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Relatório do Projecto de Política

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O projecto de política, realizado durante o 2º período, teve início a 21 de


Fevereiro, e consistiu de palestras realizadas periodicamente, acerca de temas diversos
de política, indo de palestras sobre momentos histórico-políticos específicos, até à
análise de sistemas ideológicos, abordando tanto o século passado como o que
decorre.
Na minha perspectiva, este projecto provou-se ser verdadeiramente
interessante, pois, foi uma oportunidade excelente para os alunos absorverem novos
conhecimentos sobre diferentes e igualmente interessantes temas; para desafiarem,
também, as suas crenças e ideologias, de forma criarem novas ideias próprias; e,
ainda, serviu como forma dos alunos desafiarem o seu sentido crítico.
Acredito que todas as palestras tenham corrido bastante bem. Sempre
começadas com uma pequena introdução e colocação de pertinentes perguntas da
parte dos moderadores de cada tema, que receberam sempre textos didáticos e
materiais de informação como ajuda; mantendo sempre uma interação dinâmica com
os alunos que compunham a plateia, abrindo oportunidade para falarem, expressarem
as suas opiniões e colocarem as suas questões; um único aspecto negativo a apontar,
no entanto, foram alguns pontuais atrasos da parte dos convidados, ou começo de
gravação da palestra tardia e uma qualidade de áudio um pouco inferior. Tendo isto
em conta, acho que todos os envolvidos fizeram os possíveis para que tudo corresse da
melhor forma possível, e mesmo estes aspectos negativos pouco afectaram a
experiência.

Caso isolado:
Pegando num tema específico, A “personalidade autoritária” e a nova direita
radical, palestra moderada pelos alunos David Realinho [eu próprio], Pedro Lourenço
e Raphaela Nunes, e tendo como convidado Roberto della Santa, que expôs de forma
dinâmica este interessantíssimo tema.
Nesta palestra, algumas das questões a que se procurou responder foi a razão
por trás deste ressurgimento em força da extrema direita e de que forma a extrema
direita faz isto acontecer. A abordagem de Roberto foi realmente única e
surpreendente, abordando uma perspectiva de psicologia política e social. Apresentou
alguns conceitos teóricos, desenvolvidos por autores de teor político, social e
filosófico, e, mantendo sempre o dinamismo com o público, de forma que com
facilidade prendeu a atenção de todos, desenvolveu sobre o comportamento das
massas.
Roberto conseguiu, articuladamente, explicar como funciona o comportamento
das massas, e, posto isto, fez-nos chegar à conclusão de o quão importante este
comportamento de um colectivo é, de quão manipulável as massas são, o quão
importante as massas podem ser para a política, e, o perigo que è a extrema direita
dominar o populismo, a mobilização das massas e, claro está, como elas fazem o
trabalho sujo de se convencer umas às outras aderir, não só a estes valores e ideologias
fascizantes, mas também a comportamentos violentos e odiosos que o cidadão do dia-
a-dia, enquanto indivíduo, não teria.
Em suma, este tema, apresentado com maestria por Roberto, que se poderá
ligar a outros temas como A extrema direita 2.0., prova a simbiose sinistra da extrema
direita, que trocou a farda militar pelo fato e gravata, que exclama saber a solução
para todos os problemas e crises, e tenta a toda força alienar e enquadrar o povo numa
única massa que marcha em frente, desprovida de individualidade ou sentido crítico;
prova, assim, que a maior força e perigo da extrema direita dos dias de hoje é, não só
as suas ideologias e valores, mas a habilidade de se fingir de social, e, neste momento
crítico para a esquerda que vê dificuldades em lutar, o domínio sobre as massas de
uma forma aterradora.
-David Realinho nº4 12ºL

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