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Aula 06 - Profa

Mariana Moronari
PETROBRAS (Técnico - Ênfase 4 -
Manutenção Elétrica) Conhecimentos
Específicos - 2023 (Pós-Edital)

Autor:
Mara Camisassa, Mariana
Moronari, Thais Martins

17 de Março de 2023

18611005821 - Luiz Carlos da costa


Mara Camisassa, Mariana Moronari, Thais Martins
Aula 06 - Profa Mariana Moronari

Sumário

1. Sistemas de aterramento ........................................................................................................................ 6

1.1. Haste vertical ..................................................................................................................................... 7

1.2. Hastes paralelas .............................................................................................................................. 11

1.2.1. Hastes em paralelo igualmente espaçadas......................................................................... 14

1.3. Hastes em triângulo, em quadrado e em círculo ...................................................................... 17

1.4. Malha de aterramento ................................................................................................................... 19

1.4.1. Comprimento total dos condutores ..................................................................................... 25

1.5. Haste em solo de várias camadas ................................................................................................ 26

2. Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) ........................................................ 29

2.1. Descargas atmosféricas ................................................................................................................. 31

2.2. Informações gerais NBR 5419:2015 ............................................................................................ 34

2.3. Parte 1: Princípios gerais ............................................................................................................... 36

2.3.1. Escopo e aplicabilidade ......................................................................................................... 36

2.3.2. Definições ................................................................................................................................. 37

2.3.3. Danos ........................................................................................................................................ 37

2.3.4. Perdas ........................................................................................................................................ 39

2.3.5. Riscos ......................................................................................................................................... 40

2.3.6. Medidas de proteção ............................................................................................................. 42

2.3.7. Níveis de proteção .................................................................................................................. 43

2.3.8. Zonas de Proteção (ZPR) ........................................................................................................ 44

2.3.9. Proteção das estruturas .......................................................................................................... 45

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2.4. Parte 2: Gerenciamento de risco ................................................................................................. 48

2.4.1. Escopo e aplicabilidade ......................................................................................................... 48

2.4.2. Introdução ................................................................................................................................ 49

2.4.3. Riscos e componentes de riscos ........................................................................................... 51

2.4.4. Gerenciamento de risco ......................................................................................................... 54

2.5. Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida.................................................................. 60

2.5.1. Escopo e aplicabilidade ......................................................................................................... 60

2.5.2. Introdução ................................................................................................................................ 61

2.5.3. Classe do SPDA ....................................................................................................................... 62

2.6. SPDA externo .................................................................................................................................. 63

2.6.1. Subsistema de Captação ....................................................................................................... 65

2.6.2. Subsistema de Descida .......................................................................................................... 70

2.6.3. Subsistema de Aterramento .................................................................................................. 76

2.6.4. Componentes .......................................................................................................................... 81

2.6.5. Esquema SPDA externo ......................................................................................................... 84

2.7. SPDA interno ................................................................................................................................... 84

2.7.1. Equipotencialização do SPDA ............................................................................................... 86

2.7.2. Isolação elétrica do SPDA externo ....................................................................................... 92

2.8. Métodos de Proteção .................................................................................................................... 96

2.8.1. Método do ângulo de proteção ........................................................................................... 97

2.8.2. Método da esfera rolante .................................................................................................... 104

2.8.3. Método das malhas............................................................................................................... 107

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3. Lista de Questões ................................................................................................................................ 111

4. Questões Comentadas ....................................................................................................................... 120

5. Referências bibliográficas ................................................................................................................... 147

6. Gabarito ................................................................................................................................................ 148

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INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, vamos continuar com o estudo relacionado à segurança em instalações elétricas.

No capítulo 1 desta aula, trataremos especificamente sobre as principais características de diferentes


sistemas de aterramento. Consequentemente, teremos uma abordagem mais prática com a aplicação de
expressões para o cálculo da resistência de aterramento de alguns sistemas.

No capítulo 2, vamos encerrar estudando sobre o sistema de proteção contra descargas atmosféricas
(SPDA) (tema ainda relacionado à proteção da instalação e de seus usuários).

É importante ressaltar que essa aula não é destinada apenas a instalações elétricas prediais e sim a
instalações como um todo, independentemente do nível de tensão (média, alta ou baixa tensão) ou setor
(residencial, industrial, comercial etc.)

Quando necessário, continuaremos contando com a ajuda de outras normas que possam
complementar e se relacionar com os assuntos dessa aula. Ok?

Então, sigam-me os bons!

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1. SISTEMAS DE ATERRAMENTO
O aterramento de uma instalação é um ponto fundamental para que o sistema opere adequadamente
e para que seja possível garantir a segurança das pessoas.

A elaboração de projetos específicos para o sistema de aterramento é o resultado de toda essa


preocupação. Um dos principais objetivos no projeto de um sistema de aterramento é a obtenção de uma
baixa resistência de aterramento, para que seja possível atender as prescrições das normas.

Neste capítulo, nós estudaremos de forma mais profundada sobre como determinar a resistência de
aterramento de alguns sistemas compostos desde eletrodos mais simples até configurações mais complexas.
O conteúdo apresentado nos capítulos anteriores servirá de base para que você compreenda melhor essa
parte da matéria, no contexto em que está inserida.

Como você verá nas questões resolvidas, as provas de concurso gostam de cobrar esse assunto,
portanto, não podemos deixar de estudá-lo!

Primeiramente, temos que ter em mente que há diversas maneiras de se projetar um sistema de
aterramento. Reforçando o que foi comentado na seção 3.1.2, um dos principais fatores que influenciam a
qualidade de um aterramento é resistividade do solo. Ou seja, precisamos saber suas principais
características e, quando necessário, precisamos determinar a resistividade do solo por meio de métodos de
medição, como por exemplo, o método de Wernner.

A resistividade do solo depende do tipo (arenoso, rochoso...), da estratificação (várias camadas com
resistividades diferentes), da umidade, da temperatura e da composição química. Dessa maneira, solos que
são aparentemente iguais podem ter valores muito diferentes de resistividade.

Independentemente do tipo de solo, o sistema de aterramento deve garantir a melhor ligação


possível com a terra!

Podemos ter sistemas compostos por uma simples haste de aterramento e sistemas compostos por
eletrodos de diferentes geometrias (discos, placas...). No entanto, é mais comum que os sistemas sejam
compostos por hastes de aterramento conectadas entre si de diferentes formas.

Dependendo da configuração, podemos atingir uma baixa resistência de aterramento, o que vai
caracterizá-lo como um sistema eficiente. Para qualquer que seja o tipo, o material das hastes deve,
obviamente, ser um bom condutor de eletricidade, possuir os requisitos para evitar corrosão e fornecer a
resistência mecânica necessária.

Os sistemas de aterramento estudados nesse capítulo serão:

➢ haste vertical;
➢ haste em triângulo;
➢ haste em quadrado;
➢ haste em círculo;
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➢ hastes profundas;
➢ malha de aterramento;

Apesar de existirem outras configurações e geometrias, abordaremos apenas os possíveis tipos que
podem cair em sua prova, para que você tenha um entendimento mais completo sobre esse assunto e
consequentemente tenha mais segurança. Relembro que o nosso objetivo é que você tenha uma preparação
adequada, focada sempre na objetividade e clareza do conteúdo.

Alguns fatores são muito influentes na resistência de aterramento. Basicamente, podemos resumi-
los em dois fatores:

➢ resistividade do solo nas proximidades do eletrodo;


➢ geometria do(s) eletrodo(s).

Calcular a resistência de aterramento de um eletrodo depende essencialmente da sua geometria.


Isso exige a realização de desenvolvimentos analíticos. Esse cálculo vai depender da forma com que a
corrente será distribuída no solo, ou seja, depende da forma e da dimensão do eletrodo, o que resultará em
uma formulação específica para cada caso.

Para qualquer que seja a configuração do sistema de aterramento, se a resistência calculada não
atender os critérios estipulados nas normas (como por exemplo, para subestações ou instalações prediais),
é necessário recalcular o sistema de modo a manter a resistência dentro dos parâmetros estabelecidos.

1.1. Haste vertical

Como a haste vertical é o eletrodo mais simples e comum, muito provavelmente, se sua prova exigir
o cálculo da resistência de aterramento, será de uma haste vertical. Por isso é interessante que você saiba
principalmente essa fórmula, apesar de existirem outras tantas expressões para outras configurações. É claro
que estou fazendo apenas uma predição.

A Figura (1) representa uma haste vertical cravada em um solo.

