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METODOLOGIA DA

PESQUISA CIENTÍFICA
Profª. Drª. Walkiria Martinez Heinrich Ferrer
005 Aula 01: Organização do Estudo no Ensino Superior

016 Aula 02: Tipos de Conhecimento: Mítico, Popular, Filosófico e


Científico

027 Aula 03: Conhecimento Científico e o Conceito de Verdade

033 Aula 04: Métodos de Pesquisa Científica

042 Aula 05: Tipos de Pesquisa Científica

049 Aula 06: Normas Técnicas (Abnt) – Apresentação e Orientações


Gerais

063 Aula 07: O Uso Correto de Citações em Documentos - NBR


10520/2002 – Parte 1

073 Aula 08: O Uso Correto de Citações em Documentos - NBR


10520/2002 – Parte 2

084 Aula 09: Referências – NBR 6023/2018 – Parte 1

096 Aula 10: Referências – NBR 6023/2018 – Parte 2

111 Aula 11: Desenvolvimento de uma Investigação Científica

120 Aula 12: Artigo Científico: Orientações Básicas

131 Aula 13: Projeto de Pesquisa – Apresentação Gráfica

150 Aula 14: Apresentação Gráfica Monografia de Graduação –


TCC – Parte 1

160 Aula 15: Apresentação Gráfica Monografia de Graduação –


TCC – Parte 2

169 Aula 16: Trabalhos Acadêmicos da Graduação


Introdução
Olá, caro(a) aluno(a)!

Vamos falar de Metodologia da Pesquisa Cientí ca?  

Mas este diálogo deverá estar livre de pré-conceitos com relação a esta disciplina,
pois o objetivo aqui consiste em oferecer instrumentos para tornar seu processo
de ensino aprendizagem o mais prazeroso e produtivo possível.

Metodologia da pesquisa Cientí ca não se resume às normas técnicas da


Associação Brasileira de Normas Técnicas, a conhecida e temida ABNT -  embora
seja de inegável importância para a compreensão e produção do saber.

A nal, qual a importância da Metodologia da Pesquisa Cientí ca? A mesma


importância de uma moldura para uma obra de arte, pois imaginem a clássica
obra de Leonardo da Vinci “Mona Lisa” sem uma moldura de destaque. Agora
imagine uma excelente obra cientí ca sem a observância correta das normas
técnicas?  Certamente irá comprometer seu conteúdo.

Assim, caro(a) aluno(a), o conteúdo da disciplina de Metodologia da Pesquisa


Cientí ca foi elaborado com o objetivo de fornecer os principais elementos para o
desenvolvimento de suas atividades de forma responsável e segura.

Inicialmente, o presente livro apresenta discussões a respeito da organização de


seus estudos no ensino superior, sobre o conhecimento cientí co e a concepção
de verdade, orientações básicas de formatação grá ca e os métodos e tipos de
pesquisa.

Em um momento posterior, a exposição volta-se ao uso correto das citações e


referências em um documento cientí co com base nas normas técnicas
especí cas da ABNT – NBR 10520/2002 e NBR 6023/2018.

O livro de Metodologia da Pesquisa Cientí ca também aborda as questões


centrais para elaboração de um artigo cientí co, projeto de pesquisa e
monogra a de conclusão de curso – não somente quanto à apresentação grá ca,
mas também orientações centrais para o seu desenvolvimento.

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Ao nal, você terá a oportunidade de conhecer os principais trabalhos didáticos
desenvolvidos durante sua formação acadêmica, como resumos, resenhas,
ensaios teóricos e chamentos.

Assim, caro(a) aluno(a), desfrute de um aprendizado necessário para o


desenvolvimento seguro e responsável de suas atividades cientí cas.

Bom estudo!

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01

Organização do Estudo
no Ensino Superior
Cada estudante tem estilo próprio de estudo, não é?   Alguns preferem estudar
fazendo leitura em voz alta, outros preferem redigir resumos do conteúdo ou
apenas fazer anotações dos tópicos centrais.   Portanto, cada estudante
desenvolve seu estilo próprio de estudo e este estilo próprio que procuramos
absorver e adaptar à rotina de estudos no ensino superior.

A esta adaptação vamos chamar de “mudança de postura”, ou seja, deverá


desenvolver uma postura de auto atividade didática. Nesse nível de ensino o
estudante deverá ir além dos recursos oferecidos, desenvolver estudos
extraclasse, pautados em uma rotina diferenciada.

No ambiente do ensino superior, o estudante precisa ter uma maior autonomia


no processo de aprendizagem, pois não basta aguardar as solicitações dos
docentes para elaboração de atividades que irão compor a nota. Aquele já
conhecido “vale nota? ”não poderá ser priorizado, obviamente que boas notas
garantem a aprovação nas disciplinas, mas o aluno não poderá car restrito ao
que é solicitado, deve ir além.

Estudar online.

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Autoatividade cientí ca + rotina de estudos = CONHECIMENTO
CIENTÍFICO

Durante o ensino médio, de uma forma geral, o estudante coloca-se mais como
um consumidor de conhecimento, adotando uma postura passiva perante os
professores. No ensino superior, o estudante é, acima de tudo, um produtor de
conhecimento, e sua postura torna-se participativa. Mas para garantir uma
participação construtiva, consciente e crítica, o aluno deverá estar preparado.

Dado o novo estilo de trabalhos a ser inaugurado pela vida


universitária, a assimilação de conteúdos já não pode mais
ser feita de maneira passiva e mecânica como costuma
ocorrer, muitas vezes no ciclo anterior. Já não bastam a
presença física às aulas e o cumprimento forçado de tarefas
mecânicas: é preciso dispor de um material de trabalho
especí co de sua área e explorá-lo adequadamente.
(SEVERINO, 2016, p. 40).

Durante os anos de sua formação na graduação, você, estudante do ensino


superior, deve priorizar alguns instrumentos, responsáveis pela disciplina de sua
vida acadêmica e cientí ca. Tais instrumentos servirão como base para a
complementação do processo de aprendizagem realizado em sala de aula.

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Instrumentos de estudo
Em primeiro lugar, vamos falar de sua biblioteca pessoal, um acervo bibliográ co
entendido como um conjunto de obras referentes à sua área de atuação. Este
acervo pessoal poderá ser em formato físico (livros impressos) ou eletrônico,
mas é imprescindível a aquisição paulatina e seletiva do referencial teórico
necessário à complementação do conteúdo referente à formação acadêmica.

O seu acervo pessoal, de estudante universitário, deverá compreender


diferentes fontes de consulta, desde os materiais básicos (dicionários, manuais e
textos introdutórios) até os especializados.

É importante ressaltar que isso não signi ca que você, estudante do ensino
superior, terá que pautar seu aprendizado apenas em manuais ou apostilas, e
sim que em um momento inicial de eu curso representa uma primeira
aproximação com os temas tratados. Posteriormente, seguindo a evolução do
curso, o aluno irá se dedicar às fontes especializadas, um pouco mais complexas
e elaboradas. Na verdade, “[...] nesse momento, os textos introdutórios só serão
utilizados para cobrir eventuais lacunas do processo sequencial de
aprendizagem”. (SEVERINO, 2016, p. 40).

Assim como o acervo bibliográ co pessoal, as revistas especializadas


desempenham um importante papel na formação acadêmica do estudante
universitário. Periódicos especializados representam um arcabouço teórico
fundamental no processo de ensino aprendizagem, pois disseminam as recentes
pesquisas que se desenvolvem nas diferentes áreas.

Assinatura de periódicos é o ideal, mas o custo não é baixo, portanto


recomenda-se criar o hábito da consulta a periódicos online da biblioteca de sua
universidade. Geralmente as bibliotecas mantêm assinaturas de periódicos de
signi cativa expressão em suas respectivas áreas de conhecimento.

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Biblioteca online | Fonte: Disponível aqui

Acervo bibliográ co + revistas especializadas = BIBLIOTECA


PESSOAL

A organização do tempo e as condições de estudo no ambiente universitário


destacam-se como principais instrumentos de complementação do processo de
ensino aprendizagem, pois, por meio de determinados hábitos de estudo, cria-se
uma rotina que favorece o processo de ensino aprendizagem.

Certamente, na atualidade, o estudante universitário depara-se com uma


in nidade de atividades durante o dia, semana e ou mês, dentre elas o trabalho.
É cada vez mais comum as instituições de ensino superior manterem um
número expressivo de discentes que trabalham durante toda a semana.

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Gerenciamento de tempo | Fonte: Disponível aqui

Cabe a você, aluno(a), organizar seu tempo de forma que possa conciliar
trabalho, estudo e lazer. Mas é certo que terá que eleger prioridades, pois
durante os anos da graduação terá que realizar alguns “sacrifícios sociais” em
benefício de sua formação acadêmica.

Otimizar o tempo + eleger prioridades = ENSINO SUPERIOR

A organização dos estudos na universidade requer algumas práticas que irão


viabilizar a formação ou aprimoramento de sua base teórica, dentre elas a
preparação prévia para as aulas. Com o programa da disciplina em mãos, você
terá conhecimento do conteúdo a ser ministrado nas próximas aulas e assim
poderá realizar pesquisa prévia sobre o tema e participar das aulas com

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contribuições construtivas, além de solucionar as dúvidas sobre o conteúdo.
Dúvidas que, sem o estudo prévio, irão aparecer durante as avaliações, ou seja,
tarde demais!

Na metodologia ativa esta prática recebe a denominação de “aula invertida”, o


estudo prévio de temas ou até mesmo textos indicados para estudo antes da
aula.

Vale a ressalva de que a leitura de um texto não se resume apenas à


compreensão imediata do vocabulário linguístico disponível, mas acima de tudo
corresponde a um exercício de compreensão, interpretação e uma elevada dose
de experiência e conhecimentos que integram nosso cotidiano. Nesse sentido,
Marconi e Lakatos ressaltam que:

A leitura e um processo pelo qual o leitor busca de forma


ativa compreender e interpretar um texto. A profundidade
de sua leitura varia conforme seus objetivos, seu
conhecimento sobre o assunto, sobre o autor etc. Leitor
competente não se contenta em extrair informação do
texto, decodi cando palavra por palavra. Sua leitura
consiste em uma atividade que implica estratégia de
seleção, antecipação, construção de hipótese, inferência e
veri cação, sem as quais não é possível alcançar o nível de
pro ciência. (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 3).

Munido de referencial teórico anterior, durante as aulas você deve fazer


anotações sobre as questões centrais discutidas pelo docente. Vale a ressalva de
que não signi ca que deverá anotar absolutamente todas as falas, pois,
certamente tal atitude irá atrapalhar no acompanhamento do raciocínio do
professor, o que é prejudicial ao entendimento do conteúdo teórico ministrado.

Tais anotações, que aparentemente retratam questões esparsas, serão


reescritas posteriormente, com o preenchimento das “lacunas”. Com essa prática
você tem um resumo crítico de todas as aulas ministradas, já com uma literatura
complementar.

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A adoção de determinadas práticas de estudo que envolvam uma participação
ativa do aluno promove resultados extremamente positivos em termos de
aprendizagem.

Por meio de um uxograma da “vida de estudos” na universidade, Severino


retrata a organização adequada para o aproveitamento do tempo dedicado ao
estudo no ambiente universitário.

Figura 1 - Fluxograma da organização do estudo | Fonte: (SEVERINO, 2016, p. 51).

O uxograma acima indica os caminhos percorridos para que você crie hábitos
de pesquisas e estudos. É claro que cada indivíduo tem estilo próprio de estudo,
que deve ser considerado no momento da de nição de sua rotina.

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Formas de
documentação
No contexto globalizado e informatizado você tem acesso a uma multiplicidade
de informações em quantidade inimaginável, uma simples busca no “google” já
apresenta uma imensa quantidade de informações em tempo real.

Mas o que pode ser utilizado como fonte de pesquisa?

O problema consiste exatamente nessa imensa quantidade, pois não há garantia


quanto à qualidade desse material. Por essa razão, você, aluno(a)
universitário(a), deve realizar uma pesquisa seletiva nos meios eletrônicos, pois
“[...] como se trata de uma enorme rede, com um excessivo volume de
informações, sobre todos os domínios e assuntos, é preciso saber garimpar,
sobretudo, dirigindo-se a endereços certos”. (SEVERINO, 2016, p. 149).

A preocupação inicial diz respeito ao site que você vai consultar. É preciso
veri car sua credibilidade, se representa uma fonte con ável de pesquisa em
sua área especí ca. Posteriormente, procure investigar a autoria, a base teórica
de seus autores e se há outras publicações. Para evitar problemas com fontes de
pesquisa não con áveis, realize suas buscas nos bancos de dados
disponibilizados pelas bibliotecas das universidades. Esses são procedimentos
necessários para realizar uma pesquisa seletiva nos meios eletrônicos e garantir
a qualidade de suas descobertas cientí cas.

Da mesma forma, não basta a leitura contínua sem as devidas anotações. É


preciso documentar todas as descobertas, seja de uma obra interessante que foi
citada em uma leitura que você esteja fazendo ou informações importantes para
uma análise especí ca. São formas diferenciadas de documentação, mas o
importante é o registro de suas descobertas. Esses registros formam sua base
teórica de consulta e fontes de pesquisa que serão usadas tanto durante sua
formação acadêmica como posteriormente, no exercício pro ssional.

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ATENÇÃO, não basta desenvolver atividades: é preciso REGISTRAR
SUAS DESCOBERTAS, sempre!

Estudiosos retratam diferentes formas de documentação como mecanismo de


estudo pessoal em que você pode encontrar vários formatos de documentação
pessoal. Segundo Severino, do ponto de vista técnico e como método de estudo,
é possível citar três formas de documentação: a documentação temática,
bibliográ ca e a documentação geral.

Documentação temática: Indica informações sobre determinado conteúdo em


especial ou formação geral, podem ser extraídas de leitura particular, assim
como aulas, palestras e conferências.

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A documentação temática destina-se ao registro dos
elementos cujos conteúdos precisam ser apreendidos para
o estudo em geral e para trabalhos especí cos em
particular. Esses elementos podem ser conceitos, ideias,
teorias, fatos re exões pessoais, dados sobre autores,
informes históricos, etc. (SEVERINO, 2016, p. 71).

Documentação bibliográ ca: Pode ser considerada um complemento da


documentação temática, pois destina-se ao registro de informações sobre os
livros, artigos, revistas relacionadas a determinado assunto. São informações
centrais sobre o que o leitor irá encontrar na obra, geralmente disponível em
resumos (artigos), orelhas (livros) e assim por diante.

Documentação geral: Destina-se ao arquivo, de forma organizada, de material


adquirido durante a formação acadêmica, como, por exemplo, apostilas de
estudo, trabalhos acadêmicos, dentre outros.

Há alguns anos, era muito comum o uso de chas impressas para realizar essas
formas de documentação. Alguns ainda resistem aos avanços tecnológicos e
preferem trabalhar com os meios físicos. Porém, tais atividades podem ser
desenvolvidas em formato digital, por meio de programas editores de textos,
particularmente o word. (SEVERINO, 2016).

Independentemente da forma do registro, se físico ou digital, o importante é


inserir o hábito da documentação na rotina de estudo, otimizando o
aprendizado e criando as condições favoráveis à produção do conhecimento.

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02

Tipos de Conhecimento:
Mítico, Popular,
Filosófico e Científico
Ao chegar até aqui, você já compreendeu que no processo de ensino
aprendizagem não basta a absorção e compreensão de conteúdo, mas
essencialmente é preciso produzir conhecimento.    

Mas o que é CONHECIMENTO?


Ao tratar do conhecimento cientí co é importante considerar que estamos
falando de um processo não linear, marcado por contínuas transformações. O
denominado “saber historicamente acumulado” foi construído pelas sucessivas
contribuições de diferentes gerações, pois se trata de um processo aditivo e,
portanto, evolutivo. A cada geração são incorporados novos valores aos já
existentes e, com essa adição, a cultura evolui.

Encontrar uma de nição precisa de conhecimento é uma tarefa complexa, mas


podemos de ni-lo como “[...] o resultado de uma relação que se estabelece entre
um sujeito que conhece, que podemos chamar de sujeito cognoscente, e um
objeto a ser conhecido, o objeto cognoscível. O conhecimento é a ponte que os
liga”. (MEZAROBA, 2014, p. 33).

Segundo essa concepção, o sujeito cognoscente é aquele que se propõe a


RECONSTRUIR determinado objeto de estudo, ou o objeto cognoscível. Essa
reconstrução estará pautada em determinado tipo de conhecimento, ou seja,
terá como base de investigação os pressupostos históricos de determinados
conjuntos de conhecimento.

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Aquecimento global | Fonte: Disponível aqui

Assim se inicia e se encerra o ciclo de investigação, pois, por meio do


conhecimento, o investigador reconstrói o objeto de estudo e, como resultado,
obtêm um novo conhecimento, que, posteriormente poderá utilizar para uma
diferente reconstrução de outro objeto de estudo. Com esse movimento cíclico,
a humanidade vem construindo seu saber historicamente acumulado, seu
“conhecimento”.

O CONHECIMENTO é o caminho pelo qual o sujeito cognoscente


(PESQUISADOR) reconstrói (ANALISA) o objeto cognoscente
 (OBJETO DE ESTUDO) para chegar a um novo conhecimento.

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Tipos de conhecimento
Caro(a) aluno(a), conforme exposto anteriormente, por meio do conhecimento o
sujeito cognoscente transforma o objeto cognoscível, reconstruindo o objeto
segundo suas percepções. Este é o processo de construção do conhecimento,
diferentes construções e reconstruções de diferentes objetivos.

Mas atenção, nesta discussão você precisa estar atento ao TIPO DE


CONHECIMENTO que será a base teórica de sua reconstrução, pois, o resultado
dependerá diretamente do tipo de conhecimento que foi utilizado.

Pois bem, de acordo com determinado tipo de conhecimento, descobrimos


diferentes “mundos”, cada qual relativo ao conhecimento e/ou tipos de
conhecimentos que são utilizados como base teórica.

Mas já falamos algumas vezes em “tipos de conhecimento”, não é? Mas a nal,


quais são os tipos de conhecimento que posso utilizar como base teórica para a
reconstrução do objeto? Dentre os tipos de conhecimento destaca-se o mítico,
religioso, losó co, popular (vulgar) e cientí co.

Vamos a eles:

Conhecimento mítico
Implica uma certa fantasia da história original, o que lhe confere um caráter de
falsidade. Na maioria das vezes, o mito apresenta-se como verdade instituída,
portanto, dispensa a veri cação da veracidade de suas a rmações. Apenas é
aceito como verdade, sem questionamentos, re exão ou crítica. Como não há
possibilidade de veri cação da veracidade das a rmações do conhecimento
mítico, a ciência acaba por negar as informações provenientes desse tipo de
conhecimento.

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Pegasus – Mitologia grega | Fonte: Disponível aqui

Lembrando que o conhecimento mítico ainda está presente em nossa realidade,


desde os super-heróis dos lmes de ação até os personagens românticos das
séries que ainda encantam boa parte do público televisivo.

Não há possibilidade de comprovação cientí ca do conhecimento


mítico, mas ainda assim permeia o imaginário das pessoas.

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Conhecimento religioso
Ao tratarmos do conhecimento religioso, é preciso estar ciente de que se trata
de uma discussão no campo da fé e “[...] pressupõe a existência de forças que
estão além da capacidade de explicação do homem, instâncias divinas
consideradas criadoras de tudo o que existe. ” (MEZZAROBA, 2014, p. 53).

Portanto, conhecimento religioso revela um contexto de certa forma ilusório,


pois está permeado de noções abstratas, embora não haja a necessidade da
veri cação de suas a rmações, pois se apresenta como verdade instituída:

Sagrado: Poderes divinos responsáveis pela criação do universo e de tudo


que existe.
Mistério: Explicações de uma realidade desconhecida, mas que possibilita
segurança aos indivíduos.
Padrões morais: Controle da conduta dos indivíduos (desde a Antiguidade e
Idade Média até a atualidade).

Religião | Fonte: Disponível aqui

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Geralmente há uma aceitação dos preceitos religiosos sem a necessidade de
veri cação da existência ou não de suas a rmações.   São aceitos sem a
comprovação cientí ca, apenas são aceitos.

Um fato ocorrido há mais de uma década ilustra bem essa discussão, pois houve
a aparição de uma suposta imagem de uma santa em um vidro de uma janela de
uma residência de Ferraz de Vasconcelos, em São Paulo.  Tal fato acarretou uma
adoração ao que cou conhecido como a “santa da janela”, mesmo com a
a rmação cientí ca de uma falha no vidro acarretada por um problema na
armazenagem do mesmo. Ou seja, a ciência não comprovou o milagre e ainda
assim permaneceu sendo aceito como verdadeiro.

Veja o relato completo deste fato no link abaixo.

Em 2002, um fenômeno levou multidões a uma casa em Ferraz de


Vasconcelos, na Grande São Paulo: no vidro de uma janela, a
imagem de Nossa Senhora aparecia todos os dias às 18h. O local
virou ponto de peregrinação de éis mesmo após a comprovação
de que se tratava uma mancha causada pela humildade no vidro.

