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FORMAÇÃO TECNICO-PROFISSIONAL EM HIGIENE, SEGURANÇA E SAUDE NO LOCAL DE TRABALHO (HSST)

HIGIENE, SEGURANÇA E SAÚDE AMBIENTE NO TRABALHO

1.1. Conceitos e Objectivos da Higiene do trabalho

Higiene
 Termo utilizado para expressar um conjunto de factores que visam a preservação da
saúde no ambiente de trabalho. O termo higiene é utilizado no sentido de evitar
doenças. Daí ser muito comum a expressão: “Segurança e Higiene Ocupacional” ou
também “Segurança e Higiene do Trabalho”.

Segurança do Trabalho
 Segurança do Trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são
adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem
como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.

Saúde
 Segundo OMS (Organização Mundial de Saúde) - É um estado de completo bem-
estar físico, mental e social; e não apenas a ausência das doenças ou enfermidade
(definição utópica, pois o completo bem – estar é impossível de ser encontrado no
mundo de desajustes físicos e psíquicos).

Acidente do Trabalho – Conceito legal


 É o que acontece pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício
do trabalho dos assegurados previdenciários, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária para o trabalho.

Elaborado por: Pedro Nfuca Capita


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Acidente do Trabalho – Conceito Prevencionista


 “Toda ocorrência não programada, estranha ao andamento normal do trabalho, da
qual possa ressaltar danos físicos e/ou funcionais, ou morte do trabalhador e/ou
donos materiais econômicos à empresa.

Doença Profissional, assim entendida a adquirida ou desencadeada pelo exercício do


trabalho peculiar a determinada actividade constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério da Previdência Social.

Doença do Trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente,
constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social.

Perigo
 É qualquer situação que tenha potencial de causar um dano, lesão ou doença ou
avaria.

RISCO
 É a combinação da probabilidade da ocorrência de um evento perigoso e da
gravidade do dano ou prejuízos que poderão resultar, caso este evento venha a
ocorrer.

Avaliação de Riscos
 É um processo de estimativa da magnitude do risco, cuja metodologia pode ser
qualitativa ou quantitativa. Assim, avaliar riscos é portanto, identificar e estimar
todas as situações de “Não conformidades” referentes ao processo de trabalho.

Elaborado por: Pedro Nfuca Capita


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1.2. Efeitos das condições físicas na saúde e segurança


A percepção de que o trabalho pode ter consequências sobre a saúde dos indivíduos data,
aproximadamente, de quatro séculos antes de Cristo, comos escritos de Hipócrates sobre as
moléstias que o chumbo causava aos mineradores.Logo, se um indivíduo está inserido
numa atividade de trabalho, ele está sujeito às diversidades oferecidaspelo meio, que
podem afetar tanto sua capacidade para o trabalho, quanto sua saúde. Se repararmos com
atenção e rigor técnico, grande parte das empresas angolanas não oferece condições de
trabalho adequadas para o desenvolvimento das atividades lá exercidas, podendo
comprometer o normal processo de desempenho da tarefas a serem executadasbem como a
saúde físico-psicológica dos funcionários. O estudo das relações entre a atividade de
trabalho, as condições sob as quais ela se desenvolve e as possíveis patologias geradas
nestes profissionais, são um desafio e uma necessidade para se compreender melhor a
relação saúde- doença-trabalho do mesmo, e consequentemente, buscar meios para se
preservar tanto a capacidade para o trabalho como a saúde destesprofissionais.

Mal-estar x Trabalho
As transformações na organização do trabalho em geral, com novas exigências e
competências requeridas,modificam a actividade de qualquer sector, e, por não proverem
os meios compatíveis, podem criar uma sobrecarga de trabalho. Condições desfavoráveis
de conforto ambiental em empresas, como temperaturas elevadas, ruído excessivo,
iluminação inadequada, podem influenciar negativamente o desempenho dos usuários do
ambiente, causando distúrbios de saúde (KOWALTOWSKI et al., 1997).
Entre as características do trabalho referidas estão trabalho repetitivo, ambiente estressante,
ritmo acelerado, fiscalização contínua e pressão da direção (DELCOR et al., 2004; REIS
et al., 2005, SILVANY NETO, 1998).
Neste contexto, a relação entre a profissão e a manifestação de sintomas de doença, quer no
plano biofisiológico,quer no plano comportamental, emocional e cognitivo tem sido
referida por vários autores (JESUS, 2000; RAMOS, 1999; MOTA CARDOSO, 2002;
CASTELO-BRANCO e PEREIRA, 2006).

Elaborado por: Pedro Nfuca Capita


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Como principais manifestações são referidas perturbações em nível digestivo e


cardiovascular, desordens intestinais, hipertensão arterial, dores de cabeça crônicas,
insônias, úlceras, menor resistência a infecções, modificações do comportamento
(irritabilidade e agressividade), culpabilidade em relação ao insucesso das actividades
realizadas, o estresse emocional que, podem originar perturbações neuróticas e depressivas
(DUNHAM, 1992; CASTELO-BRANCO e PEREIRA, 2006; MOTACARDOSO, 2002;).
Outros autores referem ainda que na gênese de muitas doenças e lesões, que contribuem
para a diminuição da capacidade para o trabalho, estão aspectos ligados à saúde e à
segurança no trabalho, ambientes menos bem protegidos do frio e do calor e aspectos
ergonômicos (NOULIN, 1992; MACLEOD, 1995; PEREIRA et al., 2002).
Os riscos ocupacionais são condições inerentes ao ambiente de trabalho ou aos processos
de trabalho e que podem ser causas de acidentes ou doenças ocupacionais.

Riscos físicos
São as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores em seu
ambiente de trabalho. São eles: Ruído, Vibração, Pressões anormais, Radiações Ionizantes,
Radiações não-ionizantes (laser, micro-ondas, ultravioleta), Temperaturas extremas ou
excessivas causadas pelo calor ou frio, humidade.

Riscos Químicos
São substâncias, produtos ou compostos químicos de natureza tóxica que devido ao contato
ou forma de exposição dos trabalhadores possam penetrar no organismo pela via
respiratória, através da pele ou por ingestão. São eles: Gases, vapores, poeiras, fumos,
névoas, neblinas, produtos compostos ou substâncias químicas tóxicas em geral.

Riscos biológicos
Consideram-se agentes biológicos os vírus, bactérias, protozoários, parasitas, bacilos,
fungos e outros micro-organismos causadores de contaminações,

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doenças, ou comprometimentos para a saúde. São encontrados em atividades executadas


em contato com pacientes, animais, material biológico, secreções orgânicas ou material
infecto-contagiante.

Riscos Ergonómicos
Relacionados à organização do trabalho, a forma de execução das atividades ou ao modo
como o serviço é realizado. São eles:
Trabalho físicos pesado;
Transporte manual de pesos;
Postura incorreta;
Trabalho em turno/noturno; Ritmo
excessivo de trabalho; Monotonia e
Repetitividade; Jornada prolongada
de trabalho; Exigência de
produtividade;
Outras situações causadoras de stress físico ou psíquico.

Riscos de Acidentes
São condições deficientes e inadequadas das instalações ou do ambiente de trabalho
que poderão gerar acidentes de trabalho. São eles:
Arranjo físico inadequado;
Ferramentas defeituosas;
Máquinas e equipamentos sem proteção;
Armazenamento impróprio;
Ligações elétricas deficientes;
Equipamento de Proteção Individual Inadequado;
Ausência de sinalização;
Queda devido altura;
Incêndio o explosões;
Outras situações de risco que podem contribuir para a ocorrência de acidentes.

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Considera-se ambiente de trabalho o conjunto de condições que possibilitam a


execução de um serviço para produzir um determinado bem ou produto.

POSSÍVEIS
RISCO TIPO DE TIPOS DE EMPRESAS OU TIPOS
CONSEQUÊNCIAS
AGENTE DE SERVIÇOS
PARA A SAÚDE
Comprometimento do sistema Industrias têxteis, siderúrgicas,
auditivo,surdez, metalúrgicas, mecânicas, automobilísticas,

Físico Ruído irritabilidade,taquicardia,cefaléi marcenarias, operações com tratores,


a. Aumento da pressão arterial, serralherias, etc.
cansaço, Problemas digestivos,
Stress, insônia e outros.
Intoxicações, irritação das vias Ocorre em indústrias farmacêuticas, químicas,
Produtos aéreas superiores, reações petroquímicas, laboratórios de análises
Químico
Químicos alérgicas,doenças do aparelho químicas e físico-químicas, etc.
Tóxicos respiratório, dermatite de
contato, e outros males.
Hepatite, AIDS, Rubéola, Hospitais, UBS, Clínicas odontológicas,
Vírus,
Biológico Raiva, Tuberculose, Diarréias, veterinárias, Laboratório de análises
Bactérias
Micoses, Infecções e Outros clínicas.
LER / DORT Pianistas, Cabeleireiros, digitadores e
Ergonómico Repetitividade
outras funções em produção.
Acidentes, principalmente com Marceneiros e serralheiros que operam serra
Máquinas sem repercussão nos membros circular, tupia, desengrosso,
Riscos de
proteção de superiores.
Acidentes
suas partes
girantes

1.2.1. Doenças Infeciosas


Os movimentos de emergência de novas doenças transmissíveis como a aids, de
ressurgimento, em novas condições, de doenças “antigas” como a cólera ou a dengue, de
persistência de endemias importantes como a tuberculose e, de ocorrência de surtos
inusitados de doenças como a Febre do Oeste do Nilo nos

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Estados Unidos demonstram que nem países em desenvolvimento, nem mesmo os


desenvolvidos, estão livres das doenças infecciosas.
As transformações demográficas, ambientais e sociais que ocorrem no mundo criam
condições para o constante surgimento de novas formas de expressão de doenças já
conhecidas anteriormente e para emergência de novas doenças. Essa realidade exige o
permanente fortalecimento de uma rede de vigilância epidemiológica que incorpore os
hospitais de referência para doenças transmissíveis, as unidades hospitalares voltadas para
o atendimento de urgências, os laboratórios de saúde pública, centros de saúde e
ambulatórios, com capacidade de monitorar os perfis epidemiológicos e suas alterações,
detectando prontamente, investigando e adotando medidas eficazes de prevenção e
controle.

Ao frequentarem novos ambientes de trabalho as pessoas se expõem a um ambiente


diverso daquele onde habitualmente trabalha e podem ficar expostas a novos riscos ou a
riscos maiores do que os existentes no seu local de origem, inclusive em relação a agentes
infecciosos, por desconhecer os riscos ou por não observar adequadamente as medidas de
proteção, este pode ficar mais vulnerável a adquirir infecções e vir a adoecer rapidamente
ou, ainda, permanecer sem apresentar manifestações de doença (assintomático) por tempo
prolongado.

Em qualquer das duas situações, o indivíduo além de danos à própria saúde, pode
transmitir doenças infecciosas para os seus colegas ou servir de fonte de infecção para
vetores. Por esta razão, geralmente, este mesmo indivíduo é quem introduz ou reintroduz
novas doenças em locais onde elas nunca existiram ou já foram eliminadas (como a malária
e a febre amarela). No entanto, também pode ser uma excelente sentinela em termos de
vigilância epidemiológica. Quando recebe as medidas profiláticas e as informações
adequadas (sentinela informada), tem menor risco de adoecer e, se isto ocorrer, mais
chance de diagnóstico e tratamento precoce, o que reduz o risco potencial, quando do
retorno, de introdução de novas doenças ou reintrodução das que foram eliminadas.

Elaborado por: Pedro Nfuca Capita


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1.2.2. Ruído Excessivo

Efeitos na saúde

a) Reacções generalizadas ao stress

Reacções físicas
Os ruídos aumentam a pressão sanguínea, o ritmo cardíaco e as contracções musculares.
São capazes de interromper a digestão, as contracções do estômago, o fluxo da saliva e
dos sucos gástricos. Provocam maior produção de adrenalina e outros hormónios,
aumentando, no sangue, o fluxo de ácidos graxos e glicose. No que se refere ao ruído
intenso e prolongado ao qual o indivíduo habitualmente se expõe, resultam mudanças
fisiológicas mais duradouras até mesmo permanentes, incluindo desordens
cardiovasculares, de ouvido-nariz- garganta e, em menor grau, alterações sensíveis na
secreção de hormónios, nas funções gástricas, físicas e cerebrais.
Em casos de estresse crónico (permanente) nos trabalhadores, tem sido constatado efeitos
psicológicos, distúrbios neurovegetativos, náuseas, cefaleias, irritabilidade, instabilidade
emocional, redução da libido, ansiedade, nervosismo, hipertensão, perda de apetite,
sonolência, insónia, aumento de prevalência da ulcera, distúrbios vitais, consumo de
tranquilizantes, perturbações labirínticas, fadiga, redução de produtividade, aumentos dos
números de acidentes, de consultas médicas e do absenteísmo.

Alterações mentais e emocionais


As reacções na esfera psíquica dependem das características do agente, do meio, e
das condições emocionais do hospedeiro, no momento da exposição. As reacções podem
manifestar-se através de irritabilidade, ansiedade, excitabilidade, desconforto, medo, tensão
e insónia.

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1.3. Horários de Trabalho

Duração e organização temporal do trabalho

PERÍODO NORMAL DE TRABALHO


44 horas semanais, pode ser alargado até 54horas (artigo 96º, nº2, da LGT);
8 horas diárias, pode ser alargado até 9 ou 10 horas (artigo 96º,nº3, da LGT)

1.3.1. Expedientes Nocturnos;

TRABALHO NOCTURNO
Período normal de trabalho nocturno é de 8horas diárias;
Confere ao trabalhador o direito a uma remuneração adicional de 25%do salário
que corresponderia àquele trabalho se fosse prestado durante o dia;
a. É obrigatório realizar exames médicos antes de prestar serviço e
anualmente.

1.3.2. Expedientes Longos

TRABALHO EXTRAORDINÁRIO OU SUPLEMENTAR


É todo aquele trabalho, que é prestado fora do horário de trabalho normal. Também
constitui trabalho extraordinário aquele prestado em dia de descanso semanal obrigatório
ou complementar e em dia de feriado, excepto para os trabalhadores que labutam em turnos
rotativos. Para os trabalhadores isentos do horário de trabalho há trabalho suplementar
quando labutam em dia de descanso semanal obrigatório ou complementar e em dia de
feriados, excepto em instituições ou empresas em que é dispensada a suspensão de
trabalho em dia de feriado como por exemplo hotel e restaurante.

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a. Prestado fora do horário normal de trabalho quando necessidades imperiosas da


produção ou dos serviços o exigirem;
b. Limites: 2horas por dia normal de trabalho, 40 horas por mês de trabalho e 200
horas anuais;
c. Confere ao trabalhador o direito a uma remuneração adicional de 50% do valor da
hora de trabalho normal até ao limite de 30 horas por mês e de 75% para além deste
limite;
d. O empregador é obrigado a registar em livros próprios as horas extraordinárias;
e. O trabalhador não pode prestar trabalho extraordinário por sua livre iniciativa.

