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ORATÓRIA

Senac - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial


Departamento Regional – Sergipe

Presidente do Conselho Regional


Laércio José de Oliveira

Diretor Regional
Paulo do Eirado Dias Filho

Divisão de Desenvolvimento Institucional (DDI)


Marcos Antônio Barros Barreto

Divisão de Educação Profissional (DEP)


Dayse Góes Prado

Divisão Financeira (DIF)


Rodrigo Sales Albuquerque Cunha

Empresa Pedagógica de Hotelaria


Irna de Oliveira Santos

Unidade Móvel
Edivaldo Costa Fontes

Centro de Formação Profissional - Aracaju


Maria Anaciete Chaves

Centro de Formação Profissional - Itabaiana


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Centro de Formação Profissional - Lagarto


João de Deus

Centro de Formação Profissional – Tobias Barreto


Edson Dias de Araújo (interino)

Senac - Departamento Regional


Av Ivo do Prado, 564 - São José
Aracaju - SE - Brasil
CEP 49045-070
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ORATÓRIA

Sumário

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 6

O QUE É ORATÓRIA? ..................................................................................................... 6


1 .1 HISTÓRIA DA ARTE DE FALAR EM PÚBLICO .................................................. 8
1.1.2 A ANTIGUIDADE GRECO-ROMANA .............................................................. 8
1.1.3 IDADE MÉDIA RELIGIOSA ............................................................................... 8
1.1.4 O RENASCIMENTO E A ERAMODERNO-CONTEMPORÂNEA ............... 8
1.1.5 A ORATÓRIA HOJE ........................................................................................... 9
CAPÍTULO 2 ................................................................................................................... 9

2.1 O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO ........................................................................ 9


2.2 A ORIGEM DO MEDO DE FALAR EM PÚBLICO................................................. 9
2.3. COMO VENCER O MEDO? .................................................................................. 10
CAPÍTULO 3 ................................................................................................................. 11

3. O ORADOR ............................................................................................................. 11

3.1 O MARKETING PESSOAL EFICAZ DO ORADOR ............................................ 11


3.1.1 PLANO DE AÇÃO PARA UMA IMAGEM DE SUCESSO .......................... 12
3.1.2 VESTINDO-SE PARA O SUCESSO .............................................................. 12
3.1.3 SUGESTÕES PARA UMA BOA APERÊNCIA PESSOAL ........................ 13
3.1.4 CONSELHOS PARA OS HOMENS ............................................................... 14
3.1.5 PARA AS MULHERES .................................................................................... 15
TRAJE ........................................................................................................................... 16
MASCULINO ................................................................................................................ 16
FEMININO .................................................................................................................... 16
3.2 QUALIDADES INTELECTUAIS DO ORADOR .................................................... 17
3.3 – O ESTUDO DA VOZ ............................................................................................. 18
3.3.1 TOM DE VOZ ..................................................................................................... 19
3.3.2 SUGESTÕES PARA SUA FALA DURANTE A EXPOSIÇÃO .................. 20
3.4 LEIA COM SEGURANÇA E EXPRESSIVIVADE ................................................... 21
3.5 PLANEJAMENTO ..................................................................................................... 21
3.5.1 1ª ETAPA: ........................................................................................................... 21
3.5.2 2ª ETAPA: ........................................................................................................... 22
3.5.3 3ª ETAPA: ........................................................................................................... 22
3.5.4 4ª ETAPA: ........................................................................................................... 22
3.5.5 5ª ETAPA: ........................................................................................................... 22
ORATÓRIA

3.6 OUTRAS SUGESTÕES DE PLANEJAMENTO: ................................................. 23


3.7. EXERCÍCIO DE PRONÚNCIA .............................................................................. 25
3.7.1 ARTICULAÇÃO ................................................................................................. 25
3.8 EXERCÍCIOS DE ÊNFASE ..................................................................................... 26
3.9 EXERCÍCIOS DE ENTONAÇÃO E INFLEXÃO ................................................... 26
3.10 TEXTOS ................................................................................................................... 26
3.11 GESTOS: IDENTIDADE CORPORAL ................................................................ 28
3.11.1 O PODER REVELADOR DA LINGUAGEM CORPORAL ........................ 28
3.12 A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM CORPORAL NAS COMUNICAÇÕES. 28
3.12.1 POSTURA ....................................................................................................... 29
3.12.2 OS GESTOS .................................................................................................... 29
3.12.3 AUTOANÁLISE CORPORAL ........................................................................ 30
3.13 EXERCÍCIOS DE POSTURA E GESTICULAÇÃO ........................................... 31
4. O PÚBLICO............................................................................................................... 32

4.1 PONDERAÇÕES A RESPEITO DO PÚBLICO ................................................... 32


4.2 COMO OLHAR PARA O PÚBLICO ...................................................................... 33
4.3 HABILIDADES COMPORTAMENTAIS ................................................................. 34
4.4 A ARTE DE FALAR EM PÚBLICO: CONHECIMENTOS, HABILIDADES E
ATITUDES .................................................................................................................... 35
4.4.1 O RECURSO DO “CHA” .................................................................................. 35
4.4.2 DESENVOLVENDO OS ASPECTOS MAIS RELEVANTES DO CHA .......... 36
4.4.3 OS TRÊS PAPÉIS PRIMORDIAIS PARA APLICAÇÃO DO “CHA” NA
CONQUISTA DA EXCELÊNCIA NAS COMUNICAÇÕES ................................... 36
4.4.4 Ferramentas do comunicador/planejador .............................................................. 37
4.4.5 Ferramentas do comunicador/apresentador ........................................................... 38
4.5.6 Ferramentas do comunicador/avaliador ................................................................ 39
4.4.7 Usando o tempo disponível de forma equilibrada ................................................. 39
4.4.8 O check list da apresentação ......................................................................... 42
4.4.9 Criando um esquema seguro para facilitar a apresentação ....................... 44
4.4.10 Controlando a qualidade na apresentação ................................................. 45
PERSONALIDADE ....................................................................................................... 47

4.4.11 Discurso de Improvisação.............................................................................. 48


4.4.12 Discursos em Ocasiões Especiais ............................................................... 48
ORATÓRIA

CAPÍTULO 5 ................................................................................................................. 50

5.RECURSOS VISUAIS .............................................................................................. 50

5.1 TIPOS DE RECURSOS VISUAIS .......................................................................... 50


5.2 FLIP CHART .............................................................................................................. 50
5.3 RETROPROJETOR ................................................................................................. 51
5.4 SLIDES FOTOGRÁFICOS COLORIDOS (35mm) .............................................. 52
5.5 FILME, MONITORES DE VÍDEO E TELEVISÃO .............................................. 52
5.6 AMOSTRAS, MAQUETES E APOIOS .................................................................. 53
5.7 FOLHETOS................................................................................................................ 53
5.8 PLANO DE IMAGEM DOS RECURSOS VISUAIS ............................................ 54
CAPÍTULO 6 ................................................................................................................. 55

6. ORATÓRIA EM REUNIÕES ............................................................................... 55

6.1 COMUNICAÇÃO VISUAL ...................................................................................... 56


6.1.1 O vocabulário ..................................................................................................... 56
6.1.2 A Maneira de falar ............................................................................................. 56
6.1.3 A objetividade.................................................................................................... 56
6.1.4 A preparação ..................................................................................................... 57
6.1.5 A seriedade ....................................................................................................... 57
6.1.6 A naturalidade ................................................................................................... 57
6.1.7 Comportamento do dirigente ........................................................................... 57
CAPÍTULO 7 ................................................................................................................. 58

7. ORATÓRIA ELETRÔNICA ..................................................................................... 58

7.1 UTILLIZAÇÃO DO MICROFONE ............................................................................ 58


7.1.1 Tipos de Microfone ............................................................................................ 58
7.1.2 Planejamento .................................................................................................... 59
7.1.3 Outras ugestões para o uso do Microfone ................................................... 59
ORATÓRIA

INTRODUÇÃO

O QUE É ORATÓRIA?
ORATÓRIA

Oratória é a arte de falar em público. Ela busca a verbalização da ideia com


perfeição, encantando um auditório pela palavra falada. Oratória vem do Latim e
quer dizer “orar alto em público”, que por extensão significa falar em público.
Falar em público é uma das artes que mais empolgam a humanidade desde os
primórdios da civilização. Falar bem, saber encantar e envolver um auditório por
meio da palavra é encontrar a expressão que se combina com o ambiente,
trazendo em si o poder da persuasão.
O homem através da palavra tem uma forte influência sobre tudo àquilo que ele faz,
pois é a palavra que transporta ideias e pensamentos para o êxito humano.

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

A comunicação é importante para as relações pessoais, para socializar ideias,


compartilhar emoções e gerar conhecimentos. Para que seja efetiva, é necessário
um bom falante, uma mensagem e um ouvinte.

Um falante é capaz de transmitir sua mensagem por meio da fala clara e coesa,
das expressões faciais e corporais coerentes com o conteúdo transmitido. Além
disso, é fundamental que esteja apto para motivar e despertar o interesse do
ouvinte para que a mensagem seja realmente captada.
Falar ao público é uma arte que tem que ser aprendida e modelada para que
transmita ideia de forma a cativar e convencer o outro.
ORATÓRIA

CAPÍTULO 1

1 .1 HISTÓRIA DA ARTE DE FALAR EM PÚBLICO

A Arte de falar em público surgiu com os primeiros agrupamentos humanos na pré-


história.
Quando o homem passou a viver em tribos, apareceram os líderes. A princípio os
mais fortes, logo depois os mais inteligentes que com o poder da palavra lideravam
seus grupos.

1.1.2 A ANTIGUIDADE GRECO-ROMANA


Na Sicília, a Oratória surge como ciência no século V a.C, vindo posteriormente ter
um maior destaque na Grécia. Entre os principais nomes destacamos: Córax de
Siracusa, Isócrates, Aristóteles e os Sofistas, os primeiros a dominar a palavra oral.
Em Roma, o orador de maior destaque foi o Cícero, o pai da Filosofia do Direito.
Seguido de Quintiliano que escreveu “Instituições Oratórias”.

1.1.3 IDADE MÉDIA RELIGIOSA


No período medieval a arte de falar em público foi pouco propagada, mas com o
cristianismo surge a arte da palavra.

1.1.4 O RENASCIMENTO E A ERAMODERNO-CONTEMPORÂNEA


Logo no início da idade-moderna, o renascimento atinge o apogeu. A antiga
civilização greco-romana é o centro das atenções. A oratória também renasce,
desta vez com um teor ainda mais religioso que no período medieval.

No período moderno-contemporâneo surgiram grandes oradores como: Churchill,


Mrs. Thatcher, Victor Hugo, Miterrand, Gandhi, Mussoline, Hitler, Gorbatchev,
Sadat, Lincoln, Roosevelt, Reagan, Fidel entre outros. No Brasil podemos citar
Padre Vieira, Rui Barbosa, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Olavo Bilac,
Carlos Lacerda, Juscelino, Afonso Arinos, Alceu Amoroso Lima, Osvaldo Aranha e
Assis Chateaubriand entre muitos outros.
ORATÓRIA

1.1.5 A ORATÓRIA HOJE


A oratória nunca esteve tão presente na história da humanidade como nos dias
atuais. Hoje o uso da palavra deixou de ser um privilégio dos religiosos, políticos de
advogados e espalhou-se por todos os setores de atividades. Os empresários,
executivos, técnicos, profissionais liberais necessitam cada vez mais da boa
comunicação.

