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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ


CÂMPUS REGIONAL DE CIANORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANÁLISE TRIBUTÁRIA: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS REGIMES


TRIBUTÁRIOS PARA O RAMO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO

MATHEUS HENRIQUE DE PAULA


RA: 99116

CIANORTE
2023
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MATHEUS HENRIQUE DE PAULA

ANÁLISE TRIBUTÁRIA: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS REGIMES


TRIBUTÁRIOS PARA O RAMO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Departamento de Ciências Contábeis da
Universidade Estadual de Maringá, como requisito
para obtenção do grau bacharel, sob a orientação
do professor Me. Filipe da Silva Santos.

CIANORTE
2023
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MATHEUS HENRIQUE DE PAULA

ANÁLISE TRIBUTÁRIA: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS REGIMES


TRIBUTÁRIOS PARA O RAMO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado no Curso de Ciências Contábeis da Universidade


Estadual de Maringá, como parte do requisito para obtenção do título de Bacharel em
Ciências Contábeis.

Aprovada em: __/__/__

BANCA EXAMINADORA

___________________________ ___________________________
Profª Dra. Evelini Lauri Morri Garcia Profº Me. Renato Alves de Oliveira

___________________________________________
Professor Orientador
Filipe Silva Santos
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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradecer a Deus por ter me dado todo discernimento, força e
sabedoria, para conquistar tudo que conquistei e ainda vou conquistar. Em seguida, agradecer
a minha família que não mediram esforços para me apoiar em todas as situações da minha
vida, e quero deixar também meu sentimento de gratidão a todos os meus amigos, que foram
anjos em minha caminhada.
Não posso deixar de agradecer imensamente meus colegas de turma que sempre me
ajudaram no que puderam, e por fim, a todos meus professores, em específico o Mestre Filipe
Santos que não desistiu de mim, mesmo sem saber o grande desafio que tinha pela frente, que
era me orientar.
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“A vida não é encontrar a si mesmo, a vida é criar a si mesmo!”


(George Bernard Shaw)
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RESUMO

O objetivo geral desse estudo foi o de analisar qual é o regime tributário que traz a menor
carga tributária para uma empresa que presta serviços de transporte rodoviário de cargas,
especificamente grãos, que foi estudada. Para tanto, desenvolveu uma pesquisa descritiva,
qualitativa que utilizou de informações coletadas na empresa para desenvolver um quadro
comparativo entre os regimes tributários do Lucro Real, Lucro Presumido e Simples
Nacional. Com os dados tabulados, entendeu-se que o melhor regime seria o Simples
Nacional, por atender toda a norma tributária que a empresa se enquadra, e por ser a mais
rentável no ramo e pelo volume que a mesma opera. O principal achado desta pesquisa
consiste em encontrar melhores opções de tributação para a entidade, a fim de diminuir seus
gastos com impostos, e melhorar sua saúde financeira possuindo um resultado cada vez maior.
Os resultados da pesquisa contribuem na prática da aplicação da contabilidade e do
planejamento tributário.

Palavras-chave: Planejamento Tributário. Simples Nacional. Lucro Presumido. Transporte


rodoviário
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABCAM – Associação Brasileira dos Caminhoneiros


ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres
art. – Artigo
CF – Constituição Federal
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CSLL – Contribuição Social Sobre o Lucro
EPP – Empresa de Pequeno Porte
ICMS – Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
IPI – Imposto sobre a Produção Industrial
IR – Imposto de Renda
IRPJ – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas
ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
LALUR – Livro de Apuração de Lucro Real
LP – Lucro Presumido
LR – Luco Real
ME – Micro Empresa
nº – Número
p. – Página
PIS – Contribuição ao Programa de Integração Social
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Percentuais de presunção no Lucro Presumido.....................................................15


Quadro 2 - Anexo V Simples Nacional...................................................................................18
Quadro 3 – Resumo quanto às classificações de pesquisa......................................................22
Quadro 4 - Faturamento anual 2021 separado por meses........................................................24
Quadro 5 - Demonstrativo de despesas anual de 2021 separado por meses............................24
Quadro 6 – Demonstrativo de Resultado Simples Nacional...................................................25
Quadro 7 – CSLL no Lucro Presumido...................................................................................26
Quadro 8 – IRPJ no Lucro Presumido.....................................................................................27
Quadro 9 – Cálculo ICMS, PIS e COFINS no Lucro Presumido...........................................29
Quadro 10 - Demonstrativo de Resultado Lucro Presumido 2021..........................................29
Quadro 11 – Demonstrativo de Resultado Lucro Real 2021...................................................31
Quadro 12 - Cálculo ICMS, PIS e COFINS no Lucro Real....................................................32
Quadro 13 - Cálculo IRPJ e CSLL no Lucro Real..................................................................33
Quadro 14 – Consolidação dos valores a serem pagos de impostos.......................................33
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................1
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO...................................................................................................1
1.2 OBJETIVOS........................................................................................................................2
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................2
1.2.2 Objetivos específicos......................................................................................................2
1.3 ESTUDOS PRECEDENTES...............................................................................................2
1.4 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO.........................................................................................3
2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................5
2.1 CONTABILIDADE SOB O PRISMA TRIBUTÁRIO.......................................................5
2.2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO.....................................................................................5
2.2.1 Elisão Fiscal x Evasão fiscal............................................................................................7
2.3 REGIMES DE TRIBUTAÇÃO E SEUS ENQUADRAMENTOS.....................................8
2.3.1. Lucro Real........................................................................................................................8
2.3.2 Lucro Presumido.............................................................................................................14
2.3.3 Simples Nacional.............................................................................................................16
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.....................................................................20
3.1 CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA................................................................................20
4 ANÁLISE DOS DADOS.....................................................................................................23
4.1 APRESENTAÇÃO E DEMONSTRATIVOS DE FATURAMENTO E DESPESAS DA
EMPRESA................................................................................................................................23
4.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS PESQUISADOS.........................................................23
4.3 CÁLCULO DO REGIME SIMPLES NACIONAL (ANUAL)..........................................25
4.4 IRPJ E CSLL SOBRE LUCRO PRESUMIDO..................................................................26
4.4.1 CÁLCULO DO REGIME DE LUCRO PRESUMIDO (ANUAL).................................28
4.4.2 CÁLCULO DE ICMS, PIS E COFINS DO LUCRO PRESUMIDO..............................28
4.5 CÁLCULO DO REGIME LUCRO REAL (ANUAL).......................................................30
4.5.1 IRPJ E CSLL SOBRE LUCRO REAL...........................................................................30
4.5.2 CÁLCULO DE ICMS, PIS E COFINS DO LUCRO REAL..........................................31
4.6 ANÁLISES DOS RESULTADOS.....................................................................................32
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................34
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................37
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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

No Brasil, mais da metade do transporte de cargas é realizado através de rodovias


(ROCHA, 2015; BATISTA e PAVAN, 2007; SCHROEDER e CASTRO, 1996). Isto se deve
à opção por esta modalidade de condução em âmbito mundial desde a década de 50, quando
houve grande expansão da indústria automobilística combinada ao baixo preço do
combustível derivado de petróleo (ROCHA, 2015).
A ênfase do transporte rodoviário no país, se solidificou pela implantação da
indústria automobilística combinada ao amplo programa de criação de rodovias (BATISTA e
PAVAN, 2007). Divergindo do que houve em nível mundial, no Brasil a construção de
rodovias não foi somente uma prioridade, mas uma exclusividade das políticas de transporte
até meados da década de 70 (ROCHA, 2015).
De acordo com Rocha (2015) existiu certa compatibilidade do sistema de transportes
com a evolução da economia brasileira. Portanto, é evidente que ainda hoje, o Brasil apresente
significativa centralização nesta modalidade de transporte, que existe, segundo a Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), aproximadamente 130 mil empresas de
transporte de cargas e uma frota de mais de 1,6 milhões de veículos (ANTT, 2012).
Via de regra, objetivo das empresas é a maximização dos lucros, e os tributos
incidentes sobre as empresas são compulsórios. Logo, se torna relevante possuir um
planejamento tributário, que auxilie no controle e na redução da carga tributária dentro da
legalidade permitida pela legislação (Crepaldi, 2019). Isso se aplica em empresas, em especial
às prestadoras de serviço de transporte, visto que a carga tributária pode ser onerosa quanto ou
regime tributário enquadrado, e as normas fiscais sofrem constantes alterações, (PÊGAS,
2018).
Ressalta-se então que uma ferramenta relevante para a alavancagem de resultados
financeiros em uma transportadora é o planejamento tributário (CREPALDI, 2019; PÊGAS,
2017; CHAVES, 2017). Realizando uma análise na legislação, pode-se localizar incentivos e
normas que permitam aproveitamento de crédito, bem como diversificadas maneiras de
cálculo de tributos, podendo acarretar, além do aumento da lucratividade, benefícios à
sociedade, haja vista a redução do preço dos serviços prestados repassado aos clientes sem
ferir a arrecadação de tributos pelos cofres públicos (CREPALDI, 2019).
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Dado o contexto surge a questão que irá reger toda a pesquisa, que consiste em: Qual
é o regime tributário, que traz menor carga tributária para uma empresa que presta serviços de
transporte rodoviário?

1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
O objetivo geral desse estudo é analisar qual é o regime tributário que traz a menor
carga tributária para uma empresa que presta serviços de transporte rodoviário de cargas,
especificamente, graneleiro.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Analisar as diferenças entre os regimes tributários do Lucro Real, Lucro Presumido e


Simples Nacional;
 Coletar dados e informações para poder traçar cenários em cada regime tributário; e
 Criar um quadro comparativo para julgar o regime tributário que traz menor carga
tributária para empresa estudada.

