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SUMÁRIO

PATOLOGIAS BIOLÓGICAS – TRATAMENTO DE VIDA VEGETAL


NOS EDIFÍCIOS HISTÓRICOS DO RIO DE JANEIRO
IV CIRMARE – RIO DE JANEIRO
PLAISANT, Marcus; ALMEIDA, Gustavo; HADDAD, Assed Naked
(1) Universidade Federal do Rio de Janeiro, e-mail:
marcusplaisant@poli.ufrj.br (2) Universidade Federal do Rio de Janeiro,
e-mail: gustavo.almeida@poli.ufrj.br (3) Universidade Federal do Rio de
Janeiro, e-mail: assed@poli.ufrj.br

RESUMO

O presente estudo aborda o tema de patologias biológicas em


edificícios antigos, mais especificamente o surgimento de vida vegetal
em construções de concreto e mecanismos de prevenção. Será
realizado um estudo de caso dos edifícios históricos no centro do Rio de
Janeiro que, devido à falta de manutenção e preservação, sofrem de
diversas patologias. Serão apresentadas propostas de prevenção
contra este tipo de patologia. A conclusão do trabalho se fundamenta
na importância de se buscar uma maior durabilidade das edificações,
evitando que essa patologias venha danificar os patrimônios históricos e
culturais.
Palavras-chave: Patologia, Vida Vegetal em Fachadas, Manutenção de
Edifícios.
ABSTRACT

The present article describes biological pathologies in old buildings, more


specifically the emergence of plants in concrete constructions and
prevention mechanisms to solve this problem. Will be carried out a case
study of the historic buildings in downtown Rio de Janeiro that, due to
the lack of maintenance and preservation. Proposals will be presented
for prevention against this type of pathology. Completion of the work is
based on the importance of seeking greater durability of historical and
cultural buildings, preventing the damage of those.
Keywords: Pathology , Plant Life in Facades , Building Maintenance.

1 INRODUÇÃO

Patologia, de acordo com o dicionário Aurélio , é a parte da Medicina


que estuda as doenças. O portal Wikipédia define patologia como a
palavra derivada do grego de pathos, que significa sofrimento, doença,
e de logia, que é ciência, estudo. A engenharia se apropriou deste
termo para estudar, nas construções, a manifestação, origens e
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mecanismos de ocorrência das falhas e dos defeitos que alteram o


equilíbrio pré-existente ou idealizado.
O estudo das patologias prediais, assim como na medicina, permitiu
conhecer os princípios de cada patologia. Uma vez sabendo as causas
e falhas da construção, novos métodos puderam ser implementados
para evitá-las e assim criar ferramentas de prevenção ao invés de sanar
apenas os sintomas, bem como ocorre na medicina.
O aprofundamento no conhecimento de patologias permitiu ao
engenheiro construir pensando no futuro, aproveitando técnicas e
materiais que aumentavam a vida útil de projeto através da
manutenção preventiva. No Brasil, porém, a prática de manutenção
predial raramente é feita. Os orgãos públicos responsáveis pela
preservação predial no Rio de Janeiro, por exemplo, o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a Prefeitura do Rio,
tem problemas de fiscalização e manutençãos destas edificações.

2 VIDA VEGETAL NAS EDIFICAÇÕES

A motivação do estudo surgiu a partir de uma visita ao centro histórico


do Rio de Janeiro, e durante a visitação ficou claro a falta de cuidados
com a fachada dos edifícios históricos. Além da falta de cuidados com
o entorno da edificação, foi possível observar várias patologias clássicas
de edifícios antigos, construídos entre a década de 20 e 40, como
fissuras e manchas nas fachadas.
Segundo KLEIN (1999), a vida útil de uma construção irá depender e ser
relacionada, assim como o ser humano, aos cuidados que forem
tomados na fase de projeto, execução e na sua manutenção. A obra
está submetida à ação de diversos agente agressivos como calor,
umidade, ação de ventos, sobrecargas, que irão, com o passar do
tempo, produzir sua fadiga e aparecimento de problemas em seus
elementos construtivos.
Um edifício, quando não regularmente fiscalizado e mantido, vem a
sofrer de diversas patologias como corrosão, fissuração, eflorescência,
dentre outras que, se não corrigidas, prejudicam o desempenho do
edifício. O presente trabalho apresenta um enfoque em patologias que
resultem no surgimento de vida vegetal nas edificações e como lidar
com estas após o surgimento do fator biológico.
O início da patologia é a chegada de uma semente, muda ou esporo
na edificação. Este não é um processo trivial, pois mesmo em edifícios
de altura elevada, ou frestas bem pequenas, como juntas de dilatação,
elas aparecem. Existem dois principais meios de como é feito este
transporte, o primeiro deles é o vento. Ele é um dos principais agentes
polinizadores e responsável pela disperssão de sementes e esporos.
Algumas plantas conseguem se reproduzir através de pequenas mudas,
suficientemente leves para serem carregadas pelo vento.
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O segundo é através das fezes de aves. Muitos passáros urbanos não