A tecnologia aproximou o homem de tal forma e tornou o mundo tão veloz, que a
palavra oral está predominando sobre a palavra escrita. O reflexo disso está no
retorno do ensino da arte de falar em público nas universidades da Europa, dos
Estados Unidos e algumas do Brasil. Neste contexto surgem cursos específicos nas
grandes empresas e imprensas especializadas em comunicação verbal.

CAPÍTULO 2

2.1 O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO


O medo de falar em público é bastante comum, e em geral decorre da ausência de
experiência ou preparação para fazer apresentações de palestras, defender
trabalhos ou conduzir reuniões.
A experiência é algo que você só pode adquirir com o tempo, mas a preparação
está - em maior ou menor grau - ao alcance de quase todos, consistindo no
domínio do tema, do ambiente, das expectativas do público e das ferramentas à
sua disposição.
Administrar o medo de falar em público pode ser um fator de sucesso para
impulsionar sua carreira. Todo profissional tem oportunidades em que precisa
dirigir-se a uma audiência, e sair-se bem nestes momentos atrai a atenção de
todos.

2.2 A ORIGEM DO MEDO DE FALAR EM PÚBLICO

O Medo é um sentimento inerente a todos os seres humanos, os psicólogos


descrevem como topofobia.
Este é o primeiro obstáculo enfrentado por todo candidato a orador.
ORATÓRIA

Quando o medo de enfrentar o público surge, é necessário saber que ele pode ser
vencido. Comunicar-se com eficácia é fazer com que os outros acreditem em você.
Para que isto aconteça, sabe quem é a primeira pessoa que precisa acreditar no
que você diz? É você mesmo.

A comunicação oral através de suas técnicas apresenta segurança no medo de


falar em público. Sendo o temor, um dos objetivos de estudo da psicologia, que nos
leva a conhecermos um pouco de nós mesmos, nossa personalidade que é
formada por duas heranças: genética e a cultural.
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2.3. COMO VENCER O MEDO?

Acreditar que você pode enfrentar este medo, já lhe dota de capacidade para
alcançar a vitória, através da sua determinação. Quando vamos enfrentar
determinadas situações nos preparamos para tal, e o conhecimento é fundamental
para obtermos êxito. Agora observe cinco dicas para vencer esse medo:

 O medo de falar em público é universal;


 Conhecimento – Assunto e técnica oratória;
 Discurso – Importância e planejamento;
 Expressão corporal equilibrada;
 Prática oratória.
ORATÓRIA

CAPÍTULO 3

3. O ORADOR

3.1 O MARKETING PESSOAL EFICAZ DO ORADOR

Tudo isso que acabamos de ver faz parte do chamado marketing pessoal.

Nós nos comunicamos e projetamos a nossa imagem pelos vários canais


sensoriais e também pelos canais invisíveis da energia. Como vimos, são muitos os
fatores que contribuem para fortalecer ou enfraquecer nossa imagem. Para haver
harmonia entre quem somos e a imagem que queremos transmitir ao mundo e
para isso devemos fazer um check-up da comunicação, para ter subsídios para as
mudanças que precisam ser feitas na direção de uma imagem positiva e sem
barreiras.

Tudo em nós fala e se comunica todo o tempo, fornece informações e pistas


daquilo que somo internamente. Os sinais que emitimos através das palavras, do
tom de voz, dos gestos e atos, das expressões faciais, do contato visual e da
postura, da respiração, das roupas e acessórios que usamos e até da nossa
movimentação são flashes que vão alicerçando a nossa imagem pessoal e
profissional, e ajudando a contar a historia de como nos relacionamos com a vida.
ORATÓRIA

Se eu tiver coragem de receber feedback, se estiver determinado a criar um plano


de ação para atingir as minhas metas, valorizar minhas qualidades e minimizar os
fracos, evitarei o autoengano e darei a mim e ao mundo o presente de tornar-me
um ser humano mais vigoroso em minhas ações, mais consistente em minhas
palavras, mais poderoso em minhas comunicações verbais e não-verbais e mais
realizado em minha vida!

imagem
3.1.1 PLANO DE AÇÃO PARA UMA IMAGEM DE SUCESSO

A construção de uma imagem positiva e voltada para o sucesso nas comunicações


interpessoais pode começar respondendo às questões abaixo:
 Qual é a visão que tenho de mim e a visão que as pessoas têm de mim?
 O que eu gostaria de mudar?
 Que estratégias devo usar para superar minhas expectativas?
 Quanto tempo levarei para atingir meus objetivos?
 Quais serão as evidências de sucesso que me permitirão avaliar se estou
sedimentando a imagem pretendida?

Esse plano de metas pode fortalecer a busca da superação de limites. A imagem


não é tudo, mas é extremamente importante no universo dos que buscam um
desenvolvimento humano integral e uma comunicação eficaz.
Portanto, construa sua verdadeira imagem. Sem limites!

3.1.2 VESTINDO-SE PARA O SUCESSO

O bom orador precisa reunir várias qualidades para despertar o interesse do


público e difundir lhes suas ideias. Não pode esquecer-se da aparência antes de
galgar a tribuna.
ORATÓRIA

As roupas e os acessórios que você escolhe para usar e como os usam fazem
parte dos elementos de sua revelação ao mundo. Antes de a plateia ouvi-lo, ela o
vê e o sente. A aparência física não pode ficar em segundo plano na composição
da imagem do ser humano e do profissional de sucesso que você pretende ser.

O comunicador é um ponto de referência para a plateia por ser um formador de


opinião. Assim sendo, a aparência é um dos itens que contam na avaliação do grau
de profissionalismo nas suas relações interpessoais. Pesquise muito o tipo de
roupa que lhe caia melhor e se está de acordo com a imagem que você pretende
passar ao público. Lembre-se que as roupas devem vestir naturalmente, incorporar-
se ao seu jeito de ser.

Conhecer as regras do grupo social em que você atua ajuda a escolher o melhor
traje para o momento. Discrição e simplicidade costumam ser bons parceiros. A
elegância não grita! Cuidar bem da aparência pessoal, compatível com a posição
de comunicador, é uma questão de sensibilidade e de inteligência.

Se você concorda com a frase: “quero que gostem de mim pelo que sou, e não
pelas roupas que visto”, procure repensar essa posição. A não ser que já seja um
orador consagrado, de prestígio reconhecido, lembre-se sempre de que se a
primeira imagem for favorável, a plateia prestará mais atenção em você.

Vestir-se adequadamente, com critérios bem definidos, fará você sentir-se mais
seguro e confiante quanto ao seu desempenho. O cuidado consigo mesmo é
sinônimo de auto-estima elevada e respeito por si mesmo. A roupa que você
escolhe para vestir deve ser usada a seu favor, como outro recurso de
comunicação. Seja uma pessoa reconhecidamente elegante!

3.1.3 SUGESTÕES PARA UMA BOA APERÊNCIA PESSOAL


Existem regras para se compor uma imagem visual e que observam os seguintes
aspectos:
 tipo de evento e seu objetivo
 o público-alvo
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 características do trabalho
 horário
 temperatura
 duração

3.1.4 CONSELHOS PARA OS HOMENS

 Tenha barba e cabelo bem cuidados. Se tiver bigode, ele não deve ultrapassar
a linha do lábio superior.
 Na dúvida, prefira usar terno e gravata. Se o evento realizar-se fora da sua
cidade, leve duas mudas de roupa para prevenir-se contra possíveis mudanças de
temperatura. Se estiver usando terno, não arregace as mangas da camisa nem
solte a gravata..
 Compre ternos de bom caimento. Nas ocasiões mais formais, prefira usar preto,
cinza ou azul-marinho, com sapatos pretos. O marrom entristece a imagem. Os
ternos de cor lisa aceitam mais facilmente outras peças. Observe se a roupa está
bem passada, os vincos marcados. Use camisas de fibras naturais,
preferencialmente de algodão. Evite usar camisa de mangas curta sob o paletó.
 A gravata é um elemento que fala sobre a personalidade do usuário. O tecido, o
desenho, o nó, tudo isso pode definir o seu grau de introversão ou extroversão e
outras características. Evite gravatas com mais de três cores.
 O cinto deve ser da mesma cor dos sapatos, e as meias devem cobrir as
panturrilhas. A manga da camisa não deve aparecer mais de dois centímetros nos
punhos. Evite guardar objetos nos bolsos para não fazer volume.
 Se você viaja muito, prefira roupas que não amassem, pois nem sempre se
pode contar com bons serviços nos hotéis. Para desamassá-las, pendure o cabide
no banheiro e abra o chuveiro com água bem quente; o vapor penetra nas fibras e
desamassa o tecido. Faça isso no dia anterior ao evento para evitar que as roupas
fiquem úmidas.
 Procure informar-se sobre como se vestir nas revistas e publicações
especializadas. Se for o caso, converse com um consultor de moda para uma
orientação de acordo mais adequada à sua personalidade, à sua necessidade
profissional e ao público que você quer atingir.
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 Se você é uma pessoa formal e vai apresentar-se para jovens, é melhor portar-
se de acordo. Isso não significa fingir que tem os mesmos gostos de sua plateia,
mas buscar a melhor imagem sem perder as características e gostos pessoais.

3.1.5 PARA AS MULHERES

 Não use maquiagem pesada. Use cores leves e harmoniosas que não chamem
muita atenção. A melhor maquiagem para uma apresentação é aquela que o
público não nota, mas que funciona.
 Aprender a se maquiar pode ser um caminho para conhecer os produtos, as
cores e os tons que mais combinam com a sua pele. É também a oportunidade de
conhecer pequenos truques que corrigem as imperfeições e ressaltam os pontos
favoráveis do rosto e do corpo. Use esmaltes de tons claros e discretos que
combinem com o tom de sua pele.
 Use joias ou bijuterias discretas e evite as que fazem barulho.
 Nos eventos mais formais, use tailleur ou vestidos com blazer.
 O comprimento da saia não deve ultrapassar três dedos acima dos joelhos, e
dependendo do tipo de apresentação, prefira usar um terninho.
 Antes de comprar uma roupa, sinta se a textura do tecido é agradável à sua
pele. Lembre-se de que você usará essa roupa por um bom tempo.
 Se sua pele for sensível, tire as etiquetas do lado interno das roupas para não
incomodá-la durante a apresentação.
 A não ser que esteja de sandálias, use meia fina e prefira cores mais discretas
que combinem com a cor dos sapatos, o tom de sua pele e a roupa que está
usando. Tenha sempre um par de meias extra para trocar, se elas desfiarem.
 Evite roupas que marcam o corpo, sejam transparentes, muito decotadas, ou
com fendas que exponham as pernas.
 Não estreie uma roupa numa apresentação. Use-a ao menos umas duas vezes
para sentir-se dentro dela.
 Use sapatos de salto médio. Se estiver de calça comprida, use salto baixo.
 As solas de borracha não fazem barulho no assoalho e não distraem a atenção
da plateia.
ORATÓRIA

 Não esqueça os acessórios. Tenha uma bolsa de boa qualidade, carregue


apenas o essencial.

TRAJE MASCULINO FEMININO

ESPORTE Camisa sem gravata, Calça comprida, saia e blusa;


Reunião ao ar livre, camisa de malha, sapato baixo, sandália
churrasco. mocassim. (verão).

