥) = ∞.
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

𝑓′(𝑥)
Se existe lim 𝑔′(𝑥), finito ou infinito.
𝑥→𝑎

𝑓(𝑥) 𝑓(𝑥) 𝑓′(𝑥)


Então, existe lim 𝑔(𝑥) e, mais ainda, lim 𝑔(𝑥) = lim 𝑔′(𝑥)
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

𝑓′′(𝑥)
Caso a indeterminação persista repete-se o processo lim 𝑔′′(𝑥) até eliminar a indeterminação.
𝑥→𝑎

Com as Regras de L'Hospital muitos limites complicados são facilmente calculados. Entretanto, é preciso ter
sempre o cuidado de verificar se as hipóteses estão satisfeitas.

Exemplo 3: Determine os limites a seguir, utilizando a regra de L’Hospital:

𝑥2 + 𝑥 − 1
𝑎) lim
𝑥→∞ 3𝑥 2 + 7


Resolução: Devido ao limite apresentar uma indeterminação do tipo ∞ pode-se aplicar a regra de L’Hospital:

𝑑 2
𝑥2 + 𝑥 − 1 (𝑥 + 𝑥 − 1) 2𝑥 + 1
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚
2
𝑥→∞ 3𝑥 + 7 𝑥→∞ 𝑑 𝑥→∞ 6𝑥
(3𝑥 2 + 7)
𝑑𝑥 ∞
Ainda continua tendo indeterminação do tipo ∞ , então, aplica-se a regra de L’Hospital novamente.

𝑑
2𝑥 + 1 (2𝑥 + 1) 2 2 1
𝑙𝑖𝑚 = 𝑙𝑖𝑚 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 = =
𝑥→∞ 6𝑥 𝑥→∞ 𝑑 𝑥→∞ 6 6 3
(6𝑥)
𝑑𝑥
𝑥 2 +𝑥−1 1
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 =3
𝑥→∞ 3𝑥 2 +7

𝑥
𝑏) lim
𝑥→∞ 𝑒 𝑥


Resolução: Devido ao limite apresentar uma indeterminação do tipo ∞ pode-se aplicar a regra de L’Hospital:

𝑑
𝑥 (𝑥) 1
𝑙𝑖𝑚 𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚 𝑥 = 0
𝑥→∞ 𝑒 𝑥→∞ 𝑑
(𝑒 𝑥 ) 𝑥→∞ 𝑒
𝑑𝑥
𝑥
Portanto, 𝑙𝑖𝑚 𝑒 𝑥 = 0
𝑥→∞
308

Muitas vezes, o limite a ser calculado aparece de maneira tal que aparentemente não prevemos a utilização
de uma das Regras de L'Hospital.

0 ∞
As indeterminações no limite são dos tipos: 0 , ∞ , ∞ − ∞ , 0. ∞ , 00 , 1∞ , ∞0 .

0 ∞
Existem artifícios matemáticos para se obter a indeterminação do tipo 0 ou ∞ a partir de indeterminações
dos tipos: ∞ − ∞ , 0. ∞ , 00 , 1∞ , ∞0 .

0 ∞
Exemplo 4: Os próximos limites são indeterminações, mas, não são do tipo 0 ou ∞.

𝑥 1
𝑎) lim+ [ − ]
𝑥→1 𝑥 − 1 ln 𝑥

Resolução: Esse limite apresenta indeterminação do tipo ∞ − ∞ , porém, não podemos aplicar a regra de
0 ∞
L’Hospital. Então, é necessário preparar o limite de forma que aparece uma indeterminação do tipo 0 ou ∞

Nesse caso, reduz-se a apenas uma fração:

𝑥 1 𝑥 𝑙𝑛 𝑥 − (𝑥 − 1)
𝑙𝑖𝑚+ [ − ] = 𝑙𝑖𝑚+
𝑥→1 𝑥 − 1 𝑙𝑛 𝑥 𝑥→1 (𝑥 − 1) 𝑙𝑛 𝑥
0
Devido ao limite apresentar uma indeterminação do tipo 0 pode-se aplicar a regra de L’Hospital:

𝑑
𝑥 𝑙𝑛 𝑥 − (𝑥 − 1) (𝑥 𝑙𝑛 𝑥 − (𝑥 − 1)) 𝑙𝑛 𝑥 + 1 − 1 𝑙𝑛 𝑥
𝑙𝑖𝑚+ = 𝑙𝑖𝑚+ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚+ = 𝑙𝑖𝑚+
𝑥→1 (𝑥 − 1) 𝑙𝑛 𝑥 𝑥→1 𝑑 𝑥→1 (𝑥 − 1) 𝑥→1 1
((𝑥 − 1) 𝑙𝑛 𝑥) 𝑙𝑛 𝑥 + 𝑙𝑛 𝑥 + 1 − 𝑥
𝑑𝑥 𝑥
0
Ainda continua tendo indeterminação do tipo 0 , então, aplica-se a regra de L’Hospital novamente.