fazem a digestão completa das sementes que consomem. Logo, nas
fezes pode-se encontrar sementes intactas, capazes de se desenvolver
plenamente. Ainda mais, as fezes do pássaro podem fornecer nutrientes
para o desenvolvimento do broto.
Para que uma planta possa se desenvolver, para que haja surgimento
de vida, é necessária a presença de luz e água. A luz pode surgir de
maneira natural em locais abertos ou que possuam acesso à luz solar e
também em ambientes internos sem acesso à luz proveniente do sol,
porém iluminados articialmente devido à presença de lâmpadas no
local. Nas paredes de edificações, a água pode aparecer tanto devido
à infiltrações decorrentes de tubulações defeituosas quanto pela
impermeabilização ineficaz da estrutura, que vem a permitir a
penetração de água no interior da mesma.
De acordo com Ripper(2009), a vida vegetal pode surgir como
patologia em uma edificação de duas maneiras distintas. A primeira,
errôneamente confundida com fungos, é o surgimento e proliferação
de pequenas algas em fissuras ou em concretos muito porosos e é
provocada pela umidade nas paredes, decorrentes ou em razão de
infiltrações internas ou devido à ineficaz impermeabilização da
estrutura. O segundo tipo de manifestação seria o surgimento de
plantas em trincas das edificações e colapso do revestimento.
O surgimento das trincas nas edificações que favorecem o
desenvolvimento de plantas podem ocorrer por diversas razões
diferentes, podendo citar:

2.1 Trincas por infiltração no peitoril


A falha impermeabilização dos peitoris de janela faz vem a permitir a
entrada de água da chuva e consequente desgaste da argamassa.

2.2 Trincas por deficiência da argamassa de assentamento


Estas decorrem, principalmente, de uma escolha errônea do traço da
argamassa.

2.3 Trincas pela proximidade de taludes


Ocorrem em construções localizadas próximas a taludes incorretamente
dimensionados devido a lentos deslizamentos no mesmo.

2.4 Colapso de materiais


Ocorrem pela falta de pintura e manutenção. A falta de pintura
desprotege a fachada da lavagem da água da chuva. Nesta lavagem,
ocorre a perda de carbonato de cálcio, componente que mantem os
grãos de areia juntos. Isto leva ao colapso do revestimento.
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2.5 Trincas devidas a recalques diferenciais


Os recalques diferenciais na região da edificação geram esforços
solicitantes não projetados na estrutura, que atuam na formação de
trincas em paredes, vigas e pilares da estrutura.

3 ESTUDO DE CASOS

3.1 Edifício da Cruz Vermelha


A inspiração de trazer a Cruz Vemelha para o Brasil veio do Dr. Joaquim
de Oliveira Botelho, em 1907, ao se inspirar nos países que já possuiam a
instituição. A construção surgiu no local onde era o Morro do Senado,
desmontado entre 1880 e 1906, e foi um dos primeiros projetos de
alinhamento da cidade realizado por Pereira Passos. O prédio do
Hospital da Cruz Vermelha, projetado pelo Arquiteto Pedro
Campofiorito foi inaugurado em 1923 e sua fachada tem formato curvo,
figura 1, que acompanha o formato da Praça.
Figura 1 - Fachada frontal e lateral direita do Prédio da Cruz Vermelha

Fonte: Site da Cruz Vermelha1

Analizando as fachadas, podemos perceber a ausência de


conservação do patrimônio através das manchas de infiltração, das
quedas do revestimento e da intensa vandalização e pixação. Através
da aproximação da figura 1, é possível notar o crescimento de vida
vegetal na proteção superior da janela, figura 2.

1
- Disponível em : < http://www.cruzvermelhani.org.br/site/cruz-vermelha/cruz-vermelha-
brasileira.html> Acesso em jul.2015
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Figura 2 – Surgimento de Vegetação na Fachada, marcação em


vermelho.

Fonte: Elaborada pelo Autor

Neste caso, o crescimento da planta é favorecido pelo acúmulo de


água nesta proteção. Mesmo que a fissura não esteja evidente, os
poros da argamassa sob ação do intemperismo tendem a se expandir e
permitir um maior acúmulo de aguá no local.

3.2 Igreja São Francisco de Paula


A construção deste templo foi iniciada em 1759 por iniciativa de irmãos
da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula e concluída
em 1801. Seguindo o estilo neoclássico, a Igreja passou por diversas
intervenções e restaurações até o dia de hoje. É possível perceber que
a fachada não está degradada, como em outros monumentos no
centro do Rio de janeiro, segue figura 3.
Ao ampliarmos a imagem, fica eviedente o crescimento vegetal no
parte superior da Igreja. Tem-se 6 focos de crescimento arbóreo como
consta na montagem da figura.
É possível notar foco nos telhados (1), em fissuras da fachada (5), nas
frisas dos detalhes arquitetônicos (4) e nos parapeitos da Igreja (2,3 e 6).
Alguns desses focos chegam já passaram pelo estágio de germinação,
passando a ter galhos e ramificações.
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Figura 3 – Fachada Igraja São Francisco de Paula

Fonte: Wikimedia2

3.3 Ministério da Fazenda


Em julho de 1934 foi o governo autorizou a construção de um edifício-
sede, centralizando todas as repartições do Ministério da Fazenda e
Tribunal de Contas. Em novembro de 1943 foi inaugurada a nova sede
do Ministério da Fazenda, no centro do Rio de Janeiro. Construído no
estilo neoclássico, a construção, ainda em funcionamento, se tornou um
dos símbolos de poder e imponência por sua grandiosidade construtiva,
figura 4.
Porém, mesmo os grandes símbolos do governo sofrem com a falta de
manutenção. Próxima a entrada, na lateral direita, encontramos quatro
focos de vida vegetal nascendo na fachada.

2
- Disponível em :
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Igreja_de_S%C3%A3o_Francisco_de_Paula_(Rio_de_Janeiro)
.JPG > Acesso em jul.2015
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Figura 4 – Vista Isométrica do Ministério da Fazenda

Fonte: Webviaje3

O primeiro foco de vida vegetal é encontrado na junta de dilatação,


caso típico de sementes que aproveitaram o acúmulo de água e
umidade nas juntas.
O segundo foco surge logo ao lado, em uma pequena fissura no
parapeito da edificação. Percebe-se que este é um foco recente, pois
não houve um desenvolvimento da planta.
O terceiro e quarto focos surgiram em áreas diferentes, porém com
mesma característica, em cima do parapeito da edificação.
Figura 5 – Detalhes de vida vegetal na fachada do Ministério da Fazenda

Fonte: Elaborada pelo Autor

3
- Disponível em : < http://webviaje.com.br/destino/rio-de-janeiro-rj-brasil/> Acesso em jul.2015
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3.4 Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo


A Igreja de Nossa Senhora do Monte Carmo foi construída após a
demolição de uma pequena Capela. A obra, que possui traços típicos
do rococó, durou quinze anos sendo sagrada em 22 de Julho de 1770,
com uma procissão solene.
Analisando a fachada da Igreja, pode-se perceber que a fachada está
conservada, a única patologia evidente é o crescimento da vida
vegetal. Neste ponto, a fachada está coberta por focos de
crescimento vegetal, principalmente nas frisas arquitetônicas da Igreja e
no telhado, vide figura 5.
Figura 5 – Vista da Fachada e detalhes de vida vegetal na Igreja de
Nossa Senhora do Monte do Carmo

Fonte: Elaborada pelo Autor

3.5 Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso


A igreja de Nossa Senhora da Misericórdia foi construída no século XVII,
mudando de nome no início do século XVIII, passando a ser Nossa
Senhora do Bom Sucesso. É uma das Igrejas mais antigas do Rio de
Janeiro que se mantém intacta em suas restaurações, segue figura 6.
Pode-se ver o crescimento de pequenas mudas na região onde não
possui telhas. A queda das águas do telhado sobre a argamassa de
favorece na corrosão e criação de pequenos poros que acumulam
umidade, favorecendo ao desenvolvimento de sementes.
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Figura 6 – Vista da fachada e detalhes de vida vegetal na Igreja de