1.3 ESTUDOS PRECEDENTES

Estudos precedentes apontaram que mesmo não havendo débitos de PIS e COFINS da
empresa em estudo, caso opte pelo Lucro Real, seja qual for a forma escolhida de pagamento,
terá créditos de PIS e COFINS que poderão ser utilizados em abatimentos de outros tributos
federais, tais como, IRPJ e CSLL (MIRON, 2012). Existem estudos dentro da área, que por
mais que sejam semelhantes, pode trazer resultados bem distintos, devido aos vieses que a
Legislação traz, para que seja realizado uma diminuição de tributos pagos pelas instituições,
dependendo de seu ramo, faturamento e principalmente, regime tributário.
Como por exemplo, o estudo realizado por NOGUEIRA (2012), onde é realizado uma
pesquisa para descobrir qual é o melhor regime tributário entre o Lucro Real e Presumido para
uma Transportadora referente à arrecadação do COFINS, e devido ao movimento do Governo
perante o assunto, fica mais viável alterar seu Regime para o Regime de Lucro Real. Ou
então, como citado pelo BARTH (2016), que também teve como objetivo descobrir uma
forma de deduzir os tributos pagos pela empresa de transporte de pessoas do Rio de Janeiro,
porém relacionado principalmente ao INSS Patronal, e o resultado foi até mesmo a
diminuição das passagens para os cidadãos que fazem o uso dos terminais.
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Outra evidência relacionada ao tema, foi a pesquisa realizada por LIMA (2019), que
teve como objetivo verificar quais tributos mais contribuem para o aumento da carga
tributária brasileira, considerando os impostos sobre bens e serviços, salários, renda, comércio
exterior e patrimônio. Constatou-se que apenas no período de 1995 a 1999, o comportamento
da carga tributária das categorias de bens e serviços atendeu aos pressupostos teóricos de
Laffer, sendo que a COFINS pertencentes ao grupo de bens e serviços foram as que mais
contribuíram para o aumento da carga tributária brasileira.
São vários exemplos encontrados na área que puderam auxiliar nos dados e
informações para a construção da pesquisa, como a pesquisa do JUNIOR (2021), que foi
importante pela relevância e simultaneidade do tema, sempre em foco; para ciência e
sociedade, é relevante porque aponta possibilidades reais de reforma no atual governo,
trazendo um panorama de 2021 e de 2007 ao presente. A conclusão do artigo é que não há
como tributar, se houver reforma nacional sem releitura do Acordo Federal, pois o foco e a
distribuição da receita tributária são maiores do que o poder de arrecadar impostos. A reforma
tributária precisa ser acompanhada de uma revisão dos gastos públicos, especialmente os da
previdência, em função do risco de prejudicar o equilíbrio fiscal.
Nesta pesquisa, realizou-se um planejamento tributário na empresa, levando em
consideração os regimes mais usuais no Brasil: Lucro Real, Lucro Presumido e o Simples
Nacional, a fim de encontrar a melhor opção de tributação para sua área, particularidades e
seu faturamento, respeitando os nuances da empresa estudada. Justifica-se a realização deste
estudo, que terá como objeto central de análise uma empresa do ramo de transporte
rodoviário, que atualmente é optante do Simples Nacional.
O principal achado desta pesquisa consiste em fazer um comparativo sobre o
faturamento de uma instituição do ramo de transporte rodoviário, para averiguar qual Regime
Tributário ela melhor se enquadra, levando em consideração toda e qualquer Legislação
vigente relacionada ao caso, e também todos os vieses que a Lei autoriza de acordo com seu
ramo de trabalho, onde será feito uma análise sobre o Lucro Real, Lucro Presumido e o
Simples Nacional, na qual a empresa se encontra atualmente.

1.4 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Esse estudo está dividido em 5 capítulos. Inicia-se pela introdução como capítulo um
na qual apresenta o contexto da pesquisa, os objetivos (geral e específicos), os estudos
precedentes e a organização do estudo.
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Após isso, evidencia-se a Plataforma teórica que abordou sobre a contabilidade sob o
prisma tributário, o que é o planejamento tributário, diferenciando os conceitos de elisão e
evasão fiscal e foi apresentado as leis que regram os aspectos tributários envolvidos nessa
pesquisa.
O capítulo 03 traz os caminhos que o pesquisador percorreu para alcançar os
objetivos do trabalho, bem como as classificações da pesquisa. O capítulo 04 evidencia os
dados e suas análises, precedidos pelas considerações finais da pesquisa que constitui o
capítulo 05. Por fim, é destacado as referências bibliográficas utilizadas na construção deste
estudo.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONTABILIDADE SOB O PRISMA TRIBUTÁRIO


De acordo com Iudícibus (2019) a contabilidade é uma ciência que visa estudar as
mudanças quantitativas e qualitativas que ocorrem no patrimonio das entidades. Santos (2020)
relata que, além do controle, a Contabilidade possibilita o planejamento do futuro, pois com
informações contábeis pode-se traçar o perfil da empresa, saber qual a sua capacidade
financeira, desempenho operacional, possibilidade de expansão e desenvolvimento, entre
outros.
Segundo Pohlmann (2012) contabilidade tributária é a parte da contabilidade
responsável pela administração tributária de uma empresa. Também conhecida como
contabilidade fiscal, abrange todos os procedimentos utilizados para organizar o pagamento
de impostos e definir as melhores estratégias de gestão. Além disso, pode-se argumentar que
também ajuda a viabilizar o capital de risco, pois erros na parte tributária podem acabar
inviabilizando o negócio no longo prazo.
O objetivo da Contabilidade Tributária, é indicar o caminho que leva à
minimização da carga tributária das firmas e contribuintes em geral. Nesse contexto,
pode ser inserida a preocupação dos governos de inúmeros países com a proliferação
de paraísos fiscais e o efeito disso sobre a economia doméstica, o que acaba
desaguando na questão da competição tributária internacional, caracterizada pela redução da
carga tributária para atrair capitais e atividade econômica. (IUDICIBUS 2019)
Dentro dessas vertentes, uma das ferramentas da contabilidade tributária, é o
Planejamento Tributário, que será apresentado na seção posterior.

2.2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Entre as funções da contabilidade tributária, está o planejamento tributário que pode


ser entendido como o conjunto de ações e procedimentos operacionais utilizados, para
auxiliar no processo de análise de controles internos, a diminuir os tributos, recolhendo
precisamente o montante devido que foi gerado em suas operações, postergação do
pagamento e até o usufruto de benefícios fiscais concedidos pelo governo as empresas
(SILVA, 2017).
O planejamento tributário é utilizado com a finalidade de diminuir os encargos
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tributários de maneira que o contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da forma
que melhor lhe pareça, visando à diminuição de custos de seu empreendimento, inclusive os
tributos, se a forma utilizada for jurídica e lícita, a fazenda pública deve respeitá-la
(GOMES, 2011; CHAVES, 2017).

De acordo com Crepaldi (2019, p. 4):

O planejamento tributário, também conhecido como elisão fiscal, é um ato


preventivo que, dentro da estrita observação da legislação brasileira vigente, visa
encontrar mecanismos que permitam diminuir o desembolso financeiro com
pagamento de tributos, tornando-se algo latente nas administrações empresariais.
Sua finalidade baseia-se em evitar a incidência tributária, com o intuito de evitar a
ocorrência do fato gerador do tributo, minimizando, assim, seu montante, no
sentido de reduzir a alíquota ou a base de cálculo (CREPALDI, 2019, p. 4)

Para Fabretti (2022, p.8) “o estudo feito preventivamente, ou seja, antes da


realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as
suas alternativas legais menos onerosas, denomina-se ”Planejamento Tributário”.Segundo
Oliveira et al, (2018) discute-se com urgência uma mudança no sistema tributário, e a
adoção de novos mecanismos que busquem a simplificação das rotinas tributárias.
Todavia, enquanto isso não acontece, as empresas precisam cada vez mais reduzir
seus custos operacionais e ter um profissional habilitado para realizar um planejamento
tributário criterioso e criativo, que possa proteger os direitos de contribuinte, o que exige
altas doses de conhecimento técnico e bom-senso dos responsáveis pelas decisões
estratégicas no ambiente corporativo (PÊGAS, 2017). Entre os benefícios do planejamento
tributário, Crepaldi (2019, p. 83) destaca os seguintes:

a) entender o processo entre planejamento tributário e sonegação fiscal;


b) identificar as oportunidades de eliminação ou minimização da carga
tributária;
c) maximizar a utilização de oportunidades com diploma legal da legislação;
d) estruturar operações de compras e vendas de produtos e serviços, entradas
de ativos, participações acionárias, utilizando atos societários (fusão, cisão,
incorporação e redução de capital subscrito);
f) utilizar diligência como fonte de dados do planejamento tributário
(CREPALDI, 2019, p. 83)

Conforme Silva (2017) o planejamento tributário pode ser divido, quanto ao seu
tipo, em operacional (Planejamento tributário operacional) e estratégico (Planejamento
tributário estratégico). De acordo com Silva (2017) o planejamento tributário operacional
refere-se aos procedimentos formais contidos nas normas, na forma específica de
contabilizar determinadas operações e transações, sem alterar suas características básicas; o
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estratégico implica mudanças de características estratégicas da empresa, como por exemplo:


estrutura de capital, localização, tipos de empréstimos, contratação de mão de obra.
Conforme Silva (2017), a finalidade principal de um bom planejamento tributário é
a economia de tributos, sem infringir a legislação, e para alcançar esse objetivo, o contador
ou profissional responsável pelo planejamento tributário precisa conhecer todas as situações
possíveis de crédito tributário, principalmente com os tributos não cumulativos ICMS e IPI,
conhecer as situações que é possível o diferimento, conhecer todas as despesas e provisões
permitidas pelo fisco como dedutíveis da receita, e ser oportuno ao aproveitar as lacunas
deixadas pela legislação, ficando atento às mudanças nas normas.

2.2.1 Elisão Fiscal x Evasão fiscal

No estudo do planejamento tributário é importante destacar a diferença entre elisão


fiscal e evasão fiscal. Segundo Crepaldi (2019) o sistema jurídico brasileiro admite a figura
da elisão fiscal, conceituando-a como um mecanismo para alcançar um impacto tributário
reduzido, onde são utilizados meios legais na busca da descaracterização do fato gerador do
tributo.
Na evasão fiscal, o contribuinte procura, antes ou depois da submissão a uma
hipótese tributária desfavorável, um jeito de dissimular seu comportamento de forma
fraudulenta (CREPALDI, 2019). De acordo com Silva (2017, p. 167):

O conceito corrente na doutrina brasileira de evasão fiscal corresponde ao agente


(contribuinte) que, por meio ilícitos, visa a eliminar, reduzir ou retardar o
recolhimento de um tributo, já devido pela ocorrência do fato gerador. Em momento
precedente, na elisão fiscal, o agente licitamente visa a evitar, minimizar ou adiar a
ocorrência do próprio fato gerador, que daria origem à obrigação tributária
(OLIVEIRA ,2005, p. 167):

Conforme Silva (2017) a elisão fiscal ou economia legal ou mesmo planejamento


tributário, pode ser conceituado, como qualquer artifício lícito realizado pelo contribuinte,
antes da ocorrência do fato gerador que tenha como objetivo a supressão ou postergação de
obrigação tributária ou diminuir o montante devido.
A evasão fiscal pode ser definida como toda e qualquer ação ou omissão pendente a
elidir, diminuir ou mesmo retardar a execução da obrigação tributária, e sob uma perspectiva
econômico-financeira, a evasão fiscal ocorre quando o contribuinte não transfere ou deixa de
pagar ao fisco um tributo, que é considerado devido por força de determinação legal
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(SILVA, 2017). Conforme o exposto, o contador na realização do planejamento tributário,


deve utilizar os diversos procedimentos lícitos da elisão fiscal, no desempenho de sua
função.

