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TURVO-PR
RESUMO
Objetivo: O objetivo desta análise é identificar através de um estudo bibliográfico quais foram
as causas do surgimento de patologias em uma estrutura em específico, analisando suas
características e possíveis soluções. Método: A pesquisa foi feita de modo exploratório
através da coleta de imagens do local de estudo e análise em relação a casos similares
relatados em artigos científicos Resultados: Os resultados foram exibidos através da
conclusão deste artigo, trazendo uma possível solução para o problema, ou ainda um
procedimento que evitasse tal circunstância. Conclusão: Conclui-se que esta é uma pesquisa
nova na cidade de Turvo-PR e que traz uma perspectiva nova em relação a esse tipo de
problema, e ainda ressaltamos que este tipo de patologias é comum em estruturas na cidade.
Palavras-chave: Patologias, reboco, estrutura, paredes.
1. INTRODUÇÃO
As construções em alvenaria são feitas por vários motivos, e cada uma moldada
à sua necessidade específica que pode ser desde uma proteção simples, até uma
representação de luxo e ostentação, mas todas tem por objetivo serem duráveis, isso é uma
característica das obras feitas em alvenaria. Devido há esse objetivo os materiais de
construção vem ganhando melhorias e aperfeiçoamento tanto nas características físicas como
também modo de aplicação para que se construa uma estrutura que não sofra nenhuma
deterioração temporal. De acordo com PENA e HELENE (2005), no decorrer dos últimos 20
anos, tanto no Brasil como em muitos outros países a sociedade e a engenharia tem percebido
que as estruturas de concreto não são consideradas eternas. A deterioração pode ocorrer de
forma gradual, ou ainda de forma repentina em função de alguma manifestação patológica
que causa um colapso instantâneo no material.
Muitas vezes ousamos comparar obras da antiguidade e relacionar com as obras
construídas nos dias de hoje, e chagamos em uma mesma pergunta: como estruturas tão
antigas podem durar tanto tempo com pouquíssimas deteriorações? A principal resposta
desta pergunta está no material utilizado para construir essas estruturas. Naquela época as
grandes estruturas eram feitas em rocha sã, isto é, as peças estruturais eram entalhadas e
encaixadas umas nas outras formando uma estrutura que praticamente era uma rocha natural,
capaz de suportar os efeitos do tempo sem sequer perder seus detalhes. Mas devido ser
altamente complexo a fabricação das peças estruturais para estas estruturas, elas exigiam
um tempo exagerado para serem feitas, sem contar toda a complexidade logística para montar
a estrutura
O homem evoluiu e cada vez mais se viu na necessidade de ganhar tempo, a fim
de que fosse possível tonar mais viável as estruturas, a partir disso as obras começaram a se
popularizar até chegar nos dias de hoje, onde o avanço tecnológico já dominou, e as
estruturas que levariam séculos para ficarem prontas agora levam apenas alguns anos, tendo
como objetivo mais funcionalidade do que grandeza. Para chegarmos a esse patamar de
evolução foi preciso criar e adaptar cada vez mais os materiais e métodos utilizados na
construção civil, o que antes era esculpido em uma rocha agora já pode ser moldado em
fôrmas de madeira ou metal, e adicionando aço se têm uma das estruturas mais utilizadas
para se construir na história, o concreto armado. Segundo HELENE (1986), a durabilidade
das estruturas de concreto armado é o resultado da dupla natureza que o concreto exerce
sobre o aço, por um lado o papel do cobrimento como barreira física, e por outro lado à elevada
alcalinidade que o concreto desenvolve sobre o aço, criando uma camada passiva que o
mantém inalterado por um determinado tempo. O concreto armado não só trouxe a
capacidade de moldar estruturas de maneira mais eficiente, mas também foi capaz de evoluir
as estruturas como um todo, pois as obras não se trata apenas da parte estrutural.
Seguindo a evolução das estruturas, consequentemente os fechamentos
evoluíram até chegar nos chamados revestimentos, que nada mais são do que camadas que
protegem e tem capacidade de receber um acabamento mais refinado. Com os revestimentos
foram capazes de criar barreiras térmicas e acústicas nas estruturas de concreto armado. O
revestimento mais popular usado nas estruturas é o reboco, este que é feito acima de
camadas inferiores denominadas chapisco e emboço, é responsável pela camada final mais
exposta. Sua aplicação deve ser feita com extremo cuidado tanto na execução quanto no uso
dos materiais empregados em sua formação, isto porque qualquer erro pode causar seu
descolamento e uma série de danos difíceis de se concertar. Quando danificado o reboco
afeta o acabamento como a tinta por exemplo, e ainda pode deixar exposta a parte inferior
podendo danificar significativamente a estrutura. Segundo MARUZAN (2016), a falta de
manutenção preventiva pode estar levando as edificações a apresentarem diversos tipos de
patologias no decorrer dos anos. Estas patologias podem também surgir devido a falhas nos
sistemas construtivos pela empresa responsável pela edificação. A melhor maneira de estar
se precavendo do surgimento de futuras patologias na construção civil é a devida manutenção
preventiva onde seria possível detectar possíveis falhas construtivas ou desgastes dos
materiais pela ação do tempo.