Figura 1- Haste vertical. Fonte: Kindermann e Campagnolo (1995).

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Para uma haste de aterramento de comprimento L e diâmetro d, cravada em um solo homogêneo de


resistividade ρ, a resistência de aterramento R é dada por:

𝜌 4𝐿
𝑅 = 2𝜋𝐿 ln ( 𝑑 )

Onde:

-ρ é dado em [Ω.m];

-L em [m];

-d em [m];

Ou seja, quanto maior o comprimento da haste, menor a resistência de aterramento. Concluímos


então que podemos utilizar a equação acima para determinar se o eletrodo utilizado satisfaz as prescrições
da norma.

Correlacionado essa seção com a seção 3.1.2,

Após aplicarmos o método de Wenner para determinar a resistividade do solo, podemos


utilizar o valor de ρ e as características geométricas do eletrodo para calcular a resistência
de aterramento e verificar se o sistema é adequado para uma dada aplicação.

Devemos prever que nem sempre o uso de uma única haste fornecerá um valor adequado para a
resistência de aterramento. Pode ser que o solo tenha uma alta resistividade ou que não seja possível utilizar
hastes compridas. Seja lá qual for a adversidade, devemos procurar caminhos para contorná-la.

― Então, o que podemos fazer?

Ora, podemos variar os parâmetros dos quais a resistência de aterramento depende (para o caso da
haste vertical).

― Poderíamos aumentar o diâmetro da haste?

Sim. Entretanto, como a resistência está em função do ln, não conseguiríamos causar tanto impacto
na redução da resistência. Além do mais, não seria viável economicamente aumentar tanto a sua seção.

Outra possibilidade, seria a redução da resistividade do solo por meio de um tratamento químico.
Poderíamos também aumentar o comprimento da haste ou colocá-las em paralelo.

Esta última possibilidade será o tema da próxima seção!

A forma com que as hastes são interligadas também pode reduzir a resistência de aterramento. Ou
seja, é possível projetar uma configuração de aterramento para obter uma menor resistência total.

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Podemos citar, como exemplos, as seguintes configurações: hastes alinhadas, hastes em triângulo,
hastes em quadrado e hastes em círculos. Usualmente, uma boa regra de agrupamento é a formação de
polígonos.

Literalmente, indo mais fundo...

Também podemos utilizar as denominadas hastes profundas. O objetivo de utilizá-las é


justamente para aumentar o comprimento L da haste, fazendo com que o valor da
resistência diminua.

Os eletrodos de aterramento profundos1 são adequados para solos em que a resistividade


diminua com a profundidade e onde as camadas de baixa resistividade ocorram a
profundidades maiores do que aquelas em que normalmente são cravadas as hastes de
aterramento.

(Pref. São José dos Campos- VUNESP-2012) Um engenheiro eletricista optou por instalar, como
sistema de aterramento de uma residência, uma haste de comprimento 2,72 [m] e diâmetro de seção
circular de 4 [cm], cravada verticalmente em um solo homogêneo cuja resistividade é 628 Ωm.
Nessas condições, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a resistência de aterramento
desse sistema. (Obs.: e = 2,72; ln10 = 2,22; e π = 3,14)

(A) 150 [Ω]

(B) 200 [Ω]

(C) 250 [Ω]

1
Seção 5.1.3.2.4 da NBR 5419:2005.
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(D) 300 [Ω]

(E) 350 [Ω]

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a resistência de aterramento de um sistema composto por uma
haste cravada verticalmente em um solo. O procedimento para resolver essa questão consiste em
aplicar a expressão apresentada nessa seção da aula.

Para uma haste de aterramento de comprimento L e diâmetro d, cravada em um solo homogêneo


de resistividade ρ, a resistência de aterramento R é dada por:

𝜌 4𝐿
𝑅 = 2𝜋𝐿 ln ( 𝑑 )

O enunciado da questão fornece todos os parâmetros, inclusive alguns valores para facilitar a
resolução do termo que possui o logaritmo neperiano.

Substituindo os valores, temos:

628 4∙2,72
𝑅 = 2∙3,14∙2,72 ln (4∙10−2 )

Observe que estamos utilizando os valores de comprimento e diâmetro em metros! Vamos iniciar
a resolução da questão pelo logaritmo neperiano.

4∙2,72
ln (4∙10−2 ) = ln(2,72 ∙ 102 )

Utilizando a seguinte propriedade:

ln(𝑎 ∙ 𝑏) = ln(𝑎) + ln(𝑏)

Podemos decompor o termo entre parênteses para utilizar os valores fornecidos pelo enunciado
da questão. Logo,

ln(2,72 ∙ 10 ∙ 10) = ln(2,72) + ln(10) + ln(10)

Sabendo-se que e1 =2,72 (fornecido pelo enunciado) e aplicando o ln em ambos os lados da


equação, temos:

ln (𝑒 1 ) = ln( 2,72)

1 = ln( 2,72)

Dessa forma,

ln(2,72 ∙ 10 ∙ 10) = 1 + 2,22 + 2,22 = 5,44


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Substituindo esse valor na expressão da resistência de aterramento da haste vertical, temos:

628
𝑅 = 2∙3,14∙2,72 ∙ 5,44

𝑅 = 200𝛺

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

Esse é um tipo de questão muito específica relacionada à resistência de aterramento de um


eletrodo que possui uma determinada geometria (haste vertical). Dentre as que encontrei, não achei
questões cobrando outras geometrias. Provavelmente, porque a haste vertical é uma das mais simples
e mais utilizadas.

1.2. Hastes paralelas

A utilização de hastes em paralelo é uma das melhores formas de reduzir o valor da resistência de
aterramento, pois o seu valor pode diminuir sensivelmente. No entanto, a simples lei do paralelismo entre
resistências não pode ser utilizada, uma vez que existem zonas de interferências entre as hastes.

― Mas qual a implicação das zonas de interferência?

Nas zonas de interferência, existe uma área de bloqueio do fluxo de corrente de cada haste, ou seja,
a área de dispersão efetiva da corrente de cada haste fica menor. Isso implica no aumento da resistência
individual de cada uma.

― Como podemos resolver esse problema?

Ora, podemos aumentar o espaçamento entre as hastes para diminuir a interferência (dentro dos
limites práticos é claro)! Na prática, o espaçamento utilizado é aproximadamente igual ao comprimento da
haste.

O cálculo da resistência equivalente deve levar em consideração o acréscimo de resistência gerado


pela zona de interferência. Vamos então equacionar essa configuração. Primeiramente, devemos calcular a
resistência individual de cada haste.

A resistência elétrica que cada haste possui inserida no conjunto, considerando-se as interferências
das outras, é dada por:

𝑅ℎ = 𝑅ℎℎ + ∑𝑛𝑚=1 𝑚≠ℎ 𝑅ℎ𝑚

Onde:

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-Rh é a resistência apresentada pela haste h dentro do conjunto;

-n é o número de hastes interligadas em paralelo;

-Rhh é a resistência individual de cada haste desconsiderando as outras hastes;

-Rhm é o acréscimo de resistência na haste "h" devido à interferência mútua da haste "m";

Ou seja, a resistência apresentada por cada haste é composta pela sua resistência individual e pela
parcela adicionada devido à interferência das outras.

Lembre-se que Rhh é calculada de acordo com a expressão apresentada na seção anterior.
Como se fosse uma haste vertical única!

Como podemos calcular esse acréscimo de resistência na haste h?

Conforme Kindermann e Campagnolo ( 1995), podemos usar a seguinte expressão:


2
(𝑏ℎ𝑚 +𝐿)2 −𝑒ℎ𝑚
𝜌𝑎
𝑅ℎ𝑚 = ln [ 2 −(𝑏 2
]
4𝜋𝐿 𝑒ℎ𝑚 ℎ𝑚 +𝐿)

Onde:

-ehm é o espaçamento entre as hastes h e m , em metros;

-bhm é o valor da hipotenusa formado pelo espaçamento entre as hastes no solo e pelo comprimento L da
haste.

Para ficar mais claro esse entendimento, considere a Figura (2). Ela representa justamente a relação
entre esses parâmetros.

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Figura 2-Parâmetros entre as hastes h e m. Fonte: Kindermann e Campagnolo (1995).