2.3 REGIMES DE TRIBUTAÇÃO E SEUS ENQUADRAMENTOS

Na escolha do regime de tributação para uma empresa no Brasil, várias opções


permitidas pela legislação. Ao optar por um desses diferentes enquadramentos tributários, é
preciso analisar o ramo de atividade da empresa em estudo e suas características, pois alguns
ramos de atividades são proibidos de optar por certos enquadramentos, seja por seu ramo de
atividade ou devido ao seu porte ou faturamento (PÊGAS, 2017; CHAVES, 2017). Com
isso, diversos esses fatores influenciam na escolha.
Entre os enquadramentos tributários permitidos no Brasil para as empresas, temos
Lucro Real, Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Arbitrado. Na seção posterior a
essa, segue um maior detalhamento sobre cada opção tributária abordada neste estudo. Vale
destacar, que não será atribuído um tópico específico ao Lucro Arbitrado, haja vista que esse
tipo de regime é quando a empresa perde seus livros fiscais ou o fisco entende que existe má
fé por parte do contribuinte e arbitra uma espécie de multa na apuração do Imposto de Renda
da Pessoa Jurídica (IRPJ) majorando a alíquota em 20% e seguindo os mesmos
procedimentos que o regime tributário do Lucro Presumido.

2.3.1 Lucro Real

A palavra “real” é utilizada pelo Código Tributário Nacional para divergir seu
significado perante os termos “presumido” e “arbitrado”, os quais se referem a outros
regimes, como o principal objetivo de exprimir o que existe de fato, ou seja, verdadeiro no
sentido de que é aceito para todos os fins e efeitos de direito (SILVA, 2017). A opção pelo
Lucro Real é frequentemente feita por médios e grandes contribuintes, dada sua relativa
onerosidade, os controles contábeis internos exigidos são mais amplos e complexos que dos
demais sistemas de tributação (Lucro Presumido, Arbitrado ou Simples Nacional)
(CREPALDI, 2019).
Conforme Silva (2017) a contabilidade é base para a apuração do resultado contábil
do exercício, resultado esse que pode ser lucro ou prejuízo do período, caso o contribuinte
obtenha um resultado positivo, nasce quase sempre nas entidades optantes pelo Lucro Real, a
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obrigatoriedade do recolhimento dos tributos diretos IRPJ e Contribuição Social sobre o


Lucro Líquido (CSLL). De acordo com Gomes (2021), [...] “o Lucro Real é aquele realmente
apurado pelo contribuinte, com base na completa escrituração contábil fiscal, com a estrita e
rigorosa observância dos princípios fundamentais de contabilidade e demais normas fiscais e
comerciais”.
Conforme Crepaldi (2019, p.131) o Lucro Real é “[...] a base de cálculo do imposto
sobre a renda apurada segundo registros contábeis e fiscais efetuados sistematicamente de
acordo com as leis comerciais e fisciais”. Ainda conforme Crepaldi (2019) o Lucro Real das
pessoas jurídicas deve ser apurado na data de encerramento do período de apuração, que de
acordo com a Lei n.º 9430 de 1996, arts. 1º e 2º, encerra-se:

2.3.1.1Nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de Dezembro, no


caso de apuração trimestral do Imposto de renda;
2.3.1.2No dia 31 de dezembro de cada ano-calendário, no caso de apuração anual
do Imposto de Renda;
2.3.1.3Na data de extinção da pessoa jurídica, assim entendida a destinação total
de seu acervo líquido;
2.3.1.4na data do evento, nos casos de incorporação, fusão ou cisão da pessoa
jurídica.

A princípio todas as empresas e ramos de atividades podem optar pelo Lucro Real,
entretanto algumas estão obrigadas a opção pelo Lucro Real, conforme art. 14° da Lei n.º
9718 de 1998:

I Cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$


78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de
meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses;
II Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos,
bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades
corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e
valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito,
empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência
privada aberta;
III que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundo do exterior;
IV Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais
relativos à isenção ou redução do imposto;
V Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal
pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996;
VI Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços
de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos,
administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
VII que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários,
financeiros e do agronegócio.
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A legislação tributária prevê a possibilidade do recolhimento do tributo na forma


trimestral ou anual, esse dispositivo legal trouxe uma ilusão aos contribuintes com a
finalidade de melhorar o fluxo financeiro da pessoa jurídica. Pelo fato de que o pagamento
do tributo será feito no mês subsequente ao trimestre de apuração, porém cada trimestre
corresponde a um período, limitando a compensação do prejuízo fiscal em 30% sobre o lucro
fiscal dos próximos trimestres (DA SILVA MARCOS, 2018).
Conforme Da Silva Marcos (2018) quando a pessoa jurídica optar pelo Lucro Real
anual, o recolhimento do tributo deverá ser feito mensalmente, portanto no mês subsequente
ao período de apuração, através de recolhimentos por estimativas ou recolhimento por
balancete de suspensão ou redução. Assim, cabe análise de acordo com as peculiaridades da
empresa, a opção pelo Lucro Real trimestral ou anual. Para Crepaldi (2019), existem
vantagens e desvantagens no Lucro Real anual. As vantagens estão na possibilidade de a
empresa pagar IR sobre o lucro apurado durante o ano, nem mais nem menos. Compensando
integralmente o prejuízo de um mês com os lucros do mês seguinte, quesito interessante para
as empresas sujeitas a sazonalidades em sua atividade, a desvantagem é que não é possível
parcelar o pagamento do IR, como ocorre no real trimestral.
O resultado apurado pela contabilidade da empresa, pode não ser o mesmo aceito
pelo fisco como base de cálculo para os tributos incidentes sobre o lucro. Segundo Pêgas
(2017, p. 363):

Para transformar o resultado apurado na contabilidade em resultado fiscal são


necessários ajustes, referentes a despesas e receitas que a legislação do imposto de
renda entende que podem ou não podem (receitas) e devem ou não devem
(despesas) ser consideradas na sua base de cálculo. O lucro fiscal será determinado
apenas pelas receitas tributadas e pelas despesas aceitas pelo Fisco e não
considerando receitas e despesas registradas pela contabilidade, sendo o resultado
de partida aquele registrado na escrituração contábil (PÊGAS, 2017, p. 363).

Conforme Silva (2017) pode-se observar que ao mesmo tempo em que se empresta
da legislação comercial e da contabilidade o conceito de lucro líquido, a legislação fiscal
impõe certas diretrizes para impedir que desvios de procedimentos contábeis, voluntários ou
involuntários, diminuam ou comprometam o tributo a ser recolhido.
No ajuste do resultado contábil para resultado fiscal, temos as adições e exclusões.
Para Pêgas (2017) nas adições temos despesas contabilizadas e não aceitas pelo fisco, ela
é uma adição porque se uma despesa for retirada do resultado contábil, este aumenta,
também são adições, receitas exigidas pelo fisco, mas que não foram contabilizadas como
11

receita, como essa receita não está compondo o resultado da empresa, se nele fosse incluído,
representaria uma adição.
Conforme Pêgas (2017) nas exclusões estão as receitas contabilizadas que não são
exigidas pelo fisco, se a receita for retirada do resultado apurado na contabilidade, este será
diminuído, por isso, faz-se exclusão ao lucro líquido, também são exclusões, as despesas
aceitas pelo fisco e não contabilizadas em despesas, ocorre que em algumas situações o fisco
permite que sejam feitas deduções na base fiscal que não estão registradas como despesa na
contabilidade.
As adições e exclusões são feitas no Livro de Apuração do Lucro Real. De acordo
com Da Silva Marcos (2018), o LALUR é composto por duas partes: a parte A, onde são
feitos os lançamentos de ajuste do lucro líquido do período (adições, exclusões e/ ou
compensações); e a parte B, destinada ao controle de valores que não constem na
escrituração comercial, mas deva influenciar a determinação do Lucro Real dos futuros
períodos.
Sobre o resultado fiscal da empresa, ou seja, seu lucro ajustado, incidem os tributos
diretos, IRPJ Imposto de Renda Pessoa Jurídica e CSLL Contribuição Social Sobre o Lucro
Líquido. As alíquotas dos tributos diretos, serão 15% de IRPJ Imposto de Renda Pessoa
Jurídica, conforme o Art. 541°, do RIR/1999:

Art. 541: A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto
à alíquota de quinze por cento sobre o lucro real, presumido ou arbitrado, apurado
de conformidade com este Decreto (Lei n º 9.249, de 1995, art. 3 º).

Também será pago um adicional de dez por cento, se o Lucro Real apurado exceder
em vinte mil reais multiplicados pelo número de meses do período de apuração, conforme
Art. 542°, da RIR/1999:

Art. 542. A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado que exceder o valor
resultante da multiplicação de vinte mil reais pelo número de meses do respectivo
período de apuração se sujeita à incidência de adicional de imposto à alíquota de
dez por cento (Lei n.º 9.249, de 1995, art. 3º, § 1º, e Lei n.º 9.430, de 1996, art.
4º).

Referente à CSLL será pago 9% sobre o lucro líquido ajustado, conforme Lei n.º
7.689/1988, Art. 3º, inciso II:

Art. 3º a alíquota da contribuição é de:


I 20% (vinte por cento), no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das
12

de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX e X do § 1º do art. 1º da


Lei Complementar n.º 105, de 10 de janeiro de 2001; e (Redação dada pela
Medida provisória n.º 675, de 2015);
II 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas.

Conforme cita Lei no 10.147, (21/12/2000), quanto aos tributos indiretos PIS e
COFINS:
I - Dispõe sobre a incidência da contribuição para os Programas de Integração
Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/Pasep, e da
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, nas operações
de venda dos produtos que especifica.

