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1 APRESENTAÇÃO

Este guia prático responde a uma necessidade real e atual dos estudantes universitários
ao estudo da disciplina Metodologia do Trabalho Científico. Trata-se de uma publicação que
tem como objetivo auxiliar os alunos de graduação, pós-graduação e pesquisadores na
elaboração de trabalhos científicos. Na sua elaboração levou-se em consideração a análise dos
métodos e técnicas das normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
A disciplina de Metodologia do Trabalho Científico proporciona aos alunos
conhecimentos para elaboração de fichamentos, resumos, resenhas, artigos, projetos,
relatórios e monografia entre outros. Ao mesmo tempo oferece subsídios aos alunos no
desenvolvimento de uma saudável postura investigativa na sua aprendizagem.
O guia prático é uma iniciação teórica, metodológica e prática ao trabalho científico
que é desencadeado desde o início da vida universitária. Mas, pela sua própria natureza é
também eficiente ferramenta para o trabalho docente em sua interface com a aprendizagem
dos alunos, podendo configurar-se como um bom roteiro para a intervenção didático-
pedagógica dos professores, quaisquer que sejam suas áreas ou matérias de ensino. Além dos
elementos conceituais que definem e explicam a natureza do conhecimento científico, são
apresentadas diretrizes para o entendimento e a aplicação de exemplos práticos e técnicas
relacionadas com a prática científica. Com esses instrumentos, os estudantes e professores
poderão conseguir maior aprofundamento nos seus trabalhos, pesquisas e publicações o que,
afinal, é o objetivo central deste livro.
Foi uma iniciativa pessoal que resultou de um grande período de pesquisa, estudos e
dedicação.
2 IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR METODOLOGIA CIENTÍFICA

A inclusão deste texto no manual tem como propósito desmistificar alguns


preconceitos e rejeições relacionadas à disciplina Metodologia Científica, pois, sem nenhum
embasamento ou conotação científica, percebe-se que tal disciplina é uma das mais rejeitadas
pelos alunos na maioria dos cursos de graduação e pós-graduação.
Vive-se em uma época em que normas e técnicas são consideradas atitudes banais, os
jovens consideram como fonte de limitação para sua liberdade de expressão, seja esta
liberdade oral ou escrita. Estes mais tarde, tornam-se, em sua maioria, adultos com
dificuldades de organizar-se e manter-se no mercado de trabalho onde as normas, técnicas e
diretrizes dão rumo às ações profissionais.
As afirmações feitas acima são fruto de uma visão deturpada da expressão
metodologia. Reverter esse quadro é o objetivo deste manual, a fim de apresentar a
Metodologia Científica como algo prazeroso, pela maneira que ela precisa ser trabalhada por
docentes e discentes; útil quando o estudante percebe-a como instrumento de construção;
essencial porque vai desenvolver técnicas de organização da vida universitária aprimorando o
hábito de leitura, escrita e pesquisa.
A disciplina enfatiza a importância da pesquisa como elemento indispensável nesse
processo de informação, fornecendo aos estudantes subsídios para elaboração de qualquer
trabalho acadêmico. Desde os primeiros dias na universidade, o docente deve conduzir a
disciplina Metodologia Científica de forma que apresente desde a importância do hábito de ler
até como ele administrará as produções científicas com seus alunos.
O que percebe, atualmente, nos alunos de iniciação científica é uma tremenda
deficiência na oralidade, na escrita e na coerência dos pensamentos. Os mesmos, em sua
maioria, originam-se de escolas que não possuem o hábito de requerer leitura, interpretação e
produções científicas, quando o fazem, essas atividades se processam de maneira aleatória
sem a valorização das normas existentes.
Alguns estudantes ingressam no ensino superior, sem a noção de como organizar seu
tempo de estudo, como elaborar um resumo, uma resenha, como realizar pesquisa, requisitos
básicos para se manterem com sucesso nesse nível. Nessa perspectiva é que a disciplina
Metodologia Científica torna-se significativa ao trabalhar os itens acima. Como já foi dito, é
importante ver esse processo de construção como algo prazeroso e significativo.
Muitos cursos de graduação e pós-graduação usam uma metáfora quando associam o
momento de apresentação do trabalho acadêmico como o “trabalho de parto”, no qual as dores
e sofrimentos são esquecidos após a obtenção do resultado e o prazer de dar à luz pode ser
associado ao prazer de ver o resultado final do seu esforço e dedicação.
A disciplina Metodologia Científica, apesar de sua aparente teoricidade, é
substancialmente uma disciplina prática quando bem pensada e aplicada, devendo servir para
estimular os alunos a saírem em busca de respostas para seus questionamentos. No entanto,
esse processo de pesquisa precisa ser orientado, conduzido de maneira gradativa para que o
estudante perceba a lógica inserida na mesma. Metodologia Científica existe como disciplina,
para que esse processo se dê com sucesso, ela faz uso das normas e técnicas contidas na
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Para Pieracciani, diretor geral da ABNT – que é a base de fundamentação para a
Metodologia Científica – é estabelecer princípios gerais para a elaboração de trabalhos
acadêmicos, como monografia, dissertação, teses e outros, visando à padronização destes.
Conclui-se com a sensação de que nem toda a importância da disciplina foi aqui
exposta, vale ressignificar, Metodologia Científica não se apresenta atrás de um mero
conteúdo memorizado pelos alunos ou apenas verificado num dia de elaboração de trabalho
ou aplicação de prova, trata-se de uma disciplina que fornece subsídios necessários ao aluno
para alcançar os objetivos finais de qualquer curso em nível de graduação e pós-graduação e
por tanto precisa fazer parte do cotidiano do acadêmico.

Patrícia da Silva Mascarenhas


3 TRABALHOS ACADÊMICOS

3.1 FICHAMENTO

O fichamento pode ser pensado como uma forma de investigação que se caracteriza
pelo ato de fichar (registrar) todo o material necessário à compreensão de um texto ou tema.
Para isso, é necessário usar fichas que facilitem o trabalho ou digitar.
a) autor e capítulo do livro que está sendo fichado;
b) assunto que está sendo fichado;
c) páginas que estão sendo fichadas.
Para fazer um fichamento, deve-se obedecer a seguinte ordem:
• Ler o texto inteiro;
• Destacar as partes mais importantes;
• Fichar, colocando a referência do texto e em seguida transcrever os trechos do texto
que julga importante;
• Colocar o trecho retirado entre aspas;
• E nunca esquecer de colocar a página de onde foi tirado, sempre entre parêntese.
Verifica-se que o fichamento é um excelente instrumento de trabalho. Constitui-se na
tomada de apontamentos. É o meio pelo qual o pesquisador retém o material levantado. É um
meio de documentação.
As fichas, em uma pesquisa bibliográfica, servem para identificar as obras; conhecer
seu conteúdo; fazer as citações; analisar o material, elaborar análise crítica, reflexiva e fazer a
síntese. A ficha como instrumento de pesquisa foi criada por Rosier Abade, membro da
academia Francesa de Ciência do século XVII e até hoje o seu uso é feito por inúmeras
instituições e quase todos os pesquisadores.
As fichas usadas podem ser de tamanho variado entre 12,5 x 20,5 cm, 10,5 x 15,5 cm e
7,5 x 12,5 cm, ou de outro tamanho. De qualquer forma ou tamanho, o uso das fichas
facilitará o arquivamento, controle e manuseio a qualquer tempo.
Objetivos das Fichas (manuscritas ou digitadas):
a) Identificar as obras consultadas;
b) Registrar o conteúdo das obras;
c) Registrar os comentários acerca das obras;
d) Ordenar os registros;
e) Selecionar o material.
Recomendações:
a) Ser breve;
b) Utilizar verbos para se caracterizar a forma como o autor escreve. Ex: analisar,
examinar, verificar.
c) Evitar repetições
d) É importante que logo após a citação seja feita um comentário utilizando sempre o
verbo na 3º pessoa do singular.

3.3.1 Modelo de Fichamento Digitado

FARIA, Juliana de Castro; MACHALA, Carolina Carla; DIAS, Rosângela Corrêa; DIAS,
João Marcos Domingues. Importância do treinamento de força na reabilitação da função
muscular, equilíbrio e mobilidade de idosos. Revista Acta Fisiótrica, v. 10, n°. 03, 2003, p.
134 – 139.

FICHAMENTO

“O equilíbrio consiste em manter o centro de gravidade (CG) dentro de uma base de suporte
que proporcione maior estabilidade nos segmentos corporais, durante situações estáticas e
dinâmicas. O corpo deve ser hábil para responder às translações do céu centro de gravidade
impostas voluntária ou involuntariamente”. (p. 134).

De acordo com a citação supracitada, pode-se observar que o equilíbrio consiste


em manter a simetria do corpo, melhorando a postura e a coordenação. A quem se
destina e para quem necessita de reduzir ou estabilizar os segmentos corporais.

“O sistema sensorial fornece informações sobre a posição e a trajetória do corpo no espaço.


As informações sensoriais são fornecidas pelos sistemas visual, vestibular e somato-
sensorial”. (p. 135).

Verifica-se que o sistema sensorial dar condições não só de reconhecer mas


também de analisar a cada momemto o ambiente em que a pessoa se encontra. Uma vez
informado, o organismo inicia atividades visando uma adaptação. As estruturas
sensoriais são chamadas preceptores, elas têm a capacidade de receber um determinado
estímulo e transformá-lo em impulso nervoso.

“Com o envelhecimento, mobilidade e exercício, os limiares de sensação cutânea e


proprioceptiva se elevam com a idade, especialmente nos membros inferiores, reduzindo a
percepção de vibração da articulação do joelho a maior fonte de receptores que controlam a
postura, esta perda pode diminuir consideravelmente o controle do equilíbrio e age como
principal responsável pela disfunção do andar nas pessoas idosas”. (p. 137).

Dentro do processo de envelhecimento é observada uma série de mudanças


fisiológicas e espontâneas que ocorrem sobre o sistema neuro-muscular esquelético e
sensorial. São modificações que podem gerar a falta de equilíbrio e alterações que
decorrerão de quedas e limitações.

“O sistema efetor constitui o aparato bramecânico através do qual a resposta programada


centralmente deve ser expressa. A rigidez articular e a perda da amplitude de movimento
ocorrem em consequência das alterações degenerativas e das próprias alterações relacionadas
à idade”. (p. 139).

Observa-se que o sistema efetor é ativado pelo Sistema Nervoso Central, e então,
organizado e direcionado às demandas de tarefas, ou seja, a resposta nervosa acontece
através do tecido muscular.

3.3.2 Modelo de Fichamento na Ficha

TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 3. ed.


Petrópolis: Vozes, 2005.

“Necessitamos, para produzir qualquer trabalho, desenvolver a técnica de leitura, que deno-
minaremos de leitura dirigida. A leitura envolve a prática de dar significado ao mundo que
nos cerca.” (p. 27).
Observações:
 Nas fichas, as referências bibliográficas obedecem as normas técnicas da ABNT;
 Nas fichas deve-se atentar para o uso das aspas; colocar o número da página de onde
tirou a citação; não alterar a citação;
 Nas fichas de resumo ou de conteúdo é desnecessário seguir a estrutura da obra; as
palavras dever ser do estudante e não do autor da obra;
 Ficha de comentário ou ficha analítica: nela o estudante dá o seu parecer sobre a
obra. Pode conter comentários críticos e demonstração sobre a importância da obra.

3.2 RESUMO

O resumo apresenta as ideias gerais do texto de forma concisa, coerente e seletiva.


Tem como objetivo difundir informações contidas em livro, artigos ou outros documentos. O
resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do documento.
A primeira frase do resumo deve ser significativa, explicando o tema principal do
documento; deve usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular. No caso de
artigos e monografias, as palavras-chave devem ficar logo abaixo do resumo, antecedentes da
expressão: Palavras-chave: separadas entre si por ponto, vírgula ou travessão e finalizadas
com ponto final.
Quanto à sua extensão, os resumos devem ter de 150 à 500 palavras para trabalhos
acadêmicos; de 100 a 250 palavras para artigos. Os resumos críticos, por suas características
especiais, não estão sujeitos a limites de palavras.
Segundo a NBR 6028, o resumo classifica-se em:
 Resumo Crítico: resumo redigido por especialistas, com análise crítica de um
documento. Também chamado de resenha. Quando analisa apenas uma determinada edição,
entre várias, denomina-se recensão.
 Resumo Indicativo: indica apenas os pontos principais do documento, não
apresenta dados qualitativos, nem quantitativos. De modo geral, não dispensa a consulta
original.
 Resumo Informativo: Informa ao leitor finalidade, metodologias, resultados e
conclusões do documento, de tal forma que esta possa, inclusive, dispensar a consulta
original.
Alguns passos que servem como suporte na elaboração de um Resumo:
1. Ler o texto inteiro, tentando responder a seguinte pergunta: De que se trata o texto?
2. Reler o texto e buscar um melhor significado para as palavras difíceis: recorrer
sempre ao dicionário.
3. Fazer uma segmentação do texto, agrupando as idéias mais significativas.
4. Finalizar a redação do resumo com suas próprias palavras, sempre com coerência.
5. Resumos de livros, capítulos de livros, revistas, textos devem sempre constar a
referência na parte superior.

3.2.1 Modelo de Resumo Acadêmico

FARIA, Juliana de Castro; MACHALA, Carolina Carla; DIAS, Rosângela Corrêa; DIAS,
João Marcos Domingues. Importância do treinamento de força na reabilitação da função
muscular, equilíbrio e mobilidade de idosos. Revista Acta Fisiótrica, v. 10, n°. 03, 2003, p.
134 – 139.

RESUMO

Nas últimas décadas a população de idosos tem aumentado consideravelmente. O processo de


envelhecimento é acompanhado por diversas alterações que causam danos aos diferentes
sistemas do organismo. Diante das diversas alterações que surgem com o avanço da idade
está o decréscimo da função muscular em membros inferiores de idosos sedentários, levando
a perda do equilíbrio. O que reflete diretamente na capacidade de realizar tarefas diárias,
diminuindo a independência funcional e, desse modo, refletindo negativamente na qualidade
de vida do idoso. O envelhecimento, ou senescência configura-se como um processo múltiplo
e desigual de comprometimento e decadência das funções que caracterizam o organismo vivo
em função do tempo de vida. Ao contrário do que se imagina, na senescência não se
comprometem todas as funções de modo semelhante, nem todas elas se inicia ao mesmo
tempo. O presente texto caracteriza alguns aspectos do envelhecimento, particularmente ao
nível da diminuição da força muscular em membros inferiores de idosos, tendo como
consequência principal o desequilibro.
3.2.2 Modelo de Resumo de Artigo ou Monografia

RESUMO

O presente trabalho visa verificar a hipertensão arterial (HA) no município de Conceição da


Feira. A hipertensão arterial é o principal fator de risco modificável para doença coronariana,
doenças cerebrovasculares e insuficiência cardíaca congestiva, entre outras doenças do
aparelho circulatório. Este trabalho tem como objetivo identificar a prevalência causas e
consequências da HAS. A metodologia do trabalho foi dividida em dois momentos, um
primeiro onde foi feita revisão teórica sobre o HA, seus fatores de risco, o papel da atividade
física no seu controle e o papel do fisioterapeuta nesse contexto e um segundo momento que
consistiu em uma pesquisa de campo do tipo epidemiológica transversal realizada no
município de Conceição da Feira no ano de 2007. O trabalho foi dividido em quatro
capítulos, onde no segundo foi abordado o conceito da HAS, os fatores de risco, a atividade
física como um fator de controle e o papel fundamental do fisioterapeuta no aspecto social.
Os aspectos metodológicos da pesquisa foram descritos no terceiro capítulo bem como a
apresentação dos resultados e discussão dos mesmos. A pesquisa de campo foi realizada na
cidade de Conceição da Feira, no período de Julho a Agosto de 2007. Todos os participantes
foram entrevistados em domicílio para coleta de dados demográficos sobre a prevalência e
determinantes da hipertensão arterial sistêmica associada aos fatores de risco.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial Sistêmica – Fatores de risco.

3.3 RESENHA

É uma síntese e tem papel importante na vida científica de qualquer estudante. A


resenha é definida como um trabalho de síntese ou análise. Difere-se do resumo por emitir
julgamento crítico. Pode-se fazer resenha de livros, artigos de periódicos, filmes etc. Pode ser
classificada como:
a) Informativa: apenas expõe um resumo do texto.
b) Crítica: apenas expressa uma crítica ao que foi lido
c) Crítica-Informativa: quando expõe sobre o texto analisado. Geralmente é mais
usada no meio acadêmico.
A resenha pode ser vista como:
• Uma descrição de um assunto de forma embasada e atual;
• Uma visão crítica e bem sedimentada do assunto abordado;
• Caracterizada como uma pesquisa exploratória, pois é elaborada através de um texto
já pronto;
• O autor da resenha deve sempre expor sua opinião sobre o texto.

Estrutura de uma Resenha Acadêmica

• Referências: devem constar neste ponto o nome do autor do texto a ser resenhado,
título do texto, local, editora, ano e publicação e páginas;
• Credencias do Autor: deve-se tecer uma pequena apresentação do autor como
nacionalidade, formação, área de atuação e livros publicados (formação e atuação);
• Resumo da Obra: apresentar um resumo bem sucinto e objetivo do texto que vai
ser feito a resenha.
• Unidade de Texto ou Resenha: elaborar o texto de forma clara, objetiva e sempre
tecendo opiniões acerca do assunto. De que se trata a obra? O que diz? Deve ser objetiva e
conter os pontos mais significativos da obra analisada. O resumo deve seguir a ordem do
documento original, acompanhando os capítulos ou por partes. Deve-se também destacar o
assunto, os objetivos, a ideia central, os principais passos do raciocínio do autor.
• Apreciação: é um pequeno comentário sobre a obra e a quem é recomendada. Na
verdade é um julgamento da obra englobando as circunstâncias culturais, sociais, econômicas
e históricas. Qual a contribuição dada, novos conhecimentos? A quem é dirigida a obra?
Estudantes, especialistas, grande público?
KOCH, Ingedore. A coesão textual. 7 ed. São Paulo, 1994.

CREDENCIAIS DO AUTOR: Ingedore Villaça Koch, licenciada em Letras e bacharel em


Direito pela USP, é mestre e doutora em Língua Portuguesa pela PUC-SP e livre-docente em
Análise do Discurso pela Unicamp. Na PUC-SP, atuou nos cursos de Letras e Jornalismo, na
pós-graduação e na especialização. É professora titular do Departamento de Linguística do
IEL-Unicamp, onde implantou a área de Linguística Textual. Entre suas obras, contam-se:
Ler e compreender, A coesão textual, A coerência textual, A interação pela linguagem, O
texto e a construção dos sentidos e Referenciação e discurso, publicadas pela Editora
Contexto.

RESUMO DA OBRA: Trata-se de uma introdução à linguística do texto, em que se focaliza


uma propriedade básica da organização dos textos. O livro identifica os mecanismos
constitutivos do texto e examina, a partir deles, as classes de palavras e de sentenças os
conectivos, os processos de ordenação e de retomada do tema, os tempos verbais, entre
outros fenômenos.

UNIDADE DE TEXTO

O Livro de Ingedore Koch: A Coesão Textual trata-se de um assunto de extrema


relevância para os dias atuais, haja vista que refere-se à análise de textos. Segundo o livro,
conceito de coesão textual diz respeito a todos os processos de sequencialidade que
asseguram ou tornam recuperável uma ligação linguística significativa entre os elementos
que ocorrem na superfície textual.
Constata-se que desde década de 60, na Europa, diversos estudiosos da linguística
apresentam bibliografias acerca de uma gramática voltada ao texto, uma vez que o âmbito da
frase constituía uma série de lacunas e não garantia a construção de um texto. Sendo assim,
Koch passa através de um modo fácil seus exemplos, sobre como entender os mecanismos da
linguagem.
Para a autora existem duas modalidades de coesão: a Coesão Referencial (RCR) e a
Coesão Sequencial (RCS). A primeira é aquela em que um elemento faz referência a outro do
texto, sendo que tal remissão pode ser feita para trás e para frente, ou seja, constituir uma
anáfora ou catáfora. Já a segunda está relacionada a segmentos do texto, partes do enunciado
etc. que fazem com que o texto progrida.
Koch é rica ao citar em sua obra autores como Castilho e Viana que apontam dois
tipos de sequenciação, frástica e parafrástica. Além disso, referem-se às observações nos
textos, estes utilizados pelos recursos coesivos internos e externos. Os autores ainda explicam
seus conceitos à forma como o aluno mantém a coesão dentro de cada frase, enquanto os
externos estão relacionados à coesão de frase para frase. É possível esboçar esse aspecto da
coesão textual se duas retas forem traçadas, sendo uma horizontal (x) para a coesão externa e
outra vertical (y) para a coesão interna.
Observa-se ainda mais brilhantismo de Koch ao dar ênfase aos autores Halliday e
Hasan que definem coesão como parte do sistema da língua, para eles trata-se da relação
entre um elemento do texto e algum outro cuja interpretação é essencial, isto é, a coesão
estabelece relações semânticas entre uma sentença e a antecedente com o propósito de
totalizar um texto.
Os dispositivos coesivos constroem entidades sintáticos maiores (estrutura
hierárquica) que conduzem ao macrotextual como parágrafos, seções e capítulos. Essas
estruturas podem ser consideradas como um ponto de referencia que fornece ao leitor
informação de localização explicita dentro do texto.

APRECIAÇÃO: O texto refere-se ao processo da linguística associada à coesão, conceitos


que ocorrem dentro dos elementos textuais. Desse modo, recomenda-se que novas obras
desse porte sejam exploradas para pesquisas, trabalhos. O livro é de grande importância para
os acadêmicos que estão iniciando na faculdade.

3.4 RELATÓRIO

O relatório tem como objetivo historiar o desenvolvimento de uma pesquisa, no


sentido de apresentar os caminhos percorridos, de descrever as atividades realizadas e de
apreciar os resultados parciais ou finais obtidos. Este deve observar, entre outros, os seguintes
aspectos: clareza, exatidão, correção gramatical, simplicidade, objetividade, estilo direto,
tamanho proporcional das partes, linguagem técnica, observação das normas técnicas de
apresentação.
Condições que devem constar nos relatórios:
a) Escrever parágrafos breves;
b) Utilizar palavras e frases simples em vez de complexas;
c) Utilizar palavras familiares e breves, de preferência às longas;
d) Suprimir palavras desnecessárias e fazer que cada palavra seja a que mais
apropriamente expresse as ideias;
e) Utilizar os verbos ativos e na terceira pessoa do singular;
f) Utilizar a redação coloquial e fugir do emprego dos jargões técnicos;
g) Utilizar variedade de expressões; suprimir as formas monótonas. Deve-se redigir
com vida e colorido;
h) Escrever para expressar não impressionar.

Estrutura básica do relatório:


a) Introdução – uma breve apresentação das atividades que serão relatadas, a
relevância das mesmas e os objetivos pretendidos;
b) Relato das atividades – pode ser organizado em etapas ou frases. Deve vir numa
sequência lógica e cronológica, apontar facilidades e dificuldades e referir suas impressões
pessoais sobre a atividade;
c) Conclusão – constatações finais, impressões gerais sobre as atividades, sugestões
e/ou proposições.
4 FORMATAÇÃO E ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS, TEXTUAIS E PÓS-TEXTUAIS

Os trabalhos acadêmicos devem obedecer à formulação e a ordem proposta pela


Associação Brasileira de Normas Técnicas. Neste item será estudado como formatar estes
trabalhos e quais os elementos que devem constituí-lo. Quanto à sua estrutura esta é dividida
em três partes: Elementos Pré-textuais, Textuais e Pós-textuais.

4.1 FORMATAÇÃO

Caracterização do Papel – Papel ofício na cor branca e formato A4 (21 cm x 29,7 cm).
Margens – Superior e esquerda: 3,0 com; inferior e direita: 2,0 cm.
Espaço entrelinhas – Todo o texto deve ser digitado em espaço 1,5, com exceção das
citações longas e notas de rodapé, conde se utiliza espaço simples.
Fontes – Recomenda-se as fontes “Arial” ou “Times New Roman” tamanho 12. No caso de
citações longas e nota de rodapé utilizar fonte menor. Cabe ressaltar que o projeto gráfico é de
responsabilidade do autor.
Paginação – Todas as páginas do trabalho devem ser contadas sequencialmente a partir da
folha de rosto. A numeração só é apresentada a partir da primeira página textual. Porém, a
contagem deve ser feita a partir da folha de rosto, ainda não sejam numeradas. A
recomendação serve também para as páginas que contém Referência, Anexos, Glossário, etc.
Os números das páginas devem ser apresentados em algarismos arábicos, no canto superior da
folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último algarismo a 2 cm da borda direita da folha.
Notas de rodapé – As notas de rodapé devem ser digitadas dentro das margens, separando-se
do texto por um espaço simples de entrelinhas e por filete de 3 cm, a partir da margem
esquerda. A numeração das notas de referência é feita por algarismos arábicos, devendo ter
numeração única e consecutiva para cada capítulo ou parte, não se inicia a numeração a cada
página.
a) A primeira citação de uma obra, em nota de rodapé, deve ter sua referência
completa.
b) As subsequentes citações da mesma obra podem ser referenciadas de forma
abreviada, utilizando as seguintes expressões, abreviadas quando for o caso:
Exemplo: Idem – mesmo autor – Id.
Ilustrações - Qualquer que seja seu tipo (desenhos, esquemas, fluxogramas, gráficos, mapas,
cronograma, plantas, retratos e outros), sua identificação aparece na parte inferior, precedida
da palavra designativa, seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto, em
algarismos arábicos, do respectivo título e/ou legenda explicativa da forma breve e clara,
dispensando consulta ao texto e da fonte.
Obs.: as legendas das ilustrações devem ser breves e claras, dispensando consulta ao
texto. Além disso, devem ser inseridas o mais próximo possível do trecho a que se referem.
Indicativo de seção – O indicativo de cada seção precede o título, alinhado à esquerda,
separado por um espaço de caractere.
Títulos sem indicativo numérico – Os títulos sem indicativos numéricos – errata,
agradecimentos, lista de ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista de símbolos, sumário,
resumos, referências, glossário, apêndice(s), anexos(s) e índice(s) – devem ser centralizados
conforme a NBR 6024.
Elementos sem título e sem indicativo numérico - Fazem parte desses elementos à folha de
aprovação, dedicatória e a epígrafe.
Numeração progressiva – Para evidenciar a sistematização do conteúdo do trabalho, deve-se
adotar a numeração progressiva para as seções do texto. Os títulos das seções primárias, por
serem as principais divisões de um texto, devem indicar em folha distinta. Destacam-se
gradativamente os títulos das sessões, utilizando-se os recursos negrito, itálico ou grifo e
redondo, caixa alta ou versal, conforme NBR 6024, no sumário e de forma idêntica no texto.
Tabelas – As tabelas apresentam informações tratadas estaticamente, conforme IBGE (1993).
 Dicas práticas de Formatação
 Configuração da página: A4 (Recurso do Word: Arquivo→Configurar página→
Papel→A4).
 Margens
Localização Medidas em cm Recurso do Word (Barra de Menu)
Superior 3 Arquivo → Configurar página →
Margem → Superior: 3 cm.
Esquerda 3 Arquivo → Configurar página →
Margem → Esquerda: 3 cm.
Inferior 2 Arquivo → Configurar página →
Margem → Inferior: 2 cm.
Direita 2 Arquivo → Configurar página →
Margem → Direita: 2 cm.
Parágrafo (em cada parágrafo, 2 (Selecionar o texto desejado) Formatar →
exceto em citações longas) Parágrafo → Recuos e Espaçamentos →
Especial: Primeira Linha → Por: 2 cm.
Nota sobre a natureza do trabalho, 6 (Selecionar o texto desejado) Formatar →
área de concentração e orientador, Parágrafo → Recuos e Espaçamentos →
situada na folha de rosto. Recuo → Esquerdo: 6 cm.
Citações longas (mais de 03 linhas) 4 (Selecionar o texto desejado) Formatar →
Parágrafo → Recuos e Espaçamentos →
Recuo → Esquerdo: 4 cm.
Fonte: Adaptado de Lubisco e Vieira (2002, p. 66) apud Santos (2007).

 Espaçamento
Tipo de espaçamento Onde aplicar Recurso do Word (Barra de Menu)
Simples  Nota sobre a natureza do (Selecionar o texto desejado)
trabalho, área de concentração e Formatar → Parágrafo → Recuos e
orientador, situada na folha-de- Espaçamentos → Espaçamento →
rosto; Entre linhas: Simples.
 Resumo e Abstract;
 Citações longas;
 Legendas de ilustrações e
tabelas;
 Referências.
1,5 linha Sumário (Selecionar o texto desejado)
Formatar → Parágrafo → Recuos e
Espaçamentos → Espaçamento →
Entre linhas: 1,5 linha.
1,5 Texto (Selecionar o texto desejado)
Formatar → Parágrafo → Recuos e
Espaçamentos → Espaçamento →
Entre linhas: 1,5 linha.
2 x 1,5 linha Entre as subseções e os Basta apertar a tecla <ENTER>
respectivos textos que os sucedem. antes do início de uma subseção.
Fonte: Elaboração própria com base em Lubisco e Vieira (2002, p. 67) apud Santos (2007).
 Alinhamento do texto
Tipo de alinhamento Onde aplicar Recurso do Word ( Barra de Menu)
Esquerdo Referências (Selecionar o texto desejado)
Formatar → Parágrafo → Recuos e
Espaçamentos → Alinhamento:
Esquerdo.
Centralizado Títulos de seção que não tenham (Selecionar o texto desejado)
indicativo numérico (marcador), Formatar → Parágrafo → Recuos e
como resumo, listas, sumário, Espaçamentos → Alinhamento:
referências, apêndices e anexos Centralizado.
Justificado Texto (Selecionar o texto desejado)
Formatar → Parágrafo → Recuos e
Espaçamentos → Justificado.
Fonte: Elaboração própria com base em Lubisco e Vieira (2002, p. 67) apud Santos (2007).

 Formatação de Fonte (tipo de letra)


Tipo de Fonte: Times New Roman ou Arial, preferencialmente.
Fonte Onde aplicar Recurso do Word (Barra de Menu)
12, normal Texto Formatar → Fonte → Fonte: Times
New Roman ou Arial → Estilo da
Fonte: Normal → Tamanho: 12.
12, negrito Títulos de capítulos e seções Formatar → Fonte → Fonte: Times
New Roman ou Arial → Estilo da
Fonte: Negrito → Tamanho: 12.
11 ou 10, normal  Citações longas; (Selecionar o texto desejado)
 Legendas e ilustrações de Formatar → Fonte → Fonte: Times
tabelas. New Roman ou Arial → Estilo da
Fonte: Normal → Tamanho: 11 ou
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Fonte: Elaboração própria com base em Lubisco e Vieira (2002, p. 67) apud Santos (2007).
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Fonte: Elaboração própria com base em Lubisco e Vieira (2002, p. 68) apud Santos (2007).

_________________
¹ Tais páginas são computadas para fins de sumário, apenas não deve aparecer o número de página.
5 ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA

O ponto de partida para elaboração de um Trabalho científico é o planejamento,


denominado de Projeto de Pesquisa, sendo este imprescindível para a realização de um bom
trabalho, pois todos os passos seguintes dependem das diretrizes iniciais, visando uma melhor
qualidade do trabalho num tempo previsível e evitando contratempos – “estes também podem
ser planejados”.
Assim, o conhecimento científico também apresenta uma diversidade de paradigmas,
sendo imprescindível a escolha de modelos teóricos e metodológicos para o estudo que se
pretende realizar e sendo um fenômeno histórico, é propriamente um processo.

5.1 PROJETO DE PESQUISA: DEFINIÇÕES INTRODUTÓRIAS

Elaborar um projeto de pesquisa significa planejar a execução de uma atividade que


será realizada posteriormente, pois o projeto é um conjunto organizado de recursos que
procura viabilizar/satisfazer uma necessidade específica de alguém ou uma organização.
Segundo o Project Management Institute, projeto é um esforço temporário
empreendido para criar um produto ou serviço de alguma forma diferente de todos os outros
anteriormente produzidos.
Um bom projeto é aquele que apresenta um tema inovador, com documentação bem
elaborada e apresentação segura e organizada.
Existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para o trabalho
de pesquisa. A seguir, estão relacionadas algumas questões que devem ser levadas em
consideração nesta escolha.

Fatores Internos:
a) Afetividade em relação a um tema ou alto grau de interesse pessoal – Para se tratar
uma pesquisa é preciso ter um mínimo de prazer nesta atividade. A escolha do tema está
vinculada, portanto, ao gosto pelo assunto a ser trabalhado. Trabalhar um assunto que não seja
do seu agrado tornará a pesquisa num exercício de tortura e sofrimento.
b) Tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa – Na escolha do tema
tem-se que levar em consideração a quantidade de atividades que teremos que cumprir para
executar o trabalho e medi-la com tempo dos trabalhos que temos que cumprir no nosso
cotidiano, não relacionada à pesquisa.
c) O limite da capacidade do pesquisador em relação ao tema pretendido - É preciso
que o pesquisador tenha consciência de sua limitação de conhecimentos para não entrar num
assunto fora de sua área. Se minha área é a de ciências humanas, devo me ater aos temas
relacionados a esta área.

Fatores Externos:
a) A significação do tema escolhido, sua novidade, sua oportunidade e seus valores
acadêmicos e sociais – Na escolha do tema deve-se tomar cuidado para não executar um
trabalho que não interessará a ninguém. Se o trabalho merece ser feito que ele tenha uma
importância qualquer para pessoas, grupos de pessoas ou para a conclusão do trabalho.
b) Material de consulta e dados necessários ao pesquisador – Um outro problema na
escolha do tema é a disponibilidade de material para consulta muitas vezes o tema escolhido é
pouco trabalhado por outros autores e não existem fontes secundárias para consulta. A falta
dessas fontes obriga ao pesquisador buscar fontes primárias que necessita de um tempo maior
para a realização do trabalho. Este problema não impede a realização da pesquisa, mas deve
ser levado em consideração para que o tempo institucional não seja ultrapassado.
c) A singularidade é uma característica importante da entrega do projeto por exemplo,
muitos milhares de prédios de escritórios foram construídos, mas cada prédio em particular é
único e tem proprietário diferente, projeto diferente, local diferente, construtora diferente, etc.
a presença de elementos repetitivos não muda a singularidade fundamental do trabalho do
projeto.

A ESCOLHA DO TEMA

- Assunto que se deseja estudar e pesquisar;


- A escolha pode perdurar durante toda a pesquisa, devendo ser revisto;
- Selecionar um assunto de acordo com o interesse, as possibilidades, as aptidões;
- Encontrar um objetivo que mereça ser investigado cientificamente e que possa ser
delimitado em função da pesquisa;
- Deve ser exeqüível, adequado em termos dos fatores internos, externos ou pessoais;
- Disponibilidade de tempo, interesse, utilidade do estudo, determinação para a pesquisa são
imprescindíveis;
- Qualificação pessoal para o trabalho;
- O tema deve ser preciso, específico;
- Responde à pergunta: o será explorado?
5.2 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PROJETO

a) Capa

NOME DA INSTITUIÇÃO
AUTOR (ES)

TÍTULO

CIDADE
Ano

b) Folha de Rosto

AUTOR (ES)

TÍTULO
Projeto de Pesquisa
apresentado à
(faculdade), enquanto
avaliação parcial da
disciplina “X”, sob a
orientação do Prof.
“Y”.