A manutenção preventiva é essencial para que se possa evitar uma reforma mais
invasiva na estrutura, como é o caso apresentado neste artigo, onde um possível erro gerou
consequências maiores do que o previsto.
2. OJETO DE ESTUDO
Na época em que foi construída, a estrutura da igreja era uma obra de grande
porte para a cidade, feita com métodos característicos, como tijolos à vista e piso com tacos
de madeira. De modo geral a estrutura foi feita com boa qualidade e acabamento, possuía
excelente acústica e espaço para até 300 pessoas assentadas.
Mas com o tempo a estrutura foi revelando imperfeições nas suas paredes laterais,
que foram construídas de forma tradicional – fechamento de tijolos e revestimento de
argamassa de reboco – e de forma visível os danos foram evoluindo de forma significativa
com o tempo. Esses danos foram considerados como ação do tempo e em função de outros
fatores como o crescimento de membros da igreja foi decidido por fazer uma reforma mais
abrangente envolvendo toda a estrutura.
Foto do estado atual da obra:
3. PATOLOGIAS NA ESTRUTURA
Em relação aos projetos, foi procurada a secretaria da igreja para averiguar se ainda
existia algum anexado nos arquivos, mas devido a motivos desconhecidos não foi possível
localizar nenhum projeto da estrutura. Levando em consideração o ano em que a obra foi
construída, muitos métodos construtivos eram feitos de forma empírica, sem a
contextualização de projeto.
De acordo com a norma técnica ABNT NBR-7200 a espessura de um reboco deve ser
de 2,0cm a 3,0cm, contando a partir da camada inferior que teoricamente deve ser o emboço.
Na foto aproximada 02 é possível perceber que a espessura do revestimento ultrapassa a
medida dos dois centímetros previsto em norma. Fazer o reboco mais espesso doque deveria
ser pode também prejudicar a estrutura de modo que o atrito entre uma camada e outra não
é suficiente para suportar o peso da estrutura, visto que quanto mais espesso o reboco maior
é seu peso em função do aumento de volume. Este fator aliado ao material poroso certamente
gerou o descolamento na estrutura. FERREIRA e LOBÃO (2018) retratam da seguinte
maneira um caso similar:
Deslocamento de rebocos e pisos: São caracterizados pela perda de
aderência das placas cerâmicas do substrato, ou da argamassa colante,
quando as tensões ultrapassam a capacidade de aderência das ligações
entre a placa cerâmica e argamassa colante e/ou emboço. Um dos sinais
desta patologia é a ocorrência de um som cavo (oco) nas placas cerâmicas
quando percutidas, ou se observa o estufamento da camada de
acabamento (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2004).
Neste caso não é possível perceber através de uma batida na parede se a qualidade do
reboco é ruim pois a compactação do material transparece normalidade, mas é possível notar
a sua degradação constante.
Outro possível motivo para o surgimento dessa patologia é o uso de material
inadequado para a composição da argamassa de reboco, como uma areia de granulometria
alta. Areias para reboco devem conter granulometria baixa pois a argamassa deve possuir um
alto nível de densidade ligante, isto é, deve escoar facilmente sem apresentar falhas, fato que
com areias impróprias pode resultar em uma qualidade de reboco baixa. Na ABNT NBR-13749
item 5.2 descreve que o aspecto da argamassa deve apresentar textura uniforme, sem
imperfeições, tais como: cavidades, fissuras, manchas e eflorescência devendo ser prevista
nas especificações do projeto, a aceitação ou rejeição, conforme níveis de tolerância
admitidas. Consequência de um material de baixa qualidade também é a rejeição de aditivos
fundamentais na hora de produzir a argamassa, como por exemplo os impermeabilizantes,
que neste caso não foi possível saber se foi adicionado a mistura, mas é possível perceber
nas duas fotos o surgimento de uma mancha preta característica de lugares que possuem
uma umidade elevada, este pode ter sido causada pela falta de impermeabilizante ou ainda
porque o material não foi capaz de absorver o próprio.