1.3.3. Horários de Trabalho Flexíveis


TRABALHO POR TURNOS
a. Sempre que o período de funcionamento da empresa exceda o período normal de
trabalho;
b. Os turnos podem ser fixos ou rotativos, e a duração de cada turno não pode
ser superior ao limite máximo de oito (8) horas, há intervalos de 30 minutos para
descanso ou refeição;
c. O trabalho prestado em turnos rotativos confere ao trabalhador o direito a uma
remuneração adicional de 20% do salário base, o qual inclui um adicional por
trabalho nocturno (artigo 114º,nº2).

NB: No que respeita aos horários de trabalho é importante frisar que as horas referidas pela
Lei Geral de Trabalho (LGT) angolana, devem ser respeitadas pois está em risco a
integridade física do funcionário tendo em conta que o mesmo precisa de um repouso para
que continue a prestar o seu serviço com a mesma qualidade, uma vez que se tratando de
ser humano e não de máquinas se não houver descanso durante a actividade laboral pode
provocar nele uma das doenças anteriormente mencionadas.

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1.4. Saúde no Trabalho


As empresas precisam se preocupar em manter a saúde do seu trabalhador pois, é essencial
para a saúde do negócio.Promover a saúde, prevenir acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho pode trazer resultados positivos para o negócio como: melhoria da saúde do
trabalhador, redução do absenteísmo, redução de acidentes de trabalho, redução de doenças
ocupacionais, entre outros. Para tal, é importante que as empresas realizem programas de
orientação, consciencialização e prevenção, que têm como objetivo cuidar da saúde e
qualidade de vida do trabalhador na empresa.
A promoção da saúde no local de trabalho é o processo que resulta do esforço conjunto de
empregadores, trabalhadores e sociedade em geral, para melhorar a saúde e o bem-estar das
pessoas no trabalho e pode ser conseguida através de uma combinação de estratégias que
visem: melhorar a organização do trabalho e o ambiente de trabalho; promover a
participação activa dos trabalhadores em todo esse processo; permitir escolhas saudáveis e
encorajar o desenvolvimento pessoal.
A promoção de saúde no local de trabalho não significa simplesmente o cumprimento da
legislação que regula a saúde e segurança, implicando também o envolvimento activo
dos empregadores em prol da melhoria da saúde e bem-estar globais dos
trabalhadores. Neste processo, é essencial envolver os trabalhadores e ter em conta as
suas necessidades e os seus pontos de vista quanto à forma como o trabalho e o local de
trabalho devem ser organizados.
A promoção da saúde no local de trabalho, ao proporcionar aos trabalhadores bem-estar e
saúde acrescidos, tem muitas consequências positivas, tais como a diminuição da
rotatividade e do absentismo, o reforço da motivação e o aumento da produtividade, além
de que contribui para transmitir uma melhor imagem do empregador enquanto organização
positiva e que se preocupa com o bem-estar do seu pessoal.

Elaborado por: Pedro Nfuca Capita


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A promoção da saúde no local de trabalho visa, geralmente, diferentes aspectos e, na


prática, está intimamente relacionada com a avaliação de riscos. Alguns dos aspectos da
promoção da saúde no local de trabalho são:

 Participação dos trabalhadores no processo de melhoria da organização do


trabalho
 Envolvimento activo e consulta dos trabalhadores na melhoria do seu
ambiente de trabalho
 Todas as medidas destinadas a melhorar o bem-estar no trabalho, por
exemplo possibilidade de horário flexível.
 Abordar a questão da alimentação saudável no local de trabalho, facultar
informações sobre alimentação saudável, bem como disponibilizar pratos saudáveis
na cantina ou instalações para os trabalhadores prepararem as suas próprias
refeições
 Sensibilização para os efeitos nocivos do tabaco, incluindo a oferta de
participação gratuita em programas de cessação tabágico e a instauração da
proibição de fumar nas instalações da empresa
 Promoção da saúde mental, através da oferta de cursos para gestores sobre
formas de lidar com o stress e a tensão mental no seio das respectivas equipas, bem
como da possibilidade de aconselhamento psicológico anónimo para todos os
trabalhadores
 Exercícios e actividades físicas, através da disponibilização de aulas de
desporto, do incentivo da actividade física, da promoção de uma cultura activa e
saudável no local de trabalho
 Vigilância da saúde, através da oferta de exames médicos, como controlo da
pressão arterial e dos níveis de colesterol.

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1.4.1. Stress no Trabalho

O estresse não é propriamente uma doença e sim, um estado do organismo quando


submetido ao esforço e à tensão. Numa situação estressante, o corpo sofre reacções
químicas normais que preparam o organismo para enfrentar a situação.
O prejuízo entretanto acontece, quando as situações estressantes são contínuas e o
organismo começa a sofrer com as constantes reacções químicas que se sucedem, sem que
haja tempo para a eliminação dessas substâncias e sem o tempo necessário para o descanso
e recuperação física e emocional.

SINTOMAS DO ESTRESSE
Exactamente por não ser uma doença propriamente, os sintomas do estresse são indefinidos
e ao mesmo tempo abrangentes. Podem ir desde uma dor de cabeça, distúrbios do sono,
irritabilidade, cansaço, dificuldade de concentração ou tensão muscular, a dificuldades
respiratórias, dificuldade de memória, problemas digestivos, pressão alta, problemas
cardíacos, e até mesmo distúrbios psíquicos como síndromes, depressão e pânico.
As principais causas emocionais do estresse no ambiente de trabalho e na vida pessoal, são
basicamente três: Alto padrão de exigência pessoal, medo e frustração.

Elaborado por: Pedro Nfuca Capita


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O tipo de vida que nos autoimpomos, onde pensamos ser necessário obter muito mais
recursos financeiros do que realmente necessitamos, nos exige mais esforço para cumprir o
padrão estabelecido e nos coloca diante de conflitos na vida profissional onde há cada vez
mais competição e menos espaço.

A primeira coisa que podemos fazer no sentido de se evitar o stress é pensar a respeito do
que sentimos, com sinceridade. Precisamos pensar e sentir se de fato concordamos em
viver dentro de caixinhas apertadas ditadas pelos padrões! Procure investigar a verdade de
seus sentimentos e desejos.

1.4.2. Saúde mental e Trabalho


O mundo do trabalho tem sofrido modificações ao longo do tempo das quais se pode
destacar a introdução de novas tecnologias, novos processos de trabalho, alterações nos
modos como o trabalho se organiza e as relações de trabalho se constituem. Neste contexto,
um dos impactos que se fazem sentir mais claramente ocorre no âmbito da segurança e
saúde do trabalhador. Considerando-se mais particularmente os processos de
adoecimento/saúde mental e trabalho, no mundo contemporâneo, pesquisadores têm
associado cada vez mais novas formas da organização do trabalho, de gestão e
administração, no rastro das reestruturações produtivas e de políticas neoliberais, a negação
e livre expressão das subjectividades, que em última instância são cooptadas em prol da
produção e da lucratividade. Como consequência é possível verificar o crescimento da
produção, bem como, o crescimento econômico na medida em que se observa o
aumento de patologias e em especial das doenças mentais associadas ao trabalho.