CIDADE
Ano
c) Sumário

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................. 03
2 PROBLEMA..................... 04
3 JUSTIFICATIVA............. 05
4 OBJETIVOS..................... 06
4.1 Objetivo Geral................. 06
4.2 Objetivos Específicos....... 06
5 HIPÓTESES...................... 07
6 MARCO TEÓRICO......... 08
7 METODOLOGIA............. 10
8 CRONOGRAMA.............. 11
9 RECURSOS....................... 12
REFERÊNCIAS................... 13

d) Introdução

É sempre conveniente, portanto, introduzir o tema da pesquisa, procurando captar a


atenção do leitor/avaliador para a proposta. A redação, como nos demais capítulos, deve ser
correta e bem cuidada. Na introdução, é de se esperar que seja apresentado o tema de
pesquisa. Escolher um tema é. Provavelmente, uma das coisas mais difíceis para um
pesquisador iniciante. Pesquisadores experientes costumam desenvolver técnicas de
documentação do trabalho científico que lhes permitem não só extrair de seus arquivos tais
temas como trabalhá-los concomitantemente.
Um bom começo, portanto, é conhecer o que os outros já fizeram, visitando
bibliotecas onde seja possível encontrar monografias de conclusão de curso, dissertações de
mestrado e teses de doutorado. Tais trabalhos podem servir como fonte de inspiração, além de
familiarizar o aluno com os aspectos formais, teóricos e metodológicos do trabalho científico.
A primeira regra para a escolha do tema é bastante simples: o pesquisador deve
escolher um tema do qual goste. O trabalho de pesquisa é árduo e, às vezes, cansativos e sem
simpatizarem com o tema, não conseguirão o empenho e a dedicação necessários.
A segunda regra é tão importante quanto a primeira: o pesquisador não deve tentar
abraçar o mundo. A tendência dos jovens pesquisadores é formular temas incrivelmente
amplos, geralmente resumidos em uns poucos vocábulos: A Escravidão; A Internet; A
Televisão; A Música Popular Brasileira; O Direito Constitucional; Os meios de comunicação;
são alguns exemplos. É preciso pensar muito bem antes de seguir esse caminho. O
pesquisador inexperiente que enveredar por ele terá grandes chances de produzir um estudo
superficial, recheado de lugares comuns.
O tema deve ser circunscrito tanto espacial como temporalmente. “A escravidão”, por
exemplo, é um tema dos mais amplos. Escravidão na Roma Antiga?
No Brasil contemporâneo? Nos Estados Unidos à época da Guerra de Secessão? No
livro A República, de Platão? A escravidão por dívidas na Grécia Antiga? Temas apoiados em
palavras e sentido muito amplo, como “influência” e “atualidade”, também devem ser
evitados. O pesquisador deve se perguntar se o tema escolhido não permite perguntas do tipo:
O quê? Onde? Quando?
Uma terceira regra vale ser anunciada: o tema deve ser reconhecível e definido de tal
maneira que seja reconhecível igualmente por outros (VERGARA, 2004). Ou Seja, deve ser
aceito como um tema científico por uma comunidade de pesquisadores.
Uma vez anunciado o tema da futura pesquisa, é conveniente o pesquisador descrever
qual foi sua trajetória intelectual até chegar a ele. Como se sentiu atraído por esse tema? Que
matérias despertaram seu interesse durante a graduação? Que autores lhe inspiram?

e) Problema

Constitui a apresentação e discussão do problema (ou questionamento) a ser abordado


na pesquisa, sendo composto do diálogo entre conceitos/bibliografia, estabelecendo críticas e
um cotejo de seus caminhos interpretativos para o objeto de estudo.
Depois de definido o tema, levanta-se uma questão para ser respondida através do
trabalho de pesquisa. O problema é a mola propulsora de todo o trabalho de pesquisa.
O Problema é criado pelo próprio autor e relacionado ao tema escolhido. O autor, no
caso, criará um questionamento para definir a abrangência de sua pesquisa. Não há regras
para se criar um Problema, mas alguns autores sugerem que ele seja expresso em forma de
pergunta.
Discute a contribuição de autores ao tema evidenciando relações entre seus objetos,
documentos/fontes e objetivos.
É importante expor leituras realizadas, confronto de idéias e posicionamentos dos
autores através de citações diretas e indiretas.
O problema pode ser teórico/conceitual ou prático no campo de conhecimento do tema
escolhido. Elaborar perguntas que suas respostas possam “solucionar” o problema.

FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

PROBLEMA:

Uma dificuldade teórica ou prática quanto ao conhecimento de


alguma coisa de importância para a qual se deve encontrar uma
solução.
Definir um problema: especificá-lo em detalhes precisos.
Clareza, concisão e objetividade.
Deve ser formulado de preferência em forma interrogativa.
Representa um processo de pensar reflexivo, requerendo
conhecimentos prévios do assunto (materiais informativos)
Tarefa complexa envolvendo análise de viabilidade (pode ser
resolvido através da pesquisa?); relevância (traz conhecimentos
novos?); novidade (está adequado ao estágio atual da evolução
científica?); exeqüibilidade (pode chegar a uma conclusão?);
oportunidade (atende a interesses gerais ou particulares?).
TIPOS DE PROBLEMA:

Estudos acadêmicos (problemas de diagnóstico); descritivo, caráter informativo,


explicativo.
Informações (problemas de propaganda): coleta a respeito de condutas observáveis
dentro de uma área de fenômenos.
Investigação pura ou aplicada (problemas de investigação); estuda um problema
relativo ao conhecimento científico ou à sua aplicabilidade.

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DE PROBLEMAS:

“A aplicação de um novo método de ensino aos alunos do ensino médio do Colégio


X produzirá aumento no rendimento escolar?”
“Deseja saber se a aplicação de um novo método de ensino trará aumento de
rendimento escolar aos alunos do ensino médico do Colégio X”
“A droga X cura a doença X”
“O uso de maconha ocasiona homicídios cometidos por jovens de 15 a 18 anos do
sexo masculino, na cidade de Salvador?”
“A maior incidência de homicídios cometidos por jovens na faixa de... a... se
encontra entre os que são viciados em maconha?”

DEFINIÇÃO DO CAMPO DE OBSERVAÇÃO E DAS VARIÁVEIS:

Unidades de observação: população (faixa etária, sexo, caracterização); local (onde se


situa a população – no último ex: casas de detenção, reformatórios); circunstâncias
(quando a população será observada – por ex, tendo agido sob o efeito da maconha).

Variáveis: gerais (uso de tóxicos, comportamento criminoso); intermediárias (usar


maconha, cometer homicídios); empíricas (fumar maconha, usar de meios, instrumentos
para matar pessoas).

ENUNCIADO DO TEMA:

“O uso de maconha em crimes de homicídio cometidos por jovens de 15 a 18 anos,


sexo masculino, na cidade de Salvador entre 2003 e 2005”.
f) Justificativa

A justificativa num projeto de pesquisa, como o próprio nome indica, é o


convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efetivado.
Demonstrar a relevância científica da pesquisa, como se ela pode contribuir com
novos conhecimentos que permitirão o avanço da ciência, a resolução de problemas na
sociedade, etc.
Chegou a hora de dizer por que a universidade, o orientador ou uma instituição de
deve apostar na pesquisa proposta. Neste capítulo, é justificada a relevância do tema para a
área do conhecimento científico à qual o trabalho está vinculado. A pergunta chave deste
capítulo é “por que esta pesquisa deve ser realizada?” É na justificativa que o pesquisador
deve apresentar o estado da arte, ou seja, o ponto no qual se encontram as pesquisas
científicas sobre o tema escolhido.
Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da Justificativa, de não se tentar justificar a
hipótese levantada, ou seja, tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de
pesquisa. A Justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a
necessidade imperiosa de se levar efeito tal empreendimento, além de demonstrar claramente
que a pesquisa é exequível. Vários autores, entre eles Lakatos e Marconi (1992), colocam o
capítulo da justificativa antes do objetivo, mas não existe um modelo rigoroso. O ideal é
seguir o modelo indicado pela instituição.
Vianna (2001, p. 88-89) oferece alguns itens importantes que podem fazer parte de
uma boa justificativa. São eles:
a) Atualidade do tema: inserção do tema no contexto atual.
b) Ineditismo do trabalho: proporcionará mais importância ao assunto.
c) Interesse do autor: vínculo do autor com o tema.
d) Relevância do tema: importância social, jurídica, política, etc.
e) Pertinência do tema: contribuição do tema para o debate jurídico.

PALAVRAS CENTRAIS
VIABILIDADE
RELEVÂNCIA
ORIGINALIDADE
EXEQUIBILIDADE
OPORTUNIDADE
g) Objetivos

Objetivar algo é traçar metas para serem alcançadas no processo de pesquisa. Deve
começar de forma direta, anunciando para o leitor/avaliador quais são os objetivos da
pesquisa: “O objetivo desta pesquisa é...”, “pretende-se ao longo da pesquisa verificar a
relação existente entre...”, “Este trabalho enfocará...”, são algumas das formas às quais é
possível recorrer.
Se na Introdução era apresentado o tema, nos Objetivos será abordado o problema. A
pergunta chave para este capítulo é “O que se pretende pesquisar?”.
Um problema científico tem a forma de uma questão, de uma pergunta. Mas é uma
questão de tipo especial. É uma pergunta formulada de tal maneira que orientará a
investigação científica e cuja solução representará uma ampliação de nossos conhecimentos
sobre o tema que lhe deu origem. Uma resposta provisória a este problema científico é o que
chamamos de hipótese. A pesquisa científica deverá comprovar a adequação de nossa
hipótese, comprovando se ela, de fato, é uma solução coerente para o problema científico
anteriormente formulado.
Rudio (1999) apresenta uma série de interrogações que podem ajudar o jovem
pesquisador a escolher o seu tema de investigação e verificar sua viabilidade:

a) este problema pode realmente ser resolvido pelo processo de pesquisa científica?
b) o problema é suficientemente relevante a ponto de justificar que a pesquisa seja
feita (se não é tão relevante, existe, com certeza, outros problemas mais importantes
que estão esperando pesquisa pra serem resolvidos)?
c) trata-se realmente de um problema original?
d) a pesquisa é realizável?
e) ainda que seja “bom” o problema é adequado para mim?
f) pode-se chegar a uma conclusão valiosa?
g) tenho a necessária competência para planejar e executar um estudo desse tipo?
h) os dados, que a pesquisa exige, podem ser realmente obtidos?
i) há recursos financeiros disponíveis para a realização da pesquisa?
j) terei tempo de terminar o projeto?
l) serei persistente? (RUDIO, 1999, p. 96).
Alguns autores recomendam a separação dos objetivos gerais dos objetivos específicos
ou do objetivo principal dos secundários. Para atingir seus objetivos mais gerais ou objetivo
principal, será necessário percorrer um caminho de pesquisa que o levará até eles. São etapas
da pesquisa que fornecerão a base para abordar de maneira mais direta e pertinente o objetivo
principal.
Essa separação é procedente do ponto de vista analítico. Mas os diferentes momentos
da pesquisa só justificam na medida em que ajudarão a esclarecer o problema principal. Não é
preciso fazer essa separação em subcapítulos desde que fiquem claro quais são os objetivos
gerais e quais são específicos, qual é o principal e quais os secundários.
Exemplifiquemos esses momentos da pesquisa:

Se o aluno se propuser a estudar a proposta de contrato coletivo de trabalho, por exemplo, é de


bom tom, antes de discutir suas diferentes versões, fazer um breve histórico da legislação
trabalhista brasileira. Se, por outro lado, pretende estudar os escritos políticos de Max Weber,
inevitavelmente terá que começar por uma reconstituição do contexto político e intelectual da
Alemanha do início do século. Sem esclarecer esses objetivos secundários ou específicos,
dificilmente poderá realizar sua pesquisa de maneira aprofundada (RIOS, 2008).

A definição dos Objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com a realização
do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim e deve ser sempre iniciado com o
verbo no infinitivo: esclarecer tal coisa; definir tal assunto. Procurar aquilo; permitir aquilo
outro; demonstrar alguma coisa, etc.
h) Hipóteses

Significa o lançamento de uma suspeita explicativa ou sugestões de que certa forma de


explicação poderia dar certo. Uma vez concebida, a hipótese é em sua essência hipotética,
provisória, da ordem da suspeita.
O foco central é: Qual é a proposta de solução do problema?
O problema básico, em todo caso, será conseguir transformar a hipótese em uma tese,
porque tese é uma hipótese confirmada, testada, e por isto aceita como comprovada.
Alguns autores utilizam a expressão “questões de pesquisa” ou “questões norteadoras”
em vez de hipóteses.

Atenção ao problema:

 Deve ser interrogativo, claro, preciso e objetivo;

 Possuir solução viável;

 Expressar uma relação entre duas ou mais variáveis;

 Ser fruto de revisão de literatura e reflexão pessoal.

i) Referencial Teórico

Aqui o problema vai ganhar corpo teórico. É a fundamentação da problematização


com leituras e citações através de uma exposição da bibliografia lida que sustentam a linha de
pesquisa ou área de concentração da pesquisa e conceitos utilizados, demonstrando conexões,
correlações ou contradições (teóricas e conceituais) (RIOS, 2008).
Consiste no diálogo com os principais autores ou correntes interpretativas sobre o
tema. É aqui que será feito o maior número de citações ou referências bibliográficas.
Evidencia escolhas e afinidades teóricas, devendo ressaltar olhares e formas de
abordagens a partir de um exercício de análise dos autores trabalhados.
O uso da bibliografia deve ser prioritariamente conduzido para amparar sua leitura e
sustentar sua interpretação.
Mostre erudição!
Ganhando Tempo...
1. Faça anotações e destaques das idéias importantes ou
possibilidades de futuras citações durante a leitura;

2. Providenciar cópias do material mais importante;

3. Organizar um tempo de dedicação semanal ao projeto e ser fiel


à ele.

j) Metodologia:

O termo metodologia significa um “estudo/detalhamento do caminho a ser seguido”,


ou seja, é a elaboração de um “caminho” considerado adequado para se chegar à resolução do
problema.
É a explicação do tipo de pesquisa, do instrumental utilizado (questionário,
entrevistas, etc.), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das
formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se pretende utilizar
durante o desenvolvimento da pesquisa.
O pesquisador deverá esboçar a trajetória que seguirá ao longo de sua atividade de
pesquisa. Para tanto deverá destacar:
1) Os critérios de seleção e a localização das fontes de informação;
2) Os métodos e técnicas utilizados para a coleta de dados;
3) Os testes previamente realizados da técnica de coleta de dados. Ao contrário do
que geralmente se pensa, os dados não são necessariamente expressos em números e
processados estaticamente.
A metodologia como explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação
desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa, é direcionada por uma pergunta
chave que deve ser respondida aqui é “como será realizada a pesquisa?”.
O tipo de dados coletados durante a pesquisa depende do tipo de estudo realizado,
devendo abordar as seguintes questões:
1. QUAIS OS PASSOS QUE SERÃO DADOS?

2. QUAL A BASE DE DADOS?

3. COMO SERÁ FEITA A ANÁLISE?

Ao pesquisador interessam todas as informações possíveis sobre o tema que está


abordando, sobre o problema e sobre o período de estudo.
Resta ainda apresentar na metodologia os seguintes elementos:
Tipo de estudo: Em relação aos procedimentos científicos, nem toda pesquisa é feita
da mesma forma, sendo que os métodos de pesquisa são bem diversos dependendo do campo
de conhecimento e do direcionamento dado pelo tipo de problema que foi proposto.
Um bom direcionar é questionar: Quais são os tipos mais comuns de pesquisa no
ambiente que você deseja conquistar um espaço?

1- Quanto a Finalidade da Pesquisa:


- Básica ou pura ou Fundamental: Pretende definir uma teoria a respeito de um
tema, tendo por objetivo primário gerar conhecimentos novos sobre o tema em estudo, e
podem, eventualmente, servir de base para a geração de uma pesquisa aplicada. Em geral,
trata de temas e questões de caráter “mais universais”, sem uma aplicação prática e imediata
previsível.
- Aplicada ou Tecnológica: Confronta uma determinada teoria com a realidade,
visando um resultado prático visível em termos econômicos, tecnológicos ou de outra
utilidade que não seja o próprio conhecimento. A pesquisa aplicada depende da pesquisa pura,
de natureza teórica. Sem o desenvolvimento de conhecimento conceitual avançado pouco se
pode fazer para transformar este saber em uma determinada aplicação tecnológica demandada
pela sociedade.

2- Quanto aos Objetivos da Pesquisa:


Segundo Gil (2002), uma pesquisa, tendo em vista seus objetivos, pode ser
classificada da seguinte forma:
- Exploratória (COMO): Visa proporcionar mais familiaridade com o problema, a
fim de torná-lo mais explícito. É um tipo de pesquisa que busca constatar algo, partindo
geralmente de uma hipótese e se aprofunda visando delimitar um tema pouco explorado.
Envolvem procedimentos de coleta através de levantamento bibliográfico, entrevistas,
análises de exemplos ou documentos. Assume, em geral, as formas de Pesquisa Bibliográfica
e Estudo de Caso.
- Exploratória (POR QUÊ): Visa identificar os fatores que determinam ou
contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade, uma
vez que se dedica a explicar “o por quê” das coisas. Nas Ciências Naturais requer o uso de
Método Experimental e nas Ciências Sociais geralmente requer uso de Método Experimental
e Pesquisa Expost-facto.
- Descritiva (O QUÊ): Visa descrever, registrar e interpretar características de
determinados fenômenos/população, ou o estabelecimento de relações entre variáveis,
objetivando conhecer uma realidade mais profundamente. Destacam-se também na pesquisa
descritiva aquelas que visam descrever características de grupos (idade, sexo, procedência,
etc.), como também a descrição de um processo numa organização, o estudo do nível de
atendimento de entidades, levantamento de opiniões, atitudes e crenças de uma população,
etc. Também são pesquisas descritivas aqueles que visam descobrir a existência de associação
entre variáveis, como, por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre o
candidato e a escolaridade dos eleitores. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de
dados, como questionário, formulário, observação sistemática, entrevistas. Assume, em geral,
a forma de levantamento.

3- Quanto ao Procedimento da Coleta


Segundo Gil (2002), uma pesquisa, quanto aos seus procedimentos técnicos, pode ser
classificada da seguinte forma:
- Experimental: É toda pesquisa que envolve algum tipo de manipulação de variáveis
sob condições rigorosamente controladas, geralmente sob a perspectiva de causa e efeito.
Determina-se um objeto de estudo, seleciona-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-
lo, define-se as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no
objeto.
- Expost-facto (A partir de depois do fato): Investigação sistemática e empírica em
que o pesquisador não tem controle direto sobre as variáveis uma vez que já ocorreram suas
manifestações e também estas não são manipuláveis. São feitas concomitantemente entre as
variáveis dependentes e independentes.
- Observação participante: através da participação na vida cotidiana do grupo ou da
organização que estuda; entrevistas ou conversa para descobrir as interpretações sobre as
situações que observou, podendo comparar e interpretar as respostas dadas em diferentes
momentos e situações.
- Levantamento: é a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja
conhecer. Procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca
do problema estudando para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as
conclusões correspondentes aos dados coletados. Quanto o levantamento recolhe informações
de todos os integrantes do universo pesquisado, tem-se um censo.
- Estudo de caso: O objetivo é o estudo de uma unidade que se analisa profunda e
intensamente, considerando-se esta unidade estudada na sua totalidade, seja um individuo
uma família, uma instituição, uma empresa, ou uma comunidade. Consiste no estudo
profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento. Caracterizado por ser um estudo intensivo. É levada em consideração,
principalmente, a compreensão, com um todo, do assunto investigado. Todos os aspectos do
caso são investigados. Quando o estudo é intenso podem até aparecer relações que de uma
outra forma não seriam descobertas. (FACHIN, 2001, p. 42 apud RIOS, 2008).
- Pesquisa-ação: um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada
em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual
os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos
de modo cooperativo ou participativo. (THIOLLENT, 1986, p. 14 apud RIOS, 2008).
- Bibliográfica: Procura explicar e discutir um tema com base em referências teóricas
publicadas em livros, revistas, periódicos, etc. É desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Não é aconselhável que
textos retirados da Internet constituíam o arcabouço teórico do trabalho monográfico.
- Documental: É muito parecida com bibliográfica. A diferença está na natureza das
fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico,
ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Além de analisar
os documentos de “primeira mão” (documentos de arquivos, igrejas, sindicatos, instituições,
etc.), existem também aqueles que já foram processados, mas podem receber outras
interpretações, como relatórios de empresas, tabelas, etc.
- Pesquisa Operacional: É uma ciência que objetiva fornecer ferramentas
quantitativas ao processo de tomada de decisões. É constituída por um conjunto de disciplinas
isoladas, tais como Programação Linear, Teoria das Filas, Simulações, Programação
Dinâmica, Teoria dos Jogos, etc.

4- Quanto ao Método da Pesquisa:


O método, segundo Garcia (1998, p. 44 apud RIOS, 2008), representa um
procedimento racional e ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos,
que implica utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho
(significado etimológico de método) e alcança os objetivos preestabelecidos no planejamento
da pesquisa (projeto).
Segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em
métodos de abordagem e métodos de procedimentos.

4.1 Método de abordagem


- Dedutivo: Parte de teorias e leis gerais para a ocorrência de fenômenos particulares.
- Indutivo: O estudo ou abordagem dos fenômenos caminha para planos cada vez mais
abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias mais gerais.
- Hipotético-dedutivo: que se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos
acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo dedutivo, testa a ocorrência de fenômenos
abrangidos pela hipótese.
- Dialético: que penetra no mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da
contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
sociedade.

4.2 Método de procedimento


- Histórico: Parte do princípio de que as atuais formas de vida e de agir na vida social,
as instituições e os costumes têm origem no passado, por isso é importante pesquisar suas
raízes para compreender sua natureza e função.
- Monográfico: Para Lakatos e Marconi (1996, p. 151) é “[...] um estudo sobre um
tema específico ou particular de suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa
metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus
ângulos e aspectos, dependendo assunto não só em profundidade, mas em todos os seus
ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina”.
- Comparativo: Consiste em investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo suas
semelhanças e suas diferenças. Geralmente o método comparativo aborda duas séries de
natureza análoga tomadas de meios sociais ou de outra área do saber, a fim de detectar o que é
comum a ambos.
Este método é de grande valia e sua aplicação se presta nas diversas áreas das ciências,
principalmente nas ciências sociais. Esta utilização deve-se pela possibilidade que o estudo
oferece de trabalhar com grandes grupamentos humanos em universos populacionais
diferentes e até distanciados pelo espaço geográfico (VERGARA, 2004).
- Etnográfico: Estudo e descrição de um povo, sua língua, raça, religião, cultura...
- Estatístico: Método que implica em números, percentuais, análises estatísticas,
probabilidades. Quase sempre associado à pesquisa quantitativa.
Para Moreira e Caleffe (2006, p. 46), este método se fundamenta nos conjuntos de
procedimentos apoiados na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de
certos aspectos da realidade social em que se pretenda medir p grau de correlação entre dois
ou mais fenômenos. Para o emprego desse método, necessariamente o pesquisador deve ter
conhecimentos das noções básicas de estatística e saber como aplicá-las. O método estatístico
se relaciona com dois termos principais: população e universo.

5- Quanto a Natureza da Pesquisa:


- Qualitativa: A qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas
sim o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc. Os
pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas,
exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas
nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de
interação) e se valem de diferentes abordagens. (GOLDENBERG, 1999 apud RIOS 2008).
Aqui, o pesquisador é ao mesmo tempo o sujeito e o objeto de suas pesquisas.
- Quantitativa: Nesse tipo de abordagem, os pesquisadores buscam exprimir as
relações de dependência funcional entre variáveis para tratarem do como dos fenômenos. Eles
procuram identificar os elementos constituintes do objeto estudado, estabelecendo a estrutura
e a evolução das relações entre os elementos.
QUANTITATIVA QUALITATIVA

Objetivo Subjetivo
Testa a Teoria Desenvolve a Teoria
Uma realidade: o foco é conciso e limitado Múltiplas realidades: o foco é complexo e amplo
Redução, controle, precisão. Descoberta, descrição, compreensão,
interpretação partilhada.
Mensuração Interpretação
Mecanicista: partes são iguais ao todo Organicista: o todo é mais do que as partes
Possibilita análises estatísticas Possibilitam narrativas ricas, interpretações
individuais.
Os elementos básicos da análise são os números Os elementos básicos da análise são palavras e
ideias
O pesquisador mantém distância do processo O pesquisador participa do processo
Sujeitos Participantes
Independe do contexto Depende do contexto
Testes de hipóteses Gera ideias e questões para a pesquisa
O raciocínio é lógico e dedutivo O raciocínio é dialético e indutivo
Estabelecem relações, causas. Descrevem os significados, descobertas.

Busca generalizações Busca particularidades


Preocupa-se com as qualidades Preocupa-se com a qualidade das informações e
respostas
Utiliza instrumentos específicos Utiliza a comunicação e observação

- Quanti/Quali: As vantagens de se integrar os dois métodos está, de um lado na


explicação de todos os passos da pesquisa, de outro, na oportunidade de prevenir a
interferência da subjetividade do pesquisador nas conclusões obtidas.
As pesquisas Quantitativas e Qualitativas oferecem perspectivas diferentes, mas não
necessariamente pólos opostos. De fato, elementos de ambas as abordagens podem ser usados
conjuntamente em estudos mistos, para fornecer mais informações do que poderia se obter
utilizando um dos métodos isoladamente. (ETHOS, 2002 apud RIOS, 2008).

6- Quanto ao Local da Pesquisa:


- Laboratório: Permite a manipulação de variáveis em ambiente extremamente
controlado, onde o pesquisador procura refazer as condições de um fenômeno a ser estudado,
para observá-lo sob controle. Comumente, este tipo de pesquisa é confundido com pesquisa
experimental, o que é um equívoco. Embora a maioria das pesquisas de laboratório seja
experimental, muitas vezes as ciências humanas e sociais lançam mão de pesquisa de
laboratório sem que se trate de estudos experimentais. Na verdade, o que caracteriza a
pesquisa de laboratório é o fato de que ela ocorre em situações controladas, valendo-se de
instrumental específico e preciso. Tais pesquisas, quer se realizem em recintos fechados ou
ao ar livre, em ambientes artificiais ou reais, em todos os casos, requerem um ambiente
adequado, previamente estabelecido e de acordo com o estudo a ser realizado. A Psicologia
Social e a Sociologia, frequentemente, utilizam a pesquisa de laboratório, muito embora
aspectos fundamentais do comportamento humano nem sempre possam ou, por questões de
ética, nunca devam ser estudados e/ou reproduzidos no ambiente controlado do laboratório.
- Campo: É basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do
grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações
do que ocorre naquela realidade. Para Vianna (2001, p. 79), a pesquisa de campo deve
merecer grande atenção, pois devem ser indicados os critérios de escolha da amostragem (das
pessoas que serão escolhidas como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão
coletados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos procede à observação de fatos e
fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e,
finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica
consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado. Ciência e áreas de
estudo, como a Antropologia, Sociologia, Psicologia Social, Psicologia da Educação,
Pedagogia, Política, Serviço Social usam frequentemente a pesquisa de campo para estudo de
indivíduos, grupos, comunidades, instituições, com o objetivo de compreender os mais
diferentes aspectos de uma determinada realidade. Como qualquer outro tipo de pesquisa, a de
campo parte do levantamento bibliográfico. Exige também a determinação das técnicas de
coleta de dados mais apropriadas à natureza do tema, e, ainda, a definição das técnicas que
serão empregadas para o registro e análise. Dependendo das técnicas de coleta e interpretação
dos dados, a pesquisa de campo poderá ser classificada como de abordagem
predominantemente qualitativa ou quantitativa.
Amostra: De modo geral, as pesquisas visam abranger um universo de elementos
que se tornam impossíveis considerá-los em sua totalidade, e por este motivo se trabalha com
amostras, ou seja, com uma pequena parte representativa que compõe o universo de estudo.
Coleta de dados: Descreve os instrumentos utilizados para buscar os dados e
informações imprescindíveis para a realidade investigada. A escolha do instrumento é de
competência do pesquisador e deve ser considerado inicialmente o tipo de estudo e os
objetivos pretendidos.
Os instrumentos mais comuns são:
- Observação;
- Entrevista;
- Questionário;
- Documentos;
- Formulários;
- Outros.
Qualquer que seja o instrumento a ser utilizado deve ser bem elaborado e bem
dimensionado, garantindo a validez, confiabilidade e precisão.
Análise dos dados: Significa dividir o todo em partes para ser mais bem
compreendido. O processo analítico deve ser realizado de maneira integrada, comparando-se
dados e informações uns com os outros. A análise dos dados permite confrontá-la com a
abordagem teórica e deve ser explicada de forma clara como os dados que serão analisados.
Segundo Vianna (2001), é a parte que apresenta os resultados obtidos na pesquisa e
analisa-os sob o crivo dos objetivos e/ou das hipóteses. Assim, a apresentação dos dados é a
evidência das conclusões e a interpretação consiste no contrabalanço dos dados com a teoria.
Para Inácio (2001, p. 161), “o processo de análise de conteúdo pode ser feito da
seguinte forma: pré-análise (organização do material), descrição analítica dos dados
(codificação, classificação, categorização), interpretação referencial (tratamento e reflexão)”.
O objetivo da análise é sumariar as observações, de forma que estas permitam
respostas às perguntas da pesquisa. O objetivo da interpretação é a procura do sentido mais
amplo de tais respostas, por ter ligação com outros conhecimentos já obtidos. (SELLTIZ et al.
apud RIOS, 2008).
A interpretação também é um processo de analogia com os estudos assemelhados, de
forma que os resultados obtidos são comparados com resultados similares para destacar
pontos em comum e pontos de discordância.
Em síntese, é a descrição de forma como serão analisados os dados da pesquisa.
Existem duas grandes tendências:
a) Se a pesquisa for qualitativa, as repostas podem ser interpretadas global e
individualmente;
b) Se for quantitativa, provavelmente serão utilizadas tabelas e estatísticas.
Aspectos éticos: Em que procedimento científico é necessário se fazer
elucubrações referentes que trazem enquanto preceitos fundamentais a utilização de seres
humanos em pesquisas.
Com relação ao procedimento ético em pesquisa, é necessário buscar o consentimento
informado e proteção dos sujeitos contra qualquer espécie de danos, darem importância
central à internacionalidade dos atores, à complexidade e à fluidez dos processos implicados
no desenvolvimento da ação social.
Para endossar tais posicionamentos, o Conselho Nacional de Saúde regulamentou a
Resolução 196/96 as diretrizes e normas para as pesquisas com seres humanos, incorporando,
assim, referencias básicos da bioética.
Dessa forma, qualquer pesquisa científica envolvendo seres humanos precisa está
respaldada com esta regulamentação que se encontra no final de módulo, visando oferecer um
suporte de desenvolvimento científico.
Outros cuidados devem ser tomados para que uma pesquisa chegue a seu termo e seja
aceita nos meios científicos, a exemplo da correção e adaptação dos instrumentos de pesquisa
durante todo o processo, intervenção, através de instrumentação para a obtenção de resultados
mais confiáveis, e manuseio de forma responsável de objetos e acontecimentos, entre outros.
Buscando-se uma excelência em pesquisa, o pesquisador deve levar em consideração
as possíveis dificuldades a serem enfrentadas ao desenvolver a pesquisa. Nessa particular, sua
experiência e maturidade são fatores determinantes para que a pesquisa seja bem sucedida.
Além da consciência do papel do pesquisador frente às exigências do projeto, deve-se
buscar o controle da subjetividade, levando os sujeitos a expressarem livremente suas
opiniões, respeitando os valores e responsabilidades do pesquisador para consigo e para com a
sua profissão, fazendo interpretações através de um esquema conceitual, respeitando a
expressão de opiniões, crenças, atitudes e preconceitos, etc.

k) Cronograma:

É a previsão de tempo que será gasto na realização do trabalho de acordo com as


atividades a serem cumpridas. As atividades e os períodos serão definidos a partir das
características de cada pesquisa e dos critérios determinados pelo autor do trabalho.
No cronograma o pesquisador deverá fazer um planejamento das atividades ao longo
do tempo que dispõe para a pesquisa. Ele é uma excelente ferramenta para controlar o tempo
de trabalho e o ritmo de produção. Ao mesmo tempo, servirá para o orientador ou a agência
financeira acompanhar o andamento da pesquisa. Também aqui há perguntas necessárias:
“Quando as diferentes etapas da pesquisa serão realizadas? Quanto tempo será necessário para
a realização de cada uma delas?”.
Os períodos podem estar divididos em dias, semanas, quinzenas, meses, bimestres,
trimestres, etc. Este serão determinados a partir dos critérios de tempo adotados por cada
pesquisador.
A forma mais fácil de organizar um cronograma é sob a forma de uma tabela,
conforme o exemplo abaixo:

Modelo de Cronograma de Atividades do Projeto

ATIVIDADES PERÍODO/MESES - 2008


Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
Elaboração do projeto de pesquisa x
Encaminhamento para Comitê de Ética x
Elaboração do plano de redação do TCC x
Levantamento e seleção dos principais x
teóricos.
Leitura e fichamentos de literatura x
Coleta de dados x
Análise dos dados x
Elaboração da primeira versão do artigo x
Revisão da versão preliminar x
Entrega para Orientador x
Revisão da versão completa x
Entrega do Trabalho Final x

l) Orçamento:

Orçamento: (Quais são os recursos – materiais, humanos e financeiros – necessários


para a realização do projeto?): o desenvolvimento do projeto de pesquisa requer a utilização
de recursos materiais permanentes ou de consumo e, também, a alocação de recursos
financeiros para despesas gerais do projeto e remuneração dos recursos humanos, de acordo
com suas funções e atividades, especificamente, os da área técnica ou de apoio. Logo, Quem
está disposto a fazer parte?Quais os parceiros envolvidos? Assim, todo o dispêndio para a
realização da pesquisa deve estar detalhado em termos de quantidade, valor unitário e valor
total. Atente-se que não é suficiente apenas fazer o orçamento do projeto no seu aspecto
financeiro, tendo-se em conta que, para acontecer, essa realização vai requerer pessoas, ideias,
tempo, espaço físico, serviços e recursos materiais e cuja estimativa deve ser revista em todas
as fases de execução do projeto.
Deve ser digitado em tabela, com detalhamento das despesas pelos itens:
- Recursos Humanos, financeiros e materiais;
- Material de consumo detalhado;
- Serviço de terceiros;
- Despesas dom viagens;
- Outros de acordo com a especificidade do projeto.

