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11/07/22, 11:00 Layoff dispara mais de 900% entre 2019 e 2021.

ara mais de 900% entre 2019 e 2021. Os efeitos da pandemia em números na economia e na sociedade – O Jornal Económico

ECONOMIA

Layoff dispara mais de 900% entre 2019 e 2021. Os efeitos da pandemia em


números na economia e na sociedade

Bárbara Barbosa 11 Julho 2022, 06:30

No mesmo período, as transferências de fundos europeus aumentaram 74,7%. O Turismo e


Cultura sofreram, e as deslocações e exportações diminuíram, mas também a criminalidade.
Poupança das famílias cresceu, mas também o risco de pobreza.

O layoff, medida facilitada pelo Governo para apoio das empresas na pandemia, disparou 921,7% entre 2019 e 2021, ao
aumentar de 3.883 beneficiários para 39.674, enquanto as transferências de fundos europeus para Portugal
aumentaram 74,7% para 6.728,4 milhões de euros. No mesmo período, a dívida pública aumentou de 116,6% do PIB,
em 2019, para 127,4%, o ano passado.

E se é verdade que 2021 foi ano de recuperação, com o Produto Interno Bruto a crescer 5,6%, ainda não conseguiu
superar o nível pré-pandemia, registando uma diminuição de 1,4% de 2021 relativamente a 2019. Já a taxa de inflação
subiu um ponto percentual em dois anos.

Quanto à balança comercial, em termos absolutos, em 2019, fixava-se nos 1.663 milhões de euros e, em 2021, em
-5569,4 milhões, o que se explica pela queda de 4,8% nas exportações e no crescimento de 2,9% das importações.

Os dados são da Pordata, base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, divulgados no Dia
Mundial da População para realizar um retrato de dois anos de pandemia.

Relativamente às empresas e ao emprego, com índices em falta para o ano passado, a Pordata revela que, entre 2019
e 2020, o número de empresas que declararam prejuízos em sede de IRC aumentou 23,%. As empresas do sector do
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prejuízos Económico.
(+54,8%), seguidas dosASSINAR
Transportes (+39,5%) e
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Cultura e Desporto (+37,2%).

No mesmo período, o número de desempregados aumentou 22,5% para 384,9 mil, e o número de beneficiários de
prestações de desemprego aumentou 41,7% para 240.148. Não obstante, de 2019 para 2021, a taxa de desemprego
manteve-se nos 6,6%.

Entre 2019 e 2020, as despesas de consumo das famílias diminuíram 11,7%, e o número de levantamentos no
multibanco na ordem dos 20,7%. Já a taxa de poupança aumentou de 7,3% para 13%.

Contudo, a percentagem de pessoas em risco de pobreza aumentou de 16,2% para 18,4%. A pandemia afetou
particularmente as famílias monoparentais com pelo menos uma criança dependente, cujo risco de pobreza
aumentou para 30,2%, comparativamente a 25,5% em 2019.

Os confinamentos e o teletrabalho fizeram-se sentir no sector energético: entre 2019 e 2020, o consumo doméstico de
eletricidade aumentou 4,8%, enquanto a venda de gasolina e gasóleo rodoviário diminuíram 18,3% e 13,9%,
respetivamente. E consequentemente nos transportes: o número de passageiros com maior queda foi a aviação, com
uma queda de 69,4%, entre 2019 e 2020, seguindo-se o metro (-47,8%), o autocarro (-42%), e o comboio (-41,7%).

A pandemia assentou a necessidade de comunicação à distância. Em 2019, tinham ligação à internet 80,9% das
famílias, e que em 2021 já eram 87,3%. Também se falou mais tempo ao telefone em 2020 que em 2019 (+16,9%).

O Turismo foi outro sector com impactos severos. Entre 2019 e 2020, houve menos 63,2% de dormidas em alojamentos
turísticos, que se fizeram mesmo assim sentir nos hotéis (-64,5%) do no espaço rural (-34,1%). Mesmo assim, 2021 já
iniciou a recuperação, pois esses valores foram menos acentuados, com quedas de 46,6% nas dormidas em geral, de
47,4% nos hotéis e 5,2% em relação ao pré-pandemia. As receitas de viagens e turismo em caíram, de 2021 face a 2019,
apenas 3,8% do PIB.

Em paralelo, a população residente viajou, no primeiro ano da pandemia, menos para o estrangeiro, o que explicou a
mudança no perfil dos hóspedes: em 2019, a maioria dos hóspedes eram estrangeiros (60,5%), mas em 2020 os
portugueses foram a maioria (62,6%).

Na Cultura, entre 2019 e 2020, o número de pessoas a assistir a espetáculos ao vivo diminuiu de 16.926 para
2.517, isto é, 85,1%. Já o número de espectadores de cinema caiu 75,5% (de 15.541 para 3.803), e o de visitantes dos
museus recuou 71% (de 19.778 para 5.736). Já a circulação de jornais e periódicos foi menos afetada, mas mesmo
assim com uma queda de 19,3% ( 201.727,1 para 162.693,1).

Relativamente à Justiça, a lotação das prisões diminuiu de 98,9%, em 2019, para 91,8%, em 2021. Outro fator de
destaque é a diminuição da criminalidade na ordem dos 10,2% no mesmo período, com um registo de 301.394 crimes
o ano passado face a 335.614 no pré-pandemia.

Por fim, os hábitos da população também mudaram entre 2019 e 2021, com uma queda de 8,1% do número de
nascimentos (de 86.579 para 79.582) e 12,7% de casamentos (de 33.272 para 29.057). De notar a recuperação, o ano
passado, nas cerimónias celebradas, uma vez que no primeiro ano de pandemia houve uma diminuição de 43,2%.

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