ESPORTE COMPLETO Camisa sem gravata, Saia e blazer; vestido; tailleur;


Ambientes camisa de malha, blazer; sapatos baixos; mocassim;
descontraídos paletó esportivo/ gravata bolsa normal.
opcional.

PASSEIO Gravata sempre; calça e Vestido; tailleur; blazer;


Coquetéis; jantares e blazer em cores sapatos escarpin lisos; bolsa
sessões não solenes. diferentes; terno padrão pequena.
único; sapatos escuros.

ALTO ESPORTE Terno completo escuro; Vestido tailleur; blazer;


À tarde e à noite mais gravata mais fina e sapatos escarpin lisos; bolsa
solene. discreta. pequena.

RECEPÇÃO Terno completo escuro; Vestido ou duas peças em


À noite gravata mais fina; tecido nobre (curto ou longo).
sapatos e meias pretos.

BLACK-TIE Smoking ou Summer. Vestido ou duas peças em


Encontros mais tecido nobre (curto ou longo;
sofisticados. neste caso, cobre o pé); sem
brilhos ou pedrarias.
ORATÓRIA

3.2 QUALIDADES INTELECTUAIS DO ORADOR

Selecionamos as dez principais qualidades intelectuais para a boa comunicação


oral por parte do orador: a autoconfiança, a determinação, o conhecimento, a
organização mental, o vocabulário, a gramática, o entusiasmo, a empatia, a
criatividade e a naturalidade.

1. AUTOCONFIANÇA 2. DETERMINAÇÃO

3. CONHECIMENTO 4.ORGANIZAÇÃO MENTAL

5. VOCABULÁRIO 6. GRAMÁTICA
ORATÓRIA

7. ENTUSIASMO 8. EMPATIA

9. CRIATIVIDADE 10.NATURALIDADE

3.3 – O ESTUDO DA VOZ

A voz é o espelho da personalidade humana. É ela que nos apresenta ao mundo,


através dos sons; cada voz é única em suas vibrações, nos seus tons, na sua
textura e musicalidade. Pela voz, mostramos ao mundo quem somos, o que
sentimos e como vemos as coisas. Por ela é possível detectar as áreas de sombra
e de luminosidade de cada ser humano.
A voz, associada aos gestos, às expressões corporais, à postura e à fala, compõe
um poderoso instrumental da comunicação humana.

Conhecer a própria voz é conhecer um pouco mais a própria alma, porque ela
revela as nossas angústias e os nossos anseios mais íntimos ao imprimir
publicamente parte do nosso território individual. Quem busca o autoconhecimento
tem na voz, que integra a pessoa ao mundo, um meio poderoso para revelar traços
essenciais do ser.
ORATÓRIA

Dedicar mais atenção à voz é estar em sintonia com o pulsar da vida. Levantar
mais importantes sobre ela através de um check-up pode dar subsídios mais
importantes para se prosseguir na trilha do autoconhecimento. Se as palavras
transmitem a mensagem intelectual, a voz transmite a mensagem emocional numa
linguagem cujas matrizes vão nos distinguir como personagens únicas de nossa
história.

A VOZ - É um dos principais elementos utilizados por nós quando queremos nos
comunicar.
De acordo com a fonoaudióloga Mara Behlau, a voz é produzida na laringe através
das pregas vocais (também conhecida como cordas vocais), que realizam os seus
movimentos graças ao fluxo de ar que vem dos pulmões (expiração) e a ação dos
músculos da laringe. Esse som vai se modificando nas cavidades que funcionam
como um alto-falante: faringe, cavidade bucal, cavidade nasal e seios da face. Veja
só como é formado o nosso aparelho vocal:

3.3.1 TOM DE VOZ

A voz é o reflexo de nossa vida e de nossa personalidade. Cada pessoa possui


uma característica vocal específica: voz estridente, melodiosa, fraca, doce ou forte.
A busca de uma boa qualidade de voz deve cuidar dos seguintes aspectos:
1 – Pronúncia
2 – Ênfase
ORATÓRIA

3 – Entonação
4 – Volume
5 – Ritmo

3.3.2 SUGESTÕES PARA SUA FALA DURANTE A EXPOSIÇÃO


 As palavras devem ser bem pronunciadas.
 Fale devagar e em ritmo adequado
 Movimente com precisão os lábios, língua e musculatura facial ao pronunciar as
palavras, assim serão compreendidas mais facilmente.
 Evite usar palavras como certo, entendeu, né, tá... Isso poderá cansar e desviar
a atenção do ouvinte.

NA COMUNICAÇÃO VERBAL EVITE:

 respirar mal;
 falar muito baixo ou muito alto;
 pronunciar mal as palavras;
 falar muito depressa ou muito devagar;
 usar vícios de linguagem como “tá?”, “né?”, “ok”, “certo?”, “entendeu?”,
“percebe?”, “é isso aí!”, “tipo assim”, “a gente”, “acho que” e outros;
 falar como robô, em tom monocórdio;
 cometer erros gramaticais;
 engolir esses (SS) e erres (RR)
 falar com estridência;
 embolar as palavras;
 ser prolixo ou monossilábico;
 organizar mal as ideias e a apresentação;
 expressar-se sem objetividade e clareza;
 usar termos técnicos para público leigo;
 contar piadas e usar chavões;
 desculpar-se por estar despreparado;
ORATÓRIA

3.4 LEIA COM SEGURANÇA E EXPRESSIVIVADE

Há uma diferença significativa entre a leitura em voz alta individual e em público.


Estamos acostumados a ler para nós mesmos num ritmo adaptado às nossas
necessidades. Mas quando se lê para uma plateia, é preciso levar em conta fatores
que facilitam a ação comunicativa, que pode ser constrangedora se o comunicador
não estiver muito bem preparado.

O melhor é não ler o tema/texto para o público. Leve um roteiro contendo as frases-
chave que imprimem um modelo à palestra. Existem, porém situações formais
como formaturas, cerimônias de posse, etc. que pedem a leitura do
discurso/mensagem. Nesses casos, o comunicador lerá um texto, que já deve estar
na ponta da língua. E não se esqueça do contato visual com a plateia; se não for
constante, os ouvintes perderão o interesse.

3.5 PLANEJAMENTO

3.5.1 1ª ETAPA:
Quando você for ler um texto em público, seu ou de qualquer outro autor, é
fundamental fazer um trabalho de mesa em leitura silenciosa, um exercício
intelectual de análise e dissecação do texto, para localizar:
 as ideias principais
 as ideias secundárias
 as palavras-chave
 os sentimentos expressos no texto
 as palavras desconhecidas
 os termos estrangeiros (e a tradução dos mesmos)
 as frases principais da introdução, do desenvolvimento e da conclusão
 a imagem que você gostaria de passar a plateia, antes, durante e depois da
sua apresentação
 a frase que gostaria de imprimir na mente dos espectadores no final da sua
apresentação
 as técnicas de apresentação que pretende aplicar a leitura
ORATÓRIA

 o que a plateia ganhará com o texto


 o que as ideias nele transmitidas têm a ver com o público-alvo.

3.5.2 2ª ETAPA:
Observe a sua articulação, a dicção, o grau de dificuldade para pronunciar certas
palavras, a fluência, o ritmo e a velocidade das frases. Nos ensaios feitos numa
altura de voz mediana, marque o tempo das pausas, da respiração, e se a
quantidade de ar para uma emissão tranquila esteve presente durante a leitura. É
nessa fase que se consolida a qualidade dos aspectos mais técnicos da leitura,
quando os fundamentos da boa fala, sem vícios e cacoetes, vão sendo observados
e, aos poucos, assimilados em suas comunicações.

3.5.3 3ª ETAPA:
Nesta etapa inclui-se a interpretação do texto, como vivenciar o que se lê. É o
momento de verificar se estamos correspondendo às intenções do texto e
conseguindo equilibrar razão e emoção. É hora de checar se as ideias estão sendo
bem coordenadas, os parágrafos, bem distribuídos, se o comunicador tem
familiaridade com o texto, se ele é agradável e a interpretação que você faz das
ideias chega até o público.

3.5.4 4ª ETAPA:
Entra aqui a lapidação dos recursos técnicos, intelectuais e expressivos. É hora de
aliar técnica à emoção, à razão e naturalidade, e agregar também a coerência
gestual. São os acabamentos que imprimirão qualidade à apresentação. A leitura
deve transmitir credibilidade, inteligência, persuasão e, ao mesmo tempo,
simplicidade e simpatia.

3.5.5 5ª ETAPA:
Nesta fase, grave o que você lê ou filme o ensaio. Depois ouça/veja o resultado do
trabalho, observando-se:
 a voz transmite credibilidade, se é bem audível, se dicção está boa.
 as frases enfáticas do texto são realmente destacadas
 a leitura é expressiva
ORATÓRIA

 transmite naturalidade
 as ideias convencem
 você ficou interessado em ouvir a si mesmo até o fim
 a voz tinha personalidade, se falava sobre quem você é
 algumas partes precisam ser melhoradas e quais são elas
 o ritmo estava bom
 a plateia acompanhou com interesse a sua explanação
 você demonstrou segurança e fluência
 tropeçou em alguma frase e se é preciso mudar alguma coisa
Se você estivesse na plateia, como avaliaria a sua leitura? A linguagem corporal?
A sintonia entre ela e a fala?

3.5.6 6ª ETAPA:
Mostre agora esses ensaios às pessoas em quem você confia. Se no final da leitura
ninguém conseguir sintetizar as ideias principais do texto, ainda há tempo de fazer
alguns ajustes. Pergunte a essas pessoas:
 qual foi o grau de motivação e interesse?
 deu para ouvir bem?
 peça a elas para citar três pontos favoráveis da fala e três que devem ser
melhorados.
Não veja o feedback negativo como a destruição de seu trabalho, mas como
colaboração de seus amigos para melhorar a sua apresentação.

3.6 OUTRAS SUGESTÕES DE PLANEJAMENTO:

 Digite o texto com tipos bem legíveis e deixe espaço duplo entre as linhas e os
parágrafos. Destaque com negrito as frases e as palavras-chave que reforçarão a
síntese das ideias apresentadas. Durante a leitura, deve estar muito claro para o
público quais são as ideias principais e as secundárias.
 Para facilitar a visão e a memorização, divida a folha de papel ao meio, escreva
à direita e deixe o lado esquerdo do para fazer anotações sobre a interpretação das
ideias.
ORATÓRIA

 Se houver termos estrangeiros, aprenda a pronúncia ou tire-os do texto. Se


começar a engasgar com algum termo ou palavra, substitua por outro.
 Fixe as folhas sobre um papel mais grosso para não fiquem se dobrando ou
utilize fichas de cartolina.
 Procure escrever o texto você mesmo porque o público respeita muito mais o
comunicador que transmite familiaridade com o que está sendo apresentado. E use
sempre os verbos na voz ativa.
 Quando for apresentar uma leitura de outros autores, procure interpretá-los
bem.
 Verifique se as ideias estão bem encadeadas para facilitar a memorização.
 Treine, treine, treine muito em voz alta.
 Pelo menos a introdução e a conclusão de cada parágrafo devem estar bem
gravadas em sua mente. Não decore mecanicamente, porque uma única palavra
esquecida pode causar um efeito dominó.
 Evite palavras proparoxítonas e períodos muitos longos.
 Ensaie a leitura em três velocidades: baixa, média e alta. Observe qual delas
oferece mais dificuldade e treine bastante. O objetivo é alcançar excelência nas
três.
 Faça sempre relaxamento antes de ler em público.
 Não faça pausas em locais que comprometam a compreensão da mensagem,
por exemplo, separando o sujeito da ação da ação.
 Marque as pausas com sinal de barra.
 Depois de ler tantas vezes o texto a ponto de já tê-lo memorizado, faça um
resumo das ideias de, no máximo, cinco minutos, aproveitando para improvisar.
 Um bom ouvido é fundamental para quem quer ler bem. Quanto mais você se
dedicar e mais exercícios fizer, melhores serão os resultados da sua leitura em
público. Quanto mais você treinar o ouvido, mais sensível e mais crítico ele se
tornará. Então vocês vão detectar com maior propriedade as redundâncias do texto,
os adjetivos em excesso, os períodos muito longos.
 Se você for destro, segure as folhas na mão esquerda, e vice-versa. Deixe a
mão que tem mais autonomia livre para uma gesticulação mais expressiva. Numere
as folhas, mas evite grampeá-las; isso dificulta o manuseio.
ORATÓRIA

 Se houver no texto um trecho ou uma pesquisa extraídos de outra fonte, tenha a


comprovação dos dados para qualquer emergência.
 Procure saber o nome das autoridades presentes, se você for mencioná-las.