Relembre o caso Disponível aqui

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Conhecimento filosófico
Vamos losofar?

Quantas vezes nos perguntamos de onde viemos e para onde vamos? Perguntas
clássicas para retratar o pensamento losó co. E loso a é exatamente isso:
está pautada na re exão e no questionamento.

Não há uma preocupação aparente com a busca pela verdade, mas


essencialmente pela indagação e conhecimento do signi cado dos fatos, pois
“[...] não basta conhecer somente o funcionamento das coisas, deve-se conhecer,
fundamentalmente, o signi cado delas na ordem geral do mundo”.
(MEZZAROBA, 2014, p. 57).

Você já deve ter percebido que a re exão e questionamento permeiam todo o


campo losó co, principalmente ao levantar questionamentos.

Quem não se lembra da célebre indagação de Shakespeare: ser ou não ser, eis a
questão!

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Neste sentido, Marilena Chauí concentra formas diferenciadas de
indagações em três eixos:

1. Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos


e fazemos o que fazemos? Isto é, quais os motivos, as razões
e as causas para pensarmos o que pensamos, dizermos o
que dizemos, fazermos o que fazemos?
2. O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos
dizer quando falamos, o que queremos fazer quando
agimos? Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que
pensamos, dizemos ou fazemos?
3. Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que
dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, qual é a intenção ou
a nalidade do que pensamos, dizemos e fazemos? (CHAUI,
2000, p. 12).

Pois bem, caro(a) aluno(a), podemos concluir que o conhecimento losó co, por
si só,   não é passível de veri cação; situação semelhante ao conhecimento
popular, vulgar ou também conhecido como “comum”.

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Conhecimento popular (senso comum).
Caro(a) aluno(a), em sua vida você já deve ter ouvido alguns “ditados populares”
de seus pais ou familiares, como, por exemplo, “você vai morrer se comer manga
e tomar leite logo em seguida”, ou então “gato preto dá azar”. Essas a rmações,
embora não comprovadas cienti camente (não comprovadas em laboratório,
por meio de experimentos), fazem parte do imaginário das pessoas e são
seguidas à risca.

Ainda temos outra frase constantemente propagada pelas pessoas: “acreditar


não acredito, mas é bom evitar, não é? ”

Gato preto, símbolo de azar.

O conhecimento vulgar (senso-comum ou popular) decorre das experiências do


homem na tentativa de explicar os fenômenos naturais, ou seja, um conjunto de
informações passadas de geração em geração, absorvidas da realidade imediata.

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Na maioria das vezes, essas informações não são contestadas pela ausência de
um processo de veri cação e acabam cristalizadas com o tempo, tornando-se
verdades inquestionáveis.

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03

Conhecimento Científico e
o Conceito de Verdade
Inicialmente, o ser humano utilizava o conhecimento mítico para explicar os
fenômenos da natureza. Posteriormente, o conhecimento religioso passou a
exercer essa função, além do conhecimento popular, que sempre desempenhou
um papel primordial na formação do saber historicamente acumulado.

A partir do século XVI a junção da observação ( losó co) e experimentação


(cientí co) proporcionou o desenvolvimento do conhecimento cientí co.

Após a revolução cientí ca do século XVI, o conhecimento cientí co se destaca


dos demais tipos de conhecimento pela capacidade de veri cação de suas
a rmações, ou seja, por meio de métodos cientí cos o conhecimento cientí co
assegura controle, sistematização, revisão e segurança.

Desde então o conhecimento cientí co tem se destacado dos demais, o que não
signi ca que os conhecimentos míticos, religiosos, losó cos e populares
deixaram de ter importância, pois todos coexistem na atualidade.

Portanto, a utilização de métodos cientí cos confere cienti cidade à investigação


cientí ca. Mas vale a ressalva de que a garantia da cienti cidade não signi ca
que os resultados obtidos pelo conhecimento cientí co são em sua totalidade
“verdadeiros”: “As conquistas tecnológicas provam que algumas verdades devem
estar sendo encontradas pelo método cientí co. Se um carro anda, uma
lâmpada acende e um computador funciona, é porque alguns conhecimentos
cientí cos estão corretos”. (VOLPATO, 2010, p. 35).

Os métodos cientí cos garantem a cienti cidade dos resultados das


investigações cientí cas, mas não lhes garantem a obtenção de verdades
absolutas, prontas e acabadas.

Pois bem, caro(a) aluno(a), com a a rmação do parágrafo anterior chegamos ao


questionamento relativo à concepção de verdade:

O que é verdade? Contrário de falso não basta!

Existe verdade absoluta? Não! Há uma relatividade ao conceito de verdade.

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Ciência | Fonte: Disponível aqui

E, principalmente, podemos a rmar que determinado conhecimento é


VERDADEIRO? Novamente não!!

Em razão da relatividade do conceito de “verdade” não há possibilidade de a


a rmação deste conhecimento ser considerado verdadeiro ou aquele ser falso.
Portanto, não há conhecimento “verdadeiro”, pois estará sempre condicionado a
algo ou a algum contexto.

Pois bem, a discussão sobre a relatividade do conceito de verdade nos remete


diretamente ao DOGMATISMO.

O que é um dogma?

Quando há uma suposta verdade, cristalizada por sucessivas a rmações sem


questionamentos a tendência é que se coloque como verdade absoluta. Daí o
“perigo” do dogmatismo:

Dogmatismo vem da palavra grega dogma, que signi ca:


uma opinião estabelecida por decreto e ensinada como uma
doutrina, sem contestação. Por ser uma opinião decretada
ou uma doutrina inquestionada, um dogma é tomado como
uma verdade que não pode ser contestada nem criticada,

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como acontece, por exemplo, na nossa vida cotidiana,
quando, diante de uma pergunta ou de uma dúvida que
apresentamos, nos respondem: “É assim porque é assim e
porque tem que ser assim”. O dogmatismo é uma atitude
autoritária e submissa. Autoritária, porque não admite
dúvida, contestação e crítica. Submissa, porque se curva às
opiniões estabelecidas. (CHAUI, 2000, p. 109).

A partir do momento em que aceitamos a rmações sem questionamentos


estamos contribuindo para manter verdades a priori e, assim, não vamos
contribuir em nada com o avanço da ciência.

A você, estudante do ensino superior, cabe um importante papel para combater


o dogmatismo, desenvolver senso crítico para questionar o estabelecido e
cristalizado.

A postura dogmática nos condiciona a crer que o mundo


existe tal como o percebemos. Só rompemos com a atitude
dogmática à medida que somos capazes de estranhar,
indagar, questionar determinado fato, coisa, lei, objeto,
comportamento, que até então nos parecia normal.
(MEZZAROBA, 2014, p. 39).

Mas atenção! Questionar não signi ca sair questionando tudo e todos, signi ca
ter uma base teórica sólida para poder se posicionar com conhecimento. Ser
crítico signi ca ter uma atitude re exiva.

Um exemplo clássico do dogmatismo pode ser encontrado   no “mito da


caverna” de Platão, que retrata muito bem a postura dogmática que deve ser
evitada e combatida no ambiente universitário.

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O MITO DA CAVERNA – A REPÚBLICA DE PLATÃO

Vamos imaginar um grupo de homens adultos que habita uma caverna,


cuja abertura permite a entrada da luz. Nossos personagens estão
ligados uns aos outros amarrados com uma corda pelas pernas e pelo
pescoço. Estão de tal modo atados que não podem mudar de posição, e
assim são obrigados a permanecerem voltados para o fundo da caverna,
de costas para sua entrada iluminada. Ao fundo, vê-se   apenas uma
parede onde se re etem as sombras daqueles que passam pela frente
da caverna.

Digamos que exista um pequeno muro, da estatura de um homem,


próximo à entrada da caverna. Por trás desse muro, outros homens
passam frequentemente carregando sobre as costas estátuas de pedra e
madeira, com as formas mais variadas, de maneira que lá no alto o Sol
projeta sua luz sobre esses objetos contra a parede ao fundo da
caverna, e os sons emitidos no exterior chegam ao seu interior como
ecos.

Esses homens aprisionados na caverna jamais conheceram o mundo


exterior, e, portanto, a dimensão da realidade que conhecem se reduz
àquelas sombras projetadas a sua frente e aos sons ecoados a distância.
Portanto, para esses habitantes da caverna, as sombras são sua
realidade e os ecos, o som real emitido por elas.

Agora vamos supor que um desses homens consiga romper seus


grilhões e saia da caverna com muita di culdade, e é atingido por uma
luz cuja intensidade jamais havia percebido antes. Ainda que se sentindo
naturalmente perdido, aos poucos ele acostuma sua visão à nova cena e,
habituando os ouvidos, passaria a distinguir melhor os sons
anteriormente indistintos.

Vendo as estatuetas se movendo sobre o muro, perceberia que são


muito mais ricas de detalhes e mais bonitas do que as sombras que
conhecia projetadas. Agora as sombras é que lhe parecem irreais.

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Passando para o outro lado do muro, nosso herói liberto ca em um
primeiro momento tonto, ofuscado, com medo e confuso diante de
tanta luz, mas depois passaria a ver as coisas em si mesmas e veria o
próprio Sol.

Entretanto, ele se daria conta de que seus companheiros da caverna


ainda estavam em sua obscura ignorância acerca de tudo e
principalmente sobre o Sol, fator original que proporcionava as sombras
da caverna e a causa última das coisas daquele mundo.

Por amor, nosso homem volta à caverna para libertar seus irmãos da
ignorância e da prisão. Mas, quando volta, ele é recebido como um
louco, seus antigos companheiros não creem no que ele conta sobre a
realidade lá fora, e ele não mais se adapta àquela realidade que eles
pensam ser a verdadeira: a realidade das sombras. E nosso herói é
simplesmente desprezado. (MEZZAROBA, 2014, p. 47).

Quer saber mais sobre o Mito da caverna?

Acesse no Disponível aqui

No ambiente universitário, não há espaço para posturas dogmáticas e omissas,


pois se trata exatamente de construção do conhecimento por meio de re exões,
indagações, críticas e posicionamentos estranhos a qualquer tipo de
comodismo.

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04

Métodos de Pesquisa
Científica
O que são métodos cientí cos?

Antes da de nição, pergunto a você: em seu dia a dia, já percebeu que não há
questionamento quando existe uma explicação cientí ca para algum fenômeno
ou fato social? Ou seja, geralmente há uma aceitação maior quando a ciência
explica algo. Diferentemente do que ocorre com os demais tipos de
conhecimento, não é?

Outra pergunta: o que diferencia uma simples especulação de uma investigação


cientí ca?  A resposta é: o MÉTODO CIENTÍFICO.

No link abaixo, você encontra outras informações relativas ao


método cientí co.

Fonte: Disponível aqui

A cienti cidade é obtida por meio da utilização de um método de pesquisa, da


preocupação com a objetividade, da neutralidade cientí ca e principalmente da
obediência a algumas determinações tanto na investigação quanto na
apresentação textual de um trabalho considerado cientí co.

"Fazer ciência" signi ca, portanto, percorrer um processo, ou seja, seguir


determinadas etapas de investigação e sistematizar de forma lógica e coerente as
novas descobertas, transformando percepções do real em fundamentos teóricos.
Pois bem, caro(a) aluno(a), pelo exposto podemos concluir que o método
cientí co confere cienti cidade a uma investigação.

34
A ciência utiliza-se de um método que lhe é próprio, o
método cientí co, elemento fundamental do processo de
conhecimento realizado pela ciência para diferenciá-la não só
do senso comum, mas também das demais modalidades de
expressão da subjetividade humana, como a loso a, a arte,
a religião. Trata-se de um conjunto de procedimentos lógicos
e de técnicas operacionais que permitem o acesso às relações
causais constantes entre os fenômenos. ” (SEVERINO, 2016, p.
108).

MÉTODO = CAMINHO

PROCEDIMENTOS TÉCNICOS = COMO PERCORRER ESTE CAMINHO


PARA CHEGAR AO CONHECIMENTO

Podemos encontrar diferentes tipos de métodos cientí cos, mas é possível


a rmar que uma investigação atinge seus objetivos quando se dispõe a percorrer,
ou percorre, as seguintes etapas:

a) Descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de co-


nhecimentos. Se o problema não estiver enunciado com
clareza, passa-se à etapa seguinte; se o estiver, passa-se à
subsequente.

(2) Colocação precisa do problema, ou ainda recolocação de


um velho problema à luz de novos conhecimentos (empíricos
ou teóricos, substantivos ou metodológicos)

35
(3) Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao
problema (por exemplo, dados empíricos, teorias, aparelhos
de medição, técnicas de cálculo ou de medição). Ou seja,
exame do conhecimento para tentar resolver o problema.

(4) Tentativa de solução do problema com auxílio dos meios


identi cados. Se a tentativa resultar inútil, passa-se para a
etapa seguinte; em caso contrário, à subsequente.

(5) Invenção de novas ideias (hipóteses, teorias ou técnicas) ou


produção de novos dados empíricos que prometam resolver o
problema.

(6) Obtenção de uma solução (exata ou aproximada) do


problema com auxílio do instrumental conceitual ou empírico
disponível.

(7) Investigação das consequências da solução obtida. Em se


tratando de uma teoria, procura de prognósticos que possam
ser feitos com seu auxílio. Em se tratando de novos dados,
exame das consequências que possam ter para as teorias
relevantes.

(8) Prova (comprovação) da solução: confronto da solução com


a totalidade das teorias e da informação empírica pertinente.
Se o resultado é satisfatório a pesquisa é dada por concluída
até novo aviso. Do contrário, passa-se para a fase seguinte.

(9) Correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados


empregados na obtenção da solução incorreta. Esse é,
naturalmente, o começo de um novo ciclo de investigação.
(BUNGE, 1980 apud MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 80-81).

Pois bem, após a necessária contextualização do método cientí co, os quadros


abaixo demonstram, de forma esquematizada, alguns métodos cientí cos, os
chamados métodos auxiliares e as correntes de pensamento, ou seja, a base
teórica do método de pesquisa (referencial teórico):

36
MÉTODOS AUXILIARES REFERENCIAIS
MÉTODOS
TEÓRICOS
CIENTÍFICOS Experimental
Indutivo Estatístico Teorias Sistêmicas
Dedutivo Histórico Funcionalismo
Hipotético- Comparativo Estruturalismo
dedutivo Fenomenologia
Dialético Comportamentalism
Sistêmico Empirismo
(estruturalista) Positivismo e
Neopositivismo
Marxismo

Fonte: Marconi e Lakatos, 2017.

Para o trabalho de indução, são necessárias três etapas: observação dos


fenômenos, descoberta da relação entre eles e generalização da relação.

Portanto, como primeiro passo, observamos atentamente


certos fatos ou fenômenos. Passamos, a seguir, à
classi cação, isto é, agrupamento dos fatos ou fenômenos da
mesma espécie, segundo a relação constante que se nota
entre eles. Finalmente, chegamos a uma classi cação, fruto
da generalização da relação observada.

Exemplo: Observo que Pedro, José, João etc. são mortais;


veri co a relação entre ser homem e ser mortal; generalizo
dizendo que todos os homens são mortais:
Pedro, José, João ... são mortais. (MARCONI; LAKATOS, 2017, p.
84).

Mas existem críticas ao método indutivo no que diz respeito ao seu caráter
generalizador, pois, ainda que as premissas sejam verdadeiras a conclusão pode
ser falsa. Marconi justi ca que, por maior que seja o número de repetições de

37
certos eventos, não há justi cativa para acreditar que ocorrerão no futuro.
(MARCONI, 2001, p. 18).

Veja no no link uma interessante discussão sobre as diferenças


entre o método dedutivo e o método indutivo.

Fonte: Disponível aqui

Obviamente, caro(a) aluno(a), tal a rmação não desmerece o método indutivo de


forma alguma, pois, como exemplo, foi pela indução que se descobriu o fungo do
qual a penicilina é extraída e todos sabemos os benefícios desta descoberta para
a ciência.

Ao optar pelo método indutivo, você vai estar atento a algumas questões, como,
por exemplo, a amostragem utilizada, pois pode se mostrar insu ciente ou
tendenciosa e as duas formas irão comprometer os resultados e a credibilidade
de sua investigação.

38
Amostra insu ciente: em um pequeno vilarejo de 150 moradores
no Estado de São Paulo, em determinado ano, duas pessoas
morreram: uma atropelada por uma carroça puxada a burros e
outra por insu ciência renal. Jamais se poderia dizer que 50% da
população que falece no vilarejo X são por acidentes de trânsito e
50% por insu ciência renal.

Amostra tendenciosa: a falácia da estatística tendenciosa ocorre


quando uma generalização indutiva se baseia em uma amostra não
representativa da população. (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 88-89).

Percebeu que uma amostra tendenciosa pode, por exemplo, ser identi cada em
pesquisas de intenção de votos em períodos eleitorais?

Nesse caso, são feitas duas mil consultas sobre determinado candidato a prefeito
em um parque industrial. Ocorre que o candidato tem a defesa dos direitos dos
trabalhadores como plataforma de governo. Adivinhe o resultado desta pesquisa?
Pois é, pesquisa tendenciosa.

Mas, obviamente, caro(a) aluno(a), devemos considerar, E MUITO, a ética na


pesquisa, elemento imprescindível em toda investigação cientí ca.

O método dedutivo
Este método procura, a partir de verdades universais, tirar conclusões
particulares, e é utilizado principalmente pela lógica e pela matemática, as quais
utilizando o raciocínio lógico partem de um princípio a priori, tido como

39
verdadeiro, para chegar a verdades simples.

Parte-se do geral para o particular, enquanto o método indutivo parte do


particular para o geral.

Observe:

Método Dedutivo
Exemplo 1: (Clássico)

Premissa maior – Todo homem é mortal

Premissa menor – Paulo é homem

Conclusão – Paulo é mortal.

Exemplo 2:

Premissa maior: Os cães são mamíferos

Premissa menor:  Rex é um cão

Conclusão: Rex é mamífero.

Exemplo 3:

Premissa maior: Os homens são fãs de futebol

Premissa menor: Cláudio é homem

Conclusão: Cláudio é fã de futebol

40
Assim como no método indutivo, o método dedutivo também recebe críticas, pois
a dedução pode não viabilizar novas descobertas, já que as conclusões obtidas já
estavam explicitas nas premissas anteriores. A primeira premissa (maior) é uma
lei geral, universal, a conclusão necessariamente deve estar em concordância ao
estabelecido anteriormente.

Então, se você adota o método dedutivo, o que irá fazer e ter


um conjunto de premissas que deverão fundamentar todos
os procedimentos que você optou por utilizar. Você pode
adotar, por exemplo, uma teoria de base, para, à sua luz,
proceder ao exame do fenômeno que é o seu objeto   de
pesquisa. (MEZZAROBA, 2014, p. 92).

Niklas Luhmann é um pensador alemão já falecido, porém, muito


prestigiado na atualidade, que formulou a chamada Teoria da
Sociedade. Assim, se você tiver alguma a nidade com o que
pensava esse autor, poderá adotar sua teoria como uma
perspectiva de análise, uma metodologia de apoio para aplicar ao
que você quer estudar, por exemplo, o Estado contemporâneo. O
método será o dedutivo, pois você partiria de uma teoria de base
[referencial teórico], a Teoria da Sociedade, para desenvolver todo o
seu raciocínio, tentando, a partir da obra daquele autor, responder
às problemáticas ligadas ao seu objeto, o Estado contemporâneo,
ou esclarecê-las. (MEZZAROBA, 2014, 93-94).

Assim se faz ciência! Mas ciência não é um amontoado de dados e informações


desconexas, e sim uma análise responsável, pautada em métodos cientí cos.
E assim se faz um trabalho cientí co!

41
05

Tipos de Pesquisa
Científica
Pois bem, caro(a) aluno (a), de nido o método de pesquisa que será empregado
em sua investigação cientí ca, vamos de nir o tipo de pesquisa mais adequado
para a reconstrução de seu objeto de estudo e a consequente construção do
conhecimento.

Já foi dito que há uma grande quantidade de métodos de pesquisa, e da mesma


forma, também há uma grande quantidade de tipos de pesquisa. E é claro que
não será possível analisar todos os tipos em nossa aula.

Você deve estar atento ao objetivo e metodologia de sua investigação, a partir


daí poderá de nir o método e o tipo de pesquisa que será utilizada.

Portanto, abaixo estão alguns tipos de pesquisas acadêmicas e suas principais


características:

Pesquisa quantitativa e
Pesquisa qualitativa
Na pesquisa quantitativa, estamos obviamente falando em quantidade e poderá
ser aplicada para atender objetivos de quanti cação de sua pesquisa. Tem
caráter descritivo e a imparcialidade como principal característica. (MEZZAROBA,
2914). Ser imparcial signi ca evitar interferência de fatores subjetivos na
condução da investigação, como sentimentos e opiniões. Se a amostra não for
tendenciosa, a pesquisa quantitativa é a melhor forma de garantir a objetividade
cientí ca.

