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Renata Blümer

ppr digital
Prótese Parcial Removível
para iniciantes
Ren a t a B l ü m e r

ppr digital
Prótese Parcial Removível
para iniciantes

1a EDIÇÃO - 2023

Nova Odessa - SP - Brasil


Este livro foi elaborado com a finalidade de auxiliar
os colegas que estão iniciando na prótese parcial re-
movível, convencional ou digital, de maneira simples
e de fácil compreensão. Abordei temas como deli-
neamento, com grande ênfase nas áreas retentivas
e expulsivas de um dente, na determinação da tra-
jetória de inserção e remoção, na localização exata
da ponta ativa de um grampo, suas características
e indicações, nas classificações dos arcos parcial-
mente desdentados, que auxiliam no planejamento
e na comunicação CD/TPD. Também foram aborda-
dos tópicos de biomecânica, sistema de alavancas
e eixo de rotação, procedimentos laboratoriais para
a execução de uma PPR no sistema digital, o pas-
so a passo de um projeto dentro do software cad
odontológico, impressão 3D, inclusão, fundição,
acabamento e análise da infraestrutura metálica.

Espero motivar os colegas com relação à importância


do conhecimento teórico/laboratorial para a execução
com sucesso de uma PPR convencional ou digital.

Uma boa leitura!


Renata Blümer
Renata Blümer
CRO/TPD/SP 5.680

Técnica em prótese dentária pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba


da UNICAMP;

Atua na área da prótese parcial removível desde 1995 com laboratório na


cidade de Piracicaba-SP e no fluxo digital desde 2019;

Ministra aulas de desenho digital, cursos online e presencial;

Consultora da empresa Goldner & Co. Indústria de Produtos Odontológicos


Ltda, no processo de fundição da prótese parcial removível.
Autora
Parte 1. Generalidades 020
01. PPR Digital/PPR Convencional....................................................022
02. Delineamento: delinear é planejar...........................................026
Delineador e partes constituintes......................................................................... 026
Trajetória de inserção e remoção da PPR........................................................... 033
Delineamento pelo método das tentativas........................................................... 037

03. Delineamento Virtual.......................................................................044


Iniciando um projeto no módulo parcial Cad exocadGmbH................................. 045

04. Nomenclatura dos Dentes e das Faces...................................056


05. Classificação dos Arcos Parcialmente Desdentados........059
Classificação de Kennedy.................................................................................... 060
Regras de Applegate............................................................................................ 062
Classificação segundo a forma de transmissão das forças mastigatórias........... 064
Distribuição dos dentes ao longo do arco............................................................ 067
Formato do rebordo alveolar................................................................................ 070

06. Componentes de uma PPR............................................................072


Grampo circunferencial........................................................................................ 074
Grampos por ação de ponta................................................................................. 086
sumário

Grampos combinados.......................................................................................... 089

07. Apoio.......................................................................................................092
Nicho, forma e principais características.............................................................. 093

08. Conectores Menores........................................................................100


09. Conector Maior...................................................................................102
Características dos conectores maiores superiores............................................. 103
Situação de contato dos conectores maiores superiores com os
tecidos gengivais ................................................................................................. 104
Situação de alívio dos conectores maiores inferiores com os tecidos gengivais.... 105
Principais conectores maiores e indicações........................................................ 107
Conectores maiores superiores mais utilizados................................................... 108
Conectores maiores inferiores mais utilizados..................................................... 113

10. Sela..........................................................................................................121
11. Dentes Artificiais...............................................................................128
12. Divergentes..........................................................................................130
Prótese unilateral................................................................................................. 130
Reforço metálico para prótese total..................................................................... 131
Parte 2. Procedimentos Laboratoriais 132
Relação dentista-técnico em prótese dentária..................................135

13. Biomecânica........................................................................................142
Sistemas de alavancas........................................................................................ 142
Modelo de trabalho............................................................................................... 144
Aspectos de importância na avaliação de modelos digitais................................. 146

14. Medidas Sugeridas para Alguns Componentes


da PPR....................................................................................................156
O Desenho no Software Odontológico..............................................170
Passo a passo na execução do projeto............................................................... 171
1º Caso: superior classe III, mod. 2 de Kennedy................................................. 173
2º Caso: inferior classe II de Kennedy................................................................. 193

15. Criar Perfil Personalizado no Software do Exocad.............210


16. Impressão 3D......................................................................................212
Preparo para a impressão.................................................................................... 213
Limpeza................................................................................................................ 220
Pós-cura............................................................................................................... 221