Segundo Pêgas (2017), as empresas optantes pelo regime de tributação Lucro Real,
utilizam o método não cumulativo, com um cálculo bem mais complexo em relação às
empresas tributadas pelo Lucro Presumido ou que tenham seu lucro arbitrado. O contribuinte
pagará as contribuições com alíquota de 1,65% para PIS, e 7,6% para o COFINS, sobre sua
receita operacional bruta, mas poderão deduzir créditos admitidos expressamente em lei. As
características e peculiaridades dos tributos PIS e COFINS, serão abordados mais
profundamente, em tópicos específicos posteriormente.
No que tange aos impostos sobre a folha de pagamento, o Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço – FGTS, foi criado pela Lei n° 5.107/66 e atualmente tem suas disposições presentes
na Lei n° 8.036/90. De acordo com a CEF o FGTS 46 foi criado com o objetivo de proteger o
trabalhador caso ele venha a ser demitido sem justa causa, essa proteção vem mediante a abertura
de conta vinculada ao contrato do trabalhador, no início de cada mês o empregador deposita nessa
conta o valor correspondente a 8% da remuneração paga ao trabalhador no mês anterior. O FGTS
é constituído por todos esses depósitos mais a correção por juros, e o trabalhador poderá
movimentar a sua conta, ou seja, sacar o FGTS em algumas situações específicas.
A obrigação do depósito do FGTS está fundamentada no art. 15° da Lei n° 8.036/90:
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária
vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração
paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na
remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a
gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962,
com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.

Conforme Art. 2° da respectiva Lei n° 8.036/90, constitui o FGTS “Pelos saldos das
contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser
aplicados com atualização monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas
obrigações”. Este mesmo artigo em seu parágrafo primeiro, traz que os recursos incorporados ao
FGTS compreendem “a) eventuais saldos apurados nos termos do art. 12, § 4º; b) dotações
13

orçamentárias específicas; c) resultados das aplicações dos recursos do FGTS; d) multas, correção
monetária e juros moratórios devidos; e) demais receitas patrimoniais e financeiras”.
As situações onde a conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
estão presentes no art. 20° da Lei n° 8.036/90, algumas dessas situações são:

“I – Despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de


força maior; (…)
III – Aposentadoria concedida pela Previdência Social; (…)
XIII – Quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do
vírus HIV; (…)
XV – Quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta anos; (…)
XVI – necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre
natural, conforme disposto em regulamento
Conforme outras disposições presentes no art. 15° da Lei n° 8.036/90, considera-se
trabalhador todas as pessoas físicas que prestar serviços a um empregador, esse empregador pode
ser pessoa física ou jurídica de direito público ou direito privado. Ainda conforme art. 17° da
mesma Lei “Os empregadores se obrigam a comunicar mensalmente aos trabalhadores os valores
recolhidos ao FGTS e repassar-lhes todas as informações sobre suas contas vinculadas recebidas
da Caixa Econômica Federal ou dos bancos depositários”.
Sobre o INSS, que dispõe sobre a organização da Assistência Social. Lei nº
8.212/1991 e suas alterações. Essa lei trata da organização da Seguridade Social, institui
Plano de Custeio e muitos outros pontos importantes para a garantia de uma previdência ao
trabalhador, trazendo acordos firmados, entre empresa e empregado, a fim de dignar o
benefício da aposentadoria, no que se refere:

Art.1º - A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim assegurar aos
seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de
incapacidade, desemprego involuntário, idade avançada, tempo de serviço,
encargos familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam
economicamente.

Levando em consideração os dados mais recentes relacionados à pesquisa, foi extraída


a informação de que, o Governo publicou a Medida Provisória nº 1.159/2023 no Diário
Oficial da União no dia 13 de janeiro de 2023. A decisão exclui os tributos operacionais
relativos à circulação de mercadorias e serviços de transporte e comunicação interestaduais e
intermunicipais (ICMS) da base de cobrança e cálculo dos créditos de contribuição ao
patrimônio dos servidores públicos para programas de integração social e programas de
capacitação - (PIS/Pasep) e Contribuições para o Financiamento da Seguridade Social
(Cofins). (MPV 1.159/23)
O objetivo da medida provisória é excluir da base de calculo dos créditos das
contribuições PIS e Cofins, o valor do ICMS incidente sobre a aquisição de bens. É claro que
a decisão do STF no âmbito do RE 574.706 sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo da
14

contribuição para o PIS e Cofins tem implicações gerais e de forma alguma excluiu sua
aplicabilidade ou qualquer ICMS não o eliminou em caso pode contribuir para a base de
cálculo da Contribuição PIS e Cofins. (MPV 1.159/23)

2.3.2 Lucro Presumido

No Lucro Presumido, diferentemente do Lucro Real, é utilizado presunções para


chegar a um lucro estimado da empresa, base de cálculo dos tributos diretos, IRPJ e CSLL.
Conforme Crepaldi (2019) o Lucro Presumido é muito utilizado por ser considerado mais
simples que o Lucro Real, pois exige menos documentação, tende a ser mais vantajoso para
as empresas altamente lucrativas. O Lucro Presumido recebe esse nome justamente por que
nesse regime os impostos diretos não são calculados sobre o lucro efetivo, o qual é
determinado contabilmente através da apuração do resultado da empresa, é calculado sobre
uma base presumida de lucro, que é um percentual da receita bruta (CREPALDI; 2019).
Para Fabretti (2012, p. 221 [...] o Lucro Presumido ou estimado também é um
conceito tributário. “Tem a finalidade de facilitar o pagamento do IR, sem ter que recorrer a
apuração do Lucro Real que se pressupões contabilidade eficaz”. Conforme Pêgas, (2011) a
complexa tributação pelo Lucro Presumido não é obrigatória, podendo a empresa apta ao
Lucro Presumido, optar pelo Lucro Real, se assim desejar, porém algumas empresas não
podem optar pelo Lucro Presumido. A princípio todas as empresas podem optar pelo Lucro
Presumido, não podendo as empresas obrigadas a tributação pelo Lucro Real.

As alíquotas de presunção do Lucro Presumido, estão definidas na Lei n.º 9249/95,


esse percentual deve ser aplicado à receita bruta da empresa. O resultado estará sujeito a
adições e subtrações previstos na legislação, caso a empresa tenha ganho de capital na venda
de bens do ativo imobilizado, esse ganho deverá ser somado ao resultado da presunção, que
será a base de cálculo do IRPJ e CSLL.

Caso a empresa atue em diferentes ramos de atividade, deverá adotar o percentual


correspondente a receita apurada em cada atividade. No quadro 1, tem os percentuais de
presunção:
15

Quadro 1 - Percentuais de presunção no Lucro Presumido.


Atividades Percentuais (%)

Venda de mercadorias e produtos 8

Revenda, para consumo, de combustíveis derivado de petróleo, álcool


etílico carburante e gás natural 1,6

Prestação de serviços de transporte (exceto de carga) 16


Prestação de serviços de transporte de cargas e Serviços hospitalares 8

Prestação de serviços em geral das pessoas jurídicas, com receita bruta


anual de até R$ 120.000,00, exceto serviços hospitalares, de transportes
e de profissões regulamentadas (art. 40° da Lei n.º 9.250/95) 16

Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32


Fonte: Adaptado da lei Nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995.

Referente ao PIS e o COFINS, de acordo com a Lei no 10.147, (21/12/2000), as


empresas tributadas pelo Lucro Presumido, devem calcular com base na regra cumulativa.
Utilizando a alíquota de 0,65% para o PIS e 3% para o COFINS sobre a receita operacional
bruta da empresa menos as exclusões que são permitidas, que são as vendas canceladas,
devoluções de vendas, descontos incondicionais concedidos, IPI e o ICMS ST, quando
incluídos na receita, presentes no regime de cumulatividade.
Para Pêgas (2017) a opção pelo Lucro Presumido quando permitido representa
economia de tributos, facilitando também o trabalho da contabilidade, em empresas muito
lucrativas o Lucro Presumido tende a ser mais vantajoso. Já em empresas com vendas
sazonais e que apresentam prejuízos em certos períodos não é vantajoso, por que mesmo
com prejuízo contábil no Lucro Presumido, há pagamento dos tributos sobre o lucro.
Também precisa considerar o PIS e COFINS cumulativo, portanto deve ser feito uma ampla
análise para definir a viabilidade da opção pelo Lucro Presumido.
Os impostos indiretos, são os que sobre caem a um contribuinte e este valor é
repassado a outrem, sendo que nem sempre o contribuinte que paga é efetivamente o que
suporta o valor definitivo da carga tributária, existindo neste contexto o contribuinte direto a
16

qual é a pessoa efetivamente que sofre o imposto e o contribuinte de fato que é a pessoa que
de fato suporta o ônus fiscal. Exemplo de impostos indiretos são: Imposto Sobre Produtos
Industrializados - IPI, Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS.
(SILVA, 2019).
O imposto adicional tem como fato gerador o pagamento de outro imposto, como
por exemplo o imposto de renda que possui um adicional de 10%, sob pessoa jurídica. O
imposto fixo, é quando é determinado em quantia certa independente de cálculos, como por
exemplo o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS dos profissionais liberais. O
imposto proporcional é quando existe uma porcentagem única que incide sobre o valor da
matéria tributável, o qual aumenta quando o valor básico para o cálculo sofre crescimento
(ICMS, IPI e o ISS, quando incidente sobre a receita) Lei no 10.147, (21/12/2000).
Os impostos cobrados sobre o faturamento são os mesmos das empresas optantes pelo
Lucro Presumido (Imposto de Renda - Pessoa Jurídica, Contribuição Social Sobre o Lucro
Liquido, Programa Integração Social, Contribuição para o Financiamento da Seguridade
Social e Imposto Sobre Serviços), porém há alteração das alíquotas.
Vale ressaltar que no Lucro Presumido, a Medida Provisória 1.159/23 também vigora
quando alega adequar a forma como os contribuintes utilizam os créditos de ICMS e ampliar
o cenário de segurança jurídica no país alinha a questão com decisões já proferidas pelo
Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, representa o cumprimento de jurisprudência do
STF que estabelece o fim do litígio, remetendo ao que consideramos como regime de não
cumulatividade.
E é de suma importância informar que a partir de 1º de maio de 2023, o ICMS será
excluído da base de cálculo dos créditos de contribuição do PIS/Cofins. A data de vigência
da alteração leva em consideração a segurança jurídica e os noventa dias antes que o critério
previsto na Constituição Federal produza efeito de lei que estabeleça ou aumente as
contribuições previdenciárias. (MPV 1.159/23)

2.3.3 Simples Nacional

Simples Nacional, foi instituído pela Lei Complementar n.º 123 de dezembro de
2006, que entrou em vigor a partir de 01 de julho de 2007, mas foi alterada através da LCP
nº155, criada em 27 de outubro de 2016. Esse sistema de tributação tem como objetivo
conceder um tratamento diferenciado e mais simplificado às micro e pequenas empresas.
Segundo Pêgas (2022) a maioria dos países tem tratamento tributário diferenciado
para as empresas pequenas. Esse tratamento se justifica pelo elevado custo fixo dessas
17

empresas, fazendo com que elas precisem de um tratamento diferenciado para competir no
mercado. Conforme Da Silva Marcos (2018) o Sistema Integrado de Recolhimento de
Impostos e Contribuições das Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP).
Conforme a Lei Complementar n.º 155, art. 1°, visa dar:

Tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e


empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere:
2.3.3.1À apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de
arrecadação, inclusive obrigações acessórias;
2.3.3.2Ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive
obrigações acessórias;
2.3.3.3Ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas
aquisições de bens e serviços pelos poderes públicos, à tecnologia, ao
associativismo e às regras de inclusão. (DA SILVA–MARCOS, 2018).