OBJETIVO DA INVESTIGAÇÃO: Estrutura judiciária

PESQUISA QUANTITATIVA: Número de varas, cartórios, juízes, ações


por ano, etc. Com esses dados, será possível avaliar se a estrutura é
su ciente para atender a demanda. (MEZZAROBA, 2014).

43
Na pesquisa QUALITATIVA estamos trabalhando com a percepção de qualidade,
portanto, “[...] uma propriedade de ideias, coisas e pessoas que permite que
sejam diferenciadas entre si de acordo com suas naturezas. [...] não vai medir
seus dados, mas, antes, procurar identi car suas naturezas. ” (MEZZAROBA,
2014, p. 136).

Também pode ser descritiva e utilizar dados, mas não tem o mesmo caráter de
imparcialidade da pesquisa quantitativa.

OBJETIVO DA INVESTIGAÇÃO: Estrutura judiciária

PESQUISA QUALITATIVA - se o atendimento é bom, se responde às


necessidades em termos de e ciência, etc. (MEZZAROBA, 2014).

Nos dois tipos de pesquisa, quantitativa ou qualitativa, o importante é que o


pesquisador promova a correta captação e utilização dos dados, caso contrário o
resultado estará comprometido.

44
Um cientista de certa nacionalidade tem como objeto de estudo a
capacidade motora das pulgas e promove uma pesquisa de
caráter experimental em seu laboratório. Munido de suas
anotações, de um microscópio, de uma pinça e de uma cobaia, ele
se entrega aos seus objetivos: saber quantas pernas são
necessárias para que seu inseto continue mantendo a capacidade
de pular. Assim, sua experiência consistirá em ir arrancando as
partes do animal, uma a uma, descrevendo os procedimentos e os
respectivos resultados de sua pesquisa.

Pois bem, após a remoção da primeira perna, o cientista conclama


sua cobaia para que pule, e percebe que a pulga continua com
suas habilidades motoras para o pulo preservadas, e prossegue
em seu experimento. Mais adiante, após mais algumas perninhas
retiradas e o pesquisador dando o comando para novos saltos,
nosso cientista ainda está obtendo os mesmos resultados. Até
que, nalmente, a cobaia, apoiada em sua última perna, é
submetida à derradeira intervenção da pinça e, recebendo a
ordem para que pule, não mais o faz.

Após descrever e justi car todos os procedimentos adotados,


nosso cientista interpreta os dados obtidos e chega à sua
conclusão “cientí ca”: pulga sem pernas ca surda! (MEZZAROBA,
2014, p. 138).

45
Pesquisa teórica e
pesquisa prática
Revisão bibliográ ca. Certamente já ouviram falar, não é? Pois bem, trata-se da
PESQUISA TEÓRICA embasada em referencial teórico su ciente para dar
sustentação as suas a rmações.

Não necessariamente irá reverter em uma abordagem prática, mas é possível


uma veri cação empírica, prática, de suas a rmações. Por bibliográ ca
entendemos não somente livros, mas todo material teórico disponível, como
artigos em revistas especializadas, ensaios, documentos e todo material
disponível de forma eletrônica.

Aqui vale a ressalva da necessidade de selecionar as fontes de consulta em


meios eletrônicos. O “Dr. Google” nem sempre traz informações adequadas! As
ferramentas de busca geralmente trazem informações sobre tudo, mas veri que
se são con áveis, principalmente se há indicação de autoria e se o autor é um
nome de destaque em sua área.

Já a PESQUISA PRÁTICA dedica-se à experimentação, tanto em laboratório como


em campo, embora necessite de um arsenal teórico par realizar seus
experimentos.

PESQUISA TEÓRICA: Revisão bibliográ ca, que compreende material


impresso e eletrônico.

PESQUISA PRÁTICA: Experimentação como característica central, além


da obrigatoriedade de um mínimo de referenciais teóricos para embasar
suas conclusões.

TEÓRICA/PRÁTICA: A revisão bibliográ ca acompanhada de


fundamento descritivo, quantitativo aplicável à realidade.

Fonte: a autora.

46
Quanto ao uso da pesquisa teórica/prática, podemos citar o estudo de caso
como uma forma de investigação cientí ca:

Exemplo: [...] em um estudo de caso o pesquisador não terá


como objeto a sonegação scal, mas sim o caso de
sonegação scal x, ocorrido na localidade y. Então, o exame
se dará sobre uma situação empiricamente veri cável e não
sobre o tema geral sonegação scal.

(MEZZAROBA, 2014, p. 148, grifo do autor).

No estudo de caso, aliamos teoria e prática com um recorte metodológico, ou


seja, nos propomos à veri cação de um caso especí co.

Pesquisa descritiva e
pesquisa prescritiva
No que diz respeito à PESQUISA DESCRITIVA, podemos ressaltar que sua
aplicação se refere à descrição dos fatos analisados, não necessariamente
propõe uma solução ao problema, apenas descreve o objeto de estudo a m de
dar subsídios a uma interpretação posterior. No próprio sentido da palavra: o
pesquisador se propõe a descrever um fenômeno cientí co ou fato social,
dependendo do objetivo da pesquisa.

Na pesquisa descritiva, o investigador poderá “[...] propor um modelo teórico


ideal para explicar conceitos e apontá-lo como a melhor solução para
determinados problemas. ” (MEZZAROBA, 2014, p. 143).

47
PESQUISA DESCRITIVA: Descreve o fenômeno de forma objetiva.

PESQUISA PRESCRITIVA: Prescrição de soluções para os problemas


suscitados pela descrição.

Exemplo: Comparação entre sistemas tributários do Brasil e Canadá


(descritiva). Solução: aplicar no Brasil o sistema canadense pois é mais
e ciente (prescritiva).

Fonte: a autora

Neste momento de nossa aula, convém ressaltar que na metodologia cientí ca


existe uma grande quantidade de tipos de pesquisa, alguns mais conhecidos e
outros mais especí cos, pois dependem muito do objeto de estudo e a área de
conhecimento.

Aqui foram apresentados os tipos que geralmente se destacam, mas se você,


aluno(a), tiver interesse em aprofundar seu conhecimento, existem obras
especializadas que tratam de outros tipos de pesquisa cientí ca.

48
06

Normas Técnicas (Abnt)


– Apresentação e
Orientações Gerais
Pois bem, caro(a) aluno(a), agora vamos tratar da apresentação grá ca de seu
trabalho cientí co e para isso também devemos buscar orientações na ABNT,
pois existem normas especí cas para este m.

A Norma Brasileira de Referência (NBR) 14724/2011 regulamenta a apresentação


grá ca dos trabalhos acadêmicos:

Esta Norma especi ca os princípios gerais para a elaboração de trabalhos


acadêmicos (teses, dissertações e outros), visando sua apresentação à instituição
(banca, comissão examinadora de professores, especialistas designados e/ou
outros). Esta Norma aplica-se, no que couber, aos trabalhos acadêmicos e
similares, intra e extraclasse. (ANBT, 2011a, p. 1).

No meio acadêmico, é muito comum a utilização de diferentes fontes e até


mesmo inserção de cores nos trabalhos acadêmicos.

Quem nunca entregou um trabalho acadêmico com título com fonte 14 ou 16?
Ou ainda inseriu um WordArt para destacar ainda mais? Pois então, aviso que
não mais. No ensino superior devemos seguir normas de padronização,
expostas a seguir.

Regras gerais da
Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT)
Primeiro, vamos às de nições de trabalho acadêmico, ou seja, qual o tipo de
documento que estamos tratando?

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), precisamente o


item 3.35 da NBR 14724 (ABNT, 2011a, p. 4):

50
[...] trabalho de conclusão de curso de graduação, trabalho
de graduação interdisciplinar, trabalho de conclusão de
curso de especialização e/ou aperfeiçoamento documento
que apresenta o resultado de estudo, devendo expressar
conhecimento do assunto escolhido, que deve ser
obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo, estudo
independente, curso, programa, e outros ministrados. Deve
ser feito sob a coordenação de um orientador.

Ao elaborar uma investigação cientí ca o pesquisador deve privilegiar suas


características centrais, ou seja, sistematicidade, objetividade e precisão
terminológica.

Entretanto, o trabalho cientí co não se esgota em seu conteúdo, pois ainda há


que observar a sua "moldura", sua apresentação. Certamente a ausência de uma
bela moldura comprometeria uma valiosa obra de arte. Da mesma forma, um
trabalho cientí co deve estar acompanhado de sua “moldura”, que, neste caso,
representa as normas técnicas de documentação, citações e referências
preconizadas pela ABNT.

Sendo assim, abaixo estão expostas as regras gerais para apresentação grá ca
de seu trabalho acadêmico.

Regras gerais
Segundo orientação da NBR 14724:

Os textos devem ser digitados ou datilografados em cor


preta, podendo utilizar outras cores somente para as
ilustrações. Se impresso, utilizar papel branco ou reciclado,
no formato A4 (21 cm × 29,7 cm). Os elementos pré-textuais
devem iniciar no anverso da folha, com exceção dos dados
internacionais de catalogação-na-publicação que devem vir
no verso da folha de rosto. Recomenda-se que os elementos
textuais e pós-textuais sejam digitados ou datilografados no

51
anverso e verso das folhas.

As margens devem ser: para o anverso, esquerda e superior


de 3 cm e direita e inferior de 2 cm; para o verso, direita e
superior de 3 cm e esquerda e inferior de 2 cm. Recomenda-
se, quando digitado, a fonte tamanho 12 para todo o
trabalho, inclusive capa, excetuando-se citações com mais
de três linhas, notas de rodapé, paginação, dados
internacionais de catalogação na-publicação, legendas e
fontes das ilustrações e das tabelas, que devem ser em
tamanho menor e uniforme. (ABNT, 2011a, p. 9-10).

A opção frente e verso foi inserida com a alteração desta norma em 2011, mas é
um elemento não obrigatório, pois alguns preferem manter a impressão
somente no verso.

Mas você já se perguntou a razão da alteração? A mesma que permitiu o uso do


papel reciclado: consciência ecológica e diminuir o uso indiscriminado de papel.
 Mas atenção: as margens se alteram quando fazemos a impressão no verso ou
anverso da página, veja abaixo:

52
Pois bem, caro(a) aluno(a), após adequar corretamente as margens de seu
trabalho, vamos esclarecer outras questões que geralmente trazem dúvidas na
formatação, ou seja, espaçamento entre as linhas do corpo do trabalho, fonte e
espaçamento das notas de rodapé, fonte dos indicativos de seção, títulos sem
indicativo numérico e paginação.

Espaçamento, notas de rodapé, indicativos de seção, títulos sem


indicativo numérico e paginação

Inicialmente, quanto ao espaçamento entre as linhas do trabalho, com exceção


das “[...] citações de mais de três linhas, notas de rodapé, referências, legendas
das ilustrações e das tabelas, tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade,
que devem ser digitados ou datilografados em espaço simples (ABNT, 2011a, p.
10) TODO o trabalho deve ser digitado com espaçamento 1,5.

Observe que as notas de rodapé estão expostas em espaçamento simples e com


fonte 10. Além disso:

As notas devem ser digitadas ou datilografadas dentro das


margens, cando separadas do texto por um espaço
simples entre as linhas e por lete de 5 cm, a partir da

53
margem esquerda. Devem ser alinhadas, a partir da
segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira letra da
primeira palavra, de forma a destacar o expoente sem
espaço entre elas e com fonte menor. (ABNT, 2011a, p. 10).

As referências ao nal do trabalho devem estar separadas entre si por um


espaço simples em branco e podem ser de nidas como um “[...] conjunto
padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite
sua identi cação individual.” (ABNT, 2018b, p. 2).

Outra questão importante que também gera muita dúvida: qual a diferença
entre referências e bibliogra a? Não há nada especí co na ABNT, mas podemos
de nir referências como a relação de obras que foram efetivamente citadas no
trabalho e bibliogra a como o conjunto de obras lidas e/ou estudadas para a
elaboração do trabalho. Geralmente utilizam-se apenas referências, mas
consulte seu orientador sobre a necessidade de incluir também a bibliogra a.

REFERÊNCIAS = Obras NECESSARIAMENTE citadas no trabalho.

BIBLIOGRAFIA = Obras lidas mas NÃO NECESSARIAMENTE citadas


no trabalho.

54
Segundo NBR 14724, “o indicativo numérico, em algarismo arábico, de uma
seção, precede seu título, alinhado à esquerda, separado por um espaço de
caractere.” (ABNT, 2011a, p. 10).

Os títulos das seções primárias devem começar em página ímpar (anverso), na


parte superior da mancha grá ca e ser separados do texto que os sucede por
um espaço entre as linhas de 1,5. Da mesma forma, os títulos das subseções
devem ser separados do texto que os precede e que os sucede por um espaço
entre as linhas de 1,5. Títulos que ocupem mais de uma linha devem ser, a partir
da segunda linha, alinhados abaixo da primeira letra da primeira palavra do
título (ABNT, 2011a).

55
Uma dúvida constante entre estudantes do ensino superior ao formatar seu
trabalho: Introdução e conclusão são numeradas?

Pois bem, segundo a ABNT, sim!

Títulos principais que recebem numeração: introdução, capítulos e conclusão.


Lembrete: sempre recuados à margem esquerda. Nos demais títulos, como
resumo e sumário não há indicativo numérico.

TÍTULOS SEM INDICATIVO NUMÉRICO: errata, agradecimentos,


lista de ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista de símbolos,
resumos, sumário, referências, glossário, apêndice(s), anexo(s) e
índice(s). CENTRALIZADOS.

TÍTULOS COM INDICATIVO NUMÉRICO: Introdução, capítulos e


conclusão. RECUADOS À MARGEM ESQUERDA.

56
Quanto à paginação, há orientação da inclusão do algarismo na primeira página
da parte textual, ou seja, na introdução.

LEMBRETE: as páginas pré-textuais (a partir da folha de rosto) devem ser


contadas, mas não numeradas. Portanto,

Para trabalhos digitados ou datilografados somente no


anverso, todas as folhas, a partir da folha de rosto, devem
ser contadas sequencialmente, considerando somente o
anverso. A numeração deve gurar, a partir da primeira
folha da parte textual, em algarismos arábicos, no canto
superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, cando
o último algarismo a 2 cm da borda direita da folha. (ABNT,
2011a, p. 10).

Quando o trabalho for digitado ou datilografado em anverso e verso, a


numeração das páginas deve ser colocada no anverso da folha, no canto
superior direito; e no verso, no canto superior esquerdo. Para os trabalhos que
apresentem apêndice e anexo “[..] as suas folhas ou páginas devem ser
numeradas de maneira contínua e sua paginação deve dar seguimento à do
texto principal. (ABNT, 2011a, p. 10).

57
EXEMPLO:

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

Numeração progressiva, siglas, equações, fórmulas e ilustrações

Elaborada conforme a NBR 6024 “[...] a numeração progressiva deve ser utilizada
para evidenciar a sistematização do conteúdo do trabalho”. (ABNT, 2003a, p. 2).
Destacam-se gradativamente os títulos das seções, utilizando-se os recursos de
negrito, itálico ou sublinhado e outros, no sumário e, de forma idêntica, no texto.

Embora a norma possibilite o uso da numeração até a seção quinaria (1.1.1.1.1),


não é aconselhável que exceda a seção terciária (1.1.1), pois muitas divisões
di cultam o desenvolvimento do texto e comprometem o entendimento.

1 CAIXA ALTA (NEGRITO)

1.1 CAIXA ALTA (SEM NEGRITO)

1.1.1 Iniciais maiúsculas

1.1.1.1 Itálico

O uso de siglas na redação do texto também requer certos


cuidados, ou seja, não basta inserir a sigla e deixar o leitor
desamparado quanto ao seu signi cado. Segundo NBR 14724 “[...]
a sigla, quando mencionada pela primeira vez no texto, deve ser
indicada entre parênteses, precedida do nome completo”. (ABNT,
2011a, p. 11).

58
Quanto ao uso de equações e fórmulas, “devem ser destacadas no texto e, se
necessário, numeradas com algarismos arábicos entre parênteses, alinhados à
direita. Na sequência normal do texto, é permitido o uso de uma entrelinha
maior que comporte seus elementos (expoentes, índices, entre outros). (ABNT,
2011a, p. 11).

EXEMPLO:

x² + y² = z²

(x² + y²)/5 = n

Normas técnicas para


elaboração de tabelas e
ilustrações
Segundo NBR 14724/2011, que trata da elaboração de Trabalhos Acadêmicos, as
tabelas reúnem informações tratadas estatisticamente e devem seguir as
Normas de Apresentação Tabular do IBGE. (IBGE, 1993)

Tabelas
A tabela deve ser objetiva e reunir os dados de forma mais clara possível. Seus
elementos principais são: título, cabeçalho, corpo e fonte.

59
Fonte: elaborada pela autora.

Orientações quanto à apresentação grá ca das tabelas:

1. As tabelas serão delimitadas no alto e em baixo, por traços horizontais com


espessura superior aos demais;
2. as tabelas não devem ser “fechadas” por traços verticais nas laterais;
3. a separação das colunas por traços verticais é opcional;
4. quando uma tabela exceder a página deve-se repetir o cabeçalho na página
seguinte. Segundo as Normas de Apresentação Tabular do IBGE;

Quando uma tabela, por excessiva altura, tiver de ocupar


mais de uma página, não deve ser delimitada na parte
inferior, repetindo-se o cabeçalho na página seguinte. Neste
caso, deve-se usar, no alto do cabeçalho ou dentro da
coluna indicadora a designação Continua ou Conclusão,
conforme o caso. (IBGE, 1993).

60
5. Muitas linhas e poucas colunas em uma mesma tabela permite sua
disposição em duas ou mais partes, desde que separadas por um traço
vertical duplo.

Ilustrações
Segundo NBR 14724/2011, as ilustrações devem estar dispostas da seguinte
forma:

Qualquer que seja o tipo de ilustração, sua identi cação


aparece na parte superior, precedida da palavra designativo
(desenho, esquema, uxograma, fotogra a, grá co, mapa,
organograma, planta, quadro, retrato, gura, imagem e
outros), seguida de seu número de ordem de ocorrência no
texto, em algarismos arábicos, travessão e de seu respectivo
título. Após a ilustração, na parte inferior, indicar a fonte
consultada (elemento obrigatório, mesmo que seja
produção do próprio autor), legenda, notas e outras
informações necessárias à sua compreensão (se houver). A
ilustração deve ser citada no texto e inserida o mais próximo

61
possível do trecho a que se refere. (ABNT, 2011a, p. 11, grifo
nosso).

O autor deve estar atento para inserir a ilustração o mais próximo possível do
trecho a que se refere.

Fonte: a autora.

Investigações quantitativas (estatísticas) devem ser apresentadas em forma de


tabelas (laterais abertas),  e os demais tipos de ilustrações que contenham dados
qualitativos (mapas, grá cos, organogramas e outros) devem estar expostos
como quadros, ou seja, com as laterais fechadas por traços verticais.

Assim, caro(a) aluno(a), utilize as informações dispostas anteriormente para


nalizar seu estudo de forma organizada e coerente com as normas técnicas.

Lembre-se: não basta um excelente estudo se não estiver com uma correta
apresentação. Caso contrário, seu trabalho estará comprometido.

62
07

O Uso Correto de Citações


em Documentos - NBR
10520/2002 – Parte 1
Agora imagine uma situação em que você está fazendo sua investigação relativa
ao objeto de estudo, lendo uma obra de destaque em sua área e se depara com
uma passagem perfeita. Nesse momento, você pensa: “Estas linhas são tudo o
que eu preciso para dar fundamento às minhas a rmações, são perfeitas!” Posso
copiar na íntegra? Posso interpretar a ideia com minhas palavras?

A resposta é sim para as duas indagações, desde que haja uma estrita
observância das normas referentes ao uso de citações.

Todo texto compreendendo trabalhos de conclusão de curso de graduação,


dissertações de mestrado ou teses de doutorado, tem uma base teórica. As
citações são os instrumentos utilizados para conferir tal base e, ao mesmo
tempo, enriquece as argumentações.

As citações representam a base teórica de sua investigação. Por mais inteligente


que seja, com um QI extremamente elevado, todo escrito tem um conjunto de
obras para dar fundamento cientí co às a rmações do autor. Não basta um
estudo produtivo, é preciso fundamentar suas a rmações com estudos
anteriores.

Todavia, a utilização deste recurso deverá atender alguns critérios, caso


contrário, poderá representar um "[...] calvário cruel de excelentes trabalhos que
acabam radicalmente comprometidos pela falta de sua correta observância".
(MEZZAROBA, 2014, p. 299).

Nesse sentido, o texto a seguir traz algumas considerações quanto às principais


orientações da ABNT no que diz respeito às citações em documentos (NBR
10520).

Em primeiro lugar as de nições:

64
CITAÇÃO INDIRETA: referência à ideia do autor (sem transcrição (não há
cópia).

CITAÇÃO DIRETA: transcrição literal de trechos do original consultado


(há cópia).