Nossa Senhora de Bom Sucesso

Fonte: Elaborada pelo Autor

4 ANÁLISE E POSSÍVEIS TRATAMENTOS

O centro do Rio de Janeiro foi capital do Brasil desde a proclamação


da república em 1763 até a construção da nova capital, Brasília em
1960. Assim, o Rio recebeu as primeiras grandes construções do Brasil,
que eram os edifícios do governo e também Igrejas.
Naquela época, a argamassa utilizada possuia muita cal em sua
composição. Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), a cal é um elemento corretivo do solo, neutralizando o
ph ácido e favorecendo o crescimento das plantas. Logo, a argamassa
composta por cal cria um ambiente favorável ao crescimento da
planta.
Outro fator importante é o clima do Rio de Janeiro. Por se encontrar em
uma região tropical umida, as chuvas são constantes o ano todo, se
intensificando durante o verão. Portanto, existe uma constante
umidade, que se concentra principalmente em frestas e juntas de
dilatação, onde não há luminosidade solar. Esta umidade favorece ao
crescimento de plantas e fungos. Porém, o problema principal está nas
plantas.
Com a enraização da planta na argamassa, ela pode começar a se
desenvolver e criar galhos, se tornando um pequeno arbusto na
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fachada. No primeiro estágio, a patologia é apenas uma questão


estética, pois uma planta no meio de uma junta indica a falta de
cuidados com o edifício.
Em um segundo estágio, o desenvolvimento desta planta causa
problemas piores, de alto dano à edificação. Com o crescimento da
planta, ela vai necessitar de mais nutrientes para o seu
desenvolvimento, estes são capturados pelas raízes. Assim, o
alongamento das raízes pela argamassa irá causar a destuição da
parede de vedação, criando pequenos buracos, fissuras. Os buracos
vão permitir a entrada de água em grandes quantidades e assim se dá
início a uma infiltração generalizada, causada pelo alongamento das
raízes.
Outra situação é o peso das plantas. Com o crescimento, as plantas
acumulam maior massa, aumentando o seu peso em cima do reboco.
Este não foi projetado para receber este peso, podendo ruir e cair. A
queda de reboco é um caso sério e pode causar ferimentos aos
cidadãos que passam pela região.
Diversas soluções e tratamentos podem ser sugeridos para prevenir e
solucionar o problema das ervas daninhas e outros tipos de plantas nas
juntas de concreto de uma edificação. Estas podem ser utilizadas de
maneira isolada ou conjunta e das quais é possível citar:

4.1 Retirada manual


Esta é a primeira etapa paraa solução da patologia e consitste na
extração da planta pela sua raíz, fazendo uso de uma pá ou picadeira.
É considerada como solução provisória, pois a retirada da raíz não
previne o surgimento de novas ervas. De fato, algumas espécies
vegetais tem capacidade de reconstituição através de pequenos
galhos ou restos de sementes temporariamene inativos. A vantagem
deste método, porém, reside na imediatilidade e no baixo custo do
mesmo.

4.2 Herbicidas químicos


Um dos meios existentes no mercado para evitar o surgimento de novas
plantas consiste na aplicação de produtos químicos herbicidas que
atuam impedindo o crescimento das raízes provocando, desta forma, a
morte do vegetal. Esta solução é considerada de médio prazo e tem
como duração a validade imposta pelo fabricante do produto.

4.3 Soluções Caseiras


Existem soluções caseiras baratas e de considerável eficácia para o
tratamento de tal patologia. Uma das maneiras de tornar o ambiente
desfavorável ao crecimento de novas plantas é a adição de uma
colher de sal ao local. O meio em que o sal se encontra é mais
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concentrado causando um efeito osmótico, diminuindo a umidade e