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No mundo do trabalho actualmente, em que prevalece a precarização do emprego e o


sofrimento ético associado a banalização das injustiças e do mal, têm surgido patologias
sociais decorrentes do trabalho tais como a sobrecarga, a servidão voluntária e a violência,
das quais o adoecimento mental e o suicídio do trabalhador podem ser a mais radical das
consequências.
A precarização do trabalho se reflecte entre outros aspectos no aviltamento das condições
de trabalho e na adopção de formas de gestão da organização do trabalho pelo capital que
colocam em risco a segurança e a saúde dos trabalhadores. E nesse cenário de precarização
do trabalho, um aspecto a ser desvelado consiste em compreender a aceitação do
trabalhador de situações que colocam sua integridade e a sua própria sobrevivência em
xeque. Nesse sentido, o entendimento da relação entre modos de subjectivação e trabalho
pode ser eficaz para análise dessa questão.

1.4.3. Qualidade de Vida no Trabalho

O conceito de Qualidade de Vida no Trabalho é muito abrangente, e precisa ser definido


com clareza, uma vez que as posições profissionais dos trabalhadores dentro de uma
organização são meios de satisfazerem suas necessidades de toda ordem, com reflexos
evidentes em sua qualidade de vida. A qualidade de vida baseia-se em uma visão integral
das pessoas, que é o chamado enfoque biopsicossocial. O enfoque biopsicossocial das
pessoas origina-se da medicina psicossocial, que propõe a vida integrada ao ser humano.
Na opinião de FRANÇA (1997:80), Qualidade de Vida no Trabalho é o conjunto das
acções de uma empresa que envolve a implantação de melhorias e inovações gerenciais e
tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção de qualidade de vida ocorre a partir do
momento em que olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque
biopsicossocial. O posicionamento biopsicossocial representa o factor diferencial para a
realização de diagnóstico, campanhas criação de serviços e implantação de projectos

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voltados para a preservação e desenvolvimento das pessoas, durante o trabalho na empresa.


O ponto principal do estudo de Qualidade de Vida no Trabalho é o indivíduo sobrepondo-
se ao resultado da organização, paralelamente buscando melhorias tanto para o empregado
como para o patrão. Essas melhorias estão relacionadas com as condições de trabalho,
compensação justa e adequada, oportunidade de crescimento, segurança, uso e
desenvolvimento de capacidades, constitucionalismo, integração social na organização,
trabalho e espaço de vida, relevância social e a saúde ocupacional, com o objectivo de
tornar seus funcionários felizes e saudáveis para que possam produzir mais e melhor em
condições favoráveis.
A origem da qualidade de vida no trabalho iniciou-se em 1950, com o surgimento da
abordagem sociotécnicas. Na década de60, tomaram iniciativas de cientistas sociais, líderes
sindicais, empresários e governantes, na busca de melhorias na organização do trabalho a
fim de diminuir aspectos negativos do emprego na saúde e bem-estar geral dos
trabalhadores.
Métodos motivacionais, como as relações pessoais, trouxeram melhoria para o bem-estar
do trabalhador, a exemplos dos ensinamentos de Euclides de Alexandria aplicados em 300
a.C. pensando na melhoria dos métodos de trabalho dos agricultores à margem do Nilo e as
Leis das Alavancadas de Arquimedes que vieram em 287 a.C. e servia para diminuir o
esforço físico de partes dos trabalhadores, entre outros demais exemplos que poderiam ser
expostos. Porém, é de fundamental importância salientar que não é recente a preocupação
de se criar meios que facilitassem e aumentassem o bem- estar humano, e graças a isso,
formas científicas sobre este assunto passaram a ser estudadas em séculos posteriores.
A expressão qualidade de vida no trabalho só foi inserida, publicamente, no início da
década de 70, pelo professor Louis Davis (UCLA, Los Angeles), tornando mais vasto o seu
trabalho sobre o projecto de esboçar cargos.
Na década de 70, voltaram-se as atenções para qualidade de vida no trabalho. Houve um
foco maior nos EUA, por causa da preocupação com a disputa

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internacional, o êxito dos modelos e técnicas gerenciais dos programas de produtividade


japonesa, voltado para os empregados.

Havia uma pretensão de unir os interesses dos empregados e empregadores através de


práticas gerenciais capazes de reduzir os conflitos. Tentaram, também, para aumentar a
motivação nos empregados, embasar as filosofias nos trabalhos dos autores da escola de
Relações Humanas, como Maslow, Herzberg e outros.
Foi a partir dos séculos XVIII e XIX, que os interesses nas condições de trabalho e a
influência nos princípios e na produção dos indivíduos foram estudados cientificamente.
A qualidade de vida no trabalho se tornou motivo de grande preocupação nas empresas.
Seu intuito, seja lá como for denominado, é sempre de facilitar e/ou trazer satisfação e
bem-estar ao trabalhador na execução de suas tarefas.
Para Carneiro citado por Fernandes (1996, p.38):
Qualidade de Vida no Trabalho é ouvir as pessoas e utilizar ao máximo sua potencialidade.
Ouvir é procurar saber o que as pessoas sentem, o que as pessoas querem, o que as pessoas
pensam, e utilizar ao máximo sua potencialidade; é desenvolver as pessoas, e procurar criar
condições para que as pessoas, em se desenvolvendo, consigam desenvolver a empresa.
Já no século XX, houve muitas pesquisas que cooperaram com os estudos de fundamental
importância sobre a satisfação do indivíduo no seu ambiente de trabalho. Estes estudos
foram focados no comportamento humano e na motivação para que, graças a estes
aspectos a organização obtivesse as metas organizacionais.
Após os sucessivos processos de downsizing, reestruturação e reengenharia que marcaram
toda a década de 90, nota-se que actualmente as pessoas têm trabalhado cada vez mais, e,
por extensão têm tido menos tempo para si mesmas. (VEIGA, 2000).

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1.4.4. Ergonomia

A Ergonomia é um termo que deriva do grego “ergon”, que significa “trabalho” e


“nomos”, que significa “leis ou normas”. Ergonomia designa o conjunto de disciplinas
que estuda a organização do trabalho no qual existe interações entre seres humanos e
máquinas. Assim sendo, considera-se como principal objetivo da ergonomia o
desenvolvimento e aplicabilidade de técnicas de adaptação do homem ao seu trabalho e
formas eficientes e seguras de desempenha-lo visando a otimizar o bem-estar e,
consequentemente, aumento da produtividade.

A ergonomia é um ramo da ciência econômica que se ocupa das questões relativas à vida
laboral moderna, sobretudo na economia industrial. Trata da prevenção dos acidentes
laborais, sugere a criação de locais adequados e de apoios ao trabalho, cria métodos
laborais, sistemas de retribuição de acordo com o rendimento (valorização, estudo do
trabalho), e determina tempos de trabalho, assim como a sua nacionalização, ainda que
tudo isto enquadrado numa perspectiva humanitária de ver o mundo da empresa e as
relações que nele se estabelecem.O conceito de Ergonomia se aplica à qualidade de
adaptação de uma máquina ao seu operador, proporcionando um eficaz manuseio e
evitando um esforço extremo do trabalhador na execução do trabalho. As lesões por
esforço repetitivo (LER) são um dos problemas físicos mais comuns que pode causar
limitações ou mesmo incapacidade de trabalhar. Utilizar soluções

Elaborado por: Pedro Nfuca Capita


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ergonómicas no local de trabalho é uma iniciativa que pode aumentar significativamente os


níveis de satisfação, eficácia e eficiência do trabalhador

Factores humanos (do inglês Human Factors) é um termo utilizado com o mesmo
significado de Ergonomia. Quando se fala em factores humanos ou Ergonomia, sua
aplicação abrange áreas como: aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação,
desenho de produtos adaptados ao ser humano, cuidados com a saúde física e mental,
dentre outras áreas.

a) Ergonomia cognitiva

A ergonomia cognitiva é também conhecida como engenharia psicológica e como a palavra


"cognitiva" sugere, está relacionada com um conjunto de processos mentais, entre eles a
percepção, atenção, cognição, controle motor e armazenamento e recuperação de memória.
A ergonomia cognitiva pretende analisar o impacto que esses processos têm na interação
do ser humano e outros elementos dentro de um sistema. Algumas áreas específicas são:
carga mental de trabalho, vigilância, tomada de decisão, desempenho de habilidades, erro
humano, interação humano-computador e treinamento.