𝑑 1 1
𝑙𝑛 𝑥 (𝑙𝑛 𝑥) 1
𝑙𝑖𝑚+ = 𝑙𝑖𝑚+ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚+ 𝑥 = 1 =
𝑥→1 1 𝑥→1 𝑑 1 𝑥→1 1 1 1 1 2
𝑙𝑛 𝑥 + 1 − 𝑥
𝑑𝑥
(𝑙𝑛 𝑥 + 1 − 𝑥) 𝑥 + 𝑥² 1 + 1²
𝑥 1 1
Portanto, 𝑙𝑖𝑚+ [𝑥−1 − 𝑙𝑛 𝑥] = 2
𝑥→1
309

𝑏) lim+ 𝑥 𝑥
𝑥→0

Resolução: Esse limite apresenta indeterminação do tipo 00 , porém, não podemos aplicar a regra de
0 ∞
L’Hospital. Então, é necessário preparar o limite de forma que aparece uma indeterminação do tipo 0 ou ∞

Nesse caso, aplica-se o logaritmo, para transformar a função exponencial em um produto:

𝑦 = 𝑥𝑥

𝑙𝑛 𝑦 = 𝑙𝑛 𝑥 𝑥

𝑙𝑛 𝑦 = 𝑥 𝑙𝑛 𝑥

𝑦 = 𝑒 𝑥 𝑙𝑛 𝑥

Assim,

[ 𝑙𝑖𝑚 (𝑥 𝑙𝑛 𝑥)]
𝑙𝑖𝑚+ 𝑥 𝑥 = 𝑙𝑖𝑚+ 𝑒 𝑥 𝑙𝑛 𝑥 = 𝑒 𝑥→0+
𝑥→0 𝑥→0

Esse limite apresenta indeterminação do tipo 0. ∞ , porém, ainda não podemos aplicar a regra de L’Hospital.
Podemos reescrever o limite como uma divisão, apresentando uma das indeterminações que possibilitam
aplicar essa regra.

𝑙𝑛 𝑥
𝑙𝑖𝑚+ (𝑥 𝑙𝑛 𝑥) = 𝑙𝑖𝑚+
𝑥→0 𝑥→0 1
𝑥

Devido ao limite apresentar uma indeterminação do tipo ∞ pode-se aplicar a regra de L’Hospital:

𝑑 1
𝑙𝑛 𝑥 (𝑙𝑛 𝑥) −𝑥
𝑙𝑖𝑚+ = 𝑙𝑖𝑚+ 𝑑𝑥 = 𝑙𝑖𝑚+ 𝑥 = 𝑙𝑖𝑚+ =0
𝑥→0 1 𝑥→0 𝑑 1 𝑥→0 1 𝑥→0 1
( ) −
𝑥 𝑑𝑥 𝑥 𝑥²

[ 𝑙𝑖𝑚 (𝑥 𝑙𝑛 𝑥)]
Portanto, 𝑙𝑖𝑚+ 𝑥 𝑥 = 𝑒 𝑥→0+ = 𝑒0 = 1
𝑥→0

A técnica utilizada nesse exemplo é similar para indeterminações do tipo 1∞ e ∞0 .


310

EXERCÍCIOS:

1. Identifique o tipo de indeterminação e determine os limites utilizando a regra de L’Hospital, desde que
suas hipóteses sejam satisfeitas.