Segundo Crepaldi (2019) considera-se microempresa para efeito do Simples


Nacional, a pessoa jurídica, que aufira em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior
a R$ 360.000,00 e considera-se empresa de pequeno porte para efeito do Simples Nacional,
o empresário, a pessoa jurídica, que aufira,  em  cada  ano-calendário, receita bruta superior  a
R$  360.000,00  (trezentos  e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00
(quatro milhões e oitocentos mil reais). De acordo com a Lei Complementar n.º 155, de 27
de outubro de 2016,

1ª) Aumento do teto da receita-bruta para que a empresa possa ser considerada como
de pequeno porte
Como vimos acima, o Simples é destinado para as microempresas e empresas de
pequeno porte. Qual é o critério para isso?
Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte:
– a sociedade empresária
– a sociedade simples
– a empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) e
– e o empresário do art. 966 do CC,
– devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis (Junta Comercial) ou
– no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso,
– desde que tenham a seguinte receita bruta:
EMPRESA DE PEQUENO PORTE (EPP)
Dessa forma, com a nova Lei, uma empresa poderá ser considerada como de pequeno
porte e aderir ao Simples (cumpridas as demais exigências), desde que aufira, em cada
ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)
e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais).
Em 2017, e nos anos seguintes, a empresa que tiver até R$ 4.800.000,00 será
considerada como de pequeno porte e poderá continuar no Simples.

Segundo Crepaldi (2019, p. 266) e Lei Complementar n.º 155, de 27 de outubro de


2016, no Simples Nacional o recolhimento é do tributo é mensal, mediante documento único
de arrecadação, que engloba os seguintes tributos:
18

a) Imposto de Renda Pessoa jurídica (IRPJ);


b) Imposto sobre produtos Industrializados (IPI);
c) Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL);
d) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS);
e) Contribuição para o PIS/PASEP;
f) Contribuição Patronal Previdenciária (CPP);
g) Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS);
h) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

De acordo com Da Silva Marcos (2018) a base de cálculo do Simples Nacional é a


receita bruta e sua alíquota é variável de acordo com o ramo de atividade da empresa, e o
valor da sua receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao mês de apuração. Ou
proporcionalmente ao número de meses de sua atividade, quanto maior a receita bruta da
empresa maior a alíquota do Simples Nacional.
Caso a empresa esteja em início de atividade, para ser definido qual a sua receita
bruta acumulada e consequentemente a sua alíquota do Simples Nacional, deve ser seguido
os dispostos no o art. 5º da Res. CGSN n.º 051/2008, [...] na hipótese de a ME ter iniciado
suas atividades no ano-calendário anterior, utilizando-se da média aritmética da receita
bruta total dos meses desse ano-calendário, multiplicada por 12 (doze).
Segundo Da Silva Marcos (2018), a apuração do Simples Nacional deve seguir
alguns passos:
a) Calcular o total da receita bruta dos últimos 12 meses anteriores ao mês de
apuração;
b) Quando o período de atividade for inferior a 12 meses, encontrar a média
aritmética da receita bruta (dividir a soma desta pela quantidade de meses que se
usou para calcular a receita bruta acumulada) e multiplicar este valor por 12
meses, dessa forma, será encontrada a receita bruta anual;
c) Localizae na tabela por tipo de atividade (utilizando os “ anexos”) a faixa de
receitabruta acumulada. Assim, será encontrada a alíquota para o cálculo do
tributo;
d) Calcular o tributo a pagar utilizando a base de cálculo (receita bruta do mês em
questão) x a alíquota.

Para as empresas optantes pelo Simples Nacional que possuem mais de um ramo de
atividade, as receitas deverão ser segregadas por atividade (comércio, indústria, serviço), e o
imposto calculado separadamente.

Essas Atividades serão tributadas na forma do anexo V desta Lei complementar. O


anexo V é apresentado no quadro 2;
19

Quadro 2 - Anexo V Simples Nacional.


Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)
1  Faixa
a
Até 180.000,00 4,50% -
2  Faixa
a
De 180.000,01 a 360.000,00 9,00% 8.100,00
3  Faixa
a
De 360.000,01 a 720.000,00 10,20% 12.420,00
4  Faixa
a
De 720.000,01 a 1.800.000,00 14,00% 39.780,00
5  Faixa
a
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22,00% 183.780,00
6  Faixa
a
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 828.000,00
Fonte: Lei Complementar Nº 155, de 27 de outubro de 2016.

Conforme apresentado na Tabela 2, às alíquotas para as empresas se enquadrarem


no anexo VI do Simples Nacional partem de 16,93%, para as empresas que tenham receita
bruta acumulada nos 12 últimos meses de até R$ 180.000,00, progredindo até a alíquota
máxima de R$ 33,00%, para as empresas que tenham receita bruta acumulada nos 12 últimos
meses entre R$ 3.600.000,01 e R$4.800.000,00.
20

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Segundo Gil (2019) entende-se método como caminho de pesquisa para se chegar a
determinado fim e metodologia como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos
adotados para se atingir o conhecimento. Com isso, essa seção se destina para trazer o
caminho de pesquisa feito para obtenção de respostas ao questionamento do estudo bem como
as classificações metodológicas em que a pesquisa se enquadra.

3.1 CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA


Quanto ao tipo de pesquisa podem ser classificadas em três grupos; exploratórias,
explicativas e descritivas (MARCONI e LAKATOS, 2019). O presente trabalho é realizado
pelo método descritivo, que de acordo com Gil (2022, p. 42): “São pesquisas descritivas
aquelas que visam descobrir a existência de associações entre variáveis, como, por exemplo,
as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferência político – partidária e nível de
rendimentos ou de escolaridade”. Sendo assim, a pesquisa proposta descreve características da
empresa em estudo e as técnicas utilizadas para análise dos dados obtidos.
No que tange à natureza do problema, a pesquisa proposta é rotulada como aplicada,
pois como descreve Caderno (2017) a pesquisa aplicada objetiva a construção de
conhecimentos visando solucionar problemas específicos que envolvem verdades e interesses
locais. Logo, as pesquisas de natureza aplicada buscam resolver um problema específico
dentro de um ambiente.
No que compete à abordagem do problema, existem duas classificações, sendo elas
quantitativas e qualitativas. Afirmam Diehl e Talim (2006, p. 51). Segundo Diehl e Talim
(2006, p. 51), o uso da quantificação na coleta e tratamento de informações por meio de
técnicas estatísticas, desde as mais simples, como porcentagens, médias, desvios padrão, até
as mais complexas, como coeficientes de correlação, análise de regressão, etc., com o
objetivo de garantir resultados e evitando distorções na análise e interpretação, Permite uma
maior margem de segurança de inferência.
A respeito da pesquisa qualitativa, Caderno (2017) cita que pode existir uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, ou seja, existe uma ligação inseparável entre o
mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser convertida em números. A
interpretação dos fenômenos e a atribuição de significado são fundamentais para o processo
de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente
natural é a fonte imediata de coleta de dados, e o pesquisador é a ferramenta chave. É
21

descritivo. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu


significado são o foco principal do método
Ponderando os contextos supracitados, considera-se que o trabalho aqui
desenvolvido utiliza método de pesquisa qualitativa, uma vez que analisa a entidade em seu
universo fiscal e econômico, tendo como fonte de coleta de dados a própria empresa.
Por se tratar do estudo de uma empresa específica, esta pesquisa adota os
procedimentos técnicos: pesquisa documental e estudo de caso. A pesquisa documental
diverge à bibliográfica, o que a difere é a natureza das fontes, onde a bibliográfica utiliza
material de diversos autores, enquanto a documental vale-se de material ainda não estudado
analiticamente ou que poderá ser reelaborado de acordo com os objetivos da pesquisa (GIL,
2019, p. 73).
Já o estudo de caso é a abordagem centrada em caso específico. É o tipo de estudo
preferido por pesquisadores que desejam aprofundar conhecimentos em determinado assunto.
(BEUREN, et. al. 2008, p. 84). Para Gil (2019, p. 78) “estudo de caso é caracterizado pelo
estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir conhecimento
amplo e detalhado do mesmo”.
Quanto ao ambiente da pesquisa, foi utilizada uma empresa prestadora de serviço de
transporte rodoviário de cargas, sediada na região noroeste do Estado do Paraná, aqui
denominada Empresa Exemplo.
No tocante ao método de coleta de dados, Chizzotti (2018, p. 51) afirma que “a
coleta de dados é a etapa da pesquisa que exige um grande volume de tempo e trabalho para
se reunir as informações indispensáveis”. Os dados foram coletados diretamente dos
documentos fiscais e contábeis fornecidos pela Empresa, através de seu escritório contábil,
que nos forneceu DRE, Relatórios Gerenciais, por exemplo, que nos permitiram chegar ao
resultado da pesquisa.
Após colher os dados, a fase seguinte é a análise e interpretação. Como comenta Gil
(2019, p. 166), esses dois processos, embora conceitualmente distintos, sempre parecem
estar intimamente relacionados. A análise visa organizar e sintetizar os dados de forma a
fornecer respostas às questões colocadas pela investigação. A interpretação, por outro lado,
busca encontrar as implicações mais amplas da resposta, o que é feito relacionando-a com
outros conhecimentos previamente adquiridos.
No trabalho em questão, os dados foram coletados mediante documentação fornecida
pela empresa e em seguida averiguada de acordo com a legislação brasileira fiscal. Para
melhor visualização, comparação e análise dos cálculos foram arquitetadas planilhas e tabelas.
22

Importante mencionar sobre as limitações desta pesquisa, na qual a entidade a ser


estudada não forneceu demonstrativos contábeis consolidados, como BP (Balanço
Patrimonial), por exemplo, e os relatórios gerenciais fornecidos não traziam vastas
informações, logo, a pesquisa em questão limita-se a utilização apenas de documentos fiscais
e contábeis referentes ao exercício de 2021. Por se tratar de estudo de caso, os resultados
obtidos não poderão ser considerados para outras empresas, mesmo que atuem no mesmo
ramo de atividade. Com o intuito de sintetizar essa seção, o quadro 3 elenca um resumo
quanto as classificações metodológicas deste estudo:

Quadro 3 – Resumo quanto à classificação da pesquisa:

Critério de classificação da pesquisa Classificação da Pesquisa

Quanto aos objetivos Descritiva


Quanto à finalidade Aplicada
Quanto à abordagem do problema Qualitativa
Quanto aos procedimentos técnicos Documental e estudo de caso
Quanto ao método da abordagem Método dedutivo
Quanto ao ambiente de pesquisa Pesquisa de campo
Fonte: Dados da pesquisa (2023)
23

4 ANÁLISE DOS DADOS

4.1 APRESENTAÇÃO E DEMONSTRATIVOS DE FATURAMENTO E DESPESAS DA


EMPRESA
A entidade analisada é uma transportadora rodoviária, onde sua principal fonte de
negócios é a prestação de serviços perante a realização de fretes rodoviários na região do
Paraná. Atualmente é constituída por 1 sócio-empresário e 4 funcionários ativos, possuindo
um patrimônio de aproximadamente R$2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais),
atuando no mercado de transportes desde o ano de 2010, e opera sobre o regime tributário
SIMPLES NACIONAL.
Devido a pandemia do “Corona Vírus” que se iniciou no país em meados de 2020, e
também a queda do valor do frete, seu faturamento diminuiu comparado a anos anteriores, e
com isso, veio a preocupação perante os pagamentos de impostos e tributos. E, buscando
uma forma de melhorar sua rentabilidade, fizemos as análises de seus ultimos reltórios
consolidados, a fim de demonstrar qual Regime Tributário seria o mais benéfico para a
transportadora.

