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ROTEIRO DE LABORATÓRIO

Disciplina: Eletrônica Analógica


Professor: João Aberides Ferreira Neto

PRÁTICA Nº 01 – CIRCUITOS COM AMPLIFICADORES OPERACIONAIS


1. OBJETIVOS
O objetivo principal desta prática é levantar e traçar a curva de ganho em freqüência
referente à dinâmica de um amplificador operacional (AMP-OP) real e verificar não idealidades.
2. INFORMAÇÃO TEÓRICA
Um amplificador operacional ideal é um amplificador de alto ganho, com banda-
passante ilimitada. O amplificador operacional real é normalmente construído recorrendo à
utilização de sub-circuitos, compostos por transistores TBJ e ou FET como componentes ativos,
de modo a reunir em uma única pastilha circuitos elaborados. Algumas limitações de ordem
física (ganho infinito, necessidade de correntes ou tensões de polarização, realimentação e não
linearidades, entre outros) vão condicionar as características de operação estável. Circuitos de
compensação interna são projetados de modo a reduzir o ganho em malha aberta (AVD) com o
aumento da freqüência, garantindo assim a estabilidade. Em aplicações práticas, é comum o
uso de componentes passivos (resistores e capacitores, entre outros) conectados externamente
ao AMP-OP, de modo a reduzir o ganho de tensão do circuito a um valor bastante reduzido
(ganho em malha fechada, ACE), acarretando assim a uma série de benefícios como: o ganho de
tensão do amplificador é mais estável e preciso, o qual é estabelecido por componentes
externos; a impedância de entrada do circuito assume um valor maior em relação ao AMP-OP
isolado; a impedância de saída do circuito assume um valor menor em comparação ao AMP-OP
isolado; e a resposta em freqüência do circuito ocupa uma faixa maior do espectro de
freqüência.
O gráfico do ganho em função da freqüência (Av = f(fs)) obtido a partir de um circuito
com AMP-OP, ilustrado na Figura 1, trata o comportamento do ganho de tensão, quando um
sinal de tensão senoidal com amplitude definida e freqüência variável é aplicado à entrada. A
freqüência é tratada no eixo das abscissas em escala logarítmica e o ganho é tratado no eixo
das ordenadas em [V/V]; comumente o ganho é tratado em decibéis [dB], conforme a Eq. (1).
Av [V/V]

A VD
0,707.A VD

1
f 1 fs [Hz]
0 fc
Figura 1 - Gráfico do ganho em função da freqüência.
Vo
Av = 20 . log(| |) (1)
Vi

Nota-se na Figura 1, que em baixas freqüências, próximo à operação DC (abaixo de fc),


o ganho é dado por AVD, a freqüência de corte (fc) do AMP-OP é definida para 70,7% do ganho
DC e a freqüência para ganho unitário (f1) ocorre para a tensão de saída igual à tensão de
entrada.
3. ESQUEMÁTICO DO CIRCUITO
O esquemático do circuito experimental é ilustrado na Figura 2.

