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ANÁLISE DE PATOLOGIA EM ESTRUTURA DE UMA IGREJA NO MUNICÍPIO DE

TURVO-PR

OLIVEIRA, Felipe Vargas 1


CHIMERES, Gleydson Garcia 2
BETTEGA, Isaac da Silva 3

RESUMO
Objetivo: O objetivo desta análise é identificar através de um estudo bibliográfico quais foram
as causas do surgimento de patologias em uma estrutura em específico, analisando suas
características e possíveis soluções. Método: A pesquisa foi feita de modo exploratório
através da coleta de imagens do local de estudo e análise em relação a casos similares
relatados em artigos científicos Resultados: Os resultados foram exibidos através da
conclusão deste artigo, trazendo uma possível solução para o problema, ou ainda um
procedimento que evitasse tal circunstância. Conclusão: Conclui-se que esta é uma pesquisa
nova na cidade de Turvo-PR e que traz uma perspectiva nova em relação a esse tipo de
problema, e ainda ressaltamos que este tipo de patologias é comum em estruturas na cidade.
Palavras-chave: Patologias, reboco, estrutura, paredes.

1. INTRODUÇÃO

As patologias são anomalias ou defeitos que descaracterizam uma estrutura


daquilo que foi projetada para ser. Uma estrutura pode apresentar vários tipos de patologias,
algumas menos incisivas outras com complicações maiores, mas todo tipo deve ser analisado
com atenção para que o problema não se torne cada vez maior.
Sobre esse assunto.
Segundo Souza e Ripper (1998), designa-se por Patologia das Estruturas
esse novo campo da Engenharia das Construções que se ocupa do estudo
das origens, formas de manifestações, consequências e mecanismos de
ocorrências das falhas e dos sistemas de degradação das estruturas. Esse
estudo é de extrema importância para determinar em quanto tempo deve-se
fazer a manutenção, prolongando assim o tempo útil da construção.
.(MOREIRA e RIPPER,1998, p. 6)

