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Resumo do livro “O Príncipe” de Maquiavel

Trabalho de Sociologia
PIO XII
2ª série EM 2023
Alunos: Daniel Gonçalves Marques/ Daniel Thomaz

1. Tipos de principados existentes.

Maquiavel os dividiu em hereditários, civis ou eclesiásticos. A intenção da obra


é ensinar aos príncipes como chegar ao poder e não perdê-lo, não perder seus
territórios.
Maquiavel enfatizou a necessidade de se ter boas armas e boas leis, além de
comandar e defender os principados mais fracos que estiverem em torno do território
principal. Esta medida é preventiva, pois fortalece a fronteira contra possíveis inimigos.
Os principados hereditários são mais simples de governar, pois eles já são
reconhecidos como pertencentes a famílias que têm o direito de exercer o poder. Já os
principados novos, que são os primeiros de uma família ou foram conquistados
recentemente, enfrentam mais obstáculos para se consolidar, pois requerem apoio
para manter a região conquistada.
No caso em que um indivíduo comum assume o cargo de príncipe, o governo é
denominado de principado civil. Para que o príncipe possa se manter no poder, é
preciso governar com habilidade, favorecendo o bem-estar do povo, não dos mais
poderosos. Se o povo se revoltar, o governante será abandonado.
Os principados eclesiásticos são obtidos por virtude ou por sorte, mas sempre
mantidos por meio da religião. Eles são considerados seguros e felizes, e, portanto,
não requerem defesa. Nesses casos, o poder é fortalecido pela presença de mais
virtudes e armas.

2. Adquirir e manter novos estados

Para fortalecer seu poder, o príncipe deve reconhecer como inimigos todos
aqueles que se opuseram à sua conquista e precisará reconquistar regiões rebeldes. A

PÚBLICA
regra fundamental para manter o poder é não oprimir o povo e ser visto como um
líder que promove segurança e estabilidade. O príncipe inteligente deve garantir que o
povo dependa sempre do Estado e o veja como o provedor de suas necessidades.
Os problemas do Estado são como a tuberculose, que são difíceis de detectar
no início, mas se tornam mais fáceis com o tempo. Por isso, é crucial prevenir
problemas. Maquiavel sugere não mudar os costumes, as leis e os impostos das
províncias conquistadas por povos de costumes iguais. No entanto, os novos
governantes podem enfrentar dificuldades e, para superá-las, precisam habitar a
província, dominar as desordens e estabelecer colônias.
Se o príncipe for capaz de oferecer condições de vida, alimentação e trabalho
satisfatórias, será amado pelo povo. Aqueles que forem fiéis deverão ser amados, e os
que não o aceitarem podem ser empregados como conselheiros ou considerados
inimigos. O povo deve ser tratado como amigo e não deve ser oprimido. O príncipe
deve estar preparado para vê-los fugir nas adversidades, mas se um povo espera o mal
e recebe o bem, será mais fiel do que aqueles que esperam apenas o bem.
A liberalidade do príncipe pode prejudicá-lo se for usada de uma forma
conhecida por todos, levando-o a ser desprezado e odiado. O uso do exército para
saquear fortunas alheias pode ser bem visto pelo povo, enquanto a parcimônia é
considerada uma virtude que contribui para a manutenção do poder, pois o príncipe
não rouba seus súditos.

3. Como manter um exército forte.

O foco central do príncipe é zelar pela arte da guerra, bem como a sua organização
e disciplina. Aqueles que não consideram a guerra acabam perdendo seu status,
enquanto os que a consideram tornam-se príncipes ou aumentam seu poder.
A organização das tropas deve ser sempre voltada para a guerra, mantendo-se em
constante treinamento e organização. Em nenhum momento, mesmo em tempos de
paz, um exército deve ficar inativo.
A força de um principado é avaliada pelo poder de seu exército, ou seja, pela força
de suas armas. Reinos que possuem muita riqueza e muitos homens devem ter um
exército adequado.