Dessa forma, bhm é calculado como:

2
𝑏ℎ𝑚 = √𝐿2 + 𝑒ℎ𝑚

Calculando a resistência de cada haste que compõe o conjunto, podemos então calcular a resistência
equivalente. Seguindo a lei do paralelismo, a resistência equivalente é dada por:

1 1 1 1
= +𝑅 +⋯+𝑅
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 2 𝑛

Ou,

1
𝑅𝑒𝑞 = 1 1 1
+ +⋯+
𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛

O ponto simplificador é que fazemos justamente o uso de hastes iguais em um sistema de


aterramento ( como veremos na próxima subseção). Assim, o cálculo da resistência equivalente fica mais
fácil, pois todas possuem a mesma geometria.

― Professora, mas como saber o quão menor o valor da resistência total do sistema se tornou por meio
dessa configuração?

Podemos quantificar o quanto resistência de aterramento foi efetivamente reduzida, por meio do
índice de redução.

O índice de redução é definido como a relação entre a resistência equivalente do conjunto


Req e a resistência individual de cada haste, desconsiderando a presença da outras.

Ou melhor, iremos comparar a situação usando hastes interligadas em paralelo com a situação em
que utilizaríamos apenas uma. Ele pode ser calculado como:

𝑅𝑒𝑞
𝐾=𝑅 ou
1ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒

𝑅𝑒𝑞 = 𝐾𝑅1ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒
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Dessa forma, podemos dizer que a resistência equivalente do conjunto de hastes em paralelo está
reduzida K vezes o valor da resistência isolada de uma haste.

Os valores de K são tabelados, ou seja, podem ser obtidos por meio de curvas, facilitando
o cálculo da resistência equivalente para diversas configurações.

1.2.1. Hastes em paralelo igualmente espaçadas

Se as hastes são geometricamente iguais e estão igualmente espaçadas, o cálculo da resistência


equivalente pode ser ainda mais simples!

Vamos considerar a utilização de 4 hastes para ilustrar essa simplificação. Escrevendo a fórmula para
o sistema composto por 4 hastes igualmente espaçadas, temos:

𝑅1 = 𝑅11 + 𝑅12 + 𝑅13 + 𝑅14

𝑅2 = 𝑅21 + 𝑅22 + 𝑅23 + 𝑅24

𝑅3 = 𝑅31 + 𝑅32 + 𝑅33 + 𝑅34

𝑅4 = 𝑅41 + 𝑅42 + 𝑅43 + 𝑅44

Como todas possuem a mesma geometria, a resistência individual de cada haste ( Rhh ),
desconsiderando a influência das outras hastes, será sempre a mesma. Logo,

𝑅11 = 𝑅22 = 𝑅33 = 𝑅44

Considerando sempre um mesmo espaçamento, também teremos que a resistência mútua Rhm entre
as hastes equivale a:

𝑅12 = 𝑅21 = 𝑅23 = 𝑅32 = 𝑅34 = 𝑅43

𝑅13 = 𝑅31 = 𝑅24 = 𝑅42

𝑅14 = 𝑅41

Logo, basta calcular o "impacto" que cada haste causa na primeira. Por simetria (e você pode
verificar isso, substituindo os valores nas equações respectivas), temos que:

𝑅1 = 𝑅4 𝑒 𝑅2 = 𝑅3

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O que diminui consideravelmente a quantidade de cálculos!

Agora, vamos aplicar esses conhecimentos em uma questão para fixarmos esse conteúdo! A questão
solicita justamente que você determine a resistência equivalente de um sistema formado por hastes verticais
em paralelo.

(Innova-CESGRANRIO-Engenheiro de equipamentos Júnior-Elétrica-2012) O aterramento elétrico de


uma instalação é feito por um conjunto de 4 hastes enterradas verticalmente e alinhadas, conforme
==26a66d==

mostrado na Figura 1. No Quadro 1, as resistências próprias e mútuas do sistema são apresentadas


em função da resistividade aparente do solo ρa. Supondo que ρa =425 Ω.m, então, o valor, em ohms,
da resistência equivalente desse sistema de aterramento é

(A) 0,01

(B) 0,10

(C) 1,00

(D) 10,0

(E) 100,0

Resolução e comentários:
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A questão solicita que você calcule a resistência equivalente de um sistema de aterramento


composto por 4 hastes verticais alinhadas.

O procedimento para resolver essa questão consiste em calcular a resistência apresentada por
cada haste dentro do conjunto para posteriormente determinar a resistência equivalente. A resistência
equivalente pode ser calculada pela seguinte expressão:

1
𝑅𝑒𝑞 = 1 1 1
+ +⋯+
𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛

Conforme estudamos nessa seção, a resistência apresentada por cada haste será composta pela
parcela de sua resistência individual (desconsiderando as outras hastes) e pela parcela da resistência
mútua acrescida devido à zona de interferência entre as hastes.

Considerando um sistema de quatro hastes, nós vimos anteriormente que teremos o seguinte
conjunto de equações:

𝑅1 = 𝑅11 + 𝑅12 + 𝑅13 + 𝑅14

𝑅2 = 𝑅21 + 𝑅22 + 𝑅23 + 𝑅24

𝑅3 = 𝑅31 + 𝑅32 + 𝑅33 + 𝑅34

𝑅4 = 𝑅41 + 𝑅42 + 𝑅43 + 𝑅44

Pela simetria do problema, podemos diminuir a quantidade de operações realizadas. Para hastes
de mesmo formato, a resistência individual de cada haste será a mesma ( R 11=R22=R33=R44). Dessa
forma, precisamos calcular apenas o impacto que cada haste causará na primeira ( R12, R13 e R14). As
resistências individuais e mútuas são fornecidas pelo enunciado da questão em função de ρa
(comentaremos sobre a resistividade aparente na seção 4.5). Lembre-se também que:

𝑅1 = 𝑅4 𝑒 𝑅2 = 𝑅3

Precisamos então apenas calcular R1 e R2 por meio dos dados fornecidos no enunciado. Elas
equivalem a:
𝜌 𝜌 𝜌 𝜌 𝜌
𝑅1 = 0,45 𝑚𝑎 + 0,22 𝑚𝑎 + 0,11 𝑚𝑎 + 0,22 𝑚𝑎 = 0,8 𝑚𝑎 = 340 Ω

𝜌 𝜌 𝜌 𝜌 𝜌
𝑅2 = 0,22 𝑚𝑎 + 0,45 𝑚𝑎 + 0,22 𝑚𝑎 + 0,11 𝑚𝑎 = 1 𝑚𝑎 = 425 Ω

Substituindo esses valores no cálculo da resistência equivalente, temos:

1
𝑅𝑒𝑞 = 1 1 1 1
+ + +
𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅4

1
𝑅𝑒𝑞 = 1 1 1 1
+ + +
340 425 425 340

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𝑅𝑒𝑞 = 94,44 Ω ≅ 100Ω

Portanto,

A alternativa (E) é o gabarito da questão.

Perceba que o valor da resistência equivalente foi sensivelmente afetado pela utilização dessa
configuração. Ou seja, usando um sistema de aterramento composto por 4 hastes verticais ou invés de
utilizar apenas uma, conseguimos reduzir o valor da resistência de aterramento aproximadamente pela
metade! Podemos verificar isso pelo fator de redução. Para esse sistema, o fator de redução equivale
a:

𝑅𝑒𝑞 100
𝐾= = = 0,52
𝑅11 0,45(425)

Ele também pode ser exigido em sua prova!

1.3. Hastes em triângulo, em quadrado e em círculo

Além da configuração apresentada anteriormente (hastes em paralelo), podemos encontrar sistemas


formados por diferentes interligações entre as hastes.

A configuração de hastes em triângulo é caracterizada pelo cravamento das hastes verticais em cada
vértice de um triângulo equilátero (lados iguais), conforme podemos visualizar na Figura (3). Essa é uma
aplicação típica de aterramento de pará-raios!

Figura 3-Sistema de aterramento em triângulo. Fonte: Kindermann e Campagnolo (1995).

Podemos também encontrar sistemas formados por hastes em quadrado, no qual as hastes são
cravadas nessa região com um espaçamento "e" entre si. Elas podem estar apenas na periferia (quadrado
vazio) ou em toda sua área formando retículos igualmente espaçados (quadrado cheio). A Figura (4)
representas essas duas situações.

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Figura 4-Sistema de aterramento (a) em quadrado vazio (b) em quadrado cheio. Fonte: Kindermann e Campagnolo (1995).

Também é possível dispor as hastes formando um círculo. Isto é, as hastes estarão igualmente
espaçadas ao longo de uma circunferência de raio R, de acordo com a Figura (5).