As construções em alvenaria são feitas por vários motivos, e cada uma moldada
à sua necessidade específica que pode ser desde uma proteção simples, até uma
representação de luxo e ostentação, mas todas tem por objetivo serem duráveis, isso é uma
característica das obras feitas em alvenaria. Devido há esse objetivo os materiais de
construção vem ganhando melhorias e aperfeiçoamento tanto nas características físicas como
também modo de aplicação para que se construa uma estrutura que não sofra nenhuma
deterioração temporal. De acordo com PENA e HELENE (2005), no decorrer dos últimos 20
anos, tanto no Brasil como em muitos outros países a sociedade e a engenharia tem percebido
que as estruturas de concreto não são consideradas eternas. A deterioração pode ocorrer de
forma gradual, ou ainda de forma repentina em função de alguma manifestação patológica
que causa um colapso instantâneo no material.
Muitas vezes ousamos comparar obras da antiguidade e relacionar com as obras
construídas nos dias de hoje, e chagamos em uma mesma pergunta: como estruturas tão
antigas podem durar tanto tempo com pouquíssimas deteriorações? A principal resposta
desta pergunta está no material utilizado para construir essas estruturas. Naquela época as
grandes estruturas eram feitas em rocha sã, isto é, as peças estruturais eram entalhadas e
encaixadas umas nas outras formando uma estrutura que praticamente era uma rocha natural,
capaz de suportar os efeitos do tempo sem sequer perder seus detalhes. Mas devido ser
altamente complexo a fabricação das peças estruturais para estas estruturas, elas exigiam
um tempo exagerado para serem feitas, sem contar toda a complexidade logística para montar
a estrutura
O homem evoluiu e cada vez mais se viu na necessidade de ganhar tempo, a fim
de que fosse possível tonar mais viável as estruturas, a partir disso as obras começaram a se
popularizar até chegar nos dias de hoje, onde o avanço tecnológico já dominou, e as
estruturas que levariam séculos para ficarem prontas agora levam apenas alguns anos, tendo
como objetivo mais funcionalidade do que grandeza. Para chegarmos a esse patamar de
evolução foi preciso criar e adaptar cada vez mais os materiais e métodos utilizados na
construção civil, o que antes era esculpido em uma rocha agora já pode ser moldado em
fôrmas de madeira ou metal, e adicionando aço se têm uma das estruturas mais utilizadas
para se construir na história, o concreto armado. Segundo HELENE (1986), a durabilidade
das estruturas de concreto armado é o resultado da dupla natureza que o concreto exerce
sobre o aço, por um lado o papel do cobrimento como barreira física, e por outro lado à elevada
alcalinidade que o concreto desenvolve sobre o aço, criando uma camada passiva que o
mantém inalterado por um determinado tempo. O concreto armado não só trouxe a
capacidade de moldar estruturas de maneira mais eficiente, mas também foi capaz de evoluir
as estruturas como um todo, pois as obras não se trata apenas da parte estrutural.
Seguindo a evolução das estruturas, consequentemente os fechamentos
evoluíram até chegar nos chamados revestimentos, que nada mais são do que camadas que
protegem e tem capacidade de receber um acabamento mais refinado. Com os revestimentos
foram capazes de criar barreiras térmicas e acústicas nas estruturas de concreto armado. O
revestimento mais popular usado nas estruturas é o reboco, este que é feito acima de
camadas inferiores denominadas chapisco e emboço, é responsável pela camada final mais
exposta. Sua aplicação deve ser feita com extremo cuidado tanto na execução quanto no uso
dos materiais empregados em sua formação, isto porque qualquer erro pode causar seu
descolamento e uma série de danos difíceis de se concertar. Quando danificado o reboco
afeta o acabamento como a tinta por exemplo, e ainda pode deixar exposta a parte inferior
podendo danificar significativamente a estrutura. Segundo MARUZAN (2016), a falta de
manutenção preventiva pode estar levando as edificações a apresentarem diversos tipos de
patologias no decorrer dos anos. Estas patologias podem também surgir devido a falhas nos
sistemas construtivos pela empresa responsável pela edificação. A melhor maneira de estar
se precavendo do surgimento de futuras patologias na construção civil é a devida manutenção
preventiva onde seria possível detectar possíveis falhas construtivas ou desgastes dos
materiais pela ação do tempo.
A manutenção preventiva é essencial para que se possa evitar uma reforma mais
invasiva na estrutura, como é o caso apresentado neste artigo, onde um possível erro gerou
consequências maiores do que o previsto.

2. OJETO DE ESTUDO

O local escolhido para fazer o estudo fica localizado na cidade de Turvo-PR às


margens da PR 466, aproximadamente no quilômetro 220. O prédio em questão é a estrutura
da Igreja Presbiteriana de Turvo, igreja evangélica que mantém seus trabalhos no município
desde os anos 1930. A estrutura foi construída no ano de 1982 e se manteve em estado
utilizável até o ano de 2018 onde se iniciou uma reforma que perdura até os dias atuais.
Foto da estrutura antes da reforma:
Fonte: Facebook

Na época em que foi construída, a estrutura da igreja era uma obra de grande
porte para a cidade, feita com métodos característicos, como tijolos à vista e piso com tacos
de madeira. De modo geral a estrutura foi feita com boa qualidade e acabamento, possuía
excelente acústica e espaço para até 300 pessoas assentadas.
Mas com o tempo a estrutura foi revelando imperfeições nas suas paredes laterais,
que foram construídas de forma tradicional – fechamento de tijolos e revestimento de
argamassa de reboco – e de forma visível os danos foram evoluindo de forma significativa
com o tempo. Esses danos foram considerados como ação do tempo e em função de outros
fatores como o crescimento de membros da igreja foi decidido por fazer uma reforma mais
abrangente envolvendo toda a estrutura.
Foto do estado atual da obra:

Foto registrada no local


A reforma consiste em um projeto arquitetônico mais moderno, mas que utiliza
métodos de construção tradicional e ainda pretende conservar parte da estrutura antiga da
igreja. As paredes que apresentavam os problemas ainda não foram demolidas, por isso foi
possível realizar o estudo mesmo durante a reforma, tendo em vista que o objetivo é
diagnosticar uma possível causa para os problemas apresentados e ainda propor uma
possível solução. A reforma acontece de forma mais lenta pois a igreja tem como objetivo
concluir a obra com recursos próprios, o projeto arquitetônico e parte do projeto estrutural
foram doados por seus responsáveis, visto que eles fazem parte da sociedade da igreja. Como
a reforma vai demolir toda a estrutura que estava apresentando problemas não foi feito
nenhuma análise por pessoa especializada para identificar as possíveis causas das
patologias, apenas considerado que estes poderiam ser causadas devido a idade
relativamente elevada da obra. Em virtude também do alastramento contínuo do problema, os
responsáveis pela igreja decidiram não optar por uma reforma localizada, pois consideravam
também que o material utilizado para fazer o fechamento das paredes era um material poroso
e não suportaria uma reforma.

3. PATOLOGIAS NA ESTRUTURA

A estrutura começou apresentar patologias aproximadamente 15 anos após sua


construção, de início não aparentava ser algo que se expandiria, mas com o passar dos anos
a degradação do material aumentou e apareceram mais focos do problema. A patologia em
questão se trata de uma degradação no reboco das paredes externas, causada proveniente
de um possível uso de material inapropriado ou ainda algum erro na mão de obra executiva
da estrutura.
A origem dos diversos problemas patológicos pode ser distribuída da seguinte forma:
40%projeto, 28% execução, 18% materiais, 10% uso e 4% planejamento. Com base nesses
dados, verifica-se a necessidade de um estudo mais aprimorado sobre essas causas que são
conhecidas, sua terapia será escolhida, com maior precisão e como consequência poderemos
fazer uma escolha de maneira mais econômica possível (HELENE,1992).
Fonte: (Adaptado de Helene e Figueiredo, 2003)

Em relação aos projetos, foi procurada a secretaria da igreja para averiguar se ainda
existia algum anexado nos arquivos, mas devido a motivos desconhecidos não foi possível
localizar nenhum projeto da estrutura. Levando em consideração o ano em que a obra foi
construída, muitos métodos construtivos eram feitos de forma empírica, sem a
contextualização de projeto.

Para GASPAR e BRITO (2003) os rebocos exteriores constituem um sistema cuja


complexidade dificulta a previsão do seu comportamento e durabilidade ao longo do tempo,
em condições reais de utilização. Certamente ao ser construída, não foi levado em
consideração as possíveis variações de umidade que poderiam existir no local da obra, nem
as precipitações recorrentes característica da cidade, esses que são fatores que influenciam
diretamente em uma estrutura com reboco. Nas fotografias é possível identificar a formação
de mofos, característico de materiais que tem um elevado índice de retenção de umidade.
Fotos das patologias na estrutura:

Nas fotos é possível identificar a evolução das patologias ao longo do tempo. Os


primeiros indícios dessas são as rachaduras no acabamento e na tinta que visivelmente não
são causadas por ressecamento. Após rachar e aos poucos ir se esfarelando por estar em
um estado poroso, o reboco em alguns lugares “desmontou” em pedaços maiores por não ter
aderência suficiente com a superfície inferior. Essa manifestação ocorreu na parte exterior
das paredes laterais da igreja, já que estas são mais propensas aos efeitos de intemperes,
também foi possível perceber que esses efeitos foram mais drásticos na parede da face norte,
onde diariamente passava mais tempo exposta ao sol. As paredes internas da igreja também
apresentaram os mesmos problemas, mas devido a estar mais protegida e ser menos
impactada pelo clima apenas apresentou rachaduras nos rebocos, e esfarelou em alguns
pontos onde possuía perfurações na parede feita para fixação de móveis. Nos pontos mais
elevados na parte interna da obra, onde o contato e o impacto na estrutura eram mínimos,
não aparentava nenhum dano aparente na estrutura, mas analisando a abrangência dos
problemas em torna da estrutura conclui-se que não há uma variação de tipo de material
utilizado para se fazer o reboco, assim tendo um traço relativamente característico em todos
os pontos que apresentaram os problemas.

