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Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns (AESGA)

Faculdades Integradas de Garanhuns (FACIGA)


Curso: Direito Período: 1 – Disciplina: TGE e CPOL – Prof.: José Emerson

Aluno (a): Milena Raphaella Fidelis Ferreira


Data: 09/09/2023

O PRÍNCIPE - MAQUIAVEL

VISÃO GERAL:

Nicolau Maquiavel escreveu O príncipe enquanto estava em seu exilio, em


1513, porém a obra só foi publica 5 anos após sua morte, em 1532.
Ele escreveu a obra para aliar-se ao novo governante, um príncipe, com essa
aliança ele pretendia conseguir liberdade política e uma boa posição.
Mesmo que ele não tivesse conseguido o que almejava naquele instante em que
escreveu, sua obra mais tarde mudou a forma de como se ver a política e estratégias
para manutenção do poder.
O principal intuito dele era ensinar a como conquistar um povo e fazer com que
o governante se fixasse no poder.
Grandes frases dele ficaram famosas por sua genialidade e visão, como:

“Os homens têm menos receio de ofender a alguém que se faça amar do que
alguém que se faça temer. […] Deve, porém, fazer-se temer de modo que, se
não atrair o amor, afaste o ódio”.

“… aquele que não detecta no nascedouro os males de um principado não são


verdadeiramente sábio”.

„As injúrias devem ser cometidas de uma vez só, de modo que, por sua
brevidade, ofendam menos ao paladar; ao passo que os benefícios devem ser
feitos aos poucos, para que sejam mais bem saboreados. “

“Nada torna um príncipe tão estimado quanto realizar grandes


empreendimentos e dar de si raros exemplos”.

SOBRE O LIVRO:
CAP.1 e 2
O livro O Príncipe, de Nicolau Maquiavel em primeira instância fala sobre como
um principado deve ser mantido e governado. Ele argumenta que existe menos
dificuldade em governar algo que seja hereditário, que esteja no poder a décadas, do
que algo novo, pois, algo que esteja consistente é menos abalável, pois tem menos
necessidade de ser ofendido.

Cap.3
Logo após falar sobre isso, ele bota em ênfase as dificuldades de um
principado novo e como o mesmo deve ser mantido, dando exemplos positivos e
negativos. Começando pelo fato de que você enquanto príncipe "deverá se tornar o
chefe e defensor dos seus vizinhos poderosos e enfraquecer aqueles que são os mais
poderosos entre eles[...]". Como também dá dicas, primeiramente que a família do
antigo senhor da terra seja extinta e que suas leis e seus impostos não sejam
alterados. Desde então que ele também venha a morar no território conquistado, pois
se acontecer algum conflito ele vai estar lá para remediar. Outra medida eficaz
importa por ele é instalar colônias em alguns lugares, mas essas não sendo mantidas
por guerreiros, pois é muito gasto. Por fim ele fala que se deve tomar conta dos
problemas imediatos e prevê os futuros, assim como não deve evitar guerras, pois
uma hora ou outra ela irá vir à tona e você vai estar em desvantagem. Ele acaba o
cap. falando que "aquele que é a causa do poderio de alguém se arruína, pois poder
foi alcançado ou através de astúcia ou da força e ambas são suspeitas para aqueles
que se tornou poderoso"

Cap. 4
Maquiavel cita dois tipos de governos de principados, o que é governado por
príncipe e barões, e o que é governado por um príncipe e um grupo de servos que o
ajudam a governar, juntamente com ministros escolhidos por ele. Esse por sua vez
se mantém mais consolidado e seguro, pois quem o atacar vai perceber que há um
povo e um governo unido, não tendo muitos inimigos que vão se rebelar e ajudar na
derrota do seu príncipe.

Cap.5
Aqui ele fala como deve-se governar cidades ou principados que vivem sob
leis próprias e dá 3 caminhos, que é arruiná-los, habitar o estado e o último é permitir
que eles continuem vivendo sob as próprias leis.