Modelo de Orçamento do Projeto de Pesquisa


QUANTI VALOR VALOR
COMPONENTES DA DESPESA REF.
DADE UNITÁRIO TOTAL
Papel Resma 02 12,00 24,00
Caneta Unid 10 1,00 10,00
Lápis Unid 10 0,50 5,00
Borracha Unid 02 0,80 1,60
CD Unid 02 1,00 2,00
Livros Unid 05 60,00 30,00
Participação em seminários/encontros Unid 02 450,00 900,00
Combustível Lt 80 2,60 208,00
Alimentação Kg 06 12,60 75,60
Cartucho Unid 02 80,00 160,00
Microcomputador Unid 01 1.250,00 1.250,00
Impressora Unid 01 250,00 250,00
Pró labore do revisor do vernáculo Fl 50 3,00 150,00
Pró labore do elaborador do resumo em Fl 01 50,00 50,00
língua estrangeira
Elaboração da Ficha Catalográfica Unid 01 40,00 40,00
Fotocópias Unid 150 0,10 15,00
Encadernação em capa dura Unid 01 30,00 30,00
Encadernação em espiral Unid 02 7,00 14,00

TOTAL ///////// ////////// 3.485,20


m) Referências:

Lista do material consultado para a elaboração do projeto, constando qualquer fonte de


informação consultada, segundo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT). Em vigor.

n) Apêndice:

Material elaborado pelos próprios pesquisadores


 Apêndice A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
 Apêndice B - Questionário ou entrevista (quando tiver sido elaborado pelos próprios
pesquisadores).

n) Anexos:

Apresenta material complementar ao projeto, podendo ser formulários, mapas,


reportagens e outros que se encontrem disponíveis.
6 DICAS IMPORTANTES

A. Contextualize histórica e cronologicamente o tema e a sociedade para o estudo.


B. Procure estudar o que mais interessa e o que tem mais curiosidade e terá prazer
garantido durante todo o trabalho.
C. Pesquise trabalhos relacionados com o assunto que você escolheu.
D. Fazer anotações durante a leitura facilitará a escrita.
E. Avaliar a disponibilidade das fontes que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa.
F. Comece com a leitura de textos, artigos, resenhas - são as leituras mais simples que
darão uma visão geral do assunto, depois se dedique a uma leitura mais profunda como livros,
trabalhos técnicos e o que especialistas abordaram sobre seu tema.
G. Com um conhecimento prévio do tema, deve-se começar a escrever o projeto.
H. O projeto tem foco no PROBLEMA, no QUESTIONAMENTO. As respostas deste
questionamento serão apresentadas em uma Monografia, Dissertação ou Tese, no TCC.
Um projeto bem feito terá consequentemente uma monografia bem feita!
I. Estejam preparadas (em todos os aspectos) para uso de xérox, fotografias, gravação
ou outro meio qualquer.
J. Início da pesquisa requer definição de um problema.
K. Definição de um bom problema de pesquisa requer conhecimento sobre o tema que
está sendo tratado.

Não é tarefa trivial

Essencial para o desenvolvimento do trabalho de pesquisa.


Problema que não for bem formulado pode tornar a pesquisa inviável.
O problema de pesquisa deve ser passível de solução.
Deve-se ter alguma ideia de como o problema proposto poderá ser resolvido.
O problema de pesquisa deve ser delimitado a uma dimensão viável.
O tema não é o problema!
O problema de pesquisa deve ser claro e preciso e em forma de questionamento!

Não adianta propor um tema bem formulado se não houver como coletar dados que
levem ou demonstrem sua solução.
Requer domínio da tecnologia adequada à sua solução.
Quanto tempo será necessário para coletar as informações que leve à solução do
problema?
A delimitação do cronograma permite trabalhar de maneira focada, obtendo dados
relevantes dentro do tempo delimitado para a execução da pesquisa.

Quanto à redação: Escrever um trabalho é na verdade um estilo pessoal, não há uma regra
única ou universal para tanto, mas algumas dicas podem ser seguidas, especialmente se estiver
perdido.

Comece respondendo brevemente às perguntas sobre seu trabalho (coloque no papel): O


quê? Por quê? Como? E então o quê?
A resposta, mesmo que um rascunho, a estas perguntas deve guiar a redação de seu
trabalho.
Apresentar discurso eloquente e bem articulado.
Redação precisa, clara e concisa é essencial para a comunicação efetiva das ideias.

Objetividade: Os assuntos precisam ser tratados de maneira direta e simples, com


lógica e continuidade no desenvolvimento das ideias. A explanação deve se apoiar em dados e
provas e não em opiniões sem confirmação.

Clareza: Uma redação é clara quando as ideias são expressas sem ambiguidade para
não originar interpretações diversas da que se quer dar.
É importante o uso de vocabulários adequados e de frases curtas, sem verbosidade,
tendo como objetivo facultar a leitura e prender a atenção do leitor.

Precisão: Cada expressão empregada deve traduzir com exatidão o que se quer
transmitir em especial no que diz respeito a registros de observações, medições e análises
efetuadas. Indicar como, quando e onde os dados foram obtidos, especificando-se as
limitações do trabalho e a origem das teorias.

Imparcialidade: evitar ideias pré-concedidas, não superestimando a importância do


trabalho, nem subestimando outros que pareçam contraditórios.

Coerência: Deve-se manter uma sequência lógica e ordenada na apresentação das


ideias. Um trabalho, em geral se divide em capítulos, seções e subseções, sempre de forma
equilibrada e coesa. Na formulação de títulos para itens não usar ora substantivos para uns,
ora frases ou verbos para outros.

Conjugação Verbal: Recomenda-se a expressão impessoal, evitando-se o uso da


primeira pessoa, tanto do plural como do singular. Igualmente, não deve ser dotada a forma o
autor ou o escritor em expressões como: o autor descreve ou o autor conclui que.
7 NORMAS DE APRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PROJETO

7.1 PAPEL, FORMATO E IMPRESSÃO.

De acordo com a ABNT (2005, p. 5) “o projeto gráfico é de responsabilidade do autor


do trabalho”.
Segundo a NBR 14724, o texto deve ser digitado no anverso da folha, utilizando-se
papel de boa qualidade, formato A4 (210 x 297 mm), e impresso na cor preta, com exceção
das ilustrações.
Utiliza-se a fonte tamanho 12 para o texto; e menor para as citações longas, notas de
rodapé, paginação e legendas das ilustrações e tabelas. Não se deve usar, para efeito de
alinhamento, barras ou outros sinais, na margem lateral do texto.

7.2 MARGENS

As margens são formadas pela distribuição do próprio texto, no modo justificado,


dentro dos limites padronizados, de modo que a margem direita fique reta no sentido vertical,
com as seguintes medidas:
- Superior: 3,0 cm da borda superior da folha;
- Esquerda: 3,0 cm da borda esquerda da folha;
- Direita: 2,0 cm da borda direita da folha;
- Inferior: 2,0 cm da borda inferior da folha.

7.3 PAGINAÇÃO

A numeração deve ser colocada no canto superior direito, a 2 cm da borda do papel


com algarismos arábicos e tamanho da fonte menos, sendo que na primeira não leva número,
mas é contada.
7.4 ESPAÇAMENTO

O espaçamento entre as linhas é de 1,5 cm. As notas de rodapé, o resumo, as


referências, as legendas de ilustrações e tabelas, as citações textuais de mais de três linhas
devem ser digitadas em espaço simples de entrelinhas.
As referências listadas no final do trabalho devem ser separadas entre si por um espaço
duplo. Contudo, a nota explicativa apresentada na folha de rosto, na folha de aprovação, sobre
a natureza, o objetivo, nome da instituição a que é submetido a área de concentração do
trabalho deve ser alinhada do meio da margem para a direita.

7.5 DIVISÃO DO TEXTO

Na numeração das seções devem ser utilizados algarismos arábicos. O indicativo de


uma seção é constituído pelo indicativo da seção primária a que pertence, seguido do número
que lhe foi atribuído na sequência do assunto, com um ponto de separação: 1.1; 1.2...
Aos Títulos das seções primárias recomenda-se:
a) Seus títulos sejam grafados em caixa alta, com fonte 12, precedido do indicativo
numérico correspondente;
b) Nas seções secundárias, os títulos sejam grafados em caixa alta e em negrito, com
fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente;
c) Nas seções terciárias e quaternárias, utilizar somente a inicial maiúscula do título,
com fonte 12, precedido do indicativo numérico correspondente;
Recomenda-se, pois que todos os títulos destas seções sejam destacados em
NEGRITO.
É importante lembrar que é necessário limitar-se o número de seção ou capítulo em,
no máximo até cinco vezes; se houver necessidade de mais subdivisões, estas devem ser feitas
por meio de alíneas.
Os termos em outros idiomas devem constar em itálico, sem aspas. Exemplos: a
priori, on-line, savoir-faires, khow-how, apud, et alli, idem, op. cit. para dar destaque a termos
ou expressões deve ser utilizado o itálico. Evitar o uso excessivo de aspas que “poluem”
visualmente o texto.
7.6 CITAÇÕES

Citação Direta
As citações podem ser feitas na forma direta ou na indireta. Na forma direta devem ser
transcritas entre aspas, quando ocuparem até três linhas impressas, onde devem constar o
autor, a data e a página, conforme o exemplo: “a ciência, enquanto conteúdo de
conhecimentos, só se processa como resultado da articulação do lógico com o real, da teoria
com a realidade”. (SEVERINO, 2002, p. 30).
As citações de mais de um autor serão feitas com a indicação do sobrenome dos dois
autores separados pelo símbolo &, conforme o exemplo: Siqueland e Delucia (1990, p. 30)
afirmam que “o método da solução dos problemas na avaliação ensino-aprendizagem apontam
para um desenvolvimento cognitivo na criança”.
Quando a citação ultrapassar três linhas, deve ser separada com um recuo de parágrafo
de 4,0 cm, em espaço simples no texto, com fonte menos:
Severino (2002, p. 185) entende que:

A argumentação, ou seja, a operação com argumentos, apresentados com o objetivo


de comprovar uma tese, funda-se na evidência racional e na evidência dos fatos. A
evidência racional, por sua vez, justifica-se pelos princípios da lógica. Não se podem
buscar fundamentos mais primitivos. A evidência é a certeza manifesta imposta pela
força dos modos de atuação da própria razão.

No caso da citação direta, deve-se comentar o texto do autor citado, e nunca concluir
uma parte do texto com uma citação.
No momento da citação, transcreve-se fielmente o texto tal como ele se apresenta, e
quando for usado o negrito para uma palavra ou frase para chamar atenção na parte citada
usar a expressão em entre parênteses (grifo nosso). Caso o destaque já faça parte do texto
citado usar a expressão entre parêntese: (grifo autor).

Citação Indireta
A citação indireta, denominada de conceitual, reproduz ideias da fonte consultada,
sem, no entanto, transcrever o texto. “É uma transcrição livre do autor consultado” (ABNT,
2005, p. 2). Esse tipo de citação pode ser apresentado por meio de paráfrase quando alguém
expressa a ideia de um autor ou de uma determinada fonte. A paráfrase, quando fiel à fonte, é
geralmente preferível a uma longa citação textual, mas deve, porém, ser feita de forma que
fique bem clara a autoria.
Citação de citação
A citação de citação deve ser indicada pelo sobrenome do autor seguido da expressão
latina apud (citado por, junto a) e do sobrenome da obra consultada, em minúsculas, conforme
o exemplo: Freire apud Savani (1998, p. 30).

Notas de Rodapé
As notas de rodapé destinam-se a prestar esclarecimentos, tecer considerações, que
não devem ser incluídas no texto, para não interromper a sequência lógica da leitura. Refere-
se aos comentários e/ou observações pessoais do autor e são utilizadas para indicar dados
relativos à comunicação pessoal.
As notas são reduzidas ao mínimo e situar-se em local tão próximo quanto possível ao
texto. Para fazer a chamada das notas de rodapé, usam-se os algarismos arábicos, na
entrelinha superior em tamanho 10. Exemplo de uma nota explicativa: A hipótese, também,
não deve se basear em valores morais. Algumas hipóteses lançam adjetivos duvidosos, como
bom, mau, prejudicial, maior, menor, os quais não sustentam sua base científica.
Referências – A elaboração das referências deve obedecer a NBR 6023, da ABNT.
8 MODELO DE ARTIGO CIENTÍFICO

8.1 CONCEITO

O artigo científico comunica ideias e informações de maneira clara e concisa. Sua


característica principal é ser publicado em periódicos científicos, ou seja, “é parte de uma
publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos
e resultados nas diversas áreas do conhecimento”¹.
O Artigo Científico constitui um espaço de comunicação sobre os resultados de uma
pesquisa considerada científica, isto é, que se volta à questão da cientificidade, podendo ser
escrito por um ou mais autores, com a finalidade de divulgar a síntese analítica de estudos e
resultados de pesquisas.
Escrever um artigo científico é de imediato uma tomada de decisão e implica no
crescimento do profissional e de melhores oportunidades na carreira, envolvendo aspectos
metodológicos, legais e éticos de redação, de criatividade e também de custo e gerenciamento
de tempo.
Estes formam a parte principal em periódicos especializados e devem seguir as normas
editoriais do periódico a que se destinam e podem ser de dois tipos:
a) Originais, quando apresentam abordagens ou assuntos inéditos;
b) De revisão, quando abordam, analisam ou resumem informações já publicadas.

8.2 FINALIDADE

Segundo Eco (1992) apud Rios (2008), um estudo é científico quando responde aos
seguintes requisitos:
1) O estudo debruça-se sobre um objeto reconhecível e definido de tal maneira que
seja reconhecível igualmente pelos outros.
2) O estudo deve dizer do objeto algo que ainda não foi dito ou rever sob uma ótica
diferente o que já se disse.
3) O estudo deve ser útil aos demais.
_____________
¹ Manual de Artigos Científicos. Hortência Gonçalves, 2004.
4) O estudo deve fornecer elementos para a verificação e a contestação das hipóteses
apresentadas, e, portanto, para uma continuidade pública.
Considera-se que os objetivos de artigo científico são:
 Comunicar os resultados de pesquisa, ideias e debates de uma maneira clara,
concisa e fidedigna.
 Servir de medida produtividade (qualitativa e quantitativa) individual dos autores
e das instituições a qual servem.
 Servir de medida nas decisões referentes à contratação, promoção e estabilidade
no emprego.
 Refletir a análise de um dado assunto, num certo período de tempo.
 Servir de meio de comunicação e de intercâmbio de ideias entre cientistas da sua
área de atuação.
 Levar os testes de uma hipótese, provar uma teoria (tese, trabalho científico).
 Registrar e transferir algumas observações originais.
 Servir para rever p estado de um dado campo de pesquisa.
Além disso, pesquisador deve apresentar domínio dos elementos constitutivos de uma
pesquisa possibilita a elaboração de um artigo científico com maior fluência. O artigo visa
responder às questões do projeto de pesquisa, considerando os seguintes aspectos:

Objetivo Pra quê FINALIDADE

Justificativa Por quê ARGUMENTOS

Problema O quê PERGUNTA(S)

Metodologia Como MODO DE REALIZAR

Referência Onde LIVROS, ARTIGOS...

Hipótese Diretriz de Reposta

Problemática Contexto do Problema

Elementos de Apoio Ilustrações, apêndices e anexos


8.3 ETAPAS

O processo de construção de um artigo científico envolve a realização e superação de


algumas estratégias do processo de pesquisa.
1º) Revisão bibliográfica seletiva;
2º) Leitura analítica ou aprofundada;
3º) Índice como hipóteses de trabalho;
4º) Construção da problemática I e II: a problemática é o conjunto construído em torno
de uma questão principal pelas hipóteses de pesquisa e elas linhas de análise que permitirão
tratar o assunto escolhido.
 Problemática I – Plano de Pesquisa
- Escolha de uma questão principal relevante ao tema selecionado.
 Problemática II – Plano de Exposição dos resultados da pesquisa realizada.
- Estruturar as diferenças da exposição de sua ‘tese’; ele deve armar o raciocínio que
irá costurar o conjunto do texto que você irá redigir. (... demonstração da ideia diretriz que foi
destacada em resposta à questão central).

[...] Processo de PESQUISA, agora irá se emprenhar na EPOSIÇÃO dos resultados


de sua pesquisa. No decorrer do trabalho, sua problemática estruturou-se, fortaleceu-
se e refinou-se: portanto, você está apto a produzir uma nova versão da sua
problemática: a problemática II que comporta: questão principal; idéia diretriz;
desenvolvimento dessa idéia diretriz e plano de redação. (BEAUD, 1997, p. 42).

8.4 ESTRUTURAÇÃO

A validade e a qualidade de um artigo envolvem parâmetros epistemológicos ou


critérios metodológicos e deve considerar os seguintes critérios:
 Aplicação das normas da ABNT, das regras do idioma e do periódico;
 Consistência e coerência do conteúdo produzido;
 Pertinência da metodologia empregada ao contexto;
 Aplicabilidade da teoria (marco teórico ou conceitual) na revisão bibliográfica
e na exposição final do texto;
 Qualidade ética.
Em relação à estruturação acadêmica, temos:
1. A redação deve levar em conta o público a que se destina o artigo;
2. São escritos na 1ª pessoa do plural ou no impessoal;
3. Contêm entre 15 a 20 páginas.

- Dicas importantes:
 Enfatize:
- O resultado concreto obtido;
- Como você chegou neste resultado;
- O problema que este resultado resolve.
 Apresente:
- Os conceitos imprescindíveis para entender seu resultado;
- Outros trabalhos que abordaram o mesmo problema (comparação).
 Explique a contribuição do seu artigo.
 Convença o comitê de avaliação do evento/periódico que seu trabalho está correto
A- Garanta todas as informações, referências, tabelas, etc.;
B- Escolha a revista ou jornal;
C- Comece a escrever, documente suas ideias;
D- Escreva rapidamente, para não barrar o fluxo das ideias;
E- Escreva de forma direta, sem editar ou corrigir;
F- Siga o esboço proposto no início;
G- Escreva o trabalho em partes;
H- Coloque o primeiro esboço de lado, passe para alguém ler;
I- Revise o trabalho, seja critico e severo;
J- Revise para obter maior clareza e seja breve em frases e parágrafos;
K- Seja consistente e faça todas as alterações necessárias.

- Pesquisa: quanto mais uniformes os alicerces da pesquisa, menores serão os


problemas de concordância entre os avaliadores;
- Autoria: quando múltipla as chances são maiores de aceitação no sistema de
avaliação pelos pares;
- Recusa: quando recusado o artigo deve ser reapresentando à outra revista; consulte o
valor de impacto da revista na área.
Existem algumas práticas questionáveis na elaboração do artigo científico

1 Envolver pessoas na pesquisa sem o seu consentimento


- Decisão do pesquisador sob a alegação de que a informação faria com que a pessoa
não demonstrasse comportamento natural, podendo distorcer o resultado da pesquisa.
- O investigador deve evitar a participação involuntária. Deve avaliar com cuidado os
benefícios X custo éticos.
- Quanto menos inconvenientes forem produzidos para os participantes ou quanto
menos envolvê-los emocionalmente, menos severas serão as questões éticas sobre engajá-los
sem o consentimento.
- Tipos de estudos nos quais surge este problema: estudos observacionais da vida dos
grupos.

2 Coagir pessoas a participarem


Pode ocorrer o consentimento em participar livremente total ou parcialmente
obrigadas.
- Ocorre quando o pesquisador está numa posição que lhe permite requerer a
participação das pessoas (autoridade) ou oferece incentivos irresistíveis.
- Quando a liberdade das pessoas está limitada ao local de trabalho ou moradia as
restrições persistiram nesses ambientes (empregados, prisioneiros, soldados podem ser
requisitados).
- Em princípio o participante da pesquisa teria obrigação de participar da pesquisa,
mas esta suposição em consequência: pode não haver adesão/compartilhamento dos sujeitos
participantes; pode servir como uma racionalização para defesa de que a busca do
consentimento não seria necessária.

3 Esconder do participante a natureza real da pesquisa


- Em geral, neste caso, informa-se apenas uma parte do objetivo da pesquisa,
disfarçando a verdadeira natureza do experimento.
- Quando os indivíduos participam de uma pesquisa nessas condições ele não está
dando o que se chama “consentimento informado”.
- É uma prática questionável: não há livre escolha e a dignidade humana é diminuída.
A prática ética requer que o pesquisador informe ao participante todos os aspectos que
seriam razoáveis esperar que influenciassem o desejo de participar, e explique todos os outros
aspectos da pesquisa sobre os quais o participante perguntar. (APA, 1973).

1 Enganar os participantes da pesquisa


- O ideal na relação entre cientista e participante da pesquisa é a abertura e
honestidade.
- Quando o logro parte de um cientista respeitável pode gerar o efeito de servir como
modelo de prática aceitável e contribuir para a desconfiança em relação a pesquisas (falta de
credibilidade).

2 Levar os participantes a praticarem atos que diminuem seu auto-respeito


- Surge um dilema ético na prática de cientistas que estudam os determinantes de
temas como: honestidade, comportamento de ajuda, referência à autoridade, etc.
- O cientista usa de procedimentos que induzem comportamentos conflitantes com
ideias humanos.
-Para estudar honestidade: cria oportunidade para a mentira, o roubo, a trapaça; para
estudar o comportamento de ajuda: coloca o indivíduo em situação ingênua em que ele pode
se recusar a ajudar; para estudar resistência à autoridade: pressiona para que obedeçam a
ordens que o participante encara como errada ou prejudicial.
- Esta prática é das mais questionáveis, pois causa vergonha, remorso, embaraço.
- É definida por alguns cientistas sociais que acreditam que é o participante o
responsável pelas suas ações e opta por trapacear, ceder, ou resistir à pressão social.
- Acreditam que é propício dar ao participante a percepção precisa de sua imagem e
potencialidade para cometer um ato mesmo que o desaprove, pois manter a auto-estima
baseada em premissas falsas seria um desserviço para com o participante.

3 Violação do direito à autodeterminação (pesquisas sobre mudanças comportamentais


- Os cientistas têm o direito de produzir mudanças no comportamento, na
personalidade de outras pessoas?
- As opiniões dos cientistas variam em relação ao conflito entre o direito à
autodeterminação e os esforços de pesquisa.
- Alguns enfatizam a autodeterminação e liberdade de escolha e formulam propostas
que preservem tanta liberdade quanto possível nas pesquisas.
- Outros apontam a predominância do controle do comportamento no cotidiano
(empregadores, governos, educadores, etc.) e sugere que se deveria buscar um controle que
funcionasse de modo benéfico para o individuo em vez de trazer-lhe desvantagens.
- Outros argumentam sobre a natureza ilusória da liberdade de escolha (vendedores
nos fazem escolher, comprar coisas que talvez não comprássemos espontaneamente).

4 Expor os participantes a estresse físico ou mental


- Em gera as situações são apresentadas sem aviso prévio, informando-se ao final da
experiência.
- Inaceitável submeter o participante a experiência que possam causar prejuízos
duradouros.
- Pode-se planejar pesquisas em torno do estresse emocional aproveitando situações
que ocorrem naturalmente: agradar cirurgias, tomar injeção, fazer teste, etc.

5 Invadir a privacidade dos participantes da pesquisa


- Observar encoberta (espelho unidirecional, vídeo), entrevistas e questionários
abordando questões pessoais íntimas, testes indiretos em que o sujeito não sabe o que está
revelando.
- Esta invasão ocorre quando se observa atos que o indivíduo preferia que fossem
mantidos privados; observar sistematicamente sem que o indivíduo saiba.

6 Negar benefícios aos participantes


- Esta situação pode ocorrer quando o estudo lida com alguma medida (nova
metodologia, inovação educacional, medida de apoio ou terapêutica) que priva os
participantes de serem beneficiados com o estudo.

7 Não demonstrar consideração e a respeito pelos participantes


- Chegar tarde para os trabalhos desenvolvidos com os sujeitos da pesquisa.
- Não apresentar o resultado (retorno) prometido
A seguir, temos alguns critérios de avaliação de artigos praticados entre diversos
meios acadêmicos de divulgação:
Opiniões dos avaliadores acerca da importância relativa de diferentes
critérios de avaliação
Critério Escore Médio
Utilidade dos resultados para o progresso da área 5,8
Aceitabilidade do delineamento da pesquisa 5,6
Importância teórica do trabalho 5,4
Nível de conhecimento demonstrado 5,4
Presença de ideias criativas 4,2
Novas comprovações empíricas 5,0
Sofisticação de metodologia e análise 4,3
Pertinência do artigo para a área de atuação da rev. 4,3
Demonstração de sensibilidade ética 4,1
Utilidade dos resultados para a vida cotidiana 2,9
Utilidade como entretenimento 1,5
Antecedentes e reputação do autor 1,3
Fonte: Meadows, A.J. A comunicação científica. Brasília: Briquet de Lemos, 1999. p.183.

Problemas e encontrados em manuscrito de trabalhos sobre administração


Porcentagem do total Porcentagem de
de problemas manuscritos com
encontrados este problema
Inexistência de teoria 22 51
Descompasso entre a teoria e a investigação real 14 32
Teoria mal-definida 11 24
Delineamento mal-definido da pesquisa 11 24
Argumentação mal-estruturada 10 23
Artigo mal-escrito 9 21
Fonte: Meadows, A.J. A comunicação científica. Brasília: Briquet de Lemos, 1999. p.184.
9 ELABORAÇÃO DO ARTIGO CIENTÍFICO

Quanto à análise de conteúdo, os artigos estão divididos nos seguintes tipos:


Artigo de Periódico: são trabalhos técnico-científicos, escritos por um ou mais
autores, com a finalidade de divulgar a síntese analítica de estudos e resultados de pesquisas.
Formam a parte principal em periódicos especializados e devem seguir as normas editoriais
do periódico a que se destinam. Os artigos podem ser de dois tipos:
1. Originais: quando apresentam abordagens ou assuntos inéditos;
2. De revisão: quando abordam, analisam ou resumem informações já publicadas.

Artigo de Revisão: são conhecidos como “reviwes” e dividem-se em dois tipos


fundamentais:
1. Revisão anual: contendo a descrição ampla das contribuições da literatura em
determinada área de estudo;
2. Revisão seletiva: crítica e analítica com enfoque em um problema científico
particular e sua solução.
Os artigos de revisão com enfoque histórico devem obedecer a ordem cronológica de
pensamento, e apresentar uma palavra de ordem mais difusa do que um trabalho inédito de
pesquisa: documentar e interpretar o desenvolvimento e a tecnologia de ponta de uma
determinada área. O público para uma revisão é maior do que aquele para os artigos
científicos e irá tipicamente abranger vasta familiaridade com área – do iniciante ou
interessado observador de fora ao especialista. O estilo de uma revisão é menos formulado, e
os editores têm debates acalorados entre si e também som os autores, sobre o que constitui
material analítico legítimo.
O único consenso parece ser que uma revisão é definida por aquilo que não contém
notadamente pesquisas inéditas e novos resultados. O editor escolheu um tópico interessante e
um autor de quem se pode esperar um artigo de autoridade.

Relato de Caso Clínico: é um importante meio de disseminação do conhecimento


referente aos aspectos clínico-patológicos de um tema científico. Novas técnicas, terapias,
diagnósticos, patologias, materiais e soluções inovadoras para problemas especiais,
fenômenos anatômicos e fisiológicos, são exemplos a serem relatados.
O objetivo desse tipo de artigo científico é auxiliar no plano de tratamento de um
paciente, ajudando aos profissionais e também ao ensino. As ilustrações são fundamentais nos
artigos dessa natureza (radiografias, fotos...).
A estrutura e a apresentação de um artigo científico se modifica de uma revista para
outra.
A ABNT apresenta na NBR 6022 (antiga NB 61) algumas condições exigíveis para
orientar colaboradores e editoras de publicações periódicas, no sentido de uma apresentação
racional e uniforme dos artigos nela contidos.

Elementos constitutivos do Artigo Científico

Título e subtítulo (se houver)


Nome do (s) autor (es)
Crédito (s) do (s) autor (es)
Pré-textuais Agradecimentos (opcional)
Resumo (no idioma do país)
Palavras chave ou descritores
Introdução (tema, objetivo, relevância)
Desenvolvimento (metodologia, resultados e
Textuais ou corpo do texto discussão)
Argumentação ou fundamento lógico
Conclusão
Citações
De apoio ao texto Notas de rodapé
Ilustrações (tabelas, quadro e figuras)
Referências
Apêndices (elaborados pelo autor)
Pós-textuais Anexos (documentos)
Tradução do Resumo
Tradução dos descritores
Data da avaliação e aprovação

Descrição dos Elementos

Esta parte da exposição estará fundamentada no trabalho de Moreira e Caleffe (2006).


Por intermédio do texto destes autores serão brevemente descritos os elementos componentes
de um artigo científico.
Título – este deve expressar a essência da pesquisa realizada, apresentando com o
mínimo possível de palavras. Quando lido, deve dar ao leitor uma ideia precisa do assunto.
Em síntese, o título descreve de forma lógica e rigorosa, a essência do artigo.
Na verdade, o autor precisa exprimir técnicas e talento dos redatores de publicidade. A
utilização de frase curta com elevado poder descritivo, associados à criatividade são artifícios
utilizados para a elaboração do título, que bem elaborado concorrerá para o sucesso da
publicação de uma pesquisa.
Credenciais do Autor – trata-se da indicação do nome do autor (ou autores) e da
instituição a que pertence(m). Atualmente, é frequente indicar também o endereço da
homepage e do correio eletrônico, e-mail.
Resumo – não deve exceder 200 palavras e deve especificar de forma concisa e
encadeada, evitando que este seja telegráfico.
 O que é que o autor fez;
 Como o fez (se for relevante);
 Os principais resultados (numericamente, se for caso disso);
 A importância e alcance dos resultados.
O resumo não é uma introdução ao artigo, mas sim uma síntese da sua totalidade, na
qual se preocupa realçar os aspectos mencionados. Deverá ser discursivo, e não apenas uma
lista dos tópicos que o ártico cobre.
O texto deve ser conciso e não se deter em detalhes, ou seja, comentário acerca do
texto apresentado. Convém lembrar que um resumo pode vir a ser posteriormente reproduzido
em publicações que listam resumos (de grande utilidade para o leitor decidir se está ou não
interessado em obter e ler a totalidade do artigo). Deve ter parágrafo único e ser redigido na
terceira pessoa do singular.
Abstract, resumen ou resumé – o resumo em língua vernácula deve ser traduzido para
uma língua estrangeira, obedecendo aos critérios já mencionados. Importantes salientar que ao
traduzir o resumo procura-se adequar o conteúdo à estrutura da língua para qual está se
traduzindo este. Parte do artigo tem por meta a divulgação da pesquisa de forma mais
abrangente e eficaz.
Palavra chave – o artigo apresenta um conjunto de palavras-chave que caracterizem o
domínio ou domínios em que ele se inscreve. Estas palavras são normalmente utilizadas para
permitir que o artigo possa ser localizado através dos sistemas de pesquisa.
Por isso, deve-se escolher palavras-chave tão gerais e comuns quanto possível,
evitando-se utilizar os termos já apresentados no titulo. Devem ser separadas por ponto e
vírgula e incluídas numa relação que varia de três a sete palavras. Um bom critério é
selecionar as que se utiliza para procurar na Web um artigo semelhante.
Introdução – a introdução fornece ao leitor o enquadramento para a leitura do artigo.
Este deve esclarecer a natureza do problema cuja resolução se descreve no texto, a essência
do estado da arte no domínio abordado, sua relevância para fazer progredir o estado da arte e
principalmente o objetivo o trabalho, via de regra finalizando este item.
Corpo do Artigo ou Desenvolvimento – o corpo do texto é constituído da descrição,
ao longo de vários parágrafos, de todos os pontos relevantes do trabalho realizado.
É o momento em que o autor do texto estabelece um diálogo entre o tema abordado e
os autores escolhidos para que juntos, em parceria, possam margear o título do artigo de
forma a convencer e seduzir o leitor acerca do assunto dissertado. (fazer link).
Conclusão – devem ser enunciadas claramente, e deverão abordar o que é que o
trabalho descrito no artigo conseguiu e qual a sua relevância; as vantagens e limitações das
propostas que o artigo apresenta. Em alguns casos, deve-se incluir ainda: referência a
eventuais aplicações dos resultados obtidos; recomendações para trabalhos futuros.
Em caso do trabalho ter uma hipótese levantada, este é o item onde o autor deve deixar
explicito se esta hipótese foi confirmada ou não. No caso negativo ou positivo ele, o autor,
lançará mão de argumentos que sustentem sua posição.
Referência – trata-se de uma listagem dos livros, artigos ou elementos bibliográficos
que foram referenciados ao longo do texto.
A referência deve ser levada em conta especialmente pelo aspecto ético. Sendo assim,
a sua utilização é imprescindíveis, evitando assim o uso de idéias e conceitos emanados de
outros autores sem a devida citação.
Embora existam algumas diferentes normas de referenciação, a recomendada é a
editada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
10 PAPER

Entende-se por paper uma síntese de pensamentos aplicados a um tema específico.


Esta síntese deverá ser original e reconhecer a fonte do material utilizado. Em português, a
palavra corresponde a ensaio, mas este nome não encontrou acolhida entre os pesquisadores.
Para Andrade (1995) apud Medeiros (2003, p. 252), “paper é texto escrito de uma
comunicação oral. Pode apresentar o resumo ou o conteúdo integral da comunicação e tem
por objetivo sua publicação nas atas do evento em que foi apresentada”.
Para Audrey J. Roth (1994) apud Medeiros (2003, p. 253), paper é um documento que
se baseia em pesquisa bibliográfica e em descobertas pessoais. Se o autor apenas compilou
informações sem fazer avaliações ou interpretações sobre elas, o produto de seu trabalho será
um relatório.
O paper difere de um relatório, sobretudo porque se espera de quem o escreve uma
avaliação ou interpretação de fatos ou das informações que foram recolhidas. Num paper,
espera-se (lembre-se de que paper é um ensaio) o desenvolvimento de um ponto de vista
acerca de um tema, uma tomada de posição definida e a expressão dos pensamentos de forma
original.
O paper é Roth (1994) apud Medeiros (2003, p. 254): (a) uma síntese de suas
descobertas sobre um tema e seu julgamento, avaliação, interpretação sobre essas descobertas;
(b) um trabalho que deve apresentar originalidade quanto às idéias, (c) um trabalho que deve
reconhecer as fontes que foram utilizadas, (d) um trabalho que mostra que o pesquisador é
parte da comunidade acadêmica.
O paper não é Roth (1994) apud Medeiros (2003, p. 254): (a) um resumo de um artigo
ou livro (ou outra fonte); (b) ideias de outras pessoas, repetidas não criticamente; (c) uma
série de citações, não importa se habilmente postas juntas; (d) opinião pessoal não
evidenciada, não demonstrada; (e) cópia do trabalho de outra pessoa sem reconhecê-la, quer o
trabalho seja ou não publicado, profissional ou amador: isto é plágio.
Depois de informar que o tamanho do paper depende da complexidade do tema e da
motivação do pesquisador para o trabalho e do tempo de que dispõe, Roth (1994) apud
Medeiros (2003, p. 255) ensina cinco passos para a realização de um paper: escolher um
assunto, reunir informações, avaliar o material, organizar as ideias, escrever o paper.
Para redigir um paper, escolha um assunto, estabeleça limites precisos para ele (dessa
forma, você determinará o tema), eleja uma perspectiva sob a qual você tratará o tema
(sociológico, psicológico, químico, físico, matemático, filosófico, histórico, geográfico). Em
seguida, apresente o problema que resolverá e construa uma hipótese de trabalho (antecipação
de uma resposta para o problema). Diga o objetivo de seu paper e desenvolva suas ideias
apoiando-se em fontes dignas de crédito. Após defender seu ponto de vista, demonstrá-lo e
apresentar provas, conclua o paper. Referências devem acompanhar o trabalho, conforme
NBR 6023/2005 da ABNT.
Quanto à estrutura, siga a da comunicação científica.
Quanto ao estilo, o paper deve ser escrito em terceira pessoa.
Quanto às normas de apresentação, observe o estilo técnico-científico disciplinado
pela ABNT.
No meio acadêmico, paper vem sendo empregado com um sentido genérico; pode
referir-se não só a comunicação científica, mas também a texto de um simpósio, mesa-
redonda e mesmo a um artigo científico.
11 MONOGRAFIA

Sabe-se que Lê Play foi a primeira pessoa abordar esse tipo de trabalho no ano de
1830. Ele escreveu cinquenta e sete monografias, sobre diversos temas. Estas foram
publicadas em 1955, tendo merecido o comentário de Paul Bureau, de que o autor havia
descoberto um verdadeiro método científico para estudar fenômenos sociais. Lê Play é
considerado o pai do método científico.
O dicionário Aurélio apresenta o significado do termo monografia como estudo que se
propõe esgotar único tema. Etimologicamente a palavra monografia origina-se do grego
mónos que significa um só e graohein = escrever. Monografia pressupõe a realização
intelectual focalizada num só tema, um só problema, um recorte da realidade investigada.