4. ANÁLISE DE POSSÍVEIS CAUSAS

O revestimento denominado reboco é uma fina camada de argamassa aplicada


posteriormente à duas camadas inferiores após os fechamentos, seu principal objetivo é a
regularização da superfície em algo plano para que possa receber o acabamento. A qualidade
do material empregado em seu processo deve ser rigorosa tanto quando os procedimentos
para aplicação. É importante ressaltar que a qualidade de um reboco não depende somente
da sua estrutura propriamente dita, mas também das camadas inferiores denominadas
chapisco e emboço. O chapisco é a primeira camada aplicada no fechamento, tem como
objetivo criar uma superfície com pequenas deformações afim de que as camadas seguintes
tenham atrito suficiente para se fixarem na parede, já o emboço é uma camada que tem por
objetivo regularizar as imperfeições do chapisco, mas com uma superfície levemente
enrugada também para dar o atrito suficiente para o reboco. Obviamente se às camadas
inferiores tiverem problemas vai afetar diretamente as camadas superiores, pois seu atrito ao
fechamento depende delas.
Para GOMES et al.: A inadequação dos procedimentos de execução dos rebocos
correntes usualmente empregues como revestimento exterior de paredes origina o
aparecimento de anomalias nos edifícios onde são aplicados. Os acabamentos que são feitos
sobre o reboco geralmente são de tinta ou algum outro tipo de textura que facilmente
transparece rachaduras em sua superfície, por isso é fácil notas os problemas nos
revestimentos.
O estudo em questão não foi levado para laboratório para se obter uma análise mais
precisa das causas dos problemas. Assim de forma analítica tentamos interpretar as
possibilidades que levaram acontecer tais patologias, que se encontram de forma exposta ao
tempo. Nas imagens mais aproximadas é possível ver alguns detalhes que podem definir de
forma direta alguns dos problemas que já eram suspeitos no início da pesquisa.

Foto Aprox. 01 Foto Aprox. 02


Na foto aproximada 01 é nitidamente visível que houve um esfarelamento da camada
do reboco, e que seus pedaços que caíram também aos poucos vão se tornando um material
arenoso. Essas características de problemas são em sua maioria provenientes de excesso de
areia na composição da argamassa que torna o material excessivamente poroso. Tornar o
revestimento poroso também é torná-lo passível de infiltrações já que este possui muitos
espaços preenchidos com ar (poros) facilitando a entrada de água, fazendo assim com que o
material se torne pesado para a estrutura.
A umidade não é apenas uma causa de patologias, ela age também como
um meio necessário para que grande parte das patologias em construções
ocorra. [...] ela é fator essencial para o aparecimento de eflorescências,
ferrugens, mofo, bolores, perda de pinturas, de rebocos e até a causa de
acidentes estruturais. (VERÇOZA, 1991 apud SOUZA, 2008, p.08).

De acordo com a norma técnica ABNT NBR-7200 a espessura de um reboco deve ser
de 2,0cm a 3,0cm, contando a partir da camada inferior que teoricamente deve ser o emboço.
Na foto aproximada 02 é possível perceber que a espessura do revestimento ultrapassa a
medida dos dois centímetros previsto em norma. Fazer o reboco mais espesso doque deveria
ser pode também prejudicar a estrutura de modo que o atrito entre uma camada e outra não
é suficiente para suportar o peso da estrutura, visto que quanto mais espesso o reboco maior
é seu peso em função do aumento de volume. Este fator aliado ao material poroso certamente
gerou o descolamento na estrutura. FERREIRA e LOBÃO (2018) retratam da seguinte
maneira um caso similar:
Deslocamento de rebocos e pisos: São caracterizados pela perda de
aderência das placas cerâmicas do substrato, ou da argamassa colante,
quando as tensões ultrapassam a capacidade de aderência das ligações
entre a placa cerâmica e argamassa colante e/ou emboço. Um dos sinais
desta patologia é a ocorrência de um som cavo (oco) nas placas cerâmicas
quando percutidas, ou se observa o estufamento da camada de
acabamento (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2004).

