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Pronunciamento público sobre a saída da moderação e de dois

membros
Participantes: Bebel, Bonzago, Ian, João e Zawacki
Local: Palco do Discord “Comunidade Soberana”
Data: 10/05

Os acontecimentos
Dia 29/04/2023, boa parte da moderação subitamente abandonou o seu posto dentro do
servidor “Comunidade Soberana”. Esse movimento foi acompanhado da exclusão dos canais da
moderação, junto com todos os seus registros textuais, que incluíam histórico de banimentos,
timeouts, além de documentos, regras, votações, bem como todas as conversas e tratativas entre
moderação e membros do coletivo. Em seguida, os ex-moderadores lançaram uma nota em
forma de fio no twitter promovendo seu próprio servidor no Discord, o qual foi spammado em
quase todos os canais de texto do nosso servidor, sendo spam contra as nossas regras. Esse
evento culminou na extinção imediata do cargo de moderação, e banimento dos ex-moderadores
envolvidos. Minutos depois, dois membros do coletivo comunicaram suas saídas do coletivo, um
deles deixando claro que sabia que o ataque ao servidor aberto ia acontecer naquela data e hora.
O coletivo optou por banir ambos devido à ligação deles ao ataque contra o servidor, o que está
provado no log de alterações do servidor interno onde os ex-membros deletaram e alteraram um
sem número de mensagens e tópicos, de conversas descontraídas a debates e centralização de
ações.
Documento 1

Pela falta de moderadores que se seguiu, o coletivo optou por fechar os convites do
servidor, bem como canais de voz, e aumentou slowmode dos canais de texto pelo tempo
máximo possível, visando manter o servidor seguro enquanto não tínhamos a necessária
vigilância para a quantidade de membros ativos. Isso durou cerca de 30 horas.

O formato da moderação
Em primeiro lugar, nós reconhecemos que erramos ao adotar o formato que adotamos
para a moderação. É muito comum servidores de Discord, quando adquirem um certo tamanho,
utilizarem um modelo de moderação voluntária feita por membros destacados da comunidade.
Nos espelhamos em outros Discords maiores, mas não nos atentamos às especificidades da nossa
organização.
Isso acarretou em dois problemas centrais: (1) a impossibilidade de unidade de ação e (2)
um modelo voluntarista de atuação em algo de suma importância. O primeiro se deu em
decorrência de sermos um coletivo Marxista-Leninista que aplica o Centralismo Democrático. A
forma como nós recrutamos novos moderadores não possuía critérios pré-estabelecidos para
além de serem membros presentes na comunidade. Isso gerou um corpo de moderadores eclético,
com diferentes filiações partidárias e diferentes linhas de pensamento teórico que frequentemente
conflitavam entre si e com membros da comunidade. Ademais, é importante ressaltar que
nenhum moderador era integrante do coletivo. Muitos eram impossíveis de serem recrutados
futuramente por já estarem organizados previamente e/ou divergirem da nossa linha política.
O segundo problema é derivado do primeiro. Uma vez que os membros da moderação
não eram parte do coletivo Soberana, não era possível exigir cumprimento de tarefas dos
mesmos. O modelo adotado foi de atuação voluntária: modera-se quando houver disposição e
capacidade, sem maiores exigências (conforme documento 1). Isso se demonstrou uma forma
inadequada de atuação, uma vez que as responsabilidades eram distribuídas e sentidas de forma
difusa, gerando uma confusão no momento de se executar ações práticas.
O reconhecimento desses erros foi o que nos permitiu a elaboração de um novo modelo,
que já está sendo aplicado. É importante ressaltar que nós estávamos cientes dos problemas antes
do rompimento, mas o formato apresentava contradições insolúveis para ambas as partes. O
crescimento repentino (de 500 para 50 mil usuários em um ano e meio) nos pediu uma
reavaliação. Vínhamos debatendo possíveis soluções, buscando um caminho do meio entre
coletivo e moderação, e na semana do ocorrido, havíamos recebido um documento dos
moderadores com desejos e preferências para a realização do trabalho de uma forma mais
confortável para elus- nota essa que seria debatida na reunião do domingo (30/04).