17. Inclusão da Prototipagem..............................................................228


Manipulação do revestimento fosfatado............................................................... 231
Escala de aquecimento para eliminação da resina calcinável............................. 233

18. Fundição com Liga de Cobalto-Cromo (Co-Cr)....................236


19. Polimento..............................................................................................244
Análise da IEM no modelo................................................................................... 246

20. Ajuste de Grampos de uma Prótese Parcial


Removível com Alicate 139..........................................................248
21. Equipamentos e Materiais para a Confecção de uma
PPR no Fluxo Digital........................................................................252
PARTE 1
Generalidades
Parte 01

Generalidades
Capítulo 01
PPR Digital/PPR Convencional
Não importa a maneira como é confeccionada uma Prótese Parcial Removí-
vel (PPR), convencional ou digital, os princípios básicos que regem a cons-
trução dela devem ser respeitados.

Figura 01  Exemplo clássico de um ovo, representando um dente, fixado na platina do delineador demonstrando as áreas
retentivas e expulsivas, agora na tela do processador em imagem 3D.
Capítulo 03
Delineamento Virtual
Feito tridimensionalmente, em software CAD odontológico. Plataforma utilizada:
exocadGmbH DentalDB.

A confecção da IEM da PPR no fluxo digital inicia no consultório do CD, da


mesma forma que a PPR convencional, com todo o planejamento e plano de
tratamento. O CD encaminhara para o TPD o modelo e/ou arquivo.stl junto
com o planejamento.

O escaneamento digital pode ser feito de duas maneiras:

Direto (intraoral) pelo CD Indireto pelo CD ou TPD


O escaneamento é feito direto na boca Faz-se a moldagem final tradicional, e
do paciente. Registra-se a imagem dos este modelo de trabalho de gesso é digi-
arcos dentários, dos dentes, e dos teci- talizado. Pode ser digitalizado com o es-
dos adjacentes. câner intraoral ou de bancada.

Quando o escaneamento é direto, é necessário imprimir o modelo em resina


para prova e ajuste da IEM da PPR. Também é usado na montagem dos
dentes.

Figura 01  Escaneamento de bancada, software Shining 3D, arquivo gerado formato .stl.
A escala de cores nos remete às pontas calibradoras do delineador, e é ajus-

CAPÍTULO 03
tada pelo profissional conforme a sua preferência. É interessante equiparar a
área retentiva com as mesmas referências da calibração usada no delinea-
mento convencional, onde 0,250mm é a calibração usada para retenção com
a liga de Co-Cr.

Figura 10  Escala de cores ajustada com diversos valores para o mesmo caso. Observe a diferença entre elas.

As inclinações:
ƒ Inclinação anterior: aumentará as áreas retentivas mesiais e dimi-
nuirá as áreas retentivas distais nos dentes suportes.
ƒ Inclinação posterior: aumentará as áreas retentivas distais e diminui-
rá as áreas retentivas mesiais nos dentes suportes.
ƒ Inclinação lateral: aumentará as áreas retentivas das superfícies ves-
tibulares do lado direito, e diminuirá as áreas retentivas vestibulares do
lado esquerdo, enquanto aumentará as áreas retentivas das faces palati-
nas ou linguais do lado esquerdo. Na face palatina ou lingual do lado onde
o modelo é inclinado, costuma-se configurar um ângulo de divergência
que, somado à inclinação natural desta superfície, pode apresentar ex-
pulsividade que compromete as funções de reciprocidade e contenção do
braço de oposição.

Exceções: dentes com inclinação exagerada ou giroversão.

049
CAPÍTULO 03
Figura 18  Uma inclinação pode causar uma área retentiva muito favorável em um dente e eliminar uma desejável no
lado oposto do arco dentário, desequilibrando as retenções.

Nesta etapa do delineamento é definido o ângulo de inclinação de cera de


bloqueio/Draft angle. Este ângulo refere-se à inclinação da cera aplicada so-
bre as áreas retentivas do modelo de trabalho. É calculado como uma medida
em graus do eixo vertical a partir da trajetória de inserção definida. Um valor
incorreto (valores inferior a zero) nesta angulação pode resultar em peças
extremamente retentivas. Este ângulo corresponde ao bloqueio nas áreas de
interferências definido durante o delineamento.

ƒ Zero grau pode gerar peças retentivas.