Neste caso não é possível perceber através de uma batida na parede se a qualidade do
reboco é ruim pois a compactação do material transparece normalidade, mas é possível notar
a sua degradação constante.
Outro possível motivo para o surgimento dessa patologia é o uso de material
inadequado para a composição da argamassa de reboco, como uma areia de granulometria
alta. Areias para reboco devem conter granulometria baixa pois a argamassa deve possuir um
alto nível de densidade ligante, isto é, deve escoar facilmente sem apresentar falhas, fato que
com areias impróprias pode resultar em uma qualidade de reboco baixa. Na ABNT NBR-13749
item 5.2 descreve que o aspecto da argamassa deve apresentar textura uniforme, sem
imperfeições, tais como: cavidades, fissuras, manchas e eflorescência devendo ser prevista
nas especificações do projeto, a aceitação ou rejeição, conforme níveis de tolerância
admitidas. Consequência de um material de baixa qualidade também é a rejeição de aditivos
fundamentais na hora de produzir a argamassa, como por exemplo os impermeabilizantes,
que neste caso não foi possível saber se foi adicionado a mistura, mas é possível perceber
nas duas fotos o surgimento de uma mancha preta característica de lugares que possuem
uma umidade elevada, este pode ter sido causada pela falta de impermeabilizante ou ainda
porque o material não foi capaz de absorver o próprio.
Contudo, nem todos os problemas patológicos se dão por falhas de concepção ou
inexistência de programas de controle de qualidade, pode-se dizer que muitas das
manifestações ocorrem pelo uso inadequado e falta de manutenção da edificação, para tanto,
a criação de normas técnicas auxilia na formatação de documentos como manuais de uso,
utilização e manutenção, auxiliando usuários e o público leigo, na realização de manutenção
preventiva para não ocorrência de problemas patológicos futuros decorrentes deste fator (DAL
MOLIN, 1988). Levando em consideração que é necessário especificações no projeto sobre
como deve ser feita a argamassa e vendo que a espessura não segue a norma,
evidentemente houve falha na execução desta etapa da obra. O motivo específico desta falha
é desconhecido por se tratar de uma estrutura relativamente velha, e não haver um projeto
desta. Sabemos que falhas humanas podem estar relacionadas com vários fatores, desde a
falta de acompanhamento do responsável pela obra, como também a falta de experiência do
profissional que executou esta etapa, ou ainda a indisponibilidade de recursos de materiais
adequados para este, levando em consideração que na época a viabilidade de materiais era
muito mais complexa que nos dias de hoje. Assim analisamos que essas patologias foram
causadas por uma série de erros que culminaram em uma deterioração e descolamento da
camada de reboco.

5. POSSÍVEIS SOLUÇÕES

Solucionar os danos causado por uma patologia é certamente um dos maiores


problemas na construção civil. Além de algo que gera um retrabalho excessivo em qualquer
área, possui também um valor elevado pois na maioria das vezes é necessário remover
camadas danificadas sem envolver as demais camadas da estrutura, para isso requer uma
mão de obra especializada e um trabalho de precisão. Na estrutura em análise é um desses
casos em que se fosse optado por uma reforma especificamente no reboco, geraria um
trabalho de tempo e gasto elevado, pois se trata de uma igreja, onde o interior possui uma
estrutura rústica, mas com autenticidade e valor histórico, como as vidraças por exemplo, que
são características da época em que a obra foi construída. Mas existem sim maneiras de se
reparar uma estrutura.
Existe uma metodologia específica para se estudar e resolver uma
patologia na construção civil e ela pode ser dividida em três etapas:
Levantamento de informações, Diagnóstico e Definição de conduta que
define a solução para problema e os trabalhos que devem ser feitos para
isso, incluindo a definição quanto aos meios: materiais, mão-de-obra,
equipamentos e tecnologias. Nessa etapa é feito o prognóstico da situação,
que é o levantamento de hipóteses relativas à evolução futura do problema,
além das alternativas de intervenção, cada uma delas também com sua
evolução prevista. (CONSTRUFACILRJ, 2009).