PÚBLICA
Se o príncipe não estiver bem fundamentado, ele acabará fracassando. O poder e a
reputação vêm de um bom armamento, o qual é fundamental para a existência de leis
justas. Maquiavel não recomenda o uso de tropas mercenárias e auxiliares, pois elas
são desunidas, ambiciosas e infiéis.
As boas tropas dependem da presença do príncipe, que atua como seu capitão. O
perigo das tropas mercenárias é a covardia, enquanto o das auxiliares é o valor. As
tropas auxiliares não são boas, pois são convocadas para combater principados mais
poderosos. Caso haja derrota, o principado será destruído. Se houver vitória, o
principado ficará refém das tropas que o ajudaram.
As armas dos outros não são apenas perigosas e prejudiciais, mas também
humilhantes e constrangedoras. O principado não será seguro e estável se não se
basear em suas próprias forças.

4. Ser temido ou ser amado

Maquiavel aconselha que o príncipe seja prudente e evite os vícios que possam
levá-lo a perder o poder. Ele sugere que é melhor ser temido do que amado, pois um
governante temido mantém o povo em paz, unido e leal. Um príncipe excessivamente
piedoso pode levar à fraqueza do reino, o que pode ser prejudicial a todos. A natureza
humana é ingrata, inconstante e teme o perigo, portanto, o príncipe deve ser
cauteloso e não confiar demais nas pessoas.
No entanto, ser temido não significa ser odiado. O equilíbrio é fundamental, e o
príncipe deve ser humano e prudente. Deve saber quando ser bom e quando ser mau,
aplicando leis ou punições violentas, conforme necessário.
Maquiavel sugere que, para evitar o ódio, o príncipe deve ser dissimulado,
demonstrando habilidades que talvez não possua. Ele deve sempre agir como um
soberano com cinco qualidades: piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso. No entanto,
em caso de necessidade, ele pode agir de forma contrária a essas qualidades.
Para ser odiado pelo povo, basta ao príncipe tomar os bens de seus súditos,
seduzir suas mulheres e desonrá-los. Se nada disso acontecer, o povo será feliz. Para
ser amado, o príncipe deve realizar grandes atos de coragem e grandiosidade que
sejam irrevogáveis.

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O povo precisa de distrações, como festas e espetáculos, e o Estado deve
contar com os melhores ministros. É crucial que exista confiança mútua entre o
príncipe e seus ministros para a manutenção do poder.
De acordo com Maquiavel, os conselheiros do príncipe devem ser sábios e falar
apenas quando solicitados. O príncipe deve ser prudente e ouvi-los, mas não deve
conceder-lhes muito poder, pois isso pode confundir o povo quanto a quem é seu
verdadeiro líder. Na França, houve vários barões locais que desafiaram a autoridade do
rei e enfraqueceram seu poder.
Em resumo, o príncipe deve estar sempre alerta em relação às questões
militares, deve evitar a inimizade do povo e saber como se defender dos poderosos.
Seguindo essas instruções, ele poderá manter seu principado seguro e estável.

5. Os atos de crueldade

Maquiavel sugere que um governante deve difundir a fama de ser cruel,


mesmo que isso seja contrário à sua natureza piedosa. Ele argumenta que um bom
príncipe não deve se preocupar em ser visto como cruel pelos seus súditos, pois isso os
manterá unidos e fiéis.
Para sustentar essa reputação, Maquiavel cita exemplos de governantes que
permitiram a desordem por excesso de piedade. Ele descreve duas possibilidades para
o uso da crueldade: se for um crime necessário e único, a maldade é justificável se
seguida por ações boas; se for um crime constante, o príncipe será visto como sem
escrúpulos.
O príncipe deve fazer o mal de uma só vez e o bem aos poucos, pois as pessoas
se lembram mais dos benefícios recentes do que do mal passado. A Itália do século XVI
sofreu devido à sua dependência de milícias e mercenários.
O amor dos súditos é mantido por um senso de obrigação, que é quebrado
quando não é mais considerado necessário. O medo, por outro lado, mantém os
súditos unidos por causa do temor do castigo, que não desaparece.

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6. “Os fins justificam os meios”

Maquiavel afirma que o príncipe não deve manter sua palavra se isso lhe causar
prejuízo ou se as circunstâncias mudarem. Para minimizar o impacto de uma promessa
quebrada, ele deve ter a habilidade de persuadir as pessoas a desistir de suas
expectativas.
O príncipe deve ser como a raposa, que sabe como escapar de armadilhas, e
como o leão, que sabe aterrorizar seus inimigos. Ser raposa ou leão dependerá das
circunstâncias.
Não há razão para confiar nos homens, pois eles são maus e não mantêm sua
palavra. Mesmo que o príncipe mude de ideia, ele deve sempre parecer firme e
inabalável.

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