3.7. EXERCÍCIO DE PRONÚNCIA

3.7.1 ARTICULAÇÃO

1- A ABRACADABRA DA GAGA MACABRA NA CABALA.


2- O AIURUJUBA GRITOU AIUÁ E AIUÊ QUANDO VIU A LINDA AIUARA.
3- CÂMARA COUTO COMPROU NA CONFEITARIA CARIOCA COISAS
COMO: CAJUS, CÔCOS, CUSCUZ E CANJICA DE CUSTO CARO.
4- ZULU-ZICO-ZALO E ZECA – ZABUMBAM A ZABUMBA E SOOU UM
ZUNIDO SANGRADO.
5- “NA BOCA DO BECO, NA BICA DO BELO, UM BRAVO CADELO
BERRAVA BAU! BAU!.
6- JOÃO VALENTÃO POSTOU EM SEU CORAÇÃO COMO UM GIBÃO DA
SOLIDÃO QUE DISSE NÃO A CONDIÇÃO E SEGUROU NA MÃO DO
CAPITÃO QUE AINDA INDAGOU AO ANCIÃO A AMBIÇÃO DO CÃO.
7- BOI BEM BRAVO BATE BAIXO , BOTA BABA, BOI BERRANDO, DANÇA
DOIDO, DÁ DE DURO DÁ DE DENTRO, DÁ DIREITO, VAI, VEM, VOLTA,
VEM NA VARA, VAI NÃO VOLTA, VAI VARANDO.
8- O CRAVO OCRE CRAVADO EXTRAÍDO DO CRAVO E DO CRAVEIRO,
ENCROOU ACRUADO E CRU.
9- A FROTA DE FRÁGEIS FRAGATAS POR FRUSTRADOS FRANCO –
ATIRADORES, ENFREADOS DE FRIOS NAUFRAGOU NA REFREGA COM
FREEMENTES FLECHEIROS AFRICANOS.
10 – O CABELEIREIRO MANEIROSO CUROU A CEFALÉIA DO BARBEIRO,
LEITORES, PADEIROS, QUITANDEIROS E PEIXEIROS, LEVARAM A
BANDEIRA DO ELEITOREIRO.
ORATÓRIA

3.8 EXERCÍCIOS DE ÊNFASE

EU não entendo; passei toda a manhã à sua procura!


Eu NÃO ENTENDO; passei toda a manhã a sua procura!
Eu não entendo; PASSEI TODA A MANHÃ à sua procura!
Eu não entendo, passei toda a manhã À SUA PROCURA!

3.9 EXERCÍCIOS DE ENTONAÇÃO E INFLEXÃO

1. Os assaltantes quebraram o banco do Banco do Brasil.


2. O guarda ficou de guarda durante duas noites.
3. A cara do rapaz, já indicava que a operação seria cara.
4. Eu não cedo tão cedo.
5. Ele manga da manga suja de manga.

3.10 TEXTOS

UMA NOITE DE INSÔNIA


Clarice Lispector

TEXTO 1 (ANGUSTIA)
“De repente os olhos bem abertos. E a escuridão toda escura. Deve ser noite alta.
Acendo a luz da cabeceira e para o meu desespero são duas horas da noite. E a
cabeça clara e lúcida. Ainda arranjarei alguém igual a quem eu possa telefonar ás
duas da noite e que não me maldiga. Quem? Quem sofre de insônia? E as horas
não passam. Saio da cama, tomo café. E o que se passa na luz acesa da sala?
Pensa-se uma escuridão. Não, não se pensa. Sente-se. Sente-se uma coisa que só
tem um nome: solidão que não seria quebrada por ninguém no mundo. Ler?
Jamais. Trabalhar? Jamais. Passa-se um tempo, olha-se o relógio, quem sabe se
são cinco horas. Nem quatro chegaram. Quem estará acordado agora? E nem
posso pedir que me telefonem no meio da noite, pois posso estar dormindo e não
perdoar. Tomar uma pílula para dormir? E o vício que nos espreita? Ninguém me
perdoaria o vício. Então fico sentada, sentindo o quê? O nada”.
(Esplendor, 133)
ORATÓRIA

TEXTO 2 (PRAZER)

“Mas quantas vezes a insônia é um dom, de repente acordar no meio da noite e ter
essa coisa rara: solidão. Quase nenhum ruído. Só o das ondas do mar batendo na
praia. E tomo café com gosto, toda sozinha no mundo. Ninguém me interrompe o
nada. É um nada a um tempo vazio e rico. E o telefone mudo, sem aquele toque
súbito que sobressalta. Depois vai amanhecendo. As nuvens se clareando sob um
sol às vezes pálido como a lua, às vezes de fogo puro. Vou ao terraço e sou talvez
a primeira do dia a ver a espuma branca do mar. O mar é meu. O sol é meu, a terra
é minha. E sinto-me feliz por nada, por tudo”.
(Ibid, 134)

CARTAS DE AMOR

Fernando Pessoa

Todas as cartas de amor são


(SINCERIDADE) Ridículas.

Não seriam cartas de amor se não fossem


(FRANQUEZA) Ridículas.

Também escrevi em meu tempo, cartas de amor, como as outras,


(SONHOS) Ridículas.

As cartas de amor, se há amor, tem de ser.


(CONVICÇÃO) Ridículas.

Mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são
(IRONIA) Ridículas.

A verdade é que hoje as minhas memórias dessas cartas de amor é que são
(PASSADO) Ridículas.
ORATÓRIA

Todas as palavras esdrúxulas, como sentimentos esdrúxulos são naturalmente


(CONCLUSÃO) Ridículas.

3.11 GESTOS: IDENTIDADE CORPORAL

3.11.1 O PODER REVELADOR DA LINGUAGEM CORPORAL

Nós não temos um corpo, nós somos um corpo! Um corpo vibrante que respira,
sente e se enternece, um corpo vivo que reflete o que somos.
Toda nossa vida está gravada na memória do corpo. É ele que conta toda a
verdade de nossa história, dos nossos sentimentos mais imperceptíveis. É um
pergaminho no qual estão gravadas as marcas do tempo, importantes senhas da
individualidade humana, e a assinatura intransferível da nossa imagem corporal.
Para entender a importância desse mapa e promover as mudanças necessárias, é
preciso ter coragem para ir se despindo gradativamente das couraças do passado e
abrir canais que favoreçam os movimentos mais livres e expressivos.

O nosso corpo fala! E como fala! Ela capta tudo, de todas as maneiras. Aponta a
mentira da palavra, desnuda as falsas convicções, arranca máscaras e expõe as
verdades inconscientes através da linguagem expressiva. A postura, as expressões
faciais, os movimentos dos olhos, do rosto, das pernas, das mãos, enfim, qualquer
gesto, por mínimo que seja, traduz o que as palavras muitas vezes não conseguem
expressar.
Os movimentos do corpo têm a mesma importância que a palavra no que se refere
à comunicação humana. Esses recursos expressivos riquíssimos favorecem a
ligação entre as pessoas e fortalecem a magia da interação social.

3.12 A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM CORPORAL NAS COMUNICAÇÕES

Enquanto estiver planejando a sua apresentação, nunca perca de vista a intenção


dos gestos e a movimentação que acompanharão a mensagem oral. O domínio
corporal facilita a transmissão da mensagem para a plateia e propicia a
comunicação. Os gestos e as expressões faciais, a postura e a movimentação
corporal servem para:
ORATÓRIA

 descrever, complementar e reforçar as ideias


 embelezar a fala
 substituir palavras
 dar mais dinamismo à comunicação
 contradizer a fala
 expressar sentimentos
 favorecer o entendimento
 promover a interação com a plateia
 facilitar a transmissão das mensagens

Para que se cumpram estes objetivos, a linguagem corporal deve ser natural, clara,
expressiva, pertinente e harmoniosa.
O nosso corpo fala quando estamos nos comunicando. O gesto como a postura,
são complementos naturais e vêm antes ou com as palavras, jamais após.
Dividimos a nossa explanação em:

3.12.1 Postura

É a posição do corpo do orador. Procure ser elegante antes mesmo de falar quando
estiver sentado aguardando a sua vez e quando for a tribuna, dirija-se com ar de
vitorioso e seja simpático ao chegar lá, mantenha a calma, organize seus papéis ou
examine o microfone. Estes poucos segundos darão tempo a audiência de se
preparar para ouvi-lo. Na tribuna seja sempre firme e natural. Evite os exageros,
não assuma uma postura militar, nem a de quem perdeu alguma coisa no chão.
Fale com segurança.

3.12.2 Os Gestos
Os gestos são os movimentos do corpo. A cabeça, inclusive o semblante e as mãos
são as partes de maior expressividade na transmissão de ideias e sentimentos.
Deve-se ainda ter especial atenção com as pernas e tronco.
Vale salientar que a gesticulação correta ou incorreta dependerá da circunstância e
do próprio orador. Há entretanto, uma orientação genérica a se seguir:
ORATÓRIA

a) A cabeça deve manter-se em equilíbrio com o corpo, com o queixo paralelo ao


chão. Podemos levantá-la para desafiar ou provocar e abaixá-la para transmitir
ideias de tristeza, dor ou humildade. É ótima para reforçar ideias positivas ou
negativas. O semblante é de enorme expressividade e os olhos o destaque do
semblante.
b) Mãos e braços, podemos sugerir: os braços e as mãos soltos naturalmente ao
longo do corpo ou uma mão sobre a outra em forma de concha; pode-se ainda usar
a tribuna para apoio, algum tempo, uma ficha de anotações ou uma vareta, caso
utilize quadro, na sua exposição. Evite colocar as mãos no bolso, atrás das costas,
cruzar os braços, gesticular abaixo da cintura ou acima da cabeça e outros
movimentos alheios a mensagem.
c) As pernas devem ficar levemente abertas, com o peso do corpo dividido entre
elas. Deve-se ficar maior parte do tempo parado, mas a movimentação das pernas,
algumas vezes, ajuda a vitalizar a palestra. Evite: ficar andando de um lado para o
outro, isto dispersa a atenção dos ouvintes, ficar nas pontas dos pés várias vezes
durante o discurso e ainda apoiar-se numa perna só. Quando estiver sentado, o
orador poderá colocar os pés firmes no chão ou cruzar as pernas.
d) O tronco deve estar numa posição ereta. Não deve ser estufado nem curvado,
mas naturalmente ereto.