Contudo, nem todos os problemas patológicos se dão por falhas de concepção ou
inexistência de programas de controle de qualidade, pode-se dizer que muitas das
manifestações ocorrem pelo uso inadequado e falta de manutenção da edificação, para tanto,
a criação de normas técnicas auxilia na formatação de documentos como manuais de uso,
utilização e manutenção, auxiliando usuários e o público leigo, na realização de manutenção
preventiva para não ocorrência de problemas patológicos futuros decorrentes deste fator (DAL
MOLIN, 1988). Levando em consideração que é necessário especificações no projeto sobre
como deve ser feita a argamassa e vendo que a espessura não segue a norma,
evidentemente houve falha na execução desta etapa da obra. O motivo específico desta falha
é desconhecido por se tratar de uma estrutura relativamente velha, e não haver um projeto
desta. Sabemos que falhas humanas podem estar relacionadas com vários fatores, desde a
falta de acompanhamento do responsável pela obra, como também a falta de experiência do
profissional que executou esta etapa, ou ainda a indisponibilidade de recursos de materiais
adequados para este, levando em consideração que na época a viabilidade de materiais era
muito mais complexa que nos dias de hoje. Assim analisamos que essas patologias foram
causadas por uma série de erros que culminaram em uma deterioração e descolamento da
camada de reboco.
5. POSSÍVEIS SOLUÇÕES
Dito isso o primeiro passo para se fazer um reparo na estrutura seria elaborar um
projeto para tal feito. Através de uma perícia seria necessário analisar o estado de todas as
paredes para saber se os danos não se agravaram de modo a atingir as partes inferiores do
revestimento. Também é fundamental elaborar o projeto da estrutura para que se tenha em
arquivo de ao menos uma planta baixa com as medidas.
A primeira possibilidade de tratar destas patologias seria por meio de uma reforma
especificamente na camada de revestimentos, visto que, o fechamento que nesse caso se
trata de uma parede em alvenaria, não foi danificado pela patologia. Para este caso
certamente haveria um transtorno em função de que a parte interna teria que ser isolada para
evitar o excesso de sujeira. Para remover um reboco é necessário destruí-lo sem danificar os
tijolos da parede, utilizando ferramentas manuais como por exemplo um martelete rompedor,
que irá remover pedaços aos poucos. Esse processo gera entulhos e sujeira, e como o
objetivo é reformar sem causar danos nas demais partes da estrutura todo o cuidado seria o
mínimo. É claro que nas paredes externas se tornaria um tanto quanto mais simples, mas não
podemos esquecer de que o reboco está em todos os cantos da parede. Após removido, o
procedimento é refazer o reboco com materiais apropriados, e mão de obra especializada
para garantir um revestimento de qualidade, e é fundamental levar em consideração os erros
que já ocorreram, como por exemplo a infiltração, que nesse caso seria necessário receber
atenção no que se diz respeito a impermeabilização.
É importante lembrar o papel dos donos da obra no que se diz respeito ao controle de
qualidade dos materiais e métodos empregados na estrutura. Para ZUCHETTI (2015) O
proprietário é figura importante ao exigir qualidade na execução dos reparos, exigindo
obediência aos padrões pré-definidos, as manutenções preventivas ou corretivas devem ser
realizadas conforme manda o manual, que foi elaborado levando em conta todos os aspectos
da norma.
A segunda opção de solução, é a que está sendo aplicada atualmente na estrutura,
que seria a demolição total da área que apresenta os danos e sua reconstrução por completo.
Essa opção foi escolhida para a obra não somente pela aparição de patologias, mas também
pela necessidade de ampliação da estrutura visto que houve um aumento de membros
participantes da sociedade da igreja. Como se trata de uma reforma interina todos os danos
causados por patologias serão removidos e construído uma estrutura totalmente nova, com
isso o maior cuidado que se deve ter para este procedimento é o controle de qualidade da
aplicação e dos materiais, pois a estrutura é suscetível a aparição dos mesmos problemas já
que há uma exposição das paredes á intemperes característicos da região. Também é
importante ressaltar a verificação dos procedimentos construtivos da reforma, pois esta deve
estar com todos os detalhamentos previstos em projeto, e verificados na etapa de execução
da obra.
6. CONCLUSÃO
Fachada Frontal
Fachada Lateral
REFERÊNCIAS
de recuperação estrutural.
de Concreto Armado”. 231p. Tese (Livre Docência), Escola Politécnica da USP. São Paulo.
concreto. 2ª ed. São Paulo: Editora PINI - Fosroc, 1992. 213p. Acesso na internet em 25 maio
2021.
novembro de 2015.
GOMES, Raul; VEIGA, Rosário; BRITO, Jorge de; Influência dos procedimentos
outubro 2018.
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