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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

Douglas Alexsandro Correa Petronilho


Aluno da disciplina de Financiamento e Orçamento
da Política de Saúde

2023
Este relatório tem por finalidade demonstrar quais as origens das receitas da
União, por categoria econômica bem como qual o orçamento da despesa por área de
atuação do Governo Federal, no período de 2016 a 2022, considerando a pandemia por
COVID-19.
Entendemos por receitas publicas os gastos para manter a estrutura do Estado e
oferecer bens e serviços a sociedade. Para tanto, o governo arrecada o dinheiro através
de impostos, alugueis e venda de bens, prestação de alguns serviços, venda de títulos do
Tesouro e recebimento de indenizações. A classificação da receita estabelece quanto
recebe cada uma das fontes em etapas de arrecadação. A receita pode então ser
classificada por categoria econômica, origem, especies e desdobramento.
Em relação a receita por categoria econômica temos que pode ser corrente ou de
capital. A receita corrente é formada por recursos arrecadados que incrementam o
patrimônio como prestação de serviços, atividades industriais e impostos que pagamos.
A receita de capital diz respeito aos recursos obtidos através de empréstimos e da venda
do patrimônio publico.
O orçamento da despesa é todo gasto que o governo faz com o dinheiro
arrecadado por meio de impostos ou outras fontes, como habitação, água, saude,
segurança, etc. Há despesas que podem aumentar o patrimônio publico e outras que
pagam por manutenção.
As diferentes categorizações do gasto publico permitem que o cidadão possa saber o
que foi gasto, sendo consideradas a área de atuação do governo, ações e programas e a
visão econômica.
A categorização por área do governo ou funcional permite em que área o
dinheiro publico foi gasto. Existem 28 funções e todos os anos o governo faz a revisão
da previsão de gastos para cada área. As funções são padronizadas nas três esferas da
união e podem ser detalhadas em subfunções.
Considerando o ano vigente, temos o seguinte orçamento do Governo Federal:

Orçamento atualizado da receita: R$5,20 TRILHÕES


Orçamento atualizado da despesa: R$ 5,14 TRILHÕES

Em relação ao orçamento da despesa por funções do Governo, temos:


(Considerando o ano de 2023)

 37% relacionado a áreas finalísticas: Previdência Social, Assistência Social,


Saude, Educação, Trabalho, Outros; Sendo portanto 88% relacionado a
Previdência básica, 11% Previdência do regime estatutário e o restante
relacionado a outros gastos.

 63% relacionado a encargos especiais e reserva de contingencia:


refinanciamento da divida externa (56%); outras transferências (20%);
transferência para a educação básica (13%); serviço da dívida interna (5%);
outros encargos especiais (3%) e outros (2%).

Em valores reais e atualizados, temos:

Despesas por função


1. Encargos especiais e reservas de contingencia: R$ 3.236.657.235.293,00
(63,03%)
2. Áreas finalisticas: R$ 1.898.759.061.883,83 (36,97%).
Valores do Orçamento Fiscal e de Seguridade Social - receitas e despesas de 2016 a 2022

Ano Orçamento da receita R$ Orçamento da despesa R$


2016 2.952.696.248.075,54 2.897.885.317.918,98
2017 3.414.379.614.681,84 3.350.828.763.917,00
2018 3.505.648.331.810,28 3.437.199.404.007,41
2019 3.261.378.698.948,11 3.243.349.516.844,87
2020 3.577.146.718.910,25 4.127.855.664.613,85
2021 4.180.716.471.387,52 4.334.235.538.956,56
2022 4.729.675.423.493,79 4.861.728.732.821,99
2023 5.201.396.090.427,55 5.135.416.297.176,83

