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Higiene do Trabalho

Prof. Eduardo Costa da Motta Aula 06


Definição

• Ciência dedicada ao

- reconhecimento,

- avaliação e

- controle de fatores ou tensões ambientais,

que surgem no trabalho ou do trabalho, e que podem

- causar doenças,

- prejuízos à saúde ou ao bem-estar, ou

- desconforto significativo entre trabalhadores ou entre


cidadãos da comunidade
Etapas

1) Reconhecimento

2) Avaliação

3) Medidas de Controle
Etapas

• Reconhecimento

- Se um agente tóxico não for reconhecido, não será


avaliado nem controlado
Etapas

• Avaliação

- Se o ambiente for saudável, possivelmente não


teremos doenças profissionais

• Avaliação quantitativa (com medições)

• Avaliação qualitativa (com Mapa de Riscos)


Etapas

• Medidas de Controle

- Controle dos agentes reconhecidos e avaliados


Medidas de Controle

• Devem ser adotadas priorizando-se a sua eficiência, isto


é:

- em primeiro lugar as que se referem a fonte

- seguidas das que se referem ao percurso e,


finalmente,

- as relativas aos trabalhadores


Medidas de Controle

Fonte Percurso Trabalhador


(geração) (propagação) (recepção)

Medidas relativas ao ambiente


Riscos Ocupacionais

• Decorrem das condições precárias inerentes ao ambiente


ou ao próprio processo operacional das diversas
atividades profissionais

• São, portanto, as condições ambientes de insegurança


do trabalho, capazes de afetar

- a saúde,

- a segurança e

- o bem-estar do trabalhador
Riscos Ocupacionais

• O texto da NR 5 antiga, com redação pela Portaria


33/1983, incluía um anexo referente à elaboração do
Mapa de Riscos, conforme Portaria Nº 25, de 29/12/1994
Riscos Ocupacionais

• O texto em vigor da NR 5, com redação dada pela


Portaria 8/1999, retificada em 12/07/1999, mantém entre
as atribuições da CIPA, a elaboração do Mapa de Riscos,
mas deixa de detalhar as etapas de elaboração e de
apresentar a classificação dos principais riscos
ocupacionais
Riscos Ocupacionais

• A CIPA não tem como atribuição fazer avaliações


quantitativas para identificação dos riscos

• A atribuição de medir e quantificar é do SESMT, ou do


responsável pelo PPRA

• A CIPA deve identificar os riscos para poder elaborar o


mapa de riscos, que é uma metodologia de avaliação
qualitativa e subjetiva dos riscos presentes no trabalho
Riscos Ocupacionais

• A NR 5 não mais estabelece a metodologia para a


elaboração do mapa de riscos, ficando aberta a
possibilidade de utilização de metodologias mais
avançadas

• Nada impede, porém, que se adote a metodologia


estabelecida em redação anterior da NR 5
Riscos Ocupacionais

• Muitos dos riscos que aparecem na Tabela I do Anexo IV


da NR 5 antiga, reproduzido a seguir, são, na verdade,
infrações às NR, e não riscos ocupacionais inerentes à
tarefa

• A identificação de infrações pode ser feita em um "check-


list" (lista de verificação), mas não deveria constar de um
mapeamento dos riscos
Riscos Ocupacionais

• Podem constituir-se em riscos inerentes a determinadas tarefas:

- ruídos

- vibrações

- vapores

- bactérias

- esforço físico intenso e

- eletricidade

• Riscos esses para os quais o trabalhador deveria ser alertado e


treinado, quanto às medidas de proteção adequadas a serem
tomadas
Riscos Ocupacionais

• Mesmo os riscos ocupacionais inerentes à tarefa devem


ser limitados àqueles para os quais foram adotadas todas
as medidas de proteção obrigatórias pelas NR, por
exemplo, nos riscos oriundos de “Eletricidade"
Riscos Ocupacionais

• Todas as exigências da NR 10 devem estar sendo


atendidas, não fazendo sentido mapear como risco de
acidentes

- um condutor sem isolamento adequado ou

- uma chave de faca sendo usada para acionar


equipamento
Riscos Ocupacionais

• Do mesmo modo, máquinas e equipamentos sem


proteção, por exemplo, constituem-se em infração ao
disposto na NR 12, devendo ser reconhecido e corrigido,
não fazendo sentido "mapear" esse tipo de risco
Riscos Ocupacionais