𝑥³ − 1
𝑎) lim
𝑥→1 𝑥 − 1

𝑥 3 − 3𝑥 + 2
𝑏) lim 4
𝑥→1 𝑥 − 4𝑥 + 3

𝑥 3 − 3𝑥 + 2
𝑐) lim
𝑥→∞ 𝑥 4 − 4𝑥 + 3

4
√𝑥 − 1
𝑑) lim
𝑥→1 𝑥 − 1

𝑎𝑥 − 1
𝑒) lim
𝑥→0 𝑥
ln(𝑥)
𝑓) lim+
𝑥→0 𝑥 −1
ln(𝑥)
𝑔) lim
𝑥→∞ 𝑥³
𝑠𝑒𝑛 𝑥 − 𝑠𝑒𝑛 𝑎
ℎ) lim
𝑥→𝑎 𝑥−𝑎
𝑡𝑔2 (3𝑥)
𝑖) lim
𝑥→0 1 − cos (2𝑥)

ln(𝑠𝑒𝑛 𝑥)
𝑗) lim𝜋
𝑥→
2
(𝜋 − 2𝑥)²

ln|𝑡𝑔 7𝑥|
𝑘) lim
𝑥→0 ln|𝑡𝑔 2𝑥|

𝑥+1
ln ( 𝑥 )
𝑙) lim
𝑥→∞ 𝑥−1
ln ( 𝑥 )

2. Identifique o tipo de indeterminação e determine os limites, manipule o limite de maneira que possa
utilizar a regra de L’Hospital:

1
𝑎) lim+ 𝑥 (1−𝑥)
𝑥→1

1
( )
𝑏) lim 𝑥 2 . 𝑒 𝑥²
𝑥→0

𝑥
𝑐) lim √𝑥 2
𝑥→∞
311

Respostas:
0 ∞
1. Tipo 0 itens a, b, d, e, h, i, j. Tipo ∞ itens c, f, g, k, l.

1. a) 3 b) ½ c) 0 d) ¼ e) ln a f) 0 g) 0

h) cos a i) 4,5 j) -1/8 k) 1 l) -1

2 a) Tipo 1∞ e L = 1 b) Tipo 0. ∞ e L = ∞ c) Tipo ∞0 e L = 0


312
313

BIBLIOGRAFIA

FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A: funções, limite, derivação e integração. 6. ed., rev. e ampl.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

JR. FRANK A.; MENDELSON, Elliott. Cálculo. Grupo A, 2013.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. Vol. 1. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

HOFFMANN, Laurence D.; BRADLEY, Gerald L. SOBECKI, Dave; PRICE, Michael. Cálculo: um curso moderno e
suas aplicações. 11ª Edição. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

ROGAWSKI, Jon. ADAMS, Colin. Cálculo. Vol. 1. 3ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2018.

STEINBRUCH, A.; WINTERLE, P. Geometria Analítica. 2a. ed. São Paulo: Makron Books, 1987.

STEWART, J. Cálculo, vol.1. 8a. ed. São Paulo, Cengage Learning, 2017.

THOMAS, G. B.; WEIR, M. D.; HASS, J. Cálculo. São Paulo: Pearson, 2012.

WINTERLE, P. Vetores e Geometria Analítica. São Paulo: Makron Books, 2014.


FORMULÁRIO DE DERIVADAS

Considere: 𝑢 = 𝑓(𝑥), 𝑣 = 𝑔(𝑥), 𝑚, 𝑘, 𝑎 𝜖 𝐼𝑅

FUNÇÕES DERIVADAS DERIVADA (SIMPLIFICADA)