Dito isso o primeiro passo para se fazer um reparo na estrutura seria elaborar um
projeto para tal feito. Através de uma perícia seria necessário analisar o estado de todas as
paredes para saber se os danos não se agravaram de modo a atingir as partes inferiores do
revestimento. Também é fundamental elaborar o projeto da estrutura para que se tenha em
arquivo de ao menos uma planta baixa com as medidas.
A primeira possibilidade de tratar destas patologias seria por meio de uma reforma
especificamente na camada de revestimentos, visto que, o fechamento que nesse caso se
trata de uma parede em alvenaria, não foi danificado pela patologia. Para este caso
certamente haveria um transtorno em função de que a parte interna teria que ser isolada para
evitar o excesso de sujeira. Para remover um reboco é necessário destruí-lo sem danificar os
tijolos da parede, utilizando ferramentas manuais como por exemplo um martelete rompedor,
que irá remover pedaços aos poucos. Esse processo gera entulhos e sujeira, e como o
objetivo é reformar sem causar danos nas demais partes da estrutura todo o cuidado seria o
mínimo. É claro que nas paredes externas se tornaria um tanto quanto mais simples, mas não
podemos esquecer de que o reboco está em todos os cantos da parede. Após removido, o
procedimento é refazer o reboco com materiais apropriados, e mão de obra especializada
para garantir um revestimento de qualidade, e é fundamental levar em consideração os erros
que já ocorreram, como por exemplo a infiltração, que nesse caso seria necessário receber
atenção no que se diz respeito a impermeabilização.
É importante lembrar o papel dos donos da obra no que se diz respeito ao controle de
qualidade dos materiais e métodos empregados na estrutura. Para ZUCHETTI (2015) O
proprietário é figura importante ao exigir qualidade na execução dos reparos, exigindo
obediência aos padrões pré-definidos, as manutenções preventivas ou corretivas devem ser
realizadas conforme manda o manual, que foi elaborado levando em conta todos os aspectos
da norma.
A segunda opção de solução, é a que está sendo aplicada atualmente na estrutura,
que seria a demolição total da área que apresenta os danos e sua reconstrução por completo.
Essa opção foi escolhida para a obra não somente pela aparição de patologias, mas também
pela necessidade de ampliação da estrutura visto que houve um aumento de membros
participantes da sociedade da igreja. Como se trata de uma reforma interina todos os danos
causados por patologias serão removidos e construído uma estrutura totalmente nova, com
isso o maior cuidado que se deve ter para este procedimento é o controle de qualidade da
aplicação e dos materiais, pois a estrutura é suscetível a aparição dos mesmos problemas já
que há uma exposição das paredes á intemperes característicos da região. Também é
importante ressaltar a verificação dos procedimentos construtivos da reforma, pois esta deve
estar com todos os detalhamentos previstos em projeto, e verificados na etapa de execução
da obra.

6. CONCLUSÃO

Os problemas encontrados no reboco das paredes são de fato inevitável devido a


baixa qualidade dos materiais aplicados em sua composição, e como outras partes já iniciava
o processo de degradação seria uma questão de tempo para toda a estrutura estar com o
revestimento comprometido. Faltou da parte dos mantenedores da igreja um cuidado em
relação a degradação exponencial dos focos de patologias que não foram analisadas em seu
início, caso o motivo da patologia não fosse a qualidade do material e sim algum problema na
estrutura, era possível fazer algum reparo sem agredir as demais partes.
As patologias analisadas nessa estrutura são mais comuns do que aparentam ser, o
reboco é uma etapa delicada e que muitas vezes acaba não recebendo o devido cuidado pois
costuma ser um procedimento excessivamente repetitivo. Outro fator determinante é que os
materiais de revestimento apresentam boa forma logo após a sua aplicação e a cura da
argamassa, mas ao longo do tempo começam a surgir as fissurações, por isso é preciso ter
atenção ao que se diz respeito ao tratamento do material que seria manter a umidade
necessária até a secagem da argamassa. Os rebocos apresentam comportamentos que,
dependendo das características das argamassas que os constituem, também são função de
outros fatores, entre os quais se destacam os que se relacionam com a natureza e estado dos
suportes em que são aplicados, os que se prendem com o meio onde se inserem (QUINTELA;
2006)
Toda patologia de uma obra deve ter a devida análise e perícia para saber o
prognóstico de sua causa, já que pode prevenir a degradação constante da estrutura e um
possível problema mais agressivo como a deformação estrutural por exemplo. Dificilmente
veremos uma obra em que não possua nenhuma patologia, principalmente obras construídas
de maneira tradicional, que tem um método em que a concepção da estrutura necessita de
uma série de pequenos cuidados em todas as etapas. Nesta análise vemos um erro de gestão
em que causou problemas em algo aparente da estrutura, mas alguns erros podem estar em
lugares que não demonstram a evolução da degradação, assim tornando perigoso para as
pessoas que transitam no ambiente. Patologias também podem afetar a saúde das pessoas,
já que por exemplo, o excesso de umidade pode propagar a geração de fungos que são
transmitidos pelo ar e podem causar problemas respiratórios e tornar o ambiente insalubre.
Na nova igreja que se trata de uma obra mais moderna será necessária uma atenção
redobrada aos acabamentos para se cumprir o projeto proposto, já que possui detalhes mais
complexos que o projeto anterior.