4.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS PESQUISADOS

Foram analisados os documentos contábeis da empresa estudada referente ao ano de


2021, incluindo relatórios gerenciais, e demonstrativo de resultados (DRE). Dessa maneira,
foi dado sequência nos cálculos para a conclusão da pesquisa, perante às informações
extraídas dos relatórios contábeis disponíveis. Abaixo, os valores de faturamento anual e
gastos da empresa apresentados nos Quadros 4 e 5.
24

Quadro 4 – Faturamento anual de 2021 separado por meses.

MÊS ANO FATURADO (R$)

Rubrica contábil Valor (em R$)


JANEIRO 2021 14.960,00
FEVEREIRO 2021 13.900,00
MARÇO 2021 9.800,00
ABRIL 2021 16.240,00
MAIO 2021 18.230,00
JUNHO 2021 14.890,00
JULHO 2021 12.300,00
AGOSTO 2021 9.320,00
SETEMBRO 2021 8.300,00
OUTUBRO 2021 17.390,00
NOVEMBRO 2021 12.930,00
DEZEMBRO 2021 11.020,00
TOTAL 159.280,00
Fonte: Dados da pesquisa (2023).

Quadro 5 – Demonstrativo de despesas anual de 2021 separado por meses.

AN DESPESAS
MÊS COMBUSTÍVEL SALÁRIO DESPESAS (R$)
O DIVERSAS

Rubrica contábil Valor (em R$) Valor (em R$) Valor (em R$) Valor (em R$)

JANEIRO 2021 3.975,00 5.075,00 4.200,00 13.250,00


FEVEREIRO 2021 3.879,00 4.851,00 4.200,00 12.930,00
MARÇO 2021 2.268,00 1.092,00 4.200,00 7.560,00
ABRIL 2021 4.260,00 5.740,00 4.200,00 14.200,00
MAIO 2021 4.767,00 6.923,00 4.200,00 15.890,00
JUNHO 2021 3.906,00 4.914,00 4.200,00 13.020,00
JULHO 2021 3.114,00 3.066,00 4.200,00 10.380,00
AGOSTO 2021 2.376,00 1.344,00 4.200,00 7.920,00
SETEMBRO 2021 2.061,00 609,00 4.200,00 6.870,00
OUTUBRO 2021 4.650,00 6.650,00 4.200,00 15.500,00
NOVEMBRO 2021 3.396,00 3.724,00 4.200,00 11.320,00
DEZEMBRO 2021 2.469,00 1.561,00 4.200,00 8.230,00
TOTAL 41.121,00 45.549,00 50.400,00 137.070,00
Fonte: Dados da pesquisa (2023).

Levando em consideração os quadros 4 e 5, é possível analisar o movimento


financeiro obtido pela entidade no ano de 2021. Nota-se que em 2021, o faturamento da
transportadora foi bem próximo de seus gastos, sinalizando uma possível dificuldade
financeira para manter a saúde da instituição em dia.
25

Com os valores acima, serão realizados cálculos comparativos entre os regimes do


Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real, a fim de verificar qual trará maiores
benefícios para a empresa. Importante mencionar que a escolha do regime tributário
adequado pode trazer impactos na saúde financeira da empresa, afetando diretamente o seu
lucro líquido e sua competitividade no mercado.

4.3 CÁLCULO DO REGIME SIMPLES NACIONAL (ANUAL)

Esse estudo utilizará do Regime Simples Nacional como base para realizarmos a
projeção do seu faturamento para os regimes normais (Lucro Real e Lucro Presumido), visto
que a empresa é optante pelo Simples Nacional. O Quadro 6, traz a Demonstração de
Resultado da empresa, no Exercício 2021:

Quadro 6 – Demonstrativo de Resultado Simples Nacional


Rúbrica contábil Valor (em R$)
Receita bruta 159.280,00
(-) Dedução Simples Nacional (DAS) - 9.556,80
(=) Receita líquida 168.836,80
(=) Lucro operacional bruto 168.836,80
(-) Combustível - 41.121,00
(-) Despesas diversas - 45.549,00
(-) Despesas com Folha de Pagamento - 50.400,00
(-) FGTS - 4.032,00
(=) Lucro operacional líquido 68.855,80
(+/-) Resultado financeiro -
(+/-) Resultado não operacional -
(=) Lucro do Período 27.734,80
Fonte: Dados da pesquisa (2023).

No caso da Transportadora estudada, nota-se o faturamento médio mensal de


R$13.273,33 (treze mil duzentos e setenta e três reais e trinta e três centavos), fazendo assim,
com que se atribuísse o regime de Simples Nacional, porém não impedindo de analisar através
dos vieses da Legislação, a possibilidade de migrar para outro regime tributário.
Devido à dificuldade de encontrar demonstrativos contábeis consolidados, houve-se
perca no conteúdo informação de detalhamento nas rúbricas contábeis, não sendo possível
detalhar a informação dado que, os relatórios gerenciais fornecidos não possuiam uma
informaçao mais analítica. Com isso, algumas contas foram agrupadas, em outras palavras,
foram obtidos os valores de despesas disversas, que nelas estão inclusas todos os outros gastos
26

que não entram na folha de pagamento e combustível, como; despesas administrativas,


aluguéis, energia, internet, água, entre outros.
Na folha de pagamento, estão inclusos os gastos com o FGTS e, que representa 8% do
valor de folha de pagamento. De acordo com a legislação vigente, outros valores de impostos
estão dentro do próprio Documento de arrecadação do Simples Nacional (DAS; que
corresponde a 6% sobre o faturamento), como PIS, COFINS, CPP, IPI, ICMS entre outros.

4.4 IRPJ E CSLL SOBRE LUCRO PRESUMIDO

A empresa em questão atua no setor de serviços, realizando fretes em perímetros


rodoviários na região do estado do Paraná. De acordo com o regime tributário do Lucro
Presumido, a alíquota de presunção do IRPJ para empresas deste ramo é de 8% sobre a receita
bruta.
Isso significa que o cálculo do IRPJ fará uma presunção de 8% sobre o total de suas
vendas, independentemente do resultado do período apurado. Após o cálculo da base de
cálculo do IRPJ pelo regime de Lucro Presumido, é aplicada a alíquota de 15% de IRPJ que é
a alíquota padrão para empresas tributadas pelo regime mencionado. O Quadro 7 e o Quadro
8 apresentam o cálculo do CSLL e IRPJ respectivamente sobre o regime de Lucro Presumido.

Quadro 7 – CSLL no Lucro Presumido

Rubrica contábil Valor (em R$ e %)


Receita tributável 159.280,00
(x) % presunção 12%
(=) BC Receitas 19.113,60
(+) Receitas financeiras 0,00
(=) CSLL 19.113,60
(x) Alíquota CSLL 9%
(=) CSLL a recolher 1.720,22
Fonte: Dados da pesquisa (2023).

Quadro 8 – IRPJ no Lucro Presumido


27

Rubrica contábil Valor (em R$ e %)


Receita tributável 159.280,00
(x) % presunção 8%
(=) BC Receitas 12.742,40
(+) Receitas financeiras 0,00
(=) BC IRPJ 12.742,40
(x) Alíquota IRPJ 15%
(=) IRPJ antes do adicional 1.911,36
(+) Adicional IRPJ 0,00
(=) IRPJ a recolher 1.911,36
Fonte: Dados da pesquisa (2023).

Com base nas informações fornecidas, através da análise realizada, extraímos o valor
de CSLL com a fórmula de 159.280,00 * 12% de sua presunção, o valor é 19.113,60 que
deste, calculamos mais 9% que é o valor a ser pago de CSLL, de R$1.720,22. Embora a
empresa tenha obtido um resultado negativo, vale ressaltar que nesse regime tributário, o
valor a ser pago de CSLL é calculado sobre a receita bruta da instituição, portanto sobre o
valor de resultado –R$23.694,45 (menos vinte e três mil seiscentos e noventa e quatro reais e
quarenta e cinco centavos), a quantia extraída de CSLL representa um valor de 7,26% (sete
vírgula vinte e seis por cento).
E para o valor de IRPJ, realizamos a cálculo a partir da sua receita bruta 159.280,00 *
8% de sua presunção, o valor é 12.742,40 que deste, calculamos mais 15% que é o valor a ser
pago de IRPJ, de R$1.911,36. Seguindo a mesma regra do CSLL, o IRPJ também é calculado
pela receita bruta, então, com o resultado sendo de –R$23.694,45, a quantia de IRPJ recolhida
que é R$1.911,36, representa 8,07% (oito, vírgula zero sete por cento) da receita obtida no
exercício.
Podemos constatar que, mesmo a instituição não alcançando resultado positivo (-
R$23.694,45), terá a incisão do CSLL e do IRPJ, pois no lucro presumido, a regra informa
que devemos auferir tais tributos sobre o valor de sua receita bruta e não sobre seu resultado
líquido.