Cap. 6
Principados conquistados com armas e habilidades próprias tem seu alto grau
de orgulho, visto que são esses que mais se destacam e os que mais se mantém de
pé. Pois esses não foram como principados hereditários ou coisa do tipo, esse não
foi por meio da sorte, mas por meio da força e habilidade. "Um homem sábio deve
sempre seguir os caminhos trilhados por grandes homens, e imitar aqueles que têm
sido supremos[...]"
Cap. 7
É notório que quando se há habilidade e conquista todas as coisas almejadas
com suas armas é muito mais fácil governar e manter, mas quando isso não ocorre,
o que fazer? Portanto, como funciona um governo que se conquista com armas dos
outros e com a sorte? Será que é mais fácil ou mais difícil governar depois?
Essa é uma boa pergunta e Maquiavel responde. Não, não é fácil, pois se precisa de
muito esforço para manter, ainda mais porque esses mesmos não têm sabedoria
necessária para manter a posição. Mas o contrário aconteceu, um duque conseguiu
conquistar com armas dos outros e com sorte, e mesmo assim teve habilidade e
sabedoria suficiente para manter o poder. Ele concluiu que para se conseguir você
não deveria dar tanta autoridade a um só homem, assim instituiu um advogado para
cada cidade. No final das contas ele conquistou tanto pode e tanta reputação que não
necessitava mais de sorte ou armas dos outros, tudo foi alcançado com seu poder e
habilidade.

Cap. 8
Entre todos os tipos de conquista, há de ter também aquele que consegue por
meio da perversidade. Pode-se citar o caso de Agátocles, que era ex militar e se
tornou príncipe, este por meio da violência, matando todos os senadores e os mais
ricos da cidade. "Contudo, sua crueldade extrema e sua desumanidade, com infinitas
maldades, não permitem que ele seja celebrado entre os homens mais ilustres."

Cap. 9
Tipos de principados:
Quando não se há lutas ou tentativas de conquistas e existe somente a vontade
de um povo para com o seu governante é chamado de principado civil. Desta forma
é mais fácil governar, pois a população o vê como igual e não tem uma visão de que
é um povo oprimido. Ele acaba dizendo que um príncipe sábio deve fazer com que
seus cidadãos tenham a necessidade do Estado e dele mesmo, desse modo, sempre
serão fiéis.

Cap.10
Para medir a força dos principados, é necessário que se perceba se ele precisa
de ajuda para se sustentar ou se ele faz isso sozinho. Pois, aquele que não precisa
da ajuda do outro não será fácil de atacar, pois tem sua cidade fortificada o suficiente.
Tira-se daí que um principado forte é aquele em que a sua população é única e a que
no príncipe confia, pois, com o povo único é muito mais difícil que um inimigo venha
a atacar, e se vier vai ser destruído.

Cap.11 Os
principados eclesiásticos são os mais fáceis de se comandar, visto que são
sustentados pelas ordens estabelecidas na religião. A pergunta que fica é como a
igreja obteve tanto poder assim. Respondendo isso, temos o tempo antes de
Alexandre, onde a duração média da vida de um papo era de 10 anos, pois sempre
havia alguém para os derrubar. Logo após surgir Alexandre VI, ele demonstrou o que
um papa com dinheiro e tropas poderia fazer. Fazendo assim com que o papa ficasse
forte, engrandecendo o poder da igreja. O Papa Júlio seguiu o que já estava sendo
implantado e fortaleceu ainda mais a igreja.

Cap.12
Tendo representado todos os tipos de principados, agora chegou a hora de
falar os meios de defesas e ataques de cada um. Primeiramente não se deve confiar
em mercenários, eles só querem saber deles e quando a guerra realmente vem eles
vão embora, são ambiciosos e traíras, então, se você for depender de mercenários é
bom saber que não está em boas mãos. Foi com essas tropas que a Itália viu sua
ruína, ficando sem alimentos e com o que era uma tropa de 20 mil homens, foi
reduzida para 2 mil.

Cap.13
As tropas auxiliares podem ser muito úteis, na verdade, elas são muito úteis,
porém, o problema delas é que se você perder, estará anulado, mas se ganhar, ela
vai estar sempre com você, tonando-se prisioneiros delas. Dessa forma, elas são
mais perigosas que as mercenárias, então se não desejar conquistar, pode usar
essas tropas, mas quem deseja, não. “Nas tropas mercenárias o perigoso é a
covardia; nas auxiliares é o heroísmo”.
Conclui-se então que sempre que possível, conquiste com suas tropas, nunca precise
de tropas auxiliares, pois é melhor perder com as suas do que perder com a dos
outros. Um exemplo a ser citado é o de Davi: “Davi se ofereceu a Saul para lutar
contra Golias[...]. Para encorajá-lo Saul o vestiu com suas próprias armaduras, algo
que Davi rejeitou, dizendo que não podia usá-las e que preferia enfrentar o inimigo
apenas com seu estilingue e a sua faca.”