3.12.3 Autoanálise Corporal

A análise da própria linguagem corporal permite identificar os pontos fortes e fracos


da nossa comunicação. Daí a importância de se responder às questões:
 Como eu me vejo fisicamente? Aceito, aprecio e valorizo este corpo que sou
eu? O que acho mais bonito nele? O que rejeito em mim mesmo?
 Quais as qualidades que mais aprecio mais em mim?
 O que quero mudar em mim, física e psicologicamente?
 Os sinais que emito em meus gestos, na mímica facial, no olhar, na postura, na
respiração e na maneira como uso o espaço revelam o ser humano que penso ser?
 Qual a primeira impressão que as pessoas têm de mim?
 Quando as relações interpessoais se aprofundam, o que muda daquela primeira
impressão?
ORATÓRIA

 Eu gosto de olhar-me no espelho? Gosto da imagem refletida e do que ela


transmite?
 Busco o feedback da imagem que transmito?
 Quando vou começar o meu processo de mudança?
 O que farei para mudar?

Essa autoanálise ajuda a avaliar o atual estágio do comunicador e fornece os pré-


requisitos para estimular desenvolvimento da linguagem corporal.

“O corpo humano
é a melhor imagem
da alma humana.”
Ludwig Wittgenstein

3.13 EXERCÍCIOS DE POSTURA E GESTICULAÇÃO

1. Já disse tudo o que precisava, nada tenho a declarar além do que foi
mencionado.
2. Ele comprovou sua inocência com os próprios argumentos, sem recorrer ás
testemunhas.
3. O curso foi dividido em quatro etapas distintas: a primeira, com a história da arte
de falar em público e a topofobia; a segunda, com o estudo do perfil do orador; a
terceira, com orientações sobre o público, o discurso e oratória eletrônica e,
finalmente, a quarta etapa, com o discurso final dos oradores.
4. Depois de duas horas de conversa animada, cada um seguiu caminho diferente.
5. As peças trabalhadas com a competência do artesão, encaixaram-se
perfeitamente.
6. Ponha-se na rua!

7. Faça o favor de sentar-se.


8. Era um homenzinho baixote, deste tamanhinho!
9. Que mulher linda! Que olhos!
ORATÓRIA

10. Sinto muito, meu amigo, mas o nosso assunto está liquidado. Não lhe pago
mais um tostão. Estou sem dinheiro e o senhor já recebeu muito mais do que devia.

CAPÍTULO 4

4. O PÚBLICO

O orador vai a tribuna para dirigir-se ao público pela primeira vez. Sabe que para a
sua pessoa se convergirão todos os olhares das pessoas ali presentes. Todos
aguardam com ansiedade a ocasião de ouvi-lo.
Olhar para o público falar com ele, dispensar-lhe toda atenção. Essa atitude por
parte do orador é fundamental para o seu sucesso. Mais que isso, a audiência é
que define a direção do discurso. O orador no entanto, mesmo seguindo os
caminhos apreciados pela plateia, deve, ao final, convencê-la, isto é, levá-la ao
destino objetivado pela sua exposição. Eis a grande magia da arte de falar em
público.

4.1 PONDERAÇÕES A RESPEITO DO PÚBLICO

Públicos diferentes, abordagens diferentes. Devemos adequar a nossa exposição a


cada plateia, assim:

I – Para uma multidão devemos usar mais a emoção, para um grupo menor, um
auditório com 50 pessoas por exemplo devemos usar mais a razão. A multidão é
mais impulsiva, um grupo menor pensa com logicidade.
II – Para falar com jovens façamos uma abordagem idealista como a juventude;
com adultos, uma abordagem prática e racional; com idosos, uma abordagem
saudosista.
III – Um auditório pouco preparado culturalmente contenta-se com uma explanação
mais emotiva, por não ter desenvolvido a capacidade reflexiva. Um auditório culto
pensa mais criticamente e exige do orador racionalidade e argumentos mais
sólidos.
ORATÓRIA

IV – Um grupo de profissionais especializado receberá melhor a mensagem se


falarmos os termos específicos de sua área. Requer uma exposição mais
cuidadosa.
V – A expectativa do ouvinte é outro objeto a ser pesquisado pelo comunicador. A
audiência é contra, a favor ou estar indecisa sobre o tema? Está impaciente, pois
você será o penúltimo a falar? Tem preconceito sobre o que vai ouvir sobre você?
A hierarquia social o coloca muito acima ou muito abaixo do grupo? O grupo está
preocupado com o tema a preocupação é outra? Ou, o pior de tudo, a plateia estar
indiferente?
VI – Finalmente as condições físicas do local onde está acomodada a audiência
vão influenciar bastante o seu discurso. Procure saber com antecedência sobre a
temperatura, ruído, iluminação e o espaço em relação ao número de pessoas,
principalmente. O conhecimento prévio das acomodações o fará ter maior domínio
sobre a situação.

4.2 COMO OLHAR PARA O PÚBLICO

O ser humano gosta de ser olhado, valorizado e aceito. Estabelecer um diálogo


visual com os espectadores, demonstrando que se está aberto à aproximação, é
criar empatia e estabelecer um canal de atitudes receptivas. Olhar e ser olhado
revela aproximação, e isso assusta. Administrar esse medo é um sinal de
maturidade psicológica. Quando olhamos com interesse e amizade para a plateia, é
como se disséssemos: eu aceito as suas diferenças e quero interagir da forma mais
produtiva e prazerosa que puder. Eu os convido a aproximar-se.

Um contato visual eficaz é direto, empático, busca o diálogo. Esse diálogo


silencioso, quando acontece realizado, abre espaço para um clima de confiança
entre comunicador e público.

 Não olhe só para um lado da plateia, mas para onde houver pessoas. Faça-as
sentir-se vistas e lembradas. Elas gostam disto. Não permita que o seu olhar se
afaste do público por um mais de 15 segundos, sob pena de a plateia perder
interesse pela sua mensagem.
ORATÓRIA

 Olhe, mas não encare o público. Isso pode parecer um desafio. Olhe de um jeito
natural e tranquilo. Antes de começar a falar, sinta a plateia através do olhar, e
durante a introdução e a conclusão não tire os olhos dela. Mas não fixe uma só
pessoa para não deixá-la inibida. Sorria através do olhar. Descubra em si mesmo
razões para que seus olhos se tornem pontes de afetividade e simpatia.

 Fique atento à linguagem corporal dos participantes para saber o que estão
querendo dizer. Olhe com tranquilidade para cada um (se a plateia for
pequena) e não afaste o olhar do espectador enquanto não concluir a frase.
 Olhe para a plateia, e não por cima das cabeças. Os olhos existem para
promover o diálogo silencioso da interação visual.
 Se você perceber um olhar hostil entre os ouvintes, evite entregar-se a essa
energia nociva. Imediatamente desvie o olhar para participantes mais
receptivos.

4.3 HABILIDADES COMPORTAMENTAIS

 Olhar para a plateia implica despojar-se dos próprios medos e baixar as


armas e defesas para uma comunicação receptiva. Se você estiver muito tenso e
agitado, eleja alguém da plateia que tenha um comportamento receptivo e volte seu
olhar para ela durante os primeiros minutos da apresentação. Receba a mensagem
positiva que ela lhe enviar e internalize essa mensagem como uma referência à
qual você possa recorrer quando precisar.
 Não fique olhando de rosto em rosto. Fixe-se um pouco em cada um. Não
fique olhando de um lado para o outro ou a plateia ficará perdida.
 Não transforme o seu olhar numa ameaça pública e nem ataque para se
defender. As pessoas são cordiais por natureza e a plateia costuma torcer ao seu
favor. Não use o seu corpo como uma arma contra os espectadores.
 Não se esquive do olhar da plateia para que os espectadores não entendam
como insegurança, timidez, inibição. Se você transmitir essa imagem, vai
enfraquecer o seu trabalho.
ORATÓRIA

 A conexão visual dá a possibilidade de você ler o que está sendo dito pelo
público de uma forma não verbal. Por isso, os espectadores não podem sentir-se
abandonados por seu olhar; eles gostam de sentir-se vistos.
 Permita que seu olhar se abra para a plateia num leque democrático.
 Procure conhecer o impacto que seu olhar provoca nas pessoas. Inspira
medo, respeito, alegria, bondade, raiva? Saber o que o contato visual promove
pode ajudar no processo comunicativo.

4.4 A ARTE DE FALAR EM PÚBLICO: CONHECIMENTOS, HABILIDADES E


ATITUDES

4.4.1 O Recurso do “Cha”

Além do plano de ação comportamental há necessidade de utilizar uma técnica que


sedimente as apresentações em público, possibilitando maior garantia quanto a
excelência das comunicações formais e informais.

O QUE É O “CHA”

O CHA é composto por três princípios fundamentais

C – os Conhecimentos
H – as Habilidades
A – as Atitudes

Funciona como um roteiro para uma comunicação de qualidade. Desenvolver e


ampliar os aspectos do “CHA” é criar as condições necessárias para o sucesso de
qualquer tipo de apresentação.
ORATÓRIA

Conhecimentos: o que você precisa saber para apresentar-se bem — o domínio


cognitivo.
Habilidades: o que você precisa treinar e desenvolver para tornar-se um
comunicador eficaz — o domínio executivo.
Atitudes: o que você deve fazer para buscar os conhecimentos e aprimorar
as habilidades comunicativas — o domínio da ação.

4.4.2 Desenvolvendo os Aspectos mais Relevantes do Cha

TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO
ATITUDES
CONHECIMENTOS HABILIDADES
PAPÉIS (QUERER
(SABER) (SABER FAZER)
FAZER)
*conhecimento da
realidade;
*público-alvo;
*conteúdo a ser
ANTES/ Comunica- exposto; -Aplicação dos - querer
PLANEJA- dor/ *técnicas de conhecimentos; planejar
MENTO Planejar apresentação -Autoanálise.
*recursos
audiovisuais;
*planejamento da
apresentação.
- comunicação
verbal e não-verbal;
Comunica-
DURANTE/ - tipos -liderança; - querer se
dor/
APRESENTA característicos de -relacionamento comunicar
Apresentad
ÇÃO participantes; com o grupo
or
- técnicas de
controle da emoção.
Comunica- -avaliação: - percepção das
DEPOIS/ - querer avaliar
dor/ -ação do grupo; reações do grupo
AVALIAÇÃO
Avaliador -resultados.

4.4.3 Os Três Papéis Primordiais para Aplicação do “Cha” na Conquista da


Excelência nas Comunicações

 O desenvolvimento do eu comunicador/planejador que atuará na etapa do


planejamentos/organização — É anterior à apresentação, quando você deve
pensar, analisar, planejar e organizar ideias.
ORATÓRIA

 O desenvolvimento do eu comunicador/apresentador que atuará na etapa


da execução/apresentação da palestra, aula, etc. — É durante a apresentação,
quando você transmite e executa as ideias.
 O desenvolvimento do eu comunicador/avaliador que atuará na etapa
avaliação/feedback de todo o processo de trabalho — É depois da apresentação,
quando você vai avaliar e revisar as ideias apresentadas e as metas atingidas.