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b) Ergonomia organizacional

Também conhecida como macro ergonomia, a ergonomia organizacional parte do


pressuposto que todo o trabalho ocorre no âmbito de organizações. A ergonomia
organizacional pretende potencializar os sistemas existentes na organização, incluindo a
estrutura, as políticas e processos da organização. Algumas das áreas específicas são:
trabalho em turnos, programação de trabalho, satisfação no trabalho, teoria motivacional,
supervisão, trabalho em equipa, trabalho à distância e ética.

Uma das causas da baixa produtividade pode ser o desconforto, que entre as suas
várias causas está directamente ligada à adequação do corpo frente a um determinado
equipamento. A questão da iluminação, que além de poder causar danos à visão, contribui
significativamente na baixa pessoal da capacidade de produção de uma pessoa, quer seja
em um escritório, indústria, como até mesmo em ambientes de trabalho mais sofisticados.
Além disso, os ruídos e mudanças de temperatura também influem negativamente neste
processo.

Com relação aos problemas de coluna, o ideal ainda é a prevenção, portanto buscar no
ambiente de trabalho, a adequação de cadeiras e mesas seria o ideal para protegê-la. Mas,
quando não for possível contar com um escritório mais adequado, procure sempre sentar
em cadeiras com encosto recto e em casa, fuja dos sofás muito macios. Aparentemente
confortáveis, eles são um convite para que você se jogue no assento de qualquer jeito.
Actualmente várias empresas já buscam a melhoria da qualidade do trabalho dos
empregados e já estabelecem uma série de programas como forma de incentivar a saúde
do trabalhador. Nas grandes capitais e áreas mais industrializadas, o empresariado, já
consciente dos futuros problemas, está investindo neste programas, como também, em
estudos sobre as vantagens da ergonomia para a melhoria da produção nas empresas. Se
por um lado, o uso da ergonomia pode sugerir maior gasto, por outro representa uma
economia para a empresa e como consequência, a melhoria da saúde do trabalhador e da
sociedade.

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1.5. Acidentes de Trabalho

Um acidente de trabalho é aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho,


produzindo lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na
capacidade de trabalho, ou de ganho, ou a morte.

O acidente de trabalho pode ser definido como toda redução ou perda de capacidade
laboral que seja causada por factores exógenos e traumáticos relacionados ao trabalho. Não
se considera acidente de trabalho um dano sem repercussão na capacidade laboral ou que
tenha origem fora do trabalho e num período completamente fora do horário normal de
trabalho (extra laboral).

O acidente de trabalho inclui qualquer injúria sofrida no horário e no local de trabalho,


como agressão física ou incêndio, mesmo que em hora de almoço ou descanso. Inclui
também uma lesão ocorrida a caminho do trabalho ou de volta para casa e viagens de
trabalho ou de estudo financiadas pela empresa. A doença ocupacional é igualada ao
acidente de trabalho para todos os efeitos, nesse caso é necessário verificar se a causa é de
facto laboral.

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Nos dias de hoje, o conceito de acidentes de trabalho, passa a abranger o acidente ocorrido
fora do local de trabalho, quando no exercício do direito de reunião ou actividade de
representantes dos trabalhadores, bem como o acidente ocorrido entre qualquer dos locais
de trabalho, no caso do trabalhador ter mais de um local de trabalho. Desta feita, as
prestações em espécie incluídas no direito à reparação passam a compreender também o
apoio psicoterapêutico à família do sinistrado, o que faz com que a empresa atribua uma
pensão em caso de incapacidade permanente absoluta para o trabalho, compreendida entre
70% e 100% da retribuição, nas situações em que existe actuação culposa do empregador.
As condições de ocupação, reabilitação, reintegração profissional e adaptação do posto de
trabalho passam a estar detalhadamente descritas.

1.5.1. Prevenção de Acidentes

A consciencialização e a formação dos


trabalhadores no local de trabalho são a melhor
forma de prevenir acidentes. A isso devemos acrescentar
a aplicação das medidas
de segurança colectivas e
individuais inerentes à actividade desenvolvida.
Até porque, os custos dos acidentes de trabalho, para os
trabalhadores acidentados e para as empresas, são
elevadíssimos.

A palavra-chave é PREVENIR, quer na perspectiva do trabalhador quer na do


empregador. Essa é a melhor forma de evitar que os acidentes aconteçam. As acções e
medidas destinadas a evitar acidentes de trabalho estão directamente ligadas ao tipo de
actividade exercida, do ambiente de trabalho e das tecnologias e técnicas utilizadas.

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Para além do custo em termos de perda de


vidas e de sofrimento para os trabalhadores
e as suas famílias, os acidentes afectam as
empresas e a sociedade em geral.
Diminuição dos acidentes significa também
diminuição das ausências por doença, dos
custos e das perturbações do processo
produtivo. Além disso, permite às entidades patronais poupar despesas de recrutamento e
formação de novo pessoal e reduzir os custos de reformas antecipadas e de prémios de
seguro.

Os escorregões, tropeções e quedas são a causa mais frequente de acidentes em todos os


sectores, desde a indústria transformadora pesada ao trabalho de escritório. Entre os demais
perigos, pode referir-se a queda de objectos, as queimaduras térmicas e químicas,
incêndios e explosões, substâncias perigosas e stresse. Para prevenir acidentes no local de
trabalho, as entidades patronais devem instaurar um sistema de gestão da segurança que
inclua a avaliação de riscos e procedimentos de acompanhamento.

Como Evitar acidentes de trabalho

Os acidentes de trabalho podem ser considerados como imprevistos provocados por


situações adversas nos locais destinados à execução das tarefas diárias. Esses acidentes
englobam queimaduras, quedas, cortes e outros males que podem afectar membros e,
consequentemente, a saúde do trabalhador.

Com o objectivo de se manterem sempre seguros e distantes de qualquer doença


ocupacional ou acidente de trabalho, todos precisam ficar atentos aos riscos e aos cuidados
com a saúde, levando em consideração a infraestrutura do ambiente laboral. Para isso, é
fundamental que todo empregador conheça bem as implicações e as exigências legais
pertinentes, visando oferecer à sua equipe de

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profissionais a protecção adequada para evitar a ocorrência de doenças e de possíveis


acidentes.

Confira algumas dicas importantes a serem utilizadas nas organizações, com o objectivo
de evitar doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.