Cap.14
O príncipe deve somente ter um pensamento: A guerra. Ela deve ser estudada,
junto com suas regras e disciplinas. Essa é a mais importante, pois até quem não tem
posto de poder, com inteligência e sabedoria de guerra consegue subir até ele. Um
governador sem a até de guerra não se mantém muito tempo no poder.
Sobre o que ele deve fazer: manter suas tropas organizadas e exercitada e
fazer com que suas tropas conheçam a natureza. Outra importante coisa é estudar
as ações de homens ilustres, examinar suas vitórias e derrotar, para que ele evite as
derrotas e imite as vitórias.

Cap. 15
O que leva um Principe a ser visto de uma boa forma é saber fazer o mal, e
quando fizer, que seja por conta da necessidade, nunca por fazer. Dessa forma,
botando de lado coisas irreais e focando nas que realmente importam.
Todos esperam que um príncipe perfeito seja aquele que tem todas as boas
qualidades, criam essa pessoa por meio de uma ilusão, até porque sabemos que
somos todos pessoas, e não tem ninguém perfeito. Então é preciso que você “seja
prudente o suficiente para que saiba como evitar a infâmia daqueles vícios que fariam
perder o poder e também se manter, se possível, longe daqueles que colocariam seu
posto em risco”.

Cap. 16
Tem que usar a sua liberalidade de forma prudente, pois se usada de forma
equivocada poderá ofender o povo com sua ostentação, e para manter ela vai custar
muito caro, tendo assim que aumentar os impostos, dessa forma fará com que todos
o odeiem. Ou exerce a liberalidade de uma vez assumindo os riscos, ou terá sempre
que viver em uma corda bamba, tendo que manter, dessa forma, a fama de
parcimônia.

Cap. 17
Antes de adentrar nesse capítulo, é bom deixar ressaltados que é o mais
conhecido e citado em todos os cantos. É sobre a discursão do que deve ser melhor:
ser amado ou ser temido?
Temos em primeiro lugar que dosar como desejamos sermos vistos, sim como
clemente, mas não como cruel, porém não se pode usar a clemência errada nem e a
crueldade é totalmente descartada. O príncipe deve sempre manter seu povo unido,
e não ter medo da má fama de cruel.
A partir da questão sobre que o príncipe não deve demonstrar medo, mas agir de
forma prudente e equilibrada, que surge a questão: é melhor ser amado ou ser
temido?
De forma geral, é melhor ser temido que amado, pois você pode fazer o que
for e as pessoas se voltam contra você quando qualquer coisa foge de sua
expectativa, são muito mais sem escrúpulos com quem amam. Quando se teme
alguém o medo os une, devido ao pavor do castigo. Entretanto, existe uma linha tênue
que separa o temor do ódio, deve ser temido sem ser odiado. Conclui-se dizendo:
“um Principe sábio deve se apoiar naquilo que pode controlar, e não nos outros. Deve
apenas se empenhar para evitar o ódio”.

Capítulos finais. Pontos importantes.

Como bajuladores devem ser tratados?


Uma das formas de evitar eles é mostrar que a verdade não lhe ofende, e quando
todos estão cientes disso, o respeito por você aumenta. Porém o príncipe sábio deve
escolher pessoas de sua confiança para lhe dar conselhos e lhe dizer as verdades,
são esses os conselheiros.

° “As defesas somente são confiáveis, certas e duradouras quando dependem de


você e da sua virtude”
° “O príncipe não deve se preocupar em honrar suas promessas. Pelo contrário,
somente aqueles que conseguem ludibriar a opinião pública conseguem algum
destaque.”
° “A estima de um príncipe se eleva de acordo com suas grandes ações e notáveis
exemplos.”
° “Há quem acredite que a fortuna, o acaso, sejam forças completamente superiores
às vontades humanas. Maquiavel, no entanto, considera que o livre arbítrio do homem
é responsável por grande parte do seu destino, de força que alguém precavido é
capaz de sobressair a situações contrarias que lhe apareçam.”

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