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São Tomás de Aquino – Do Reino ou do Governo dos Príncipes ao Rei de Chipre (caps.
VII, VIII e IX )
Capítulo VII
É competente a alguns a promoção de um rei que não se incline para um tirano e estabelecer
uma forma de governo que não permita a tirania.
“Procurou para si o Senhor um homem conforme ao seu coração e ordenou-lhe o Senhor que
fosse chefe de seu povo” ( 1 Rs 13,14)
No caso desse rei ser excessivamente tirano convém ao povo tolerar, ainda que
temporariamente para que não ocorra problemas mais graves que a própria tirania ou que surja
um novo tirano ainda pior.
“Se, no entanto, de modo nenhum se puder obter auxílio humano contra o tirano, deve-se
recorrer ao rei de todos, Deus...”.( pagina 141)
Porém o povo precisa merecer de Deus o benefício de um bom rei, por meio do afastamento do
pecado.
Capítulo VIII
O cargo é muito oneroso então qual seria o prêmio para um bom rei?
“Indaga o que sobretudo há de mover o rei para o bem governar: se a honra, se a glória: expõe
as opiniões a respeito e define a questão.” (página 142)
“pois o príncipe, a quem não basta honra e glória, torna-se em consequência um tirano”
( página 142)”
“Quanto menos buscava a glória, mais a conseguia” ( [Catilina, LIV: CF. Agost.,Cidade de
Deus, V,12] página 143)
O rei deve ser verdadeiramente virtuoso. Cabe aos sábios doutores não determinar a honra e a
glória como prêmios ao príncipe. Ele deve também ser exemplo para os seus súditos.
Capítulo XI
“Qual o verdadeiro fim do rei, fim esse que deve levar a governar bem?” ( página 145)
“... se fala dos reis como ministros do reino de Deus. Devem os reis, por isso, esperar e Deus a
recompensa do seu governo.” (página 145)
Todos os que gozam da razão sabem que o prêmio da virtude é a felicidade que é o fim último
dos desejos do homem e isso só pode ser alcançada através de Deus. O bom rei terá sim a honra
dos homens, seus súditos e concidadãos, mas só a de Deus é a verdadeira e lhe trará a salvação
eterna.