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UNIVERSIDADE CEUMA

CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: TEORIAS E TÉCNICAS PSICOTERÁPICAS
FENOMENOLÓGICAS EXISTENCIAIS

 Quais são os desafios e dilemas da clínica fenomenológica existencial


em tempos de técnicas?

A fenomenologia existencial é uma corrente filosófica que nega qualquer


tipo de determinismo ou pressuposto positivista. Nesse contexto, a formação
do psicólogo clínico sobre a perspectiva existencial é cercada de desafios, pois,
no que tange a técnica propriamente ditas esse profissional não irá ter um
aparato teórico na literatura cientifica.
Com base nisso, a autora do texto, formação do psicólogo clínico sobre
a perspectiva existencial, começa discorrendo sobre o fato dos acadêmicos de
psicologia quando chegam a ter a prática clínica, sob essa abordagem,
esperam ter respostas prontas ou uma técnica para cada demanda. E por
conta disso, acabam tendo uma certa dificuldade, já que, a fenomenologia não
possui respostas prontas ou uma técnica especifica para nortear o processo
terapêutico, ela acredita na experiência ou em uma linguagem fenomenológica,
atitude antinatural.
Ademais, é importante mencionar que o desenvolvimento dessa atitude
fenomenológica diverge de pressupostos da psicologia positivista e se baseia
em fundamentos epistemológicos da filosofia. Esta se baseia na ontologia de
Heidegger, onde o Dasein é percebido como uma abertura de sentidos e
possibilidades, o ser-no-mundo. Além disso, cabe ainda citar que essa atitude
antinatural se refere ao abandono de ideias tidas como verdade absoluta, é
sobre se libertar de pré-conceitos, julgamentos e crenças.
Outro ponto discutido pela autora é quanto a formação do psicólogo,
formação aqui é entendida como construção, processo, experiência existencial,
de um poder-se, inacabado. Nesse contexto, pensar em uma formação através
da ótica existencial é entender que teoria sempre deve está atrelada a prática,
seja qual for a abordagem, a experiência e as vivências são essências nesse
processo. Desse modo, a autora ainda ressalta que o conhecimento acerca de
teorias ou técnicas não garantem a eficácia de um processo terapêutico e que
a experiência do estar com outro, ser-no-mundo, afastam qualquer
possibilidade de pensar em uma existência, modos de ser dissociada da
experiência.
Portanto, percebe-se que a formação do psicólogo pela ótica da
fenomenologia existencial é cercada de desafios e requer do profissional um
processo contínuo de reflexão e tomada de consciência, é essencial que este,
entenda a importância da teoria mas não se prenda a isso e esteja sempre
aberto a multiplicidade de sentidos e possibilidades do ser-no-mundo.

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