4.4.4 Ferramentas do Comunicador/Planejador

Um comunicador/planejador precisa ter respostas claras sobre:

a) Finalidade da apresentação: Para quê?


. Informar?
. Vender?
. Persuadir?
. Instruir?
. Divergir?
. Distrair?
. Ensinar?

b) Tema: O quê?

c) Motivação: Por quê?

d) Participantes: Tamanho da plateia

e) Público: A quem?
ORATÓRIA

f) Realidade: Contexto
 interesses
 expectativas

g) Forma: Como?

h) Duração: Tempo?

i) Local: Onde?

j) Data: Quando?

k) Objetivos: Onde quer chegar?

l) Técnicas: Como conquistar melhores resultados?

4.4.5 Ferramentas do comunicador/apresentador

Um comunicador/apresentador precisa ter respostas claras sobre:

Quais as barreiras internas e externas que precisam, ser superadas?

Qual o tipo de plateia?

Que elementos de comunicação verbal e não-verbal são condizentes com a plateia,


o momento, o local e o meio?
ORATÓRIA

Como promover um clima de interação total?

Como incrementar o processo de sinergia com o grupo?

4.5.6 Ferramentas do comunicador/avaliador

O comunicador/avaliador precisa ter respostas claras sobre:

Quais as melhores ferramentas para a avaliação do resultado da apresentação?

Quais foram as reações da plateia?

Como me senti durante a apresentação?

O que precisa ser mudado, ampliado, suprimido?

4.4.7 Usando o tempo disponível de forma equilibrada

Tempos de exposição
15% para a INTRODUÇÃO
75% para o DESENVOLVIMENTO
10% para a CONCLUSÃO

OBS.: É claro que essas porcentagens estão sujeitas a mudanças de acordo com o
tipo de evento e necessidades. Do público-alvo.
As etapas da exposição

A introdução é um convite aos ouvintes para prestar atenção à mensagem que


você trouxe. Eles esperam o melhor de você e querem gostar do que vão assistir;
para isso investiram tempo, dinheiro e energia. Então, para despertar e cativar o
interesse do ouvinte:
 Apresente-se, expondo os motivos que o levaram a escolher o tema em pauta,
transmita aos espectadores o seu interesse pelo tema, revele o que o habilita a
ORATÓRIA

estar ali, quais os objetivos do trabalho, o que a plateia ganhará por ouvi-lo, quais
são as suas expectativas de troca com o público.

 Determine quais são os três pontos principais da palestra.


 Esquematize: quanto tempo durar a apresentação, que metodologia você vai
adotar, quais os recursos que vai usar e se haver espaço para perguntas.
 Comece fazendo uma pergunta instigadora à plateia (desde que você
conheça a resposta e esteja preparado para a participação da plateia).
 Destaque a importância do assunto.
 Relacione o tema com o passado, presente e futuro.
 Lance várias perguntas a ser respondidas durante a explanação.
 Conte uma pequena parábola, uma história.
 Comece interpretando o verso de um autor famoso.
 Inicie com uma citação de alguém respeitado
 Faça a ligação do tema com a vida das pessoas da plateia.
 Relacione o tema com um fato histórico.

O desenvolvimento é o espaço que se tem para agrupar, reunir os argumentos


mais consistentes que darão veracidade e credibilidade às ideias que você
defende.

A conclusão de um discurso é quando o comunicador sintetiza e resume com


precisão e ênfase os temas que foram apresentados durante a etapa do
desenvolvimento. A conclusão não deve ser repetitiva, mas expandir a idéia central,
destacando os principais pontos.

Só será possível construir uma conclusão consistente se o desenvolvimento tiver


cumprido os eu papel, ou seja, separado o assunto principal em partes que
facilitaram a sua compreensão. Sem essa etapa, qualquer tentativa de resumir a
apresentação perde o sentido, porque é impossível determinar a essência do
conjunto.
ORATÓRIA

Outra característica dos bons desfechos é tecer comentários sobre o futuro e


projetar perspectivas. Quanto maior for a relação entre o que foi dito e o que pode
vir a acontecer, mais chances você terá de conquistar o público. Além disso, os
ouvintes poderão avaliar melhor o conteúdo do que foi exposto.

Procure ser breve em suas conclusões. O assunto já foi dissecado em partes,


esclarecido em minúcias e exposto em detalhes. Use o máximo possível dos
recursos e das técnicas que a comunicação oferece para deixar a conclusão
marcante. Seja enérgico, breve e ritmado. Procure demonstrar ao seu público que
os dados e os raciocínios apresentados são coerentes e sensatos.

Quanto à linguagem, abuse das palavras e expressões que resumem, definem e


concluem, com em suma, em definitivo, logo, portanto, por fim, concluindo, para
encerrar, etc.

Use uma frase sugestiva para deixar a sua marca de forma positiva.

O encerramento é o instante em que os ouvintes solidificam as imagem que você


transmitiu. E lembre-se, quando disser à plateia que está finalizando a
apresentação, conclua mesmo.

Resumindo: quando você apresenta ideias, o objetivo é oferecer algo a alguém, é


dar um presente. Na introdução, você começa a entregar o presente e a despertar
na audiência e a curiosidade sobre o que trouxe. Durante o desenvolvimento, você
expõe as ideias. E a conclusão é o acabamento final, quando os participantes
pegam o presente que receberam, envolvem-no na última idéia e o levam consigo
para utilizá-lo da melhor maneira, no momento da ação.
ORATÓRIA

ESQUEMA LÓGICO DA APRESENTAÇÃO

INTRODUÇÃO
 Capta o interesse
 Define objetivos
 Registra a importância
da ideia principal

DESENVOLVIMENTO
 Apresenta os argumentos

CONCLUSÃO
 Sintetiza temas
propostos

FRASE DE EFEITO

4.4.8 O check list da apresentação

A produção e o planejamento do check list constituem no mínimo 40% do sucesso


de uma apresentação. Tire uma cópia desta página para não se esquecer de
nenhum detalhe.

Público-alvo:
 profissão  faixa etária
 escolaridade  nível econômico e social
 sexo  expectativas
 tipo de realidade em que vive  áreas de interesse
 grau de conhecimento do tema a ser  grau de motivação quanto ao assunto
abordado

Características do evento:
ORATÓRIA

 horário  local
 objetivos  número de participantes
 tempo total do evento  divisão de tempo para sua apresentação
 profissionais adequados à função  mestre-de-cerimônia
 técnico de som, coordenadores

Local do evento – condições técnicas e ambientais:


 tamanho da sala  desenho da sala
 número de participantes  temperatura
 ventilação  iluminação
 decoração  tipo de piso
 sistema acústico  tipos de poltrona
 distância entre palco e plateia  limpeza e conservação da sala
 ar-condicionado  número de ventiladores
 voltagem elétrica  sistema de áudio e vídeo
 sistema de alarme  setas indicativas para o evento
 banheiros

Equipamentos eletrônicos:
 computador  filmadora
 tripé  aparelhagem de som
 TV, telão  retroprojetor
 microfones  carrossel de slides
 telefones

Recursos didáticos:
 retroprojetor  microfone
 computador/telão  TV, videocassete e fitas
 aparelhagem de som (toca-fitas e CD  transparências
player
 flip charts  mesas de apoio
 livros  apostilas
 textos de apoios  bloco de anotações
ORATÓRIA

 testes  crachás pessoais e de mesa


 avaliações  certificados
 lista de presença

Materiais de escritório:
 canetas  lápis
 pincéis atômicos  fita adesiva
 giz  papel sulfite
 tesoura  grampeador
 fita crepe  alfinetes
 rolo de barbante forte  apontador de lápis
 régua

4.4.9 Criando um esquema seguro para facilitar a apresentação

Um guia que favoreça a ação do comunicador deve representar um caminho lógico,


claro e objetivo. O esquema pode ser usado de duas maneiras: ou você o segura
nas mãos ou deixa sobre a mesa. Mas lembre-se de que ele é um mero
complemento e como tal deve ser utilizado. O guia não vai salvá-lo do que você
não sabe. É apenas um reforço, por isso consulte-o moderadamente e não perca a
interação visual com a plateia.

Sugestões:

 Crie o esquema-guia somente depois de ter escrito todas as ideias que


pretende desenvolver.
 Escolha os temas mais importantes e as ideias secundárias que serão
abordados.
 Cuidado para não detalhar demais. Só use o que for realmente relevante.
 Use fichas, que são mais fáceis de manusear.
 Use fichas brancas de 23 x 15 cm.
 Use as fichas só de um lado.
 Evite escrever à mão. Cole o que você digitou sobre as fichas e enumere-as.
ORATÓRIA

 Digite com letras grandes e destaque o que deve ser reforçado.


 Tenha uma cópia extra no bolso, para evitar esquecimentos do original
(tenha também uma cópia de toda a apresentação em papel e outra em disquete).
 Não deixe que outra pessoa prepare essas fichas.
 Leia e ensaie várias vezes como apresentar o conteúdo das fichas, para
verificar o seu grau de segurança e fluência do texto.
 “Fotografe” o conteúdo para que durante a apresentação as frases escritas
apareçam como lembranças visuais.
 Evite ler as anotações, principalmente na abertura e no fechamento da
apresentação. É imprescindível manter contato visual com a plateia.
 Familiarize-se com o texto do esquema-guia e também com o manuseio das
fichas. Isso também deve sugerir profissionalismo.
 Não “polua” as fichas com muitas ideias em poucos espaços. É melhor usar
mais fichas e distribuir o conteúdo entre elas. O comunicador deve bater o olho e
reconhecer o assunto, sem ter de procurar a ideia perdida.
 Na última ficha registre três frases-chave que sintetizem tudo o que você
deseja dizer. (Essas frases podem ajudar se ocorrer um branco mental, como
veremos as seguir.)
 O guia não deve funcionar como “cola”, mas como um mapa, para dar mais
segurança, conforto e tranquilidade nas várias etapas da viagem.

Treinando bastante diante do espelho ou de um grupo de amigos e filmando o


ensaio, chegará o momento em que esse esquema é memorizado e o ato de olhar
as anotações e para a plateia, alternadamente, será muito mais espontâneo.

4.4.10 Controlando a qualidade na apresentação

A avaliação é um instrumento poderoso para o aperfeiçoamento contínuo. Faça


uma autoanálise meticulosa após a sua apresentação para melhorar as suas
habilidades técnicas e comportamentais.
ORATÓRIA

Check list da qualidade:

Quanto ao planejamento
 Planejei e organizei o que disse e como disse?
 Preparei e chequei os recursos audiovisuais?
 Treinei e ensaiei, de preferência diante de outras pessoas?
 Filmei os ensaios?
 Fiz sessões de feedback para corrigir as falhas?
 Criei imagens positivas?
 Selecionei exercícios de relaxamento?
 Cuidei da respiração?
 Fiz uma autoanálise dos pontos fortes e frágeis da apresentação?
 Procurei conversar com amigos mais otimistas?