Figura 5-Sistema de aterramento em círculo. Fonte: Kindermann e Campagnolo (1995).

O dimensionamento de todos esses sistemas baseia-se no índice de redução. Comercialmente,


gráficos são fornecidos em função do espaçamento entre as hastes e do tipo de configuração. Assim, é
possível obter o índice de redução diretamente deles.

De qualquer forma, o essencial é calcular a resistência de aterramento de apenas uma haste, para
posteriormente utilizar o fator K e determinar a resistência equivalente de uma determinada configuração
(por meio de seu respectivo gráfico).

Agora, pensando nas provas dos concursos...

Se for necessário calcular a resistência de aterramento desses tipos de configuração, será necessário
que você calcule a resistência de uma haste vertical, para que posteriormente você aplique o fator de
redução adequado. O mais provável é que a questão forneça o fator K, diretamente ou por meio dos gráficos.

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Independentemente da forma com que são interligadas, todos os eletrodos de


aterramento dessas configurações são hastes verticais. Por esse motivo, estudamos com
maior atenção o cálculo da resistência de aterramento de apenas uma haste. Dentro dos
parâmetros práticos, a sua determinação em prova é mais viável!

Considerando a amostra de provas analisadas, eu ainda não encontrei questões específicas sobre as
configurações abordadas nessa seção. No entanto, pode ser cobrado em sua prova algo relativo apenas ao
fator de redução e à conceituação.

1.4. Malha de aterramento

Nesta seção, vamos estudar sobre a famosa malha de aterramento! Este é um dos sistemas mais
importantes, devido à sua eficiência. Por ser muito eficiente, esse é um sistema amplamente utilizado em
subestações.

A norma ABNT NBR 15751:2009 apresenta os requisitos específicos para os sistemas de


aterramento de subestações.

Apesar de fazer referência a essa norma, não vamos entrar no mérito de estudá-la. Afinal, o nosso
objetivo aqui é aprender de forma geral sobre os diferentes tipos de sistemas de aterramento.

― Como a malha de aterramento pode ser projetada?

O dimensionamento de uma malha de aterramento é realizado de forma iterativa, isto é, ele parte
de um projeto inicial para que posteriormente seja verificado se os potenciais na superfície do solo (tanto de
toque quanto de passo) são compatíveis com os valores prescritos. Após satisfazer essa condição, projeto da
malha de aterramento deve ser detalhado.

A resistência da malha de aterramento deve satisfazer algumas condições. Por exemplo:

-Para subestações da classe 15 36 kV, ela deve ser menor ou igual a 10Ω.

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-Para subestações da classe 69kV e acima, ela deve ser menor ou igual a 5Ω.

Caso o projeto da malha de terra não atenda as condições prescritas, devemos recalcular a
malha!

As malhas de terra são formadas por condutores que formam um sistema reticulado, como pode ser
exemplificado na Figura (6). Esses condutores devem ser dimensionados levando-se em conta os esforços
mecânicos e térmicos que podem sofrer. Na prática, são utilizados condutores de 35 mm 2.

Figura 61-Malha de aterramento. Fonte: Kindermann e Campagnolo (1995).

No projeto de uma malha de aterramento de subestações, alguns procedimentos pré-definidos são


adotados e a determinação de alguns valores é necessária, os quais podemos citar:

➢ Medições necessárias pelo método de Wenner, para obter a estratificação do solo e,


consequentemente, a resistividade aparente de cada camada do solo;
➢ Resistividade superficial do solo. Geralmente, é utilizada uma camada mais isolante na superfície no
solo (geralmente brita), com o objetivo de contribuir para a segurança. Assim, também precisamos
da resistividade do material utilizado;
➢ Cálculo da corrente de curto-circuito máxima entre fase e terra no local do aterramento. Como
sabemos, a seção do condutor de uma malha de terra é função da corrente de curto-circuito fase-
terra. O percentual de corrente que efetivamente flui pela malha também é levado em consideração;
➢ Tempo de defeito para a máxima corrente de curto-circuito fase-terra, para verificar se o condutor
suporta os esforços provocados pela elevação de temperatura;
➢ Cálculo da área da malha;
➢ Cálculo do valor máximo da resistência de aterramento para verificar a sua compatibilidade com a
sensibilidade da proteção;

Perceba que inicialmente são necessários alguns valores prévios para, de fato,
dimensionar a malha de aterramento. Precisamos dos seguintes parâmetros: resistividade
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aparente do solo (estratificação do solo), resistividade superficial do solo, corrente


máxima de curto-circuito fase-terra, tempo de defeito para a máxima corrente de curto-
circuito fase-terra.

Mamede Filho (2017) ainda especifica em seu livro que a resistividade de acabamento da
superfície da área da subestação também é um parâmetro que deve ser considerado.

No projeto de qualquer malha de aterramento, é necessário conhecer, obviamente, a resistência de


aterramento da malha para verificar se o valor está dentro dos critérios recomendados para cada tipo de
instalação (seja em instalações industriais, como subestações, ou instalações prediais, como residências).

O recomendado é que se calcule uma resistência de aterramento aproximada antes de se


definir a geometria utilizada, para que, assim, seja possível ter uma ideia do seu valor em
função da área disponível para instalar o sistema.

O cálculo da resistência de aterramento de uma malha leva em consideração algumas aproximações.


Por esse motivo, existem diferentes fórmula que podemos citar. Independentemente de qual seja, elas
levam em consideração a área da malha e a resistividade do solo.

Uma das formulações mais simples é a fórmula de Dwight. Ela é dada como:

𝜌𝑎 𝜋
𝑅𝐷𝑤𝑖𝑔ℎ𝑡 = √𝐴
4 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎

Onde:

- R é a resistividade do aterramento, em Ω

-ρa é a resistividade aparente do solo, em Ωm (falaremos sobre a resistividade aparente do solo na próxima
seção)!

-Amalha é a área da malha;

Essa relação é geralmente utilizada para calcular inicialmente a resistência de aterramento de forma
aproximada, antes da geometria definitiva. Logo, a consideração inicial é de que a resistência de aterramento
é função apenas da área ocupada pela malha e da resistividade do solo.

A norma NBR 15751:2013 (Sistema de aterramento em subestações) recomenda justamente que o


cálculo inicial seja realizado de forma aproximada por essa expressão.

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Na verdade, devo ressaltar que a norma apresenta a seguinte relação:


𝜌𝑎
𝑅= 4𝑟

Onde, r é o raio do círculo equivalente à área do sistema de aterramento constituído pelos eletrodos
horizontais expressos em metro.

Ou seja, ela apenas substitui o valor da Amalha pela área equivalente formada por uma circunferência.
Dessa forma, temos que o raio equivalente equivale a:

𝐴𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎
𝑟=√ 𝜋

Perceba que, se você substituir o termo "Amalha" por πr2 na fórmula de Dwight, teremos
justamente a fórmula da norma, e vice versa. Apenas, são consideradas formas diferentes
de se expressar a área da malha de aterramento.

Devemos considerar também a fórmula de Laurent, que adiciona um termo a mais na expressão de
Dwight. Ela é dada por:

𝜌𝑎 𝜋 𝜌𝑎
𝑅𝐿𝑎𝑢𝑟𝑒𝑛𝑡 = √𝐴 +𝐿
4 𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Onde, Ltotal é o comprimento total dos condutores enterrados (em metros).

― Essa fórmula também é utilizada pela norma?

Sim!

― De maneira idêntica?

Não. Novamente a norma apresenta a equação em função do raio r do círculo equivalente.

A norma recomenda que, a partir da geometria inicial da malha, é possível determinar o comprimento
total dos condutores horizontais que a formam. Assim, para malhas enterradas a uma profundidade de até
0,25m, a resistência de aterramento pode ser calculada pela seguinte equação:
𝜌𝑎 𝜌𝑎
𝑅= +𝐿
4𝑟 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

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Ou seja, a mesma expressão de Laurent considerando a área da malha como a área formada pelo
círculo de raio r, conforme foi explicado anteriormente.

Se a questão te der o raio do círculo equivalente à área do sistema de aterramento, você


pode utilizar diretamente a fórmula que está em função de r para realizar menos cálculos.
Mas no final das contas, o resultado vai ser o mesmo porque a área da malha é sempre a
mesma.

Note que a fórmula anterior é recomendada apenas para malhas enterradas a uma profundidade de
até 25 cm...

― Ok professora, mas se a malha for enterrada de forma mais profunda?

Tanto a bibliografia quanto a norma recomendam a utilização de uma expressão mais complexa.
Nesse caso, passamos a considerar também a profundidade!