NOTAS DE REFERÊNCIA: notas que indicam as fontes consultadas (são


inseridas no rodapé da página).

NOTAS EXPLICATIVAS: usadas para comentários ou esclarecimentos


que não possam ser incluídos no texto (são inseridas no rodapé da
página).

Fonte: a autora

Tanto na citação indireta como na direta, a ABNT disponibiliza duas formas para
indicar autoria e obra de terceiros. O que a Metodologia da Pesquisa Cientí ca,
assim como a própria ABNT, denomina de sistema de chamada, que pode ser
numérico ou autor-data.

No sistema numérico a autoria é indicada no rodapé da página, na mesma


página em que a citação foi inserida. Deve-se inserir a obra completa,
principalmente os elementos essenciais, ou seja, as informações indispensáveis
à identi cação da obra.

SOBRENOME, nome. Título e subtítulo (se houver). Local de


publicação: Editora, ano e página.

Fonte: a autora

No sistema de chamada autor-data, você insere, logo após a pontuação que


fecha a citação, apenas o SOBRENOME do autor, ano e página.

65
(SOBRENOME, ano, p.)

Fonte: a autora

Na CITAÇÃO INDIRETA, você interpreta o que o autor está dizendo, qual sua ideia
sobre determinada teoria ou fato. Essa referência à ideia pode ser de uma obra
completa ou de apenas uma passagem, mas tanto na indireta quanto na direta
você deve dar crédito ao autor original.

Exemplo 1 – CITAÇÃO INDIRETA - sistema de chamada


numérico

A evidente correlação entre o liberalismo e a democracia manifesta-se


na composição política da atualidade, pois, conforme Bobbio¹, um
Estado liberal, pressupõe um Estado democrático.

_____________

¹ BOBBIO, Norberto.  O futuro da democracia.  7. ed. São Paulo: Paz e Terra,
2000, p. 69.

Fonte: a autora

66
Exemplo 2 – CITAÇÃO INDIRETA - sistema de chamada
autor-data

A evidente correlação entre o liberalismo e a democracia manifesta-se


na composição política da atualidade, pois um Estado liberal pressupõe
um Estado democrático. (BOBBIO, 2000, p. 69).

Fonte: a autora

Quando há a opção pela transcrição literal de uma passagem você pode utilizar a
citação direta curta ou direta longa. Você autor é quem vai decidir se precisa de
uma transcrição longa ou curta para fundamentar sua argumentação.

Aqui vai mais um lembrete: use o bom senso para o uso das citações. Embora
sejam necessárias ao fundamento cientí co devemos evitar exageros, pois
podemos criar duas situações não muito agradáveis: Primeiro, a ausência de
citações alerta para incidência de plágio, pois já foi dito que a “inspiração da
madrugada” não pode criar um argumento absolutamente original, do início ao
m, sem uma base teórica. Por outro lado, o excesso de citações elimina a
participação do autor e o texto ca sem autoria. Portanto, procure a dosagem
adequada segundo seu tema e metodologia adotados.

Pois bem, caro(a) aluno(a), vamos às citações diretas.

Como as citações diretas indicam transcrição literal da obra de terceiros


devemos apresentar ao leitor sinais de que a passagem é uma cópia, para não
pairar dúvidas quanto ao uso incorreto do texto e o risco de incidir em plágio.

67
A m de evitar qualquer tipo de plágio, mesmo que inconsciente.

Convém veri car o link Disponível aqui

Segundo a NBR 10520, as citações diretas inferiores a três linhas devem ser
elaboradas no corpo do texto entre aspas duplas, com mesma fonte   e
espaçamento entre linhas utilizado no texto, sem negrito, grifo ou itálico. As
aspas são os sinais para o leitor de que a passagem é cópia, portanto, não é
permitido outros sinais. REPITO, somente aspas, sem itálico, negrito, todas
maiúsculas, sublinhado ou outro recurso que estiver disponível. SOMENTE aspas
duplas.

Exemplo 1 – CITAÇÃO DIRETA CURTA - sistema de chamada


numérico.

A exata medida da aplicação da democracia na sociedade atual cabe


ainda importantes considerações quanto às di culdades de sua plena
viabilidade, pois “[...] nela cabem o tema já clássico da teoria das elites e
o tema ainda mais clássico do contraste entre democracia formal e
democracia substancial”.¹

___________

¹MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Cláudia Servilha. Manual de


Metodologia da Pesquisa no Direito. São Paulo: Saraiva, 2003, p.252.

Fonte: a autora

68
Exemplo 2 - CITAÇÃO DIRETA CURTA - sistema de chamada
autor-data.

A exata medida da aplicação da democracia na sociedade atual cabe


ainda importantes considerações quanto às di culdades de sua plena
viabilidade, pois “[...] nela cabem o tema já clássico da teoria das elites e
o tema ainda mais clássico do contraste entre democracia formal e
democracia substancial”. (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2003, p. 252).

Fonte: a autora

CITAÇÃO DIRETA CURTA – Entre aspas duplas no corpo do texto,


mesma fonte e espaçamento que o texto original.

Mas se você precisa de uma transcrição de uma passagem um pouco mais


extensa, deve utilizar a citação direta longa.

As citações diretas longas são transcrições que superam três linhas, e, portanto,
devem estar em destaque no texto pela chamada “caixinha”, ou seja, recuo de
quatro centímetros da margem esquerda, espaçamento simples entre linhas,
fonte menor (times new roman 11), sem aspas, negrito ou itálico.

69
Exemplo 1: citação direta longa – sistema de chamada
numérico

À exata medida da aplicação da democracia na sociedade atual


ainda cabem importantes considerações quanto às di culdades
de sua plena viabilidade, pois:

Nela cabe o tema já clássico da teoria das


elites e o tema ainda mais clássico do
contraste entre democracia formal e
democracia substancial. Nela cabe, en m, o
4
tema da ingovernabilidade, que emergiu
cm
nestes últimos anos. Por outra parte, não
me parece que o tema do ‘poder invisível’
tenha recebido a necessária atenção dos
escritores políticos, como mereceria’.¹

___________

¹ MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Cláudia Servilha. Manual de Metodologia


da Pesquisa no Direito. São Paulo: Saraiva, 2003, p.252.

Fonte: a autora

70
Exemplo 2: citação direta longa – sistema de chamada
autor-data.

À exata medida da aplicação da democracia na sociedade atual


ainda cabem importantes considerações quanto às di culdades
de sua plena viabilidade, pois:

Nela cabe o tema já clássico da teoria das


elites e o tema ainda mais clássico do
contraste entre democracia formal e
democracia substancial. Nela cabe, en m, o
4 tema da ingovernabilidade, que emergiu
cm nestes últimos anos. Por outra parte, não
me parece que o tema do ‘poder invisível’
tenha recebido a necessária atenção dos
escritores políticos, como mereceria’.
(MEZZAROBA; MONTEIRO, 2003, p. 252).

Fonte: a autora

CITAÇÃO DIRETA LONGA – Recuo de 4 centímetros da margem


esquerda, fonte menor, espaçamento simples.

71
É sempre bom ressaltar que você só vai utilizar os recursos de sinalização de
transcrição (aspas para a citação curta e recuo para a longa) nas citações diretas.
Nas citações indiretas são suas palavras, e não há porque alertar o leitor.

Observe que no exemplo acima há duas palavras que estão entre aspas simples:
‘poder invisível’, isto ocorre quando no original a sentença está entre aspas
duplas e como não podemos utilizá-las na citação direta devemos substituir por
simples. Ou seja:

Na transcrição da citação direta SUBSTITUI aspas duplas que constam no original


por aspas simples.

Agora, caro(a) aluno(a), você já deve ter se perguntado: e se na citação direta eu


quiser transcrever apenas a primeira e a terceira sentença do texto que quero
copiar? Ou seja, não preciso da segunda frase. E agora? É possível transcrever
apenas a primeira e a terceira e “pular” a segunda sentença?

Na próxima aula vamos ver esta e outras questões relativas ao uso das citações
diretas.

72
08

O Uso Correto de Citações


em Documentos - NBR
10520/2002 – Parte 2
Seguimos com outras questões que constantemente geram dúvidas, mas que
existem recursos da ABNT que normalizam o uso correto.

Primeiro, vamos responder à questão da aula anterior: “E se, na citação direta,


eu quiser transcrever apenas a primeira e terceira sentença do texto que quero
copiar? Ou seja, não preciso da segunda frase. E agora? É possível transcrever
apenas a primeira e a terceira e “pular” a segunda sentença?

A resposta é a rmativa: você pode SUPRIMIR parte do trecho que está sendo
transcrito, tanto no início quanto no meio e no nal. A parte suprimida deverá
ser substituída por RETICÊNCIAS ENTRE COLCHETES [...].

Mas CUIDADO com o uso indiscriminado, você é responsável por sua autoria,
portanto, não pode alterar o sentido do texto “montando” a rmações de forma
tendenciosa.

Utilize os recursos disponíveis pela ABNT de forma consciente e responsável!

Conhecimento | Fonte: Disponível aqui

74
Exemplo 1: citação direta longa –

Ocorrência de supressão [...] e acréscimo [   ].


À exata medida da aplicação da democracia na sociedade atual
ainda cabem importantes considerações quanto às di culdades
de sua plena viabilidade, pois:

Nela cabe o tema já clássico da teoria das elites e


o tema ainda mais clássico do contraste entre
democracia formal e democracia substancial
[...]. Nela cabe, en m, o tema da
ingovernabilidade, que emergiu nestes últimos
anos. Por outra parte, não me parece que o tema
do ‘poder invisível’ tenha recebido a necessária
atenção dos escritores políticos [principalmente
os clássicos], como mereceria’. ¹

___________

¹MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Cláudia Servilha. Manual de Metodologia


da Pesquisa no Direito. São Paulo: Saraiva, 2003, p.252.

Agora, caro(a) aluno(a), vamos falar de acréscimo ou comentários à citação


direta. Vamos imaginar uma situação que você quer inserir comentários seus na
citação direta, tanto curta quanto longa. Você está transcrevendo o texto e em
determinado momento sentiu necessidade de esclarecer algo ao leitor. Isso é
possível pela inserção dos comentários de forma breve - muito breve - entre
colchetes, como demonstra o exemplo acima.

Mas CUIDADO: o uso excessivo acarreta a construção de um texto paralelo ao


original que está sendo transcrito e acaba comprometendo a mensagem da
obra.

75
Para citações diretas:

[...] indica que parte do texto original foi extraído na transcrição.

[   ] foram inseridos comentários na transcrição do texto original.

Outra dúvida muito comum: devo corrigir quando encontrar erro de ortogra a
no texto original? A nal o leitor pode pensar que o erro foi meu, não é?

Negativo, não pode alterar uma vírgula. Lembre-se que precisa se manter el ao
texto original, ele não é seu. Se encontrar erro transcreva o erro e insira logo
após “[sic]”, que indica que o erro não foi seu, mas você apenas o transcreveu.

Observe no exemplo abaixo, o correto seria democracia e foi transcrito com o


erro democracio:

76
Exemplo 2- Citação direta curta

Ocorrência de ênfase e [sic] – sistema de chamada


autor-data.
A exata medida da aplicação da democracia na sociedade atual
cabe ainda importantes considerações quanto às di culdades de
sua plena viabilidade, pois “[...] nela cabem o tema já clássico da
teoria das elites e o tema ainda mais clássico do contraste entre
democracia formal e democracio [sic]  substancial”. (MEZZAROBA;
MONTEIRO, 2003, p. 252, grifo nosso).

Fonte: a autora

Pois bem, caro(a) aluno(a), agora imagine uma situação em que você quer
ressaltar uma curta passagem de sua transcrição, apenas algumas palavras para
dar uma ênfase maior ao que está sendo discutido. Como proceder?

Veja no exemplo acima que as palavras “teoria das elites” estão em negrito,
indicando uma ênfase, um destaque acentuado por você.   Ao nal da citação,
após a referência da obra, insira “grifo nosso”. Esta expressão avisará ao leitor
que você optou por destacar este trecho. Você, não o autor da obra que está
sendo transcrita.

Mas atenção: se o original que está sendo transcrito já estiver com termos em
destaque insira ao nal da referência a expressão “grifo do autor”.

Lembrando que, para os destaques, podemos utilizar o negrito, itálico ou grifo. O


importante é padronizar o texto como uso contínuo de apenas um deles.

77
Nas citações diretas:

Ênfase de termos ou passagens = negrito, itálico ou grifo.

Equívocos de ortogra a ou digitação no original devem ser


transcritos e inserido [sic] logo após a ocorrência.

Dando continuidade aos recursos utilizados nas citações, vamos falar das notas
de referência: deve ser uma numeração consecutiva, por algarismos arábicos,
não se inicia a cada página e a cada capítulo e deve estar situada no rodapé da
página.

___________

¹ ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as


metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo:
Cortez, 1999, p.16.

A primeira citação de uma obra (na mesma página) deve ter sua referência
completa, as subsequentes (na mesma página) podem ser referenciadas de
forma abreviada, permitindo a utilização das seguintes expressões:

78
Idem ou Id = mesmo autor

Ibidem ou Ibid = mesma obra

Op. cit. = obra citada

Passim = em diversas passagens

Loc. cit. = no lugar citado

Cf. = con ra, conforme

Et seq. = seguinte, ou que se segue

Et al = e outros

Lembre-se: é preciso padronizar o uso dos recursos, opte por um deles e o


utilize no desenvolvimento do texto.

79
___________

¹ ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as


metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo:
Cortez, 1999, p.16.
² Op.cit.
³ ALVES, Giovanni. A tragédia de Prometeu: a degradação a
pessoa-humana-que-trabalha na era do capitalismo
manipulatório. Bauru: Projeto Editorial Praxis, 2016.
⁴ ANTUNES, op.cit., p.20.

Outra observação extremamente importante, caro(a) aluno(a), é que tais


recursos só podem ser utilizados na mesma página que a referência original. Se
você virar a página, deverá inserir a referência completa novamente.

Relativo ao uso do apud, que signi ca “citado por”, você deve estar atento ao uso
inapropriado deste recurso. Novamente vamos imaginar uma situação em que
você precisa utilizar uma obra de destaque em sua área, mas referida obra é de
difícil localização e acesso. Embora na atualidade, com a rede mundial de
computadores, o acesso tenha sido democratizado, ainda existem obras
clássicas que estão disponíveis apenas na versão impressa e, nestes casos, é
possível utilizar a chamada “citação de citação”.

80
Exemplo 1: citação direta curta – ocorrência de apud

Sistema de chamada numérico.

Segundo Filomeno “[...] há uma certa polêmica no que diz respeito


aos elementos constitutivos de Nação”.

____________

¹FILOMENO, 1999, p. 8 apud BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia. 7.


ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000, p.9

Exemplo 2: citação direta curta – ocorrência de apud

Sistema de chamada autor-data.

Segundo Filomeno (apud BOBBIO, 2000, p. 9): “[...] há uma certa


polêmica no que diz respeito aos elementos constitutivos de
Nação”.

Exemplo 3: citação direta curta – ocorrência de apud

Sistema de chamada autor-data

Segundo os clássicos da Teoria do Estado “[...] há uma certa


polêmica no que diz respeito aos elementos constitutivos de
Nação”. (FILOMENO apud BOBBIO, 2000, p. 9).

81
Lembre-se: a obra citada pelo apud não deverá constar nas referências nais,
pois você não leu a obra, apenas utilizou uma citação.

Apud – Citação de citação

CITANDO apud CITADO

A expressão apud deve ser utilizada na absoluta impossibilidade


da localização da obra desejada.

Por m, as notas explicativas, ou seja, aquelas notas situadas no rodapé da


página que servem para algum esclarecimento que queira inserir no texto.

Com a associação/articulação da gestão toyotista e a utilização de


novas tecnologias informacionais, a precarização do trabalho não
se resume à questão salarial, ou seja, à “degradação” das relações
e condições de trabalho leva ao conceito de “precarização¹ do
trabalho”.

_______________________

¹ Não se resume ao aspecto salarial, mas também depreciação em termos


de compensação nanceira.

As notas explicativas deverão estar em numeração consecutiva, por algarismos


arábicos, e não se inicia a cada página ou a cada capítulo. Fica localizada no
rodapé da página.

82
As notas de referência e notas explicativas não podem ser usadas
conjuntamente em um mesmo trabalho, pois como utilizam a mesma sequência
numérica, poderiam trazer dúvidas durante a leitura.

Mas o uso das notas explicativas também requer certos cuidados. Veri que a
necessidade de inserir tais notas, pois é muito comum o aluno inserir nota
explicativa para tudo, até termos que são de conhecimento público. O autor que
terá condições de avaliar a necessidade de inserir as notas.

Embora não esteja explicito na ABNT não é aconselhável que as notas


explicativas excedam 50% da página, pois quando isto acontece o leitor ca com
duas leituras paralelas, impossibilitando um bom entendimento.

Pois bem, caro(a) aluno(a), agora que está ciente das principais orientações
quanto ao uso correto das citações vamos trabalhar as normas sobre elaboração
das referências.

83
09

Referências – NBR
6023/2018 – Parte 1
Muito bem, caro(a) aluno(a), como bom cidadão, você sabe que todos estamos condicionados a
um conjunto de normas e sabemos exatamente nossos direitos e deveres em sociedade, ou seja,
o que podemos e o que devemos fazer para uma convivência de certa forma pací ca. E isso só
ocorre porque acatamos as regras, observamos as normas. Da mesma forma, devemos estar
atentos(as) às regras na elaboração de um trabalho cientí co a m de torná-lo compreensível.

Portanto, a metodologia cientí ca e as normas dela decorrentes não são “perfumaria”, como
erroneamente se costuma ouvir.

Dito isso, vamos às normas relativas à disposição das referências em um trabalho cientí co. 

No decorrer de nossas aulas, você já percebeu que a produção do conhecimento não se resume
ao texto apenas, não é? Pois bem, agora vamos falar da forma correta da disposição dos
elementos de uma referência, ou seja, a ordem e a formatação adequada de autoria, título da
obra, possível atualização, revisão e outras.

Primeiro, vamos às de nições.

Segundo a NBR 6023/2018, norma que regulamenta a disposição dos elementos de referências:

Esta norma xa a ordem dos elementos das referências e estabelece


convenções para transcrição e apresentação da informação originada do
documento e/ou outras fontes de informação.
Esta norma destina-se a orientar a preparação e compilação de referências
de material utilizado para a produção de documentos e para inclusão em
bibliogra as, resumos, resenhas, recensões e outros. (ABNT, 2018b, p. 1).

Para o estudo das referências, não há como car sem exemplos, portanto, nesta aula você
encontra diversos exemplos da disposição correta dos elementos de uma referência.

Para casos especí cos convêm a consulta ao original da NBR 6023/2018.

Vamos lá?

85
Orientações gerais
Segundo NBR 6023, a formatação das referências deve seguir as seguintes orientações:

As referências devem ser colocadas em espaço simples, alinhadas à margem


esquerda do texto e separadas entre si por uma linha em branco de espaço
simples. Quando aparecerem em notas de rodapé, devem ser alinhadas à
margem esquerda do texto e, a partir da segunda linha da mesma referência,
abaixo da primeira palavra, de forma a destacar o expoente e sem espaço
entre elas. (ABNT, 2018b, p. 5).

As referências poderão estar expostas em ORDEM ALFABÉTICA ou ORDEM NUMÉRICA, em lista


única. Ao optar por um recurso tipográ co para o destaque do título (itálico, negrito ou
sublinhado) você deverá mantê-lo para todas as referências de seu texto.

86
Exemplo 1 – Ordem alfabética.

Exemplo 2 – Ordem numérica.

No formato numérico, as referências seguem a numeração de acordo com o momento em que


foi citada no texto.

Agora, não há ninguém mais apto do que você para decidir qual é o mais adequado, ou seja, se as
referências serão inseridas por ordem alfabética ou pelo sistema numérico.

Mas não se esqueça de consultar seu orientador!

Monografia no todo
Livro e/ou folheto

7.1.1 Os elementos essenciais para livro e/ou folheto são: autor, título,
subtítulo (se houver), edição (se houver), local, editora e data de publicação.
Quando necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência
para melhor identi car o documento. (ABNT, 2018b, p. 6).

87
Exemplo 1 – Elementos essenciais

BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge


Zahar, 1999.

Exemplo 2 – Elementos complementares

BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Tradução: Marcus


Penchel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. 145 p. Título original: Globalization: the human
consequences. ISBN 85-7110-495-6.