Quanto à apresentação
Consegui estabelecer sintonia com o grupo? A plateia estava receptiva?
 Consegui administrar o nervosismo dos cinco minutos iniciais e nas outras
etapas da apresentação?
 Coordenei bem gestos, atos e palavras?
 Estabeleci interação visual com a plateia?
 Prestei atenção às suas reações?
 Consegui da plateia um estado de prontidão para a aprendizagem?
 Houve equilíbrio de tempo entre início, meio e fim da apresentação?
 Estive bem, física, emocional e intelectualmente?
 Consegui captar o interesse da plateia?
 Fui claro, objetivo e direto em minha explanação?
 Estava vestido de acordo?
 Administrei com tranquilidade os vários momentos do trabalho?
 Respondi com segurança e clareza às questões formuladas pela plateia?
 O cenário estava de acordo com as necessidades do trabalho?
 Alcancei os objetivos da apresentação?
 Satisfiz as necessidades do público?
 Tive repercussão positiva do trabalho
 Fui bem avaliado pela plateia?
ORATÓRIA

QUADRO SINÓPTIPO DAS FORMAS DE TRATAMENTO

PERSONALIDADE TRATAMENTO FORMA ABREVIATURA VOCATIVO

Presidente da
República
Vossa Senhor
Presidente do Excelência Só por extenso
Excelência Presidente
Congresso
Presidente do ST.F.
Deputados
Senadores
Governadores
Vossa Senhor+
Prefeitos Excelência Exmo.(a) Sr. (a)
Excelência Título
Embaixadores
Ministros
Oficiais Superiores
Oficiais Subalternos
Diretores de
Repartição ou
Empresas Prezado Senhor Vossa Senhor +
V. As
Chefes de Serviço (a) Senhoria Título
Pessoas de
Cerimônia

Vossa
Rei Majestade V. M. Majestade
Majestade
Príncipe
Vossa Sereníssimo
Duque Alteza V. A.
Alteza + Título
Arquiduque
Vossa Magnífico
Reitores Magnificência V. Exa.
Excelência Reitor
Vossa Meritíssimo
Juízes de Direito Meritíssimo V. Exa.
Excelência Juiz

Excelentíssi
Excelência mo e
Bispos e Vossa V. Exa.
Reverendíssima Reveren-
Arcebispos Excelência V. Rvma.
díssimo
Senhor

Vossa Reveren
Sacerdotes e
Reverendo Reverendís V. Rvma. díssimo
Pastores
sima Senhor
ORATÓRIA

4.4.11 DISCURSO DE IMPROVISAÇÃO

Há diante das pessoas sempre situações insólitas, diferentes daquelas a que se


está acostumado. Por exemplo, alguém ser chamado para falar numa reunião
sobre determinado tema. Saudar o aniversariante, informando um político que
chega. Para tanto vejamos algumas dicas...

P = Ponto de Vista P = Ponto de Vista E = Exemplo P = Passado


R = Razão R = Razão R = Razão P = Presente
E = Exemplo E = Exemplo C = Conclusão F = Futuro
P = Ponto de Vista C = Conclusão

4.4.12 DISCURSOS EM OCASIÕES ESPECIAIS

A maioria dos discursos em ocasiões especiais se enquadra em duas categorias


gerais: homenagem a alguém ou comemoração de uma ocasião especial.
A linguagem desse tipo de discurso envolve o reconhecimento de valores que são
importantes para a sociedade. A meta desses discursos é a motivação e não a
informação.
Homenagem a alguém – A apresentação de um orador

A apresentação de um orador - Como introdutor, estabelecer a credibilidade do


orador convidado e aumentar o interesse pelo discurso, sem exagerar nos elogios.

Discurso de posse – É feito por quem está assumindo a direção de uma


Organização ou Governo. O objetivo desses discursos é reafirmar os valores da
Organização que a pessoa vai liderar e estabelecer metas que devem ser
alcançadas enquanto estiver neste cargo. Aqui estão as normas que devem ser
seguidas:

 Registrar a gratidão pelo apoio;


 Salientar seus valores e talentos;
 Indicar a nova direção que você e sua administração tomarão.
ORATÓRIA

Discurso de Boas-vindas – O foco e a expectativa no discurso de boas-vindas são


associar os valores do Grupo que dá as boas-vindas aos valores da pessoa que
está sendo recebida. Mostra os benefícios que a pessoa que está entrando trará
para organização.
Discurso de Entrega de Prêmio – A Organização ou Grupo que premia ressalta os
valores que o prêmio representa. Como orador de uma premiação, você deve
incluir os seguintes pontos:

 A fonte e a origem do prêmio;


 A natureza do prêmio e a razão pela qual ele está sendo entregue;
 Os méritos especiais de quem o recebe.

Discurso de Aceitação – Quando receber um prêmio expresse a sua satisfação e


não saliente suas próprias qualidades ou méritos. Modestamente, você pode deixar
de lado os seus próprios méritos e agradecer em especial a seus colegas e a
outros que ajudaram a receber tal honra. Preste um tributo ao doador, se for
conveniente. A sua resposta de aceitação deverá ser sincera e muito breve.

Discurso de Despedida – Se você estiver homenageando alguém que está saindo,


louve o indivíduo reconhecendo a sua contribuição e desejando tudo de bom em
suas metas futuras.

Se lhe pedirem para fazer um comentário, cite


algumas experiências importantes que você
compartilhou com os seus colegas, e mencione
que essas experiências contribuíram para o seu
crescimento e aprimoramento.
ORATÓRIA

CAPÍTULO 5

5.RECURSOS VISUAIS

5.1 TIPOS DE RECURSOS VISUAIS

A escolha do recurso visual mais adequado para suas apresentações deve se


basear na quantidade de público, o tipo de informação a ser apresentada
visualmente, da sala e equipamento disponível. Os diferentes tipos de recursos
visuais são:

 Flip chart
 Retroprojetor
 Slides de 35mm
 Filme
 Monitores de vídeo
 Projeções
 Amostras, maquetes e apoios
 Folhetos

5.2 FLIP CHART

É o recurso visual mais eficiente para um público de até 25 pessoas, e é uma mídia
excelente para apresentar textos simples ou gráficos.

Ao planejar seus quadros, pense nas palavras-chave. A plateia vê a palavra-chave


ou frase, e você explica. O quadro usado para explicar as palavras-chave poderia
ser desta maneira:

- letras legíveis;
- dividir o quadro;
- evitar falar ao escrever.
ORATÓRIA

5.3 RETROPROJETOR

O retroprojetor de transparências é útil para apresentar materiais para cinquenta


pessoas ou menos. É necessário equipamento especializado para produzir
transparências, o que se consegue, hoje em dia, com a maioria das copiadoras. O
retroprojetor, como qualquer outra peça de equipamento, requer a seguinte
preparação de apresentação e organização:

 familiaridade com os controles e operações do equipamento;


 checagem para conferir se o equipamento está instalado e operando
apropriadamente;
 checagem final para ter uma peça sobressalente à mão;
 checagem final para assegurar que o projetor esteja em foco e pronto para
operar quando você quiser.

Quando se usa retroprojetor é tentador começar e finalizar a apresentação com um


recurso visual, mas isso pode distanciá-lo de seu público. Ele estará olhando para o
material em vez de lhe dar completa atenção.
Você deve fazer uma pausa depois de usar o retroprojetor ou outro recurso visual.
Deixe o público absorver a informação antes de falar sobre ela.

Quando discutir gráficos, afaste-se do retroprojetor e fale perto da tela, mas não se
esqueça de olhar para o público.

Quando apontar para uma parte da informação na tela, use algum instrumento
indicador como um bastonete ou uma caneta fina (ou qualquer outro tipo de
instrumento) para colocar diretamente na transparência com um dos dedos faz com
que você ou sua mão fiquem na frente da lâmpada de projeção, bloqueando a
maior parte da imagem que aparece na tela.

Se tiver um grande número de gráficos para apresentar, varie a apresentação.


Introduza de vez em quando o material, verbalmente, antes de apresentar a
imagem. Esta técnica ajuda a manter o público atento.
ORATÓRIA

5.4 SLIDES FOTOGRÁFICOS COLORIDOS (35mm)

Os slides coloridos são muito eficientes tanto para um público de dez como para
centenas de pessoas. São meios excelentes porque apresentam imagens de boa
qualidade de pessoas, lugares, objetos e acontecimentos. No entanto, são
necessários um bom projeto e uma execução cuidadosa para produzir resultados
de alta qualidade. Dos slides se exige mais profissionalismo do que dos quadros ou
transparências de retroprojetor, e os apresentadores costumam usa-los só quando
tem acesso ao material de qualidade.

A principal desvantagem dos slides é a necessidade de escurecer o ambiente. Isso


interrompe a continuidade da apresentação e leva o apresentador a agrupar todo
os recursos visuais. E pode não funcionar para a dinâmica da apresentação.

A principal vantagem de usar os slides é que eles são simples de apresentar. Mas,
como em qualquer sistema de projeção, você depende do sistema elétrico, cheque
o equipamento antecipadamente. Se o sistema falhar, esteja preparado para
continuar sem ele.

5.5 FILME, MONITORES DE VÍDEO E TELEVISÃO

O filme e o vídeo são bons recursos para certos tipos de apresentação. Os filmes e
a televisão podem ser mostrados para uma plateia grande ou pequena. Os
monitores de vídeo são úteis para até 25 pessoas por monitor. O vídeo está se
tornando muito popular com o uso do computador on-line e com o desenvolvimento
de seus gráficos.

Quando estiver projetando filme ou videoteipe, preste atenção à introdução. Não há


muito que fazer durante o filme ou o vídeo e você quer impressionar a plateia da
qual você é a apresentação. O filme e o vídeo estão ali para dar suporte à sua
apresentação e não para se apossar dela.
ORATÓRIA

O filme, os monitores de vídeo e a televisão, requerem suporte audiovisual


especial. Mesmo dependendo desse suporte, você ainda é o responsável pela
apresentação, portanto, faça a checagem do equipamento e coordene o pessoal
responsável pelo audiovisual para ter certeza de que tudo foi preparado
adequadamente.

5.6 AMOSTRAS, MAQUETES E APOIOS

Amostras, maquetes e apoios funcionam em pequenas plateias, com 25 pessoas


no máximo.
Qualquer coisa que você inclua e que as pessoas possam tocar, aumentará a
retenção da informação. Se estiver falando sobre tubos, mostre como é um tubo.
Caso esteja discutindo mediadores e como eles funcionam, tente obtê-lo e mostre
sua estrutura interna.

Como os fabricantes de carro exibem as barras de aço nas laterais de seus carros?
Eles mostram um corte da porta do carro com barras de 10cm de aço que o
protegem numa colisão. Os apoios são objetos tangíveis que as pessoas podem
ver. Se puderem ver, vão lembrar-se deles.

5.7 FOLHETOS

Distribuir informação sobre a apresentação ao público dá auxílio visual e ajuda a


guardar na memória.
Os folhetos devem ser claros e ordenados, refletindo a qualidade da apresentação.

Os tipos de folhetos são:

 os que ajudam o público a seguir a apresentação, tais como esboços, diagramas


e modelos. Devem ser distribuídos imediatamente;
 os que apresentam tarefas, nas quais os membros do público podem fazer
exercício, teste, jogos, etc, e devem ser distribuídos antes de serem usados;
ORATÓRIA

 os que servem para o aprendizado contínuo, tais como: o texto de apresentação,


os destaques, as citações, as bibliografias, etc. Devem ser distribuídos logo após o
término da apresentação.