Todo empregador deve se preocupar em:

 Utilizar os canais de comunicação interna, visando conscientizar e alertar seus


colaboradores quanto aos riscos e às acções de prevenção, para evitar doenças
ocupacionais e acidentes no ambiente de trabalho.
 Promover as palestras e os treinamentos específicos, ministrados por profissionais
capacitados, que abordem temas relacionados às regras de protecção, à saúde e às
boas condutas no ambiente laboral.
 Estimular a prática diária de exercícios específicos para evitar, por exemplo, lesões
corporais por movimentos repetitivos. Para que essas práticas sejam sempre
eficientes, é fundamental contar com a orientação de profissionais capacitados e
especialistas em ergonomia.
 Oferecer aos trabalhadores mobiliários adequados no ambiente de trabalho para
uma correcta acomodação ergonómica.
 Manter os trabalhadores sempre informados sobre os resultados obtidos a partir
das avaliações realizadas no ambiente laboral.
 Adoptar programação de descanso entre as ocupações do dia e não delegar tarefas
em que os colaboradores sejam submetidos a uma mesma actividade em tempo
integral.
 Orientar os funcionários a procurarem orientação médica em casos de
manifestação de sintomas como: cansaço muscular nos braços ou nas pernas, dores,
dormências, inchaços e outras alterações na saúde.
 Informar aos trabalhadores os resultados dos exames médicos e dos exames
complementares realizados, com o intuito de consciencializá-los sobre os
diagnósticos obtidos e os cuidados com a saúde.
 Divulgar e treinar os trabalhadores, quanto aos procedimentos correctos e
imediatos que devem ser adoptados em caso de acidentes.

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 Cumprir com todas as normas regulamentadoras que determinam os


factores de prevenção no ambiente laboral, visando atender as exigências legais da
engenharia de segurança e da medicina do trabalho.

Todas as acções de prevenção devem ser adoptadas pelas organizações e pelos próprios
trabalhadores, visando eliminar as condições inseguras no ambiente laboral, mas é
importante reforçar que essas mesmas acções devem sempre ser orientadas por
profissionais capacitados a oferecer serviços em engenharia de segurança e em medicina
do trabalho.

1.5.2. Identificação das causas de acidentes;

Causa de Acidente é qualquer factor que, se removido, o tempo evitará a ocorrência do


Acidente.”
I. Confiabilidade: denomina-se confiabilidade, a probabilidade de um determinado
equipamento ou sistema (máquina, equipamento, circuito, componentes, aparelhos
etc.), desempenhar, sem falhas, uma missão (função específica), durante um
determinado período de tempo.

Sendo assim, aumentar a confiabilidade de uma actividade ou operação, dentro de um


sistema produtivo implica, necessariamente, na previsão e prevenção de falhas, o que vale
dizer, na adopção de medidas preventivas, desde a elaboração de um projecto do produto
e/ou do processo, até sua execução ou implantação.
Esta interpretação pode ser estendida, enfim, tanto aos Recursos Materiais, como também
aos Recursos Humanos da empresa, entendendo-se esta como Sistema e aqueles como
subsistemas que a integra.

II. Tipos de Falhas:


As falhas que afectam os Sistemas e equipamentos, podem ser enquadradas em 3 tipos,
quais sejam:

a) Falhas prematuras Ocorrem quando do nascimento, introdução, adaptação de


uma nova variável ao Sistema (equipamentos novos, novos materiais,

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trabalhadores recém-contratados, etc.). Sua origem é sempre a falta de conhecimento da


variável incorporada, mau relacionamento com as condições ou com o ambiente onde foi
introduzido, condições deficientes com respeito aos padrões previamente fixados etc.

b) Falhas CasuaisCom o transcorrer do tempo, aquela nova variável irá se


incorporando ao Sistema: já se conhecem suas limitações, busca-se adaptar-lhe melhor às
novas exigências, se revê aspectos relativos à forma de montagem mecânica, à disposição
física, próprios ou correlatos, além de outros factores necessários à sua boa adaptação.
Assim, as falhas prematuras tendem a decrescer, e chega um momento em que eles se
estabilizam em um valor determinado, que pode ter tido como um risco aceitável (ou
desprezível), pelo Sistema.
Este nível constante de falhas, é entendido como aquele onde as falhas, via de regra,
escapam aos elementos de controle e que ocorrem por causas irregulares, geralmente
complexas, incontroláveis ou, por vezes, pouco conhecidas. Esse período é conhecido
como período de vida útil dos componentes do Sistema.

c) Falhas por envelhecimentoComeçam, quando as variáveis (componentes) de um


sistema ultrapassaram seus períodos de vida útil. A taxa de falhas aumenta notoriamente,
devido à idade ou ao tempo de uso e à incidência de algumas falhas casuais, que se mantém
ao longo do tempo. Nesse estágio, atingiu-se o período de desgaste dos componentes do
Sistema em questão.

A distribuição da taxa de falhas do Sistema, em um determinado período de tempo, pode


ser representado graficamente segundo a curva denominada “Curva da Banheira”, devido
ao perfil do seu traçado.

Pela análise minuciosa das falhas (problemas) observadas em um Sistema, pode- se chegar
às causas imediatas que, normalmente, estão presentes nos componentes internos ou
externos àquele Sistema, na forma de produto, processo, peças componentes, etc, inerentes
à produção.

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III. Diagrama Causa-Efeito:

É uma ferramenta utilizada para apresentar a relação existente entre o prejuízo ocorrido
(efeito) e os factores (causas) do processo, que provocaram o problema (acidente).

O diagrama causa-efeito, além de sumarizar as possíveis causas que levaram ao problema,


também actua como um guia para a identificação das causas básicas do evento e para a
determinação das acções que deverão ser adoptadas.

Enumera-se, a seguir, algumas causas operacionais responsáveis pelas falhas geradoras de


efeitos danosos aos Sistemas:

Erro de montagem;
Peças excessivamente gastas;
Tratamento térmico inadequado;
Torque insuficiente;
Ventilação precária;
Aquecimento excessivo;
Matéria prima fora de especificação;
Falta de lubrificação;
Operação incompleta, etc.

1.5.3. Custos dos acidentes

Os acidentes de trabalho e doenças profissionais custam tempo e dinheiro. Apesar de se


estimarem elevados, os custos com acidentes de trabalho e com doenças profissionais
raramente são avaliados ao nível das empresas, o que dificulta a aferição dos respectivos
impactos socioeconômicos.

Para facilitar o entendimento, é importante compreendermos que acidente de trabalho é


entendindo de forma legal como “o que ocorre pelo exercício do

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trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, que provoca lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, permanente ou temporária,
da capacidade para o trabalho”, mas, pode ainda ser definido pela sua forma
Prevencionista, que se dará da seguinte maneira, “acidente do trabalho é toda ocorrência
não programada ou prevista, estranha ao andamento normal do trabalho, da qual possa
resultar danos físicos e/ou funcionais ou lesões ao trabalhador e/ou danos materiais e
econômicos à empresa”. È importante esclarecermos ainda que e a doença profissional é
“toda e qualquer deficiência e/ou enfraquecimento da saúde humana, causada por uma
exposição contínua a condições inerentes à ocupação de uma pessoa”.

Todo esse processo gera um determinado custo para a empresa, custo este que de alguma
forma é repassado ao cliente. O processo ocorre de forma natural, isto é, o acidente ou a
doença profissional gera custo que onera a produção, daí podem ocorrer três situações
diferenciadas, porém uma não menos grave que a outra:

1º situação – o empresário busca não assumir os custos decorrentes deste processo


acidentário e, repassa ao cliente através do aumento do preço de venda de seus produtos ou
serviços, ao realizar este procedimento, o empresário torna- se menos competitivo uma vez
que seus produtos são mais caros.