De maneira geral, podemos dizer que a monografia é a arte de redigir


cientificamente sobre um problema específico de determinado assunto. É um
trabalho intelectual de um estudante que lê, levanta dados, reflete e interpreta um
tema específico. (MARCONI, 2002, p. 25).

A monografia, no contexto de formação acadêmica, representa o ápice de uma


pirâmide em cuja base está o método e as práticas de estudo eficazes. Esse processo de
engenharia da produção científica implica em uma ruptura com a reprodução, promove
crescimento, maturidade intelectual no momento em que estabelece uma relação
interdependente entre o teórico e a prática.
Dessa forma, para a construção da monografia é necessário o ritual de um projeto
norteador, a fim de garantir segurança, autonomia intelectual, superação de dificuldades,
disciplina, investimento de tempo, capacidade de fazer e refazer. A execução de um projeto de
pesquisa contribui para a construção/reconstrução da sociedade, para diminuir o desgaste com
o ritual de passagem, além de ser instrumento que capacita ação eficaz, quando os objetivos
acadêmicos forem bem definidos.
A monografia é estruturada como qualquer trabalho acadêmico, dividida em três
partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. A monografia pode ser elaborada como
requisito de qualquer disciplina, entretanto, recebe o nome de TCC (Trabalho de Conclusão
de Curso) quando elaborada com o propósito de conclusão de curso de graduação ou lato
sensu.
11.1 DICAS PARA REDAÇÃO DA MONOGRAFIA

A redação da monografia é feita em linguagem simples, concisa e clara. Deve ser


impessoal, objetiva, formal, séria, concreta e imparcial como apresenta Gil (2002). A
linguagem deve ser impessoal para minimizar a importância do “me” ou “eu”. A primeira
pessoa do singular e do plural não aparecem na redação da pesquisa, porque a argumentação
deve apoiar-se em dados e provas e não em considerações pessoais. A monografia não é lugar
para usar palavras afetivas, metafóricas e alegóricas, frases imaginativas e comparações,
advérbios (antigamente, lentamente, recentemente) como também o superlativo. É necessário
o uso de termos passivo de quantificação, já que são estes que conferem maior precisão ao
texto.
O texto deve ser elaborado de forma harmoniosa. Deve-se estar atento nas construções
dos parágrafos, pois, cada um deve referir-se a um único assunto. Ao elaborar-se o texto deve
haver coerência no desenvolvimento das ideias para que o mesmo apresente início, meio e fim
sendo necessário que o início do parágrafo os pontos principais e ligação entre os parágrafos,
a fim de não dá ideias de texto fragmentado (a falta de coerência está relacionada com as
cópias e demonstra que o estudante ainda não estruturou seus pensamentos. Explicitando
imaturidade do tema).
A utilização destas palavras poderá melhorar o estilo da redação da pesquisa:
Exemplos. A seguir, ademais, além disso, ao mesmo tempo, conclui-se,
consequentemente, contudo, da mesma maneira, do mesmo modo, em suma, por outro lado,
portanto.
Em uma monografia faz-se necessário mencionar o que foi dito por outra pessoa com
respeito ao tema. São as citações. Torna-se maçante usar o mesmo verbo. Ex: Piaget comenta
que; Freire diz que. Para melhorar a inclusão da citação podem-se utilizar os seguintes verbos:
Exemplos: Acrescentar, admitir, afirmar, analisar, apelar, compreender, concordar,
confiar, crer, declarar, defender, demonstrar, descrever, discutir, escrever, expressar, informar,
investigar, mencionar, objetar, opor, pesquisar, propor, questionar, recomendar, reconhecer,
relembrar, revelar, salientar, sugerir, verificar.
Ao fechar essa parte que abordou sobre noções de monografia, o leitor precisa estar
ciente que para elaboração da mesma é preciso um conhecimento mais amplo sobre as suas
formas de redação, para tanto se faz necessário que o mesmo tenha contato com todo o
conteúdo presente neste manual, que se encontra distribuído desde as primeiras páginas até a
última. Feitas estas sugestões, vale ressaltar que é preciso revisar atentamente o texto antes de
apresentá-lo.

11.2 ESTRUTURAÇÃO DA MONOGRAFIA

 Papel: o tamanho deve ser apresentado em papel branco, em formato A4 (21


cm/29,7 cm), impresso na cor preta (excetuando as ilustrações), apenas no anverso da folha
(exceto da folha de rosto, que no verso contém a ficha catalográfica).
 Fonte: recomenda-se o uso de fontes 12 (tipo times ou arial) e um tamanho menor
(10) para as citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legendas de
ilustrações e tabelas.
 Margens: as folhas devem apresentar margens esquerda e superior de 3cm, direita
e inferior de 2cm.
 Espaçamento: o espaço entre linhas deve ser de 1,5. O título das subseções deve
ser separado do texto que o precede ou que o sucede por dois espaços de 1,5.

11.2.1 Elementos Pré-textuais

a) Capa
Elemento obrigatório que deve ser configurado previamente no formato A4, espaço
1,5 e margens: superior e esquerda, 3cm; inferior e direita, 2cm. Os elementos devem
aparecer na seguinte ordem:
 Nome da instituição (opcional);
 Nome do autor;
 Título;
 Subtítulo se houver;
 Número de volumes (se houver mais de um, deve constar em cada capa a
especificação onde deve ser apresentado;
 Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado;
 Ano (da entrega).
Modelo de Capa

UNISA- UNIVERSIDADE SANTO AMARO


PATRÍCIA DA SILVA MASCARENHAS

O PROFESSOR COMO CONSTRUTOR DE SUA


PROFISSÃO

FEIRA DE SANTANA-BA
2009
b) Lombada
Elemento opcional conforme a NBR 12225, apresenta:
 Nome do autor, impresso longitudinalmente e legível do alto para o pé da lombada.
Esta forma possibilita a leitura quando o trabalho está no sentido horizontal, com a face
voltada para cima;
 Título do trabalho, impresso da mesma forma que o nome do autor;
 Elementos alfanuméricos, por exemplo: v.2.

Modelo de Lombada
c) Folha de Rosto
Elemento obrigatório deve ser configurado previamente no formato A4, espaço 1,5 e
margens: superior e esquerda, 3 cm; inferior e direita, 2cm. Os elementos devem aparecer na
seguinte ordem:
 Nome do autor;
 Título principal do trabalho;
 Subtítulo: se houver;
 Natureza do trabalho (obrigatório): nome da instituição, área de concentração;
 Nome do orientador e se houver, do co-orientador;
 Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentada;
 Nome (da entrega).
Modelo de Folha de Rosto

PATRÍCIA DA SILVA MASCARENHAS

O PROFESSOR COMO CONSTRUTOR DE SUA PROFISSÃO

O PROFESSOR COMO CONSTRUTOR DE SUA


PROFISSÃO

Monografia apresentada à UNISA –


Universidade Santo Amaro, como
requisito parcial obrigatório para obtenção
de grau de Licenciatura Plena em
Pedagogia.
FEIRA DE SANTANA-BA
2009
Orientadora: Profª. Sueli França de Brito

FEIRA DE SANTANA-BA
2009
d) Ficha Catalográfica
Descreve o trabalho acadêmico (físico e temático), deve ser impressa no verso da folha
de rosto, na parte inferior. O código da catalogação adotado no Brasil (AACR2). Deverá ser
elaborada com a ajuda de um bibliotecário.
Tamanho: 12,5 de comprimento e 7,5 de altura

Modelo de Ficha Catalográfica

S 713p MASCARENHAS, Patrícia da Silva.


O professor como construtor de sua
profissão/ Patrícia da Silva Mascarenhas –
Feira de Santana, 2009.

67f.;30cm.;Il.

Orientadora: Profª. MsC. Sueli França de Brito.


Monografia (Licenciatura Plena em Pedagogia)
– UNISA – Universidade Santo Amaro, 2009.

1. Docência Superior / professor

CDD 370.01
e) Errata
Elemento opcional que deve ser inserida logo após a folha de rosto. Apresenta-se em
papel avulso ou encadernado. Compreende a referência do trabalho, seguida de listas das
folhas e linhas em que foram encontrados erros, com as respectivas correções.

Modelo de Errata

Folha Linha Onde se lê Leia-se


10 4 poblema problema

f) Folha de Aprovação
Elemento obrigatório, inserido logo após a folha de rosto, constituído pelo nome do
autor do trabalho, título do trabalho e subtítulo (se houver), logo abaixo deve figurar: tipo de
trabalho e grau pretendido; local e data e aprovação, nome dos examinadores, espaço para
respectivas assinaturas; titulação do examinador e instituição em que se titulou; nome da
instituição a que pertence; local e data de defesa.
Modelo de Folha de Aprovação

PATRÍCIA DA SILVA MASCARENHAS

O PROFESSOR COMO CONSTRUTOR DE SUA


PROFISSÃO

Monografia apresentada à UNISA-


Universidade Santo Amaro, como requisito
parcial obrigatório para obtenção do grau
de Licenciatura Plena em Pedagogia.

Aprovada em 02 de Agosto de 2009.

BANCA EXAMINADORA
_______________________________
Prof. (orientador)
Faculdade
_______________________________
Prof.
Faculdade
_______________________________
Prof.
Faculdade
Feira de Santana-BA
2009
f) Dedicatória
Elemento opcional, sem título que fica situada no quadrante inferior direito da página.

Modelo de Dedicatória

Dedico esta monografia ao meu pai Carlos


Alberto que já não se encontra nesse
mundo, mas espiritualmente sempre estará
presente na minha vida e à minha mãe
Margarida pelo apoio e dedicação ao longo
dessa caminhada.
g) Agradecimentos
Elemento opcional com título não numerado, centralizado, fonte 14, maiúscula,
negrito. Os agradecimentos fica separado do texto por 2 espaços de 1,5.

Modelo de Agradecimentos

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, Senhor da minha vida, pela força e


perseverança.
Ao Prof. Msc. Valdemiro Lopes Marinho pela orientação,
incentivo e amizade.
A todos os parentes, amigos, vizinhos que de alguma forma
contribuíram para essa realização.
h) Epígrafe
Elemento opcional que aparece após os agradecimentos. Está relacionado ao tema do
trabalho com a indicação da autoria. Pode também constar nas folhas de abertura das seções
primárias.

Modelo de Epígrafe

“Todas as frutas do futuro


estão na semente de hoje”.

Provérbio Chinês
i) Resumo na Língua Vernácula
Elemento obrigatório, constituído de uma sequência de frases concisas e objetivas e
não de uma simples enumeração de tópicos, não ultrapassando 500 palavras, seguindo, logo
abaixo, das palavras representativas do contexto do trabalho, isto é, palavras-chave e/ou
descritores, conforme a NBR 6028.

Modelo Resumo na Língua Vernácula

RESUMO

O presente trabalho visa verificar a hipertensão arterial


(HA) no município de Conceição da Feira. A hipertensão
arterial é o principal fator de risco modificável para
doença coronariana, doenças cerebrovasculares e
insuficiência cardíaca congestiva, entre outras doenças do
aparelho circulatório. Este trabalho tem como objetivo
identificar a prevalência causas e consequências da HAS.
A metodologia do trabalho foi dividida em dois
momentos, um primeiro onde foi feita revisão teórica
sobre a HA, seus fatores de risco, o papel da atividade
física no seu controle e o papel do fisioterapeuta nesse
contexto e um segundo momento que consistiu em uma
pesquisa de campo do tipo epidemiológica transversal
realizada no município de Conceição da Feira no ano de
2007. O trabalho foi dividido em quatro capítulos, onde no
segundo foi abordado o conceito da HAS, os fatores de
risco, a atividade física como um fator de controle e o
papel fundamental do fisioterapeuta no aspecto social. Os
aspectos metodológicos da pesquisa foram descritos no
terceiro capítulo bem como a apresentação dos resultados
e discussão dos mesmos. A pesquisa de campo foi
realizada na cidade de Conceição da Feira, no período de
Julho a Agosto de 2007. Todos os participantes foram
entrevistados em domicilio para coleta de dados
demográficos sobre a prevalência e determinantes da
hipertensão arterial sistêmica associada aos fatores de
risco.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial Sistêmica/ Fatores


de risco.
j) Resumo na Língua Estrangeira
Elemento obrigatório com as mesmas características do resumo com a língua
vernácula, apresentado em folha separada (em inglês Abstract, em espanhol Resumen, em
francês Résumé).

Modelo Resumo na Língua Estrangeira

ABSTRACT

Several studies have demonstrated that Leisure-time


physical activities (LTPA) have a protective effect against
chronical diseases, including systemic arterial
hypertension. The objective of this study was to verified
the LTAP as a factor of protection for the manifestation of
systemic hypertension through the years. The research is a
longitudinal retrospective study of 10 years, done in 2005,
in the rural zone of Cachoeira – BA, were the clinic of the
Physical Therapy school is located. 74 persons responding
a questionnaire. The classification for the subjects as
actives or sedentary was 1000Kcal wasted weekly in
LTAP. Logistic regression was used for the statistic
analysis, to find odds ratio (OR) between LTAP and
systemic arterial hypertension. The brute association
between LTAP and hypertension was 0.18 (0.46-0.72)
demonstrating protective effect. After stratification by sex
and statistic adjust by age, race, level of scholar
instruction, stress, profession and smoking the association
endured was permanent, specially between men’s, but
loosing statistic significance when age is included in the
model. This study may contribute for the health of the
community study in the way of stimulating the level of
physical activity for the prevention of hypertension and its
consequences.

Key Words: Leisure-time physical activities; Systemic


Hypertension; Sedentary
l) Sumário
Elemento obrigatório que consiste na enumeração das principais divisões, seções e
outras partes do trabalho, na mesma ordem e grafia em que a matéria nele se sucede. Os
elementos pré-textuais não devem constar no sumário. De acordo com a NBR 6027/ maio
2003 as regras gerais do sumário são:
 A palavra “SUMÁRIO” deve ser centralizada e com a mesma tipologia da fonte
utilizada no texto para as seções primárias;
 A ordem dos indicativos de seções devem ser alinhados à margem esquerda,
conforme a NBR 6024, empregados em algarismos arábicos, na enumeração, separado apenas
por um espaço (observação: não se utiliza ponto, hífen, travessão ou qualquer sinal após o
indicativo de seção ou de seu título). Deve-se limitar a seção numérica até a seção quinaria, o
indicativo das seções deve ser grafado em números inteiros a partir de 1.
A paginação deve ser apresentada sob uma das formas abaixo:
 Número da primeira página (ex: 27).
 Números das páginas inicial e final, separadas por hífen (ex: 91-100).
 Números das páginas em que se distribui o texto (ex: 27, 35, 64 ou 27-30).

Modelo de Seção

PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA QUATERNÁRIA QUINÁRIA


1 1.1 1.1.1 1.1.1.1 1.1.1.1.1
2 2.1 2.1.1 2.1.1.1 2.1.1.1.1
3 3.1 3.1.1 3.1.1.1 3.1.1.1.1
4 4.1 4.1.1 4.1.1.1 4.1.1.1.1
5 5.1 5.1.1 5.1.1.1 5.1.1.1.1
6 6.1 6.1.1 6.1.1.1 6.1.1.1.1
7 7.1 7.1.1 7.1.1.1 7.1.1.1.1
8 8.1 8.1.1 8.1.1.1 8.1.1.1.1
9 9.1 9.1.1 9.1.1.1 9.1.1.1.1
10 10.1 10.1.1 10.1.1.1 10.1.1.1.1
11 11.1 11.1.1 11.1.1.1 11.1.1.1.1
Modelo de Sumário

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................... 12

2 CONCEPÇÕES SOBRE O ESTÁGIO..................... 15


2.1 REGULAMENTAÇÃO DO ESTÁGIO.................... 18
2.2 A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO........................... 21
2.3 O CUSTO DO ESTAGIÁRIO NA EMPRESA......... 23
2.3.1 A Carga Tributária do Estágio............................ 26
2.4 A EXPLORAÇÃO DOS ESTAGIÁRIOS................. 30

3 A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL....................... 32


3.1 SURGIMENTO E HISTÓRICO DO BANCO.......... 35
3.2 A CAIXA ECONÔMICA NA ATUALIDADE........ 37
3.3 A IMPORTÂNCIA DO BANCO PARA CIDADE... 39

4 O PERFIL DO ESTAGIÁRIO DA CAIXA.............. 42


4.1 O ESTUDO DE CASO.............................................. 45

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................... 58
REFERÊNCIAS............................................................ 61
APÊNDICE: Questionário aplicado aos estagiários...... 64
ANEXO A: Lei nº. 6.494/77........................................... 66
ANEXO B: Decreto nº. 87.497/82.................................. 70

11.2.2 Elementos Textuais

Antes de iniciar a redação é necessário planejar uma estrutura lógica que designará o
começo, o meio e o fim. Alguns orientadores recomendam que o estudante faça um sumário
provisório, a fim de ter um elemento norteador para a elaboração do trabalho, ele precisa ter
uma característica flexível, permitindo reestruturação quando necessário. Recomenda-se para
a redação da monografia o uso da língua no impessoal, ou seja, na terceira pessoa do singular.
Expressões como: “Conclui-se que:”, “Percebe-se que...”, etc, ajudarão a dar esse caráter de
impessoalidade.
A parte textual representa o conteúdo do trabalho e deve ser redigido com rigor e de
forma metodológica. Divide-se em:
1. Introdução;
2. Revisão literária;
3. Metodologia;
4. Apresentação e discussão dos resultados;
5. Conclusão.

a) Introdução
Parte inicial do texto, onde deve constar a delimitação do assunto tratado, o problema,
justificativa, objetivos que nortearão a pesquisa, as hipóteses, a definição das variáveis, quais
os teóricos que fundamentaram a pesquisa e um breve roteiro de como o estudo se
desenvolveu, a introdução vai proporcionar ao leitor uma visão panorâmica do assunto.

b) Desenvolvimento
Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do
assunto. Divide-se em seções e subseções, que variam em função da abordagem do tema e do
método. Na revisão literária o estudante deverá abordar os principais tópicos relacionados
com o tema em estudo, de forma a demonstrar que o autor conhece as formas como o assunto
em estudo foi ou vem sendo abordado. Este item poderá ser incorporado nas seções
(capítulos) do desenvolvimento. Na metodologia deverá ser descrito como o estudo foi
conduzido, de tal modo que permita ao outro pesquisador reaplicá-lo, se o desejar. Deverá
conter a descrição do objeto de estudo e os procedimentos que deverão conter os resultados
objetivamente apresentados. A discussão apresentará a interpretação analítica dos resultados,
fundamentados em fatos circunstanciados à luz dos conhecimentos científicos, em função dos
objetivos propostos ou das hipóteses estabelecidas.

c) Conclusões
Trata-se das contribuições do autor para o avanço da ciência, resultado da pesquisa
elaborada. Devem estar relacionadas com os objetivos propostos, que aparecem na introdução
e fazem parte do desenvolvimento da pesquisa, estes são fechados na conclusão. Pode-se
também apresentar sugestões para novas pesquisas.
11.2.3 Elementos Pós-Textuais

a) Referências
Toda obra citada e consultada para construção de qualquer trabalho acadêmico deverá
ser organizada de acordo a NBR 6023/ ago. 2005, de modo a tornar-se uma lista de referência,
situada após a parte textual. Conjunto padronizado de elementos complementares, estes
devem ser apresentados em sequência padronizada.
Elementos descritivos retirados de um documento, que permitem sua identificação
individual. A apresentação é obrigatória, mesmo quando já citadas em notas de rodapé.

Ordenação
Recomenda-se, para efeito de monografias, dissertações e teses, ordem alfabética,
quanto à ordenação das referências. Quando acontecer de se utilizar várias obras do mesmo
autor, a partir da segunda referência, o pesquisador poderá substituir o nome do autor por um
traço, realizado com seis toques interruptos, seguido de um ponto.

Exemplos:

ALMEIDA, V.H. Metodologia científica. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

_______. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

Alinhamento e como as referências devem ser feitas


As mesmas devem ser alinhadas somente a margem esquerda (não deve “justificar” as
referências), e de forma a identificar individualmente cada documento, em espaço simples e
de uma referência para outra deve ser separada por dois espaços simples. Quando aparecerem
em notas de rodapé, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o
expoente e sem espaço entre elas.
O recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico) utilizado para destacar o elemento
título, deve ser uniforme em todas as referências, ou seja, escolha apenas um recurso para
todo o trabalho.
Modelo de Arrumação de Referências segundo a NBR 6023

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Jadelson P. et al. Aspectos Epidemiológicos da


Aderência ao Tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica.
Arq Bras Cardiol, Salvador, v.79, n. 4, p. 375-9, 2002.

BARROS, Fabio Batalha M. O fisioterapeuta na saúde da


população. 1. ed. Rio de Janeiro: Fisiobrasil, 2002.

BRANDÃO, Ayrton Pires et al. Epidemiologia da Hipertensão


Arterial. Rev Soc Cardiol, São Paulo, v.13, n.1,
Janeiro/Fevereiro, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agita Brasil: guia para agentes


multiplicadores. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.


Departamento de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica.
Normas e Manuais Técnicos. Cadernos de Atenção Básica,
Brasília, n.15, Série A., 2006.

BRAUNWALD, Zipes Libby. Tratado de medicina


cardiovascular. v 2. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2003.

b) Apêndice
Elemento opcional, indicados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos
respectivos títulos.
Título – (fonte 14, negrito, maiúsculo, separado do texto por 2 espaços 1,5)
Apêndices – (Separados por espaço 1,5)
Modelo de Apêndice

APÊNDICES

ANEXO A - Avaliação funcional dos idosos

ANEXO B – Avaliação das células inflamatórias

c) Anexo
Elemento opcional, indicados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos
respectivos títulos.
Título – (fonte 14, negrito, maiúsculo, separado do texto por 2 espaços 1,5)
Apêndices – (Separados por espaço 1,5)
Modelo de Anexo

ANEXOS

ANEXO A - Mini-mental test.

ANEXO B – Escala de Barthel.


12 PLÁGIO: CONSIDERAÇÕES GERAIS

O plágio, segundo consta do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001), é a


apresentação feita por alguém, como de sua própria autoria, de trabalho, obra intelectual,
escritos de um modo geral, produzidos por outrem. A palavra provém do latim “plagium”, que
quer dizer furto.
O dicionário Aurélio (1993), por sua vez afirma que plágio é assinar ou apresentar
como sua obra artística ou científica de outrem. A origem etimológica da palavra carrega o
conceito proveniente do grego, através do latim, plagium, que significa trapaceiro.
A literatura sobre plágio é ainda muito restrita: entretanto, há autores, a exemplo de
Michael Adelstein, Jean Pival, e no Brasil, Dionísio Carmo Neto, dentre outros, com alguns
escritos sobre a temática, de grande valia, principalmente para os estudantes, pesquisadores e
escritores. Das lições empreendidas para a elaboração desta nota, verifica-se que o
plagiarismo pode ser praticado de várias formas: reprodução do trabalho de alguém, não
importando se de um artigo, capítulo de um livro, resenha, paper, artigo de jornal ou outro
tipo de periódico, monografia, dissertação, tese, ou ainda arquivo em que se omita a fonte
(SANTOS, 2009).
Por outro lado, é interessante frisar que existe o heteroplágio, mais conhecido, quando
a cópia é feita da obra de outra pessoa e o autoplágio, quando o autor copia trechos seus e os
distribui em diferentes artigos como se fossem originais.
De acordo com Carmo Neto (1998, 265), “plagiarismo também inclui a prática de
empregar ou permitir uma outra pessoa alterar ou revisar um trabalho submetido por um
estudante e admiti-lo como sendo seu”. Acresce-se ao rol do crime plágio, o fato de não se
registrar nas referências uma obra que foi base para reflexão/idéia na produção de um escrito
sem arrolar o nome do autor.
Recorrendo-se, de certo modo, à contemporaneidade, poder-se-ia definir tal indivíduo,
como um fracassado, vez que uma pessoa ao copiar obra alheia sem autorização e sem citar a
fonte, apenas o faz por incapacidade de produzir algo. Saliente-se que, além de aético é ilegal.
A Lei Federal n. 9.610, de 19.02.98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos
autorais tipifica o plágio como crime, cabendo ao plagiador as consequências previstas no
instituto referenciado. Convém ressaltar, que a Carta Magna Brasileira, no seu art. 5º, incisos
XXVII, XXVIII e XXIX tratam da questão, portanto, pode-se asseverar caracterização de
crime constitucional. O plágio revela desonestidade intelectual e, mesmo que o caso não seja
levado a um tribunal, é uma atitude condenável (SANTOS, 2009).
Dessa forma, o produtor/autor de qualquer obra para evitar o dissabor de ver seu
escrito plagiado e deparar-se com dificuldades de acionar a justiça, visando prová-lo como
seu, é interessante registrar os textos que produz, independentemente de ser ou não
disponibilizado na web, bastando para isso, entrar em contato com o Escritório de Direitos
Autorais da Biblioteca Nacional, que tem representações em várias cidades do País. Se por
um lado essa atitude não garantirá que a obra não seja copiada, pelo menos servirá em juízo
como prova de sua autoria (SANTOS, 2009).
Conclui-se lembrando ao estudante, iniciante na produção de textos, principalmente
na graduação, quando em alguns estabelecimentos é obrigatória a elaboração de monografia,
ou outro tipo de trabalho de conclusão de curso, aconselha-se que assuma a leitura como algo
contínuo e constante nos seus anos de integralização curricular. A leitura horizontalizada
(vários autores sobre uma temática), processada por etapas - leitura seletiva, leitura analítica e
leitura interpretativa, subsidiada por um bom dicionário da língua portuguesa e de um
dicionário de sinônimos e antônimos, certamente lhe propiciará uma âncora que o capacitará,
através do ato de ler e ordenação das ideias, a extrair os pontos-chave dos textos, sendo fiel
aos seus autores, com suas próprias palavras, acrescentado à obra (que você está elaborando)
o seu posicionamento crítico, fruto da reflexão. Nessas condições não haverá lugar para o
plágio.
Diferentemente do plágio, lembramos que a citação – transcrição do pensamento de
um autor – é um grande recurso e confere validade técnico-científica aos trabalhos
acadêmicos, porém em suas várias modalidades não é suficiente para a produção de
textos/obras. Um escrito recheado de citações, uma após outra, também não demonstra
capacidade intelectiva. Mais que as citações, as inferências são o diferencial, a criação, a
originalidade, a singularidade do ato de escrever.

12.1 RECOMENDAÇÕES PARA EVITAR O PLÁGIO

Pretende-se apresentar aqui algumas sugestões para que ao fazer seu trabalho, você
evite plagiar inadvertidamente. Estas recomendações não pretendem impor regras eficientes e
eficazes para prevenir que seu trabalho social plagiado ou que outros roubem suas, ideias. Isto
implica numa mudança de comportamento de toda a sociedade ou alteração da consciência
coletiva, algo que foge ao propósito o alcance deste ensaio.
A bibliografia sobre plágio - muito restrita. No entanto, Michael E. Adelstein e Jean
G. Pival (1976) apud Carmo Neto (1998) recomendam para evitar o plágio, que todo trabalho
acadêmico, escrito ou de alguma maneira submetido pelo estudante ao seu instrutor ou
supervisor acadêmico, seja o resultado de seu próprio pensamento, pesquisa, ou expressão e
interior. Em qualquer caso em que o estudante se sinta inseguro sobre a questão do plágio
(plagiarism) envolvendo risco, ele é obrigado a consultar seu instrutor sobre a questão, antes
de submeter seu - trabalho.
Quando um estudante submete um trabalho afirmando ter sido unicamente seu, mas
em que ele toma emprestado ideias, organização, estrutura, expressões, ilustrações, exemplos,
citações, dados, modelos ou outra parte qualquer de urna outra fonte, sem o reconhecimento
apropriado do fato, o estudante é culpado por plagiar.
Plagiarismo inclui reprodução do trabalho de alguém, não importa se de um artigo,
capítulo de um livro, paper manuscrito, artigo de jornal, ou arquivo qualquer em que se omita
a fonte.
Plagiarismo também inclui a prática de empregar ou permitir uma outra pessoa alterar
ou revisar um trabalho submetido por um estudante e admiti-lo como sendo seu. Ou seja, o
revisor deve ser explicitamente citado nos agradecimentos. Na classe os estudantes podem e
devem discutir sobre as tarefas a serem desenvolvidas em seu trabalho – com seu instrutor,
professor, tutor, supervisor... - mas a tarefa de desenvolver o trabalho é exclusivamente sua,
deve ser feita pelo e somente pelo estudante. Quando a pesquisa envolve pesquisa externa ou
busca secundária de informações ele deve reconhecer, cuidadosa e apropriadamente o que,
onde, e como as conseguiu e empregou. Se o estudante usa palavras de alguém, ele deve citá-
las com aspas e indicar a origem adequada. Fazer pequenas mudanças, enquanto deixa a
organização, conteúdo e fraseologia intactos é plagiarismo. Entretanto, nenhuma destas regras
se aplica Aquelas idéias que circulam geral e livremente, e são conhecidas como de domínio
público.
Adelstein e Pival (1976) apud Carmo Neto (1998) argumentam que, de forma bem
simplista o plágio restringe-se ao uso de palavras ou idéias de alguém sem reconhecimento do
crédito. Na verdade, plágio significa furto - ou seja, retirar sorrateiramente de alguém uma
propriedade, seus escritos. De fato, isto é bastante comum acontecer numa pesquisa porque, em
geral, o pesquisador confia no trabalho informativo que outros escreveram. Consequentemente,
ele pode chegar a pensar que tudo que está ali poderia ter sido dito por ele mesmo e, portanto,
tudo que está ali é plágio; noutro extremo, ele pode achar que é o único sabedor de tudo aquilo,
uma vez que todos os resumos foram feitos por ele. Entretanto, as coisas não são assim. Numa
1eitura, o pesquisador está autorizado a absorver o conhecimento comum sem documentação (ou
seja, sem a citação explicita de sua fonte). Se algumas informações ou conhecimentos são muito
divulgados como de domínio público, em várias fontes ou em urna enciclopédia, então é
necessário se documentar a origem, a menos que, você use as mesmas palavras do autor (i.e.
caso seja ipsis literis). Informações, por exemplo, sobre como teve inicio a II Grande Guerra são
de um conhecimento comum e não precisam citar a fonte. Todavia, opiniões sobre a guerra,
relatos sobre ataques ou estratégias militares específicas devem ser citadas.
Como é fácil de compreender este princípio de "conhecimento comum" significa que
você terá que exercitar seu próprio julgamento, até o ponto em que você consiga julgar de forma
imparcial. Uma regra recomendável é você citar a documentação de tudo que possa ser
controverso ou questionável, tal como a opinião de que um país X ou Y deveria ou não ter
entrado na Guerra. A informação, por exemplo, de que Sodoma e Gomorra foram alagadas pelo
mar, ou que a biblioteca de Alexandria foi incendiada, não são fatos controversos dispensando
assim a fonte.
Esteja atento, no entanto, para citar as informações, porém evitando as mesmas palavras.
Mas é ai onde a dificuldade maior aparece. Quando alguém se senta para pesquisar, c começa a
desvendar um assunto tão profundamente em revistas, jornais e outros documentos, ele se sente
tão seduzido pelos escritos c pelos conhecimentos que vai adquirindo, que acha não ser
necessário relatar as origens de tais ideias.
13 DICAS PARA FAZER CITAÇÕES DIRETAS E INDIRETAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT): NBR 10520/2002 -


SÍNTESE

1) Conceito de Citação: é a menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte


(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005b, p. 1).
Assim, o autor lança mão de um texto original para extrair a citação, podendo ser
reproduzido literalmente, interpretando, resumindo, ou traduzindo ou uma informação
extraída de fonte intermediária.
Nas citações, as chamadas pelo (s) sobrenome (s) do (s) autor (es), pela instituição
responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e minúsculas e,
quando estiverem entre parênteses, devem ser em letras maiúsculas.

2) Localização das Citações: a citações podem ser - no texto ou em notas de rodapé

3) Modalidades:
CITAÇÃO DIRETA, LITERAL OU TEXTUAL - é a que um autor transcreve,
literalmente, de outra fonte, o texto, respeitando todas as características formais em relação à
redação, à ortografia, e à pontuações originais.
A citação pode ser breve (de até 3 linhas) transcrita entre aspas duplas, vindo
incorporada ao parágrafo.
Quando o nome do autor estiver incluído na sentença, indicam-se o ano entre parênteses
e as páginas.

Exemplos:
Para apoiar as discussões sobre o percurso da Residência de Enfermagem a partir da
década de setenta, cujos marcos são a sua criação e expansão, valemo-nos das concepções
teóricas apresentadas por Löwy (1996, p. 13) sobre visões sociais de mundo, as quais dão
suporte às nossas reflexões quando compreendidas dialeticamente, segundo um enfoque que
expresse o movimento social, cujo ponto de partida são “todos os conjuntos estruturados de
valores, representações, ideias e orientações cognitivas.”
Ação é o direito público, subjetivo e instrumental de invocar a prestação jurisdicional.
Para os professores Cintra, Dinamarco e Grnover (1981, p. 221) “a ação não é só direito, mas
poder, poder de exigir o exercício da atividade jurisdicional.”

Deve-se mencionar o(s) autor (es), data e página (s) do documento referenciado,
no final da citação, entre parênteses, quando não vier (em) mencionado (s) no texto.

Exemplos:
“O mínimo que se exige é que cada professor elabore com mão própria a matéria que
ministra.” (DEMO, 1993, p. 144).

Trata-se, portanto de um grande avanço nas relações capital/trabalho que, sob novas
bases culturais, reconhece o valor e a importância do “nosso trabalhador - o bom e intrépido
trabalhador brasileiro.” (INSTITUTO HERBERT LEVY, 1995, p. 3).

A citação de mais de 3 linhas é apresentada em parágrafo isolado, utilizando-se


margem própria, recuada 4 cm à esquerda, com o corpo da letra menor que o texto (fonte
10), sem aspas, tendo como limite a margem direita do documento, devendo o espaçamento
entre linhas ser o simples.

Exemplos:
No sentido de melhor entendê-lo, Flores, Macedo e Rosa (1998, p. 71) escreveram:

o desenvolvimento local é entendido como as ações da produção, da distribuição e


do consumo das atividades agrícolas e não-agrícolas oriundas da agricultura
familiar e da reforma agrária no contexto do novo mundo rural no plano do espaço
rural (município, micro-região, microbacia hidrográfica, ou a comunidade). O
fundamental é a sustentabilidade dos níveis de renda e emprego das famílias rurais.

A engenharia de interesse social, ao tomar como imperativo categórico a perenização da


vida, alinha-se às tecnologias da sustentabilidade, que podem ser traduzidas como:

[...] um acervo de conhecimentos e habilidades de ação para a implementação de


processos tecnicamente viáveis e eticamente desejáveis. [...] As tecnologias da
sustentabilidade dizem respeito tanto a processos de produção e circulação do
produto, como a modos de organização social, padrões de ganho e processamento
de informações etc. (BARTHOLO, 1999, p. 32).
A citação direta incluída em nota de rodapé deve aparecer entre aspas,
independentemente de sua extensão.

Exemplo:
Considerando a interação de influências internas e externas ao sistema - o que gera
ações em competição - Dubois (1985) designa como gramaticalização o processo evolutivo a
que se submetem construções relativamente livres no discurso (cuja forma idiossincrática é
motivada pelos eventos de fala) que se transformam em construções relativamente fixas na
gramática, vistas como arbitrárias¹.

Quando a citação incluir texto traduzido pelo autor, deve-se citar após a
chamada da citação, a expressão “tradução nossa”, entre parênteses.