ƒ Valores menores que zero geram peças retentivas.
ƒ Valores de 1 a 3 ou 4 graus oferecem boa inserção.
ƒ Valores maiores que 4 podem gerar peças folgadas.

Figura 19  Ângulo de inclinação da cera de bloqueio.

053
Capítulo 06
Componentes de uma PPR
A atuação do TPD é a confecção de trabalhos protéticos a pedido de um
CD. Trata-se de trabalho minucioso, como uma pequena obra de arte, que
envolve muita teoria. O TPD não pode se limitar a copiar o desenho; precisa
entender e respeitar o planejamento proposto. Conhecer todos os compo-
nentes da PPR e suas características é essencial para que o TPD execute o
desenho da melhor forma possível. Ao TPD cabe também toda a fase labora-
torial, conhecer e dominar todos os equipamentos e materiais, visando assim
à qualidade do trabalho.

3
2 1
1 2
3

4
5

1 1
2 2
3 3

1. Retentores 2. Apoios 3. Conectores menores 4. Conector maior 5. Selas

Figura 01  Componentes de uma PPR.


CONECTORES MAIORES INFERIORES MAIS UTILIZADOS

CAPÍTULO 09
Barra lingual com grampo
Barra lingual clássica
contínuo de kennedy

Placa lingual Barra vestibular

BARRA LINGUAL CLÁSSICA

A barra lingual é o conector maior clássico, um dos mais utilizados no plane-


jamento de PPRs inferiores.

Indicação: todas as Classes de Kennedy, desde que exista espaço suficiente


entre a gengiva marginal livre e o assoalho da boca, sendo o espaço mínimo
necessário de 8mm e o ideal de 10mm.

3 a 4 mm

3 a 4 mm

Forma de meia pera

Figura 18  Localização: situada entre o freio lingual e distante 3 ou 4mm da margem gengival livre. Caso este espaço seja reduzido ou nulo, deve
ser indicada uma placa lingual. A borda inferior da barra é colocada o mais inferior possível que permitam os tecidos do assoalho da boca, não
interferindo com a língua e nem retendo alimentos.

113
PARTE 2
Procedimentos
Laboratoriais
RELAÇÃO DENTISTA - TÉCNICO EM PRÓTESE DENTÁRIA
Parte 02

Procedimentos
Laboratoriais
Capítulo 14
Medidas Sugeridas para Alguns
Componentes da PPR
As medidas dos componentes de uma PPR variam de acordo com o pla-
nejamento, visando à rigidez necessária e flexibilidade quando desejada.
Estas medidas não são padronizadas, oscilam para mais ou para menos,
de acordo com a expertise do técnico.

Espessura: 1,400mm Largura: 3,800mm

Mesma largura do nicho, 1/3 da largura vestíbulo/lingual.

Figura 01  Conector menor molar desenhado com a ferramenta curvas e grampos com perfil personalizado. Molar
robusto, coroa alta.

Espessura: 0,800mm Largura: 2,400mm

A largura do braço de oposição deve coincidir com a largura inicial do braço de retenção.

Figura 02  Braço de oposição em molar.


Capítulo 15
O Desenho no Software
Odontológico
No início do aprendizado, a representação gráfica do desenho da futura
PPR, no modelo de trabalho delineado, feita pelo TPD, tem a finalidade de
auxiliar no desenho virtual no software CAD. O desenho no modelo de tra-
balho auxilia os profissionais que estão transitando da PPR convencional
para a PPR digital, uma vez que é representada graficamente no modelo
de trabalho a linha guia equatorial, determinando as áreas retentivas e ex-
pulsivas, como também é feita a marcação do local exato da ponta ativa do
braço de retenção do grampo escolhido. O TPD, por analogia, faz a com-
paração do delineamento convencional com o delineamento virtual compa-
rando e equiparando as áreas retentivas determinadas, procedimento este
feito até o TPD familiarizar-se com o delineamento virtual e, aos poucos, irá
abandonar esta prática.

O delineamento e a determinação do local exato da ponta ativa do braço de


retenção do grampo são um dos fatores determinantes para o sucesso da
PPR; um erro no posicionamento do grampo ou na calibração pode ser fatal,
gerando peças demasiadamente retentivas ou sem retenção.

