Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Com a morte do Rei Hamlet, em menos de dois meses, Cláudio seu irmão e
autor do crime assume o reinado e casa-se com a sua então cunhada viúva
Gertrudes. Dessa forma, torna-se tio-padrasto do Príncipe Hamlet, além de Rei
da Dinamarca. Tal ocorrência deixou o príncipe ainda mais retraído. Nessa
perspectiva, é notório que Hamlet buscou vingança contra seu tio pela
insistência do fantasma de seu pai, entretanto, seu maior incômodo ocorria
pelo casamento de sua mãe.
“Um pequeno mês, antes mesmo que gastasse As
sandálias com que acompanhou o corpo de meu
pai, Como Níobe, chorando pelos filhos, ela, ela
própria - Ó Deus! Uma fera, a quem falta o sentido
da razão, Teria chorado um pouco mais - ela
casou com meu tio, O irmão de meu pai, mas tão
parecido com ele Como eu com Hércules! Antes
de um mês! Antes que o sal daquelas lágrimas
hipócritas Deixasse de abrasar seus olhos
inflamados, Ela casou. Que pressa infame, Correr
assim, com tal sofreguidão, ao leito incestuoso!”
Hamlet, Ato I, Cena II.
Pode-se inferir que ele desenvolveu um complexo de Édipo, que se caracteriza
quando o filho começa a sentir uma forte atração e ciúmes pela figura materna
e se rivaliza com a figura paterna. Portanto, Hamlet invejava o tio assassino
(Cláudio), justamente porque era o que gostaria de ter feito com o pai, com o
objetivo de “possuir” narcisisticamente a mãe (Gertrudes), assim, o príncipe é
fixado na mãe, desejando o lugar do tio em relação a rainha com a justificativa
da vingança.
R: Hamlet vivia uma crise interior, no meio palaciano sempre foi visto como
uma pessoa séria e mais retraída. Na peça, observa-se que ao elaborar o
plano contra o seu tio, o Príncipe assume o compromisso de fingir-se de louco
para apurar os fatos relatados pelo fantasma e pensar na estratégia de
vingança. Entretanto, ao fazer-se de louco, as pessoas ao seu redor
começaram a estranhar o seu comportamento. Muitos passaram a achar que
era pelo luto profundo pela morte do pai, outros pelo rápido casamento de seu
Tio Cláudio com sua mãe Gertrudes e até mesmo que Hamlet sofria de amor
por Ofélia. Por sua vez, o príncipe da Dinamarca era muito frio e racional, a
exemplo da sua frieza, destaca-se a morte de Polônio, pois ao fazer tal
execução ele não demonstrou o arrependimento imediato, apenas alegou
posteriormente que “Deus quis assim”.
“Hamlet (Puxando o florete.) Que é isso?
Um rato? Morto! Aposto um ducado; morto!
(Dá um lance com o florete através da
tapeçaria.).” Hamlet, Ato III, Cena IV.