Trabalho acadêmico

7.1.2 Os elementos essenciais para trabalho acadêmico são: autor, título,


subtítulo (se houver), ano de depósito, título do trabalho (tese, dissertação,
trabalho de conclusão de curso e outros), grau (especialização, doutorado,
entre outros) e curso entre parênteses, vinculação acadêmica, local e data de
apresentação ou defesa. Quando necessário, acrescentam-se elementos
complementares à referência para melhor identi car o documento. (ABNT,
2018b, p. 6).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

RODRIGUES, Ana Lúcia Aquilas. Impacto de um programa de exercícios no local de


trabalho sobre   o nível de atividade física e o estágio de prontidão para a mudança de
comportamento. 2009. Dissertação (Mestrado em Fisiopatologia Experimental) –
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

88
Exemplo 2 – Elementos complementares

RODRIGUES, Ana Lúcia Aquilas.   Impacto de um programa de exercícios no local de


trabalho sobre   o nível de atividade física e o estágio de prontidão para a mudança de
comportamento. Orientador: Mario Ferreira Junior. 2009. 82 f. Dissertação (Mestrado em
Fisiopatologia Experimental) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2009.

Monografia no todo em meio eletrônico


Inclui livros e/ou folhetos e trabalhos acadêmicos em meio digital ou eletrônico (disquetes, CD-
ROM, DVD, online e outros).

[...] Para documentos em meio eletrônico, as referências devem obedecer


aos padrões indicados para os documentos monográ cos no todo, de acordo
com 7.1, acrescidas da descrição física do suporte (CD, DVD, pen drive, e-
book, blu-ray disc e outros). (ABNT, 2018b, p. 7).

Documentos eletrônicos: acrescentar a descrição


física do suporte: CD, DVD, pen drive, e-book, blu-
ray disc e outros.
Exemplo 1 – Elementos essenciais

GODINHO, Thais. Vida organizada: como de nir prioridades e transformar seus sonhos
em objetivos. São Paulo: Gente, 2014. E-book.

89
Exemplo 2 – Elementos complementares

BAVARESCO, Agemir; BARBOSA, Evandro; ETCHEVERRY, Katia Martin (org.). Projetos de


loso a.  Porto Alegre: EDIPUCRS, 2011. E-book (213 p.). (Coleção Filoso a). ISBN 978-85-
397-0073-8. Disponível em: http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/projetosde loso a.pdf.
Acesso em: 21 ago. 2011.

Parte de monografia
Inclui seção, capítulo, volume, fragmento e outras partes de uma obra, com autor e/ou título
próprios.

Os elementos essenciais são: autor e título da parte, seguidos da expressão


In: ou Separata de: e da referência completa da monogra a no todo. No nal
da referência, deve-se informar a descrição física da parte. Quando
necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para
melhor identi car o documento. (ABNT, 2018b, p. 8).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

SANTOS, F. R. A colonização da terra do Tucujús. In: SANTOS, F. R. História do Amapá, 1º


grau. 2. ed. Macapá: Valcan, 1994. p. 15-24.

Exemplo 2 – Elementos complementares

MANFROI, V. Vinho branco. In: VENTURINI FILHO, W. G. (coord.). Bebidas alcoólicas:


ciência e tecnologia. São Paulo: Blucher, 2010. v. 1, cap. 7, p. 143-163.

90
Parte de monografia em meio eletrônico

“As referências devem obedecer aos padrões indicados para partes de


monogra as, de acordo com 7.3, acrescidas das informações relativas à
descrição física do meio eletrônico [...].” (ABNT, 2018b, p. 9).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Estômago. In: INSTITUTO NACIONAL DO


CÂNCER (Brasil). Tipos de câncer. [Brasília, DF]: Instituto Nacional do Câncer, 2010.
Disponível
em:http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/estomago/de nicao.
Acesso em: 18 mar. 2010.

Correspondência

Inclui bilhete, carta, cartão, entre outros.


Os elementos essenciais são: remetente (autor), título ou denominação [...],
destinatário (se houver), precedido pela expressão Destinatário: local, data e
descrição física (tipo). Quando necessário, acrescentam-se elementos
complementares para melhor identi car o documento. (ABNT, 2018b, p. 10).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

PILLA, Luiz. [Correspondência]. Destinatário: Moysés Vellinho. Porto Alegre, 6 jun. 1979. 1
cartão pessoal.

Exemplo 2 – Elementos complementares

PILLA, Luiz. [Correspondência]. Destinatário: Moysés Vellinho. Porto Alegre, 6 jun. 1979. 1
cartão pessoal. Autografado.

91
Correspondência disponível em meio eletrônico

As referências devem obedecer aos padrões indicados em 7.5, acrescidas das


informações relativas ao meio eletrônico (disquete, CD-ROM, DVD, pen drive,
online e outros). [...]. (ABNT, 2018b, p. 10).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

LISPECTOR, Clarice. [Carta enviada para suas irmãs]. Destinatário: Elisa e Tânia Lispector.
Lisboa, 4 ago. 1944. 1 carta. Disponível em:
http://www.claricelispector.com.br/manuscrito_minhasqueridas.aspx. Acesso em: 4 set.
2010.

Publicação periódica – Inclui o todo ou partes de


coleção, fascículo, revista, jornal e outros.

Coleção de publicação periódica:

A referência de toda a coleção de um título de periódico é utilizada em listas


de referências e catálogos de obras preparados por livreiros, bibliotecas ou
editoras.
Os elementos essenciais são: título, subtítulo (se houver), local de publicação,
editora, datas de início e de encerramento da publicação (se houver), e ISSN
(se houver). Quando necessário, acrescentam- se elementos
complementares para melhor identi car o documento. (ABNT, 2018b, p. 11).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939- . ISSN 0034-723X.

92
Exemplo 2 – Elementos complementares

REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939- . ISSN 0034-723X.


Trimestral.

Coleção de publicação periódica em meio eletrônico

As referências devem obedecer aos padrões indicados para coleção de


publicação periódica, de acordo com [...]  [9.10.1], acrescidas do DOI (se
houver), e de informações relativas à descrição física do meio eletrônico (CD-
ROM, online e outros).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

ACTA CIRÚRGICA BRASILEIRA. São Paulo: Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da


Pesquisa em Cirurgia, 1997- . ISSN 1678-2674 versão online. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ serial&pid=0102-8650&lng=pt&nrm=iso.
Acesso em: 22 ago. 2013.

Exemplo 2 – Elementos complementares

ACTA CIRÚRGICA BRASILEIRA. São Paulo: Sociedade Brasileira para o Desenvolvimento da


Pesquisa em Cirurgia, 1997- . ISSN 1678-2674 versão online. Bimestral. A versão impressa
iniciou em 1986. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_serial&pid=0102-8650&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 22 ago. 2013.

93
Artigo, seção e/ou matéria de publicação periódica: artigo, comunicação,
editorial, entrevista, recensão, reportagem, resenha e outros

Os elementos essenciais são: autor, título do artigo ou da matéria, subtítulo


(se houver), título do periódico, subtítulo (se houver), local de publicação,
numeração do ano e/ou volume, número e/ou edição, tomo (se houver),
páginas inicial e nal, e data ou período de publicação. Quando necessário,
acrescentam-se elementos complementares à referência para melhor
identi car o documento. (ABNT, 2018b, p. 13).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

TEICH, D. H. A solução veio dos emergentes. Exame, São Paulo, ano 43, n. 9, ed. 943, p.
66-67, 20 maio 2009.

Exemplo 2 – Elementos complementares

MENDONÇA, Lenny; SUTTON, Robert. Como obter sucesso na era do código aberto.
Entrevistado: Mitchekk Baker. HSM Management, São Paulo, ano 12, v. 5, n. 70, p. 102-
106, set./out. 2008.

Artigo e/ou matéria de jornal: comunicação, editorial, entrevista, recensão,


reportagem, resenha e outros

Os elementos essenciais são: autor, título, subtítulo (se houver), título do


jornal, subtítulo do jornal (se houver), local de publicação, numeração do ano
e/ou volume, número (se houver), data de publicação, seção, caderno ou
parte do jornal e a paginação correspondente. Quando não houver seção,
caderno ou parte, a paginação do artigo ou matéria precede a data. Quando
necessário, acrescentam-se elementos complementares à referência para
melhor identi car o documento. (ABNT, 2018b, p. 15).

94
Exemplo 1 – Elementos essenciais

OTTA, Lu Aiko. Parcela do tesouro nos empréstimos do BNDES cresce 566 % em oito
anos. O Estado de S. Paulo, São Paulo, ano 131, n. 42656, 1 ago. 2010. Economia &
Negócios, p. B1.

Artigo e/ou matéria de jornal em meio eletrônico

 Exemplo 1 – Elementos essenciais

PROFESSORES terão exame para ingressar na carreira. Diário do Vale, Volta Redonda, v.
18, n. 5877,  27 maio 2010. Caderno Educação, p. 41. Disponível em:
http://www.bancadigital.com.br/diariodovale/ reader2/Default.aspx?
pID=1&eID=495&lP=38&rP=39&lT=page. Acesso em: 29 set. 2010.

Pois bem, caro(a) aluno(a), chegamos ao nal da primeira parte da aula que normatiza o uso das
referências. Mas, como já observaram, vamos precisar de mais uma aula para trazer outros
exemplos de referências.

São muitas as fontes de pesquisa, e para cada uma existe uma forma correta de fazer a
referência. Nas aulas 9 e 10 selecionamos alguns exemplos de referências que poderão ser úteis
para a nalização de seu trabalho cientí co.

95
10

Referências – NBR
6023/2018 – Parte 2
No dia 14 de novembro de 2018 foi divulgada a nova NBR 6023, que passou de
24 páginas (2002) para 74, com o diferencial da inclusão de diversos exemplos
de referências de material online.

Portanto, nesta aula, vamos dar continuidade ao desenvolvido na aula anterior,


com a inserção de exemplos de referências, pelo menos as principais, tendo em
vista o número excessivo de exemplos.

Evento: documentos
resultantes de atas,
anais, congressos e
outros.
Evento no todo em monografia

Os elementos essenciais são: nome do evento, numeração


(se houver), ano e local (cidade) de realização, título do
documento, seguidos dos dados de local, editora e data da
publicação. Quando necessário, acrescentam-se elementos
complementares à referência para melhor identi car o
documento. (ABNT, 2018b, p. 16).

97
Exemplo 1 – Elementos essenciais

CONGRESSO DO CENTRO-OESTE DE CLÍNICOS VETERINÁRIOS DE


PEQUENOS ANIMAIS, 3.; FEIRA DO CENTRO-OESTE DO MERCADO PET, 3.,
2006, [Brasília, DF]. [Trabalhos cientí cos e casos clínicos].
Ciência Animal Brasileira. Goiânia: UFG, nov. 2006. Suplemento 1.

Exemplo 2 – Elementos complementares

CONGRESSO INTERNACIONAL DO INES, 8.; SEMINÁRIO NACIONAL DO


INES, 14., 2009, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro: Instituto
Nacional de Educação de Surdos, 2009. 160 p. Tema: Múltiplos Atores e
Saberes na Educação de Surdos. Inclui bibliogra a.

Evento no todo em meio eletrônico

As referências devem obedecer aos padrões indicados para


o evento no todo, de acordo com 7.8.1 e 7.8.2, acrescidas do
DOI (se houver) e de informações relativas à descrição física
do meio eletrônico (disquetes, CD-ROM, online e outros).
Quando se tratar de obras consultadas online [...]. (ABNT,
2018b, p. 17).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPE, 4., 1996, Recife. Anais


eletrônicos [...]. Recife: UFPE, 1996. Disponível em:
http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais.htm. Acesso em: 21 jan. 1997.

98
Exemplo 2 – Elementos complementares

CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA, 5.; CONGRESSO DE SOJA DO


MERCOSUL, 2009, Goiânia. Anais [...]. Brasília, DF: Embrapa, 2009. 1 CD-
ROM. Siglas dos eventos: CBSOJA e MERCOSOJA. Tema: Soja: fator de
desenvolvimento do Cone Sul.

Parte de evento em monografia

Os elementos essenciais são: autor, título do trabalho,


seguidos da expressão In: nome do evento, numeração do
evento (se houver), ano e local (cidade) de realização, título
do documento, local, editora, data de publicação e páginas
inicial e nal da parte referenciada. Quando necessário,
acrescentam-se elementos complementares à referência
para melhor identi car o documento. (ABNT, 2018b, p. 17).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

BRAYNER, A. R. A.; MEDEIROS, C. B. Incorporação do tempo em SGBD


orientado a objetos. In:  SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9.,
1994, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: USP, 1994.  p. 16-29.

99
Exemplo 2 – Elementos complementares

MARTIN NETO, L.; BAYER, C.; MIELNICZUK, J. Alterações qualitativas da


matéria orgânica e os fatores determinantes da sua estabilidade num
solo podzólico vermelho-escuro em diferentes sistemas de manejo.  In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 26., 1997, Rio de Janeiro.
Resumos [...]. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo,
1997. p. 443, ref. 6-141

Parte de evento em publicação periódica

Os elementos essenciais são: autor, título do trabalho, título


do periódico, subtítulo (se houver), local de publicação,
numeração do ano e/ou volume, número e/ou edição, tomo
(se houver), páginas inicial e nal, data ou período de
publicação, nota indicando o número e o nome do evento, e
ano e local. Quando necessário, acrescentam-se elementos
complementares à referência para melhor identi car o
documento. (ABNT, 2018b, p. 18).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

GUNCHO, M. R. A educação à distância e a biblioteca universitária. In:


SEMINÁRIO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 10., 1998, Fortaleza. Anais
[...]. Fortaleza: Tec Treina, 1998. 1 CD-ROM.

100
Exemplo 2 – Elementos complementares

GONÇALVES, Carmen Diego. Estilo de pensamento na produção de


conhecimento cientí co. In: CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA,
4., 2000, Coimbra. Actas do [...]. Lisboa: Associação Portuguesa de
Sociologia, 2000. Tema: Sociedade portuguesa: passados recentes,
futuros próximos. Eixo temático: Reorganização dos saberes, ciência e
educação, p. 1-18. Disponível em: http://aps.pt/wp-content/
uploads/2017/08/DPR462de12f4bb03_1.pdf. Acesso em: 3 maio 2010.

Documento audiovisual:

Filmes, vídeos, entre outros. Inclui imagens em movimento e registros sonoros


nos suportes: disco de vinil, DVD, blu-ray, CD, ta magnética, vídeo, lme em
película, entre outros.

Os elementos essenciais são: título, diretor e/ou produtor,


local, empresa produtora ou distribuidora, data e
especi cação do suporte em unidades físicas. Quando
necessário, acrescentam-se elementos complementares à
referência para melhor identi car o documento.Os
elementos diretor, produtor, local e empresa produtora ou
distribuidora devem ser transcritos se constarem no
documento. (ABNT, 2018b, p. 24).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

OS PERIGOS do uso de tóxicos. Produção de Jorge Ramos de Andrade.


São Paulo: CERAVI, 1983. 1 ta de vídeo (30 min), VHS, son., color.

101
Exemplo 2 – Elementos complementares

CENTRAL do Brasil. Direção: Walter Salles Júnior. Produção: Martire de


Clermont-Tonnerre e Arthur Cohn. Intérpretes: Fernanda Montenegro,
Marilia Pera, Vinicius de Oliveira, Sônia Lira, Othon Bastos, Matheus
Nachtergaele et al. Roteiro: Marcos Bernstein, João Emanuel Carneiro e
Walter Salles Júnior. [S. l.]: Le Studio Canal; Rio lme; MACT Productions,
1998. 5 rolos de lme (106 min), son., color., 35 mm.

Documento de acesso exclusivo em meio


eletrônico
Inclui bases de dados, listas de discussão, programas de computador, redes
sociais, mensagens eletrônicas, entre outros.

Os elementos essenciais são: autor, título da informação ou


serviço ou produto, versão ou edição (se houver), local, data
e descrição física do meio eletrônico. Quando necessário,
acrescentam-se elementos complementares à referência
para melhor identi car o documento. (ABNT, 2018b, p. 33).

Exemplo 1 – Elementos essenciais

APPLE. OS X El Capitan. Versão 10.11.6. [Cupertino]: Apple, c2017.

102
Exemplo 2 – Elementos complementares

A GAME of Thrones: the board game. 2nd. ed. Roseville: FFG, 2017. 1
jogo eletrônico.

Exemplo 3 – Elementos complementares

FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). BNDIGITAL I: Coleção Casa


dos Contos. Rio de Janeiro, 23 fev. 2015. Facebook: bibliotecanacional.br.
Disponível em: https://www.facebook.com/bibliotecanacional.br/
photos/a.241986499162080.73699.217561081604622/1023276264366429/?
type 1&theater. Acesso em: 26 fev. 2015.

Exemplo 4 – Elementos complementares

OLIVEIRA, José P. M. Repositório digital da UFRGS é destaque em


ranking internacional. Maceió, 19 ago. 2011. Twitter: @biblioufal.
Disponível em: http://twitter.com/#!/biblioufal. Acesso em: 20 ago. 2011.

Exemplo 5 – Elementos complementares

LAPAROTOMIA. In: WIKIPEDIA: the free encyclopedia. [San Francisco, CA:


Wikimedia Foundation, 2010]. Disponível em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Laparotomia. Acesso em: 18 mar. 2010.

103
Exemplo 6 – Elementos complementares

CID, Rodrigo. Deus: argumentos da impossibilidade e da


incompatibilidade. In: CARVALHO, Mário  Augusto Queiroz et al. Blog
investigação losó ca. Rio de Janeiro, 23 abr. 2011. Disponível em:
http:// investigacao- loso ca.blogspot.com/search/label/Postagens.
Acesso em: 23 ago. 2011.

Indicação de
responsabilidade
Pessoa física

O autor deve ser indicado pelo último sobrenome, em letras


maiúsculas, seguido do prenome e outros sobrenomes,
abreviados ou não, conforme consta no documento. [...] Os
autores devem ser separados por ponto e vírgula, seguidos
de um espaço.
Convém que se padronizem os prenomes e sobrenomes
para o mesmo autor, quando aparecerem de formas
diferentes em documentos distintos. (ABNT, 2018b, p. 34).

Exemplo 1

ALVES, Roque de Brito. Ciência criminal. Rio de Janeiro: Forense, 1995.

104
Exemplo 2 – Até três autores todos deverão ser indicados.

SOUZA, J. C.; PEREIRA, A. M. Metodologia de trabalho. 3. ed. São Paulo:


Estrela, 2011.

Exemplo 3 – Quatro ou mais autores, convém indicar todos. Permite-se que se


indique apenas o primeiro, seguido da expressão et al.

TAYLOR, Robert; LEVINE, Denis; MARCELLIN-LITTLE, Denis; MILLIS, Darryl.


Reabilitação e sioterapia na prática de pequenos animais. São
Paulo: Roca, 2008.

Exemplo 4 – Permite-se que se indique apenas o primeiro, seguido da expressão


et al.

URANI, A. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social


para o Brasil. Brasília, DF: IPEA, 1994.

105
Autores com nomes hispânicos, nomes
compostos, com grau de parentesco e com
sobrenomes com prefixos.
Exemplo 1 – Sobrenomes hispânicos.

GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel. O amor nos tempos do cólera. 33. ed. Rio
de Janeiro: Record, 2008.

Exemplo 2 – Grau de parentesco.

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque


econômico- nanceiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

Exemplo 3 – Sobrenomes compostos.

ESPÍRITO SANTO, Miguel Frederico de. O Rio Grande de São Pedro


entre a fé e a razão: introdução à história do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre: Martins Livreiro, 1999. 144 p.

Exemplo 4 – Sobrenome com pre xo

D’AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática: elo entre as tradições e a


modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. 110 p.

106
Tradutor, revisor, orientador, ilustrador,
entre outros, podem ser acrescentados
após o título, conforme aparecem no
documento.
 Exemplo 1

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos.


Tradução Vera da Costa e Silva et al.  3. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro:
José Olympio Editora, 1990.

Exemplo 2

ACCORSSI, Aline. Materializações do pensamento social sobre a


pobreza. Orientador: Helena Beatriz Kochenborger Scarparo. 2011. 184
f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Faculdade de Psicologia, PUCRS,
Porto Alegre, 2011. Versões impressa e eletrônica.

107
Para entrevistas, o primeiro elemento deve
ser o entrevistado.
Exemplo 1

HAMEL, Gary. E ciência não basta: as empresas precisam inovar na


gestão. [Entrevista cedida a] Chris Stanley. HSM Management, São
Paulo, n. 79, mar./abr. 2010. Disponível em: http://www.revistahsm.com.
br/coluna/gary-hamel-e-gestao-na-era-da-criatividade/. Acesso em: 23
mar. 2017.

Pessoas jurídicas
As obras de responsabilidade de pessoa jurídica (órgãos
governamentais, empresas, associações, entre outros) têm
entrada pela forma conhecida ou como se destaca no
documento, por extenso ou abreviada.
Convém que se padronizem os nomes para o mesmo autor,
quando aparecem de formas diferentes em documentos
distintos. (ABNT, 2018b, p. 37).

Exemplo 1

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14724:


informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio
de Janeiro: ABNT, 2011. 2011. Versões impressa e eletrônica.

108
Exemplo 2

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Catálogo de teses da Universidade de


São Paulo, 1992. São Paulo: USP, 1993. 467 p.

Títulos e subtítulos
“O título e o subtítulo devem ser reproduzidos como guram
no documento, separados por dois pontos.”   (ABNT, 2018b,
p. 40).

