Você está na página 1de 30

DISCIPLINA: PSICOLOGIA JURÍDICA

PROFª Daniele Medeiros Pereira


Mestra em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco
(2022)
Especialista em Direitos Humanos pela Universidade Federal de
Pernambuco (2018)
Possui formação complementar em Círculos de Construção de Paz,
Comunicação Não-Violenta e Práticas Colaborativas
Presidenta da Comissão de Direitos Humanos da OAB/Caruaru.
E-mail: danielemadvhum@gmail.com
BULLYING
O termo é utilizado para nomear atitudes agressivas
(diretas ou indiretas) que ocorrem sem motivação
aparente, intencionais e repetitivas, praticadas por
um individuo/grupo contra o outro indivíduo ou mais
pessoas com o intuito de proferir xingamentos,
humilhações, desrespeito, apelidos cruéis,
constrangimentos visando que o outro se sinta
fragilizado, humilhado e intimidado por aquele que
pratica o bullying.
CARACTERIZAÇÃO
• desequilíbrio de poder e ausência de reciprocidade;
• condição repetitiva e sistemática dos atos;
• Período prolongado de tempo;
• intenção deliberada de causar dano e prejudicar o outro;
• permeia diferentes classes sociais e níveis culturais;
• O ambiente escolar é onde concentra a maior incidência dessas práticas;
• subcategoria do conceito de violência;
• características diretas : agressões físicas e verbais;
• Características indiretas: atitudes de exclusão, isolamento, provocação,
indiferença, racismo.
• Faixa etária: 9 a 15 anos
CARACTERIZAÇÃO
• Parte dos indivíduos envolvidos em situações de bullying pode representar tanto o
papel de viítima quanto de agressor.
• vítimas- -agressoras, que reproduzem os maus-tratos sofridos;
• vítimas- -provocativas -incitam reações agressivas no outro;
• testemunhas – são os indivíduos que não se envolvem diretamente nos episó́dios
de bullying, mas obser-vam passivamente a violência cometida;
• os defensores – interferem contra os agressores visando defender as vítimas;
• os seguidores, que, ao estimular o comportamento do agressor, reforçam a ação.
LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015.
Art. 1º Fica instituído o Programa de Combate à Intimidação Sistemática ( Bullying ) em
todo o território nacional.
§ 1º No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática ( bullying )
todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem
motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas,
com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma
relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
Art. 2º Caracteriza-se a intimidação sistemática ( bullying ) quando há violência física ou
psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda:
I - ataques físicos;
II - insultos pessoais;
III - comentários sistemáticos e apelidos pejorativos;
IV - ameaças por quaisquer meios;
V - grafites depreciativos;
VI - expressões preconceituosas;
VII - isolamento social consciente e premeditado;
VIII - pilhérias.
LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015.
Art. 3º A intimidação sistemática ( bullying ) pode ser classificada, conforme as ações
praticadas, como:
I - verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;
II - moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;
III - sexual: assediar, induzir e/ou abusar;
IV - social: ignorar, isolar e excluir;
V - psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular,
chantagear e infernizar;
VI - físico: socar, chutar, bater;
VII - material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;
VIII - virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou
adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de
criar meios de constrangimento psicológico e social.
LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015.
Art. 4º Constituem objetivos do Programa referido no caput do art. 1º :
I - prevenir e combater a prática da intimidação sistemática ( bullying ) em toda a
sociedade;
II - capacitar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de
discussão, prevenção, orientação e solução do problema;
III - implementar e disseminar campanhas de educação, conscientização e informação;
IV - instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis diante da
identificação de vítimas e agressores;
V - dar assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores;
VI - integrar os meios de comunicação de massa com as escolas e a sociedade, como
forma de identificação e conscientização do problema e forma de preveni-lo e
combatê-lo;
VII - promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a terceiros, nos marcos de
uma cultura de paz e tolerância mútua;
VIII - evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e
instrumentos alternativos que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de
comportamento hostil;
IX - promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de
violência, com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação sistemática ( bullying ),
ou constrangimento físico e psicológico, cometidas por alunos, professores e outros
profissionais integrantes de escola e de comunidade escolar.
CYBERBULLYING
Constitui uma nova forma de manifestação de bullying, em que a informação e
comunicação tecnológicas são utilizadas por uma pessoa ou grupo para exercer
comportamentos deliberados e reiterados de hostilidade contra outra pessoa,
com a intenção de prejudicar, discriminar ou excluir alguém.
Os recursos digitais podem facilitar o anonimato, o que favorece a açã̃o dos
agressores. A difusão das informações por meio da internet pode assumir grande
proporção.
Art. 2º
Parágrafo único. Há intimidação sistemática na rede mundial de computadores
( cyberbullying ), quando se usarem os instrumentos que lhe são próprios para
depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de
criar meios de constrangimento psicossocial.
DANOS
• Ansiedade, insegurança, angústia, raiva, constrangimento, isolamento, que levam à
desestruturação emocional e ao limiar da sanidade.
• Pensamentos suicidas
PERFIL
• Agressores - São normalmente, oriundos de famílias desestruturadas e com pouca
afetividade.
• vítimas de bullying são pessoas com baixa autoestima, que pouco se valorizam,
possuem sentimentos de insegurança e inferioridade. São quietos, têm poucos
amigos.
• Nas meninas, a violência ocorre, principalmente, com a prática da exclusão ou da
difamação. Verifica-se, ainda, que entre os meninos a forma de bullying é
normalmente caracterizada pela agressão física.
• As vítimas podem desenvolver transtornos psíquicos e/ou comportamentais, além de
sintomas psicossomáticos.
• Entre os sintomas psicossomáticos estão: cefaleia, cansaço crônico, insônia, difi
culdade de concentração, náuseas, diarreia, boca seca, palpitação, alergias, crise de
asma, sudorese, tremores tonturas ou desmaios, calafrios, tensão muscular.
DANOS
• Quanto às testemunhas, tornam-se pessoas inseguras temendo ser a próxima
vítima, assimilando este sentimento que as acompanhará no decorrer de suas
vidas.
• A escritora, médica psiquiatra, Ana Beatriz Barbosa Silva nos ensina que
sintomas psicossomáticos, transtorno do pânico, fobia escolar, fobia social
(transtorno de ansiedade social), transtorno de ansiedade generalizada,
depressão, anorexia e bulimia, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno do
stress pós- -traumático, esquizofrenia, suicídio e homicídio são possíveis
consequências presentes em vítimas de bullying.
PREVENÇÃO