Fachada Frontal

Fachada Lateral
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.NBR 7200 – Execução de


revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimento. Rio de Janeiro.
1998.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13749 –
Revestimentos de paredes e tetos de argamassa inorgânicas – Especificações. Rio de
Janeiro. 1996
PENA, Manuel Ramón G. e HELENE, Paulo R. L.; Estudo de Fissuração

Associada à Retração em Argamassas para Reparo em Estruturas de QUARTZOLIT. Etapas

de recuperação estrutural.

HELENE, Paulo R. L. (1993). “Contribuição ao Estudo da Corrosão em Armaduras

de Concreto Armado”. 231p. Tese (Livre Docência), Escola Politécnica da USP. São Paulo.

Acesso na internet em 20 maio 2021.

SOUZA, Vicente Custódio Moreira de; RIPPER, Thomaz. Patologia, recuperação

e reforço de estruturas de concreto. São Paulo: Pini, 1998.

HELENE, Paulo R.L. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de

concreto. 2ª ed. São Paulo: Editora PINI - Fosroc, 1992. 213p. Acesso na internet em 25 maio

2021.

ZUCHETTI, Pedro Augusto Bastiani; Patologias da construção civil: investigação

patológica em edifício corporativo de administração pública no Vale de Taquari/RS. Lajeado,

novembro de 2015.

GASPAR, P.; BRITO, J. de; Diagnóstico e reparação de patologias de rebocos em

construções correntes. 1º PATORREB, FEUP, Porto, março de 2003, pp. 197-206.

GOMES, Raul; VEIGA, Rosário; BRITO, Jorge de; Influência dos procedimentos

de execução no desempenho dos rebocos correntes. VI SIMPÓSIO BRASILEIRO DE

ARGAMASSAS. Florianópolis-SC, maio de 2005.


SOUZA, Marcos Ferreira de. Patologias ocasionadas pela umidade nas

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CONSTRUÇÃOFACILRJ. Porta da Construção Civil, 2013. Disponível

em:<https://construfacilrj.com.br/patologia-da-construcao-civil-principais-causas/ > Acesso

em: 10 jun. 2021.

FERREIRA Jackeline Batista; LOBÃO Victor Wandir Neves; Manifestações

patológicas na construção civil. Ciências exatas e tecnológicas, Aracaju, v. 5, n.1, p. 71-80,

outubro 2018.

QUINTELA, M. (2006) – Durabilidade de revestimentos exteriores de parede em

reboco monocamada. Dissertação de Mestrado, FEUP.

SITES PESQUISADOS

https://nunesferreirapr.blogspot.com/2019/10/a-igreja-presbiteriana-de-turvopr.html

NUNES FERREIRA – Igreja Presbiteriana de Turvo: Acesso em 08 de junho de 2021

https://www.facebook.com/igrejapresbiterianadeturvo/

FACEBOOK: Acesso em 07 de junho de 2021.

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