Exemplo:
Já Caetano Veloso comparou-a como Michael Jackson nos seguintes termos: “Tudo em
Michael Jackson é feito de matéria pop. Perto dele, Madonna parece uma mera teórica”
(TEPERMAN, 2001, p. 28). O próprio Michael Jackson num primeiro momento afirmou sobre
Madonna: “Ela não é uma grande dançarina ou cantora. O que ela sabe é como se auto-promover”
(TARABORRELI, 2001, p. 225, tradução nossa).

CITAÇÕES INDIRETAS OU LIVRES

São reproduções de idéias de outrem sem que haja transcrição literal das palavras
utilizadas. Apesar de livres, devem ser fiéis ao sentido do texto original, não necessitando
de aspas.
Quando o nome (s) dos (s) autor (es) citado (s) ou o título da obra citada (no caso
das obras sem autoria) estiver (em) incluído (s) na sentença, apenas a data é incluída entre
parênteses.

_____________
¹ Martelotta e outros (1996, p. 13) esclarecem que o termo gramaticalização tem sido utilizado com vários
sentidos. Em seu trabalho, eles adotam aquele “em que designa um processo unidirecional segundo o qual itens
lexcais e construções sintáticas, em determinados contextos, passam a assumir funções gramaticais e, uma vez
gramaticalizados, continuam a desenvolver novas funções gramaticais.”
Exemplos:
Skotowski, Hunt e Levy (1985), em seu estudo sobre os fatores de risco para o
desenvolvimento da fluorese dentária em pacientes odontopediátricos, concluíram que o risco da
apresentação de fluorese era significativamente maior em crianças que eram expostas à água
fluoretada.

Em um estudo realizado por Matuck et al. (1998), onde se utilizou o Índice de Higiene
Oral Simplificado (IHOS) como avaliador do processo educativo, pôde-se constatar
estatisticamente o êxito das ações educativas de saúde propostas.

CITAÇÃO DA CITAÇÃO

É aquela em que o autor do texto não tem acesso direto à obra citada, valendo-se de
citação constante em outra obra. Pode ser reproduzida literalmente, ou interpretada,
resumida ou traduzida.
Neste caso, usa-se a expressa latina “apud”, seguida da indicação da fonte
secundária efetivamente consultada.
Esse tipo de citação deve ser evitado ao máximo, já que a obra final não foi
consultada, havendo risco de má interpretação ou de incorreções.

Exemplo:
A organização documental é importante, sem ela, todo o resto seria invalidado, porém
o fazer biblioteconômico é muito mais do que apenas isso dentro da biblioteca universitária.
Ela deve estar a serviço, ser uma atividade meio e não um fim em si mesma.

A indústria de informação, isoladamente, não produz conhecimento. Produz


estoques de informação organizada para uso imediato ou futuro, ou, o que é pior, a
criação voluntária no Brasil de uma base importante para sustentar a indústria
transnacional de indústria da informação em ciência e tecnologia (BARRETO,
1990 apud SOUZA, 1991, p. 183).

Algumas Expressões:
Idem ou Id - o autor é o mesmo, porém a obra citada é diferente da mencionada na referência
imediatamente anterior.
Exemplo: (idem, p. 61).
Opus citatum, opus citato ou op. cit - na obra citada. Indica que a citação é referente a uma obra
já citada no texto, porém sem ser imediatamente anterior.
Exemplo: (op. Cit., p. 28).

Loco citato ou loc. Cit. - lugar citado. Expressão usada para mencionar a mesma página ou folha
de uma obra já citada.
Exemplo: VIANNA, loc. cit.
14 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS/INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Conceito

São informações para a elucidação do fenômeno ou fato que o pesquisador quer


desvendar.
O instrumental técnico elaborado pelo pesquisador para registro e medição dos dados
deverá preencher os seguintes requisitos: validez, confiabilidade e precisão.
Todo instrumental tem a natureza de estratégia expressa ou tácita para a ação e a
habilidade em pesquisar, ou seja, definir qual a melhor maneira, propiciando o
desenvolvimento da pesquisa científica.

Tipos

1. Pesquisa Bibliográfica

Considerada mãe de toda pesquisa, fundamenta-se em fontes bibliográficas, ou seja,


em fontes escritas, portanto, a uma modalidade específica de documentos, que são obras
escritas, impressas em editoras, comercializadas em livrarias e classificadas em bibliotecas.
O material consultado na pesquisa bibliográfica abrange todo referencial já tornado
público em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas,
livros, enciclopédias, pesquisas, monografias, dissertações, teses, entre outros, com base nisso
é que se pode elaborar o trabalho monográfico, seja ele em uma perspectiva histórica ou com
o intuito de reunir diversas publicações isoladas e atribuir-lhes uma nova leitura.
A pesquisa bibliográfica envolve:
 Classificação: Livros; periódicos; impressos diversos
 Organização da biblioteca
 Catálogo
 Professor/pesquisador
 Coleta
 Seleção
 Leitura (seletiva, analítica, interpretativa)
 Resumo
 Fichamento
 Armazenamento

2. Pesquisa Documental

É aquela realizada a partir de documentos, contemporâneos ou retrospectivos,


considerados cientificamente autênticos (não-fraudados); tem sido largamente utilizada nas
ciências sociais, na investigação histórica, a fim de descrever/comparar fatos sociais,
estabelecendo suas características ou tendências.
A pesquisa documental, devido a suas características, pode chegar a ser confundida
com a pesquisa bibliográfica. Gil (1999) destaca como principal diferença entre esses tipos de
pesquisa a natureza das fontes de ambas investigações. A pesquisa bibliográfica utiliza-se
principalmente das contribuições de vários autores sobre determinada temática de estudo, já a
pesquisa documental baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico
ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.
Nessa classificação de pesquisa, os documentos são tipificados em dois grupos
principais: fontes de primeira mão e fontes de segunda mão. Os documentos de primeira são
aqueles que não receberam nenhum tratamento analítico, tais como? Documentos oficiais,
reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações, gravuras,
pinturas a óleo, desenhos técnicos, etc. os documentos de segunda mão são os que de alguma
forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas
estatísticas, manuais internos de procedimentos, parecer de perito, decisão de juízes, dentre
outros.
A pesquisa documental abrange:
 Arquivos públicos.
 Arquivos privados.
 Dados de registro (um acontecimento, em observância a normas legais e
administrativas).
 Dados de recenseamento
 Demográficos
 Educacionais
 Criminalidade
 Eleitorais
 Alistamento
 Saúde
 Atividade industrial
 Contribuições e benefícios
 Registro de veículos

3. Pesquisa Eletrônica

Os recursos eletrônicos muito enriquecem a pesquisa, ampliando o horizonte das


buscas. A pesquisa eletrônica é toda informação extraída de endereços eletrônicos,
disponibilizados em home page e site, a partir de livros, folhetos, manuais, guias, artigos de
revistas, artigos de jornais etc.
Nas referências, além de incluir os mesmos elementos indicados para livro, folheto,
manuais etc., como autor (es), título, edição, local, editora e data de publicação, colocam-se
também aqueles consultados on line, isto é, as informações sobre endereço eletrônico,
apresentado entre sinais < >, precedido da expressão Disponível em: e a data de acesso ao
documento, antecedida da expressão Acesso em: opcionalmente acrescida dos dados
referentes a hora, minutos e segundos.
Apesar da importante contribuição para investigação científica, nem toda informação
disponibilizada em meios eletrônicos deve ser considerada como sendo de caráter científico.
Há de se observar a procedência site ou da home page.

4. Questionário

É um instrumento de coleta de dado constituído por uma série ordenadas de perguntas


que devem ser respondidas por escrito pelo informante, sem a presença do pesquisador.
Objetiva levantar opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações
vivenciadas.
O questionário deve ser claro e limitado em extensão e estar acompanhado de notas
que expliquem a natureza da pesquisa e ressaltem a importância e necessidade das respostas, a
fim de motivar o informante.
Existem três tipos de questões: Fechadas, Abertas e Mistas
De um modo geral, os questionários são enviados ao informante pelo correio ou por
um portador, que após o preenchimento, é devolvido do mesmo modo. Atualmente, os
pesquisadores têm utilizado meios eletrônicos para facilitar, agilizar e reduzir os custos
operacionais da pesquisa.
Como toda técnica de coleta de dados, o questionário também apresenta uma série de
vantagens e desvantagens.

Vantagens

 Economiza tempo, viagens e obtém grande número de dados.


 Atinge maior número de pessoas simultâneas
 Abrange uma área geográfica mais ampla
 Economiza pessoal, tanto em treinamento quanto em trabalho de campo.
 Obtém respostas mais rápidas e mais precisas
 Há maior liberdade nas respostas, em razão no anonimato
 Há mais segurança, pelo fato de suas respostas não serem identificadas.
 Há menos riscos de distorções, pela não influência do pesquisador
 Há mais tempo para responder e em hora mais favorável
 Há mais uniformidade na avaliação, em virtude da natureza impessoal do
instrumento.
 Obtém respostas que materialmente seriam inacessíveis

Desvantagens

 Percentagem pequena dos questionários que voltam


 Grande número de perguntas sem respostas
 Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas
 Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas
 A dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva a uma
uniformidade aparente.
 Na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, pode uma questão
influenciar a outra.
 A devolução tardia prejudica o calendário ou sua utilização
 O desconhecimento das circunstâncias em que foram preenchidos torna difícil o
controle e a verificação
 Nem sempre é o escolhido quem responde ao questionário, invalidando, portanto,
as questões.
 Exige um universo mais homogêneo.

Processo de Elaboração

Requer a observância de normas precisas, a fim de aumentar sua eficácia e validade.


Em sua organização, devem-se levar em conta todos os tipos, a ordem, os grupos de
perguntas, a formulação das mesmas e também tudo aquilo que se sabe sobre percepção,
estereótipos, mecanismo de defesa, liderança etc.

Pré-Teste

Depois de redigido, o questionário precisa ser testado antes de sua utilização


definitiva, aplicando-se alguns exemplares em uma pequena população escolhida.

5. Formulário

É o nome geralmente usado para designar uma coleção de questões que são
perguntadas e anotadas por um entrevistador, numa situação face a face com o entrevistado.
Tanto o questionário quanto o formulário, por se constituírem de perguntas
padronizadas, são instrumentos de pesquisa mais adequados à quantificação, porque são mais
fáceis de codificar e tabular, propiciando comparações com outros dados relacionados ao tema
pesquisado.
As perguntas devem ser ordenadas, das mais simples às mais complexas; vale lembrar
que as perguntas devem referir-se a uma ideia de cada vez e possibilitar uma única
interpretação, sempre respeitada o nível de conhecimento do informante.
O questionário e o formulário são instrumentos muito usados para o levantamento de
informações numa investigação científica do tipo empírica. Diferenciam-se apenas no que se
refere à forma de aplicação. O questionário é preenchido pelo próprio entrevistado, e o
formulário é preenchido indiretamente, isto é, pelo entrevistador.
Vantagens

 Utilizado em quase todo o segmento da população: alfabetizados; analfabetos;


populações heterogêneas etc, porque seu preenchimento é feito pelo entrevistador.
 Oportunidade de estabelecer rapport, devido ao contato pessoal.
 Presença do pesquisador, que pode explicitar os objetivos da pesquisa, orientar o
preenchimento do formulário e elucidar significados de perguntas que não estejam
muito claras.
 Flexibilidade, para adaptar-se às necessidades de cada situação, podendo o
entrevistador reformular itens ou ajustar o formulário à compreensão de cada
informante.
 Obtenção de dados mais complexos e úteis.
 Facilidade na aquisição de um número representativo de informantes dos símbolos
utilizados, pois é preenchido pelo próprio pesquisador.

Desvantagens

 Menos liberdade nas respostas, em virtude da presença do entrevistador.


 Risco de distorções, pela influência do aplicador.
 Menos prazo para responder às perguntas; não havendo tempo para pensar, elas
podem ser invalidadas.
 Mais demorado, por ser aplicado a uma pessoa de cada vez.
 Insegurança das respostas, por falta do anonimato.
 Pessoas possuidoras de informações necessárias podem estar em localidades.
muito distantes, tornando a resposta difícil, demorada e dispendiosa.

Pré-Teste

De igual modo ao questionário, recomenda-se o pré-teste, visando evitar possíveis


falhas na redação, complexidade das questões, imprecisão na redação, desnecessidade das
questões, constrangimentos ao informante, exaustão etc.
6. Entrevista

Técnica em que o pesquisador se apresenta ao pesquisado e formula-lhe perguntas,


com o objetivo de obter os dados que interessam à pesquisa. É, pois, uma técnica de interação
social, uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca obter dados e a outra
apresenta-se como fonte de informação.
A entrevista constitui uma técnica alternativa para se coletar dados não documentados,
sobre um determinado tema. Deve-se levar em consideração que a entrevista tem suas
limitações; dependendo da técnica a ser adotada, os entrevistados podem não dar as
informações de modo preciso ou o entrevistador pode avaliar/julgar/interpretar de forma
distorcida as informações obtidas.
Por outro lado, a entrevista, como um dos procedimentos mais usados em pesquisa de
campo, tem suas vantagens como meio de coleta de dados: possibilita que os dados sejam
analisados quantitativa e qualitativamente, pode ser utilizada com qualquer segmento da
população (inclusive analfabetos) e se constitui como técnica muito eficiente para obtenção de
dados referentes ao comportamento humano.

Tipos

Pessoal/ Formal/ Estruturada

Esquema de entrevista estruturada (padronizada) quando o entrevistador usa um


esquema de questões sobre um determinado tema, a partir de um roteiro (pauta), previamente
preparado.

Entrevista Semi-Estruturada

O pesquisador organiza um conjunto de questões sobre o tema que está sendo


estudado, mas permite, e às vezes até incentiva, que o entrevistado fale livremente sobre
assuntos que vão surgindo como desdobramentos do tema principal.
Entrevista Livre-Narrativa

Também denominada não diretiva; o entrevistado é solicitado a falar livremente a


respeito do tema pesquisado.

Entrevista Orientada

O entrevistador focaliza sua atenção sobre uma experiência dada e os seus efeitos –
isto quer dizer que sabe por antecipação os tópicos ou informações que deseja obter com a
entrevista.

Entrevista em Grupo

Pequenos grupos de entrevistados respondem simultaneamente as questões, de


maneira informal. As respostas são organizadas posteriormente pelo entrevistador, numa
avaliação global.

Entrevista Informal

É geralmente utilizada em estudos exploratórios, a fim de possibilitar ao pesquisador


um conhecimento mais aprofundado da temática que está sendo investigada. Pode fornecer
pistas para o encaminhamento da pesquisa, seleção de outros informantes, ou mesmo a
revisão das hipóteses inicialmente levantadas.

Instrumento Acessórios

Filmadora, gravador, bloco para anotações.

Roteiro

É uma lista dos tópicos que o entrevistador deve seguir durante a entrevista. Isso
permite uma flexibilidade quanto à ordem ao propor as questões, originando uma variedade
de respostas ou mesmo outras questões. Na elaboração do roteiro deve-se levar em
consideração o seguinte:
 A distribuição do tempo para cada área ou assunto
 A formulação de perguntas cujas respostas possam ser descritivas e analíticas, para
evitar respostas dicotômicas (sim/não)
 Atenção para manter o controle dos objetivos a serem atingidos, para evitar que o
entrevistado extrapole o tema proposto.

Vantagens

 Não exige que o entrevistado saiba ler e escrever


 Apresenta muita flexibilidade, pois o entrevistador pode facilmente adaptar-se às
características das pessoas e as circunstâncias em que se desenvolve a entrevista
 Possibilita captar a expressão corporal do entrevistado, bem como a tonalidade da
voz e a ênfase nas respostas.
 Possibilita ao respondente o esclarecimento das questões
 Permite a obtenção de dados com elevado nível de profundidade
 Oferece maior garantia de respostas do que o questionário.

Desvantagens

 Custos com o treinamento de pessoal e aplicação das entrevistas


 Tempo despendido
 Ausência de anonimato
 Influência exercida pelo aspecto pessoal do entrevistador
 Influência das opiniões pessoais do entrevistador sobre as respostas do entrevistado
 Dificuldade de tabulação e análise dos dados, no caso das entrevistas abertas.

Contato Inicial

Para que a entrevista seja adequadamente desenvolvida, é necessário, antes de mais


nada, que o entrevistador seja bem recebido. Algumas vezes, o grupo de pessoas a ser
entrevistado é preparado antecipadamente, mediante comunicação escrita ou contato prévio.
Outras vezes, todavia, os informantes são tomados de surpresa, o que passa a exigir do
pesquisador muito mais habilidade na condução da entrevista.
7. Observação

É uma técnica que faz uso dos sentidos para obtenção de determinados aspectos da
realidade. Consiste em ver, ouvir e examinar os fatos os fenômenos que se pretendem
investigar. Contribui para o pesquisador obter a comprovação dos dados sobre indivíduo
observador, os quais, às vezes, não tem consciência de alguns fatos que os orientam em seu
comportamento. A técnica da observação desempenha importante papel no contexto da
descoberta e obriga o investigador a ter um contato mais próximo com o objeto de estudo.
A principal vantagem da observação é a percepção direta e sem intermediação dos
fatos, que reduzem sensivelmente a subjetividade que permeia o processo de investigação.

Tipos

Simples ou Assistemática

O pesquisador permanece abstraído à situação estudada, apenas observam de maneira


espontânea como os fatos ocorrem e controla os dados obtidos. Nessa categoria, não se
utilizam meios técnicos especiais para coletar os dados nem é preciso fazer perguntas diretas
aos observados.
É comumente utilizada em casos de estudos exploratórios, em que objetivos não são
claramente especificados; pode ser que o pesquisador sinta a necessidade de redefinir seus
objetivos ao longo do processo. É muito apropriada para o estudo de condutas mais
manifestas das pessoas na vida social, tais como: hábitos de compras; de vestuários; de
convivência social; de frequência em lugares públicos etc.

Sistemática

É usada em pesquisas que requerem a descrição mais detalhada e precisa dos


fenômenos ou teste de hipóteses. Na técnica de coleta de dados, presume-se que o pesquisador
saiba exatamente quais informações são relevantes para atingir os objetivos propostos. Nesse
sentido, antes de executar a observação sistemática, há necessidade de se elaborar um plano
para a mesma.
Participante

O investigador participa como membro da comunidade ou população pesquisada. A


ideia de sua incursão na população é ganhar a confiança do grupo, ser influenciado pelas
características dos elementos do grupo e, ao mesmo tempo, conscientizar da importância da
investigação.

Obs.: Material extraído das Fontes Gil (1999); Lakatos (1996); Oliveira (1999); Freitas (2001)
e Fachini (2004).
15 ARRUMAÇÃO DAS REFERÊNCIAS SEGUNDO A NBR 6023

 Autor Pessoa Física

1 Autor:
LIMA, Manolita Correia. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. São Paulo:
Saraiva, 2004.

2 Autores:
LUCISANO, Antonio; DI PIETRO, M.L. Sexualidade humana: orientação sexual para
adolescentes e jovens. Trad. Julio Munaro. São Paulo: Paulinas, 1996.

3 Autores:
COLL, Cézar; PALACIOS, Jesus; MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento psicológico e
educação: psicologia da educação. Tradução Angélica Mello Alves. Porto Alegre: Artmed,
1996.

Mais de 3 autores:
GRINOVER, Ada Pellegrini et al. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor. 6.ed. Rio
de Janeiro: Forense Universitária, 2001.

 Responsabilidade intelectual destacada (coordenador, compilador, organizador ,


editor, etc)

Obs: mesmo existindo mais de um responsável pela organização, complicação, edição ou


coordenação, a abreviatura aparecerá no singular.

LUJAN, Roger Patron (Comp.). Um presente especial. Trad. Sonia da Silva. 3. ed. São
Paulo: Aquariana, 1993.

MARCONDES, E.; LIMA I. N. de (Coord.) Dietas em pediatria clínica. 4. ed. São Paulo:
Sarvier, 1993.

 Outros tipos de responsabilidade (tradutor, revisor, ilustrador, entre outros)

ALBERGARIA, Lino de. Cinco anos sem chover: história de Lino de Albergaria. Ilustração
de Paulo Lyra. 12. ed. São Paulo: FTD, 1994.
 Sobrenomes que indicam parentesco

SILVA JUNIOR, Vidal Pereira da. Microcomputadores. 6. ed. São Paulo: Érica, 1998.

 Capítulo de livro

BREVIDELLI, Maria Meimei; DOMENICO, Edvane Birelo Lopes de. Processo de pesquisa
e estruturação de trabalho cientifico. In: ______. Trabalho de conclusão de curso: guia
prático para docentes e alunos da área de saúde. São Paulo: Pátria, 2006.

 Obras sem autoria

DIAGNÓSTICO do setor editorial brasileiro. São Paulo: Câmara do livro, 1993.

 Autor entidade

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Catálogo de teses da Universidade de São Paulo, 1992.


São Paulo, 1993. p. 467.

 Monografias, dissertações e teses

CUNHA, Maria Couto. A dinâmica e os fatores condicionantes da criação de cursos da


educação superior no estado da Bahia. 2003. 219f. Tese (Doutorado em Educação)-
Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2003.

 Monografia em meio eletrônico

ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.L]: Virtual Books, 2000. Disponível em:
<http://www.terra.com.br>. Acesso em: 10 Jan. 2002.

 Publicação periódica como um todo (revistas e jornais)

BOLETIM GEOGRÁFICO. Rio de Janeiro: IBGE, 1943-1978. Trimestral.


 Partes de periódicos (revistas e jornais)

SILVA, Cristiane. O dique pode estourar. Veja, São Paulo, ano 38, n.12, p.42-44, mar. 2005.

NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S.Paulo, São Paulo, 28 Jun. 1999.
Folha Turismo, Caderno 8, p.13.

 Jornal em meio eletrônico

ARRANJO tributário. Diário do Nordeste Online, Fortaleza, 27 nov. 1998. Disponível em:
<http://www.diariodonordeste.com.br>.Acesso em: 28 Nov.1998.

 Artigo e/ou matéria em meio eletrônico

GOMES, Andréia. Sexualidade em perigo. Disponível em:


<http://www.escelsanet.com.br>.Acesso em: 15 Fev. 2003.

 Eventos no topo

CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 3., 1998. Foz do


Iguaçu. Diversidade na educação: desafios para o novo milênio: resumos do congresso. Rio
de Janeiro: C&M, 1998.

 Eventos em meio eletrônico

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA USP, 4. 2005, São Paulo. Anais


eletrônicos. São Paulo: USP, 2005. Disponível em <http://www.propesq.us.br/anais.htm> .
Acesso em: 7 maio 2005.

 Trabalhos apresentados em eventos

QUINTELA, Heitor M.; SOUZA, Levi P. Cultura de negócios: nova perspectiva dos estudos
sobre o comportamento organizacional, estudo de casos em duas emissoras de TV educativa.
In: ENCONTRO DA ANDAD, 25, 2001, Campinas. Resumo dos trabalhos. Campinas,
2001.
 Eventos - anuais de congresso

RODRIGUEZ, Zita A. Lago. Metodologia de projetos e interdisciplinaridade. Temas em


educação III jornada 2004. Porto Alegre. Anais da III jornada temas em educação 2004.
Porto Alegre: Futura, 2004. p. 273-283.

 Referências legislativas

BRAZIL, Medida provisória nº. 1.569-9, de 11 de dezembro de 1997. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 14 dez. 1997. Seção 1,
p.29514.

 Entrevista

SILVA, Carlos. Novos rumos da educação. São Paulo. 2001. Entrevista concedida a Luiz
França em 15 Mai. 2001.

 Palestras

LEONARDOS, Ana Cristina. Educação e novas tecnologias. 2001. Palestra realizada na


Universidade Estácio de Sá em: 28 Ago. 2001.

 Anotações de aula

SANTOS, Tarcisa Silva Monteiro. Projeto de Pesquisa. 2007. 15f. Notas de aula.

 Fitas de vídeo

TRANSFORME seu business em um show. Palestrante Luiz Martins. Rio de Janeiro:


COMMIT, 2001. 1 fita de vídeo (32 min.), VHS, son., color.

 CD

VELOSO, Caetano. Prenda minha. São Paulo: Polygram, 1998. 1 CD.


 CD-ROM

KOOGAN, André; HOUAISS, Antônio (Ed). Enciclopédia e Dicionário digital 98. Direção
Geral de André Koogan Breikmam. São Paulo: Delta: Estadão, 1998. 5 CD-ROM.

 Fotografia

KOBAYASHI, K. Doença dos Xavantes. 1980. 1 fotografia, color., 16 cm x 56 cm.


16 PLANO DE NEGÓCIO

Segundo o Dicionário Wikipédia (2008), o Plano de negócios (do inglês Business


Plan), também chamado "plano empresarial", é um documento que especifica, em linguagem
escrita, um negócio que se quer iniciar ou que já está iniciado.
Geralmente é escrito por empreendedores, quando há intenção de se iniciar um
negócio, mas também pode ser utilizado como ferramenta de marketing interno e gestão. Pode
ser uma representação do modelo de negócios a ser seguido. Reúne informações tabulares e
escritas de como o negócio é ou deverá ser.
De acordo com o pensamento moderno, o plano de negócio é um documento vivo, no
sentido de que deve ser constantemente atualizado para que seja útil na consecução dos
objetivos dos empreendedores e de seus sócios.
O plano de negócios também é utilizado para comunicar o conteúdo a investidores de
risco, que podem se decidir a aplicar recursos no empreendimento.
1. Toda empresa necessita de um planejamento do seu negócio para poder gerenciá-lo
e apresentar sua ideia a investidores, bancos, clientes etc.;
2. Toda entidade provedora de financiamento, fundos e outros recursos financeiros
necessita de um plano de negócios da empresa requisitante para poder avaliar os riscos
inerentes ao negócio;
3. Poucos empresários sabem como escrever adequadamente um bom plano de
negócios. A maioria destes são micro e pequenos empresários e não têm conceitos básicos de
planejamento, vendas, marketing, fluxo de caixa, ponto de equilíbrio, projeções de
faturamento etc. Quando entendem o conceito, geralmente não conseguem colocá-lo
objetivamente em um plano de negócios.

16.1 IMPORTÂNCIA DO PLANO DE NEGÓCIO

Segundo Sahlman (1997), importante professor da Harvard Business School, poucas


áreas têm atraído tanta atenção dos homens de negócio nos Estados Unidos como os planos de
negócios. Dezenas de livros e artigos têm sido escritos e publicados naquele país tratando do
assunto e propondo fórmulas milagrosas de como escrever um plano de negócios que
revolucionará a empresa. Isso começa a ocorrer também no Brasil, devido principalmente ao
fervor da nova economia (a Internet) e as possibilidades de se fazer riqueza da noite para o
dia.
O cuidado que se deve tomar é o de se escrever um plano de negócios com todo
conteúdo que se aplica a um plano de negócios e que não contenha números recheados de
entusiasmo ou fora da realidade.
Nesse caso, pior que não planejar é fazê-lo erroneamente, e o pior ainda,
conscientemente. Essa ferramenta de gestão pode e deve ser usada por todo e qualquer
empreendedor que queira transformar seu sonho em realidade, seguindo o caminho lógico e
racional que se espera de um bom administrador. É evidente que apenas razão e raciocínio
lógico não são suficientes para determinar o sucesso do negócio. Se assim ocorresse, a arte de
administrar não seria mais arte, apenas uma atividade rotineira, onde o feeling do
administrador nunca seria utilizado. Mas existem alguns passos, ou atividades rotineiras, que
devem ser feitos por todo empreendedor. A arte estará no fato de como o empreendedor
traduzirá esses passos realizados racionalmente em um documento que sintetize e explore as
potencialidades de seu negócio, bem como os riscos inerentes a esse mesmo negócio. Isso é o
que se espera de um plano de negócios. (DORNELAS, 1999).
Na verdade o plano é uma ferramenta para o empreendedor expor suas idéias em uma
linguagem que os leitores entendam e, principalmente, que mostre viabilidade e probabilidade
de sucesso em seu mercado. O plano de negócios é uma ferramenta que se aplica tanto no
lançamento de novos empreendimentos quanto no planejamento de empresas maduras.
A maioria dos planos de negócios resume-se a textos editados sobre um modelo pré-
determinado e que não convencem ao próprio empreendedor. Geralmente são escritos como
parte dos requisitos de aprovação de um empréstimo, ingresso em uma incubadora de
empresas, solicitação de bolsas ou recursos financeiros de órgãos do Governo etc., e que são
feitos apenas para esse fim, às pressas, sem muita fundamentação ou, como já foi dito,
recheado de números mágicos. Como esperar que convençam a um investidor, bancos,
potenciais parceiros, fornecedores, à própria empresa internamente, esses que são, geralmente,
os públicos-alvos de um plano de negócios? Deve-se ter em mente que essa ferramenta
propõe-se a ser o cartão de visitas do empreendedor, mas também pode ser o cartão de
desqualificação do mesmo empreendedor em busca de oportunidades. As oportunidades
geralmente são únicas e não podem ser desperdiçadas. E como cartão de visitas, o
empreendedor deve sempre ter à mão o plano de negócios de seu empreendimento, elaborado
de maneira primorosa e cuidadosamente revisado. (DORNELAS, 1999).
Dessa forma, o plano de negócios é uma ferramenta dinâmica e que deve ser
atualizado constantemente, pois o ato de planejar é dinâmico e corresponde a um processo
cíclico.
Todo plano de negócios deve ser elaborado e utilizado seguindo algumas regras
básicas, mas que não são estáticas e permitem ao empreendedor utilizar sua criatividade ou o
bom senso, enfatizando um ou outro aspecto que mais interessa ao público-alvo do plano de
negócios em questão. No caso das empresas que já se encontram em funcionamento, ele deve
mostrar não apenas aonde a empresa quer chegar, ou situação futura, mas também onde a
empresa está no momento, mostrando os valores dos seus atuais indicadores de desempenho.
(KAPLAN; NORTON, 1996).
Verifica-se ainda outra característica importante é que ele não deve estar apenas
focado no aspecto financeiro. Indicadores de mercado, de capacitação interna da empresa e
operacionais são igualmente importantes, pois estes fatores mostram a capacidade da empresa
em “alavancar” os seus resultados financeiros no futuro. Resumindo, é importante que o plano
de negócios possa demonstrar a viabilidade de atingimento da situação futura, mostrando
"como" a empresa pretende chegar lá. Então, o que o empresário precisa é de um plano de
negócios que lhe sirva de guia, que seja revisado periodicamente e que permita alterações
visando “vender” a idéia ao leitor desse seu plano de negócios. (DORNELAS, 1999).

16.2 ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIO

Como o plano de negócios é um documento usado para descrever seu negócio, as


seções que compõem um plano de negócios geralmente são padronizadas para facilitar o
entendimento. Cada uma das seções do plano tem um propósito específico.
Um plano de negócios para uma pequena empresa pode ser menor que o de uma
grande organização, não ultrapassando talvez 30 páginas. Muitas seções podem ser mais
curtas que outras e até ser menor que uma única página de papel. Mas para se chegar ao
formato final geralmente são feitas muitas versões e revisões do plano de negócios até que
esteja adequado ao público-alvo do mesmo. Não existe uma estrutura rígida e específica para
se escrever um plano de negócios, porém, qualquer plano de negócios deve possuir um
mínimo de seções as quais proporcionam um entendimento completo do negócio. Estas seções
são organizadas de forma a manter uma sequência lógica que permita a qualquer leitor do
plano entender como a empresa é organizada, seus objetivos, seus produtos e serviços, seu
mercado, sua estratégia de marketing e sua situação financeira. Uma possível estrutura para a
confecção de um plano de negócios é proposta a seguir. Seu formato foi obtido a partir da
análise de várias publicações, artigos, livros e planos de negócios reais utilizados por várias
empresas e da elaboração de dezenas de planos de negócios para diferentes públicos-alvos.
(DORNELAS, 1999).
Cada uma das seções aqui apresentadas deve ser abordada sempre visando a
objetividade, sem perder sua essência e os aspectos mais relevantes a ela relacionados.

1 Capa

A capa, apesar de não parecer, é uma das partes mais importantes do plano de negócios, pois é
a primeira parte que é visualizada por quem lê o plano de negócios, devendo, portanto ser
feita de maneira limpa e com as informações necessárias e pertinentes. Bons exemplos de
capas para o plano de negócios são propostos por Linda Pinson (PINSON, 1996).

2 Sumário

O sumário deve conter o título de cada seção do plano de negócios e a página respectiva onde
se encontra, bem como os principais assuntos relacionados em cada seção. Isto facilita ao
leitor do plano de negócios encontrar rapidamente o que lhe interessa. Qualquer editor de
textos permite a confecção automática de sumários e tabelas de conteúdo e que são bastante
apresentáveis.

3 Sumário Executivo

O Sumário Executivo é a principal seção do plano de negócios. Através do Sumário


Executivo é que o leitor decidirá se continuará, ou não, a ler o plano de negócios. Portanto,
deve ser escrito com muita atenção, revisado várias vezes e conter uma síntese das principais
informações que constam no plano de negócios. Deve ainda ser dirigido ao público-alvo do
plano de negócios e explicitar qual o objetivo do plano de negócios em relação ao leitor (ex.:
requisição de financiamento junto a bancos, capital de risco, apresentação da empresa para
potenciais parceiros ou clientes etc.). O Sumário Executivo deve ser a última seção a ser
escrita, pois depende de todas as outras seções do plano para ser feita.

4 Planejamento Estratégico do Negócio

A seção de planejamento estratégico é onde são definidos os rumos da empresa. Nesta seção
devem ser apresentadas a visão e missão da empresa, sua situação atual, as potencialidades e
ameaças externas, suas forças e fraquezas, suas metas e objetivos de negócio. Esta seção é na
verdade a base para o desenvolvimento e implantação das demais ações descritas no plano.
5 Descrição da Empresa

Nesta seção deve-se descrever a empresa, seu histórico, crescimento, faturamento dos últimos
anos, sua razão social, impostos, estrutura organizacional e legal, localização, parcerias,
certificações de qualidade, serviços terceirizados etc.

6 Produtos e Serviços

Esta seção do plano de negócios é destinada aos produtos e serviços da empresa, como são
produzidos, recursos utilizados, o ciclo de vida, fatores tecnológicos envolvidos, pesquisa e
desenvolvimento, principais clientes atuais, se detém marca e/ou patente de algum produto
etc. Nesta seção pode ser incluída, quando esta informação encontra-se disponível, uma visão
do nível de satisfação dos clientes com os produtos e serviços da empresa. Este feedback é
bastante importante, porque pode não apenas oferecer uma visão do nível de qualidade
percebida nos produtos e serviços, mas também guiar futuros investimentos da empresa em
novos desenvolvimentos e novos processos de produção.

7 Plano Operacional

Esta seção deve apresentar as ações que a empresa está planejando em seu sistema produtivo,
indicando o impacto que estas ações terão em seus parâmetros de avaliação de produção.
Deve conter informações operacionais atuais e previstas de fatores como: lead time do
produto ou serviço, percentual de entregas a tempo (on time delivery), rotatividade do
inventário, índice de refugo, lead time de desenvolvimento de produto ou serviço etc.

8 Plano de Recursos Humanos

Aqui devem ser apresentados os planos de desenvolvimento e treinamento de pessoal da


empresa. Estas informações estão diretamente relacionadas com a capacidade de crescimento
da empresa, especialmente quando esta atua em um mercado onde a detenção de tecnologia é
considerada um fator estratégico de competitividade. Devem ser indicadas as metas de
treinamento associadas às ações do Plano Operacional, as metas de treinamento estratégico,
de longo prazo e não associadas diretamente às ações. Aqui também devem ser apresentados o
nível educacional e a experiência dos executivos, gerentes e funcionários operacionais,
indicando-se os esforços da empresa na formação de seu pessoal.