A fórmula de Sverak permite o cálculo aproximado da resistência de aterramento de uma malha por
meio de uma correção feita na fórmula de Laurent. Levando-se em consideração a profundidade "h" em que
a malha é construída, temos:

1 1 1
𝑅𝑆𝑣𝑒𝑟𝑎𝑘 = 𝜌𝑎 [𝐿 + (1 + 20
)]
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 √20𝐴𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 1+ℎ√
𝐴𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎

Onde h é a profundidade da malha, com 0,25𝑚 ≤ ℎ ≤ 2,5𝑚.

Várias expressões para a resistência de aterramento de malhas são propostas por outros
pesquisadores. Kindermann (1995) apresenta algumas delas no Apêndice C do seu livro.

― Professora, mas o que a norma recomenda para essa profundidade?

Ela recomenda que, para malhas enterradas nessa faixa de profundidade, devemos utilizar a seguinte
expressão:

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1 1 1
𝑅 = 𝜌𝑎 [𝐿 + (1 + )]
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 √20𝐴𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎 1+ℎ√20𝐴𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎

― A mesma fórmula, não é mesmo?

Não! Perceba que a expressão dentro da raiz no último termo da equação é 20 x A malha e não 20/
Amalha, conforme podemos verificar na fórmula de Sverak.

É... Infelizmente, existe essa divergência. Temos que saber lidar com esse problema.

Poderia ser que essa diferença não causasse impacto no valor final da resistência de aterramento...
Mas, eu analisei e verifiquei uma redução de aproximadamente 45% no seu valor se considerarmos a fórmula
da norma. Ou seja, faz toda diferença usar uma ou outra.

― Podemos atribuir essa divergência a um erro de digitação?

Até podemos, mas não tem como dar certeza para essa afirmação. Caso seja, é muito provável que
nas próximas atualizações da norma o erro seja corrigido.

― Mas e agora, professora? Qual fórmula devemos utilizar para calcular a resistência de aterramento de
uma malha quando ela estiver enterrada nessa faixa de profundidade?

Vamos utilizar como critério o que de fato cai em prova! Obviamente, se a banca especificar em seu
edital ou no enunciado da questão qual a referência, devemos considerar o posicionamento dela.

Analisando as provas de concurso, eu encontrei apenas questões que cobram o cálculo


preliminar da resistência de aterramento (fórmula de Dwight) ou considerando uma
profundidade de até 0,25 m (fórmula de Laurent), conforme você verá nas questões
resolvidas.

Para a faixa de profundidade entre 0,25 e 2,5 metros, não temos questão para atestar o
que de fato devemos considerar.

Dessa forma, até o presente momento, não temos como saber se a banca vai se referenciar
a norma ou a literatura científica. Nos resta esperar que ela especifique isso no enunciado
da questão ou no edital.

Mas, agora com o conhecimento prévio, ficará mais fácil lidar com essa adversidade no
momento da prova caso ela ocorra, não é mesmo?

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Observe que só temos divergência para essa faixa de profundidade, ok? As outras
expressões permanecem válidas independentemente da referência (literatura ou norma).

1.4.1. Comprimento total dos condutores

Um termo que surgiu nas expressões e nós ainda não comentamos foi o comprimento total (Ltotal) dos
cabos que formam a malha de aterramento. Como podemos calculá-lo, caso o enunciado da questão não
nos forneça?

Tendo-se a dimensão da malha (considerando a Figura 6) é possível determinar o número de


condutores paralelos ao longo dos lados da malha (referentes à lateral a e b), pelas seguintes expressões:
𝑎
𝑁𝑎 = 𝑒 + 1
𝑎

𝑏
𝑁𝑏 = 𝑒 + 1
𝑏

O comprimento total dos condutores que formam a malha é dado por:

𝐿𝑐𝑎𝑏𝑜 = 𝑎𝑁𝑏 + 𝑏𝑁𝑎

Caso sejam introduzidas hastes na malha, devemos acrescentar seus comprimentos na determinação
total do comprimento da malha.

(INNOVA-CESGRANRIO-Engenheiro de equipamentos Júnior-Elétrica-2012) Em uma subestação de


média tensão, o comprimento total de todos os condutores horizontais da malha de terra é de 1.250
m. A resistividade aparente do solo é de 250Ω.m. Considerando que o raio do círculo equivalente à
área dessa malha é igual a 25 m e que a malha está enterrada a uma profundidade inferior a 25 cm,
de forma a ser possível desconsiderar essa profundidade, então, o valor, em ohms, da resistência de
aterramento dessa malha é

(A) 1,5

(B) 2,5

(C) 2,7

(D) 5,1
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(E) 10,2

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a resistência de aterramento de uma malha de terra. O
procedimento para resolver essa questão consiste em calcular a resistência de aterramento
desprezando-se a profundidade com que será enterrada, conforme o enunciado da questão especifica.

Para malhas enterradas até uma profundidade de 25 cm, não há questionamento sobre qual
fórmula utilizar, pois tanto a norma quanto a literatura apresentam a mesma expressão.

Como o enunciado da questão fornece diretamente o raio do círculo equivalente à área da malha,
vamos utilizar a expressão de Laurent em função do raio. Temos então:
𝜌 𝜌𝑎
𝑅 = 4𝑟𝑎 + 𝐿
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Substituindo os valores fornecidos pelo enunciado,

250 250
𝑅 = 4∙25 + 1250 = 2,7 Ω

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

Perceba que poderíamos resolver a questão tranquilamente pela fórmula de Laurent em função
da área. No entanto, teríamos que calcular a área em função do raio fornecido pelo enunciado, o que
iria demandar mais tempo para resolução.

Como a profundidade foi desconsiderada, não há o que se falar em divergência entre a expressão
utilizada na norma e a fórmula de Sverack.

1.5. Haste em solo de várias camadas

Por fim, vamos comentar nessa seção sobre a resistividade aparente do solo.

Devemos levar em consideração o fato de que o solo possui várias camadas e que cada camada possui
uma resistividade diferente. Quando as hastes verticais são cravadas no solo, pode ser que parte do seu
comprimento esteja em contato com diferentes camadas. Então, como podemos avaliar esse caso?

Devemos calcular a resistividade aparente solo!

A resistividade aparente do solo 𝜌𝑎 representa a resistividade vista pelo sistema de


aterramento em integração com o solo estratificado.

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Se você colocar um sistema de aterramento (seja ele qual for) com a mesma geometria em solos
distintos, ele apresentará uma resistência de aterramento diferente. Isso ocorre porque a resistividade do
solo também é diferente.

Podemos considerar que a resistência aparente representa uma resistividade equivalente


homogênea vista pelo sistema de aterramento. Portanto, temos que calcular a resistividade que o solo
apresenta "aparentemente" para este determinado sistema!

Vamos considerar aqui a nossa querida haste vertical...

A resistência de aterramento de uma haste cravada verticalmente em um solo de várias camadas


(Figura 7) é dada pela fórmula que definimos na seção 4.1. No entanto, agora devemos considerar a
resistividade aparente!

Figura 72-Haste vertical cravada no solo estratificado. Fonte: Kindermann e Campagnolo (1995).

Considerando a situação apresentada na Figura (7), a resistividade aparente pode ser calculada por
meio da seguinte expressão:

𝐿1 +𝐿2
𝜌𝑎 = 𝐿1 𝐿2
+
𝜌1 𝜌2

Ressalto que a dispersão da corrente em cada camada ocorrerá de forma proporcional à resistividade
da respectiva camada e ao comprimento da haste nela contida.

Quando nos referirmos a um solo heterogêneo, devemos então considerar a resistividade


aparente. Consequentemente, as expressões fornecidas anteriormente para qualquer que
seja o sistema de aterramento deverá levar em consideração a resistividade aparente ρa e
não apenas a resistividade ρ de um solo homogêneo. Ok?

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(Assembleia Legislativa RO-FGV-2018) Você é o engenheiro responsável pela elaboração do projeto


da malha de aterramento de uma subestação. Medidas realizadas em campo chegaram a um modelo
de solo estratificado, conforme mostra a figura 1. Sabendo-se que a haste a ser empregada no
aterramento tem 2m de comprimento, a resistividade aparente do solo, em Ω.m, é

(A) 11,7.

(B) 33,3.

(C) 66,7.

(D) 85,6.

(E) 100.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a resistividade aparente de um solo estratificado para uma
haste de aterramento de 2 metros de comprimento.