 Promover medidas de conscientização, prevenção e


combate a todos os tipos de violência, com ênfase
nas práticas recorrentes de intimidação sistemática
( bullying ), ou constrangimento físico e psicológico,
cometidas por alunos, professores e outros
profissionais integrantes de escola e de comunidade
escolar;
 Segundo Fante (2005), para obter êxito na
diminuição da violência nas escolas, em especial do
processo de bullying, é indispensável que se desen-
volvam alguns projetos como a implementação de
trabalhos de conscientização com os estudantes,
estimulando a educação dos sentimentos e valores, a
valorização das relações interpessoais, traçar
estratégias e planos de ação baseados na realidade
de cada escola;
 Educação familiar;
 Monitoramento familiar.
DANOS
DANOS
DANOS
DANOS
DANOS
DICAS DE LEITURAS E FILME
VILELA, Denise Casanova. BULLYING E LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015.
Disponível em: ///C:/Users/hmm_a/Downloads/163-Texto%20do%20artigo-552-
1-10-20200806.pdf

Disponível no YOUTUBE
ASSÉDIO MORAL
É uma forma de violência que tem como objetivo desestabilizar
emocional e profissionalmente o indivíduo e pode ocorrer por
meio de ações diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações
públicas) e indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa
na comunicação, fofocas e exclusão social).
Manifesta-se por comportamentos, palavras, atos, gestos ou
escritos que possam trazer danos à personalidade, à dignidade
ou à integridade física e psíquica de uma pessoa, pondo em
perigo o seu emprego ou degradando o ambiente de trabalho.
CLASSIFICAÇÃO E TIPOLOGIA
 Assédio moral interpessoal: Ocorre de maneira individual, direta e pessoal, com a
finalidade de prejudicar ou eliminar o profissional na relação com a equipe;
 Assédio moral institucional: Ocorre quando a própria organização incentiva ou
tolera atos de assédio. Neste caso, a própria pessoa jurídica é também autora da
agressão, uma vez que, por meio de seus administradores, utiliza-se de
estratégias organizacionais desumanas para melhorar a produtividade, criando
uma cultura institucional de humilhação.
 Assédio moral vertical: Ocorre entre pessoas de nível hierárquico diferentes,
chefes e subordinados, e pode ser subdividido em duas espécies:
- Descendente: assédio caracterizado pela pressão dos chefes em relação aos
subordinados. Humilhação e controle.
- Ascendente: Assédio praticado por subordinado ou grupo de subordinados contra
o chefe.
CLASSIFICAÇÃO E TIPOLOGIA
 - Assédio moral horizontal: Ocorre entre pessoas que pertencem ao mesmo nível de
hierarquia.
 - Assédio moral misto : Consiste na acumulação do assédio moral vertical e do horizontal.