2º situação – o empresário absorve o custo acidentário, não imputando-o sobre o preço


de venda, nem repassando-o em espécie alguma ao seu cliente, dessa forma, o cliente não
sofre quaisquer consequências das falhas no processos produtivo, porém, o empresário
reduz a margem de lucro de seus produtos ou serviços e com isso parte da sua receita que
poderia ser voltada para o aumento da qualidade dos seus processos, melhoria de
maquinários e equipamentos, investimento no estímulo motivacional de seus empregados e
outros investimentos com foco no processo de melhoria contínua empresarial, perde
eficácia podendo não atingir a excelência.

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3º situação – O cliente compra do concorrente o produto ou serviço, uma vez que o


produto ou serviço em questão tornou-se oneroso em função dos custos de acidentes e
doenças profissionais a ele imputados. Essa é a mais grave de todas as situações, do ponto
de vista empresarial. O Gestor Empresarial deve ter visão aguçada para entender quando e
quanto lhe é válido investir em prevenção de acidentes afim de não onerar seu produto e
nem reduzir sua margem de lucro por motivos de acidentes e doenças profissionais,
motivos estes considerados desnecessários e dispendiosos, ou seja, desperdícios.

Em uma empresa, somente existe uma fonte de entrada de capital financeiro, o CLIENTE.
Por tanto, ao final deste trajeto, podemos analisar que o processo acidentário causa prejuízo
de forma coletiva, ou seja, à empresa que perde qualidade de seus produtos e estes ainda
perdem competitividade no mercado; o empresário que não consegue extrair o melhor em
seu preço de venda, perdendo no ponto de vista estratégico; o empregado, pois, parte da
receita que poderia ser a ele destinada sob forma de oportunidades de crescimento, não será
para cobrir estes desperdícios.

O que o empregado tem de compreender é que se ele faz parte da empresa, ele crescerá ou
estagnará junto com ela. A medida que uma empresa se torna sofisticada o funcionário
também deve tornar-se. Certa vez em um encontro de canavieiros na região de Uberaba-
MG, alguém da plateia indagou um dos palestrante sobre a mecanização na colheita de
cana, no quesito redução da mão de obra. O palestrante bastante inteligente disse que a
mecanização não retiraria o emprego dos cortadores de cana, mas, por outro lado, forçaria-
os a se especializarem na atividade de operadores de máquinas mecanizadas.

Os empregados que obtiverem essa visão de mudança serão aqueles que farão parte da
nova etapa de “empresas sofisticadas”. Assim ocorre em todas as área da empresa. Por
outro lado, o Gestor tem um papel fundamental na conscientização de seu pessoal, cabe a
ele saber como cada um de seus

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subordinados reagem à determinadas ações, pois, para cada ação há um reação de igual
intensidade. E o gestor que souber como é a reação de cada um de seus subordinados
poderá usar esta em beneficio da massa e traçar assim planos estratégicos com excelência.
Os serviços de Segurança do Trabalho, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade são ainda
vista por muitos empresários como um “gasto desnecessário”, mas, no mundo corporativo
não existe espaço para coincidencias e sabe-se que as empresas que levam os profissionais
destas áreas à sério permitindo que desenvolvam um bom trabalho e subsidiando tal, tem
despontado das demais através da redução dos custos de produção e consequentemente
agregando qualidade aos seus produtos e serviços. Nenhum sucesso na produção compensa
o fracasso na segurança.

1.5.4. Prevenção de incêndios

A Prevenção e Combate a incêndios surge desde a pré-história, quando o homem


começa a controlar o fogo, inicialmente obtido da natureza, como na queda de raios por
exemplo.

Durante sua evolução, descobriu como obtê-lo e utilizou-se de seus préstimos para
inúmeras actividades, dentre elas: aquecimento, preparo de alimentos, têmpera de metais,
etc.

Mas o fogo, que tantos préstimos faz ao homem, é uma força imensa que deve ser
controlada. Quando perde o controle sentimos os seus efeitos destruidores, denominados
incêndios (sinistros).

Temos hoje a elaboração de normas e leis sobre edificações e suas ocupações, controle de
materiais combustíveis e inflamáveis, controle de manutenção para máquinas e
equipamentos em geral e sistemas eléctricos, além de inspecções de risco, com o objectivo
de detectar situações propícias para o surgimento e alastramento de um incêndio;
instalação de sistemas e equipamentos que permitam o combate rápido a princípios de
incêndio, treinamento de pessoas no

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uso desses equipamentos e nos procedimentos de abandono das edificações sinistradas.

Prevenir incêndios é tão importante quanto saber apagá-los ou mesmo saber como agir
correctamente no momento em que eles ocorrem. Início de incêndio e outros sinistros de
menor vulto podem deixar de transformar-se em tragédia, se forem evitados e controlados
com segurança e tranquilidade por pessoas devidamente treinadas. Na maioria das vezes, o
pânico dos que tentam se salvar faz mais vítimas que o próprio acidente.

Uma das principais providências que a Comissão Interna de Biossegurança pode tomar,
para que qualquer acidente seja controlado, é alertar todos os trabalhadores sobre as
devidas precauções quando ocorrer algum distúrbio ou tumulto, causados por incidentes,
como por exemplo vazamentos de gás, fumaça, fogo e vazamento de água. O primeiro
passo é detalhar em procedimentos operacionais padrões que deverão ser distribuídos para
todos os trabalhadores, contendo informações sobre todas as precauções necessárias,
como: os cuidados preventivos; a conscientização sobre o planeamento de como actuar na
hora do abandono do local de trabalho; a indicação de medidas práticas sobre o combate e
a retirada.

O mais correcto na opinião de alguns profissionais da área inclusive alguns bombeiros é


que todos os trabalhadores ou usuários da edificação coloquem em prática as normas
estabelecidas sobre os cuidados preventivos e o comportamento diante do incidente,
promovendo exercícios, através da simulação de incêndios. Esse tipo de prática contribui
suficientemente para a prevenção e a segurança de todos. Mas para efectuar essa operação
é necessário um factor indispensável, a existência - em perfeito estado de uso e
conservação - de equipamentos destinados a combater incêndios.

A prudência também é outro factor primordial no combate aos incêndios. Todos sabem que
qualquer instalação predial deve funcionar conforme as condições de segurança
estabelecidas por lei, que vão desde a obrigatoriedade de extintores

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de incêndios, hidrantes, mangueiras, registros, chuveiros automáticos (sprinklers) e escadas


com corrimão. Entre esses equipamentos, o mais utilizado no combate a incêndios é o
extintor, que deve ser submetido a manutenção pelo menos uma vez por ano, por pessoas
credenciadas e especializadas no assunto. É importante também, além de adquirir e
conservar os equipamentos de segurança, saber manuseá-los e ensinar a todos os
trabalhadores como accionar o alarme, funcionar o extintor ou abandonar o recinto, quando
necessário, sem provocar tumultos.