+15V

V1
15Vdc

+15V

7
V2 3 V+ 5

V
0 15Vdc + OS2
uA741 U1 6
V
0 R1 OUT
2 1
- 4 OS1
V3 1k
-15V V-
VOFF = 0
VAMPL = 0.5 R2 -15V
FREQ = 1k
10k
0
Figura 2 - Esquemático a ser montado durante o experimento.
4. ESPECIFICAÇÕES, CONSIDERAÇÕES E MATERIAL UTILIZADO
A seguir são apresentadas as seguintes especificações:
• Vcc = ± 15 [V] [Tensão contínua aplicada ao circuito].
Para o projeto devem ser tratadas as seguintes considerações:
• Vsin =1 [V] [Tensão de pico a pico do sinal senoidal];
• fs = 100 a 1M [Hz] [Freqüência do sinal senoidal]; e
• C1 LM 741 [AMP-OP utilizado].
Os instrumentos utilizados nesta prática são listados a seguir:
• Multímetro (1);
• Osciloscópio (1);
• Gerador de função (1); e
• Fonte de tensão CC (2).
5. ANÁLISE COMPUTACIONAL
Conforme as informações apresentadas nos itens (2), (3) e (4), antes de ser realizada a
montagem experimental é necessário:
a) Simular o circuito no ORCAD referente ao procedimento, analisar resultados esperados,
traçar algumas formas de onda pertinentes e preencher a Tabela 1.
6. PROCEDIMENTO
a) A partir do esquemático apresentado na Figura 2 e dos resultados obtidos durante a análise
computacional, monte o circuito experimental proposto. Mantenha as fontes Vcc desligadas.
Nota1: é aconselhável utilizar resistores com tolerância reduzida para os elementos R1 e R2.
b) Utilizando as resistências R1 = 1 kΩ e R2 = 10 kΩ, aplique ao ponto (Vi) o sinal de tensão
senoidal com tensão pico-a-pico constante e freqüência definida na Tabela 1. Ligue as fontes
Vcc e meça a tensão no ponto Vo com o osciloscópio e determine a resposta em freqüência para
o ganho do AMP-OP (Av).
c) Obtenha a freqüência de corte (fc) e a freqüência para ganho unitário (f1) do AMP-OP.
d) Repetir os passos (b) e (c) do item (6), para as resistências R1 = 1 kΩ e R2 = 22 kΩ.
Tabela 1. Resultados simulados e experimentais.

Fs (Hz) 100 300 700 1k 3k 7k 10k

Vi (Vpp)

Vo (Vpp)

Av (V/V)

Av (dB)

Fs (Hz) 30k 70k 100k 200k 300k 700k 1M

Vi (Vpp)

Vo (Vpp)

Av (V/V)

Av (dB)

Fc (Hz) F1 (Hz)

Nota: A Tabela 1 deve ser replicada para cada circuito experimental.


7. QUESTIONÁRIO
a) Traçar as curvas de ganho Av [dB] = f(fs [Hz]) (gráfico de ganho) para os passos (b) e (d) do
item (6): experimental e simulada.
b) Comparar as curvas de ganho traçadas em (a) item (7) (indicando valores de freqüência de
corte) com aquela esperada para o modelo real do amplificador operacional (folha de dados) e
comente detalhadamente seus resultados.
c) Explique o comportamento das formas de onda apresentadas nas Figuras 4, 5, 6 e 7.
d) Consulte a folha de dados do AMP-OP adotado durante a prática e comente a respeito das
principais características de operação, bem como os limites de operação.
e) Para AMP-OP defina os principais parâmetros relacionados: ganho diferencial, ganho de
modo comum, largura de banda, impedância diferencial de entrada, impedância de saída,
máxima taxa de crescimento da tensão de saída e tensão de desvio de entrada.
f) Explique o procedimento experimental para se obter o gráfico de fase.
g) Consultando a folha de dados dos AMP-OP’s: LM741 e LM311; faça um comparativo entre
as suas características e indique aplicações específicas mais adequadas ao uso destes (baseado
no roteiro desta prática).
8. APÊNDICE

+15V

V1
15Vdc

+15V

7
V2 3 V+ 5

V
0 15Vdc + OS2
uA741 U1 6
V
0 R1 OUT
2 1
- 4 OS1
V3 1k
-15V V-
VOFF = 0
VAMPL = 0.5 R2 -15V
FREQ = 1k
10k
0

Figura 3 – Circuito utilizado em simulação (Pspice Orcad).

Figura 4 – Formas de onda obtidas em simulação (com R2 = 10 kΩ e R1 = 1 kΩ) para uma


frequência de 1 kHz.
Figura 5 – Formas de onda obtidas em simulação (com R2 = 10 kΩ e R1 = 1 kΩ) para uma
frequência de 10 kHz.

Figura 6 – Formas de onda obtidas em simulação (com R2 = 10 kΩ e R1 = 1 kΩ) para uma


frequência de 100 kHz.
Gannho (dB)

Figura 7 – Resposta em Frequência para o amplificador da Figura 3.

Bom Trabalho a Todos!

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