Exemplo:

PASTRO, Cláudio. Arte sacra: espaço sagrado hoje. São Paulo: Loyola,
1993. 343 p.

“Referência com entrada pelo título, iniciado por artigo


(de nido ou inde nido), deve ter grafados em letras
maiúsculas o artigo e a palavra subsequente.” (ABNT, 2018b,
p. 40).

Exemplo:

OS GRANDES clássicos das poesias líricas. [S. l.]: Ex Libris, 1981. 60 f.

109
“Em títulos e subtítulos longos, podem-se suprimir as
últimas palavras, desde que não seja alterado o sentido. A
supressão deve ser indicada por reticências entre
colchetes.” (ABNT, 2018b, p. 40).

Exemplo:

ARTE de furtar [...]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.

Pois bem, após a exposição dos exemplos trabalhados nesta aula, você tem
elementos su cientes para apresentar as referências de sua pesquisa de forma
organizada e coerente.

Lembre-se, não basta realizar uma excelente pesquisa, necessariamente sua


apresentação deverá estar pautada nas normas técnicas da ABNT. Com este
cuidado especial, você terá segurança no desenvolvimento de seu trabalho.

110
11

Desenvolvimento de
uma Investigação
Científica
Pois bem, caro(a) aluno(a), ao chegar neste momento do curso, você já tem
condições de utilizar corretamente todos os recursos disponibilizados pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. E agora está pronto para
desenvolver, com segurança, seu trabalho cientí co.

Mas o que é exatamente trabalho cientí co? Consiste em uma monogra a de


conclusão de curso de graduação, o chamado TCC? Uma dissertação
desenvolvida em um programa de mestrado, ou então uma tese, exigida no
doutorado? Tais trabalhos são desenvolvidos de forma diferenciada ou diz
respeito a uma questão conceitual?

Vejamos.

Tipos de monografias
Durante sua formação acadêmica o estudante do ensino superior já desenvolveu
diferentes tipos de trabalhos cientí cos, mas o que diferencia um do outro é a
profundidade da investigação.

Geralmente no nal do curso de graduação o estudante deverá desenvolver um


Trabalho de Conclusão de Curso, o chamado TCC, que não compreende uma
investigação muito complexa ou original. “À medida que ascendem na carreira
universitária, esses trabalhos vão exigindo maior embasamento, mais re exão,
mais amplitude e criatividade.” (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 260).

É muito comum a denominação de monogra a para todos os trabalhos


acadêmicos, em qualquer nível, mas existem características que diferenciam as
investigações pelo “nível de pesquisa, a profundidade, a nalidade do estudo, a
metodologia utilizada e originalidade do tema e das conclusões.” (MARCONI;
LAKATOS, 2017, p. 260).

Embora alguns autores considerem os demais tipos de trabalhos desenvolvidos


na pós-graduação como "monogra as", convém estabelecer alguma distinção
entre eles, pois basicamente o ponto diferenciador consiste na profundidade na
análise desenvolvida.

112
Neste sentido, Marconi e Lakatos (2017, 162-163), ao de nir dissertação, relatam
que “[...] tem caráter didático [...] de natureza re exiva, requer sistematização,
ordenação e interpretação dos dados. Por ser um estudo formal, exige
metodologia própria do trabalho cientí co.”

Por outro lado, tese indica “[...] o mais alto nível de pesquisa e requer não só
exposição e explicação do material coletado, mas também análise e
interpretação dos dados” (MARCONI; LAKATOS, 2017, p. 269). Geralmente, na
tese, busca-se temas originais.

De modo geral, monogra a (graduação), dissertação (mestrado) e tese


(doutorado), compreendem um estudo sistemático, lógico e responsável de
determinado tema, a m de apresentar resultados que estejam fundamentados
cienti camente.

Tal tarefa, todavia, não pode ser realizada de forma aleatória, com um simples
relato dos resultados obtidos pela observação da realidade. Necessariamente
uma investigação cientí ca deve seguir determinadas etapas de pesquisa, para
que seja atingido o rigor cientí co e o resultado possa ser transmitido, de forma
clara, para a comunidade e essa possa acompanhar e testar a veracidade da
pesquisa.

113
Etapas da Investigação
Científica
Após a determinação do tema-problema da pesquisa o passo seguinte consiste
no levantamento bibliográ co. Isso tem início nos textos básicos (revistas,
enciclopédias e dicionários da área, no caso, jurídica e outros), propiciando uma
primeira aproximação de você aluno(a) ao tema proposto. Posteriormente,
consultam-se textos especializados (fontes jurídicas: doutrinas, jurisprudência,
legislação e outros), e se aprofunda a análise.

A tarefa seguinte consiste na seleção do material localizado, pois dispomos de


uma grande quantidade de material bibliográ co. Isso evita dispersão e atraso
na elaboração do trabalho.

Severino (2016, p. 158), na mesma obra, ensina que:

[...] Nem tudo será necessariamente lido, pois nem tudo


interessará devidamente ao tema a ser estudado. Os
documentos que se revelarem pouco pertinentes ao tema
serão deixados de lado. Para presidir a essa triagem,
utilizem-se as resenhas, que permitem avaliar a utilidade do
documento em questão. Na falta delas, além da opinião de
especialistas, o melhor caminho é tomar contato direto com
a obra, lendo seu sumário, o prefácio, a introdução, as
'orelhas', assim como algumas passagens do seu texto, até o
momento em que se possa ter dela uma opinião.

Após a seleção do material localizado, ele é lido e chado. Para a realização


dessa tarefa torna-se necessário um roteiro provisório de trabalho, basicamente
um sumário provisório, ou o que os autores denominam de "esqueleto" de
pesquisa, no qual deverão estar descritas suas etapas, com base nas suas
percepções iniciais  com relação ao tema proposto e o objetivo do trabalho.

114
Finalmente, você deve ater-se à construção lógica do trabalho, ou seja, a
sequência organizada das ideias e conclusões, pois o receptor-leitor não
participou das etapas anteriores da elaboração do trabalho e não tem o nível de
conhecimento do emissor-autor relativo ao tema em questão. Para que a
mensagem seja recebida em sua totalidade o texto deve ser inteligível.

[...] as partes do trabalho, seus capítulos e, no interior deles,


os parágrafos, devem ter uma sequência lógica rigorosa,
determinada pela estrutura do discurso. Não basta que as
proposições tenham sentido em si mesmas: é necessário
que o sentido esteja logicamente inserido no contexto do
discurso e da redação. (SEVERINO, 2016, p. 161).

Pelo exposto, caro(a) aluno(a), entende-se que você deve estar atento(a) à
compreensão de seu texto. A nal, você escreveu para transmitir uma
mensagem, não é? Portanto, esta mensagem deve estar compreensível, caso
contrário seu texto será apenas para completar requisitos de seu curso. Situação
lamentável!!

Neste sentido, sua atenção também é necessária para outras questões que,
aparentemente, podem ser apenas detalhes, mas NÃO SÃO!!!

A seguir algumas questões que devem ser observadas para a construção de um


texto cientí co: coerência entre as partes, da escolha do tema, estilo do texto e a
construção do parágrafo.

Para você saber: o autor de um texto cientí co deve estar atento(a) ao equilíbrio
das várias partes do texto. Imagine uma introdução de cinco páginas e um
desenvolvimento (corpo do trabalho) com seis páginas. Outro exemplo de
desequilíbrio: uma bibliogra a de 15 páginas para um trabalho de 10 páginas.
Comumente, uma introdução tem de uma a três páginas; o desenvolvimento
ocupa de 10 a 60 páginas; a conclusão tem em média de uma a seis páginas e a
bibliogra a 20 a 50 obras. Evidentemente ela pode ser maior ou menor,
mantendo-se sempre, porém, a proporção. (HENRIQUE; MEDEIROS, 2008, p.
198).

115
Quanto à escolha do tema?

Ao escolher o tema de seu trabalho cientí co, seja ele de graduação, mestrado
ou doutorado, você deve estar atento(a) à sua disponibilidade de tempo, tanto
pro ssional como acadêmico, como também observar se a metodologia adotada
poderá ser realizada no período regular de seu curso. Entrevistas ou aplicação
de questionários são excelentes técnicas de pesquisa, mas somente se o tempo
disponível permitir. Temos que ser realistas!

Ainda sobre a escolha do tema, o importante é você se apaixonar por ele. Todo
pesquisador procura algo a ser desvendado, aquele tema que gostaria de saber
mais, aprender mais, ou seja, um tema que lhe desperte a vontade de pesquisar,
de ler, questionar, ler novamente e buscar outras ideias.

Pesquisa é garimpo. O pesquisador faz o mesmo trabalho do garimpeiro que


remove a terra em busca de metais preciosos. O pesquisador “remove” seu
conhecimento por meio de livros, documentos, faz experimentos em busca de
seu objeto de estudo.

Se não houver paixão pelo tema seu trabalho de pesquisa será uma tortura, e
você vai exercer forçosamente as atividades de pesquisa.

Portanto, busque paixão em sua análise!

116
Quando você nem imagina o que investigar em seu trabalho:

1. Busque pelas discussões atuais em sua área de interesse, como,


por exemplo, artigos em periódicos especializados.

2. Realize um desenvolvimento mais rigoroso de temas já


desenvolvidos em outro momento de sua vida acadêmica, como
na graduação ou especialização.

Outra consideração importante relativa à redação diz respeito à linguagem


utilizada. Certamente você já se deparou com uma leitura tão complexa que
precisou consultar dicionários para desenvolver o raciocínio e o entendimento. O
resultado será uma leitura desgastante que só será concluída se for necessária.

Lembre-se, caro(a) aluno(a), o objetivo de sua investigação é disseminar


conhecimento e contribuir de forma signi cativa para sua área tanto acadêmica
quanto pro ssional. Não há razão para di cultar a vida do leitor, não é?

Em trabalhos cientí cos, impõe-se um estilo sóbrio e


preciso, importando mais a clareza do que qualquer outra
característica estilística. A terminologia técnica só será usada
quando necessária ou em trabalhos especializados, nível em
que já se tornou terminologia básica.
De qualquer modo é preciso que o leitor entenda o
raciocínio e as ideias do autor sem ser impedido por uma
linguagem hermética ou esotérica. Igualmente evite-se a
pomposidade pretensiosa, o verbalismo vazio, as fórmulas

117
feitas e a linguagem sentimental. O estilo do texto será
determinado pela natureza do raciocínio especí co às várias
áreas do saber em que se situa o trabalho. (SEVERINO, 2002,
p. 84).

Pois bem, ao registrar suas descobertas cientí cas, você deve estar atento(a) à
redação e a disposição dos parágrafos, pois um desequilíbrio da extensão dos
parágrafos no decorrer do texto pode comprometer o entendimento do texto e
tornar a leitura um desgastante desa o ao leitor.

De um ponto de vista da redação do texto, é importante


ressaltar a questão da construção do parágrafo. O parágrafo
é uma parte do texto que tem por nalidade expressar as
etapas do raciocínio. Por isso, a sequência dos parágrafos, o
seu tamanho e a sua complexidade dependem da própria
natureza do raciocínio desenvolvido.
Duas tendências são incorretas: ou o excesso de parágrafos
– praticamente cada frase é tida como um novo parágrafo –
ou a ausência de parágrafos. Como a paragrafação
representa, ao nível do texto, as articulações do raciocínio,

118
percebe-se assim a insegurança de quem assim escreve.
Neste caso é como se as ideias e as proposições a ela
correspondentes tivessem as mesmas funções, a mesma
relevância no desenvolvimento do discurso e como se este
não tivesse articulações. (SEVERINO, 2016, p. 164).

O exposto até aqui representa algumas considerações relativas ao


desenvolvimento de uma investigação cientí ca. Certamente cada pesquisador
tem o estilo próprio para realizar seu estudo, mas a observância destas
orientações leva a uma maior racionalização das tarefas e, consequentemente,
maior aproximação com a objetividade cientí ca e a utilização metódica dos
recursos disponíveis.

119
12

Artigo Científico:
Orientações Básicas
Caro(a) aluno(a): não basta a produção do conhecimento, é preciso disseminar
suas descobertas, torná-las públicas à comunidade cientí ca. Uma das formas de
disseminação de sua pesquisa é a publicação em revistas especializadas, ou
melhor, quali cadas.

Para publicação de um artigo cientí co, convém consultar seu qualis, ou seja,
uma pontuação de nida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES), para indicar a qualidade dos periódicos (revistas
especializadas) dos cursos de pós-graduação. Por meio de um conjunto de
procedimentos, pelo qual são avaliadas algumas condições como número de
artigos por edição, periodicidade e outros fatores, a CAPES distribui os
periódicos por meio de estratos, indicando seu nível de excelência dentre os
demais.

A consulta poderá ser feita diretamente na Plataforma Sucupira, da própria


CAPES, seguindo as orientações de preenchimento você terá acesso às
publicações dos Programa de Pós-graduação em praticamente todas as áreas.

Veja como fazer a consulta a qualis CAPES na plataforma Sucupira,


que é uma importante ferramenta para coletar informações,
realizar avaliações e servir de base de referência do Sistema
Nacional de Pós-Graduação (SNPG).

Fonte: Disponível aqui

Mas vamos ao artigo cientí co! Primeiro a de nição:

121
Artigo cientí co pode ser de nido como um texto, de certa forma sucinto, dos
resultados de uma investigação ou de estudos acadêmicos realizados sobre
determinado tema. Constitui uma forma rápida de disseminação em periódicos
especializados (impressos ou eletrônicos), e seu referencial é composto por
discussões polêmicas da atualidade ou resgate teórico de questões já
trabalhadas anteriormente, dependendo do tipo de pesquisa que foi realizada.

As orientações quanto à redação, especi camente construção do parágrafo e


tipo de linguagem, são as apresentadas na aula 11.

Da mesma forma, como colocado nas aulas 8 e 9, há que se observar o uso


adequado das citações em um documento, tanto diretas quanto indiretas. A NBR
10520/2002 disponibiliza alguns recursos necessários para um texto acadêmico,
contribuindo para inviabilizar a ocorrência de plágio, ou seja, apropriação
indevida de obras de terceiros.

Ao autor cabe a decisão quanto à quantidade de citações, mas deve car


atento(a), pois as citações trazem o fundamento teórico ao desenvolvimento do
texto e a ausências das mesmas indica um possível plágio, pois todo escrito tem
sua base teórica, não pode ser fruto apenas de re exões pessoais. A situação
contrária também requer cuidado, pois o uso excessivo de citações indica, no
mínimo, “preguiça mental”.

Quanto ao aspecto formal, Severino (2016) indica claramente que, embora a


estrutura seja semelhante a qualquer trabalho cientí co, o artigo cientí co
deverá seguir uma lógica relativa à sequência dos elementos, ou seja, deve-se
ressaltar os objetivos, metodologia empregada, a fundamentação teórica,
seguindo à análise dos dados e as conclusões obtidas.

122
Estrutura de um artigo
científico
Todo escrito representa um esforço mental para desenvolver uma temática com
base em postulados cientí cos, portanto, tal esforço não deve ser ignorado.
Desde que pautado em rigoroso processo metodológico, todo trabalho cientí co
representa valiosa contribuição para o meio acadêmico ou pro ssional.

Alguns aspectos da estrutura de um artigo cientí co podem variar de acordo


com o que determina a coordenação de seu curso ou o periódico em que for
submetido para publicação, pois nas duas situações o artigo poderá ser
recusado se estiver em desacordo com as normas.

De uma forma geral, com relação à estrutura, podemos de nir artigo cientí co
da seguinte forma:

Título e subtítulo (se houver)


Nome(s) do autor(es)
Resumo na língua do texto
Palavras-chave na língua do texto
Resumo na língua inglesa - abstract
Palavras-chave na língua inglesa – Keywords
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
CONCLUSÃO
Referências

Abaixo, veja algumas considerações sobre cada item da estrutura de um artigo


cientí co, ressaltando que podem variar, dependendo das normas de
formatação determinadas pelo seu curso ou pelo periódico que o artigo for
submetido.

123
Título

Não é incomum uma atenção inadequada ao título de um artigo cientí co, mas o
autor deve considerar que o título é um “cartão de visita” para seu escrito e
representa a indicação precisa do conteúdo que o leitor encontrará durante a
leitura, portanto, deve ser objetivo e conciso.

Nome(s) do autor(es)

Segundo a NBR 6022 (ABNT, 2018a, p. 7), autor(es) são “Pessoa(s) física(s)
responsável(eis) pela criação do conteúdo intelectual ou artístico de um
documento”. Admite-se coautoria, desde que efetivamente tenha contribuído
com o artigo e, da mesma forma, seja responsável por seu conteúdo.

Resumo na língua do texto

O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do


documento. Deve ser composto de uma sequência de frases concisas,
a rmativas e não de enumeração de tópicos. Não é admitido o uso de citações,
grá cos ou equações. Recomenda-se o uso de parágrafo único. Deve-se usar o
verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular. Extensão de 100 a 250,
segundo NBR 6028/2003 (ABNT, 2003c).

Resumo na língua inglesa – abstract

Seguir as mesmas orientações relativas ao resumo, assim como às palavras-


chave. Convêm procurar um pro ssional especializado para a tradução do
resumo e palavras-chave para o inglês. Tradutores online não são adequados
para um trabalho acadêmico.

124
Introdução

A introdução ou a apresentação é a parte inicial do artigo e apresenta uma


síntese do tema proposto, “[...] onde devem constar a delimitação do assunto
tratado, os objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o
tema do artigo”. (ABNT, 2018a). Nesse momento ocorre uma apresentação ao
leitor do que ele encontrará no texto, além da forma como foram atingidos os
resultados (metodologia). Não é o momento adequado para colocação de
tabelas, grá cos ou apresentação de citações.

Desenvolvimento

O desenvolvimento do artigo cientí co con gura o chamado "miolo do texto",


momento em que o autor discorrerá sobre o tema proposto e poderá inserir as
citações, tanto diretas quanto indiretas, a m de fundamentar teoricamente suas
argumentações. “Parte principal do artigo, que contém a exposição ordenada e
pormenorizada do assunto tratado. Divide-se em seções e subseções, conforme
a NBR 6024/2003, que variam em função da abordagem do tema e do método.

Conclusão

A conclusão ou considerações nais expressam uma síntese das pré-conclusões


expostas anteriormente nas diferentes partes do artigo. Da mesma forma que a
introdução, não é o momento adequado para inserir citações, grá cos ou
tabelas.

Referências

Segundo a NBR 6023, as referências representam um “conjunto padronizado de


elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua
identi cação individual” (ABNT, 2018b, p. 3). No caso do artigo cientí co, deve-se
inserir, em ordem alfabética ou numérica somente as obras citadas durante o
desenvolvimento.

125
Apresentação gráfica

A Associação Brasileira de Normas Técnicas de ne algumas questões de


formatação grá ca, mas são regras gerais, extensivas aos diferentes formatos de
trabalhos, seja TCC, dissertação, tese ou outra modalidade de trabalho
acadêmico. Referidas normas estão dispostas na aula 7 – Normas Técnicas
(ABNT) – Apresentação e orientações gerais.

TÍTULO: Objetivo e conciso.


AUTORIA: Responsável pelo conteúdo intelectual.
RESUMO: Objetivo, método, resultados e conclusões.
PALAVRAS-CHAVE: Relativas ao conteúdo do artigo.
ABSTRACT: Objective, method, results and conclusions.
KEYWORDS: Related to the content of the article.
INTRODUÇÃO: Problema, objetivos e metodologia.
DESENVOLVIMENTO: Exposição fundamentada do assunto
tratado.
CONCLUSÃO: Síntese das conclusões parciais.
REFERÊNCIAS: Relação, em ordem alfabética, das obras
citadas.

126
Modelo de artigo
científico

Modelo de artigo cientí co.

127
RESUMO: o resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as
conclusões do documento. Deve ser composto de uma sequência de frases
concisas e a rmativas e não de enumeração de tópicos. Não é admitido o
uso de citações, grá cos ou equações. Recomenda-se o uso de parágrafo
único. Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular.
Extensão de 100 a 250 palavras NBR 6028/2003.
PALAVRAS-CHAVE: as palavras-chave devem gurar logo abaixo do
resumo, antecedidas da expressão Palavras-chave: Três palavras-chave
separadas entre si por ponto e nalizadas também por ponto.
INTRODUÇÃO: parte inicial do artigo, em que devem constar a delimitação
do assunto tratado, os objetivos da pesquisa e outros elementos
necessários para situar o tema do artigo. Caixa alta, recuo à esquerda e
negrito. NBR 6022/2018.
DESENVOLVIMENTO: parte principal do artigo, que contém a exposição
ordenada e pormenorizada do assunto tratado. Divide-se em seções e
subseções, conforme a NBR 6024, que variam em função da abordagem do
tema e do método. NBR 6022/2018.
CONCLUSÃO: parte nal do artigo, na qual se apresentam as conclusões
correspondentes aos objetivos e hipóteses. NBR 6022/2018.
REFERÊNCIAS: elemento obrigatório, elaborado conforme a NBR 6023.
Somente as obras citadas no texto. Em ordem alfabética.

128
Observações gerais:

Número de páginas do artigo: de 15 a 20 páginas.

Os artigos devem ser digitados em: Editor de texto: Microsoft


Word – Formato: A4 (21,0 x 29,7 cm), posição vertical – Letra:
Times New Roman – Fonte: 12 – Alinhamento: Justi cado, sem
separação de sílabas – Espaçamento entre linhas: 1,5 cm –
Parágrafo: 1,25 cm – Margens: Superior e esquerda – 3 cm; Inferior
e direita – 2 cm.

As referências às obras citadas poderão seguir o sistema autor-


data  (AUTOR, ANO, PÁGINA) ou numérico (no rodapé).

As transcrições com até 03 (três) linhas, no corpo do artigo, devem


ser encerradas entre aspas duplas. Transcrições com mais de 03
(três) linhas devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem
esquerda, com fonte 11, espaçamento simples e sem aspas.

Ao nal do texto, nas Referências deverão constar exclusivamente


as obras citadas no artigo, uniformizadas, seguindo as normas
vigentes da ABNT, NBR 6023 (em ordem alfabética e destaque do
título em itálico).

ATENÇÃO: Essas são orientações gerais, logo, é preciso consultar as normas de


seu curso ou do periódico de seu interesse!!!

129
Do exposto até aqui, caro(a) aluno(a), você já percebeu que o ambiente
acadêmico proporciona diferentes instrumentos para a efetivação do
aprendizado, dentre eles, a produção do conhecimento cientí co.

A produção cientí ca é de extrema importância para todos os níveis de ensino,


desde que pautada em métodos e técnicas de pesquisa, além da correta
observância das normas da ABNT.

130
13

Projeto de Pesquisa –
Apresentação Gráfica
Nesta aula, vamos tratar do Projeto de Pesquisa, mas para tanto, convém
inicialmente de nir o que é Projeto de Pesquisa. Neste sentido, Severino (2016,
p. 138-139) traz importantes considerações:

Antes de ser realizado, um trabalho de pesquisa precisa ser


planejado. O projeto é registro deste planejamento. Para
elaborar o projeto, o pesquisador precisa ter bem claro o
seu objeto de pesquisa, como ele se coloca, como ele está
problematizado, quais as hipóteses que está levando para
resolver o problema, com que elementos teóricos pode
contar, de quais recursos instrumentais dispõe para levar
adiante a pesquisa e quais etapas pretende percorrer. Ora,
para chegar a todos esses elementos, o pesquisador precisa
vivenciar uma experiência problematizadora. Além dos
subsídios que estará recebendo do acúmulo de suas
intuições pessoais, ele poderá colher elementos de suas
leituras, dos cursos, dos debates, en m, de todas as
contribuições do contexto acadêmico, pro ssional e cultural
em que vive.

Portanto, caro(a) aluno(a), antes de iniciar sua monogra a de conclusão


(graduação, mestrado ou doutorado), convêm de nir sua “estratégia de
pesquisa”, quais as etapas a seguir e de que forma irá cumpri-las.

A seguir vamos trabalhar a apresentação grá ca do Projeto de Pesquisa, assim


como algumas informações importantes de cada etapa de sua investigação
cientí ca.

As normas para elaboração de um projeto de pesquisa são variáveis entre as


instituições, mas devem respeitar as especi cações da ABNT. Portanto, tendo
como base as Normas Técnicas estabelecidas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), especi camente a NBR 15287, atualizada em 2011, a
estrutura de um projeto de pesquisa consiste em:

132
Normas Técnicas (ABNT).

133
Seguindo os elementos dispostos pela NBR 15287, abaixo estão alguns modelos
para a apresentação grá ca do projeto de pesquisa, seguidos de considerações
quando necessário.

Primeiro, as margens são as mesmas indicadas na aula 6, mas vamos relembrar:

Agora sim! Vamos aos elementos essenciais de um projeto de pesquisa!

134
Parte externa
Capa (obrigatório) e lombada (opcional)

Modelo de Capa e Lombada.

Percebeu que há uma indicação de que a lombada é opcional, não é? Sabe por
quê?

Este recurso somente é utilizado quando a monogra a já estiver na chamada


“capa dura”, geralmente na versão nal. A maioria das instituições estão
adotando a entrega da monogra a em meios eletrônicos, mas já sabe como
proceder se precisar da versão impressa.

135
Parte interna
Elementos pré-textuais

Folha de rosto e folha de aprovação

Folha de rosto e folha de aprovação

Resumo e Sumário

Na elaboração do resumo, você deve estar atento(a) a algumas orientações:


respectivamente deverá contemplar o objetivo, método, resultados e conclusões
de sua investigação.

Ainda ao redigir, atentar para uma sequência de frases a rmativas. Deve-se usar
o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular. (ABNT, 2003c).

Exemplo de voz ativa:  “A presente pesquisa objetiva”

136
Redigir na terceira pessoa do singular torna seu trabalho mais acadêmico e
cientí co.

Vamos ao modelo:

Modelo de Resumo – NBR 6028/2003.

Outro ponto extremamente importante e que incorre em muitos equívocos: no


resumo não há inclusão de ilustrações, grá cos, tabelas e citações. Recomenda-
se parágrafo único.

137
Quanto à sua extensão, os resumos devem ter:

a. de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses,


dissertações e outros) e relatórios técnico-cientí cos;
b. de 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos;
c. de 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves.

Os resumos críticos, por suas características especiais, não estão


sujeitos a limite de palavras.

Fonte: ABNT, 2003c, p. 2.

Modelo de Sumário: NBR 6024/2003 (OBRIGATÓRIO).

138
Elementos textuais

Neste momento, vamos falar sobre os elementos que compõem o chamado


“miolo” do projeto de pesquisa: tema-problema, hipóteses, objetivos,
justi cativas, referencial teórico, metodologia e cronograma.

 Tema problema

  Para tratar do tema-problema, vamos adotar como exemplo o tema O


DESEMPREGO NO BRASIL, mas como é muito amplo, precisa ser delimitado, ou
seja, direcionar a análise para algo mais especí co.

TEMA: O desemprego no brasil durante o governo de


Fernando Henrique Cardoso.

Assim, delimitamos nosso tema e vamos analisar o desemprego no Brasil, mas


somente durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Em relação ao problema a ser estudado, Mezzaroba e Monteiro a rmam:

Aqui você deve formular (como uma indagação, pergunta,


questão) o problema fundamental que você está se
propondo a tratar, a clari car e até a oferecer respostas,
dependendo o tipo de pesquisa. Pense que o resultado de
seu esforço de investigação será justamente a resposta
encontrada por você no decorrer dessa tarefa.
Em qualquer pesquisa sempre vamos nos defrontar com o
estudo da(s) causas(s) e/ou do(s) efeito(s) do problema.
Assim, preste atenção sobre o que você pretende investigar:
causas, efeitos ou os dois. (Grifo do autor). (MEZZAROBA;
MONTEIRO, 2014, p. 200).

139
Percebeu a interessante dica dos autores citados acima? De nir o objetivo é
investigar as causas ou os efeitos do problema ajuda muito na delimitação do
seu objeto. Você também pode investigar as causas e efeitos, ou seja, quais as
causas do desemprego durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e
quais seus efeitos.

Outro ponto importante: para determinar o problema de investigação, o


pesquisador deve terminar a redação com uma interrogação. No caso de nosso
exemplo, vamos optar pelas causas do desemprego no Brasil:

PROBLEMA: As políticas governamentais de Fernando


Henrique Cardoso contribuíram para o agravamento do
desemprego no país?

Modelo tema e problema.

140
Hipóteses (obrigatório)

As hipóteses podem ser interpretadas como possíveis soluções para o problema


levantado, o que não signi ca que sua veracidade deverá ser constatada ao nal
da investigação, pois novos dados poderão surgir durante o desenvolvimento do
tema.

Segundo Mezzaroba e Monteiro (2014, p. 200):

Neste momento você apresenta as possibilidades de


respostas para o(s) problema(s) suscitado(s), são os
caminhos que o raciocínio deverá percorrer na tarefa de
desenvolvimento fundamentado do trabalho. Podem ser
a rmativas ou negativas, a nal você pode vir a mudar de
ideia ao longo do curso da pesquisa. As hipóteses são
previsões ou suposições que poderão ser con rmadas ou
não ao nal da pesquisa.

Portanto, as hipóteses são possíveis respostas para o problema levantado. Em


nosso exemplo poderiam ser colocadas da seguinte forma:

HIPÓTESES

a. Não houve um incentivo por parte do Governo Federal para a


criação de novos postos de trabalho.
b. A modernização da indústria nacional intensi cou o aumento do
desemprego estrutural.
c. Houve um aumento signi cativo da disponibilidade de mão de
obra em alguns setores da economia.

141
Figura 1 | Fonte: Fonte aqui Disponível aqui

Objetivos (obrigatório)

De nir o objetivo de seu trabalho é extremamente importante para direcionar a


investigação. Com isso, você estará mais seguro e diminuirá as chances do
trabalho ganhar “braços”, ou seja, fugir do objetivo proposto e car “divagando”
entre outros possíveis objetivos.

Já aconteceu de você realizar as pesquisas de seu tema e car pensando “Esta


questão é muito interessante, vou inserir no meu trabalho”, ou então, “Este
ponto tem que ser abordado”. Ao nal, você percebe que o trabalho ganhou
várias rami cações e fugiu do objetivo principal.

Portanto, CUIDADO com os “bracinhos”!

Segundo Mezzaroba e Monteiro (2014, p. 205-206):

Se você está se propondo a pesquisar algum assunto é


porque tem uma meta a ser alcançada, pretende constatar,
veri car, examinar ou analisar algo. Este é seu objetivo

142
geral. Enquanto o objetivo geral busca de nir uma meta
para o trabalho como um todo, os objetivos especí cos
estão voltados ao atendimento de questões mais
particulares da pesquisa.
ATENÇÃO!
Jamais confunda o objetivo com o problema da pesquisa,
apesar de haver uma certa proximidade entre ambos. Com
o objetivo pretendemos sempre esclarecer, veri car,
examinar alguma coisa, objeto, lei, dentro de determinados
parâmetros. O problema é a motivação da pesquisa, ou seja,
é a pergunta ou perguntas que queremos responder com a
nossa pesquisa.

Se a análise estiver voltada às causas do desemprego no Brasil, o objetivo geral


poderá ser de nido como:

OBJETIVO GERAL

Veri car as causas das altas taxas de desemprego no país durante o


governo de Fernando Henrique Cardoso.

Além do objetivo geral, você de ne quais serão os objetivos secundários de sua


investigação. Estes objetivos mais especí cos, na realidade, são os capítulos ou
as partes de sua investigação.

Seguindo nosso exemplo de pesquisa, podemos de nir os objetivos secundários


como:

143
OBJETIVO ESPECÍFICOS

a. Levantamento da taxa de desemprego em nossa História recente.


b. Espécie de desemprego veri cado no período: cíclico ou estrutural.
c. Políticas econômicas e sociais do governo FHC no que diz respeito
à geração de empregos.

Justi cativa (obrigatório)

Este é o momento de evidenciar a importância de sua pesquisa, tanto como


enriquecimento pessoal, como para o meio acadêmico em geral. Para
Mezzaroba e Monteiro (2014, p. 205):

144
Neste momento apresentam-se os motivos, as razões que
ensejaram a pesquisa, o estágio atual da problemática
envolvida e o interesse na sua investigação. Justi ca-se o
interesse de pesquisar o objeto na forma que está
propondo o autor do trabalho.
Na justi cativa devemos utilizar todos os argumentos
indispensáveis para 'vendermos o nosso peixe'. Devemos
demonstrar a necessidade e a importância da pesquisa. 

A justi cativa é de extrema importância em seu projeto de pesquisa,


principalmente se ele for apresentado em processo seletivo para ingresso em
curso de mestrado ou doutorado. É o momento de salientar a necessidade e
relevância de sua análise, tanto para o meio acadêmico, quanto para o contexto
político, econômico e social.

145
Referencial teórico

Em “referencial teórico”, você poderá utilizar as citações, diretas ou indiretas,


para demonstrar a base teórica de sua investigação.

É o momento de trazer para a discussão os teóricos que você já tem


conhecimento em sua área de investigação.

Lembrando novamente que convêm utilizar o bom senso ao trabalhar com estes
recursos, pois o excesso de citações poderá acarretar uma impressão
equivocada sobre o pesquisador, ou seja, seu empobrecimento argumentativo.

Um texto de cinco páginas com 20 citações demonstra que quase não houve
argumentação do autor. Isso transforma o trabalho em um mero chamento.

Metodologia (obrigatório)

Neste momento, você deve indicar qual metodologia será utilizada para
desenvolver sua investigação. Como vimos anteriormente (aulas 4 e 5), você
de ne se adotará o método dedutivo ou indutivo, por exemplo, se utilizará

146
pesquisa teórica ou prática ou então se você fará a aplicação de questionários ou
entrevistas.

Aqui é o momento de explicar ao leitor do seu projeto de pesquisa qual caminho


será adotado para chegar ao seu objetivo.

Cronograma (obrigatório)

Pois bem caro(a) aluno(a), já falamos sobre a questão do tempo disponível para
pesquisa, não é? Agora vamos organizar este tempo e distribuí-lo entre as
diferentes etapas da pesquisa:

O planejamento da pesquisa deve indicar a previsão de seu


início e m. Além de determinar essas datas, organize todas
as atividades-meio de forma rigorosamente planejada e
executável. Planeje tudo com senso de realidade. Lembre-
se: o tempo passa rápido, especialmente quando não o
desejamos.

147
O cronograma deverá prever o tempo necessário para a
consecução de cada etapa da pesquisa: para localizar o
material; para ler; para char; para entrevistar; para colher
dados estatísticos; para redigir cada parte da estrutura nal
do trabalho; para fazer as revisões recomendadas pelo
orientador, se for o caso; para correção do português; para
formatação (estética) do trabalho, e assim por diante.
(MEZZAROBA; MONTEIRO, 2014, p. 2017. Grifo do autor).

As etapas mencionadas são para ns de exemplo, pois podem ser alteradas de


acordo com as especi cidades e necessidades do tema proposto.

Referências  (obrigatório)

Nas referências, você deve inserir apenas as obras que foram citadas em seu
projeto de pesquisa, principalmente na etapa do referencial teórico.

Lembrando:

148
REFERÊNCIAS – Obras citadas pelas citações diretas ou indiretas.

BIBLIOGRAFIA – Obras lidas, mas não citadas.

As referências poderão estar dispostas em ORDEM ALFABÉTICA ou por ORDEM


NUMÉRICA.

Assim, chegamos ao nal da exposição das etapas do projeto de pesquisa.


Convém salientar a importância da elaboração do projeto de pesquisa para
organização de suas atividades, momento em que os passos serão de nidos.

Agora, vamos trabalhar as etapas de sua monogra a de conclusão de curso.

149
14

Apresentação Gráfica
Monografia de Graduação
– TCC – Parte 1
Aos autores, cabe a responsabilidade pela apresentação grá ca de uma
monogra a de conclusão de curso, assim como do projeto de pesquisa, desde
que esteja em concordância com as normas da ABNT. O modelo aqui
apresentado baseia-se nas normas técnicas estabelecidas pela NBR 14724/2011
– Informação e documentação – Trabalhos Acadêmicos – Apresentação.

 Assim, a estrutura de um trabalho acadêmico consiste em:

151
As orientações básicas quanto ao formato do papel e tipo de fonte utilizada no
TCC são as mesmas apresentadas para o Projeto de Pesquisa.

A seguir, modelos para a apresentação grá ca do TCC, acrescidos de algumas


observações, quando pertinentes.

Modelo de Capa e Lombada

152
Modelo de errata.

153
Modelo de folha de rosto

Imagine uma situação em que você vai defender sua monogra a perante uma
banca examinadora, condição de algumas instituições de ensino superior para
conclusão da graduação, mestrado e doutorado. Feitas todas as revisões, você
entregou a versão nal para ser submetida à avaliação e na leitura nal
percebeu algum equívoco de datas ou outra informação que vai alterar o sentido
da frase.

Neste caso, você pode utilizar a opção da errata, que deverá ser entregue aos
membros da banca antes do início do processo de defesa.

Mas veja: SOMENTE SE O EQUIVOCO FOR ALTERAR O SENTIDO DE SUA


AFIRMAÇÃO.

Não é aconselhável o uso indiscriminado da errata. O ideal é fazer uma revisão


muito atenta, mas, caso precise, existe esta possibilidade.

154
Modelo de folha de aprovação (obrigatório)

Modelo Dedicatória (Opcional) e Agradecimentos  (Opcional).

Dedicatória e agradecimentos são elementos opcionais, logo, você pode inserir


um agradecimento ou dedicatória se realmente for de sua vontade. Mas
ATENÇÃO: os dois recursos deverão ser sucintos, breves. Não convém estendê-

155
los por duas ou três páginas.

Agora vamos falar da epígrafe: trata-se do texto em que o autor apresenta uma
citação, seguida de indicação de autoria, relacionada com a matéria tratada no
corpo do trabalho.

Sabe aquela passagem de efeito escrita por um autor de renome em sua área?
Pois bem, isto é uma epígrafe.

Pode ser colocada em folha separada (fonte 11, espaçamento simples, recuo de
quatro centímetros da margem esquerda e inserida no terço nal da folha) ou
após o título do capítulo (fonte 11, espaçamento simples, recuo de quatro
centímetros da margem esquerda e situada no terço inicial da folha).

Modelo de epígrafe 1 (Opcional)  / Modelo de epígrafe 2 (Opcional).

156
Segundo a NBR 6028/2003, os resumos devem ressaltar os objetivos, métodos e
os possíveis resultados, ainda que parciais, que o tema proposto pretende
alcançar.

Deve-se evitar o uso de tabelas, grá cos e citações. A sua extensão deverá
compreender 150 a 500 palavras.  

As palavras-chave são três palavras representativas do conteúdo do trabalho.

157
Modelo de Lista de tabelas e de abreviaturas.

A NBR 14724 não vincula a lista de tabelas a um mínimo de ocorrências, mas há


orientação no sentido de utilizá-la quando exceder cinco tabelas. Mas esta é uma
orientação, e apenas você, autor(a), pode determinar a necessidade da inclusão
das listas de tabelas, abreviaturas, ilustrações e siglas.

158
Em trabalhos de conclusão de cursos, recomenda-se não exceder a sessão
terciária, mas, quando necessário, proceder da seguinte forma:

Sessão quaternária ( 1.1.1.1): inicial maiúscula e em itálico.

Sessão quinária (1.1.1.1.1): inicial maiúscula e em negrito.

Pois bem, caro(a) aluno(a), nesta aula trabalhamos os elementos da parte


externa do trabalho acadêmico, ou seja, a capa e lombada. Também vimos a
disposição grá ca dos elementos pré-textuais: folha de rosto, errata, folha de
aprovação, dedicatória, agradecimentos, epígrafe, resumo na língua vernácula,
resumo em língua estrangeira, lista de ilustrações, lista de tabelas, lista de
abreviaturas e siglas e sumário.

Na aula seguinte, vamos continuar com os modelos para a apresentação grá ca


da monogra a de conclusão, abordando os elementos textuais: introdução
desenvolvimento e conclusão, além dos elementos pós-textuais: referências,
glossário, apêndice, anexo e índice.

159
15

Apresentação Gráfica
Monografia de Graduação
– TCC – Parte 2
Dando continuidade à apresentação grá ca da monogra a de conclusão de
curso, nesta aula vamos tratar dos elementos textuais, o chamado “miolo” do
trabalho, principalmente o desenvolvimento, pois sua investigação será
desenvolvida com o auxílio de obras de terceiros, por meio das citações diretas
ou indiretas.

Introdução (obrigatório)

Modelo de Introdução

A introdução apresenta uma síntese do tema proposto e contém justi cativa do


trabalho e metodologia empregada (levantamento bibliográ co, pesquisa de
campo, uso de questionários e outros).

Todas as páginas do trabalho, a partir da folha de rosto,


devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas.
A numeração é colocada a partir da primeira folha da parte
textual, em algarismos arábicos, no canto superior direito da
folha, a 2 cm da borda superior, cando o último algarismo
a 2 cm da borda direita da folha. No caso de o trabalho ser

161
constituído de mais de um volume deve ser mantida uma
única sequência de numeração das folhas do primeiro ao
último volume. Havendo apêndice ou anexo, as suas folhas
devem ser numeradas de maneira contínua e sua paginação
deve dar seguimento à do texto principal. (ABNT, 2011a, p.
7).

Lembre-se: não é o momento adequado para colocação de tabelas, grá cos ou


citações, este é seu momento de apresentar seu trabalho.

Embora pareça algo sem sentido, a introdução deverá ser elaborada juntamente
à conclusão, ao nal de sua investigação.