9 Análise de Mercado

Na seção de análise de mercado, o autor do plano de negócios deve mostrar que os executivos
da empresa conhecem muito bem o mercado consumidor do seu produto/serviço (através de
pesquisas de mercado): como está segmentado, o crescimento desse mercado, as
características do consumidor e sua localização, se há sazonalidade e como agir nesse caso,
análise da concorrência, a sua participação de mercado e a dos principais concorrentes, os
riscos do negócio etc.
10 Plano de Marketing

O Plano de Marketing apresenta como a empresa pretende vender seu produto/serviço e


conquistar seus clientes, manter o interesse dos mesmos e aumentar a demanda. Deve abordar
seus métodos de comercialização, diferenciais do produto/serviço para o cliente, política de
preços, principais clientes, canais de distribuição e estratégias de promoção/comunicação e
publicidade, bem como projeções de vendas.

11 Plano Financeiro

A seção de finanças deve apresentar em números todas as ações planejadas para a empresa e
as comprovações, através de projeções futuras (quanto necessita de capital, quando e com que
propósito), de sucesso do negócio. Deve conter demonstrativo de flux o de caixa com
horizonte de, pelo menos, 3 anos; balanço patrimonial; análise do ponto de equilíbrio; usos e
fontes; necessidades de investimento; demonstrativos de resultados; análise de indicadores
financeiros do negócio, como por exemplo: faturamento previsto, margem prevista, prazo de
retorno sobre o investimento inicial (payback), taxa interna de retorno (TIR) etc.

Anexos

Esta seção deve conter todas as informações que se julgar relevantes para o melhor
entendimento do plano de negócios. Por isso, não tem um limite de páginas ou exigências a
serem seguidas. A única informação que não se pode esquecer de incluir é a relação dos
curriculum vitae dos sócios e dirigentes da empresa. Pode-se anexar ainda informações como
fotos de produtos, plantas da localização, roteiros e resultados completos das pesquisas de
mercado que foram realizadas, material de divulgação do negócio, folders, catálogos,
estatutos, contrato social da empresa, planilhas financeiras detalhadas etc.

Outra questão muito discutida é sobre qual deve ser o tamanho ideal de um plano de negócios.
Não existe um tamanho ideal ou quantidade exata de páginas para o plano de negócios. O que
se recomenda é escrever o plano de negócios de acordo com as necessidades do público-alvo
que lerá o plano de negócios. Se o leitor for um gerente de banco ou um investidor, por
exemplo, ele dará mais ênfase para a parte financeira do plano.

Se o leitor for uma instituição de fomento ou governamental, esta enfocará porque se está
requisitando a quantidade de recursos solicitada, onde aplicará e como a empresa retornará o
capital investido. Se for um parceiro, este atentará mais para a sua análise de mercado e
oportunidades de grandes lucros. Se for um fornecedor, este atentará para a saúde financeira
da empresa, sua carteira de clientes, a taxa de crescimento do negócio. Enfim, é importante
ressaltar novamente que a estratégia e a quantidade de páginas do plano de negócios
dependerão de qual será o seu público-alvo. Como exemplos, encontram-se a seguir
descrições de alguns tipos e tamanhos sugeridos de planos de negócios (JIAN, 1997).
REFERÊNCIAS

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Editora


Objetiva, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e


documentação: referências – elaboração. Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6027: sumário –


procedimento. Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: resumos –


procedimento. Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e


documentação – citações em documentos – apresentação. Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e


documentação – citações em documentos – apresentação. Rio de Janeiro, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e


documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio de Janeiro, 2005.

CARMO NETO, Dionísio. Metodologia Científica para principiantes. 3 ed. Salvador: FIB,
1998, p. 265-267.

DORNELAS, J.C.A. Plano de Negócios: Estrutura e Elaboração. Apostila. São Carlos –


São Paulo. Maio, 1999.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio. São Paulo: Editora Saraiva,
1993.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

_______. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
INACIO, Geraldo F. A monografia na universidade. 5º Ed. São Paulo: Papirus, 2001.

KAPLAN, R.S.; NORTON, D.P. Using the Balanced Scorecard as a Strategic Management
System. Harvard Business Review, Boston, MA, USA, 1996.

LAKATOS, E. M; MARCONI, M. de A. Metodologia do Trabalho Científico. 6. ed. São


Paulo: Atlas, 1992.

_______. Técnica de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1995.

_______. Técnica de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1996.

MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 6 ed. São Paulo:


Atlas, 2002.

MEDEIROS, J. B. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 5. ed.


São Paulo: Atlas, 2003. p. 252-255.

MOREIRA, Herivelto; CALEFFE, Luiz Gonzaga. Metodologia da pesquisa – para o


professor e pesquisador. 3º ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

OLIVEIRA, S. L. de. Tratado de Metodologia Científica: projetos de pesquisa, TGI, TCC,


monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

PINSON, L. Anatomy of a Business Plan. 3. ed. Chicago: Upstart Publishing Company,


1996, p. 255.

RIOS, Iara Nancy A. Regimento de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. Faculdade


FAN. Feira de Santana, 2008.

RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 25. ed. Petrópolis: Vozes,


1999.

SAHLMAN, W.A. How to Write a Great Business Plan. Harvard Business Review, jul - ago,
1997.
SANTOS, Tarcisa Silva Monteiro dos. Manual para Elaboração de Trabalhos
Acadêmicos: guia prático para docente e alunos. Faculdade FAN, Feira de Santana, 2007.

SANTOS, Luíz Carlos dos. Plágio. Disponível em:


http://www.lcsantos.pro.br/arquivos/Plagio09062008-152409.pdf; Acesso em: 15 Jul. 2009.

VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2004.

VIANNA, Ilca Oliveira e Almeida. Metodologia do trabalho científico: um enfoque


didático da produção cientifica. São Paulo: E.P.U, 2001.

WIKIPÉDIA. Plano de Negócios. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/P


%C3%A1gina_principal; Acesso em: 26 Ago. 2009.
APÊNDICE
APÊNDICE A: Estrutura/ Sumário do Projeto de Pesquisa.

1 INTRODUÇÃO
2 PROBLEMÁTICA DA PESQUISA
2.1 ENUNCIADO DO PROBLEMA
2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO
3 HIPÓTESES DE PESQUISA OU QUESTÕES NORTEADORAS
4 JUSTIFICATIVAS
4.1 PESSOAL
4.2 SOCIAL
4.3 CIENTÍFICA
5 OBJETIVOS
5.1 GERAL
5.2 ESPECÍFICOS
6 METODOLOGIA
6.1 TIPOLOGIA E ABORDAGEM
6.2 MÉTODO
6.3 NATUREZA DA EXPOSIÇÃO DO OBJETIVO
6.3 OPERACIONALIZAÇÃO
6.3.1 Pesquisa Bibliográfica
6.3.2 Pesquisa Documental
6.3.3 Pesquisa Eletrônica
6.3.4 Pesquisa de Campo*
6.3.4.1 Universo
6.3.4.2 Amostra*
6.3.4.3 Critério Amostral*
6.3.4.4 Instrumentos de Coleta de Dados*
6.3.4.5 Tabulação e Tratamento dos Dados*
7 MARCO TEÓRICO
8 CRONOGRAMA
9 ORÇAMENTO
10 REFERÊNCIAS
11 GLOSSÁRIO
12 ANEXOS

* Incluir caso a pesquisa seja de natureza teórica-empírica.


APÊNDICE B: Checklist para Revisão de Projetos de Pesquisa.

COMPONENTES ELEMENTOS SITUAÇÃO


Verificar se a elaboração dos elementos atende ao que preceitua a
Ok ou Não
NBR 15287/2005.
Checar se a capa contém todos os elementos preconizados pela NBR
Ok ou Não
14724/2005 da ABNT – seção 4.1.1.
PRÉ-TEXTUAIS Verificar se a Folha de Rosto atende ao disposto na seção 4.1.3 da
Ok ou Não
NBR 14724/2005 da ABNT
Observar se a apresentação (facultativa) está antes do Sumário Ok ou Não
Averiguar se o Sumário está de acordo com o que preconiza a NBR
Ok ou Não
6027/2003, combinada com a NBR 6024/2003 da ABNT
TEXTUAIS Checar se a introdução descortina o assunto, objeto da pesquisa, de
maneira panorâmica, sem detalhes, apresentando, inclusive, o título e
Ok ou Não
subtítulo da investigação, ficando a cargo do autor delimitar no
tempo e no espaço o tema.
Verificar se a problemática da pesquisa está dividida em duas
dimensões: o enunciado do problema, de maneira interrogativa, e a Ok ou Não
contextualização (explicitação/delimitação da problemática).
Observar se as hipóteses de pesquisa sinalizam para a busca de
Ok ou Não
solução do problema levantado.
Averiguar se as questões norteadoras são desdobramentos da
Ok ou Não
indagação central (o enunciado do problema).
Checar se a justificativa pessoal reflete uma motivação para a
Ok ou Não
escolha da temática.
Verificar se a justificativa social realça os princípios da importância,
relevância, oportunidade e viabilidade da investigação, para a
Ok ou Não
organização, administração pública e/ou para a sociedade como um
todo, a depender do objeto sob investigação.
Detectar se a justificativa científica assinala para uma possível
contribuição no campo do conhecimento, em estudo e/ou propiciará
Ok ou Não
futuras investigações tangenciando outros aspectos/focos da
problemática.
Observar se o objetivo geral do estudo inicia-se com o verbo no
infinitivo e se deixa claro o alcance da pesquisa (para que Ok ou Não
pesquisar?).
Averiguar se os objetivos específicos são desdobramentos do
objetivo geral. Devem estar em conexão, iniciando sempre com o
Ok ou Não
verbo no infinitivo, indo das operações menos complexas para as
mais complexas.
Checar se o texto referente à metodologia está detalhado,
abrangendo: tipologia; métodos; natureza da exposição do objeto;
operacionalização em todas as suas etapas (pesquisa bibliográfica,
pesquisa documental, pesquisa eletrônica); havendo pesquisa de Ok ou Não
campo, verificar se estão discriminados: universo, amostra, critério
amostral, instrumentos de coleta de dados, bem como pretende
tabular e tratar as informações coletadas.
Verificar se o marco referencial teórico pode ser considerado como
efetivamente uma pista epistemológica para ancorar o objetivo da
Ok ou Não
pesquisa, observando se há citações de autores expoentes da área,
seguida de comentário(s) e interferência(s) do autor do projeto.
Observar se todos os eventos estão relacionados, desde o início do
projeto até a entrega do Relatório de Pesquisa, com a previsão da Ok ou Não
execução de cada etapa.
Averiguar se o orçamento prevê as origens e as despesas para a Ok ou Não
realização da pesquisa, de forma detalhada, com as quantidades,
preço unitário e valor total de cada dispêndio (serviços, material
didático, material de expediente, passagens, seminários, dentre
outros).
Checar se as referências foram elaboradas atendendo ao que
recomenda a NBR 6023/2002 da ABNT. Espaço simples entre
Ok ou Não
informações de uma mesma fonte e dois espaços simples entre as
obras/títulos.
PÓS-TEXTUAIS
Verificar se o glossário (se houver) está em consonância com a seção
Ok ou Não
4.3.2 da NBR 14724/2005 da ABNT.
Averiguar se os anexos estão dispostos conforma prevê a seção 4.3.4
Ok ou Não
da NBR 14724/2005 da ABNT.
Observar se: o papel é A4, cor branca; impressão em tinta preta; a
letra é do tipo arial ou times new roman, fonte 12 para o texto, 14
para títulos (caixa alta) e fonte 8 a 10 nas citações e notas de rodapé.
Paginação conforme o item 5.4 da NBR 14724/2005 da ABNT;
dimensões das margens: superior e esquerda 3 cm, inferior e direita 2
APRESENTAÇÃO
cm; o espacejamento entrelinhas é de 1,5cm; entre parágrafos um Ok ou Não
E OUTROS
duplo (dois simples) e os títulos das subseções, precedendo-as ou
sucedendo-as, dois espaços de 1,5 cm; citações de acordo com a
NBR 10520/2002 da ABNT; expressões estrangeiras em itálico;
limguagem: nível culto, impessoalidade no texto – uso da terceira do
singular (diz-se, sabe-se, pretende-se, espera-se).
APÊNDICE C: Diagrama de Projeto de Pesquisa.

* HIPÓTESES DE
ASSUNTO TEMA PROBLEMA PESQUISA
(Amplo) (Específico) (O que fazer?) (Prováveis respostas)
}

TÍTULO / SUBTÍTULO
VARIÁVEIS

 Independente
 Dependente
 Interveniente
 Antecedente
PROJETO DE PESQUISA

JUSTIFICATIVAS
Capa

{
 Pessoal
 Social
Pré - Textuais Folha de Rosto  Científica
(Por que fazer?)
Sumário

OBJETIVOS

 Geral
MARCO REFERENCIAL TEÓRICO
 Específicos
(Pista epistemológica)
(Para que fazer?)
Bases teóricas para elucidação do
problema

REFERÊNCIAS

{
METODOLOGIA
(Como fazer?)
GLOSSÁRIO (opcional)
Pós - Textuais
APÊNDICES (opcional) CRONOGRAMA
(Quando fazer?)
ANEXOS (opcional)

ORÇAMENTO
* Nas Ciências Humanas e/ou Ciências Sociais Aplicadas as Hipóteses podem ser (Com que recursos?)
substituídas por questões norteadoras/orientadoras.
APÊNDICE D: Cronograma de Projeto de Pesquisa.

MAR ABR MAI JUN


JAN/ JUL
FASE/PERÍODO DEZ 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª
FEV
Entrega do Projeto de Pesquisa
Coleta dos acervos bibliográfico,
documental e eletrônico.
Seleção dos acervos bibliográfico,
documental e eletrônico.
Revisão bibliográfica (leituras seletiva,
analítica, interpretativa)
Ajustes ao Projeto de Pesquisa
Elaboração de resumos/fichamento
Elaboração do texto preliminar da
Introdução
Ajustes/correções ao texto da Introdução
Elaboração da metade dos capítulos
(fundamentação teórica)
Ajustes da metade dos capítulos
(fundamentação teórica)
Elaboração do restante dos capítulos
(fundamentação teórica)
Ajustes do restante dos capítulos
(fundamentação teórica)
Elaboração dos instrumentos de coleta de
dados (p/ pesquisa de campo)*
Pré-teste (p/ aplicação da pesquisa de
campo)*
Aplicação dos instrumentos de coleta de
dados*
Tabulação e tratamento dos dados
coletados*
Análise e interpretação dos resultados*
Elaboração da Conclusão
Ajustes/correções do texto da Conclusão
Elaboração dos elementos pré e pós-
textuais
Revisão do vernáculo
Elaboração da Ficha Catalográfica
Reprodução de Cópias
Encadernação
Entrega da Monografia
Defesa da monografia

* Aplicáveis somente quando a investigação/pesquisa for de natureza teórico-empírica.


APÊNDICE E: Fluxograma para Monografia.

ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS

- Capa
- Folha de Rosto
- Ficha Catalográfica
- Folha de Aprovação
INTRODUÇÃO
- Dedicatória (opcional)
- Agradecimentos (opcional)
- Visão panorâmica sobre a temática
- Epigrafe (opcional)
- Problemática
- Resumo em Língua Português
 Enunciado
- Resumo em Língua Estrangeira CORPO DO TRABALHO
 Contextualização
- Lista de Ilustrações (opcional) (Fundamentação Teórica)
- Hipóteses de Pesquisa*
- Lista de Tabelas (opcional)
- Justificativas
- Lista de Quadros (opcional) Capítulos ou Seções
 Pessoal
- Lista de Figuras (opcional) contendo a base
 Social
- Lista de Abreviaturas e Siglas epistemológica de
 Científica
(op.) sustentação da problemática,
- Objetivos
- Lista de Símbolos (opcional) hipóteses de pesquisa e
 Geral
- Sumário objetivos do estudo
 Específicos
- Metodologia **
- Síntese Capitular

ANÁLISE E
INTERPRETAÇÃO DOS
RESULTADOS ***
CONCLUSÃO Exposição,
comentário/interpretação dos
- Retrospectiva dos pontos-chave de cada dados obtidos na pesquisa de
capítulo/seção campo
- Explicitação do alcance dos objetivos da
investigação científica
- Explanação da comprovação ou refutação das
hipóteses de pesquisa
- Posicionamento crítico do autor sobre o estudo
- Recomendações

ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS

- Referências
- Glossário (opcional)
- Apêndice(s) - opcional
- Anexo(s) - opcional
- Índice(s) - opcional

* Em Ciências Humanas e/ou Ciências Sociais as hipóteses de pesquisa podem ser substituídas por questões
orientadoras/norteadoras.
** Detalhar todos componentes procedimentais/operacionais.
*** Somente quando a pesquisa for de ordem teórica-empírica.
APÊNDICE F: Modelo de Relatório de Estágio.

1 INTRODUÇÃO

Percebe-se que, o estágio do graduando acelera a formação profissional por meio da


prática, aprimora o relacionamento interpessoal, proporciona incentivos ao exercício do senso
crítico, estimulando a criatividade. Trata-se, então, de uma experiência de extrema relevância
para o estudante em sua formação sócio-política, proporcionando também a sua participação
em situações de vida, bem como de trabalho, consolidando a sua profissionalização, além de
explorar as competências básicas imprescindíveis para uma formação profissional ética e co-
responsável pelo desenvolvimento humano e pela melhoria de vida.
Segundo o site da Unime – União Metropolitana de Educação e Cultura (2007) a
concepção do curso de Medicina Veterinária:

a estruturação dos conteúdos curriculares, a estratégia pedagógica centrada no aluno


e no acompanhamento permanente do seu crescimento durante a evolução do fluxo
curricular, contribuirão para desenvolver no futuro profissional uma postura crítica,
uma preocupação permanente com a atualização profissional, com a conduta ética,
com seu compromisso com o exercício competente da cidadania e da medicina
veterinária e com a sua participação efetiva no desenvolvimento nacional.

Desta forma, o estágio foi desenvolvido para dar suporte a integração do estudante no
mercado de trabalho. Tal processo acrescenta consideravelmente na formação de bons
profissionais. Para tanto, o estágio é de extrema importância por auxiliar no processo de
preparação e amadurecimento do aluno.
Neste contexto, este trabalho consiste no relatório de estágio que foi realizado no
Centro Municipal de Controle de Zoonoses José Machado de Amorim, na divisão de
Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana-Ba pela
estagiária Malu Mascarenhas Souza, com o objetivo de cumprir fielmente a programação da
grade curricular da matéria de Estágio Supervisionado no 10º semestre, do curso de Medicina
Veterinária da Universidade Metropolitana de Educação e Cultura –UNIME – bem como da
Faculdade de Ciências Agrárias e da Saúde – na forma da Lei nº. 6.494, de 07/12/77,
regulamentada pelo Decreto nº. 87.497, de 18/08/1982.
O estágio tem o objetivo de colocar em prática toda a teoria aprendida em sala de aula.
E a integração do estagiário com o mercado de trabalho torna-se cada vez mais importante,
visando o aperfeiçoamento da qualificação profissional por meio de aprendizagem social,
profissional e cultural.
O Estágio supervisionado se faz necessário sendo fundamentados em diversos
motivos, como:
1• Proporcionar ao estudante a oportunidade de desenvolver suas habilidades, analisar
situações e propor mudanças dentro do mundo empresarial;
2• Complementar o processo ensino-aprendizagem, através de conscientização das
deficiências individuais, e incentivar a busca do aperfeiçoamento pessoal e profissional;
3• Facilitar o processo de atualização de conteúdos disciplinares, proporcionando
constantes inovações e ajustes diante da realidade vivenciada nos projetos de estágios, ou seja,
colocando em prática o que se aprende em sala de aula aprimorando os conhecimentos
adquiridos no ambiente acadêmico;
4• Reduzir o impacto da passagem da vida acadêmica para a vida profissional, abrindo
ao estagiário maior oportunidade de conhecimento da filosofia, diretrizes, forma de
organização e funcionamento das organizações;
5• Aguçar no aluno a capacidade analítica, de reflexão e de comparação entre o
projeto, a teoria e a vivência na implementação;
6• Envolver o aluno com a estrutura e a organização do trabalho, procedimentos,
objetos gerais, linhas e conduta de suas atividades;
7• Mostrar ao graduando o atual estado do mercado de trabalho e as tecnologias que
estão sendo utilizadas no momento.
Sendo assim, o estágio supervisionado é obrigatório e ocorre de acordo a critérios
estabelecido pela instituição de ensino, neste caso, a UNIME. Desta maneira, é exigida de
acordo com o Termo de Compromisso para realização de estágio, a elaboração do Relatório
sobre Estágio realizado com o intuito de documentar, comprovar e detalhar às 520 horas
estagiadas, no período de 05/02/2007 à 04/05/207, com uma carga horária semanal de 40
horas.
Por tanto, o Relatório de Estágio é considerada importante para a conclusão da
disciplina do curso, pois ele consiste na descrição pormenorizada e circunstanciada das
atividades desenvolvidas no decorrer do estágio, além das dificuldades encontradas na função
exercida, e de explicitar a aprendizagem adquirida no período. É no relatório que consta toda a
fundamentação teórica que serve de embasamento para o cargo ocupado de estagiária,
traçando um paralelo com o curso de graduação estudado, no caso a Medicina Veterinária.
2 DADOS DA INSTITUIÇÃO

Órgão Público: Prefeitura Municipal de Feira de Santana


Prefeito: José Ronaldo de Carvalho

Secretaria: Secretaria Municipal de Saúde


Responsável: Denise Lima Mascarenhas
Diretoria de Planejamento: Elizabete Moreira dos Santos

Centro de Controle de Zoonoses José Machadode Amorim


Divisão: Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana
Chefe da Divisão de Controle Epidemiológico: Janice Soares de Brito Estrela
Técnico responsável pelo Centro de Controle Zoonoses: Ana Priscila Campos Calazans
Biólogo do CCZ: Ciro Fernandes
Pedagoga CCZ: Fabíola Sales
Médicos Veterinários: Fernanda Marques
Mirza Cordeiro
Ricardo Gouveia
Equipe de Colaboração: Álisson Souto Rodrigues
Inauguração: 16 de Dezembro de 2005
Localização: BR 602 – KM 01 – Bairro Jussara – Feira de Santana – Ba
Telefone: (75) 3614-3613
3 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO

O Centro Municipal de Controle de Zoonoses José Machado de Amorim foi


inaugurado em 16 de dezembro de 2005, sediada na BR 602, no km 01, no Bairro Jussara em
Feira de Santana - Ba, com telefone para contado (75) 3614-3613.
O Centro de Zoonoses (CCZ) é uma instituição municipal vinculada à Secretaria de
Saúde Municipal de Saúde, cujo objetivo é o controle das principais zoonoses, de doenças
transmitidas por vetores e de agravos causados por animais peçonhentos, além de promover
ações de saúde pública e notificar as autoridades sanitárias a ocorrência de enfermidades
zoonóticas.
Os serviços de controle de zoonoses enfocam objetivos similares, inseridos no
contexto da saúde pública, com maior ênfase para o controle de doenças comprovadamente
registradas no município de Feira de Santana, para o controle de agravos onde possam ser
vítimas os seres humanos ou para preservar as condições de controle estabelecidas através das
ações. A prevenção de doenças que envolvam seres humanos e animais é a base fundamental
dos programas implantados.
Algumas das atividades realizadas já eram executadas pelo município através do
Centro Municipal de Endemias e pelo Programa de Controle Epidemiológico da Secretaria
Municipal de Saúde.
Zoonoses são doenças naturalmente transmissíveis entre animais e seres humanos.
Dentre as zoonoses de relevante importância para a Saúde Pública destacam-se: raiva,
leptospirose, leishmaniose visceral, tuberculose, brucelose, toxoplasmose, teníase e
cistiececose. Outra atuação é o controle de animais incômodos, como alguns invertebrados
(moscas e baratas) e vertebrados (morcegos e roedores).
Segundo a Secretaria de Saúde do estado da Bahia (SESAB) a população estimada no
município de Feira de Santana é de 67.002 cães e 13.400 gatos, num total de 80.402 animais
domésticos.
O Centro de Controle de Zoonoses realiza como atividades para o controle da raiva a
vacinação de animais (cães e gatos) através das campanhas de vacinação e de posto de rotina
animal que funcionam de segunda a sexta-feira na Secretaria Municipal de Saúde e no próprio
CCZ. É realizado o controle de populações (cães, gatos e outros), a vigilância epidemiológica,
o envio de amostras de tecido nervoso para diagnóstico da raiva e atividades de educação em
saúde.
No gráfico 1 é apresentado o número de cérebros de animais examinados
laboratorialmente e com resultados positivos e negativos para a raiva. Observa-se que nos
anos de 2005 e 2006 não foi confirmado nenhum caso da doença em cães e gatos.

Gráfico 1 – Número de cérebros de animais examinados laboratorialmente com resultados


positivos e negativos para a raiva, no município de Feira de Santana no período de 2002 a
2006.

200 181

154
150 2002
2003
100 87
80 2004
2005
38
50 29 2006
7 4 0 0
0
negativos positivos

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde / Divisão de Controle Epidemiológico / CCZ

Com a inauguração do Centro de controle de Zoonoses em 2005, o município passou a


dispor dos recursos humanos e materiais necessários para realizar os procedimentos de
remoção de tecido nervoso para envio ao LACEN podendo atender a exigência de envio de
0,2% de amostra da população animal, enviando 139 amostras caninas, superando as 135
necessárias. As amostras foram adquiridas através de investigação veterinária, solicitação do
serviço de atendimento anti-rábico humano e do serviço de remoção de animais domésticos
mortos na zona urbana do município realizado pela Secretaria Municipal de Serviços
Públicos.
A tabela 1 apresenta a distribuição do envio de amostras para diagnóstico laboratorial,
segundo a espécie, o mês e pessoas agredidas por estes animais no ano de 2006. Observa-se
que, além do envio de amostras de cães e gatos foram enviadas amostras de quirópteros e
animais de interesse econômico (caprino) uma vez que é interessante também o envio de
outros animais, para que o município possa mapear a circulação do vírus rábico em outras
espécies, devido à importância destas como transmissoras da doença.
Tabela 01: Envio de amostras para diagnóstico laboratorial, no Município de Feira de
Santana no ano de 2006.

PESSOAS
MÊS ESPÉCIE TOTAL
AGREDIDAS
CANINO FELINO BOVINO QUIROPTERO OUTROS
JAN 04 02 - 01 - 07 05
FEV 05 01 - 01 - 07 02
MAR 07 03 - - - 10 02
ABR 06 01 - - - 07 02
MAI 09 03 - - - 12 03
JUN 08 04 - - - 13 04
JUL 10 01 - - - 11 02
AGO 25 08 - - - 33 01
SET 18 07 - - 01 26 02
OUT 19 01 - - - 20 04
NOV 21 07 - - - 28 01
DEZ 07 - - - - 07 02
TOTAL 139 38 00 02 01 181 30
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde / Divisão de Controle Epidemiológico / CCZ

A tabela 2 demonstra com clareza a eficiência das campanhas de vacinação uma vez
que vacinou-se mais animais do que os efetivamente declarados superando a meta de 80%
preconizada pelo Ministério da Saúde.

Tabela 02: Resultados das campanhas de vacinação anti-rábica, no Município de Feira de


Santana no ano de 2006.

ETAPA POPULAÇÃO
ESTIMADA VACINADA PERCENTUAL
1ª ETAPA 80.402 64.509 80,23%
2ª ETAPA 80.402 66.379 82,6%
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde / Divisão de Controle Epidemiológico / CCZ

A situação da raiva em animais no Município de Feira de Santana revela a redução


acentuada no número de casos positivos de raiva animal. Em 2002, o município apresentou 38
casos de animais positivos e em 2006 não se registrou nenhum caso da doença em decorrência
das atividades que foram e continuam sendo desenvolvidas.
Além das atividades do programa de controle da raiva, o setor de manejo de animais
de grande, médio e pequeno porte realiza outras ações (Tabela 03).
Tabela 03: Atividades realizadas pelo setor de manejo de animais de grande, médio e
pequeno porte, no Município de Feira de Santana no ano de 2006.

ATIVIDADES QUANT.
Apreensão de animal errante 68
Denuncia de maus tratos 14
Orientações (aves) 03
Coleta de sangue para diagnósticos de Leishmaniose 73
Denúncia de cão agressor 32
Orientações clínicas 434
Investigações epidemiológicas encaminhadas pelo CSE 36
Orientações por telefone 10
Cadastramento de carroças 364
Vistoria zoosanitária / animal à óbito em domicílio 24
Apreensão de animais de grande porte 219
Investigação de animais de grande porte 02
Vistoria de criação irregular 05
Infestação de carrapatos 11
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde / Divisão de Controle Epidemiológico / CCZ

O CCZ conta com uma equipe multidisciplinar composta de médicos veterinários,


biólogo, pedagogo e equipe de apoio que engloba agentes de zoonoses, técnico de laboratório,
auxiliar administrativo, entre outros, e está estruturado para intensificação dos programas já
implantados e o acréscimo de novas ações.
As atividades de controle de sinantrópicos compreendem a orientação, identificação,
vigilância de espécies sinantrópicas bem como o desenvolvimento das atividades de controle,
destacando-se o controle de roedores, tanto nas ações programáticas nas áreas consideradas de
risco quanto no atendimento a solicitações, evidenciando-se o reconhecimento dos munícipes
quanto à gravidade do problema e a efetiva necessidade de atendimentos realizados no setor
de acordo com a espécie no ano de 2006.

Tabela 04: Atendimentos realizados de acordo com a espécie, no Município de Feira de


Santana no ano de 2006.

ESPÉCIE Nº. DE ATENDIMENTOS


Roedores 27
Peçonhentos 66
Morcegos 23
Outros 29
TOTAL 145
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde / Divisão de Controle Epidemiológico / CCZ
O setor de educação em saúde baseia suas ações preconizando a importância do
caráter preventivo das ações de saúde, que devem estar perfeitamente integradas as ações de
prevenção e controle das zoonoses e dos agravos causados pelas espécies sinantrópicas em um
trabalho conjunto e complementar de forma a aumentar a efetividade das diferentes áreas de
atuação do Centro de Controle de Zoonoses.
Para atingir este objetivo foram realizadas durante o ano de 2006, capacitações
internas e externas, estágios, confecções de material educativo e participação em feiras de
saúde (Tabela 05).

Tabela 05: Atividades de educação em saúde realizadas, no Município de Feira de Santana no


ano de 2006.

ATIVIDADE REALIZADA QUANTIDADE


Capacitações internas 09
Capacitações externas 24
Estágio (estudantes de Medicina Veterinária e de Biologia) 02
Visita técnica 02
Confecção de material educativo 12
Participação em Feiras de Saúde 18
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde / Divisão de Controle Epidemiológico / CCZ

Através das ações realizadas no Centro Municipal de Controle de Zoonoses José


Machado de Amorim, utilizando mecanismos de intercomunicação das diversas atividades e
dos profissionais envolvidos na aplicação de medidas simples e que implicam no
comprometimento de cada um dos membros da comunidade, pode-se reduzir a incidência das
zoonoses e fortalecer um convívio equilibrado do homem com a fauna sinantrópicas e as
populações de animais domésticos tendo como objetivo alcançar um melhor nível de
qualidade de vida.
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O Curso de Medicina Veterinária é de grande relevância por relacionar vida humana à


de outras espécies e por garantir saúde a seres vivos.
Sendo assim, o sucesso de um futuro profissional na área está também atrelado não só
na dedicação acadêmica, como também na prática vivenciada no período de academia.
Acredito que a Veterinária exige que você saiba se relacionar com as pessoas e não só
com os bichos. E esse é um desafio para o profissional que tem que lidar com o campo,
conviver com realidades muito diferentes, já que no período de estágio tive que conviver com
todo tipo de pessoas, das mais humildes às mais poderosas na questão financeira, dos mais
instruídos, aos menos.
O curso de Medicina Veterinária da UNIME tem como objetivo formar profissionais
generalistas, com capacidade de interpretação e de realizar análise crítica das informações,
bem como de aplicar os seus conhecimentos na identificação e solução de problemas nas
áreas de prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças dos animais, defesa sanitária
animal, saúde pública, inspeção e tecnologia de alimentos, produção e reprodução animal,
bem como no âmbito do ensino, pesquisa e extensão, atendendo a Lei 5517/68 e outros
diplomas legais e exercendo a medicina veterinária em prol do desenvolvimento nacional e
das demandas da sociedade.
No entanto, para alcançar os objetivos pretendidos pela faculdade faz-se necessário à
realização de muita prática no período de faculdade e um dos meios para isso é a inserção
prévia no mercado através de estágio, supervisionado ou não.
Ao ingressar como estagiária no Centro Municipal de Controle de Zoonoses, eu como
estagiária passei por um processo de treinamento, principalmente por sentir dificuldade por
não ter nenhuma experiência na área. Apesar de já ter tido uma preparação na faculdade, há
um choque entre a teoria e a prática, além disso, são situações novas na vida da estudante.
Sendo assim, passei por um período de adaptação.
Inicialmente, apresentaram-me toda a estrutura da instituição, os demais funcionários
com seus respectivos cargos e funções, conheci todos os serviços oferecidos, os objetivos da
CCZ, as políticas de funcionamento, as atividades que deveriam ser desempenhadas por mim,
dentre outras coisas.
Dessa forma, realizei atividades internas e externas que serão descritas a seguir.
4.1 Atividades Internas

Como atividades internas, realizava avaliação clínica diária dos animais internados. Os
animais do setor canil/gatil em observação, por suspeita de raiva, têm permanência por 10
(dez) dias e animais apreendidos em vias e logradouros públicos, têm permanência de, no
mínimo, 03 (três) dias.
Realizei eutanásia nos animais e fazia a coleta de tecidos nervosos todas as terças-
feiras destes, bem como de outros trazidos pela Secretaria Municipal de Serviço Público,
através do serviço de remoção de animais domésticos mortos na zona urbana. A coleta era
enviada para o Laboratório Central (LACEN).
Fazia a avaliação e a resenha dos animais de grande porte, encaminhados pela
secretaria de serviços públicos que foram apreendidos na área das vias públicas.