Talvez você prefira avisar à plateia de que os folhetos estarão disponíveis no final
da apresentação. Você quer a atenção dos ouvintes voltada para você. Qualquer
coisa que eles tenham em mãos ou em frente aos olhos, competirá com você.

5.8 PLANO DE IMAGEM DOS RECURSOS VISUAIS

1 IMAGEM DE ATENÇÃO

2. MENSAGEM DO TEMA

3 IMAGEM DO PROBLEMA 5 IMAGEM SOLUÇÃO

4 EXEMPLO 6 ESTRATÉGIAS

7.IMAGEM DO RESUMO

8.IMAGEM DO FECHAMENTO

1. ATENÇÃO: PALAVRA OU SÍMBOLO


2. ASSUNTO/TEMA: EXPOSIÇÃO DO ASSUNTO
ORATÓRIA

3. PROBLEMA: DEFINIÇÃO DO PROBLEMA


4. APOIO DO PROBLEMA: FORNECIMENTO DA LISTA DE FATOS,
ESTATÍSTICAS , EXEMPLOS ETC...
5. SOLUÇÃO: EXPRESSAR O PLANO DE AÇÃO
5. APOIO DA SOLUÇÃO: EXPOR ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
7. RESUMO: COMBINAÇÃO DO PROBLEMA COM A SOLUÇÃO
8. FECHAMENTO: PENSAMENTO FINAL, PALAVRA CHAVE, SÍMBOLO OU
FIGURA

CAPÍTULO 6

6. ORATÓRIA EM REUNIÕES

Quanto a participação em reuniões, a postura é um dos mais importantes


indicadores do grau de interesses nos assuntos tratados numa reunião, bem como
da convicção acerca deles.

Numa reunião de empresa, o número de pessoas que se reúne é pequeno,


geralmente inferior a vinte, e considerando que a posição para falar é sentada, a
complementação da fala por meio da expressão corporal será exercida pelo jogo
fisionômico; os gestos mais amplos assinalarão os momentos de maior emoção e
as ideias que precisam ser destacadas.
ORATÓRIA

6.1 COMUNICAÇÃO VISUAL

Durante uma reunião, é imprescindível a importância da comunicação visual. Ela é


fundamental para marcar a presença do participante, facilitar a assimilação dos
assuntos discutidos e permitir a percepção do retorno das reações provocadas pela
mensagem. Ao participar de uma reunião, observe os seguintes detalhes: quando
estiver ouvindo, olhe para quem fala com interesse e atenção; quando estiver
falando, olhe para todos os participantes.

6.1.1 O vocabulário
O bom vocabulário é aquele que se adapta à capacidade de compreensão das
pessoas que compõem a plateia. Se for uma reunião de que participam técnicos de
um determinado setor da empresa, o vocabulário poderá ser específico daquela
atividade profissional.
Se, entretanto, for em presença de elementos pertencentes a diversos setores e
não familiarizados com certos termos, é preferível um vocabulário mais abrangente
e fácil de ser entendido.

6.1.2 A Maneira de falar

O participante de uma reunião deverá falar pausadamente, com energia e voz


audível, defendendo seus pontos de vista até com certa vibração, mas sempre de
maneira ponderada. Mesmo quando houver divergências, precisará demonstrar
calma, compreensão e debater suas ideias sem se exaltar, demonstrando que a
razão prevalece sobre a emoção.

6.1.3 A objetividade

Normalmente as reuniões consomem tempo desnecessário por causa de


comentários sobre assuntos alheios aos objetivos traçados. Quem participa de uma
reunião precisa ter em mente o caminho a ser seguido e os pontos que serão
tratados, a fim de externar as ideias objetivamente, sem divagações.
ORATÓRIA

6.1.4 A preparação

Obviamente, a objetividade poderá ser conquistada com maior facilidade se existir


uma preparação antecipada, antes da reunião, colocando os assuntos pela ordem
de prioridade e provendo as possíveis resistências que os outros participantes
colocarão às ideias definidas.

6.1.5 A seriedade

Ninguém pretende uma reunião taciturna ou circunspecta, mas o excesso de


brincadeiras sempre atrapalha o seu bom andamento. Utilize o bom humor com
moderação, canalizado pela saudável presença de espírito, tendo em mente nunca
fazer brincadeiras que humilhem ou magoem os companheiros.

6.1.6 A naturalidade

O profissional não pode modificar sua forma de se apresentar só porque participa


de uma reunião. Talvez algumas reuniões, pela sua importância, provoquem maior
tensão, mas esse fato não deve atrapalhar a naturalidade. Principalmente o
ambiente de trabalho. Todos se conhecem e a mudança de comportamento é
rapidamente identificada pelo grupo, o que certamente provocará prejuízo à
colocação das ideias e à imagem de quem se apresenta.

6.1.7 Comportamento do dirigente

a) Capacidade de organizar e planejar;


b) Responsabilidade e dedicação;
c) Eloqüência. Falar com entusiasmo, clareza e energia;
d) Equilíbrio e justiça;
e) Imaginação criadora para superar os obstáculos;
f) Otimismo e dinamismo;
g) Pontualidade e discrição;
h) Objetividade para enfrentar problemas;
i) Capacidade de comando.
ORATÓRIA

CAPÍTULO 7

7. ORATÓRIA ELETRÔNICA

Hoje, o microfone e todo o sistema de som amplificam a voz com uma fidelidade
cada vez maior, personalizando o discurso. Ele permite que a comunicação do
orador seja mais natural e espontânea, possibilitando falar a grandes plateias da
mesma forma como se conversa com uma ou duas pessoas.

7.1 UTILLIZAÇÃO DO MICROFONE

É um recurso que poucos acham necessário, mas que pode ser vital na sua
apresentação, principalmente se você se dirigir a mais de quarenta pessoas.
Dependendo da acústica do local, é imprescindível. Não pense que sua voz — por
mais trabalhada que seja — dará conta de agüentar a mesma intensidade (alta ou
baixa) durante toda a sua apresentação, e ainda mais se o espaço for muito amplo.
Use o microfone. Os seus ouvintes agradecerão não ter de perguntar à pessoa do
lado, “o que foi que ele disse?’”.

7.1.1 Tipos de Microfone


 Sem fio: sempre que possível, prefira esse tipo. Dá mais liberdade de
movimentos porque fica na cabeça, como um fone de ouvido.
 Móvel com fio: é sempre bom treinar antes, porque uma de suas mãos ficará
ocupada todo o tempo. Verifique se a extensão do fio permite uma movimentação
normal.
 Móvel com fio e preso ao pescoço (como o dos apresentadores de TV): libera as
mãos, mas exige cuidados com o fio.
 Microfone preso ao pódio: use sua criatividade para suprir as limitações desse
recurso estático. Por exemplo, mude a entonação da voz para enriquecer a
apresentação.
 Microfone fixo num pedestal: verifique ates a altura, o direcionamento e o local
apropriado para que todos ouçam e vejam.
ORATÓRIA

 Microfone de lapela: fica preso na roupa e o fio está conectado a uma bateria,
normalmente presa a cintura. É um microfone de alta sensibilidade e até se roçar
nos cabelos costuma provocar ruídos.

7.1.2 Planejamento

 Faça um teste antes da apresentação para verificar a qualidade do som e evitar


“microfonia”.
 Aprenda a manuseá-lo bem.
 Peça ajuda de especialistas sobre as técnicas de comunicação e evite
transformar o microfone num transtorno.
 Descubra como manusear um microfone sem fio com criatividade. Ele deve
parecer uma extensão natural do seu corpo, e não um objeto estranho.

7.1.3 Outras ugestões para o uso do Microfone

Algumas pessoas sentem verdadeiro pavor de microfones. Este fato, grande aliado
da topofobia, ocorre devido ao desconhecimento e a falta de prática no uso do
mesmo. Assim, segue algumas recomendações:

I – Verifique o microfone antes de usá-lo. Observe a distância que deve falar para
sua voz sair audível, peça alguém para sentar no final do recinto e dizer-lhe se
estar ouvindo bem. Quando este procedimento não for possível, observe os
oradores que o antecederem ou, em último caso, suas próprias palavras iniciais,
podendo consultar a audiência.
II - Também quando possível, familiarize-se com o manuseio da haste do
microfone, para colocá-lo um pouco abaixo da linha da boca quando for falar.
III - Fale sempre com o jato de voz dirigido ao microfone. Caso ache necessário
movimentar-se, tire-o da haste.
IV - A sensibilidade do microfone é perigosa. Cuidado com a respiração, ruídos
desagradáveis ou comentários paralelos, tudo isso é amplificado no sistema de
som.
ORATÓRIA

V – Caso o microfone apresente algum problema, tente resolvê-lo com a ajuda da


mesa organizadora, se não conseguir, dispense-o.
VI - Não fique segurando a haste, ela não vai sair andando.
VII - Não grite, fale.

VALTER DE SOUSA

Graduado em Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo – UEPB/CG.


Pós-Graduado em Educação à Distância –SENAC/SE.
Aluno especial do Mestrado em Educação – UFS.
Consultor Empresarial, Palestrante Motivacional e Professor do SENAC/SE
Nas áreas de: Comunicação, Gestão e Comércio e Tecnologia da Educação.
E-mail: valtercomunic@yahoo.com.br
(79) 988115619 – Aracaju - SE
ORATÓRIA

8. REFERÊNCIAS

BLOCH, Pedro, Falar Bem 2 ed., Rio de Janeiro, Ed. Nórdica, 1980.

CARNEGIE, Dale. Como falar em público e influenciar pessoas no mundo dos


negócios, 19 ed., Rio de Janeiro, Ed. Record.

CASTLE, Dennis e WADE, John. Falar em público. 1. Ed., Lisboa – Portugal,


Ed., Presença, 1990.

FLETCHER, Leon. Como falar como um profissional. 4. Ed., Rio de Janeiro, Ed.
Record.

GARCIA, Othon. Comunicações em prosa moderna. T. Ed., Rio de Janeiro,


Fundação Getúlio Vargas, 1978.

MELANTONINO, Osvaldo. Comunicações Verbais. TPD/IOB. São Paulo.


Editado por IOB – Curso de Legislação Empresarial Ltda.

OSBORNE, John W. Aprenda a falar bem e impulsione sua carreira. ed. 1. São
Paulo., Ed. Nobel, 1996.

PENTEADO, José Roberto Whitaker. A técnica da comunicação humana. 10.


Ed. São Paulo, Ed. Pioneira, 1991.

POLITO, Reinaldo. Como falar corretamente sem inibições. 20. ed., São Paulo,
Ed. Saraiva. 1988

POLITO, Reinaldo. Gestos e Postura para falar melhor. 14. ed., São Paulo,
Ed. Saraiva. 1993.

POLITO, Reinaldo. Como preparar boas palestras e apresentações. 3. ed., São


Paulo, Ed. Saraiva., 1997.
ORATÓRIA

SIMMONS, Harry. Falar em público. Rio de Janeiro. Ed. Vozes.

VASCONCELOS, Carlos Augusto. Curso de Oratória. CONCE Comunicações


Verbais, 1994.

WEISS, Donald. Como falar em público: Técnicas eficazes para discursos e


apresentações. São Paulo, Ed. Nobel, 1991.

WEIL, Pierre e TOMAKOV, Roland. O corpo fala. 27. ed. Petrópolis, Ed.
Vozes, 1990.

ELABORADO POR VALTER DE SOUSA

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