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questão da técnica. A práxis se compõe de um tripé que consiste em uma teoria, uma
técnica e a prática propriamente dita. Este tripé esta fundamentado em um solo
epistemológico e antropológico que determina uma visão de mundo e de homem.
Temos a convicção que não há saber que dê conta da complexidade do sujeito pós-
moderno e para evoluir as ciências estão tendo que abrir suas fronteiras, incorporar em
seu saber conceitos vindos de outros campos, outras disciplinas (Lyotard, 1986). O
campo da psicologia clínica, bem como o da psicoterapia também está passando por
requestionamentos e tendo que ampliar sua visão do ser humano.
A psicologia clínica se debruça sobre a questão buscando técnicas cada vez mais
eficazes. Este tecnicismo é criticado com muita propriedade pelos adeptos da
abordagem existencial.
Para boa parte dos autores existenciais, uma importância exagerada na técnica se
constituiria em um obstáculo para uma relação autêntica e para uma compreensão
existencial-fenomenológica do ser, pois leva a uma coisificação do sujeito, a uma
rotulação, a considerar o homem um objeto que se deve calcular manejar e analisar.
É preciso deixar claro que nas terapias existenciais a relação é considerada o fator mais
importante. É a relação que cura. Uma relação de confiança, de segurança, autêntica –
dentro de certo limite imposto pelo próprio contexto – é a base da “cura”, é o que
sustenta todo o processo terapêutico.
Técnicas Relacionais
Função continente: A função continente é uma das mais importantes dentro do processo
terapêutico, ela irá regular o nível de angústia que circula em uma sessão de
psicoterapia. Quanto mais angústia, mais continente devemos ser, quanto menos, mais
podemos deixar nosso cliente fazer suas associações livremente.
Transferência e transparência: o terapeuta deve regular com muito cuidado até que
ponto ele se oculta e se mostra ou expõe. A transferência é uma relação velha, repetitiva
e estereotipada. Ser um pouco transparente vai possibilitar a construção de uma relação
telemática, nova, em que o cliente pode ser mais espontâneo, em suma, ser ele mesmo.
É um engodo pensar que se mostramos ou expomos algo de nós, isto irá impedir a
transferência, a prática clínica já mostrou o contrário.
Técnicas direcionais
Quanto às técnicas direcionais, estas recebem este nome por serem técnicas dinâmicas e
que dependem de uma direção do terapeuta. Em sua maioria se utilizam, além da fala,
também o corpo ou corporalidade. Não são diretivas no sentido de se dar respostas
prontas ou sugestões ao cliente. O conteúdo vem do cliente e o manejo destas técnicas
vai possibilitar insights e abertura de novos caminhos no processo terapêutico.
As técnicas relacionais são intrínsecas á relação, estas deverão estar sempre presentes
numa medida ou outra e ocupam o maior tempo do processo terapêutico.