Fonte: Portal da transparência Governo Federal

Conforme os dados acima, podemos perceber que no ano de 2016 o orçamento da


despesa foi de aproximadamente 3 trilhões de reais e o da despesa de 2,9 trilhões de reais.
Conforme os dados do Portal da Transparência, 41% das receitas obtidas no ano de 2016
ocorreram através das operações de credito, bem como 21% por arrecadação dos
contribuintes. Das despesas, 58% se deram por encargos especiais e 20% por gastos com a
Previdência Social, sendo que apenas 4% foram gastos em saúde. Dos gastos em saude 45%
foram relacionados ao cuidado hospitalar e ambulatorial e 19% com a Atenção Básica.
No ano de 2017 o orçamento da receita foi aproximadamente de 3,4 trilhões de reais e
o da despesa de 3,3 trilhões de reais. Conforme dados de acesso pelo Portal, 46% das receitas
obtidas no ano de 2017 ocorreram através das operações de crédito, bem como 23% por
arrecadação dos contribuintes. Sobre as despesas no mesmo ano, 61% foram relativos a
encargos especiais e 19% por gastos com a Previdência Social, sendo que apenas 4% foram os
gastos com a saúde, sendo em torno de 45% gastos com a assistência hospitalar e ambulatorial
e 18% com a Atenção Básica.
No ano de 2018 o orçamento da receita foi de aproximadamente 3,5 trilhões de reais e
o da despesa de 3,4 trilhões de reais. Segundo os dados do Portal, Conforme dados de acesso
pelo Portal, 47% das receitas obtidas no ano de 2018 ocorreram através das operações de
crédito, bem como 24% por arrecadação dos contribuintes. Sobre as despesas no mesmo ano,
62% foram relativos a encargos especiais e 19% por gastos com a Previdência Social, sendo que
apenas 4% foram os gastos com a saúde.
No ano de 2019 o orçamento da receita foi de aproximadamente 3,2 trilhões de reais e
o da despesa de 3,2 trilhões de reais. Segundo os dados do Portal, Conforme dados de acesso
pelo Portal, 43% das receitas obtidas no ano de 2019 ocorreram através das operações de
crédito, bem como 27% por arrecadação dos contribuintes. Sobre as despesas no mesmo ano,
62% foram relativos a encargos especiais e 19% por gastos com a Previdência Social, sendo que
apenas 4% foram os gastos com a saúde. Podemos constatar que os gastos em saude tem sido
ao longo dos anos limitado ao teto de 4% da receita, concentrados especialmente em relação
aos gastos hospitalares.
Nos anos que ocorreram a pandemia por COVID19, observa-se que há um fenômeno
de maior despesa e menor receita. Em 2020, tivemos a receita de 3,5 trilhões de reais e a
despesa de 4,1 trilhões de reais. Neste ano, segundo dados do Portal, pudemos observar que
48% foi arrecadada via operações de credito e 26% pelos contribuintes. Das despesas,
observamos que 55% ocorreram por encargos especiais, 18% devido a Previdência Social e 5%
com gastos relacionados a Saude. Observamos que houve aumento de 1% na receita,
provavelmente relacionada aos gastos em saude relativos a pandemia. Em relação aos gastos
em saude neste período pudemos observar um fenômeno interessante que não ocorrera em
outro período. Os gastos relacionados com a administração geral na área da saude estimaram-
se em 39%, muito acima do estimado de gastos com a assistência hospitalar e ambulatorial,
que esteve entre 31% e em seguida a Atenção Básica com 14% dessas despesas.
Em 2021, a receita correspondeu a cerca de 4 trilhões de reais e a despesa de 4,3
trilhões de reais. Neste ano, observamos segundo os dados do Portal, que 58% das receitas
obtidas no ano de 2021 ocorreram através das operações de crédito, bem como 21% por
arrecadação dos contribuintes. Sobre as despesas no mesmo ano, 63% foram relativos a
encargos especiais e 18% por gastos com a Previdência Social, sendo que apenas 4% foram os
gastos com a saúde. Nesta época o Brasil enfrentava a pior fase do desenvolvimento da COVID-
19 e pudemos observar que os gastos em saude foram mantidos no mesmo patamar dos anos
anteriores. Dos gastos em saude, obtivemos 40% de gastos relacionados a assistência
hospitalar e ambulatorial , 19% de gastos com a Atenção Básica e 16% relacionada a Vigilância
Epidemiológica, dado que em 2021 a pandemia por COVID-19 estava acentuada no Brasil, com
níveis elevados de transmissão populacional e necessidade de testagem em massa da
população.
Em 2022 o orçamento da receita foi de aproximadamente 4,7 trilhões de reais e o da
despesa de 4,8 trilhões de reais. Segundo dados de acesso pelo Portal, 50% das receitas
obtidas no ano de 2019 ocorreram através das operações de crédito, bem como 23% por
arrecadação dos contribuintes. Sobre as despesas no mesmo ano, 64% foram relativos a
encargos especiais e 18% por gastos com a Previdência Social, sendo que apenas 3% foram os
gastos com a saúde. Observa-se novamente queda do investimento final em saude, ainda que
o Brasil estivesse enfrentando o maior desafio de saude global da historia. Em 2022 observa-se
que 42% das despesas em saude foram com a assistência hospitalar e ambulatorial e 23% com
a Atenção Básica.
De modo geral podemos observar alguns apontamentos:
 Houve o aumento considerável da receita no triênio que antecedeu a ocorrência da
pandemia por COVID19 no Brasil, sendo a media de receita de 3,2 trilhões de reais.
Neste mesmo período pudemos observar que a despesa se manteve abaixo da receita,
aproximadamente 3,1 trilhões de reais. Neste período o investimento em saude se
manteve estável, dado que os gastos em saude estimaram-se entre 4% da despesa.
Não houve aumento das despesas com investimentos na Atenção Básica, sendo que a
maior parcela de gastos se deu devido a atenção hospitalar e ambulatorial.
 Nos anos que ocorreram a pandemia por COVID-19, desde a declaração da
Organização Mundial da Saude em marco de 2019 ao final de 2022, pudemos observar
que entre 2020 a 2022 a despesa foi maior do que a receita, e haja visto a ocorrência
da pandemia, os gastos em saude elevaram-se substancialmente, com o fenômeno de
maiores gastos relacionados com a administração geral, alem da atenção hospitalar e
ambulatorial e a vigilância epidemiológica. Dado que o numero cada vez mais
crescentes de casos e a alta transmissibilidade em território nacional, foram gastos
recursos para conter o avanço da pandemia, com acoes de saude, hospitais de
campanha e vacinação, alem de outras medidas preventivas em saude.
 Em relação as receitas, nos últimos 5 anos houve aumento considerável da captação de
recursos pelo Governo, através das operações de credito que movimentam a economia
do País, bem como pela contribuição pelos brasileiros. Observa-se o aumento da
contribuição pelo povo, porem o congelamento de gastos relacionados a necessidades
fundamentais, como saude, garantidas pela Constituição.
 A Atenção Básica vem sofrendo o impacto do baixo investimento em saude, quando
observamos que ano após ano, o orçamento vem se congelando ou diminuindo nesta
área, ocasionando uma paralisação de investimentos em programas de saude básicos
para a população, com déficit na prevenção, promoção e reabilitação da saude.
 Observa-se que o País tem uma alta receita porem não tem investido em saude,
trabalho, previdência social da população brasileira, que tem envelhecido conforme os
indicadores do IBGE e que devido às condições de cronicidade tem onerado os gastos
públicos, necessitando ser repensado este modelo.

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