4.2 Atividades Externas

Atuei na área de atendimento a solicitações através de ordem de serviço ao setor


administrativo, encaminhando ao médico veterinário para a triagem. Estas são realizadas
através de orientações por telefone ou por meio de vistoria zoosanitária, com visita na casa do
munícipe, onde pode ser realizada a apreensão do animal quando houver suspeita de zoonoses
e internação no setor canil/gatil. Quando não há apreensão, o animal é observado e dado o
caso como concluído.
Realizei trabalhos na área de investigação epidemiológica em que no momento em que
recebia solicitações pelo CSE (Centro de Saúde Especializada) de pessoas que eram agredidas
por animais (gatos e/ou cachorros) dava entrada para tratamento profilático com esquema de
vacinação anti-rábica. Neste contexto, cabe ao médico veterinário visitar a residência do
animal, quando este tem domicílio, para observar o comportamento do cão ou gato e quando
necessário apreender e internar, observando-o por 10 dias. Quando comprovado que o animal
é sadio, é resgatado pelo antigo dono ou é entregue a doação. Quando detectado que o animal
é doente, é realizada a eutanásia e feita a coleta de material (Tecido Nervoso) para envio ao
LACEN.
Vale salientar que, as atividades realizadas foram de grande proveito para a minha
formação profissional, já que coloquei em prática todo o conteúdo apreendido em sala de
aula, como também pude adquirir conhecimentos que muita das vezes não fazem parte do
conteúdo oferecido pela faculdade. Além disso, tive a oportunidade gratificante de apresentar
projetos para melhoria dos trabalhos do Centro de Controle de Zoonoses, bem como de
participar de pesquisas.
Tive contato com o mundo animal, assim como pude conviver e aprender muito com
profissionais capacitados da área de Medicina Veterinária que me ensinaram o verdadeiro
papel de um veterinário de sucesso.
5 DESENVOLVIMENTO

Afirmar que o médico veterinário é um profissional que se dedica, exclusivamente, à


cura de enfermidades de animais de companhia é coisa do passado. É um grande engano
imaginar-se que esse profissional tem na competência de suas atribuições tarefas tão restritas,
como pensa a maioria esmagadora da população brasileira.
Verifica-se então que, nas últimas duas décadas podem ser consideradas como um
período decisivo para a reestruturação do perfil da maioria das profissões existentes, em
especial, o de medicina veterinária. Com o advento de novas tecnologias associado às
crescentes necessidades de bem estar da população fez com que o mercado de trabalho
passasse a exigir cada vez mais habilidades e proficuidade daqueles que sonham com um
lugar ao sol, que buscam a excelência, o sucesso profissional.
No entanto, para alcançar este patamar de um profissional de sucesso é preciso muita
dedicação, principalmente no período de faculdade. Um dos momentos mais importantes para
um graduando é aquele em que ele está em contato direto, na prática, com sua futura
profissão. E o estágio supervisionado é um destes momentos que deve ser muito bem
aproveitado, já que é nele que o acadêmico consegue colocar em prática toda a teoria
apreendida em sala de aula.
Sendo assim, seguindo essa dinâmica de mercado altamente competitivo, a profissão
do médico veterinário teve de se adaptar às novas tendências. Hoje, pode-se considerá-lo,
antes de tudo, como um profissional de caráter multidisciplinar, especializado não só na cura
de mazelas animais, mas sim nos reflexos destas doenças na qualidade de vida da população.
Neste contexto, para que isso seja possível é necessária uma integração bastante sólida do
profissional em questão com os diversos fatores sociais envolvidos na questão, com o intuito
de que se possa caracterizá-lo como um profissional de caráter médico-social. E todo este
aprendizado se inicia no período de academia.
Dada a relevância da função do Médico Veterinário na Sociedade atual em que está
sujeito às mais variadas solicitações, na sua área de atividade, desde a saúde e bem-estar
animal, à garantia da qualidade e segurança alimentar, passando pela produção animal, pela
proteção ambiental e uma série de outras razões levaram a que se considere, a nível
universitário, a formação generalista do Médico Veterinário como a mais desejável.
O médico veterinário se incorpora muito facilmente ao grupo de profissionais de
saúde por estar habituado a proteger a população contra as enfermidades coletivas.
O tipo de formação recebida pelo veterinário está em harmonia com o conceito de
saúde pública, que considera todos os fatores que determinam a saúde coletiva, sem
limitar-se às necessidades do indivíduo. O informe complementa que em muitas
escolas de veterinária, a medicina preventiva – que se ocupa em combater as
enfermidades animais – forma uma parte tão importante do programa quanto a
patologia, a clínica e a cirurgia veterinária (PFUETZENREITER;
ZYLBERSZTAJN; ÁVILA-PIRES, 2007).

Para tanto, a luta contra as zoonoses se constitui uma das principais atividades de
saúde pública veterinária. Tais enfermidades constituem um irrelevante fator de morbidade e
pobreza, pelas infecções agudas e crônicas que causam aos seres humanos e pelas perdas
econômicas ocasionadas na produção animal. A prevenção e a eliminação desse tipo de
enfermidade no homem dependem, em grande parte, das medidas adotadas contra essas
doenças nos animais.
Entende-se por saúde pública veterinária a implementação das atividades de saúde
pública que empregam conhecimentos e recursos da medicina veterinária para proteger e
melhorar a saúde humana. Percebe-se ainda que, a saúde pública veterinária vincula a
agricultura, a saúde animal, a educação, o ambiente e a saúde humana. Para tanto, seus
princípios de base estão fortemente relacionados com as ciências biológicas e sociais que se
encontram amplamente difundidos na agricultura, na medicina e no meio ambiente.
Reichmann (2004, p. 2) conceitua zoonoses como:

São doenças naturalmente transmissíveis entre animais e seres humanos. Dentre as


zoonoses de relevante importância para a saúde pública e incidentes em áreas
urbanas, destaca-se: raiva, leptospirose, tuberculose, brucelose, toxoplamose, teníase
e cisticercose.

A autora Reichmann (2004, p. 2) chama atenção para outros agravos que são
atribuídos a um Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) afirmando que ele “deve atuar na
prevenção de agravos causados pelos animais peçonhentos como serpentes, escorpiões,
aranhas e outros como os causados por lonomias, lacraias, abelhas, etc”.
Segundo o mesmo autor Reichmann (2004, p. 3), Centro de Controle de Zoonoses
(CCZ) são:

São instituições municipais, com estrutura física específica e personalidade jurídica


legalmente estabelecida, geralmente vinculadas ao órgão de Saúde local (Secretaria,
Departamento, Coordenadoria, Divisão), com competência e atribuição para
desenvolver os serviços elencados nos Programas de Controle de Zoonoses, de
Doenças Transmitidas por vetores e de Agravos por animais Peçonhentos.
Zoonoses são doenças que são transmitidas naturalmente entre animais e seres
humanos, destacando-se: raiva, leptospirose, leishmaniose visceral, tuberculose, brucelose,
toxoplamose, teníase e cisticercose.
A raiva é uma doença provocada por vírus, caracterizada por sintomatologia nervosa
que acomete animais e seres humanos. Transmitida por cão, gato, rato, bovino, eqüino, suíno,
macaco, morcego e animais silvestres, através da mordedura ou lambedura da mucosa ou pele
lesionada por animais raivosos.
Os animais silvestres são reservatórios primários para a raiva na maior parte do
mundo, mas os animais domésticos de estimação são as principais fontes de transmissão para
os seres humanos.
Para o Ministério da Saúde (2006, p. 603) a raiva é:

Encefalite viral aguda, transmitida por mamíferos que apresenta dois ciclos
principais de transmissão: urbano e silvestre. Reveste-se da maior importância
epidemiológica por apresentar letalidade de 100%, além de ser doença passível de
eliminação no seu ciclo urbano, por se dispor de medidas eficientes de prevenção
tanto em relação ao ser humano quanto à fonte de infecção.

A transmissão da raiva ocorre através da penetração do vírus contido na saliva do


animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e
lambedura de mucosas. O vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação,
atinge o sistema nervoso periférico e, posteriormente, o sistema nervoso central. A partir daí,
dissemina-se por vários órgãos e glândulas salivares, onde também se replica e é eliminado
pela saliva das pessoas ou animais enfermos.
A raiva pode apresentar vários sinais clínicos, tornando-se difícil diferenciar de outras
síndromes nervosas agudas progressivas. Os sinais podem incluir alterações de
comportamento, depressão, demência ou agressão, dilatação da pupila, fotofobia (medo do
claro), incordenação muscular, mordidas no ar, salivação excessiva, dificuldade para engolir
devido à paralisia da mandíbula, déficit múltiplo de nervos cranianos, ataxia e peresia dos
membros posteriores progredindo para paralisia.
A leishmaniose visceral (LV), de acordo com o Ministério de Saúde (2006, p. 467):

Foi primeiramente uma zoonose, caracterizada como doença de caráter


eminentemente rural. Mais recentemente, vem se expandindo para áreas urbanas de
médio e grande porte e se tornou crescente problema de saúde pública no país em
outras áreas do continente americano, sendo uma endemia em Franca expansão
geográfica. É uma doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa
duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia, dentre outras manifestações.
Quando não tratadas pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos.
A Leishmaniose Visceral é também conhecida como Calazar, Esplenomegalia
Tropical, Febre Dundun, dentre outras denominações menos conhecidas. É uma zoonose que
afeta outros animais além do homem. É uma doença crônica sistêmica, caracterizada por febre
de longa duração e outras manifestações, e, quando não tratada, evolui para óbito, em 1 ou 2
anos após o aparecimento da sintomatologia. Sua transmissão, inicialmente silvestre ou
concentrada em pequenas localidades rurais, já está ocorrendo em centros urbanos de médio
porte, em área domiciliar ou peri-domiciliar. É um crescente problema de saúde pública no
país (encontra-se distribuída em 17 estados) e em outras áreas do continente americano, sendo
uma endemia em franca expansão geográfica. Tem-se registrado cerca de 2.000 casos, por
ano, no país, com letalidade em torno de 10%.
É uma protozzose pela Leishmaniose donovani, que é transmitida pelos mesmos
mosquitos vetores da leishmaniose tegumentar, ou seja, do gênero Lutzomya (antigamente,
Phlebotomus). Provoca febre, ascite (barriga d'água), hepatomegalia (grande fígado),
esplenomegalia (aumento do baço), emagrecimento, complicações cardíacas e circulatórias.
É muito mais grave que a leishmaniose tegumentar, mas felizmente é muito mais rara,
na proporção de 1 para 20 casos notificados em nosso país. As medidas profiláticas são as
mesmas da leishmaniose tegumentar.
A leptospirose e enfermidade endêmica, bastante comum em épocas de chuvas. É uma
doença causada por bactéria, a leptospira ssp, afetando a maior parte dos animais inclusive o
homem. É transmitida através da urina, água e alimentos contaminados pelo microorganismo,
pela penetração da pele lesada, e pela ingestão. O cão e outros animais como, por exemplo,
rato, bovino e animais silvestres também podem contrair a doença e transmiti-la.
A doença leptospirose é causada principalmente pela urina que os ratos e os
camundongos deixam, de preferência próximo a lugares onde encontram algo para comer:
restos de comida de cachorros, lixo, ossos etc.. Um cão que logo pela manhã, no quintal ou no
jardim, focinha o rastro de um rato e lambe um pouco da urina do roedor é, na maioria dos
casos, condenado.
Depois de 8-14 dias de contágio da leptospirose, manifesta-se a icterícia, o animal
evacua água quase preta, vomita fortemente e morre depois de 3 ou 4 dias.
Os primeiros sinais clínicos observados nos animais doentes são anorexia, apatia, vômito e
febre evoluindo para anemia, icterícia, poliúria, polidipsia, diarréia, a urina pode apresentar-se
com sangue e aparecem erosões (úlceras) na boca ou língua.
A tuberculose continua sendo um importante problema de saúde pública, por ser uma
zoonose que tornou-se reemergente devido, principalmente, a grande incidência entre
portadores de imunodeficiências. A tuberculose, causada por micro-bactérias do grupo
mamífero, em suínos criados em sistemas comerciais, é uma doença raramente encontrada.
Segundo o Ministério da Saúde (2004, p. 732):

O reservatório principal é o homem. Em algumas regiões, o gado bovino doente.


Em raras ocasiões, os primatas, aves e outros mamíferos. Em geral, a fonte de
infecção é o indivíduo com a forma pulmonar da doença, que elimina bacilos para o
exterior (bacilífero). Calcula-se que durante um ano, numa comunidade, um
indivíduo bacifílifero poderá infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.

A tuberculose é considerada uma doença socialmente determinada, pois sua ocorrência


está diretamente associada à forma como se organizam os processos de produção e de
reprodução social, assim como à implementação de políticas de controle da doença. Os
processos de produção e reprodução estão diretamente relacionado ao modo de viver e
trabalhar do indivíduo.
A Brucelose também conhecida por Febre de Malta ou ondulante é uma doença
crônica causada pelas bactérias do gênero Brucella, transmitida pelos laticínios não
pasteurizados.
A infecção é sempre por contato direto com animais infectados ou pelo consumo do
seu leite e derivados não-pasteurizados. O queijo fresco é particularmente perigoso, porque é
freqüentemente produzido artesanalmente com leite fresco e os consumidores raramente se
preocupam em saber se o leite usado f tratado pela pasteurização.
A pasteurização do leite é eficaz na destruição das bactérias, mas a melhor forma de
prevenção é o tratamento das infecções nos animais, ou a sua eliminação e destruição.
Toxoplasmose é uma zoonose - doença transmitida ao homem pelos animais - de
características muito variáveis e ampla distribuição geográfica, sendo encontrada em todos os
continentes dos mais variados climas. É classificada como protozoose – doença causada por
protozoário - o Toxoplasma gondii. É somente nos felinos que o protozoário Toxoplasma
gondii produz os seus ovos.
O modo mais comum de transmissão da Toxoplasmose é a ingestão de alimentos
contaminados, principalmente carnes cruas e mal cozidas.
Os gatos têm o hábito de limpar-se, não deixando restos de fezes pela pelagem, e
enterram seus excrementos. A possibilidade de contaminação dos seus proprietários é mínima
ou inexistente. Acariciar um gato o tê-lo como animal de companhia não representa perigo.
Mordidas ou aranhões do gato também não transmitem Toxoplasmose.
Para que o dono do gato se contaminasse seria necessário que o gato estivesse
infectado pelo Toxoplasma gondii, no período de eliminação de oocistos e que o proprietário
manipulasse as fezes secas do animal, pois as fezes úmidas não transmitem a doença a não ser
que sejam ingeridas.
A Toxoplasmose intestinal pode ser diagnosticada pela análise do material fecal e de
sangue. Em lugares de alto risco, como gatils, refúgios de gatos, gatos de vida livre, etc, é
importante que este controle sejam feitos periodicamente entre duas a três vezes por ano.
A Toxoplasmose extra-intestinal é diagnosticada por análises serológicas seriadas,
onde se detecta os anticorpos contra o parasita, que geralmente estão muito alto. Este
procedimento deve ser repetido num intervalo entre 2 a 3 semanas para não confundirmos os
anticorpos produzidos por uma antiga infecção já superada.
Outros métodos complementares como a radiografia de tórax, fundo de olho, a
citologia dos líquidos corporais são utilizados também para ajudar no diagnóstico.
A teníase é uma verminose freqüentes causada pela Tênia, ou "solitária”, como é
popularmente conhecida, são transmitidas através da ingestão de carne e derivados de porco e/
ou de vaca, ou outro alimento contaminado por cistéceros, conhecidos por "pipoca", "quirera"
ou "canjica". Por sua vez, tanto o porco como o gado é infestado através da ingestão de fezes
de pessoas contaminadas.
A Tênia (nome comum de um platelminto, parasita intestinal de vertebrados) tem o
corpo formado por anéis, mede de 2 a 3 metros e fica alojada no intestino de adultos ou
crianças. Cada anel pode ter até oitenta mil (80.000) ovos que são eliminados pelas fezes.
Na verminose, conhecida como teníase, os sintomas são falta de apetite, perda de peso,
dores de barriga e fraqueza.
A Cisticercose é uma doença que se caracteriza pela formação dos "cistícercos" que
são pequenos grãos que podem se localizar nos músculos, cérebro, pulmão e olhos. Os
animais (porco e boi) e o homem adquirem a cisticercose quando ingerem os ovos da Tênia
que foram eliminados nas fezes humanas.
A cisticercose humana é uma doença muito grave, onde os cisticercos formam
pequenos grãos que podem se localizar nos músculos, coração, pulmão, olhos e cérebro.
Como conseqüência, pode ocorrer dor de cabeça, dificuldade para andar, alteração do
comportamento, convulsão, cegueira e outras complicações que podem levar à morte.
CONCLUSÃO

Verificou-se que as ciências veterinárias, como muitos outros ramos da ciência, são
caracterizadas por uma evolução dinâmica, extraordinariamente rápida, o que leva à
necessidade de uma constante adaptação por parte das Instituições ligadas ao ensino e
investigação veterinárias, que procuram adequar a formação e currículo, para que os
profissionais veterinários, nos diferentes níveis, possam corresponder com competência às
exigências do exercício responsável da profissão.
Sendo assim, através do estágio supervisionado foi possível perceber que o mercado
está cada vez mais exigente no que diz respeito ao perfil do estudante que independente da
área que escolheu, deve buscar a prática da aprendizagem contínua, visão e conhecimentos
gerais, conhecimentos atualizados, antenadas às novas tecnologias que surgem, espírito de
equipe, iniciativa, flexibilidade, criatividade e habilidade de comunicação tanto verbal como
escrita.
O estágio supervisionado, como parte integrante do processo formativo, pôde
habilitar-me a executar uma interação da prática com os conhecimentos teóricos, motivou
meus estudos possibilitando maior entendimento das matérias curriculares até então
estudadas, diminuindo o impacto da passagem da vida estudantil para o mundo do trabalho,
proporcionando um contato maior com a profissão que irei exercer futuramente.
O Centro Municipal de Controle de Zoonoses José Machado de Amorim auxiliou-me
muito, tanto no crescimento profissional como no pessoal, pois além de uma empresa foi o
local em que passei uma boa parte do meu tempo no período estagiado, onde convivi com
pessoas, onde tive que tomar decisões, onde tive que quebrar barreiras minhas e as
enfrentadas pelo próprio setor em que estagiei. Sendo assim, foi um período de extrema
gratificação para mim, pois pude adquirir um grande conhecimento, da mesma forma que
pude contribuir com a bagagem adquirida tanto em sala de aula como em minha vida fora da
faculdade.
Vale salientar, que ao considerar as experiências como fatores fundamentais para
absorção de um profissional no mercado, conclui-se que a experiência adquirida no processo
do estágio contribui consideravelmente na qualidade do currículo, aumentando as chances de
inserção no mercado de trabalho.
REFERÊNCIAS

BEER, Joachim. Doenças Infecciosas em Animais Domésticos. São Paulo: Roca, 1988.

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO. Centro Municipal de Controle Zoonoses. Ano 6 – nº. 01,


dez 2006.

CAL, Ruy Guilherme Rodrigues Cal; MARRA, Alexandre Rodrigues; LEWI, David
Salomão; WEY, Sérgio Barsanti. Toxoplasmose pulmonar — ocorrência em adulto
imunocompetente. Rev. Assoc. Med. Bras.vol. 49 no.2. São Paulo Apr./June, 2003.
Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
42302003000200027>. Acesso em: 05 Mai 2007.

REDAÇÃO, FSOLINE. Centro de Controle de Zoonoses vai ser inaugurado dia 16.
Disponível em: < http://www.fsonline.com.br/geral/materia.asp?id=4182&autor=5>. Acesso
em: 20 Mai 2007.

OMV - Ordem dos Médicos Veterinários. Dia do Médico Veterinário. Disponível em: <
http://www.omv.pt/web/ordem_dia_medico.html>. Acesso em: 19 Mai 2007.

PFUETZENREITER, Márcia Regina; ZYLBERSZTAJN, Arden; ÁVILA-PIRES, Fernando


Dias de. Evolução histórica da medicina veterinária preventiva e saúde pública.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
84782004000500055>. Acesso em: 10 Mai 2007.

MINISTÉRIO da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. 6ª ed. - Brasília - DF:


Secretaria de Vigilância Sanitária, 2006.

REICHMANN, Maria de Lourdes Aguiar Bonadia. Orientação para projetos de Centros de


Controle de Zoonoses (CCZ). 3ª ed. – São Paulo: Intituto Pasteur, 2004.

ROSEN, G. Uma história da saúde pública. São Paulo: Hucitec, 1994.


APÊNDICE G: Modelo de Artigo Científico.

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DE FORMAÇÃO DE PREÇOS PARA O VAREJO

* Malu Mascarenhas Souza

RESUMO
Em um mercado competitividade acirrada, as empresas necessitam elaborar um planejamento
estratégico cuidadoso para obter sucesso nos negócios. Por tanto, para não perder dinheiro, é
necessário uma correta análise e decisão da formação do preço de venda. O presente trabalho
teve o objetivo geral investigar a influencia da formação de preço no varejo na continuidade e
prosperidade de uma empresa. Busca-se conhecer de forma sucinta a formação dos preços
varejistas no mercado brasileiro, os efeitos dos tributos sobre a formação dos preços, as
técnicas habitualmente utilizadas na formação deles, entre outros aspectos. Usou-se o método
descritivo, exploratório, bibliográfico de caráter qualitativo para desenvolver a pesquisa. A
partir do estudo realizado conclui-se que a formação de preço exerce influência no sucesso
das empresas varejistas.

Palavras-chave: Formação de preços; preços varejistas; gestão.

ABSTRACT
The present work had the explicator objective it influences her/it of the price formation in the
retail in the continuity and prosperity of a company. It is looked for to know in a brief way the
formation of the retail prices in the Brazilian market, the effects of the tributes about the
formation of the prices, the techniques habitually used in their formation, among other
aspects. For so much, the administration in this area is of fundamental importance for the
managerial course. Being like this, a company needs to analyze the prices, considering as
presupposition that this overcomes the costs and, mainly, that assists the consumer's needs so
that the company can have a markup enough or superior, through which she can project your
future actions. Being like this, the method descriptive, exploratory was used, bibliographical
of qualitative character. Like this, the intended results were reached of investigating the
influence of the price formation in the success of the company’s retail market.

Word-key: Formation of prices; retail prices; administration.

____________________
* Graduanda do Curso de Administração da Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC
E-mail: malumascarenhas@gmail.com
1 INTRODUÇÃO

O cenário comercial hodierno apresenta, dentre outras, uma questão financeira


fundamental para a manutenção das atividades de uma empresa que consiste na determinação
dos preços de seus produtos ou serviços.
Verifica-se que as decisões empresariais relacionadas com a gestão financeira devem
sempre direcionar a atenção para os custos incorridos e os praticados. Bruni & Fama (2004, p.
349) afirmam que “uma empresa somente conseguirá prosperar e continuar existindo se
praticar preços superiores aos custos incorridos”.
É importante salientar que os preços são determinados não só pelos custos incorridos,
mas também pelo mercado, ou seja, pelo valor atribuído pelos clientes aos produtos e serviços
ofertados, e se a percepção de valor do mercado estiver abaixo do que os clientes desejavam,
as vendas poderão a cair. Sendo assim, faz-se necessário à análise minuciosa se o valor
percebido pelo cliente é condizente com o preço cobrado.
Apesar do sucesso organizacional de varejo não ser consequência direta da decisão a
respeito dos preços, isso porque, a questão da escolha do preço não é o único fator que
influencia no sucesso de uma organização, a formação deste é um aspecto de extrema
importância para uma empresa, pois o preço estabelecido de forma errada pode causar até
mesmo a falência de uma organização.
De acordo com Santos (1990, p. 173), “além dos custos, o processo de formação de
preços está ligada às condições do mercado ao nível de atividades e a remuneração do capital
investido”. Assim, o cálculo do preço de venda deve ser um valor que possibilite para a
empresa a maximização dos lucros, buscando atender a qualidade e otimizar o aproveitamento
da produção.
Considerando o exposto acima, este trabalho busca apresentar de forma clara e
objetiva a importância da formação de preços de empresas brasileiras do ramo varejistas, sob
a óptica baseada nos custos incorridos, bem como nos aspectos qualitativos provenientes do
mercado. Vale salientar que tudo o que rege o sistema econômico de um país exerce
influência em uma sociedade, sendo assim, este estudo poderá incitar questionamentos e
análises que contribuirão, direta ou indiretamente, com o crescimento dos negócios em geral.
Pretende-se ainda que este estudo sirva de contribuição para acadêmicos, em especial,
de administração e contabilidade, profissionais da área, empresas em geral e interessados no
tema.
Inicialmente, identificou-se o seguinte problema neste artigo: Como a formação de
preços pode influenciar no sucesso da empresa varejista?
Para responder este problema formulou-se a seguinte hipótese:
 Se a formação de preços influencia no sucesso organizacional, assim faz-se
necessário um estudo acerca dos elementos que compõe este preço de acordo com as
especificações da empresa.
Neste contexto, o objetivo geral desse estudo centrou-se em investigar os componentes
que devem se analisados para formação de preços em empresas varejistas. Para tanto, mais
especificamente, destacam-se os seguintes objetivos: expor os principais conceitos
relacionados à formação de preços no mercado varejista; estudar como a formação de preços
no varejo pode influenciar na maximização dos lucros e no sucesso da empresa; elucidar
como a formação de preços de produtos e serviços em uma empresa varejista pode causar a
elevação ou a redução das vendas. Além disso, tem-se o objetivo e apresentar análises
embasadas em referências teóricas, bem como, expor conclusões a respeito do estudo
realizado a respeito do tema.
A metodologia usada neste trabalho pretende disponibilizar sustentação teórica
cientificamente necessária para o alcance dos objetivos e programa predeterminados. Sendo
assim, partindo das premissas explicitadas, consultou-se Vergara (2004), Lakatos e Marconi
(2001) e Vianna (2001) no que diz respeito ao trabalho científico e o que se pretende
apresentar através dele.
Em atenção aos propósitos deste estudo, a pesquisa realizada neste trabalho será de
caráter exploratório-bibliográfico-descritivo e de natureza qualitativa.
De acordo com Vianna (2001, p. 21) a pesquisa exploratória é aquela em que “os
objetivos pretendidos na pesquisa são entender uma situação, um fato, um problema, um caso
a partir de estudos feitos por outros autores ou experiências vivenciadas por outras pessoas”.
De acordo com o autor a pesquisa exploratória abrange conceitos ainda não esgotados
completamente na literatura, ou seja, em que existe pouco conhecimento e que não foi
estudado suficientemente.
A pesquisa utilizará o método descritivo qualitativo assumindo a forma de pesquisa
bibliográfica por procurar estudar a formação de preços de empresa varejista através de
referências teóricas adquiridas em literaturas (pesquisa bibliográfica e documental) e
informações existentes a respeito do tema estudado.
Este estudo divide-se em 6 (seis) capítulos: O primeiro capítulo introduz o trabalho,
apresentando o problema, a hipótese levantada, as metodologias e os objetivos; o segundo
capítulo descreve o histórico da formação de preço no mercado varejista brasileiro; o terceiro
mostra as técnicas habitualmente utilizadas na formação de preços no mercado varejista; no
quarto buscou demonstra os aspectos quantitativos na formulação de preço no mercado
varejista; o quinto elucidou-se os aspectos qualitativos na formulação de preço no mercado
varejista; e para finalizar a pesquisa, conclui-se expondo as considerações finais; e, por fim,
apresenta-se as referências utilizadas para embasar o artigo.

2 FORMAÇÃO DE PREÇO NO MERCADO VAREJISTA BRASILEIRO

O histórico das trocas de mercadorias surgiu com a especialização que as antigas


famílias possuíam para produzir determinados bens em detrimento de outros. Assim, elas
produziam o que era necessário para sua subsistência e, em alguns casos, produziam bens
excedentes que podiam ser trocados com outras famílias.
Até o século XIV, em épocas em que o comércio era baseado no escambo, o preço era
representado pelo ato de trocar um bem ou serviço por algo que queria adquirir. Desta forma,
foram surgindo às primeiras formas de comercialização e a formação dos mercados.
Com o passar do tempo, as moedas e os intermediários, foram incorporados como
facilitadores no processo de troca. Os intermediários passaram a ser agentes fundamentais,
viabilizando o processo e reduzindo a quantidade de transações necessárias para a troca. Os
intermediários facilitavam a distribuição, entregando aos consumidores o que eles precisavam
e na época necessária.
Com o tempo, por volta dos séculos XV e XVI, com o surgimento da monetarização
das relações econômicas, emergia o único fator capaz de gerar vantagem competitiva, em um
mercado em que os produtos eram totalmente padronizados e a sociedade era marcada por
uma maioria de famílias com renda baixa.
Muitos especialistas definiram um conceito para varejo, segundo Kotler apud Matos
(2006, p. 38) a definição é a seguinte:

O varejo inclui todas as atividades relativas à venda de produtos ou serviços


diretamente aos consumidores finais, para uso pessoal e não - comercial. Um
varejista ou uma loja de varejo é qualquer empreendimento comercial cujo
faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no varejo.

São diversas as definições para varejo, no entanto, independente da forma, é


importante enfatizar que o varejo trata-se da comercialização a consumidores finais. Para
tanto, qualquer organização que venda para os consumidores finais, seja fabricante, atacadista
ou varejista, está fazendo varejo. Não obstante, no caso das empresas que vendem para
atacado e varejo, são consideradas varejistas, se as operações de vendas para varejo
realizadas, forem superiores a 50%.
Barros apud Henkes (2006, p. 22) afirma que:

O mercado varejista é aquele, onde os consumidores adquirem suas mercadorias.


Os vendedores são chamados varejistas, que colocando as mercadorias no
momento, na forma e no lugar desejados pelos consumidores, constituem-se no
último elo da cadeia de intermediários envolvidos na comercialização .

Com uma economia centralizada no mercado e um avanço súbito de tecnologias


inovadoras, permitiu um crescimento acelerado de novos produtos e suas diversas variações.
Neste cenário, a diferenciação tornou-se a palavra de ordem dos negócios, o que fez com que
as organizações criassem novas ferramentas em busca de vantagem competitiva. No entanto,
o aspecto preço continua sendo o foco principal das decisões na gestão empresarial.
A partir da década de 90, o país passou a combater a inflação e os mercados brasileiros
começaram a se abrir. Além disso, a estabilidade econômica criou padrões de comparação
para os consumidores, pressionando a indústria e o varejo a se adaptarem ao parâmetro de
preços utilizados pelo mercado. Desta maneira, faz-se necessário que seja realizada uma
política de preços eficientes no intuito das organizações alcançarem seus objetivos de lucros e
ascensão a médio e longo prazo.
Clave de Cristo (2006, p. 17) afirma que:

A política de preço é formulada em função do valor de mercado que a empresa


define para os seus produtos. O preço deve ser adequado ao produto, assim como o
mercado em que será lançado, pois pode ser um fator de distinção entre os
concorrentes. Se o preço não corresponde à noção de valor que o cliente tem sobre
o produto a compra não ocorre. Uma das questões básicas na definição do preço é o
efeito dos preços praticados pela empresa, em relação à imagem do produto e da
empresa em comparação com as ofertas concorrentes.

Verifica-se que algumas empresas não sabem lidar com o preço. Sendo assim, Kotler
apud Leão (2006, p. 1), alguns erros que acontecem nas empresas neste aspecto são preços:
excessivamente orientados pelos custos; não revisados de acordo com as mudanças do
ambiente competitivo; não segmentados o suficiente de acordo com cada grupo de clientes; e
preços que não levam em consideração o restante do composto de marketing.
Uma das tarefas fundamentais do contexto financeiro de uma organização consiste na
análise de custos, preços e valores, isto porque, deste minucioso estudo pode depender o
sucesso ou o fracasso de uma empresa, em especial, a varejista.
Bruni e Fama (2004, p. 21) conceitua preço como “a importância recebida pelas
entidades em decorrência da oferta de seus produtos ou serviços”. Segundo os autores, tais
importâncias “devem ser suficientes para o bastante para cobrir todos os custos incorridos e
ainda fornecer um lucro para a entidade”.
Kotler e Armistrong (2005, p. 6) apresentam um outro conceito para preço como “a
soma de dinheiro que os clientes devem pagar para obter o produto”. O valor para o cliente é a
diferença entre os valores que ele ganha comprando e usando um produto e os custos para
obter esse produto.
Segundo Monroe apud Leão (2006, p. 41), “o preço é um dos principais determinantes
para a escolha dos produtos pelos compradores”. Neste contexto, percebe-se que esta
importância tem crescido ao longo dos tempos, em razão a diversos fatores, como: “maior
diferenciação dos produtos, desenvolvimento tecnológico e globalização da economia”.
Verifica-se que o preço é um dos elementos-chave para atingir o volume de vendas almejado
e, por conseguinte, tem relevante impacto nos lucros das empresas. Vale enfatizar que, para o
consumidor, o preço tem papel fundamental em sua percepção com relação à qualidade do
produto.
Para uma organização quanto maior for o preço cobrado por um determinado produto,
maiores serão os lucros, em consequência, os resultados também serão em proporções mais
elevadas. Os níveis de preços são estabelecidos pelo mercado consumidor. Sendo assim, se
uma empresa só consegue permanecer nos mercados se seus preços forem mais elevados que
os seus custos, o consumidor só adquirirá os produtos após identificarem um valor superior ao
preço no produto.
Verifica-se que a formação de preços é uma questão complexa para qualquer empresa,
quer seja pela dificuldade técnica envolvida ou pelo mero desconhecimento do mercado em
que atua ou, especialmente, pela alta carga tributária sobre os bens e serviços comercializados
no Brasil.
Para Assef (2006, p. 01) as organizações levam em consideração para a formação de
preço os “custos internos, fixos e variáveis, ou os preços praticados pela concorrência como
parâmetro básico”. Não obstante, esses dois componentes financeiros e mercadológicos
precisam ser analisados, no entanto, não podem ser os únicos e decisivos fatores. Tais
decisões, embasadas apenas nestes aspectos, podem comprometer a maximização de suas
receitas e acarretar em perda de competitividade.
Verifica-se que as empresas varejistas que conseguem – a partir da percepção do
consumidor – agregar valor aos seus produtos e traduzi-los no preço de venda, conseguem
estar à frente de seus concorrentes no que diz respeito aos seus potenciais de geração de
resultados.
Percebe-se que ao quando as empresas apenas acompanham o preço de mercado, não
são enfatizadas as questões tais como os investimentos realizados anteriormente, os custos
operacionais diferenciados entre as empresas, o retorno sobre o capital empregado, além das
percepções dos consumidores quanto aos diferenciais de cada ofertante.
O fato de seguir apenas como parâmetro os preços de mercado e, até mesmo,
multiplicar seus custos por determinado fator são práticas simples. No entanto, não traz,
necessariamente, maiores lucros.
Entende-se que, ao calcular o preço de venda, as empresas devem buscar valores que
maximizem os lucros, proporcionem a utilização eficaz da capacidade de produção instalada,
possibilitem alcançar as metas de vendas com o tal preço e permita a otimização do capital
investido.
Resumidamente, para a formação do preço de venda, devem ser observados alguns
fatores: inicialmente, calcula-se um preço mínimo para venda, que seja capaz de cobrir os
custos e, posteriormente, deve-se levar em consideração a situação mercadológica (volume de
vendas, prazos de pagamentos, condições de entrega, qualidade, entre outros). Depois, fixa-se
o preço mais apropriado, levando em consideração as condições diferenciadas, para atender:
prazos diferentes de financiamento de vendas; descontos para prazos mais curtos e comissões
sobre vendas para cada condição; volumes distintos.

3 TÉCNICAS HABITUALMENTE UTILIZADAS NA FORMAÇÃO DE PREÇOS NO


MERCADO VAREJISTA

Entre os fatores que interferem na formação do preço de venda estão: a qualidade do


produto diante das necessidades do mercado consumidor; a demanda estimada do produto; a
existência de produtos similares a preços menores; o controle de preço por órgãos
reguladores; os níveis de produção e de vendas que se pretende ou que se pode operar; os
custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto; os níveis de produção e
vendas desejados; entre outras coisas.
A seguir serão elucidados alguns desses aspectos.
3.1 Utilização da nota fiscal de compra como fonte de informação

No mercado varejista, a principal fonte de informação para os cálculos dos custos do


produto e, por consequência, da formação de preços dos produtos é a nota fiscal de compra.
É na nota fiscal que são discriminadas as quantidades, marcas, pesos, preços,
descontos, impostos e fretes dos produtos comprados. Teoricamente, fazem parte dos custos
dos produtos numa nota fiscal os elementos abaixo, no entanto, nem todos vêm discriminados
(SOUSA; CANEDO JR, 2006):
 ICMS: Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. No preço de venda do
produto já se encontra embutido o valor do ICMS incidente.
 IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados. Incide sobre o preço de venda total
(imposto externo). Assim, não se deve deduzir o ICMS de entrada do custo para se efetuar o
cálculo do IPI;
 PIS e COFINS: Esses dois tributos são inseridos no cálculo do custo com o intuito
de medir os impactos na manutenção da margem pretendida. Correspondem a contribuições
que as empresas fazem ao Governo com finalidades sociais, cuja base de cálculo é o preço de
venda do produto.
 Frete: Geralmente, o frete é pago pelo comprador que é chamado de frete FOB e,
portanto, deve ser incluído no cálculo do custo. Pode vir também embutido no preço, o
chamado frete CIF, que é pago pelo remetente. Sendo a primeira opção, os custos devem ser
apropriados através da divisão do valor total do frete pelas unidades embarcadas;
 Descontos Comerciais: São concedidos ao comprador em virtude de diversos
fatores, tais como volume de compras, prazos mais curtos e fidelidade. São resultados de
negociações dos compradores com os respectivos fornecedores;
 Descontos Financeiros: Correspondem a um percentual sobre o valor total da
fatura, ou seja, o valor total do produto com desconto comercial acrescido do IPI. Não
confundir com o desconto por antecipação de pagamento;
 Prazos: Os prazos de pagamento de fornecedores, recolhimento de impostos e
recebimento das vendas ao serem considerados no processo de precificação levam a
diferenças no preço final em função dos custos de oportunidade envolvidos.
 CPMF: Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras. Apesar de ser
uma medida ainda provisória, enquanto em vigor, deve ser considerado.
Além dos elementos citados acima, há outros que devem ser considerados no
momento da formação de preços, tanto em aspectos quantitativos quanto qualitativos.