• Reprodução do Anexo IV, do texto antigo da NR5, que trata


do Mapa de Riscos

1. O Mapa de Riscos tem como objetivos:

a) reunir as informações necessárias para estabelecer o


diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho
na empresa;

b) possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação


de informações entre os trabalhadores, bem como estimular
sua participação nas atividades de prevenção.
Riscos Ocupacionais

1. Etapas da elaboração:

a) conhecer o processo de trabalho no local analisado:

- os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos


profissionais e de segurança e saúde, jornada;

- os instrumentos e materiais de trabalho;

- as atividades exercidas;

- o ambiente.
Riscos Ocupacionais

b) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme


a classificação da Tabela I;

c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:

- medidas de proteção coletiva;

- medidas de organização do trabalho;

- medidas de proteção individual;

- medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios,


vestiários, armários, bebedouro, refeitório, área de lazer.
Riscos Ocupacionais

d) identificar os indicadores de saúde:

- queixas mais freqüentes e comuns entre os


trabalhadores expostos aos mesmos riscos;

- acidentes de trabalho ocorridos;

- doenças profissionais diagnosticadas;

- causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.


Riscos Ocupacionais

e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no


local;

f) elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa,


indicando através de círculo:

- o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor


padronizada na Tabela I;

- o número de trabalhadores expostos ao risco, o qual


deve ser anotado dentro do círculo;
Riscos Ocupacionais

- a especificação do agente (por exemplo: químico -


sílica, hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico-
repetitividade, ritmo excessivo) que deve ser anotada
também dentro do círculo;

- a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos


trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos
proporcionalmente diferentes de círculos.
Riscos Ocupacionais

3. Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de


Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada
local analisado, de forma claramente visível e de fácil
acesso para os trabalhadores.

4. No caso das empresas da indústria da construção, o


Mapa de Riscos do estabelecimento deverá ser realizado
por etapa de execução dos serviços, devendo ser revisto
sempre que um fato novo e superveniente modificar a
situação de riscos estabelecida.

Riscos Ocupacionais
GRUPO 1: GRUPO 2: GRUPO 3: GRUPO 4: GRUPO 5:
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado

Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e transporte Máquinas e equipamentos sem


manual de peso proteção

Névoas Protozoários
Radiações ionizantes Exigência de postura Ferramentas inadequadas ou
inadequada defeituosas
Neblinas Fungos
Radiaçõess não
ionizantes Controle rígido de Iluminação inadequada
Gases Parasitas
produtividade

Frio Eletricidade
Vapores Bacilos
Imposição de ritmos
excessivos
Calor Probabilidade de incêndio ou
Substâncias, compostos
explosão
ou produtos químicos
Trabalho em turno e noturno
Pressões anormais em geral
Armazenamento inadequado
Jornadas de trabalho
Umidade
prolongadas
Animais peçonhentos

Monotonia e repetitividade
Outras situações de risco que
poderão contribuir para a
Outras situações causadoras ocorrência de acidentes
de stress físico e/ou psíquico
Riscos Ocupacionais

• Divisão dos riscos ocupacionais:

- Agentes físicos
- Riscos ambientais
- Agentes químicos
- Agentes biológicos
- Riscos ergonômicos

- Riscos de acidentes
Riscos Ocupacionais

• Riscos ambientais

- Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos,


químicos e biológicos existentes nos ambientes de
trabalho que, em função de sua natureza,
concentração ou intensidade e tempo de exposição,
são capazes de causar danos à saúde do trabalhador
Riscos Ocupacionais

• Agentes físicos

- Diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores,


tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
radiações ionizantes, bem como o infrassom e ultrassom

• Agentes químicos

- As substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo


pela via respiratória, nas formas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases
ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter
contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão

• Agentes biológicos

- As bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros


Riscos Ocupacionais

• Riscos ergonômicos

- São aqueles relacionados com fatores fisiológicos e


psicológicos inerentes à execução das atividades
profissionais

- Podem produzir alterações no organismo e estado


emocional dos trabalhadores, compromentendo a sua
saúde, segurança e produtividade