Conforme estudamos nessa seção, a resistividade aparente vista pelo sistema de aterramento
pode ser calculada por meio da seguinte expressão:

𝐿1 +𝐿2
𝜌𝑎 = 𝐿1 𝐿2
+
𝜌1 𝜌2

Uma haste de dois metros enterrada no solo da figura estará em contato com duas camadas
diferentes, pois a primeira camada tem apenas 1,5 metros de profundidade. Considerando que a haste
foi cravada com seu limite superior no nível do solo, teremos que 1,5 metros da haste estarão em
contato com a camada de resistividade ρ1 (igual a 150 Ωm) e 0,5 metros estarão em contato com a
camada de resistividade ρ2 (igual a 25 Ωm). Totalizando logicamente, seus 2 metros de comprimento.

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Substituindo esses valores na expressão acima, temos que:

1,5+0,5
𝜌𝑎 = 1,5 0,5 = 66,67Ω𝑚
+
150 25

Portanto,

A alternativa (C ) é o gabarito da questão.

Note que apenas aplicamos os valores fornecidos pelo enunciado diretamente na expressão para
o cálculo da resistividade aparente do solo. Ou seja, a resistividade do solo " vista" pelo sistema de
aterramento que, nesse caso, é apenas uma haste vertical.

2. SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS


ATMOSFÉRICAS (SPDA)
Agora que você já tem uma noção geral sobre instalações elétricas, vamos começar a estudar um
assunto extremamente cobrado nas provas de concursos para engenharia elétrica, que é o sistema de
proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).

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Outro motivo pelo qual devemos da atenção a esta parte da matéria, é porque este sistema é utilizado
para a proteção de prédios, casas, instalações industriais, e pessoas. Ou seja, por mais que seja aleatória a
ocorrências dos raios, devemos contar com essa possibilidade para estarmos preparados e protegidos!

Protegidos pelo que, professora? Ora, justamente pelos sistemas de proteção contra descargas
atmosféricas.

No projeto de instalações elétricas (de qualquer que seja a natureza), devemos garantir tanto a
segurança das pessoas e dos animais domésticos quanto o adequado funcionamento da instalação contra
variáveis que não podemos controlar, como por exemplo, as descargas elétricas atmosféricas (raios).

As sobretensões podem ser causadas por diferentes fatores (falha de isolamento, eletricidade
estática...). Dentre as possibilidades, podemos destacar a sobretensão de origem atmosférica.

Ainda no escopo do estudo sobre proteção das instalações, vamos aprender como é possível garantir
a segurança da instalação por meio de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).

Não há como controlar os fenômenos climáticos para prever a sua ocorrência. Portanto, medidas de
proteção eficazes contra as descargas de origem atmosféricas são extremamente necessárias, visando a
redução dos riscos associados.

A norma ABNT NBR 5419:2015 (Proteção contra descargas atmosféricas) é a norma responsável por
estabelecer prescrições, requisitos e orientações relacionadas à proteção contra descargas atmosféricas.
Dessa maneira, vamos utilizá-la como meio de orientação para conduzir esse capítulo da aula.

Em sua versão mais recente, a norma foi publicada em quatro partes diferentes de acordo com o
objetivo de cada parte. Ela foi dividida em:

➢ Parte 1: Princípios gerais;


➢ Parte 2: Gerenciamento de risco;
➢ Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida;
➢ Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura.

As seções iniciais desse capítulo serão destinadas a obter uma compreensão geral sobre alguns
fundamentos de SPDA e ao estudo da parte 1 e 2 da NBR 5419:2015. Apenas depois, vamos nos concentrar
na parte 3.

Ou seja, após adquirir os conhecimentos gerais e iniciais sobre o tema e sobre a norma, você vai
estudar de forma mais detalhada o que a parte 3 (que, de fato, trata sobre o SPDA) orienta, prescreve e
recomenda. Organizei dessa forma, pois ela é a parte mais é exigida em prova. Certo?

Aproveitando o ensejo, já vou esclarecer aqui que não aprofundaremos o nosso estudo na parte 4
da, para que seja possível focar apenas nos assuntos que são mais incidentes em prova.

No final desse capítulo, vamos adquirir os conhecimentos necessários sobre os métodos de proteção
(previstos na norma) utilizados para o posicionamento do subsistema de captação de um SPDA. Um tema
muito importante que também possui uma boa representatividade em prova.
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2.1. Descargas atmosféricas

Essa seção é importante para você adquirir um conhecimento geral sobre descargas elétricas
atmosféricas. Nada muito aprofundado, mas é interessante que você tenha pelo menos uma noção de como
são formadas.

Descargas atmosféricas são fenômenos da natureza caracterizados por serem imprevisíveis e


aleatórios. Dessa forma, nada pode ser feito para impedir que elas ocorram.

As descargas atmosféricas (também chamados de relâmpagos ou de raios) são formadas dentro de


nuvens que possuem algumas características específicas. A maioria dos raios nem chegam a atingir o solo
(permanecendo dentro das próprias nuvens) e a sua duração é bem rápida (na ordem de milésimos de
segundos).

―Professora, como é o processo de formação de uma descarga elétrica atmosférica?

As nuvens se tornam eletricamente carregadas devido à colisão entre partículas. Logo, surge uma
diferença de potencial que permite a ocorrência da descarga elétrica. Essa diferença de potencial pode
atingir de 10 kV a 100 kV nos momentos iniciais de um relâmpago. Podemos dizer que é como se a nuvem e
o solo formassem um grande capacitor, sendo que o dielétrico seria representado pelo ar.

Esse campo elétrico se torna suficientemente elevado para que seja possível conduzir corrente
elétrica por meio dele. A partir do momento em que se atinge a ruptura da rigidez dielétrica do ar, ocorre
um arco elétrico (raio ou descarga elétrica) entre a nuvem eletricamente carregada e um ponto da superfície
terrestre.

Assim, as cargas elétricas migram em direção a terra, na maioria das vezes, de forma tortuosa e
ramificada, formado assim aquela comum imagem que temos dos raios! Os raios podem atingir as estruturas
(para-raios, fiações, redes de energia, postes...) de forma direta ou indireta, por meio da indução de
sobretensões (neste caso teremos, então, um surto induzido!).

Obviamente, existem estudos muito específicos e detalhados sobre o processo de formação e


ocorrência das descargas atmosféricas. No entanto, não vamos nos aprofundar nesse assunto, pois esse não
é foco da nossa aula! Apenas vale destacar que a variáveis mais importantes associadas ao estudo das
descargas atmosféricas são: a frequência de ocorrência, intensidade e polaridade da corrente elétrica e o
ângulo de incidência.

Por meio da análise da forma da onda, dos valores típicos de tensão e da ocorrência dos raios é
possível realizar estudos para o dimensionamento do SPDA.

A norma NBR 5419:2015 traz alguns pontos específicos sobre esse estudo. No entanto, vamos estudar
apenas sobre os mais relevantes no próximo capítulo. De acordo com a norma, existem dois tipos
fundamentais de descargas atmosféricas:

➢ Descargas atmosféricas descendentes iniciadas por um líder descendente, da nuvem para a terra;

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➢ Descargas atmosféricas ascendentes iniciadas por um líder ascendente, de uma estrutura aterrada
para a nuvem.

Entenda esse termo "líder" como uma descarga piloto.

Também é importante frisar o significado de um termo muito comum, utilizado


também nesse contexto, que é a descarga de retorno. A descarga de retorno é a
componente mais intensa do relâmpago, responsável pela sua luminosidade. Ela ocorre
quando um líder descendente encontra um líder ascendente (ou o próprio solo, na falta do
mesmo), estabelecendo um canal condutor ionizado entre a nuvem e o solo por onde
circula a descarga piloto.

Uma das estruturas mais simples de proteção contra descargas atmosféricas é sem dúvidas o para-
raios. Ele é instalado na parte superior das edificações, no intuito de interceptar a descarga elétrica,
conduzindo-a ao solo para ser dispersada.

Conforme Cavalin e Cervelin (2006), os raios atingem os para-raios das edificações devido algumas
razões... O primeiro motivo é o fato do para-raios ser constituído de material metálico. O segundo por possuir
um condutor que conduzirá a descarga até o solo e o terceiro por ser o ponto mais alto.