criando um ambiente desfavorável ao surgimento de plantas.
É possível também sitar como solução caseira a aplicação de água
fervente sob a planta. A água em fervura provoca a desnaturação das
proteínas celulares que, em altas temperaturas, perdem a sua estrutura
caractrística, impedindo o funcionamento pleno das células.
Outra solução caseira além das supracitadas que não cause prejuízos
ao meio ambiénte consiste na aplicação de mistura entre sal, vinagre e
detergente no vigetal. O componente principal do vinagre é o ácido
acético (CH3COOH), constituinte de vários pesticidas. O contato do
ácido acético com as folhas da planta altera provoca a alteração do
ph destas, causando ressecamento. A morte da planta é gradual pois,
sem a folha, o processo de fotossíntese é interompido e em questão de
dias a planta morre. Uma vez que o vinagre utilizado em ambientes
residenciais no Brasil possui 5% de ácido acético, este representa uma
solução pouco efetiva.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o uso
do vinagre caseiro chega a 20% de eficácia. Conforme a concetração
da substancia sobe, sua eficácia aumenta. Para vinagres com teor de
20% de ácido acético, a taxa de mortalidade é superior a 80%.
Entretanto, altas concentrações de tal substância podem causar
prejuízos à sáude, sendo necessário o uso de luvas e cuidados na
aplicação.
Um produto muito conhecido no mercado é o WD-40 que significa:
"Water Displacement 40th attempt”. É um produto utilizado para
lubrificar os mais diversos componentes mecânicos e tem como
caracterítica principal a alta eficiência em repelir a água. Ao ser
aplicado em juntas de dilatação, fissuras, o wd-40 impede a
umidificação do local, acabando com o fenomeno da capilaridade
dos materias construtivos. Assim o local fica impermeabilizado
impedindo o crescimento das sementes.
De maneira geral, os métodos caseiros tem menor grau de eficiência
comparado aos herbicidas, porém os produtos utilizados são facilmente
encontrados em casa e o procedimento de aplicação pode ser
repetido indefinidamente até a resolução do problema.

4.4 Preenchimento da Junta


A solução de maior eficiência é o preenchimento da junta. O
preenchimento pode ser com produtos orgâncios como cascas e seixos
ou artificiais com polímeros em areia, uma mistura de areia e resina. Este
preenchimento impede a chegada de ar, água e luz, elementos básico
para o crescimento das sementes.
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5 CONCLUSÕES

O foco do artigo foi a análise de campo, ou seja, avaliar o estado das


fachadas de edifícios históricos no Rio de janeiro. Esta análise permitiu a
constatação de patologias graves que requerem uma solução rápida
para evitar quaisquer danos ao patrimônio histórico e possíveis
acidentes com os cidadãos que circulam pela região.
Dentre as patologias prediais, a mais evidente é o crecimento de vida
vegetal que, em sua primeira fase, não causa grandes danos a
edificação, sendo meramente visual. Contudo, o desenvolvimento da
muda em pequenos arbustos, pode trazer grandes danos ao edifício,
sendo alguns deles fissuras, rachaduras, infiltrações e até corrosão das
armaduras. Esta última pode levar a perda de resistência da estrutura e
em casos mais extremos o desmoronamento.
O objetivo do presente estudo foi denunciar os problemas com a
manutenção do edifícios históricos do Rio de Janeiro, que devido aos
desgastes necessitam de um retrofit e preservação constante para não
perderem seus traços únicos. O desenvolvimento de plantas é uma
patologia típica de fachadas, que denuncia o abandono de um
edifício pois é claramente notada desde o seu início.
Como resultado, obteve-se uma análise das fachadas de 5 edifícios de
grande importância histórica e arquitetônica para a cidade: Cruz
Vermelha , Igerja São Francisco de Paula, Ministério da Fazenda, Nossa
Senhora do Monte do Carmo e Igreja de Nossa Senhora do Bom
Sucesso. Foram encontradas as principais tipologias de vida vegetal, em
telhados, fissuras, juntas de dilatação, frisas arquitetônicas e parapeitos.
As técnicas de remoção da vida vegetal passam sempre pela a
primeira etapa de remoção manual. O uso de ferramentas é
aconselhado para minimizar o esforço, porém deve-se ter cuidado com
danos ao patrimônio. A segunda etapa é a prevenção contra o retorno
das plantas ao local, nesta etapa existe uma gama vasta de produtos
tais como herbicidas, sal, ácido acético, WD-40 e o preenchimento da
junta. Este último é o mais recomendado para os edifícios estudados,
pois mesmo sendo o de maior custo financeiro é a solução de maior
durabilidade.
As soluções para esta patologia são em sua maioria simples e baratas,
pois há uma grande gama de produtos caseiros que tem uma
eficiência tão boa quanto produtos mais específicos, reafirmando o
descaso com o patrimônio cultural, uma vez que não são necessários
grandes recursos para obter bons resultados.
Os monumentos históricos do Rio de Janeiro devem ser conservados,
pois possuem grandes significados e importâncias artísticas, culturais,
religiosas, documentais e estéticas. Estes patrimônios foram construídos
pelos nossos antepassados e por isso representam uma importante fonte
de pesquisa e preservação cultural.
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