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HAMLET

7º ANO

APRESENTADOR – Você sabia? Hamlet é uma das peças mais importantes de Shakespeare.
Nela, Hamlet é o príncipe da Dinamarca, filho do rei Mamiet e da rainha Gertrudes. O rei é
assassinado pelo próprio irmão, Cláudio, que se casa apressadamente com a rainha, gerando a
ira do príncipe Hamlet e sua busca por vingança.

(Entram Horácio, Marcelo e Bernardo)

HORÁCIO - Deus guarde a Vossa Alteza.

HAMLET - Alegra-me te encontrar com saúde... Horácio, se a memória não me falha.

HORÁCIO - O mesmo criado, príncipe, de sempre.

HAMLET - Amigo, amigo: é o nome que eu te dou. Qual a razão de deixar Vitemberga?...
Marcelo?

MARCELO - Meu bom príncipe...

HAMLET - Muito prazer. (A Bernardo) Bons dias. Mas falando sério, por que saiu de Vitemberga?

HORACIO - Simples disposição de um preguiçoso.

HAMLET - Não queira ouvir isso de teus próprios inimigos. Por isso, não me faças ao ouvido a
violência de depores contra ti próprio. Qual o motivo te trouxe?

HORÁCIO - Senhor, os funerais de vosso pai.

HAMLET - Meu caro condiscípulo, não zombes; creio que vieste para o casamento de minha mãe.

HORÁCIO - Realmente, foi bem perto.

HAMLET - Economia, Horácio! Os bolos fúnebres serviram para os frios do esposório.

Preferia encontrar no céu o inimigo mais ferrenho a viver tal dia, Horácio. As vezes julgo ver meu
pai.

MARCELO - Como, senhor?

HAMLET - Com os olhos da alma.

MARCELO – Eu o vi uma vez; um grande rei, de fato.

HAMLET - Um homem de respeito: jamais poderei ver alguém como ele.


HORÁCIO - Creio, senhor, que o vi nesta última noite.

HAMLET - A quem?

HORÁCIO - A vosso pai, senhor.

HAMLET - O rei meu pai?

[...]

HORÁCIO – Por duas noites a fio, estes senhores, o Bernardo e o Marcelo, quando montavam a
guarda, por volta da meia-noite, viram uma figura parecida com vosso pai, armado da cabeça até
os pés, avançando com postura lenta e grave. Eles, gelados pelo medo, não tiveram coragem de
falar com ele. Mas me contaram o fato, me confidenciaram sob maior reserva, ainda abalados.
Montei guarda com eles na outra noite... E eis que, na hora indicada, sob a forma que eles
descreveram, tudo exato, voltou a aparição... Sim, vosso pai, eu o reconheci.

HAMLET – Onde foi tudo isso?

HORÁCIO - Na esplanada, senhor, onde ficava o guarda.

HAMLET - Desejara tê-lo visto.

MARCELO - Sem dúvida, isso havia de causar-vos profunda admiração.

HAMLET - À noite, eu farei guarda; talvez ele retorne.

HORACIO - É quase certo.

HAMLET - Se ele me aparecer sob a figura de meu pai, falarei com ele, ainda que o inferno se
abra e me mande ficar quieto. Mas peço a todos: não falem a ninguém sobre isso, sejam
discretos. A qualquer ocorrência desta noite, troquem sinais apenas, não palavras. Saberei ser
grato. Passem bem. Na esplanada, entre as onze horas e as doze, pretendo aparecer.

TODOS - Nossos respeitos.

HAMLET - Vosso amor, como o meu. E agora, adeus. (Horácio, Marcelo e Bernardo saem)

A sombra de meu pai em armas. Tudo vai muito mal. Temo qualquer desgraça. Ah! Quem dera
que a noite já chegasse! Mas, até lá, minha alma precisa ser paciente. As ações más, embora a
terra as cubra, aos olhos dos mortais não se subtraem. (saí)

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