ATITUDES CARACTERIZADORAS
- Retirar a autonomia do colaborador ou contestar, a todo o momento, suas decisões;
- Sobrecarregar o colaborador com novas tarefas ou retirar o trabalho que habitualmente
competia a ele executar, provocando a sensação de inutilidade e de incompetência;
- Ignorar a presença do assediado, dirigindo-se apenas aos demais colaboradores;- Passar
tarefas humilhantes;
- Gritar ou falar de forma desrespeitosa;- Espalhar rumores ou divulgar boatos ofensivos a
respeito do colaborador;
- Não levar em conta seus problemas de saúde;
ATITUDES CARACTERIZADORAS
- Espalhar rumores ou divulgar boatos ofensivos a respeito do colaborador;
- Criticar a vida particular da vítima;
- Atribuir apelidos pejorativos;
- Impor punições vexatórias (dancinhas, prendas);
- Postar mensagens depreciativas em grupos nas redes sociais;
- Evitar a comunicação direta, dirigindo-se à vítima apenas por e-mail, bilhetes ou
terceiros e outras formas de comunicação indireta;
- Isolar fisicamente o colaborador para que não haja comunicação com os demais
colegas;
- Desconsiderar ou ironizar, injustificadamente, as opiniões da vítima;
- Retirar cargos e funções sem motivo justo;
- Impor condições e regras de trabalho personalizadas, diferentes das que são
cobradas dos outros profissionais;
- Delegar tarefas impossíveis de serem cumpridas ou determinar prazos
incompatíveis para finalização de um trabalho;
ATITUDES CARACTERIZADORAS
- Manipular informações, deixando de repassá-las com a devida antecedência
necessária para que o colaborador realize suas atividades;
- Vigilância excessiva;
- Limitar o número de vezes que o colaborador vai ao banheiro e monitorar o tempo
que lá ele permanece;
- Advertir arbitrariamente;
- Instigar o controle de um colaborador por outro, criando um controle fora do
contexto da estrutura hierárquica, para gerar desconfiança e evitar a
solidariedade entre colegas.
CONSEQUENCIAS (INDIVÍDUO)
- Dores generalizadas;
- Palpitações;
- Distúrbios digestivos;
- Dores de cabeça;
- Hipertensão arterial (pressão alta);
- Alteração do sono;
- Irritabilidade;
- Crises de choro;
- Abandono de relações pessoais;
- Problemas familiares;
- Isolamento;
- Depressão;
- Síndrome do pânico;-
- Estresse;
- Esgotamento físico e emocional;
- Perda do significado do trabalho;
- Suicídio
CONSEQUENCIAS (ORGANIZAÇÃO/EMPRESA)
- Redução da produtividade;
- Rotatividade de pessoal;
- Aumento de erros e acidentes;
- Absenteísmo (faltas);
- Licenças médicas;
- Exposição negativa da marca;
- Indenizações trabalhistas;
- Multas administrativas.

CONSEQUENCIAS PARA O ESTADO

- Custos com tratamentos médicos;


- Despesas com benefícios sociais;
- Custos com processos administrativos e judiciais.
PREVENÇÃO
- Incentivar a efetiva participação de todos os colaboradores na vida da empresa, com
definição clara de tarefas, funções, metas e condições de trabalho;
- Instituir e divulgar um código de ética da instituição, enfatizando que o assédio moral
é incompatível com os princípios organizacionais;
- Promover palestras, oficinas e cursos sobre o assunto;
- Incentivar as boas relações no ambiente de trabalho, com tolerância à diversidade de
perfis profissionais e de ritmos de trabalho;
- Ampliar a autonomia para organização do trabalho, após fornecer informações e
recursos necessários para execução de tarefas;
- Reduzir o trabalho monótono e repetitivo;
- Observar o aumento súbito e injustificado de absenteísmo (faltas ao trabalho);-
Realizar avaliação de riscos psicossociais no ambiente de trabalho;
- Garantir que práticas administrativas e gerenciais na organização sejam aplicadas a
todos os colaboradores de forma igual, com tratamento justo e respeitoso;
- Dar exemplo de comportamento e condutas adequadas, evitando se omitir diante de
situações de assédio moral;
- Oferecer apoio psicológico e orientação aos colaboradores que se julguem vítimas de
assédio moral;
- Estabelecer canais de recebimento e protocolos de encaminhamento de denúncias.

Fonte: Cartilha TST


REPERCUTIU
REPERCUTIU
REPERCUTIU
REPERCUTIU
REPERCUTIU

Disponível em:
https://fredfilhoconsultoria.jusbrasil.com.br/artigos/113203232/a
lguns-dos-casos-mais-bizarros-de-assedio-moral

Você também pode gostar