3.2 Efeitos dos tributos sobre a formação de preços no varejo

A compreensão dos custos em uma empresa é de extrema importância e requer uma


análise minuciosa e dos tributos incidentes sobre os produtos e serviços.
Apesar de diversos impostos não serem registrados contabilmente nos custos dos
produtos por possuírem mecânica própria de registro e compensação ele são relevantes na
determinação de preços. Nota-se imediatamente que os tributos indiretos atingem os
consumos e, dessa forma, toda a atividade comercial das empresas.
Sendo assim, é necessário analisar os tributos que incidem na formação do preço dos
produtos que são comercializados: o Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços
(ICMS), o Programa de integração social (Pis), a Contribuição social para o financiamento da
seguridade social (Cofins) e a Contribuição provisória sobre a movimentação financeira
(CPMF). Neste trabalho, será deixado de lado o Imposto sobre produtos industrializados (IPI),
por tratar-se de tributo que incide na atividade produtiva, sendo absorvido na forma de custo
pelo varejo e o atacado.
Há casos extraordinários em que existe a chamada substituição tributária, onde o
ICMS do varejo é antecipado, ou seja, é recolhido pelo fornecedor em substituição à ponta da
cadeia produtiva. Atualmente, observa-se também o mesmo processo em itens como alguns
medicamentos e perfumaria, onde o Pis e a Cofins são antecipados e recolhidos pelo
fornecedor, em um mecanismo semelhante ao do ICMS substituto.
Segundo Bruni e Fama (2004, p. 300):

Preços praticados nos mercados devem ser suficientemente capazes de remunerar


os custos plenos, gerar margem razoável de lucro e cobrir todos os impostos
incidentes, que podem ser de três diferentes esferas – federal, estadual e municipal
– e de dois tipos básicos – cumulativos e não cumulativos.

No Brasil, onde os tributos são muito altos em comparação a outros países, a análise e
contemplação dos impostos é uma dos principais fatores na fixação de preços que devem ser
realizadas com o devido cuidado.
Segundo dados do site da Fonte Advogados Associados (2006), o Brasil é o 17º do
ranking de imposto no mundo. O Brasil tem uma das cargas tributárias sobre empresas mais
altas do mundo. Além disso, o site elucidou que no Brasil, o imposto médio sobre uma
empresa é de 34% sobre a receita anual e que em apenas 16 (dezesseis) economias as
companhias estão sujeitas a taxas mais elevadas que no Brasil. Sendo assim, o País ainda tem
carga tributária bem acima da média mundial, de 27,1%, e da média latino-americana, de
28,1%.
O estudo da consultoria KPMG apresentado no site Fortes Advogados Associados
(2006) demonstrou que as principais economias do mundo, como Estados Unidos, Alemanha
ou Japão, cobram algumas das maiores cargas tributárias do mundo e superiores à do Brasil.
Salienta-se ainda que os impostos americanos sobre as empresas chegam a 40%, assim como
no Japão. Na Alemanha, as taxas são de 38%; na Itália, de 37%.

4 ASPECTOS QUANTITATIVOS NA FORMULAÇÃO DE PREÇO NO MERCADO


VAREJISTA

Geralmente, as empresas adotam quatro métodos para formação de seus preços,


porém, o método baseado no custo da mercadoria é o mais comum na prática empresarial e
consiste em adicionar uma margem fixa a um custo-base, conhecido como mark-up.
Sob a óptica baseada nos custos incorridos, com relação aos aspectos quantitativos
considerados na formação de preços, o método mais usado na formação de preço do mercado
varejista que é o mark-ups, do inglês marca acima.

O mark-up é, portanto, não apenas uma expressão numérica ou uma taxa, mas um
mecanismo que reflete toda uma situação vivida pela empresa em uma dada
economia. Na origem do mark-up se encontram as condições institucionais da
economia, as forças que imperam sobre o mercado e seus agentes, o grau de
interferência estatal, o grau de monopólio ou oligopólio, as condições tecnológicas
e, até mesmo, a forma e as condições em que se dão as disputas de classe por
parcelas da renda nacional”. (MENEZES apud COSTA, 2006).

O mark-up é um índice aplicado ao custo unitário para se chegar ao preço. Este, por
sua vez, deve ser considerado suficiente para superar todas as outras despesas não incluídas
nos custos do produto, da mesma forma que deve gerar uma lucratividade considerável de
maneira a assegurar a sobrevivência no negócio.
Verifica-se que uma das principais razões da aplicação do mark-up acontece devido ao
fato de possibilitar uma grande simplificação de processo de formação dos preços – já que
custos fixos e os outros gastos são incorporados diretamente no percentual do mark-up. Para
tanto, não necessita serem apurados individualmente por produto ou serviço comercializado.
O mark-up é na maioria das vezes é utilizado em empresa comercial.
Para o cálculo do preço de venda é necessário obter o valor do custo de compra das
mercadorias e a fixação do mark-up. Para tanto, o percentual de mark up é geralmente
aplicado sem um embasamento mais profundo. Pode ser o percentual usado pela empresa 
líder do setor ou aquele escolhido pelo administrador com base na tradição.
O preço a ser cobrado dos clientes deve ser o necessário para cobrir os custos de
produção e de comercialização. O custo total de uma empresa é composto de custos fixos e
custos variáveis. Logo, se as receitas da empresa não forem suficientes para cobrir os custos
totais, ela terá prejuízo. Para que isso não aconteça é necessário precificar os produtos ou
serviços com base nos custos, ou seja, o preço de venda deve ser estipulado acima dos custos
de produção e de comercialização.
Em algumas situações, utilizam-se do método de precificação pela taxa de retorno, que
é semelhante ao mark-up, pois determina-se o valor dos custos totais e sobre eles é
acrescentada uma taxa desejada de retorno para estabelecer o preço de venda do produto ou
serviço.
No uso do mark-up, o ponto de equilíbrio é uma técnica usada para identificar em que
nível de vendas o produto ou linha de produtos está satisfazendo os custos totais e o seu
desempenho em termos de lucratividade.
Consideram-se três processos de determinação de preços – baseados nos custos, no
consumidor ou na concorrência – como métodos genéricos de formação de preços. Assim, os
processos de definição de preços baseados nos custos buscam, de alguma forma, adicionar
algum valor aos custos (BRUNI; FAMA, 2004).
O método genérico de formação de preço com base mos custos apresentam as
seguintes vantagens: simplicidade, segurança, justiça. No entanto, esse método apresenta a
desvantagem de não considerar nem a demanda, nem tão pouco os níveis de concorrência.
A maioria das empresas não sabe qual é o custo total de um produto ou serviço, e
quando sabem, não repassa essa informação ao executivo de marketing responsável pela
determinação de preços. Essa seria uma das razões principais pelas quais os “marketeiros”
dedicam tão pouca atenção à fixação de preço, embora devam conhecer esses custos, para
poder determinar corretamente os preços.
O segundo método de estabelecer preços é baseado no valor percebido do produto pelo
mercado consumidor, em que a as empresas aplicam a percepção que os consumidores
apresentam a partir do valor do produto e não os custos que o vendedor tem. Isso implica em
afirmar que os preços são formados ajustando-se aos valores percebidos pelos consumidores.
A terceira metodologia de definição de preço aplica a análise da concorrência. Ou seja,
a concorrência é quem determina os preços a serem utilizados, os custos ou demanda das
empresas passam a não ter tanta relevância na formação de preço nesta metodologia.
O método que é baseado nas decisões tomadas pelas empresas concorrentes é dividido
em: método do preço corrente; método de imitação de preços; método de preços agressivos; e
método de preços promocionais. O primeiro é direcionado para produtos vendidos a preço
semelhantes por todos os concorrentes. No segundo, o preço adotado é o mesmo de um
concorrente específico. O terceiro acontece quando um grupo de empresas concorrentes
estabelece a tendência a uma redução agressiva de preços até serem atingidos, em certos
casos, níveis injustificáveis economicamente, ou seja, abaixo do custo das mercadorias. E o
último, é baseado basicamente em oferecer aos clientes produtos a preços tentadores, na
intenção de atrair público ao seu estabelecimento, compensando o custo disso em outros
produtos que o cliente adquirir.
O quarto método é misto. Deve-se observar a combinação de fatores como custos
envolvidos, decisões da concorrência e características do mercado.
Além dos aspectos quantitativos na formulação de preço, faz-se necessário a análise
dos aspectos qualitativos, que serão abordados a seguir.

5 ASPECTOS QUALITATIVOS NA FORMULAÇÃO DE PREÇO NO MERCADO


VAREJISTA

Com um mercado altamente competitivo, as decisões empresariais associadas à gestão


financeira, precisam estar atentas aos custos incorridos e aos preços praticados.
Assim, se a percepção de valor do mercado para o produto ou serviço oferecidos pela
empresa for inferior ao desejado pelos consumidores, as vendas poderão cair, já que, a
maioria dos consumidores a primeira coisa que verificam no momento da compra é o preço, a
segunda é o valor agregado ao produto e o custo x benefício que o produto poderá lhes
proporcionar, e não condizendo com o esperado o nível de probabilidade de que ele deixe de
comprar, eleva-se. Sendo assim, faz-se necessário analisar o valor percebido pelos
consumidores,
Entende-se que diversos fatores relacionados aos custos e aos valores percebidos pelos
consumidores exercem influências na formação de preços de venda. Bruni e Fama (2004, p.
351), citam alguns dos principais fatores que ligados a tarefa de determinação de preços:
capacidade e disponibilidade de pagar do consumidor; qualidade/ tecnologia do produto em
relação às necessidades do mercado consumidor; existência de produtos substitutos a preços
mais vantajosos; demanda esperada do produto; níveis de produção e / ou vendas em que se
pretende ou que se pode operar; mercado de atuação do produto; controle de preços impostos
por órgãos governamentais; custos e despesas de fábrica, a administrar e comercializar o
produto; ganho e perdas de gerir o produto.
Em suma, verifica-se que, para que uma empresa possa cobrar preços superiores aos
custos, faz-se necessário criar valores maiores. Ou seja, a empresa precisa ampliar o conceito
do produto, pois os consumidores não compram puramente e simplesmente o produto ou
serviço, mas também as vantagens que esses podem lhes proporcionar. E este conceito se dá
ao agregar valor ao bem, quer seja, das vantagens que o atendimento da empresa poderá
proporcionar ao cliente, valor de informação, de tempo, lugar, ou, até mesmo, de informação.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A sociedade contemporânea de economia globalizada apresenta um mercado de


concorrência acirrada, os preços competitivos, que tem levado as empresas a tomarem
decisões fundamentais a sua sobrevivência, tais como: oferecer preço que “agrade” ao cliente
e o preço necessário para sua manutenção e crescimento no mercado.
Verifica-se que ao mesmo tempo em que o “sucesso” de uma empresa pode não ter
conseqüência direta na decisão com relação aos preços, um preço equivocado pode causar a
ruína de uma empresa.
Identificou-se no estudo que os preços no mercado varejista precisão ser suficientes
para pagar os custos plenos, proporcionar uma margem de lucro considerável e ter capacidade
de pagar todos os impostos em geral.
Percebeu-se no estudo que, diversas podem ser os métodos quantitativos e qualitativos
associados ao processo de definição de preços. O primeiro, têm o objetivo de construir o
preço baseado nos custos incorridos, que podem ser mensurados e analisados sob diferentes
pontos de vista. No entanto, é possível perceber que todo e qualquer preço de um determinado
produto sempre estará sujeito ao valor percebido pelos consumidores em relação aos produtos
e/ou serviços ofertados, neste caso, utilizando como pressuposto o segundo método.
O preço de comercialização de um bem ou serviço é uma decisão que determina a
viabilidade da organização no tempo. O mercado é que irá validar, ou não, o empreendimento.
O valor de um produto ou serviço é estabelecido dentro do ambiente interno da empresa e
deve ser comparado com o conjunto de valores que os consumidores estão dispostos a trocar.
Atualmente, por questões estruturais e conjunturais, o poder de decisão sobre os
preços está nas mãos dos compradores. É papel fundamental das empresas encontrarem um
novo equilíbrio, pois a função do preço é viabilizar a rentabilidade do empreendimento.
Haja vista que é fundamental a existência de uma coerência entre o preço e outros
elementos com o intuito de determinar a posição dos produtos, cabe salientar que algumas
empresas passam a utilizar os preços utilizados pela concorrência para formar seus próprios
preços. No entanto, muitas vezes, este intuito pode ser considerado uma política de preço
errada, pois preços muito altos ou muito baixos na percepção do cliente podem
costumeiramente causar perda às empresas.
Faz-se necessário analisar qual a maneira viável para colocar o preço correto segundo
o valor percebido pelo mercado. Portanto, é essencial que se calcule o valor do produto
levando em consideração todas as variáveis do composto mercadológico, para assim formar o
preço.
Diante do exposto, pode-se concluir que a formação de preço é fator extremamente
importante para a saúde financeira da empresa e para ela como um todo, pois por meio dele, é
possível projetar o lucro, o fluxo de caixa, o poder de compra, a posição da empresa do
mercado, definir estratégias e tomar decisões.

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MATOS, Silva Carla. Responsabilidade Social como parte integrante do Processo de


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SOUSA, Almir Ferreira de; CANEDO JUNIOR, José. Formação do preço de venda em
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SOUZA, J. J. Análise de custos. São Paulo: Atlas, 1990. p. 173.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. – 5. Ed.


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VIANNA, Ilca Oliveira de Almeida. Metodologia do trabalho científico: um enfoque


didático da produção científica. São Paulo: E.P.U. 2001.

WERNKE, Rodney. Gestão de custos: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2001. p.
126 – 134.
APÊNDICE H: Modelo de Projeto de Pesquisa.

1 INTRODUÇÃO

A saúde, de uma forma geral, tem sido uma preocupação permanente tanto das pessoas
individualmente ou em suas famílias, quanto da sociedade como um todo e de seus
governantes. É um bem que, nos dias hodiernos, tem um custo que cresce diariamente.
A elevação dos custos ocorre devido ao avanço constante das tecnologias, o que torna
os equipamentos, métodos e processos mais sofisticados e eficazes, consequentemente, mais
caros. Assim, percebe-se que, no intuito de buscar serviços de saúde com níveis de conforto,
qualidade e segurança, cada vez maiores, as pessoas acabam por pagar mais pelos serviços,
em contrapartida, gerenciar os custos com a saúde conciliando-os com as disponibilidades
financeiras da população, torna-se cada vez mais complicado.
Nas últimas décadas, percebe-se que as discussões a respeito das questões estratégicas
no gerenciamento e controle das organizações de saúde e seus processos de gestão, tanto
públicas, quanto privadas, vêm crescendo consideravelmente.
Neste contexto, a auditoria torna-se um importante instrumento que vem sendo
mundialmente utilizada e reconhecida por todos os tipos de organizações prestadoras de
serviços de saúde, por profissionais da área médica, por administradores de saúde de uma
forma geral.
A auditoria em saúde foi criada por uma urgente necessidade do sistema estatal de
saúde. Os prestadores de serviços médicos, por não ter controle algum, fraudavam o sistema
de diversas formas. Com o objetivo de minimizar o impacto financeiro o Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social – INAMPS instituiu um sistema de controle.
Com o passar do tempo, essa atividade de avaliação e controle nos serviços de saúde
foi rapidamente incorporada pelo mercado e não havendo tempo suficiente para a preparação
ou regulamentação desta, e nem tão pouco para a formação dos profissionais que atuariam
como auditores.
Atualmente, a maioria das organizações de saúde brasileiras possui em sua estrutura
um departamento de “auditoria médica” ou, pelo menos, a presença de um “médico auditor”.
Percebe-se que, os estudos sobre auditoria em saúde existentes na literatura
internacional apresentam enfoques diferentes daqueles constatados na prática dessa atividade
no Brasil. Alguns autores sugerem que esta prática está direcionada para o controle ou
aprimoramento da qualidade no atendimento prestado ao usuário dos serviços de saúde,
enquanto para outros, está voltada para o controle de custos e gastos do sistema. Constata-se
ainda que a maioria desses trabalhos científicos descreve uma “auditoria médica” que pouco
se assemelha à atividade que é exercida no sistema de saúde atualmente.
É freqüentemente denominado de auditoria médica o processo segundo o qual o
controle de qualidade é exercido numa organização de saúde, podendo envolver um grupo
técnico de fora da instituição.
Sendo assim, tal pesquisa tem como tema: Principais causas de glosa e principais
fatores impactantes ao faturamento do Hospital X no ano de 2007.

2 PROBLEMA

Identificou-se inicialmente a seguinte problemática: Quais as principais causas de


glosa e os principais fatores que exercem impacto no faturamento do Hospital X em 2007?

3 JUSTIFICATIVA

A atividade de auditoria em saúde tem o objetivo de assegurar a qualidade da


assistência médica, respeitando as normas técnicas, éticas e administrativas. A função do
auditor não deve ser vista apenas como um meio para redução de custos, e sim como um
aliado, garantindo qualidade da assistência prestada ao paciente com custo adequado.
A literatura científica a respeito do assunto auditoria na saúde no Brasil é ainda
escassa, justificando a realização de pesquisas que possam caracterizar o campo da prática de
auditoria em serviços e sistemas de saúde. Estes fatos constituíram um grande incentivo e o
motivo pelo qual procederá esta pesquisa.
O tema auditoria está sendo muito discutido nos últimos tempos, sendo alvo de
diversos estudos, especialmente no setor de prestação de serviço em saúde. Desta maneira, a
pesquisadora sente-se encantada com o tema e gratificada por poder contribuir com as
ciências, mesmo que em pequena proporção, mas contribuir para tal estudo. Além disso,
pretende-se esclarecer previamente os principais conceitos de gestão de processos, finanças,
educação continuada, clima organizacional, dentre outros.
A glosa associada aos fatores que levam ao atraso no faturamento constituem
elementos fundamentais no processo de perda financeira do Hospital X em 2007. Verifica-se
então que, o hospital em questão tem inúmeros problemas que contribuem no processo de
glosas no Departamento de Auditoria Médica e atrasos no faturamento. Sendo assim, essa
pesquisa se justifica por procura identificar as distorções nos processos internos e sugerir
melhorias com o objetivo de aumentar o faturamento e reduzir perdas financeiras,
contribuindo para uma visão estratégica de negócio em saúde.
Esta pesquisa tem caráter social, por buscar mostrar a importância da auditoria nos
hospitais de forma a buscar diminuir custo e repassando menores preços na oferta de
prestação de serviços de saúde a sociedade. Isso implica em afirmar que quando os custos da
saúde diminuem não comprometendo a qualidade, dá oportunidade às pessoas de
possibilidades de dispêndios menores a terem acesso a tais serviços. Se a saúde da população
melhora, avança com ela toda uma sociedade, por melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Tal pesquisa é de suma importância nesse contexto e pode ser utilizada por todos os
tipos de empresas prestadoras de serviços de saúde, por acadêmicos e, por que não,
profissionais e da área médica, administradores e contadores de saúde de um modo geral,
formados ou não, dentre outros profissionais que apresentem interesse nos assuntos
abordados.
Em suma, espera-se que o espaço atingido e os resultados obtidos por este projeto
sejam importantes, tanto para pesquisadora, quanto para as pessoas que lerem o trabalho.
Ocorrendo estas situações, a pesquisadora terá concretizado sua parcela de contribuição para a
melhoria da saúde, como consequência, melhoria de qualidade de vida da sociedade, em
especial a de Salvador, onde está sediado o Hospital X, objeto de estudo desta pesquisa.

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

 Analisar as causas de glosas e os fatores que exerceram influência no faturamento do


Hospital X em 2007.

4.2 Objetivos Específicos

 Escrever sobre a importância da auditoria, seus passos, operacionalização, bem


como, a relevância da gestão de processos internos (eficácia e recursos) no Hospital X;
 Analisar quais os fatores causadores de glosas que influenciaram no faturamento do
Hospital X em 2007, discutindo como desenvolver processos para melhorá-los;
 Descrever os principais processos utilizados em 2007 no Hospital X, abordando os
pontos negativos e positivos;

5 REFERENCIAL TEÓRICO

No momento em que se discute a reorganização dos serviços de saúde disponibilizado


aos brasileiros, a avaliação da qualidade destes serviços ganha importância. Apesar desta
discussão estar presente desde a Antiguidade, desenvolveu-se com mais potência neste século,
especialmente, nas últimas décadas, nos países capitalistas como o Brasil.
Atualmente, para manterem-se no mercado competitivo, as organizações precisam
aprender a unir baixos custos com excelência de qualidade para os seus clientes. Como
consequência, as instituições de cuidados de saúde têm sido obrigadas a se organizarem como
empresa desenvolvendo visão de negócio visando a sua sobrevivência frente a estas mudanças
no mercado. Esta tendência é mundial e tem exigido dos profissionais envolvidos habilidade
na análise de custos para a prestação de serviços de saúde.
Motta (1992, p. 15) define auditoria como sendo:

O exame científico e sistemático dos livros, contas, comprovantes e outros registros


financeiros de uma companhia, com o propósito de determinar a integridade do
sistema de controle interno contábil, bem como o resultado das operações e assessorar
a companhia no aprimoramento dos controles internos, contábeis e administrativos.

A auditoria deve ser compreendida em seu sentido amplo, onde se busca prevenir as
organizações das possíveis problemas em seu processo normal de atividades. Faz-se
necessário ter uma visão da auditoria, como a realização de projetos para futuro e atuando no
presente, tendo o passado apenas como parâmetro nas análises efetivas, para criar
possibilidades de uma gestão organizacional mais qualificada.
Compreende-se que, à medida que uma auditoria tenha o intuito de expressar uma
opinião sobre as demonstrações financeiras, o trabalho de auditoria direciona, portanto, a
todos os seguimentos da empresa que possam exercer influência e gerar dados para as
demonstrações financeiras em exame.
A Auditoria pode ser entendida como um processo de investigação sistemático, em
que são obtidas e analisadas evidenciais que permitam ao auditor pronunciar-se sobre a
conformidade de uma situação vigente com os critérios de comparação selecionados e
comunicar os resultados aos usuários interessados.
Ainda que em franco desenvolvimento, a Auditoria interna é uma ferramenta de
relevância considerável para a administração de uma instituição, quando eficiente e atuante
passa a considerada como um ponto forte de controle interno.
Segundo o Instituto de Auditoria Interna do Brasil – AUDIBRA citado por Loverdos
(1999, p. 10), “a auditoria interna é uma função de avaliação independente, criada dentro da
organização para examinar e avaliar suas atividades, como um serviço a essa mesma
organização”.
Martinelli (2002) citado por Brito (2007, p. 9) afirma que:

O auditor interno interessa-se por qualquer fase das atividades do negócio em que
possa ser útil à administração. Isto pressupõe sua incursão em campos além dos de
contabilidade e finanças, a fim de obter uma visão completa das operações
submetidas a exame. O entendimento desses objetivos globais envolve atividades,
como: (a) revisão e avaliação da correção, adequação e aplicação de controles
contábeis, financeiros e outros de natureza operacional, proporcionando controles
eficazes a custo razoável; (b) determinação do grau de entendimento das diretrizes
planas e procedimentos estabelecidos; (d) determinação do grau de controle dos
ativos da Companhia quanto á proteção de perdas de qualquer tipo; (e)
determinação da fidelidade dos dados administrativos originados na própria
Companhia; (f) avaliação da qualidade de desempenho na execução de tarefas
atribuídas.

De uma forma geral, a auditoria procura definir se as demonstrações, os resultados e


os respectivos registros de uma entidade merecem ou não confiança, neste caso, no ramo de
serviços de saúde. Nesse contexto, busca-se preservar o perfeito cumprimento das normas,
índices e parâmetros regulamentares, para o alcance do objetivo final da melhoria contínua da
qualidade médico-assistencial, da produtividade e os ajustes operacionais, sob a garantia dos
princípios éticos tradicionais, estabelecidos pelas leis contidas na Constituição Federal, bem
como das normas e parâmetros exigidos pela sociedade.
A depender dos objetivos pretendidos, a auditoria pode ser desenvolvida de maneira
regular, periódica, sistemática, previamente programada, ou de maneira especial, visando
apurar fatos indicativos de atividades de determinada Unidade Hospitalar se não estão em
conformidade com o almejado no parâmetro de desempenho.
A auditoria tem surgido como uma ferramenta relevante para mensuração da qualidade
(Auditoria de cuidados) e custos (Auditoria de custos) das organizações de saúde. O fato de
controlar e fiscalizar custos, analisar os resultados, prontuários, formar corretamente os gastos
dos serviços prestados, criam a necessidade de um gerenciamento mais qualificado e apurado
das informações com o objetivo de as diversas alternativas sejam conhecidas e mensuradas de
maneira adequada. Em decorrência disso, a atividade de auditoria interna tem se destacado
como instrumento de fiscalização e controle mais apropriado às necessidades de
gerenciamento das informações no ambiente hospitalar, sendo considerada como uma área da
organização.
Rodrigues (2007) conceitua a Auditoria de Cuidados como “uma avaliação sistemática
da qualidade da assistência de enfermagem verificada através das anotações de enfermagem
no prontuário do paciente e/ou das próprias condições deste”. Neste tipo de auditoria os
clientes são beneficiados com a possibilidade de receber uma assistência com um padrão de
qualidade mais elevado por ter a oferta de um serviço mais seguro e eficaz.
A equipe de médicos, a partir dos dados disponibilizados pela Auditoria, adquire uma
maior facilidade de avaliar aspectos positivos ou negativos da assistência que tem sido
oferecida aos clientes. Assim, a auditoria pode ser vista como um processo educativo onde ao
invés de se busca o responsável pela falha, questiona-se o porquê do resultado antagônico.
Tais modificações das referências criam estímulos dentro da organização nos grupos de
identificar e buscar soluções.
Para Rodrigues (2007, p. 48):

A auditoria de custos tem como finalidade conferir e controlar o faturamento


enviado para os planos de saúde, verificar exames e procedimentos realizados,
efetuar visitas de rotina a pacientes internados cruzando as informações recebidas
com as que constam no prontuário do paciente. Visa, também, investigar a
propriedade dos gastos e processos de pagamentos, analisar as estatísticas,
indicadores hospitalares e específicos da organização, conferir os sistemas de
faturamento das contas médicas e, ainda, elaborar processos de glosas contratuais e
administrativas.

É neste contexto que se percebe a real importância do correto preenchimento dos


prontuários, bem como da inserção correta de dados nos sistemas de informações dos
hospitais. Desta forma, o prontuário do paciente a cada dia vem se firmando legalmente como
importante instrumento na avaliação da qualidade da assistência prestada aos clientes no
hospital fornecendo informações de grande importância para processos judiciais e convênios
de saúde. Além disso, os registros do prontuário do cliente são também usados para fins de
faturamento/cobrança, para auditoria interna ou externa, para aquisição de dados estatísticos a
respeito das atividades realizadas e para análise institucional.
Sendo assim, a partir da análise dos bens e serviços produzidos, assim como dos
produtos administrativos, particularmente no que diz respeito aos recursos humanos,
materiais, financeiros, gerenciais e de informação, é possível reorganizar os elementos
internos das unidades prestadoras/gestoras do serviço de saúde, visando o melhor
desenvolvimento das atividades, o alcance dos objetivos e em especial, a satisfação do
usuário.
Para Loverdos (1996, p. 17),

Tudo começa no credenciamento. É a mais importante estrutura para o setor de


análise, pois de um credenciamento bem feito depende toda a relação do prestador
com nosso cliente e conosco. Não podemos falar em análise de contas sem falar em
credenciamento. Contratos e tabelas de preço são as ferramentas que utilizamos no
nosso dia a dia e são fruto do trabalho do credenciamento. É de extrema
importância um relacionamento estreito com esta área, com constante troca de
informações.

Ao credenciamento é delegada a tarefa de manter atualizada a área de análise quanto a


negociações, as alterações contratuais, as modificações da tabela, as extensões de
credenciamento, ou seja, toda a mudança que possa exercer impacto na cobrança do prestador.
Ver-se que a auditoria médica, apesar de poder atuar apenas em caráter de assessoria,
atua conjuntamente com o credenciamento permanecendo em sintonia com a análise de
contas. Para tanto, no que diz respeito a análise de contas, a auditoria médica tem a importante
função de auxiliar para o correto pagamento de contas-médicas-hospitalares geradas por
internações, desde que corretamente direcionadas para tal. Loverdos (1999, p. 21) então
afirma que “o setor de análise torna-se de fundamental importância no processo de controle,
sinalizando possíveis distorções que vão direcionar ações conjuntas das áreas de
credenciamento e visitas médicas”.
Denota-se que o sistema determinado por algumas organizações com bons resultados,
quando o faturamento hospitalar é realizado com a análise de contas evitando glosas e
estabelecendo relação sinérgica entre as partes.
A pré-análise de contas hospitalares é a maneira mais indicada para evitar glosas,
entretanto há alternativas que podem ser implantadas nos hospitais como, por exemplo, a
padronização dos procedimentos, a negociação de pacotes e, especialmente, a formalização do
modus operandi da análise, submetida à aprovação e homologação pelo prestador
(LOVEROS, 1999).
Para tanto, entende-se que o desenvolvimento de um Sistema de Avaliação e Controle
eficientes e eficazes, possibilita a identificação de distorções técnicas, gerenciais e
administrativas, permitindo reorientar a tomada de decisões, com a consequente aplicação de
procedimentos corretivos na execução das ações de dos serviços de saúde prestados à
população em questão.
Em suma, o Auditor assume a importante função de equalizar, tanto na parte médica,
quanto no atendimento ao usuário do sistema de saúde hospitalar, proporcionando um
gerenciamento financeiro equilibrado, onde os recursos financeiros alocados, os materiais, os
serviços, dentre outras coisas, serão adequadamente utilizados, proporcionando excelência na
prestação do serviço com elevado índice de qualidade, de um lado e com baixo custeio, de
outro.

6 METODOLOGIA DA PESQUISA

No intuito de proporcionar clareza às ideias que se pretende demonstrar à pesquisa,


um fator fundamental é a metodologia. Na visão de Pádua (1997) toda pesquisa tem uma
intencionalidade, que é elaborar conhecimentos que possibilitem compreender e transformar a
realidade, estando, portanto, ligada a todo um conjunto de valores, ideologia, concepções de
homem e de mundo que constituem esse contexto e que fazem parte daquele que exerce esta
atividade, ou seja, o pesquisador.
Para Cervo (1996, p. 21), “método científico é a lógica geral, tática ou explicitamente
empregada para apreciar os méritos de uma pesquisa”.
Inácio (2001, p. 23) conceitua a metodologia como um conjunto de procedimentos e
técnicas de que se lança mão no processo de investigação, incluindo-se os aspectos
relacionados ao como fazer a pesquisa como também a postura ideológica do investigador,
aos seus objetivos, pressupostos e sua concepção do mundo.
O modelo de estudo adotado foi o descritivo-exploratório, que procura descrever as
características de um fenômeno, ao mesmo tempo em que o pesquisador procura descobrir, de
forma imparcial, o que é, através dos dados, informações e análises.
A abordagem adotada foi à pesquisa qualitativa, pois fatos internos ao Hospital X
serão observados, buscando uma profunda compreensão do contexto da situação ao longo do
tempo.
Quanto ao meio de investigação será a documental, pois se utilizou material publicado
para realização de leituras sistematizadas sobre a importância da auditoria em empresas
prestadoras de serviços de saúde, além de textos do segmento em estudo, para suporte teórico
do tema como revistas, artigos, monografias, sites, livros, dentre outros. Além disso, serão
analisados documentos como planilhas, relatórios, gráficos referentes ao funcionamento do
Hospital X no ano de 2007. Optou-se por este tipo de investigação devido ao fato do objeto de
estudo oferecer uma quantidade considerável de documentos a respeito do tema estudado
vivenciado pelo Hospital.
Serão aplicados questionários para identificar os pontos positivos e negativos e se são
realmente utilizados: gestão de processos, finanças, educação continuada, clima
organizacional.

7 CRONOGRAMA

Fases da Pesquisa Out. Nov. Dez. Jan. Fev.


Escolha do Tema X
Levantamento Bibliográfico X
Documentação X X X

Formação do Marco Teórico X


Elaboração do Projeto X X
Coleta de Dados X X
Trabalho de Campo X
Análise de Dados X X
Redação da Monografia X

8 RECURSOS

8.1 Material de Consumo


Especificação Quantidade Valor Unitário Valor Total
Cartucho de impressora 02 10,00 20,00
Cd Rom 04 1,50 6,00
Material de escritório - 35,00 35,00
Transporte - 20,00 20,00
Alimentação - 40,00 40,00
TOTAL - R$ 106,50 R$ 121,00
8.2 Material de Permanente
Especificação Quantidade Valor Unitário Valor Total
Computador 01 950,00 950,00
Impressora 01 270,00 270,00
Estabilizador 01 60,00 60,00
Mesa p/ computador 01 180,00 180,00
Cadeira 01 90,00 90,00
Energia elétrica - 48,00 48,00
TOTAL - R$ 1.598,00 R$ 1.598,00

8.3 Resumo do Orçamento


Discriminação Valor R$
Material de Consumo 121,00
Material Permanente 1.598,00
TOTAL R$ 1.719,00

9 REFERÊNCIAS

BRITO, Magnólia Fernandes. A Importância da Auditoria Interna Hospitalar na Gestão


Estratégica dos Custos Hospitalares. Disponível em: <
http://www.contabeis.ucb.br/sites/000/96/00000034.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2007.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Alcino Pedro. Metodologia científica. 4ª ed. São Paulo:
Makron Books, 1996.

INACIO, Geraldo F. A monografia na universidade. 5º Edição. São Paulo: Papirus, 2001.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Mariana de Andrade. Fundamentos de metodologia


científica. – 4. Ed. – São Paulo: Atlas, 2001.

LOVERDOS, Adriano. Auditora e análise de contas médico-hospitalares. São Paulo: STS,


1999.

MOTTA, J. M. Auditoria: princípios e técnicas. São Paulo: Atlas, 1992.

PÁDUA, E.M.M.(1997). Metodologia da Pesquisa: Abordagem Teórico-prática. Campinas:


Papirus.

RODRIGUES, Vanessa. Glosas hospitalares: importância das anotações de enfermagem.


Disponível em: < http://www.cienciasdasaude.famerp.br/racs_ol/Vol-11-4/03%20-%20id
%2070. pdf>. Acesso em: 10 nov. 2007

VIANNA, Ilca Oliveira de Almeida. Metodologia do trabalho científico: um enfoque


didático da produção científica. São Paulo: E.P.U. 2001.

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