Benjamin Franklin (1706-1790) realizou um estudo experimental em 1752, no qual pôde


constatar que os raios são fenômenos elétricos. Franklin soltou pipa antes de uma
tempestade e verificou que uma parte dessas cargas descia pelo fio. Assim atestou que, de
fato, as nuvens estavam carregadas de cargas elétricas (algo que já desconfiava).
Basicamente, com esse experimento, surgiram os para-raios, que poderiam interceptar os
as descargas e conduzi-las para a terra.

Nas próximas seções, iremos estudar como é constituído um sistema de proteção contra descargas
atmosféricas.
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(EMBASA- IBFC-Engenheiro Eletricista-2017) Analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V)


ou Falso (F), tendo como base o assunto Descargas Atmosféricas.

1-( ) A descarga atmosférica terra nuvem no modelo utilizado na engenharia elétrica é a descarga de
retorno: inicialmente se tem uma descarga dentro da nuvem e, em seguida a ela, uma descarga
descendente nuvem terra, denominada líder.

2-( ) Quando uma descarga atmosférica se aproxima da terra, as cargas vão se dispersando, diminuindo
o campo elétrico, porém aumentando a área de ação da descarga.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

A) F; V

B) V; F

C) F; F

D) V; V

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue as afirmativas acerca das descargas atmosféricas. Vamos julgar
cada item separadamente.

1- A afirmativa é verdadeira. A afirmativa está de acordo com a definição de descarga descendente


(modelo nuvem- terra), a qual acabamos de estudar. A afirmativa se refere à descarga de retorno,
justamente porque na maioria dos casos os raios transferem cargas negativa (elétrons) de uma região
carregada da nuvem para o solo, caracterizando assim a descarga atmosférica descendente.

2- A afirmativa é falsa. À medida que a descarga se aproxima da terra, o campo elétrico aumenta o
suficiente para causar a ruptura da rigidez dielétrica do ar, que passa a conduzir os elétrons.

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

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2.2. Informações gerais NBR 5419:2015

A versão mais recente da NBR 5419:2015 possui o título geral: Proteção Contra Descargas
Atmosféricas. Ela está dividida em quatro partes:

➢ Parte 1: Princípios gerais;


➢ Parte 2: Gerenciamento de risco;
➢ Parte 3: Danos físicos e estruturas e perigos à vida;
➢ Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura.

Segundo à NBR 5419, as medidas de proteção previstas na norma são comprovadamente eficazes na
redução dos riscos associados às descargas atmosféricas e juntas formam uma proteção completa.

Os critérios para projeto, instalação e manutenção das medidas de proteção são considerados em
dois grupos principais:

-1º grupo (NBR 5419-3): medidas de proteção para reduzir os dados físicos e riscos à vida dentro de uma
estrutura;

-2º grupo (NBR 5419-4): medidas de proteção para reduzir falhas de sistemas elétricos e eletrônicos em uma
estrutura.

Tenha em mente que o nosso foco aqui é o estudo das medidas referentes ao primeiro grupo!

O primeiro grupo (referente à parte 3 da norma) é o que mais cai em prova, pois contém
as prescrições, orientações e condições efetivamente relacionadas ao sistema de proteção
contra descargas atmosféricas (SPDA). Por isso, daremos uma atenção especial a essa
parte.

Também estudaremos a parte 1 e a parte 2, pois elas introduzem muitos termos, conceitos
e explicações que precisaremos para entender a parte 3.

A norma é organizada da seguinte forma:

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NBR 5419-1
Ameaça da descarga atmosférica

NBR 5419-2
Risco associado à descarga

Proteção contra descargas PDA

SPDA MPS

NBR 5419-3 NBR 5419-4


Medidas de proteção

(UFRN - COMPERVE - Engenharia Elétrica- 2015) A Parte 4 da norma de Proteção contra descargas
atmosféricas (ABNT NBR 5419-4:2015), trata

A) dos danos físicos a estruturas.

B) dos sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura.

C) do gerenciamento de risco.

D) dos perigos à vida.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a alternativa que diz respeito ao assunto, o qual a parte 4
da norma trata.

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Conforme estudamos nessa seção, a parte 4 trata dos sistemas elétricos e eletrônicos internos na
estrutura.

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

Questão simples e direta sobre o que trata cada parte da norma!

2.3. Parte 1: Princípios gerais

Nesta seção, vamos concentrar nossa atenção na primeira parte da norma. Basicamente, vamos
introduzir alguns termos, definições e procedimentos gerais para que possamos ter uma fluidez e
entendimento maior nas outras partes da norma.

2.3.1. Escopo e aplicabilidade

Em termos de escopo,

Essa parte da norma estabelece os requisitos para a determinação de proteção contra


descargas atmosféricas, fornecendo subsídios para o uso em projetos.

A aplicabilidade dessa parte apresenta restrições quanto à proteção das pessoas, quando o estudo
for baseado em efeitos indiretos das descargas atmosféricas.

Essa parte não se aplica à:

-Sistemas ferroviários;

-Veículos;

-Aviões;

-Navios e plataformas offshore,

-Tubulações subterrâneas de alta pressão;

-Tubulações e linhas de energia e de energia e de sinal colocados fora da estrutura.

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Esses sistemas, em especial, obedecem a regulamentações específica!

2.3.2. Definições

Comentarei sobre as principais definições da norma no decorrer do texto quando surgir essa
necessidade. Vale ressaltar que as questões de concurso não cobram com frequência as definições, apesar
disso acontecer em algumas provas. Na segunda questão da lista comentada, eu trouxe uma questão que
exige justamente o conhecimento sobre algumas definições mais básicas.

Independentemente de qualquer coisa, elas são extremamente importantes para que você entenda
o sentido, a função ou o objetivo de um determinado termo. Tudo bem?

2.3.3. Danos

Vamos comentar um pouco sobre os danos devido às descargas atmosféricas que estão apresentados
na seção 5 da parte 1 da NBR 5419.

A descarga atmosférica pode causar danos tanto à estrutura atingida quanto aos ocupantes da
instalação, podendo também causar falhas nos sistemas internos. As estruturas próximas e o ambiente local
também podem ser afetados, sendo que a extensão dos danos e das falhas vai depender diretamente das
características da estrutura e da descarga atmosférica.

―Professora, mais quais fatores podem influenciar os efeitos causados pelas descargas atmosféricas em
uma determinada estrutura?

Basicamente as características de cada estrutura... Ou seja, podemos citar:

➢ O material de construção: madeira, alvenaria, concreto, estrutura em aço, entre outros;


➢ A função da construção: residência, escritório, shopping, comércio, entre outros;
➢ Ocupantes e conteúdo: pessoas, animais, materiais combustíveis, sistemas elétricos ou eletrônicos,
entre outros;
➢ Partes de outros componentes que entram na estrutura: linhas de energia e de sinal ou tubulações;
➢ Medidas de proteção já existentes;
➢ Dimensão do risco: estruturas com dificuldade de evacuação ou com possibilidade de haver pânico,
por exemplo.

A Tabela 1 da norma apresenta os efeitos das descargas atmosféricas para cada tipo de estrutura de
acordo com a finalidade e/ou conteúdo. Exemplificando, vou destacar aqui os efeitos que podem ocorrer
devido às descargas atmosféricas.

Em casas de "moradia":
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➢ Perfuração da isolação das instalações elétricas;


➢ Incêndios;
➢ Danos materiais;
➢ Danos limitados a objetos expostos ao ponto de impacto ou no caminho da corrente da descarga
atmosférica;
➢ Falha de equipamentos e sistemas elétricos e eletrônicos instalados;

Em edificações rurais, há um risco maior de incêndio e de tensão de passo perigosa, bem como risco
de vida de animais devido à falha dos sistemas de controle eletrônicos (por exemplo, para ventilação e
alimentação).

Em locais que comportam muitas pessoas (teatro, cinema, escola, hospital etc.), devemos destacar
os danos nas instalações elétricas que podem causar pânico e as falhas nos sistemas de alarme de incêndio.

Em determinados locais, também há problemas resultantes da perda de comunicação, falha de


computadores e perda de dados.

Perceba então que os efeitos das descargas atmosféricas e consequentemente os "problemas" (de
forma geral, englobando danos, falhas e riscos associados) vão depender da característica de funcionalidade
de cada tipo de estrutura.

Devemos nos atentar à caracterização que a norma apresenta para o termo "danos" e "perdas". Tanto
a parte 1 quando a parte 2 da norma traz informações sobre as fontes e os tipos de danos e sobre as perdas.
Em ambas as partes, o sentido é o mesmo, mas elas trazem uma "escrita" (em termos de uso de palavras)
um pouco diferente. O que não é um problema já que o entendimento passado é o mesmo.