A negligência com a comunidade


Uma crítica justa recebida do grupo de ex-moderadores foi a questão da negligência com
a comunidade. Ainda que houvesse diversos membros ativos no nosso Discord, muitos de nós
não o frequentávamos com regularidade. Hoje entendemos que isso se deu porque era muito
cômodo contar com o trabalho tão eficaz dos moderadores. Erramos, e pedimos desculpas a
todos os membros da comunidade. O intuito de nossa comunidade no Discord é propiciar formas
de organização das pessoas presentes nele para além do espaço virtual, dividindo espaços em que
possamos dialogar, evitando personalismos e vícios apenas por sermos criadores de conteúdo.
Dito isso, é importante ressaltar que isso só se aplica a alguns membros do coletivo.
Membros como a Elisa, o Azhariel, o Zawacki, o Tarcísio, Comuninja, o Bonzago, o Furry e a
Bebel são assíduos no servidor e fizeram um trabalho exemplar desde que foram recrutados para
o coletivo. Não havia um “desconhecimento do coletivo acerca do servidor”, havia sim uma
ausência de parte dos membros do coletivo do servidor. Agora que o novo modelo já está em
vigor, buscamos sanar esse problema porque tornou-se obrigatória a nossa participação na
moderação. Em todos os momentos haverá pelo menos dois membros da Soberana de
plantonistas no Discord, sendo o responsáve por supervisionar toda a atividade no servidor.

A “falta de transparência” para com a moderação.


Uma das acusações postas é a falta de transparência do coletivo para o corpo de
moderação. É importante ressaltar, novamente, que nenhum integrante da moderação fazia parte
do coletivo e que, portanto, não tinham acesso aos nossos debates políticos e suas deliberações,
pois prezamos pelo nosso Centralismo Democrático.
Há meses que já tínhamos estabelecido parâmetros entre o Coletivo e a Moderação sobre
quais informações privilegiadas do coletivo e de seus integrantes poderiam ser repassadas à
moderação, a seguir: (1) entrada e saída de membros do coletivo, mesmo que não anunciados
publicamente; (2) anúncios ou eventos que podem provocar um aumento na atividade do
servidor e (3) tratativas com terceiros em situações de relações públicas, que possam afetar a
comunidade.
A partir desses parâmetros, garantimos sempre que possível o repasse dessas informações
e, além disso, tínhamos reuniões deliberativas mensais das quais todos os moderadores e
membros do coletivo poderiam participar. Nessas reuniões e em espaços de texto exclusivos para
o Coletivo e a Moderação, sempre estiveram abertas as vias para o debate e o melhoramento do
servidor, além de para a solicitações de informações que ajudassem na manutenção da
comunidade.
É importante dizer que o coletivo atua pelo princípio do Centralismo Democrático; dessa
forma, não sendo possível passar todas as nossas informações e atuações internas para uma
organização existente fora de tal centralismo. Mesmo assim, sempre fornecemos à moderação as
informações necessárias para suas atividades com a maior agilidade possível quando nos foi
repassada uma lista das necessidades da moderação, a qual seria debatida em reunião interna e
posteriormente negociada com a própria moderação, houve a ruptura, unilateral, por parte de
membros da moderação, menos de uma semana após o recebimento da nota e antes da reunião
ordinária do próprio coletivo. Os conflitos comunicacionais entre moderação e coletivo geraram,
de lado a lado, desgastes e cobranças, que poderiam vir a romper com o nosso Centralismo.
Posteriormente, a própria Moderação nos enviou uma nota dizendo que “[a] Moderação de forma
inegociável não irá mais seguir o centralismo democrático junto do coletivo”.

Da conduta da moderação
Com todas essas informações ditas, nós nos reservamos o direito de também fazermos
nossas críticas. O modo, o momento e a forma como a Moderação rompeu com o Coletivo violou
diversas diretrizes internas do Servidor que eles próprios clamam seguir com tanto rigor. De
maneira súbita e coordenada, grande parte da Moderação saiu do servidor sem o menor aviso
para que pudéssemos nos preparar, mergulhando a comunidade em um caos desnecessário e
extenuante. Não havia nenhuma necessidade de ter sido dessa forma, e a comunidade foi
prejudicada por um movimento de desforra.
O mais grave da conduta foi a exclusão de todas as informações textuais do Servidor
referentes à Moderação (histórico de banimentos, timeouts, além de documentos, regras,
votações, além de todas as conversas e tratativas entre moderação e membros do coletivo). Nós
optamos por não responder às acusações infundadas por ficarmos com a defesa prejudicada
devido à exclusão de documentação vital para o devido esclarecimento das situações, uma vez
que as informações foram excluídas pela moderação.

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