Regras Básicas

Mantenha sempre à vista o telefone de emergência do Corpo de Bombeiros –


115.
Conserve sempre as caixas de incêndios em perfeitas condições de uso e
somente as utilize em caso de incêndio.
Os extintores devem estar fixados sempre em locais de fácil acesso,
devidamente carregados e revisados (periodicamente).
Revisar periodicamente toda a instalação eléctrica do prédio, procurando
inclusive constatar também a existência de possíveis vazamentos de gases.
Evitar o vazamento de líquidos inflamáveis.
Evitar a falta de ventilação.
Não colocar trancas nas portas de halls, elevadores, porta corta-fogo ou
outras saídas para áreas livres. Nem obstruí-las com materiais ou
equipamentos.
Tomar cuidado com cera, utilizada nos piso,s quando dissolvida. Não deixar
estopas ou flanelas embebidas em óleos ou graxas em locais inadequados.
Alertar sobre o ato de fumar em locais proibidos (como elevadores) e sobre o
cuidado de atirar fósforos e pontas de cigarros acessos em qualquer lugar.
Aconselhar os trabalhadores para que verifiquem antes de sair de seus locais
de trabalho, ao término da jornada de trabalho, se desligaram todos os
aparelhos elétricos, como estufas, ar condicionado, exaustores, dentre outros.
Em caso de incêndio, informar o Corpo de Bombeiros o mais rápido possível:
a ocorrência, o acesso mais fácil para a chegada ao local e o número de
pessoas acidentadas, inclusive nas proximidades.

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Nunca utilizar os elevadores no momento do incêndio.


Evitar aglomerações para não dificultar a ação do socorro e manter a área
junto aos hidrantes livre para manobras e estacionamento de viaturas.

Normas de Segurança

Entre as normas de segurança estabelecidas por lei para as instalações prediais, estão a
conservação e a manutenção das instalações eléctricas. Existem vários tipos de sistemas de
protecção das instalações eléctricas, como fusível tipo rolha, disjuntor, entre outros. Todos
devem estar funcionando perfeitamente, pois qualquer princípio de incêndio pode ser
ocasionado por descargas de curto- circuito.

Qualquer edificação possui um projeto de circuito elétrico, que dimensiona tipos e números
de pontos de corrente (tomadas) ou luz, conforme suas características de consumo.
Quando na presença de uma sobrecarga este circuito não dimensionado para uma corrente
de curto-circuito eleva-se em muito a temperatura, iniciando o processo de fusão do fio, ou
pior, o início de um incêndio. Por este motivo cuidado com a utilização de benjamins.

Todos os trabalhadores devem estar sempre atentos às normas básicas de segurança contra
incêndio para evitar acidentes. Prevenir é a palavra de ordem e todos devem colaborar, pois
é mais importante evitar incêndios do que apagá-los.

Alarme Geral

Ao primeiro indício de incêndio, transmita o alarme geral e chame imediatamente o


Corpo de Bombeiros.

Combate ao Fogo

Desligue a chave eléctrica geral, em caso de curto-circuito. Procure impedir a propagação


do fogo combatendo as chamas no estágio inicial.

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Utilize o equipamento de combate ao fogo disponível nas áreas comuns da edificação.

Evacuação da Edificação

Não sendo possível eliminar o fogo, abandone o edifício rapidamente, pelas escadas. Ao
sair, feche todas as portas atrás de si, sem trancá-las.

Não utilize o elevador como meio de escape.

Não sendo possível abandonar o edifício pelas escadas, permaneça no pavimento


em que se encontra, aguardando a chegada do Corpo de Bombeiros.

Somente suba ao terraço se o edifício oferecer condições de evacuação pelo alto, ou se a


situação o exigir.

Instruções complementares

Desligue imediatamente o equipamento que estiver manuseando e feche as


saídas de gás.
Procure sempre manter a calma e não fume. Não tire as roupas. Dê o alarme.
Mantenha, se possível, as roupas molhadas.
Jogue fora todo e qualquer material inflamável que carregue consigo.
Em situações críticas feche-se no banheiro, mantendo a porta humedecida pelo
lado interno e vedada com toalha ou papel molhados.
Em condições de fumaça intensa cubra o rosto com um lenço molhado.
Não fique no peitoril antes de haver condições de salvamento, proporcionadas
pelo Corpo de Bombeiros. Indique sua posição no edifício acenando para o Corpo
de Bombeiros com um lenço.
Aguarde outras instruções do Corpo de Bombeiros.
Em caso de incêndio, se você se encontra em lugar cheio de fumaça procure sair,
andando o mais rente possível do piso, para evitar ficar asfixiado.
Em regra geral, uma pessoa cuja roupa pegou fogo procura correr. Não o faça: a
vítima deve procurar não respirar o calor das chamas. Para o evitar, dobre os

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braços sobre o rosto, apertando-os: jogue-se ao chão e role, ou envolva-se numa


coberta ou num tecido qualquer.
Vendo correr uma pessoa com as roupas em chamas, não a deixe faze-lo.
Obrigue-a a jogar-se ao chão e rolar lentamente.
Use de força, se necessário, para isso.
Se for possível, use extintor ou mangueira sobre o acidentado.
No caso de não haver nada por perto, jogue areia ou terra na vítima, enquanto ela
está rolando. Se puder, envolva o acidentado com um cobertor, lona ou com
panos grossos.
Envolva primeiro o peito, para proteger o rosto e a cabeça. Nunca envolva a
cabeça da vítima, pois assim você a obriga a respirar gases.
Ao perceber um incêndio não se altere; estando num local com muitas pessoas ao
redor, não grite nem corra. Acate as normas de prevenção e evite acidentes.
Trate de sair pelas portas principais ou de emergência, de maneira rápida, sem
gritos, em ordem, sem correrias. Nunca feche com chaves as portas principais e
as de emergência.
Não guarde panos impregnados de gasolina, óleos, cera ou outros
inflamáveis. Após o uso do extintor, notificar o serviço de segurança para
recarregamento.

1.5.5. Administração de riscos

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O termo Risco é utilizado em administração, actuária, economia, direito e outras ciências,


para designar o resultado objectivo da combinação entre a probabilidade de ocorrência de
um determinado evento (aleatório, futuro e que independa da vontade humana) e o impacto
resultante caso ele ocorra. Para a ciência atuarial esse conceito pode ser ainda mais
específico ao se classificar o risco como uma a probabilidade de ocorrência de um
determinado evento que gere prejuízo económico.

O simples fato de uma actividade existir, abre a possibilidade da ocorrência de eventos ou


combinação deles, cujas consequências constituem oportunidades para obter vantagens ou
então ameaças ao sucesso.

A administração, ou gestão de riscos é um elemento central na gestão de estratégia pessoal


e também de qualquer organização e principalmente em processos económicos.

É o processo através do qual as organizações analisam metodicamente os riscos inerentes


às respectivas actividades, com o objectivo de identificação, estimativa (probabilidade de
ocorrência e impacto financeiro) e controle dos mesmos, através de medidas para:

Evitar ou amenizar;
Reduzir;
Assumir; e/ou
Transferir os riscos (exemplo: pela contratação de apólices de seguros).

A gestão de riscos deve ser um processo contínuo e em constante desenvolvimento


aplicado à estratégia da organização e à implementação dessa mesma estratégia. Deve
analisar metodicamente todos os riscos inerentes às actividades passadas, presentes e, em
especial, futuras de uma organização.

Deve ser integrada na cultura da organização com uma política eficaz e um programa
conduzido pela direcção de topo. Deve traduzir a estratégia em objectivos tácticos e
operacionais, atribuindo responsabilidades na gestão dos

Elaborado por: Pedro Nfuca Capita


FORMAÇÃO TECNICO-PROFISSIONAL EM HIGIENE, SEGURANÇA E SAUDE NO LOCAL DE TRABALHO (HSST)

riscos por toda a organização, como parte integrante da respectiva descrição de funções.
Esta prática sustenta a responsabilização, a avaliação do desempenho e respectiva
recompensa, promovendo desta forma a eficiência operacional em todos os níveis da
organização.

Elaborado por: Pedro Nfuca Capita

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