Desenvolvimento (obrigatório)

A etapa do desenvolvimento do trabalho con gura o chamado “miolo do texto”,


momento em que o autor vai discorrer sobre o tema proposto e inserir as
citações, tanto diretas quanto indiretas, a m de fundamentar teoricamente suas
argumentações.

162
Conclusão (obrigatório)

Modelo de Conclusão.

Na conclusão, o(a) autor(a) procura resgatar as conclusões parciais obtidas ao


nal de cada parte ou capítulo, ou seja, apresenta uma síntese das ideias obtidas
durante o desenvolvimento do trabalho.

Referências (obrigatório)

163
Apêndice, anexo e índice (opcionais)

164
 Modelo de Apêndice e Anexo.

Índice

Modelo de índice.

165
Relativo à inclusão de anexos e apêndices, observe o que os autores salientam:

Em um Trabalho Acadêmico (TCC) raramente ocorre a


necessidade de citar anexos (textos não produzidos pelo
autor: transcrição de leis, tabelas estatísticas transcritas de
alguma publicação) e apêndices (textos produzidos pelo
próprio autor da monogra a: questionários, entrevistas,
tabelas, fotogra as).
Os anexos e apêndices são textos complementares do
trabalho; contêm documentos ilustrativos que se tornaram
inviáveis no interior dos capítulos. (HENRIQUES; MEDEIROS,
2008, p. 112).

Segundo exposto acima, o autor deve considerar a necessidade da inclusão de


apêndices ou anexos em sua monogra a de conclusão de curso, pois o excesso
da utilização desses recursos poderá comprometer a seriedade do trabalho e
demonstrar carência de interpretação do autor. 

Introdução – o autor expõe ao leitor as partes do trabalho,


expondo objetivos e metodologia.

Desenvolvimento – momento em que o autor vai discorrer sobre


o tema proposto, inserir as citações, tanto diretas quanto
indiretas.

Conclusão – o autor resgata as conclusões parciais dos itens


anteriores. Não necessariamente trará novidades, vai organizar as
conclusões obtidas e encerrar relacionando os resultados com os
objetivos propostos.

166
Chegamos ao nal da apresentação grá ca de sua investigação cientí ca,
lembrando, mais uma vez, que as normas de apresentação grá ca de seu
trabalho não são meros detalhes. A adoção das normas trabalhadas durante
nossas aulas são de extrema importância não somente para sua monogra a de
conclusão de curso, mas também deverá ser observada nas demais atividades
acadêmicas desenvolvidas durante sua formação.

Para nalizar nossa discussão, convém salientar algumas questões relativas ao


papel do orientador durante sua investigação cientí ca:

Quem é o orientador?

O orientador é o docente que irá acompanhá-lo durante todas as etapas de


desenvolvimento de sua monogra a de conclusão de curso:

[...] o orientador desempenha um papel de um educador,


cuja experiência mais amadurecida interage com a
experiência em construção do orientando. Não se trata de
um processo de ensinamento instrucional, de um conjunto
de aulas particulares, mas de um diálogo em que duas
partes interagem, respeitando a autonomia e a
personalidade de cada uma.
[...]
O papel do orientador não é o papel de pai, de tutor, de
protetor, de advogado de defesa, de analista, como também
não é o de feitor. De carrasco, de senhor de escravos ou de
coisa que o valha. Ele é um educador, estabelecendo,
portanto, com seu orientando uma relação educativa, com
tudo o que isto signi ca, no plano da elaboração cientí ca,
entre pesquisadores. A verdadeira relação educativa
pressupõe necessariamente um trabalho conjunto em que
ambas as partes crescem. Trata-se de uma relação de
enriquecimento recíproco. É necessário que ocorra uma
relação dialética em que esteja ausente qualquer forma de
opressão ou submissão. (SEVERINO, 2016, p. 247).

167
Há uma interpretação equivocada da relação estabelecida entre o orientador e o
orientando, pois é muito comum o aluno car esperando que o orientador trace
todo seu caminho de investigação.

Lembre-se, ele é ORIENTADOR e não AUTOR.

Toda responsabilidade na condução da pesquisa, inclusive o cumprimento de


prazo, é sua.

168
16

Trabalhos Acadêmicos
da Graduação
Agora chegou o momento de tratarmos das demais atividades cientí cas
desenvolvidas durante sua formação acadêmica. É importante ressaltar que as
normas técnicas trabalhadas nas aulas anteriores deverão ser aplicadas também
aos trabalhos didáticos.

Certamente não será possível uma análise completa destas atividades, pois há
um número expressivo de trabalhos cientí cos que podem ser solicitados
durante seu curso, mas vamos trabalhar os principais.

Vamos lá?

Resumos
Primeiro ponto a considerar: resumo não é uma miniatura do texto, ou seja, uma
extração das questões centrais utilizando as palavras do autor, veremos adiante
que isto é um dos tipos de resenha.

Segundo a NBR 6028/2003, podemos considerar três formatos de resumos:


crítico, indicativo e informativo. Vejamos:

[...] resumo crítico: Resumo redigido por especialistas com


análise crítica de um documento. Também chamado de
resenha. Quando analisa apenas uma determinada edição
entre várias, denomina-se recensão.
[...] resumo indicativo: Indica apenas os pontos principais do
documento, não apresentando dados qualitativos,
quantitativos, etc. De modo geral, não dispensa a consulta
do original.
[...] resumo informativo: Informa ao leitor nalidades,
metodologia, resultados e conclusões do documento, de tal
forma que este possa, inclusive, dispensar a consulta ao
original.

 Com relação à extensão do resumo, a mesma norma de ne que:

170
a. de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos [Trabalho de Conclusão
de Curso, TCC, Dissertações e Teses] e relatórios.
b. de 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos;
c. de 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves.

Com base nas orientações gerais da ABNT para resumos didáticos, vamos
considerar alguns formatos especí cos.

Resumos apresentados em eventos científicos: simples e


expandido

A participação em eventos cientí cos faz parte da vida acadêmica e deve ser
considerado um dos requisitos principais para a conclusão. As atividades de
iniciação cientí ca, além de agregar conhecimentos especí cos ao saber
adquirido no decorrer do curso, propicia uma valorização de seu currículo.

Nos eventos cientí cos, de iniciação cientí ca ou especí cos da pós-graduação,


geralmente são solicitados dois tipos de resumos: simples e expandido.

No resumo simples, deve-se considerar a exposição de objetivos, metodologia,


resultados e conclusões. Deverá ser apresentado em parágrafo único e
espaçamento simples e a extensão (geralmente) compreende entre 150 a 500,
mas depende muito da natureza do evento. 

Por ter uma natureza mais sucinta, no resumo simples não há inclusão de
citações, grá cos, tabelas ou ilustrações.

Observação importante: resumos apresentados em eventos cientí cos deverão


obedecer às normas do evento que, em sua maioria, estão de acordo com as
normas técnicas da ABNT.

171
Modelo de Resumo simples

Já o resumo expandido pressupõe uma análise mais detalhada e se permite a


inclusão de citações, diretas ou indiretas, e geralmente compreende 4 ou 5
páginas. Também depende muito do evento em que o trabalho for destinado.

Observe o modelo abaixo, lembrando que para resumo expandido, a consulta às


normas do evento é imprescindível.

172
Resumo expandido.

Resenhas

É muito comum que, durante as atividades desenvolvidas nas disciplinas de seu


curso, sejam solicitadas resenhas de determinadas obras.

Também durante o desenvolvimento de sua monogra a as


resenhas poderão ser muito uteis no sentido de trazer
informações prévias sobre determinada obra, facilitando a
localização daquilo que realmente interessa ao objetivo de
seu estudo.
Resenha, recensão de livros ou análise bibliográ ca é uma
síntese ou um comentário dos livros publicados e em
revistas especializadas das várias áreas da ciência, das artes
e da loso a. (SEVERINO, 2016, p. 216-217).

Percebeu a importância da resenha em sua vida acadêmica? E se trata de um


excelente método de estudo para organizar sua leitura e atividades didáticas.

173
Ainda segundo Filomeno (2016) podemos relatar três tipos de resenhas:

1. Informativa – Apenas expõe o conteúdo do texto.


2. Crítica – Se manifesta sobre o valor do texto analisado (opinativa).
3. Crítico-informativa – Expõe o conteúdo e realiza comentários sobre ele.

Agora, vamos ver um modelo de resenha crítico informativa, ressaltando que é


uma sugestão para apresentação grá ca e você encontra formatos diferentes na
literatura da área, mas deverá apresentar os elementos básicos expostos abaixo.

Resenha crítico-informativa

Breve relato sobre a biogra a e obras do autor;


Exposição sintética do conteúdo do texto (Assunto, objetivos, ideia
central);
Comentários sobre a obra (Aspectos positivos ou negativos);

Indicação de autoria da resenha.

Relativo aos comentários sobre a obra, convém destacar que algumas resenhas
trazem na sequência da exposição do conteúdo da obra, ou seja, você pode fazer
os comentários intercalando com o conteúdo. Ou então no nal da exposição do
conteúdo, como consta no modelo 3.

Ao tratar dos aspectos positivos, você pode “destacar a contribuição que o texto
traz para determinados setores da cultura, sua qualidade cientí ca, literária ou
losó ca, sua originalidade, etc.; negativamente explicitar as falhas, incoerências
e limitações do texto.” (SEVERINO, 2016, p. 217).

Na resenha crítico-informativa, existe a possibilidade da inclusão de algumas


passagens da obra (citações diretas), desde que em concordância com as
normas técnicas da ABNT.

Não há indicativo quanto à extensão da resenha, ou seja, a quantidade de


páginas é relativa à natureza da obra analisada e ao objetivo do autor da
resenha.

174
Mas lembre-se somente da obra que você está resenhando, nunca de outras
obras. Neste ponto, há uma consideração de extrema importância: crítica não
signi ca ataque pessoal ao autor, mas diz respeito à obra que está sendo
realizada a resenha.

Ensaio teórico

O ensaio teórico consiste em um resgate teórico consistente e amparado em


uma documentação empírica e bibliográ ca. Ainda pode ser de nido como uma
exposição lógica e, principalmente, re exiva.

Neste documento, há uma maior liberdade do autor para expor suas opiniões,
defender sua posição com relação à discussão sem a necessidade de
fundamentar teoricamente por meio de um acervo teórico. Mas, neste caso, a
sólida formação intelectual do autor tem papel decisivo:

Às vezes são encontradas tese, sobretudo de livre-docência


e até mesmo de doutorado, com características de ensaios
que são bem-aceitas devido a seu rigor e maturidade do
autor. De fato, o ensaio não dispensa o rigor lógico e a
coerência na argumentação e por isso mesmo exige grande
formação cultural e muita maturidade intelectual.
(SEVERINO, 2016, p. 218).

O fato de o ensaio conferir maior liberdade ao autor faz com que seja um dos
instrumentos mais utilizados no meio acadêmico, principalmente para atividades
com caráter avaliativo.

Fichamentos

A prática de chamentos é muito produtiva no sentido de organizar seus


estudos ou uma pesquisa cientí ca. Após a fase do levantamento bibliográ co
tem início a seleção do material, pois nem tudo poderá ser incorporado ao seu
trabalho.

Com a leitura do material selecionado você organiza as informações. Neste


momento, o chamento representa um instrumento e caz de pesquisa.

175
Se o material estiver compilado de forma competente, não
haverá necessidade de retornar às obras consultadas, e o
pesquisador estará pronto para promover sua re exão
sobre as informações chadas com muita segurança,
determinando o sucesso do resultado do seu esforço.
(MEZZAROBA; MONTEIRO, 2014, p. 268, grifo do autor).

Quando estiver na fase de redação de seu trabalho, você tem a opção de


consultar os chamentos (desde que bem feito) e não a obra original, o que
acarreta um ganho de tempo.

Lembrando que em décadas passadas, antes das inovações tecnológicas e o


acesso quase que massi cado dos computadores, era muito comum o uso de
chas em formato físico. Ainda é possível a aquisição destas chas em
papelarias. Portanto, você decide pelo formato, se físico ou um arquivo do Word
em seu computador.

Vamos aos tipos de chamentos; não todos, mas aqueles que possam ser úteis
em sua vida acadêmica. São eles:

Ficha de aula, palestra, conferência e seminário


Ficha-destaque

Ficha de aula, palestra, conferência e seminário       

Este tipo de cha é muito útil para anotações de exposição, seja presencial ou on
line. Ao assistir a uma aula, por exemplo, você pode fazer anotações dos pontos
centrais e depois transcrever para as chas com complemento teórico, ou seja,
com base em seus estudos. Observe o modelo abaixo:

176
Ficha de aula

1. Indicação do tipo de cha


2. Nome do autor do chamento
3. Data do evento (aula, palestra, etc.)
4. Nome do professor (palestrante, conferencista,painelista, etc.)
5. Título ou tema da aula (da palestra, do painel, do seminário, etc.)
6. Exposição do conteúdo ministrado.
7. Apreciação crítica, ressalvas, pontos de interesse ou de contato
com outras informações, re exão nal sobre algum ponto ou sobre
o conjunto do conteúdo das informações recebidas.
8. Data da realização do chamento.

(Autoria da cha)

Ficha destaque

O uso destas chas é muito útil para redação de sua investigação cientí ca, pois
constitui um resumo com fundamento teórico que você pode inserir em seu
texto nal. O que não descarta sua utilização durante seus anos de estudo no
ensino superior, pois é uma forma bastante produtiva de organizar suas leituras.

Neste tipo de chas, você deve transcrever as principais passagens de sua leitura
por meio das citações, sejam diretas ou indiretas, mas sempre com os elementos
obrigatórios que já estudamos anteriormente (nas aulas 7 e 8), como autoria,
ano e página. Vamos ao modelo:

177
Ficha destaque

1. Indicação do tipo de cha.


2. Nome do autor do chamento.
3. Referência bibliográ ca completa.
4. Referente (se necessário)
5. Conteúdo do resumo (sempre indicando as páginas onde as ideias
podem ser encontradas).
6. Observações pessoais e/ou comentários nais.
7. Data da realização do chamento.

(Autoria da cha)

Fichas temáticas

Com a utilização das chas temáticas, você pode organizar seus estudos por
determinados temas. Por exemplo, considerando tipos de sociedade como tema,
você pode reunir em uma única cha diferentes obras que tratam deste tema.

Esta modalidade de cha é estratégica para determinados


tipos de pesquisa. Isso porque proporciona a organização
de várias fontes segundo o tema (assunto, categoria,
conceito, etc.) em uma mesma cha, o que lhe facilita o
acesso e a re exão sobre o conjunto das informações. A
exposição sobre o tema, segundo um ou mais autores, pode
ser na forma de resumo ou de destaques, ou ambos.
(MEZZAROBA; MONTEIRO, 2014, p. 278-279).

Observe o modelo de cha temática:

178
Ficha temática

1. Indicação do tipo de cha.


2. Nome do autor do chamento.
3. Referência(s) bibliográ ca(s) completa(s).
4. Tema (assunto; categoria; conceito).
5. Conteúdo.
6. Observações pessoais e/ou comentários.
7. Data da realização do chamento.

(Autoria da cha)

Com os três tipos de chamentos mencionados chegamos ao nal da aula sobre


trabalhos acadêmicos. Portanto, caro(a) aluno(a), você já tem instrumentos
muito produtivos para organizar seus estudos e realizar as atividades propostas
pelo seu curso de forma consciente e responsável.

Se você tem interesse em outras ferramentas de auxílio aos


trabalhos acadêmicos, convém consultar uma coleção bastante
interessante que trata dos trabalhos aqui mencionados, como
também outras ferramentas, com maiores detalhes. A série
apresenta quatro volumes: Resumo, Resenha, Planejar gêneros
acadêmicos e Trabalhos de pesquisa.

Veja detalhes em: Disponível aqui

179
Conclusão
Caro(a) aluno(a), chegamos ao nal da disciplina de Metodologia da Pesquisa
Cientí ca. Durante as atividades propostas pelo livro da disciplina, você percebeu
que foram apresentados instrumentos que irão acompanhá-lo durante sua
trajetória no ensino superior.

Observe com atenção as orientações. Desta forma, você certamente terá


segurança para desenvolver todas as atividades propostas pelo seu curso, desde
as anotações em sala de aula até a construção e nalização de sua monogra a de
conclusão.

Lembrando que as normas técnicas não são apenas detalhes, mas uma
ferramenta essencial à conclusão de seus objetivos. Não somente na academia, as
normas são também necessárias em sua vida, em seu cotidiano.

Por meio da observação adequada do livro de Metodologia da Pesquisa Cientí ca,


você estará preparado para realizar suas atividades de forma segura e
responsável.

Seja persistente, coerente e responsável, assim, seu sucesso é apenas uma


questão de tempo!

Boas pesquisas!

180
Material Complementar

Livro

Como se faz uma tese


Autor: Umberto Eco

Editora: Perspectiva

Sinopse: Por meio do texto, é possível ter uma noção geral


de todos os “conselhos” dados por Umberto Eco aos que se
desa am a escrever teses acadêmicas de forma
qualitativamente cientí cas.

Livro

Metodologia da pesquisa Cientí ca

Autor: José Matias Pereira


Editora: Atlas

Sinopse: A obra discorre sobre os principais conceitos de


metodologia da pesquisa, bem como os instrumentos
utilizados na condução da investigação cientí ca. Destina-se
a pesquisadores de todos os níveis, da graduação e pós-
graduação.

Livro

Pesquisa para iniciantes

Autor: Flávia Lages de Castro


Editora: Lumen Juris

Sinopse: Em linguagem acessível aos pesquisadores que


estão iniciando as práticas de pesquisa, a obra proporciona a
exposição de elementos essenciais ao desenvolvimento de
pesquisas cientí cas.

181
Filme

Fim dos Tempos

Ano: 2008

Sinopse: Um professor de ciências propõe aos alunos uma


pesquisa na qual terão que aplicar as regras de investigação
cientí ca.

Filme

O Nome da Rosa

Ano: 1996

Sinopse: Em uma atuação impecável, o ator Sean Connery dá


vida ao questionador monge franciscano Guilherme de
Baskerville, chamado às pressas a um mosteiro italiano
medieval para investigar vários casos de religiosos que
tiveram mortes enigmáticas. A trama, baseada no livro do
escritor Umberto Eco, desenrola-se em 1327, época em que
a Igreja Católica já exercia poderio absoluto em todo o
continente europeu. As mortes, é claro, foram tidas desde o
princípio como obra do demônio. Mas a investigação
minuciosa conduzida por Guilherme acabou provando o
óbvio: o mistério tinha uma explicação muito mais racional
(e controversa) do que aparentava. Por embasar seus
julgamentos em evidências e não em dogmas ou verdades
reveladas, o frade é representado como uma espécie de
precursor do cientista moderno. O lme também discute a
relação de intolerância do pensamento religioso para com o
cientí co.

182
Web

Documentário: breve histórico do método cientí co.


O documentário resgata as origens do método cientí co,
desde o Egito Antigo, passando pela Grécia e seus principais
estudiosos. Conteúdo extremamente rico em detalhes do
desenvolvimento dos principais métodos de pesquisa.

Acesse o link

Web

Documentário: Pedro Demo fala sobre a educação pela


pesquisa

Excelente conteúdo trabalhado por Pedro Demo, autor de


destaque da Metodologia Cientí ca, que ressalta a
importância da produção odo conhecimento no processo de
ensino aprendizagem.

Acesse o link

183
Referências
ABNT. NBR 6022: Informação e documentação – Artigo em publicação periódica
técnica e/ou cientí ca – Apresentação. Rio de janeiro, 2018a.
ABNT. NBR 6023: Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de
janeiro, 2018b.
ABNT. NBR 6024: Numeração progressiva das seções de um documento escrito –
Apresentação. Rio de Janeiro, 2003a.
ABNT. NBR 6027: Sumário – Apresentação. Rio de Janeiro, 2003b.
ABNT. NBR 6028: Resumo – Apresentação. Rio de Janeiro, 2003c.
ABNT. NBR 6034: Índice – Apresentação. Rio de Janeiro, 2005.
ABNT. NBR 10520: Informação e documentação – Citações em documentos –
Apresentação. Rio de janeiro, 2002.
ABNT. NBR 12225: Lombada – Apresentação. Rio de Janeiro, 2004.
ABNT. NBR 14724: Informação e documentação – Trabalhos Acadêmicos –
Apresentação. Rio de janeiro, 2011a.
ABNT. NBR 15287: Informação e documentação – Projeto de pesquisa –
Apresentação. Rio de Janeiro, 2011b.
HENRIQUE, Antonio; MEDEIROS, João Bosco. Monogra a no curso de Direito:
como elaborar o trabalho de conclusão de curso (TCC). 6. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de
metodologia cientí ca. São Paulo: Atlas
MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Cláudia Sevilha. Manual de Metodologia da
Pesquisa no Direito. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2014.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho cientí co. 24. ed., São
Paulo: Cortez, 2016.
VOLPATO, Gilson L. Guia prática para redação cientí ca. Botucatu: Best Writing,
2014.

184

Você também pode gostar