- Exemplos: movimentos repetitivos, trabalho de pé, postura


inadequada, mobiliário inadequado, desconforto térmico,
desconforto acústico, controle rígido da produtividade, etc
Riscos Ocupacionais

• Riscos de acidentes

- Qualquer circunstância ou comportamento que


provoque alteração da rotina normal de trabalho

- Exemplos: máquinas sem proteção, fios


desencapados, animais peçonhentos
Exemplo: Agentes Físicos

• Principais agentes

- Umidade

• contato prolongado da pele com água pode implicar


em comprometimento da membrana protetora,
tornando-a suscetível à penetração de agentes
provocadores de patologias, podendo implicar em
danos ao aparelho respiratório e reumatismo
Exemplo: Agentes Físicos

- Temperaturas anormais

• caracteriza-se por condições térmicas extremas no


ambiente de trabalho, representadas pelo calor ou frio
extremo

• o calor pode afetar a saúde e o rendimento do trabalho,


implicando em insolação, prostração térmica,
desidratação dentre outros

• o frio intenso, comum em câmaras frias, pode incorrer


em congelamento dos membros, hipotermia, lesões
cutâneas dentre outras possibilidades
Exemplo: Agentes Físicos

- Ruído

• o ruído elevado tem a capacidade de oportunizar a


redução da audição do trabalhador, assim, quanto
maior os índices encontrados, mais suscetibilidade
de levar o indivíduo à surdez ocupacional
Exemplo: Agentes Físicos

- Radiações não ionizantes

• caracterizam-se pelas micro-ondas, as radiações


ultravioleta e infravermelha, radiofrequência e o laser

• os efeitos destas radiações são variáveis conforme a


espécie, a intensidade e a duração de exposição,
bem como o de absorção e uso de equipamentos,
comumente resultam em queimaduras, lesões
oculares, dentre outras
Exemplo: Agentes Físicos

- Radiações ionizantes

• podem ser decorrentes de eventos naturais ou


artificiais, em sua dinâmica, ionizam o meio e
alteram a normalidade das substâncias que estão
em contato, tais como raio X, cujos efeitos são de
curto ou longo prazo, como alterações sanguíneas,
queimaduras e hemorragias, a curto prazo

• a longo prazo menciona-se alterações celulares,


catarata e cânceres
Exemplo: Agentes Físicos

- Pressões anormais

• acima ou superior à pressão atmosférica, podendo


resultar em rompimento do tímpano, irritação de
pulmões, dores abdominais, exoftalmia (saliência do
globo ocular), obstrução de vasos sanguíneos,
embolia traumática pelo ar, intoxicação por gases,
doença descompressiva, dentre outros
Exemplo: Agentes Físicos

- Vibrações

• os efeitos vibratórios são compreendidos como


consequência de transferência de energia para o
corpo humano que passa a funcionar como receptor
de energia mecânica

• os resultados podem ser o cansaço, irritação, dor de


ouvido, dormência em partes do organismo foco das
vibrações, também podendo resultar em artrite,
problemas nas articulações e lesões ósseas e
circulatórias
Exemplo: Ruído

• As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas


produzem ruídos que podem atingir níveis excessivos,
podendo a curto, médio e longo prazos provocar sérios
prejuízos à saúde

• Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da


sensibilidade individual, as alterações danosas poderão
manifestar-se imediatamente ou gradualmente

• Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo


de exposição ocupacional
Exemplo: Ruído
Exemplo: Ruído

• O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso,


ocasionando:

- fadiga nervosa

- alterações mentais: perda de memória, irritabilidade,


dificuldade em coordenar idéias

- hipertensão

- modificação do ritmo cardíaco


Exemplo: Ruído

- modificação do calibre dos vasos sanguíneos

- modificação do ritmo respiratório

- perturbações gastrointestinais

- diminuição da visão noturna

- dificuldade na percepção de cores

- atinge, também, o aparelho auditivo causando a perda


temporária ou definitiva da audição
Exemplo: Ruído

• Medidas de controle

- Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído


no local de trabalho, podem ser adotadas as seguintes
medidas:

• Medidas de proteção coletiva:

- enclausuramento da máquina produtora de ruído

- isolamento de ruído
Exemplo: Ruído

• Medida de proteção individual:

- fornecimento de EPI (no caso, protetor auricular) -


o EPI deve ser fornecido na impossibilidade de
eliminar o ruído ou como medida complementar
Exemplo: Ruído

• Medidas médicas:

- exames audiométricos periódicos

- afastamento do local de trabalho

- revezamento
Exemplo: Ruído

• Medidas educacionais:

- orientação para o uso correto do EPI

- campanha de conscientização
Exemplo: Ruído

• Medidas administrativas:

- tornar obrigatório o uso do EPI

- controlar seu uso


Exemplo: Mapa de Riscos
Exemplo: Mapa de Riscos
Exemplo: Mapa de Riscos
Exemplo: Mapa de Riscos

• Presença de risco simultâneos


Exemplo: Mapa de Riscos
Insalubridade

• A palavra “insalubre" vem do latim e significa aquilo que


origina doença

• Insalubridade é a qualidade de insalubre


Insalubridade

• Conceito legal art. 189 da CLT

- Serão consideradas atividades ou operações insalubres


aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de
trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão

• da natureza do agente

• da intensidade do agente e

• do tempo de exposição aos seus efeitos


Insalubridade

• Art. 190 da CLT

- O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades


e operações insalubres e adotará normas sobre os critérios
de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância
aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo
máximo de exposição do empregado a esses agentes

- Parágrafo único - As normas referidas neste artigo


incluirão medidas de proteção do organismo do
trabalhador nas operações que produzem
aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou
incômodos.      
Insalubridade

• Dessa maneira, se o elemento nocivo não estiver no


quadro elaborado pelo MTE, não será devido o adicional
de insalubridade

• Se houver uma reclassificação de um determinado


agente, o mesmo deixar de ser considerado insalubre, o
respectivo adicional de insalubridade deve deixar de ser
pago, sem que se torne direito adquirido
Insalubridade

• As atividades insalubres estão caracterizadas na NR 15,


aprovada pela Portaria MTb nº 3.214/78, a qual descreve
agentes químicos, físicos ou biológicos prejudiciais à
saúde do trabalhador

• Para que haja a insalubridade, é preciso que o


trabalhador preste serviços em condições de trabalho
com limites de tolerância superiores aos fixados na NR 15

• A exposição eventual a agentes insalubres não


descaracteriza o pagamento do adicional de
insalubridade
Insalubridade

• De acordo com a NR 15, são considerados agentes


nocivos à saúde do trabalhador, por exemplo, entre
outros:

a) físicos - calor, frio, pressão, radiações ionizantes

b) químicos - poeira, gases;

c) biológicos - bactérias, fungos, vírus, bacilos


Insalubridade

• A eliminação ou a neutralização da insalubridade


ocorrerá: (art. 191 da CLT)

- com a adoção de medidas que conservem o ambiente


de trabalho dentro dos limites de tolerância (art. 191 da
CLT, I)

- com a utilização de equipamentos de proteção


individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade
do agente agressivo a limites de tolerância (art. 191 da
CLT, II)
Insalubridade

• Cabe às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada


a insalubridade, notificar as empresas, estipulando
prazos para sua eliminação ou neutralização (art. 191 da
CLT, parágrafo único)
Insalubridade

• O exercício de trabalho em condições insalubres, acima


dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do
Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de (art. 192 da CLT)

- 40% do salário-mínimo da região no grau máximo

- 20% do salário-mínimo da região no grau médio

- 10% do salário-mínimo da região no grau mínimo   


Insalubridade

• Súmulas do TST (Tribunal Superior do Trabalho)

- Súmula n° 47

• O trabalho executado em condições insalubres, em


caráter intermitente, não afasta, só por essa
circunstância, o direito à percepção do respectivo
adicional.
Insalubridade

- Súmula n° 80

• A eliminação da insalubridade mediante


fornecimento de aparelhos protetores aprovados
pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a
percepção do respectivo adicional.
Insalubridade

- Súmula n° 139

• Enquanto percebido, o adicional de insalubridade


integra a remuneração para todos os efeitos legais.
Insalubridade

- Súmula n° 228

• ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO 


(redação alterada na sessão do Tribunal Pleno em
26.06.2008) - Res. 148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 -
Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008. SÚMULA CUJA
EFICÁCIA ESTÁ SUSPENSA POR DECISÃO LIMINAR DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012.