Os desenhos a seguir têm como ponto de partida o arquivo stl da arcada


dentária obtido pelo escaneamento direto ou indireto; é criado um projeto
no software CAD odontológico para que o arquivo possa ser importado e o
projeto da futura PPR realizado. Através deste desenho o planejamento rea-
lizado pelo CD começa a ser materializado.
p 8º) Realizado o desenho das curvas sobrepostas da sela e do conector maior,
agora com a “ferramenta sela e conector maior superior” (“Mesh conector”)
p ajustar as “configurações” da sela: “padrão” (“Patten”) “redonda”, “quadrada”

r ou “sólida” (“Round”, “Square”, “Smooth”), o “tamanho do furo” (“hole size”), a


espessura da “cera da sela”(“mesh wax”) e a espessura da “cera do alívio”
d (“relief wax”). Ajustar as “configurações do conector maior: a “textura da su-

i perfície” (“Stipple pattem”) (liso ou com rugosidade), o “ângulo de queda da


borda” (“Scale”) e a “espessura” (Thickness”) do conector maior. Para deixar
g mais espessa alguma parte do conector maior, adicionar cera sobre o mode-

i lo com a ferramenta “clone” e marcar a opção “aplicar sobre a cera” (“Apply


over wax”). Configurações definidas – “Aplicar”. Sela e conector maior são
t aplicados simultaneamente nesta ferramenta. A largura do conector maior é

a definida durante o desenho. Neste caso, o padrão usado no conector maior


foi o “sólido” (Smooth”), ou seja, barra com aspecto liso e o padrão da sela
l também foi o sólido.

Figura 19  Configurações da sela e do conector maior superior.

A B

Figuras 20A,B  Em configurações as opções do formato da sela (redonda, quadrada ou sólida) (A). A espessura da cera da sela, da cera do alívio e
as configurações do conector maior, a espessura e a textura da superfície (B).

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p
p
r
d
i
g
i
t
a
l
Figura 01  Orientação da peça na plataforma de construção em um ângulo de aproximadamente 30o.

Os suportes para impressão 3D têm a finalidade de ancorar a estrutura da


peça e garantir que as camadas estejam bem resistentes e não deformem.
São definidos a densidade, a espessura, a altura e o ponto de contato dos
suportes gerados. Os suportes podem ser colocados automaticamente e/ou
manualmente no software da Preform. Para facilitar a remoção, são usados
suportes de toque leve com pontos de contato de 0,20mm a 0,30mm, passí-
veis de serem removidos com a mão. Os pontos de contato são áreas onde a
estrutura de suporte e a peça se encontram.

Figura 02  Os suportes são posicionados estrategicamente evitando falhas durante a impressão 3D.

214
p A
Ø Canal de alimentação 3,600mm
p
> 5,00mm
r < 10,00mm
d
i
g
i
t
a
l
B

1,00mm

Figuras 02A,B  Espessura de revestimento nas laterais maior que 0,500mm (A) e de 0,500mm a 1,00mm na base
superior (B).

ATENÇÃO: Leia o manual de instruções do fabricante.


Defina o protocolo do seu laboratório.

Se a prototipagem estiver bem adaptada ao modelo, deve resultar em uma


peça fundida bem adaptada ao modelo, sem afastamento, sem interferência
e de fácil adaptação. Se o resultado não for o esperado, o problema está no
controle da correta expansão do revestimento e compensação da contração
da liga metálica. Se a peça apresentar-se muita justa, isso se deve à falta
de expansão; para aumentar a expansão, deve-se aumentar a quantidade
de líquido especial (dióxido de silício) e diminuir a quantidade de água; para
diminuir a expansão, fazer o contrário: diminuir a quantidade de líquido e au-
mentar a quantidade de água, mantendo o volume final recomendado.

230
CAPÍTULO 19
A

Figuras 06A,B  Fundição bem sucedida; pelo formato do botão é possível saber o resultado.

241
Capítulo 22
Equipamentos e Materiais
para a Confecção de uma PPR
no Fluxo Digital
É necessário que o profissional conheça todos os equipamentos utilizados
para a confecção de uma PPR. Esse conhecimento e as habilidades de ma-
nuseio são obtidos por meio de estudo e da experiência do dia a dia. Os equi-
pamentos eletrônicos necessitam de suporte técnico essencial e um analista
para solucionar problemas com o software.

Hoje, há uma variedade muito grande de equipamentos e materiais no mer-


cado. Uma pesquisa criteriosa deve ser feita, verificando quais equipamentos
atenderão às suas necessidades. A pesquisa é árdua e deve ser cautelosa.

Antes de adquirir qualquer equipamento, é bom certificar-se de que ele irá


atender às suas necessidades. Se os materiais e equipamentos são de mar-
cas diferentes, verificar a compatibilidade entre eles.

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