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• 1970: Distinguir e separar o sexo (uma

categoria analítica marcada pela biologia e


por uma abordagem da natureza e dos
corpos sexuados) do gênero.

Sistema sexo/gênero: Conjunto de arranjos pelos quais a sociedade


Gênero transforma a sexualidade biológica em produto da atividade humana e nos
quais essas necessidades sexuais são satisfeitas (RUBIN, 1979).

• Sistema de classificação:
Feminino/Masculino
Homossexualidade/Heterossexualidade
Orientação sexual
Sexualidade
ENTENDENDO
GÊNERO
Papéis sociais

Expectativas Lógica do
sociais; galinheiro;

Divisão
Produção e
sexual do
reprodução.
trabalho;
MULHER E DIVERSIDADE
Saúde da mulher trabalhadora;

Saúde das mulheres negras e


indígenas;
• Especificidades mulheres quilombolas;

Saúde da mulher portadora de


transtornos mentais;

Saúde da mulher privada de


liberdade;

Vítimas de violências;

Mulheres transexuais.
IBOPE (2017): O
preconceito mais
praticado, mesmo
sem ser notado, é o
machismo:

• Machismo: 61%
• Racial: 46%
• LGBTQ: 44%
• Gordofobia: 30%

DE QUE FORMA ISSO


INTERFERE NA VIDA DESSAS
PESSOAS?
VULNERABILIDADE
A violência contra mulher é uma expressão introduzida nos anos 80, pelo
movimento feminista. Diz respeito a sofrimentos e agressões que são
impostos às mulheres pelo fato de serem mulheres (SHRAIBER, 2007).
A Violência contra a Mulher
A violência afeta mulheres de todas as classes sociais, etnias e
regiões brasileiras. Atualmente a violência contra as mulheres é
entendida não como um problema de ordem privada ou individual,
mas como um fenômeno estrutural, de responsabilidade da
sociedade como um todo.

Apesar de os números relacionados à violência contra as mulheres


no Brasil serem alarmantes, muitos avanços foram alcançados em
termos de legislação, sendo a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006)
considerada pela ONU uma das três leis mais avançadas de
enfrentamento à violência contra as mulheres do mundo.
A Violência contra a Mulher
A Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência contra a Mulher, mais conhecida como Convenção de Belém
do Pará, define violência contra a mulher como “qualquer ato ou
conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento
físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na
esfera privada” (Capítulo I, Artigo 1°).

A Lei Maria da Penha apresenta mais duas formas de violência - moral


e patrimonial, que, somadas às violências física, sexual e psicológica,
totalizam as cinco formas de violência doméstica e familiar, conforme
definidas em seu Artigo 7°.
NÚMEROS DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Panorama da violência contra as mulheres no Brasil: indicadores nacionais e estaduais, 2016


Panorama da violência contra as mulheres no Brasil:
indicadores nacionais e estaduais, 2016
NÚMEROS DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Panorama da violência contra as mulheres no Brasil: indicadores nacionais e estaduais, 2016


NÚMEROS DA VIOLÊNCIA EM ALAGOAS
1 em cada 4 mulheres passou por violência no Brasil em 2018.

Para sofrer violência basta "existir como mulher no Brasil", diz


diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “É no ônibus,
no trem, em casa”.
VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

MEDO

VERGONHA

BANALIZAÇÃO
Mapa da Violência 2015
Homicídio de Mulheres no Brasil
Julio Jacobo Waiselfisz
BRASIL (5º)
Mapa da Violência 2015
Homicídio de Mulheres no Brasil
Julio Jacobo Waiselfisz

ALAGOAS (4º)
Mapa da Violência 2015
Homicídio de Mulheres no Brasil
Julio Jacobo Waiselfisz

MACEIÓ (2ª)
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Violência doméstica e familiar contra a mulher é qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial, conforme definido no artigo 5oda Lei Maria da Penha,
a Lei nº 11.340/2006.

A relação íntima de afeto prevista na Lei Maria da Penha não se


restringe a relações amorosas e pode haver violência doméstica e
familiar independentemente de parentesco – o agressor pode ser
o padrasto/madrasta, sogro/a, cunhado/a ou agregados – desde
que a vítima seja uma mulher, em qualquer idade ou classe social.

https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/violencias/violencia-domestica-e-familiar-contra-as-mulheres/
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Ficou
É mulher desesperado
O que a de pelo amor não
senhora Por que malandr correspondido
fez pra ela não o, eles se e acabou
ele te se separa merecem fazendo uma
bater? dele? . loucura.

A mulher desabafa:
“Fui vítima de violência!”
Por que você Ela Quando
não provocou descobriu
denunciou . que ela
da primeira tinha um
vez que ele amante,
bateu? ele perdeu
a cabeça.
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/violencias/violencia-domestica-e-familiar-contra-as-mulheres/
Física Psicológica

Moral Patrimonial

Sexual
Violência psicológica: xingar, humilhar, ameaçar, intimidar e amedrontar;
criticar continuamente, desvalorizar os atos e desconsiderar a opinião ou
decisão da mulher; debochar publicamente, diminuir a autoestima; tentar
fazer a mulher ficar confusa ou achar que está louca; controlar tudo o que
ela faz, quando sai, com quem e aonde vai; usar os filhos para fazer
chantagem – são alguns exemplos de violência psicológica, de acordo com a
cartilha Viver sem violência é direito de toda mulher;

Violência moral: fazer comentários


ofensivos na frente de estranhos e/ou
Violência física: bater e
conhecidos; humilhar a mulher
espancar; empurrar, atirar
publicamente; expor a vida íntima do
objetos, sacudir, morder ou
casal para outras pessoas, inclusive
puxar os cabelos; mutilar e
nas redes sociais; acusar publicamente
torturar; usar arma branca,
a mulher de cometer crimes; inventar
como faca ou ferramentas de
histórias e/ou falar mal da mulher para
trabalho, ou de fogo;
os outros com o intuito de diminuí-la
perante amigos e parentes.

Violência sexual: forçar relações


sexuais quando a mulher não quer ou
quando estiver dormindo ou sem
condições de consentir; fazer a mulher
Violência patrimonial: controlar, reter ou olhar imagens pornográficas quando
tirar dinheiro dela; causar danos de ela não quer; obrigar a mulher a fazer
propósito a objetos de que ela gosta; sexo com outra(s) pessoa(s); impedir a
destruir, reter objetos, instrumentos de mulher de prevenir a gravidez, forçá-la
trabalho, documentos pessoais e outros a engravidar ou ainda forçar o aborto
bens e direitos; quando ela não quiser;
Violência Física

Tomei um tapa no rosto. Ele me deu um chute tão


(...) fiquei tonta e meu forte que eu bati na
olho vermelho de sangue geladeira e desmaiei
(Jasmim, 71 anos).  (Boca-de-Leão, 49 anos).

(...) murro na cabeça; Estava grávida quando a


abdome na região dos gente discutiu e ele me
rins e nas costas (Camélia, deu um murro na barriga.
52 anos). Foi muita dor! Depois, ele
começou a me chutar,
empurrar e me bater
(Margarida, 38 anos).
Violência Psicológica AMEAÇA!!!

• (...) disse que eu iria apanhar como nunca apanhei na


vida, que ia tocar fogo na casa, que não iria me dar pensão
e tiraria meu filho de mim (Girassol, 32 anos).

•  Ele não me deixava trabalhar. Para estudar, me levava


e me buscava. (...) era uma prisioneira (Peônia, 25
anos).
CONTROLE!!!

• (...) ele ficava falando: minha mãe não passava roupa


assim; a comida da minha mãe não era assim; que eu não
trabalhava; que eu não tinha carro; que quem tinha tudo
era ele; e que eu era uma vagabunda. Eu incorporava o
Humilhação e
que ele falava (Orquídea, 43 anos). Constrangimento!!!
Violência Sexual
(...) mesmo não me sentindo
Ele me estuprava a noite bem, tinha que ceder para
toda, amarrava minha boca, não arrumar confusão. (...) é
colocava o revolver na minha horrível você ser humilhada e
cabeça e eu não podia no dia seguinte você ter
derramar uma lágrima (Boca- relações com a pessoa
de-Leão, 49 anos). (Frésia, 37 anos).

Ele me pegou a força algumas


vezes. Já me forçou a fazer
sexo anal. É muito
desagradável ter relação
sexual sem querer: é uma
violência física. Não sinto
prazer (Girassol, 32 anos).
Violência Patrimonial

Ele ficou uns três meses sem


comprar comida para dentro
de casa. (...) me colocou (...) ele colocou uns
várias vezes para fora e eu cadeados enormes no
com o menino pequeno. portão e a gente não
Estava esperando eu ajudar conseguiu entrar mais. (...)
ele a finalizar a construção Ele está com as duas casas,
da casa para depois me com carro, com tudo! E eu
colocar para fora. Depois do estou no aluguel (Frésia, 37
processo, pediu para sair do anos).
emprego só para não dar
pensão (Girassol, 32 anos).
Violência Moral

(...) quando ele me via conversando com


Ele está me difamando, me chamando na rua alguém, começava a me xingar e me humilhar
de puta, vagabunda (Gerânio, 52 anos). na frente da pessoa. (...) me chamava de
puta, negrinha, desgraça (Sazanca, 37 anos).
VIOLÊNCIA SEXUAL
Violência Sexual
A lei Maria da Penha Cap.
III, art. 7º (Lei nº 11.340,
de 7 de agosto de 2006),
define a violência sexual:

Qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar


de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação
ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar de qualquer
modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou
que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos.
ESTUPRO

Atualmente os “crimes contra a liberdade sexual” são os


seguintes: ESTUPRO (art. 213); VIOLAÇÃO SEXUAL
MEDIANTE FRAUDE (art. 215); e ASSÉDIO SEXUAL (art. 216-
A).
A Lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009 alterou a antiga
definição de estupro, passando a designá-lo como:
“CONSTRANGER ALGUÉM, MEDIANTE VIOLÊNCIA OU GRAVE
AMEAÇA, A TER CONJUNÇÃO CARNAL OU A PRATICAR OUTRO
ATO LIBIDINOSO: Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.”
A LEI DO MINUTO SEGUINTE
Rede de Atenção às Vítimas de Violência
Sexual
• A faixa etária com maior incidência é de jovens com idade entre 12 e
17 anos (145 casos). Em seguida estão crianças com idade até 11 anos
(133 casos). Na sequência, pessoas entre 18 e 29 anos (49 casos) e as
da faixa etária de 30 a 59 anos (29 casos).
• Também foram atendidas duas pessoas com mais de 60 anos.
• A Rede foi procurada ainda por 28 homens desde o começo do ano.
O trabalho da RAVVS é feito por uma equipe multiprofissional,
composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais,
médico perito e agente da Polícia Civil. A Rede de Atenção foi criada
pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) há 3 anos e meio e funciona
24 horas por dia, nos sete dias da semana.
As vítimas devem procurar os serviços da RAVVS nos seguintes
locais:
• Área Lilás, do Hospital da Mulher (HM), em Maceió
• Pediatria do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió
• Hospital Ib Gatto Falcão, em Rio Largo
• Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca
• As denúncias podem ser feitas de forma presencial
na Área Lilás do Hospital da Mulher (HM) ou através
dos números (82) 3315-1393, (82) 98882-9765, pelo
180 e pelo Disque 100.
• Também está disponível o aplicativo “Fica Bem”,
lançado em 2020, e desenvolvido em parceria com o
Centro Universitário Cesmac, que está disponível na
PlayStore para aparelhos com o sistema operacional
Android.
• No aplicativo é possível fazer denúncias além de
solicitação de atendimento. O usuário tem acesso
ainda à localização das unidades de saúde referência
e os demais órgãos que compõem a rede
intersetorial que auxilia às vítimas de violência
sexual.
Profilaxia das IST não
virais.

AE
Imunoprofilaxia Hepatite B

Tenofuvir + lamivudina + dolutegravir ou (raltegravir para


gestante > 14ªs).
Duração da PEP: 28 dias.
PEP
• Iniciar no máximo 72 horas após exposição.
• Repetir a testagem em 30 dias e em 90 dias após a exposição, mesmo depois de
finalizada a profilaxia com ARV (BRASIL, 2018).
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Violência Obstétrica (VO) pode ser
definida enquanto a apropriação do corpo
e processos reprodutivos das mulheres
por profissionais de saúde, expressada
mediante tratamento desumanizado, em
abuso de medicalização e “patologização”
dos processos naturais, trazendo consigo a
perda de autonomia e capacidade de
decidir livremente sobre seus corpos e
sexualidade, impactando negativamente
na qualidade de vida das mulheres.
VENEZUELA, 2005; ARGENTINA, 2009;
BRASIL, 2016)
PRÉ-NATAL ADEQUADO
Brancas: 17,5%
Negras: 12,4%

RECEBERAM INFORMAÇÕES SOBRE


COMPLICAÇÕES NA GRAVIDEZ
Brancas: 63,1%
Negras: 58,6%

ORIENTAÇÕES PARA IMPORTÂNCIA DO


ALEITAMENTO MATERNO
Brancas: 77,7%
Negras: 62,5%

MULHERES QUE PEREGRINARAM NO


MOMENTO DO PARTO
Brancas: 13,7%
Negras: 17,5%
ASSISTÊNCIA AO PARTO
• Mulheres que pariram de parto normal
Brancas: 51,4%
Negras e pardas: 60,2%

• Tricotomia
Brancas: 48,4%
Negras e pardas: 36,2%

• Lavagem Intestinal
Brancas: 23,6%
Negras e pardas: 19,4%

• Anestesia no parto normal


Brancas que não receberam: 5,1%
Negras que não receberam: 11,1%
• “A medicalização do corpo feminino – que trata
a gravidez e a menopausa como doença,
transforma a menstruação em distúrbio crônico e
o parto em um evento cirúrgico – é uma das
mais poderosas fontes da ideologia sexista da
nossa cultura.”

BRASIL, 2001
PROJETO 1:4 – Carla Raiter e Caroline Ferreira
PROJETO 1:4 – Carla Raiter e Caroline Ferreira
PROJETO 1:4 – Carla Raiter e Caroline Ferreira
Vamos a luta!

Obrigada!

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