• A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula


Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de
insalubridade será calculado sobre o salário básico, salvo
critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.
Insalubridade

• Ver http://tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/
content/stf-anula-parte-da-sumula-228-do-tst-
sobre-base-de-calculo-do-adicional-de-
insalubridade?
refererPlid=10730&inheritRedirect=false

- STF anula parte da Súmula 228 do TST sobre


base de cálculo do adicional de insalubridade
Insalubridade

‣ O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo


Tribunal Federal, cassou  parte da Súmula 228 do
Tribunal Superior do Trabalho que estipulava o
salário básico como base de cálculo do adicional
de insalubridade […]

‣ Na decisão, o ministro Lewandowski explicou


que, no julgamento que deu origem à SV 4, o STF
entendeu que, até que seja superada a
inconstitucionalidade do artigo 192 da CLT por
meio de lei ou de convenção coletiva, a parcela
deve continuar a ser calculada com base no
salário mínimo.
Insalubridade

‣ Por essa razão, concluiu que a decisão do


Plenário do TST que deu nova redação à
Súmula 228 contrariou o entendimento firmado
pelo Supremo a respeito da aplicação do
enunciado da SV 4. Com esse fundamento,
julgou procedente a reclamação para cassar a
Súmula 228 do TST “apenas e tão somente na
parte em que estipulou o salário básico do
trabalhador como base de cálculo do
adicional de insalubridade devido”.
Insalubridade

- Assim, apesar da contradição existente entre as


normas e discussões acerca da validade ou não
do artigo 192 da CLT, enquanto não editado outro
em seu lugar, não resta dúvida de que a base de
cálculo do adicional de insalubridade continua
sendo o salário mínimo.
Insalubridade

- Súmula n° 236

• A responsabilidade pelo pagamento dos honorários


periciais é da parte sucumbente na pretensão
relativa ao objeto da perícia.
Insalubridade

- Súmula n° 248

• A reclassificação ou a descaracterização da
insalubridade, por ato da autoridade competente,
repercute na satisfação do respectivo adicional, sem
ofensa a direito adquirido ou ao princípio da
irredutibilidade salarial.
Insalubridade

- Súmula n° 289

• O simples fornecimento do aparelho de proteção


pelo empregador não o exime do pagamento do
adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as
medidas que conduzam à diminuição ou eliminação
da nocividade, entre as quais as relativas ao uso
efetivo do equipamento pelo empregado
Insalubridade

- Súmula n° 292

• O trabalhador rural tem direito ao adicional de


insalubridade, observando-se a necessidade de
verificação, na forma da lei, de condições nocivas à
saúde.
Insalubridade

- Súmula n° 293

• A verificação mediante perícia de prestação de


serviços em condições nocivas, considerado agente
insalubre diverso do apontado na inicial, não
prejudica o pedido de adicional de insalubridade.
Insalubridade

- Súmula n° 448

• I – Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo


pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo
adicional, sendo necessária a classificação da atividade
insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do
Trabalho.

• II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou


coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por
não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja
o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo,
incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE
nº 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano.
Periculosidade

• Conceito legal art. 193 da CLT

- São consideradas atividades ou operações perigosas, na


forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude
de exposição permanente do trabalhador a: 

- inflamáveis, explosivos ou energia elétrica (art. 193 da CLT, I)

- roubos ou outras espécies de violência física nas atividades


profissionais de segurança pessoal ou patrimonial (art. 193
da CLT, II)
Periculosidade

• O trabalho em condições de periculosidade assegura ao


empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre
o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações,
prêmios ou participações nos lucros da empresa (art. 193
da CLT, § 1°)

• O empregado poderá optar pelo adicional de


insalubridade que porventura lhe seja devido (art. 193 da
CLT, § 2°) - atividade simultânea - opção
Periculosidade

• Serão descontados ou compensados do adicional outros


da mesma natureza eventualmente já concedidos ao
vigilante por meio de acordo coletivo (art. 193 da CLT, §
3°)