4.4.1 CÁLCULO DO REGIME DE LUCRO PRESUMIDO (ANUAL).

Neste tópico, foram apresentadas as informações sobre a presunção do lucro e as


respectivas porcentagens para definir os valores do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
(IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), sob o regime de Lucro
Presumido.
28

Além disso, foram realizados os cálculos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias


e Serviços (ICMS), do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (COFINS) na forma cumulativa, referentes ao ano de
2021 com base nos dados reais da empresa, com a realização de uma simulação de valores
para a empresa a fim de exemplificar os cálculos, trazendo uma projeção do mesmo valor de
receita perante a Legislação vigente atualmente.
Em 2021, a empresa faturou com serviços, o montante de R$159.280,00 (cento
cinquenta e nove mil duzentos e oitenta reais). E levando em consideração a análise tributária
no regime de Lucro Presumido, pode-se extrair um % de 15,21% de carga tributária, levando
em consideração ICMS, PIS e COFINS. Nota-se que com base em seu resultado bruto, o
resultado líquido acaba sendo negativo até mesmo antes dos cálculos sobre CSLL e IRPJ.
Cabe destacar que, mesmo utilizando a Medida Provisória 1159/23 que retira o ICMS do
cálculo do PIS e COFINS, ainda sim o resultado é negativo.

4.4.2. CÁLCULO DE ICMS, PIS E COFINS DO LUCRO PRESUMIDO.

A empresa em questão, no regime do lucro presumido, no que se refere ao ICMS, é


amparada no princípio da não cumulatividade, isso quer dizer que, no Lucro Presumido, a
empresa não tem direito a créditos de ICMS, ou seja, abre-se mão da recuperação deste
imposto na entrada de mercadorias em troca de uma redução de alíquota no momento da saída
das mercadorias.
Vale mencionar que os serviços prestados pela transportadora, no ano em questão,
foram realizados para o estado do Paraná, ou seja, não houve prestação de serviços para
outros estados. O cálculo do ICMS, de acordo com o Decreto nº701/2023, para a empresa
pesquisada será realizado com base na alíquota interestadual do Paraná, que é de 19% que
para esta entidade, terá o benefício fiscal de redução de alíquota de 36,84%, o que torna a
alíquota efetiva de 12%. E o valor a recolher, seria de R$19.113,60 (159.280 * 12%).
A apuração do PIS e da COFINS no regime do lucro presumido ocorre de forma
cumulativa, pois, para quem optar por este regime, não são permitidos ajustes fiscais na
formação da base de cálculo, ou seja, sem compensação de créditos e débitos na cadeia
produtiva, ou na prestação de serviços.
Neste tópico serão demonstrados os cálculos de PIS e COFINS devidos pela empresa
em 2021. Importante mencionar que, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal,
29

o ICMS não deve integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS. Dessa forma, os cálculos
apresentados não consideram o ICMS como parte da base de cálculo dessas contribuições.
Ou seja, a base de cálculo pra o PIS e COFINS será de 88% do valor de receita bruta
realizada pela empresa (159.280 * 88% (100-12) = 140.166,40), e sobre 140.166,40 o valor de
0,65% para o PIS e 3% para o COFINS, que respectivamente geram os valores de R$911,08
e R$4.204,99. Abaixo os cálculos que comprovam tais números são apresentados abaixo no
quadro 9.

Quadro 9 – Cálculos ICMS, PIS e COFINS no Lucro Presumido


Rubrica contábil Valor (em %) Valor (em R$)
RESULTADO 100% 159.280,00
PIS 0,65% 911,08
COFINS 3% 4.204,99
ICMS 12% 19.113,60
Fonte: Dados da pesquisa (2023).

No Quadro 9, através dos dados apurados, nota-se os valores de tributos a serem


pagos, ICMS, PIS e COFINS. O valor referente ao ICMS, é 12% levando em consideração a
área de atuação da empresa, 0,65% para o PIS, e 3% de COFINS, que somados, geram
R$24.220,67 de carga tributária, referente à 15,21% sobre o valor de receita bruta.
O quadro 10 traz o Demonstrativo de Resultado (DRE) do Exercício de 2021,
projetado no Lucro Presumido, já com o cálculo do IRPJ e CSLL, junto com todas as contas
de resultado da instituição, o que nos traz então o resultado negativo, provando que a projeção
para a troca para o regime do Lucro Presumido, não seria a melhor escolha para a
transportadora.

Quadro 10 – Demonstrativo de resultado Lucro Presumido 2021


Rubrica contábil Valor (em R$)
Receita bruta 159.280,00
(-) ICMS sobre vendas - 19.113,60
(-) Pis sobre vendas - 911,08
(-) COFINS sobre vendas - 4.204,99
(=) Receita líquida 135.050,33
(=) Lucro operacional bruto 135.050,33
(-) Despesas diversas - 45.549,00
(-) Despesas com Folha de Pagamento - 50.400,00
(-) INSS Patronal - 14.011,20
(-) FGTS - 4.032,00
(-) Combustível - 41.121,00
30

(=) Lucro operacional líquido - 20.062,87


(+/-) Resultado financeiro -
(+/-) Resultado não operacional -
(=) Resultado antes do IR e CSLL - 20.062,87
(-) IRPJ - 15% sobre R$12.742,40 - 1.911,36
(-) CSLL - 9% sobre R$19.113,60 - 1.720,22
(=) Resultado depois do IR e CSLL - 23.694,45
Fonte: Dados da pesquisa (2023).

Vale ressaltar, que dado a base de cálculo para a apuração do IRPJ (R$ 159.280,00), a
empresa objeto de análise não terá a apuração do adicionar de 10% de IPRJ, haja vista que
não excedeu o limite de faturamento estabelecido pela legislação vigente. Importante destacar
que mesmo a empresa apresentando um prejuízo contábil no período, esse tipo de regime
tributário obriga a entidade fazer o recolhimento de IRPJ e CSLL aumentando ainda mais o
prejuízo da empresa neste cenário simulado.

4.5 CÁLCULO DO REGIME LUCRO REAL (ANUAL)


Neste tópico, serão apresentadas informações sobre o cálculo do Imposto de Renda
Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) no regime de
Lucro Real. Esse modelo tributário é uma opção alternativa ao Lucro Presumido, que a
empresa também pode adotar se considerar vantajoso. Além disso, serão apresentados os
cálculos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do Programa de
Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
(COFINS) no formato não cumulativo, referentes ao ano de 2021, utilizando a Legislação
vigente atualmente.
Para realizar a simulação do lucro real, será utilizada a Demonstração de Resultado do
Exercício (DRE) apresentada no Quadro 13, que é um demonstrativo financeiro que evidencia
o resultado das atividades operacionais e não operacionais da empresa em um determinado
período. A DRE apresenta as receitas, despesas e o lucro líquido apurado no exercício, sendo
uma importante ferramenta para análise financeira e tomada de decisões estratégicas.
Com base nas informações contidas na DRE, será possível apurar o lucro real da
empresa, que será a base de cálculo para a tributação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica
(IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), no regime de Lucro Real.

4.5.1 IRPJ E CSLL SOBRE LUCRO REAL


31

Sobre os cálculos extraídos do regime de Lucro Real, como a empresa não possuiu
resultado positivo, não será realizado a dedução do IRPJ e CSLL, visto que estes, usam como
base de cálculo o Resultado líquido da empresa, cujo mesmo, não fora positivo, tornando
assim o valor de IRPJ e CSLL zerados nessas condições. Abaixo o quadro 11 apresentando o
Demonstrativo de Resultado (DRE) do exercício de 2021 na projeção do regime de Lucro
Real.
Quadro 11 – Demonstrativo de resultado Lucro Real 2021
Rúbrica contábil Valor (em R$)
Receita bruta 159.280,00
(-) ICMS sobre vendas - 19.113,60
(-) PIS sobre vendas - 2.312,75
(-) COFINS sobre vendas - 10.652,65
(=) Receita líquida 127.201,00
(=) Lucro operacional bruto 127.201,00
(-) Despesas diversas - 45.549,00
(-) Despesas com Folha de Pagamento - 50.400,00
(-) INSS Patronal - 14.011,20
(-) FGTS - 4.032,00
(-) Combustível - 41.121,00
(=) Lucro operacional líquido - 27.912,20
(+/-) Resultado financeiro -
(+/-) Resultado não operacional -
(=) Resultado antes do IR e CSLL - 27.912,20
Fonte: Dados da pesquisa (2023).

O resultado apresentado pela empresa no regime de Lucro Real foi de –


R$27.912,20(menos vinte e sete mil novecentos e doze reais e vinte centavos), e como
resultou em um resultado negativo, não tem valores a pagar de IRPJ e CSLL.

4.5.2 CÁLCULO DE ICMS, PIS E COFINS NO LUCRO REAL.

A empresa em questão, no regime do lucro real, no que se refere ao ICMS, é amparada


no princípio da não cumulatividade, isso quer dizer que, no Lucro Real, a empresa tem direito
a créditos de ICMS, ou seja, é possível abater do imposto devido os valores pagos na
realização de serviços.
A forma de apuração dessas contribuições é diferente para empresas que optam pelo
regime tributário Lucro Real, portanto neste tópico serão demonstrados os cálculos de PIS e
COFINS devidos pela empresa em 2021. O quadro 12 apresenta os cálculos do PIS e COFINS
32

não cumulativos sobre os serviços prestados, nesse caso as alíquotas utilizadas para apurar
ambos, será de 1,65% e 7,6% respectivamente.
Assim, para calcular o valor devido do PIS e da COFINS, primeiro é preciso calcular o
valor da contribuição antes da aplicação dos créditos. Para isso foi utilizado o valor da base de
cálculo multiplicado pela alíquota de cada contribuição, conforme quadro abaixo. Importante
mencionar que os valores do ICMS sobre vendas não compõem a base de cálculo de PIS e
COFINS, dessa forma o mesmo será excluído da base de cálculo de ambos.

Quadro 12 – Cálculo do ICMS, PIS e COFINS no Lucro Real


Rubrica contábil Valor (em %) Valor (em R$)
PIS 1,65% 2.312,75
COFINS 7,60% 12.105,28
ICMS 12% 19.113,60
Fonte: Dados da pesquisa (2023).

Perante aos dados coletados presentes no quadro 11, chegamos ao resultado das
alíquotas do ICMS, PIS e COFINS, sendo demonstradas no quadro 12, onde o ICMS
representa o valor de R$19.113,60 (dezenove mil cento e treze reais e sessenta centavos), que
é 12% do valor de resultado da instituição; R$159.280,00 (cento e cinquenta e nove mil e
duzentos e oitenta reais) * 12% = R$19.113,60. O PIS, de acordo com sua alíquota de 1,65%,
temos a seguinte fórmula para obter o resultado; R$159.280,00 * 88% (percentual decrescido
dos 12% do ICMS) = R$140.166,40 (cento e quarenta mil cento e sessenta e seis reais e
quarenta centavos), então R$140.166,40 * 1,65% = R$2.312,75 (dois mil trezentos e doze
reais, e setenta e cinco centavos).
E por fim, o COFINS, que também tem o % do ICMS decrescido de seu cálculo,
portanto; R$140.166,40 * 7,6% = R$12.105,28 (doze mil cento e cinco reais e vinte e oito
centavos). O quadro 13 mostra o Cálculo do IRPJ e CSLL do Exercício de 2021, na projeção
do Regime de Lucro Real.