𝑑 𝑦′ = 0
1 𝑦=𝑘 (𝑘) = 0
𝑑𝑥
𝑑 𝑦′ = 1
2 𝑦=𝑥 (𝑥) = 1
𝑑𝑥
𝑑 𝑑 𝑑 𝑦′ = 𝑢′ ± 𝑣′
3 𝑦=𝑢±𝑣 (𝑢 ± 𝑣) = (𝑢) ± (𝑣)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑 𝑦′ = 𝑘𝑣′
4 𝑦 = 𝑘𝑣 (𝑘𝑣) = 𝑘 (𝑣)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑 𝑑 𝑦 ′ = 𝑢′ . 𝑣 + 𝑢. 𝑣′
5 𝑦 = 𝑢. 𝑣 (𝑢. 𝑣) = 𝑣. (𝑢) + 𝑢. (𝑣)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑢 𝑑 𝑑 𝑢′ . 𝑣 − 𝑢. 𝑣′
6 𝑦= 𝑑 𝑢 𝑣. (𝑢) − 𝑢. (𝑣) 𝑦′ =
𝑣 ( ) = 𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑣²
𝑑𝑥 𝑣 𝑣2
𝑑 𝑚 𝑑 𝑦 ′ = 𝑚. 𝑢𝑚−1 . 𝑢′
7 𝑦 = 𝑢𝑚 (𝑢 ) = 𝑚. 𝑢𝑚−1 . (𝑢)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝒖 𝑑 𝑦 ′ = 𝑎𝑢 . ln 𝑎 . 𝑢′
8 𝑦 = 𝑎𝑢 (𝑎 ) = 𝑎𝒖 . ln 𝑎 . (𝑢)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝒖 𝑑 𝑦 ′ = 𝑒 𝑢 . 𝑢′
9 𝑦 = 𝑒𝑢 (𝑒 ) = 𝑒 𝒖 . (𝑢)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 1 𝑑 𝑢′
10 𝑦 = log 𝑎 𝑢 (log 𝑎 𝑢) = . (𝑢) 𝑦′ =
𝑑𝑥 𝑢 ln 𝑎 𝑑𝑥 𝑢 ln 𝑎
𝑑 1 𝑑 𝑢′
11 𝑦 = ln 𝑢 (ln 𝑢) = . (𝑢) 𝑦′ =
𝑑𝑥 𝑢 𝑑𝑥 𝑢
𝑑 𝑣 𝑑 𝑑 𝑦 ′ = 𝑣. 𝑢𝑣−1 . 𝑢′ + 𝑢𝑣 . ln 𝑢 . 𝑣′
12 𝑦 = 𝑢𝑣 (𝑢 ) = 𝑣. 𝑢𝑣−1 (𝑢) + 𝑢𝑣 . ln 𝑢 . (𝑣)
𝑑𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑 𝑦 ′ = cos 𝑢 . 𝑢′
13 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑢 (𝑠𝑒𝑛 𝑢) = cos 𝑢 . (𝑢)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑 𝑦′ = −sen 𝑢 . 𝑢′
14 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠 𝑢 (𝑐𝑜𝑠 𝑢) = −sen 𝑢 . (𝑢)
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑
15 𝑦 = 𝑡𝑔 𝑢 (𝑡𝑔 𝑢) = sec 2 𝑢 . (𝑢) 𝑦′ = sec 2 𝑢 . 𝑢′
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑
16 𝑦 = 𝑠𝑒𝑐 𝑢 (𝑠𝑒𝑐 𝑢) = sec 𝑢 . 𝑡𝑔 𝑢. (𝑢) 𝑦′ = sec 𝑢 . 𝑡𝑔 𝑢. 𝑢′
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑
17 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 (𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢) = −cossec 𝑢 . 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢. (𝑢) 𝑦′ = −cossec 𝑢 . 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢. 𝑢′
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 𝑑
18 𝑦 = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢 2
(𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢) = −cossec 𝑢 . (𝑢) 𝑦′ = −cossec 2 𝑢 . 𝑢′
𝑑𝑥 𝑑𝑥
𝑑 1 𝑑 𝑢′
19 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑛 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 𝑢) = . (𝑢) 𝑦′ =
𝑑𝑥 √1 − 𝑢² 𝑑𝑥 √1 − 𝑢²
𝑑 −1 𝑑 −𝑢′
20 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 𝑢) = . (𝑢) 𝑦′ =
𝑑𝑥 √1 − 𝑢² 𝑑𝑥 √1 − 𝑢²
𝑑 1 𝑑 𝑢′
21 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑡𝑔 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 𝑢) = . (𝑢) 𝑦′ =
𝑑𝑥 1 + 𝑢² 𝑑𝑥 1 + 𝑢²
𝑑 −1 𝑑 −𝑢′
22 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑢) = . (𝑢) 𝑦′ =
𝑑𝑥 1 + 𝑢² 𝑑𝑥 1 + 𝑢²
𝑑 1 𝑑 𝑢′
23 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑠𝑒𝑐 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑐 𝑢) = . (𝑢) 𝑦′ =
𝑑𝑥 𝑢√𝑢 − 1 𝑑𝑥
2 𝑢√𝑢2 − 1
𝑑 −1 𝑑 −𝑢′
24 𝑦 = 𝑎𝑟𝑐 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢 (𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑢) = . (𝑢) 𝑦′ =
𝑑𝑥 2
𝑢√𝑢 − 1 𝑑𝑥 𝑢√𝑢2 − 1

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