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INTRODUÇÃO:
DESENVOLVIMENTO
Esta noite há uma representação para o Rei. uma das cenas lembra
as circunstâncias que te narrei, da morte de meu pai. Peço, quando
vires a cena em questão, que observes meu tio com total
concentração de tua alma. Se a culpa que ele esconde não se
denunciar nesse momento, então o que vimos era um espírito do
inferno, e minha suspeita tão imunda quanto a forja de Vulcano. (Ato
III, cena II)1
Não podemos ignorar o fato de que Hamlet não temia a própria morte, ele não
valorizava sua vida terrena dando a ela valor inferior ao de um alfinete (ato I, cena
IV). O que Hamlet temia era que sua alma fosse enviada ao inferno caso ele
cometesse suicídio. Podemos perceber sua angústia para com o mundo em seu
famoso monólogo da primeira cena do terceiro ato: “ser ou não ser - eis a questão
[...]”, onde ele afirma que o motivo pelo qual os humanos aguentam os sofrimentos
deste mundo, é o medo do pós morte. Sendo assim, o Príncipe não hesitaria em
arriscar sua própria vida para cumprir seu plano. Ele também não hesitou em tirar
de seu caminho quem ameaçava atrapalhar sua vingança. Matou com suas próprias
mãos, Polônio, o lord camarista e enviou para morte seus antigos companheiros de
infância, Guildenstern e Rosencrantz, a estes últimos, não demonstrou
arrependimento devido à sua traição:
CONCLUSÃO
1
Vers. Inglês. Hamlet, Prince of Denmark by William Shakespeare [Collins edition] November, 1998
[Etext #1524]: “There is a play to-night before the king; One scene of it comes near the circumstance,
Which I have told thee, of my father's death: I pr'ythee, when thou see'st that act a-foot, Even with the
very comment of thy soul Observe mine uncle: if his occulted guilt Do not itself unkennel in one
speech, It is a damned ghost that we have seen; And my imaginations are as foul As Vulcan's stithy.”
2
Vers. em Inglês: “Why, man, they did make love to this employment; They are not near my
conscience; their defeat Does by their own insinuation grow: 'Tis dangerous when the baser nature
comes Between the pass and fell incensed points Of mighty opposites. “
agonia do príncipe em sua fala: “Sou arrogante, vingativo, ambicioso; com mais
crimes na consciência do que pensamento para concebê-los, imaginação para
desenvolvê-los, tempo para executá-los.” (Ato III, cena I). Apesar de toda a tragédia
que envolve o final da obra, Hamlet em seus momentos finais de vida
(consequência de envenenamento) executa o rei com o veneno de sua própria
armadilha, cumprindo a vingança do pai. Todos nós devemos reconhecer o quão
difícil foi para Hamlet aguentar o fardo da vingança, ainda assim ele a cumpriu
mesmo que seu tardar causou a morte de entes queridos, o que não torna Hamlet
um herói, mas devido a todas as questões emocionais pelas quais ele passou,
certamente não devemos julgá-lo como covarde.
REFERÊNCIAS: