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INTRODUÇÃO

No âmbito da disciplina de Biologia, falar-se-á precisamente sobre


a Biomineralização, abordaremos o tema em causa de maneira que os
destinatários (estudantes e todos interessados na matéria) possam
compreender de forma clara e objectiva.

OBJECTIVOS DE ESTUDO

Geral
Apresentar o tema (Biomineralização) de forma resumida e
cuidadosa de maneira que todos possam compreender.

Específicos
- Definir Biomineralização;
- Descrever o processo de biomineralização.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Quando pensamos em minerais, cristais, etc. raramente relacionamos


esse tipo de processo com a vida e com o nosso próprio corpo. Mas basta um
rápido sorriso no espelho para ver nos nossos dentes as evidências do
processo de biomineralização que realizamos. Aliás sem biomineralização não
conseguiríamos viver no planeta que habitamos, e precisamente essa
capacidade dos organismos de biomineralizar pode ser exclusiva do nosso
planeta, fazendo com que ele seja diferente de todos os outros conhecidos no
sistema solar e fora dele.

Mas a final, o que é a biomineralização? Pode ser definida como um


processo mediante o qual os organismos formam minerais a partir da retirada
seletiva de elementos do meio que os rodeia e incorporação na sua estrutura
funcional. Esse processo, por
exemplo, incorpora cristais de
hidroxiapatita [(Ca10(PO4)6(OH)2)]
para construir e reparar nossos
ossos e dentes. A hidroxiapatita é
um mineral do grupo dos fosfatos,
pois utiliza o fosforo como cátion
para formar os cristais que vão
sendo alocados entre as fibras de
colágeno e dando forma e
resistência aos nossos ossos. Os
cristais de hidroxiapatita possuem forma de placas e são muito pequenos.
Quando esse processo para ou é realizado de forma incompleta terá como
consequência a osteoporose.

Os organismos utilizam vários íons no processo de biomineralização,


entre os quais o mais comum é o cálcio (Ca), podendo ser encontrado em
aproximadamente 50% dos biominerais. Outros íons bastante comuns são o

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Silício (Si), o Fosforo (P), o Ferro (Fe) e o Enxofre (S) embora a lista seja bem
mais extensa.

O processo de biomineralização não é exclusividade dos eucariontes,


pois entre os registros mais antigos de biominerais se encontram os
associados a bactérias que biomineralizavam Fe, por exemplo, em magnetita
formando cristais denominados de magnetosomos há 3.000 milhões de anos.
Essas bactérias que geram magnetita recebem o nome de magnetotáticas. Os
vegetais também biomineralizam utilizando como íon principal o Si, pelo menos
nos últimos 400 milhões de anos, ou seja, desde que temos registros de
plantas sobre os continentes. Quem já não se cortou com a folha de capim?
Essas folhas possuem diminutos corpos de sílica hidratada, ou opala,
denominados como fitólitos que cumprem funções de defesa e sustentação da
planta. Por sinal, cada planta biomineraliza fitólitos com formas diferentes que
podem ser estudados e utilizados em estudos de reconstrução de antigas
florestas.

Alguns exemplos fitolitos e de folhas capim (Poaceae) rico em fitolitos.

Há uma enorme diversidade de organismos que biomineralizam cristais


utilizando o Ca na forma de calcita ou aragonita nos mares e oceanos. Um
grupo que utiliza cálcio e que produz belíssimas carapaças formadas por
cristais de calcita são os cocolitoforídeos. Sob essa denominação sofisticada
de cocolitoforídeos são reunidos os organismos autotróficos marinhos mais
abundantes do fitoplâncton, ou seja, que vivem flutuando nas camadas mas

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superficiais dos mares até uns 20m de profundidade. Os cocolitoforídeos são
tão abundantes que, junto aos foraminíferos, são responsáveis por criar e
manter o gradiente vertical da alcalinidade na água do mar, e tudo por devido à
biomineralização.

Cocolitoforídeo com suas pelas placas que representam um cristal de calcita. As placas ao
morrer o organismo caem isoladas no fundo dos mares e formam espessos depósitos de
carbonatos.

Os biominerais são caracterizados por apresentar uma fórmula química


definida, embora a sua morfologia externa possa ser incomum se comparada
com os minerais produzidos inorganicamente, mas nessa característica reside
parte da sua complexidade e diversidade. Muitos são, na realidade, compostos
ou aglomerações de cristais separados por matéria orgânica como no caso dos

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nossos ossos. Os biominerais podem existir como pequenos corpos dentro de
uma rede de colágeno ou quitina (como no caso da carapaça dos caranguejos).

Como acontece a biomineralização? Para que ocorra a nucleação


(formação dos primeiros núcleos cristalinos) e o posterior crescimento, a
biomineralização precisa de uma zona de deposição saturada, geralmente
isolada do ambiente em volta e delimitada por uma geometria física, como
vesículas intracelulares, onde o meio ao redor é precisamente controlado. Há
dois processos básicos responsáveis: um biologicamente induzido e outro
biologicamente controlado. No primeiro caso, os organismos não têm controle
do tipo e da forma dos minerais depositados, embora controlem o pH, pCO 2 e a
composição das secreções, como acontece nos microbialitos.

No processo biologicamente controlado, os organismos utilizam as


atividades celulares para controlar diretamente a nucleação, o crescimento, a
morfologia e a localização final do mineral que está sendo depositado. Assim, a
maior parte do processo ocorre num ambiente isolado. O resultado é muito
sofisticado e com uma função biológica especializada dada pelo organismo,
como no caso dos nossos ossos e dentes.

Por outra, os biominerais podem ser gerados de dois modos


diferentes, que variam de acordo com o envolvimento biológico: (1) sem
regulação específica, sendo o produto de reações entre o organismo e o
ambiente. É comumente exercida por seres procariontes, como as
bactérias; (2) com regulação, onde o mineral participa de funções
fisiológicas ou estruturais. É realizada por organismos eucariontes,
unicelulares ou multicelulares.

Biominerais
Carbonato de cálcio

O biomineral mais conhecido é a calcita, que forma a "parte dura"


de muitos invertebrados comuns, tais como corais e moluscos.
Carbonatos bacterianos são sedimentos de longa duração e localmente

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abundantes que registram o crescimento de bactérias e os fatores
ambientais que promovem a precipitação de calcita/aragonita(CaCO3) e
dolomita [CaMg(CO3)2] dentro, sobre ou ao redor de bactérias e a
matéria orgânica que eles produzem. Estes sedimentos incluem
precipitados biogênicos em coluna de água (whitings) que produzem
depósitos de lama de carbonato em lagos e fundo do mar, e uma
variedade de depósitos bentônicos in situ, principalmente estromatólitos.

"Evento de clareamento" visível no final do verão em grande parte do Lago Ontário

Produtos sedimentares

"Clareamento" biogênico
Pequenas cianobactérias (<2 μm de tamanho), conhecidas como
picoplâncton, têm sido ligadas a precipitação de carbonato de cálcio em
coluna de água. Estes "eventos de clareamento" podem ocorrer em lagos
durante afloramentos sazonais e são responsáveis pela maior parte dos
depósitos sedimentares de carbonato no local. Um local bem descrito é
em Fayetteville Green Lake em Nova York, onde o crescimento ativo da
cianobactéria unicelular Synechococcus sp. durante os meses de verão
conduz à formação de calcita na camada extracelular S (Thompson et al.,

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1990). Os cristais de carbonato são sedimentados através da coluna de
água individualmente ou como agregados fracamente estruturados
juntamente com células orgânicas, e acumulam-se como camadas de
lama de carbonato no leito do lago (Kelts e Hsu, 1978).

Tufa
Musgos aquáticos são geralmente abundantes e profundamente
calcificados em regiões com tufa que canalizam o fluxo da água. A
calcificação deste não está ligada diretamente ao processo de
fotossíntese do musgo, mas associado com uma cobertura de
cianobactérias e pequenas algas que cresce sobre ele. Tufas de musgos
e cianobactérias podem criar barreiras que bloqueiam os rios, criando
lagos com cascatas de água.

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CONCLUSÃO

Contudo, concluímos que a biomineralização é o processo pelo


qual organismos vivos produzem minerais, muitas vezes para endurecer
ou tornar rígidos tecidos existentes. Esses minerais criados pelos
organismos possuem estruturas muito complexas. Esse processo de
formação de materiais ocorre em praticamente todos os grupos de
organismos, dos procariontes (nanocristais de magnetita em bactérias)
até em humanos, como em nossos dentes e ossos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Currey, J. D. (1999). "The design of mineralised hard tissues for


their mechanical functions". The Journal of experimental biology
202 (Pt 23): 3285–3294
 Histologia e Embriologia Oral - Texto , Atlas , Correlações Clínicas
- 3ª Ed. 2012. Autor: Arana, Victor; Katchburian, Eduardo
 Konhauser, K and Riding, R. “Fundamentals of Geobiology”, First
Edition. Edited by Andrew H. Knoll, Donald E. Canfield and Kurt O.
Konhauser. Cap. 8
 Kröger Group – Biomineralization
 Kröger, Nils, and Nicole Poulsen. “Diatoms-from cell wall
biogenesis to nanotechnology.” Annual review of genetics 42
(2008): 83-107.
 Nature – Biomineralization
 www.trabalhosfeitos.com
 www.suapesquisa.com
 www.wikipedialivre.com

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ÍNDICE
Introdução..................................................................................................1
Objectivos de Estudo.................................................................................1
Geral...........................................................................................................1
Específicos.................................................................................................1
Fundamentação Teórica............................................................................2
Biominerais.................................................................................................5
Produtos Sedimentares..............................................................................6
"Clareamento" biogênico............................................................................6
Tufa............................................................................................................7
Conclusão..................................................................................................8
Referências Bibliográficas..........................................................................9

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