Quadro 13 – Cálculo de IRPJ e CSLL no Lucro Real


Rúbrica contábil Valor (em R$)
Resultado contábil - 27.912,20
(+) Adições -
(-) Exclusões -
33

(-) Compensações -
Resultado fiscal - 27.912,20
IRPJ (15%) -
Adicional (10%) -
Total IR a recolher -
CSLL a recolher (9%) -
Fonte: Dados da pesquisa (2023).
Nota-se que, como o resultado foi negativo, não teve recolhimento do IRPJ e CSLL,
pois diferente do Lucro Presumido, o Lucro Real tem como base de cálculo dos mesmos, o
valor de Resultado Líquido, e nesse cenário, o resultado da Transportadora foi negativo,
portanto, não se é possível realizar o cálculo.

4.6 ANÁLISES DOS RESULTADOS

Nesta seção, foi realizada uma comparação entre as opções tributárias do Simples
Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real, utilizando os dados coletados e simulados sobre o
resultado do ano de 2021 para avaliar qual a melhor opção para a empresa em questão. A
tabela 15, antes apresentada evidencia qual é o sistema tributário mais adequado para a
referida empresa, no comparativo entre Lucro Presumido, Lucro Real e o Simples Nacional.
O Quadro 14 evidencia o seu resultado perante aos % de impostos a serem pagos,
considerando cada regime tributário estudado:

Quadro 14 – Consolidação dos valores a serem pagos de Impostos.

Simples Nacional Lucro Presumido Lucro Real

2021 33.102,40 92.720,07 100.569,39

Fonte: Dados da pesquisa (2023).

Percebe-se que o regime tributário Simples Nacional é o mais conveniente a ser


adotado pela empresa do ramo de transporte rodoviário, visto que o total de impostos a pagar,
sendo a somatória de ICMS-PR (12%) + DAS (6%) + FGTS é igual a 33.102,40, e também
que o total de faturamento anual que não alcança a quantia de R$4.800.000,00 (quatro
milhões e oitocentos reais), e em comparação com os outros impostos aqui apresentados,
utilizando a Legislação vigente, os dados apresentam um elevado valor de tributos a serem
pagos em relação aos outros regimes tributários (lucro real e presumido). Com base no quadro
34

15, fica evidente que o melhor regime a ser atribuído pela empresa, seria o Simples Nacional,
na qual, a mesma já se enquadra.
Se a empresa optasse pelo Lucro Presumido, além de possuir um valor negativo de
resultado líquido, ainda teria que pagar IRPJ e CSLL, visto que perante a sua Legislação, o
valor é calculado sobre a receita bruta, e não pelo resultado líquido, podendo danificar em
grande escala a saúde financeira da transportadora. Pois como apresentado, o valor de
resultado antes do IRPJ e CSLL foi de –R$23.694,45 (menos vinte e três mil seiscentos e
noventa e quatro reais e quarenta e cinco centavos).
Se a instituição optar pelo Lucro Real, também terá valores maiores de tributos a
serem pagos, e não teria resultado líquido positivo. Pois como apresentado, o resultado
líquido antes do IRPJ e CSLL foram de –R$27.912,20(menos vinte e sete mil novecentos e
doze reais e vinte centavos).
35

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral desse estudo foi o de analisar qual é o regime tributário que traz a
menor carga tributária para uma empresa que presta serviços de transporte rodoviário. Após
feita as análises, constatou que o regime tributário Simples Nacional foi o que trouxe menor
carga tributária para empresa.
Isso se deu porque, para esse tipo de empresa, a tributação é muito mais simplificada e
intuitiva, o que pode ajudar a gerir melhor os custos e ampliar a lucratividade. Nas operações
logísticas o transporte de cargas rodoviário possui grande impacto com sua atuação,
principalmente na economia do país. O estudo aqui analisa critérios de encargos tributários e
também relatam de forma direta qual melhor regime se enquadra na empresa aqui analisada.
Nos dias atuais falar em organização dos impostos e transparência nos pagamentos
sem a sonegação de impostos, muitas vezes é falar em problemas a serem resolvidos. Muitos
gestores se preocupam com os desafios encontrados relacionados à prestação de contas
referente aos tributos e regimes fiscais.
A ausência de ferramentas e de conhecimento contábil são fatores que os gestores
relatam para a dificuldade da prestação de contas. Para isso criou-se normas específicas de
acordo com os padrões solicitados, que se resumem em um regime tributário que se enquadre
no ramo e no faturamento da empresa, sendo estes, Lucro Real, Lucro Presumido e Simples
Nacional, que são os mais utilizados, além de sistemas seguindo as regras de forma mais
rígida e fiscalizada com relação ao transporte rodoviário e o controle necessário para a
efetivação do mesmo. Buscar atender as necessidades de transparência e principalmente
possibilitar o conhecimento das taxas e regime mais viável para auxílio a este ramo que
enfrenta diariamente os desafios impostos pelo governo com relação às taxas e juros
cobrados.
Conforme apresentado no primeiro capítulo desse trabalho, pesquisas apontam que
seguimento rodoviário é um dos mais utilizado no Brasil para o transporte de grande parte de
nossa produção agrícola e outros importantes insumos que contribuem para o
desenvolvimento de nosso país. Mesmo com os altos índices de juros e carga tributária que
são praticadas em nosso país, ainda é possível através do desenvolvimento econômico,
mesmo sabendo que no país a tributação cobrada é uma das mais elevadas comparada a nível
mundial e por isso é de suma importância que as empresas tenham a prática de realizar um
bom planejamento tributário podendo assim ter critérios para escolher o melhor regime
tributário.
36

Perante a análise tributária realizada na transportadora rodoviária, podemos concluir


que a pesquisa foi essencial para que a empresa pudesse escolher o melhor regime tributário
para atender suas necessidades. Dentre os regimes tributários permitidos por lei, o lucro real,
o lucro presumido e o simples nacional são os mais comuns e que possibilitam diferentes
formas de tributação, de acordo com o faturamento e características da empresa.
Além disso, no regime Simples Nacional, para transporte rodoviário de cargas, a
alíquota é calculada sobre o faturamento e pode variar de 6% a 15,5%, o que é extremamente
vantajoso, tendo em vista que em outras jornadas tributárias a empresa pode chegar a pagar
27,5% de impostos.
Por outro lado, no lucro real e presumido, a complexidade tributária é maior, o que
pode demandar uma equipe especializada em questões contábeis, tributárias e fiscais,
elevando assim os custos e diminuindo a rentabilidade da empresa. No lucro real, é feita a
tributação com base nas receitas, deduzindo os custos e despesas da transportadora, inclusive
as despesas financeiras e outras despesas comuns que ocorrem ao longo da jornada. Já no
presumido, determina-se uma base de cálculo estabelecida conforme a atividade da empresa.
Por fim, é importante lembrar que a escolha do melhor regime tributário precisa levar
em consideração diversas questões, como o porte da empresa, a natureza da atividade
desenvolvida, o faturamento bruto anual, entre outras. Assim, torna-se indispensável que a
transportadora rodoviária realize uma análise tributária criteriosa para escolher o regime que
mais se adequa à sua realidade, visando sempre reduzir os custos e melhorar a sua
rentabilidade.
37

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40

ANEXOS

ANEXO A - Impostos Simples Nacional 2021

Rubrica contábil Valor (em R$)


DAS 9.556,80
FGTS 4.432,00
ICMS PR 19.113,60
Total Simples Nacional 33.102,40
41

ANEXO B – Impostos Lucro Presumido 2021

Rubrica contábil Valor (em R$)


PIS 911,08
COFINS 4.204,99
IRPJ 14.335,20
CSLL 23.892,00
ICMS 19.113,60
INSS/CPP 17.520,80
FGTS 12.742,40
Total 92.720,07
42

ANEXO C – Impostos Lucro Real 2021

Rubrica contábil Valor (em R$)


PIS 2.312,75
COFINS 10.652,65
IRPJ 14.335,20
CSLL 23.892,00
ICMS 19.113,60
INSS/CPP 17.520,80
FGTS 12.742,40
Total 100.569,39
43

ANEXO D – Relatório gerencial de despesas – 2021

AN DESPESAS
MÊS COMBUSTÍVEL SALÁRIO DESPESAS (R$)
O DIVERSAS

Rubrica contábil Valor (em R$) Valor (em R$) Valor (em R$) Valor (em R$)

JANEIRO 2021 3.975,00 5.075,00 4.200,00 13.250,00


FEVEREIRO 2021 3.879,00 4.851,00 4.200,00 12.930,00
MARÇO 2021 2.268,00 1.092,00 4.200,00 7.560,00
ABRIL 2021 4.260,00 5.740,00 4.200,00 14.200,00
MAIO 2021 4.767,00 6.923,00 4.200,00 15.890,00
JUNHO 2021 3.906,00 4.914,00 4.200,00 13.020,00
JULHO 2021 3.114,00 3.066,00 4.200,00 10.380,00
AGOSTO 2021 2.376,00 1.344,00 4.200,00 7.920,00
SETEMBRO 2021 2.061,00 609,00 4.200,00 6.870,00
OUTUBRO 2021 4.650,00 6.650,00 4.200,00 15.500,00
NOVEMBRO 2021 3.396,00 3.724,00 4.200,00 11.320,00
DEZEMBRO 2021 2.469,00 1.561,00 4.200,00 8.230,00
TOTAL 41.121,00 45.549,00 50.400,00 137.070,00
44

ANEXO E – Relatório gerencial de Faturamento 2021

MÊS ANO FATURADO (R$)

Rubrica contábil Valor (em R$)


JANEIRO 2021 14.960,00
FEVEREIRO 2021 13.900,00
MARÇO 2021 9.800,00
ABRIL 2021 16.240,00
MAIO 2021 18.230,00
JUNHO 2021 14.890,00
JULHO 2021 12.300,00
AGOSTO 2021 9.320,00
SETEMBRO 2021 8.300,00
OUTUBRO 2021 17.390,00
NOVEMBRO 2021 12.930,00
DEZEMBRO 2021 11.020,00
TOTAL 159.280,00

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