• São também consideradas perigosas as atividades de


trabalhador em motocicleta (art. 193 da CLT, § 4°)
Periculosidade

• O direito do empregado ao adicional de insalubridade


ou de periculosidade cessará com a eliminação do
risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta
Seção e das normas expedidas pelo Ministério do
Trabalho (art. 194 da CLT)
Periculosidade

• A caracterização e a classificação da insalubridade e da


periculosidade, segundo as normas do Ministério do
Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico
do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no
Ministério do Trabalho (art. 195 da CLT)

• É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias


profissionais interessadas requererem ao Ministério do
Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou
setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar
ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas (art.
195 da CLT, § 1°) 
Periculosidade

• Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por


empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de
associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste
artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão
competente do Ministério do Trabalho (art. 195 da CLT, § 2°) 

• O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação


fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex
officio da perícia (art. 195 da CLT, § 3°)

- ex officio (de ofício): por iniciativa do juiz ou autoridade


administrativa, sem a necessidade de pedido pela parte
interessada
Periculosidade

• Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em


condições de insalubridade ou periculosidade serão
devidos a contar da data da inclusão da respectiva
atividade nos quadros aprovados pelo Ministro do
Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11 (art. 196 da
CLT)

- Art. 11 da CLT - A pretensão quanto a créditos


resultantes das relações de trabalho prescreve em
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até
o limite de dois anos após a extinção do contrato
de trabalho
Periculosidade

• Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou


transportados nos locais de trabalho, quando perigosos
ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua
composição, recomendações de socorro imediato e o
símbolo de perigo correspondente, segundo a
padronização internacional (art. 197 da CLT)

• Os estabelecimentos que mantenham as atividades


previstas neste artigo afixarão, nos setores de trabalho
atingidas, avisos ou cartazes, com advertência quanto
aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à
saúde (art. 197 da CLT, parágrafo único)
Periculosidade

- Súmula n° 39

• Os empregados que operam em bomba de gasolina


têm direito ao adicional de periculosidade (Lei nº
2.573, de 15.08.1955).
Periculosidade

- Súmula n° 132

• I – O adicional de periculosidade, pago em caráter


permanente, integra o cálculo de indenização e de
horas extras (ex-Prejulgado nº 3). (ex-Súmula nº 132 –
RA 102/1982, DJ 11.10.1982/ DJ 15.10.1982 – e ex-OJ
nº 267 da SBDI-1 – inserida em 27.09.2002)

• II – Durante as horas de sobreaviso, o empregado não


se encontra em condições de risco, razão pela qual é
incabível a integração do adicional de periculosidade
sobre as mencionadas horas. (ex-OJ nº 174 da SBDI-1
– inserida em 08.11.2000)
Periculosidade

- Súmula n° 191

• O adicional de periculosidade incide apenas sobre o


salário básico e não sobre este acrescido de outros
adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do
adicional de periculosidade deverá ser efetuado
sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.
Periculosidade

- Súmula n° 361

• ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
ELETRICITÁRIOS. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

• O trabalho exercido em condições perigosas,


embora de forma intermitente, dá direito ao
empregado a receber o adicional de periculosidade
de forma integral, porque a Lei nº 7.369, de
20.09.1985, não estabeleceu nenhuma
proporcionalidade em relação ao seu pagamento.
Periculosidade

- Súmula n° 364

• Tem direito ao adicional de periculosidade o


empregado exposto permanentemente ou que, de
forma intermitente, sujeita-se a condições de risco.
Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma
eventual, assim considerado o fortuito, ou o que,
sendo habitual, dá-se por tempo extremamente
reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 – inserida em
14.03.1994 – e 280 – DJ 11.08.2003)
Periculosidade

- Súmula n° 447

• Os tripulantes e demais empregados em serviços


auxiliares de transporte aéreo que, no momento do
abastecimento da aeronave, permanecem a bordo
não têm direito ao adicional de periculosidade a que
aludem o art. 193 da CLT e o Anexo 2, item 1, “c”,
da NR 16 do MTE.
Periculosidade

- Súmula n° 453

• O pagamento de adicional de periculosidade


efetuado por mera liberalidade da empresa, ainda
que de forma proporcional ao tempo de exposição
ao risco ou em percentual inferior ao máximo
legalmente previsto, dispensa a realização da prova
técnica exigida pelo art. 195 da CLT, pois torna
incontroversa a existência do trabalho em condições
perigosas.
Orientações Jurisprudenciais

• OJ 165. PERÍCIA. ENGENHEIRO OU MÉDICO.


ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE.
VÁLIDO. ART. 195 DA CLT (inserida em 26.03.1999). O
art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico
e o engenheiro para efeito de caracterização e
classificação da insalubridade e periculosidade, bastando
para a elaboração do laudo seja o profissional
devidamente qualificado.
Orientações Jurisprudenciais

• OJ 171. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ÓLEOS


MINERAIS. SENTIDO DO TERMO
“MANIPULAÇÃO” (inserida em 08.11.2000). Para efeito
de concessão de adicional de insalubridade não há
distinção entre fabricação e manuseio de óleos minerais –
Portaria nº 3214 do Ministério do Trabalho, NR 15, Anexo
XIII.Os estabelecimentos que mantenham as atividades
previstas neste artigo afixarão, nos setores de trabalho
atingidas, avisos ou cartazes, com advertência quanto
aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à
saúde (art. 197 da CLT, parágrafo único)
Orientações Jurisprudenciais

• OJ 173. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ATIVIDADE A CÉU


ABERTO. EXPOSIÇÃO AO SOL E AO CALOR. (redação alterada na
sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) – Res. 186/2012,
DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

- I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade


ao trabalhador em atividade a céu aberto, por sujeição à radiação
solar (art. 195 da CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78
do MTE).

- II – Tem direito ao adicional de insalubridade o trabalhador que


exerce atividade exposto ao calor acima dos limites de tolerância,
inclusive em ambiente externo com carga solar, nas condições
previstas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE.
Orientações Jurisprudenciais

• OJ 278. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA.


LOCAL DE TRABALHO DESATIVADO (DJ 11.08.2003). A
realização de perícia é obrigatória para a verificação de
insalubridade. Quando não for possível sua realização,
como em caso de fechamento da empresa, poderá o
julgador utilizar-se de outros meios de prova.
Orientações Jurisprudenciais

• OJ 324. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA


ELÉTRICO DE POTÊNCIA. DECRETO Nº 93.412/86, ART.
2º, § 1º (DJ 09.12.2003). É assegurado o adicional de
periculosidade apenas aos empregados que trabalham
em sistema elétrico de potência em condições de risco,
ou que o façam com equipamentos e instalações
elétricas similares, que ofereçam risco equivalente, ainda
que em unidade consumidora de energia elétrica.
Orientações Jurisprudenciais

• OJ 345. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. RADIAÇÃO


IONIZANTE OU SUBSTÂNCIA RADIOATIVA. DEVIDO (DJ
22.06.2005). A exposição do empregado à radiação
ionizante ou à substância radioativa enseja a percepção do
adicional de periculosidade, pois a regulamentação
ministerial (Portarias do Ministério do Trabalho nºs 3.393, de
17.12.1987, e 518, de 07.04.2003), ao reputar perigosa a
atividade, reveste-se de plena eficácia, porquanto expedida
por força de delegação legislativa contida no art. 200,
“caput”, e inciso VI, da CLT. No período de 12.12.2002 a
06.04.2003, enquanto vigeu a Portaria nº 496 do Ministério
do Trabalho, o empregado faz jus ao adicional de
insalubridade.
Acúmulo de Adicionais de
Insalubridade e Periculosidade

• A legislação não dá ao empregado o direito a receber


concomitantemente o adicional de periculosidade e o
adicional de insalubridade.

• Caso o empregado exerça suas funções,


simultaneamente, em ambiente perigoso e insalubre, o
mesmo poderá optar pelo adicional de insalubridade,
quando o valor deste for superior ao de periculosidade.

• Entretanto, há julgados admitindo que as empresas


paguem aos empregados os dois adicionais, desde que
os fatos geradores sejam distintos.
Estudo Dirigido

• NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho

• NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

• NR 15 - Atividade e Operações Insalubres

• NR 16 - Atividades e Operações Perigosas

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