Vamos aproveitar essa seção para apresentar de forma mais geral essas características!

A corrente da descarga atmosférica é a principal fonte de danos. Para classificar, devemos considerar
a posição do ponto de impacto em relação à estrutura. Ou seja, as fontes são consideradas diferentes devido
à referência do ponto de impacto. Temos a seguinte classificação:

➢ S1: descargas atmosféricas na estrutura;


➢ S2: descargas atmosféricas próximas (ou perto da) à estrutura;
➢ S3: descargas atmosféricas sobre as linhas elétricas e tubulações metálicas que entram na estrutura;
➢ S4: descargas atmosféricas próximas (ou perto da) às linhas elétricas e tubulações metálicas que
entram na estrutura.

Conforme comentamos anteriormente, os danos causados pelas descargas atmosféricas dependem


de algumas das características da estrutura. Podemos citar como principais: o tipo de construção, os
conteúdos e as aplicações, o tipo de serviço e as medidas de proteção existentes.

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Os danos2 podem ser classificados em três tipos básicos (tanto na parte 1 quanto na parte 2 da
norma):

➢ D1: danos às pessoas devido a choque elétrico (também podemos dizer de forma mais geral:
ferimentos aos seres vivos);
➢ D2: danos físicos (fogo, explosão, destruição mecânica, liberação de produtos químicos) devido aos
efeitos das correntes das descargas atmosféricas, inclusive centelhamento;
➢ D3: falhas de sistemas internos devido a LEMP (ou apenas falhas dos sistemas eletroeletrônicos).

LEMP3 significa lightning electromagnectic impulse. Esse termo é definido como todos os
efeitos eletromagnéticos causados pela corrente das descargas atmosféricas por meio de
acoplamento resistivo, indutivo e capacitivo, que criam surtos e campos eletromagnéticos
radiados.

2.3.4. Perdas

Cada tipo de dano (sozinho ou em combinação com outros) pode produzir diferentes perdas. Ou seja,
a perda é uma consequência dos danos e depende da característica do próprio objeto de referência
(estrutura e conteúdo).

Para os efeitos da NBR 5419 como um todo, os seguintes tipos de perdas4 são considerados:

➢ L1: perda de vida humana (incluindo-se danos permanentes);


➢ L2: perda de serviço ao público;
➢ L3: perda de patrimônio cultural;
➢ L4: perda de valor econômico (relacionada à estrutura e ao seu conteúdo, assim como a interrupções
de atividades).

As perdas do tipo L1, L2 e L3 são perdas de valor social, enquanto as do tipo L4 são consideradas
apenas econômicas. A Tabela 2 da NBR 5419-1:2015 apresenta uma correlação entre a fonte de danos, o
tipo de danos e as perdas.

2
Seção 5.1.2 da NBR 5419-1:2015.
3
Seção 3.34 da NBR 5419-1:2015.
4
Seção 5.2 da NBR 5419-1:2015.
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A Figura 2 da NBR 5419-1:2015 também é uma figura muito importante, pois introduz e relaciona os
tipos de perdas em consequência aos tipos de danos com os riscos correspondentes (que você vai entender
melhor sobre os riscos na seção 1.4).

Risco R1 Risco R2 Risco R3 Risco R4

Perda de
Perda da vida Perda de serviço Perda de valor
Tipo de perda patrimônio
humana público econômico
cultural

Danos aos seres Dano aos seres


vivos por choque Dano físico Dano físico vivos por choque
elétricos elétrico

Tipo de danos
Falha de
Dano físico Dano físico
sistemas internos

Falha de Falha de
sistemas internos sistemas internos

2.3.5. Riscos

Aproveitando o ensejo, vamos falar um pouquinho sobre os riscos, apesar de que você irá estudar
sobre eles de forma mais aprofundada na seção 1.4 (destinada ao estudo da parte 2). Comentarei sobre eles
aqui com o objetivo de que você apenas tenha um entendimento geral e como isso se encaixa na norma.

Para avaliar a necessidade da proteção contra descargas atmosféricas, deve ser realizada uma
avaliação de risco de acordo com os procedimentos contidos na parte 2. Os seguintes riscos devem ser
levados em consideração:

➢ R1: risco de perdas ou danos permanentes em vidas humanas;


➢ R2: risco de perdas de serviços ao público;
➢ R3: risco de perdas do patrimônio cultural;
➢ R4: risco de perdas de valor econômico

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O risco de perdas de valor econômico (R4)5 deve ser considerado sempre que a vantagem econômica
da proteção contra descargas for avaliada!

Perceba que os riscos estão relacionados de acordo com os tipos de perda que
comentamos antes.

Vamos definir aqui dois termos importantes:

O risco (R)6 é definido como o valor da perda média anual provável (pessoas e bens) devido
à descarga atmosférica em relação ao valor total (pessoas e bens) da estrutura a ser
protegida.

O risco tolerável (RT)7 valor máximo do risco que pode ser tolerável para a estrutura a ser
protegida.

―Professora, mas qual o critério utilizado para determinar se a proteção contra descargas atmosféricas é
necessária ou não?

O critério é o seguinte:

Se o risco R (R1 a R3) for maior que o risco tolerado (RT), então a proteção será necessária! Logo:

𝑅 > 𝑅𝑇

― E se ela não for suficiente?

Então, mais medidas de proteção devem ser adotar para reduzir o risco R (R1 a R3) ao nível tolerável!

Dessa forma, temos a seguinte condição para considerar que uma estrutura está devidamente
protegida:

𝑅 ≤ 𝑅𝑇

5
Seção 6.1 da NBR 5410-1:2015.
6
Seção 3.37 da NBR 5419-1:2015.
7
Seção 3.38 da NBR 5419-1:2015.
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Comentaremos sobre a avaliação de riscos de forma mais detalhada na próxima subseção, que vai
tratar justamente sobre o gerenciamento de risco (parte 2 da norma).

2.3.6. Medidas de proteção

Para reduzir os riscos de acordo com o tipo de dano, algumas medidas de proteção podem ser
adotadas. Vamos separar os conjuntos de medidas de acordo com os tipos de danos (D1, D2 e D3)!

Medidas de proteção para reduzir danos a pessoas devido a choque elétrico (D1):

➢ isolação adequada das partes condutoras expostas;


➢ equipotencialização por meio de um sistema de aterramento em malha;
➢ restrições físicas e avisos;
➢ ligação equipotencial para descargas atmosféricas (LE).

Medidas de proteção para redução de danos físicos (D2):

➢ A proteção é alcançada por meio de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA),
o qual inclui as seguintes características:
▪ subsistema de captação;
▪ subsistema de descida;
▪ subsistema de aterramento;
▪ equipotencialização para descargas atmosféricas (EB);
▪ isolação elétrica (e daí a distância de segurança).

Aqui temos que fazer um destaque!

A nossa aula será voltada, de forma mais aprofundada, justamente para a medida de
proteção para a redução dos danos físicos D2, que é o Sistema de Proteção contra
Descargas Atmosféricas (SPDA) (parte 3 da norma).

Medidas de proteção contra surtos (MPS)(D3):

➢ medidas de aterramento e equipotencialização;


➢ blindagem magnética;
➢ roteamento da fiação;
➢ interfaces isolantes;
➢ sistema de DPS coordenado.

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O sistema completo de proteção contra descargas atmosférica é composto, de forma conjunta, pelas
três medidas de proteção mencionadas acima. Ou seja, em função dos tipos de danos causados.

A escolha das medidas mais adequadas vai depender essencialmente do resultado da avaliação de
risco, que leva em consideração cada tipo de perda que pode acontecer em uma estrutura em consequência
das fontes e tipos de danos!

―Professora, como seria uma proteção contra descargas atmosférica ideal?

Conforme a norma, uma proteção contra descargas atmosféricas ideal8 seria uma proteção que
envolvesse completamente a estrutura a ser protegida por meio de uma blindagem contínua perfeitamente
condutora, aterrada e de espessura adequada, com ligações equipotenciais adequadas para as linhas
elétricas e tubulações metálicas que adentram na estrutura.

Essa proteção iria impedir a penetração da corrente e o campo magnético associado na estrutura e
iria evitar efeitos térmicos e eletrodinâmicos perigosos da corrente, bem como centelhamentos e
sobretensões perigosas para os sistemas internos.

―Mas isso, de fato, ocorre na prática?

Não. De acordo com a norma, a aplicação de tais medidas para obter a proteção total é
frequentemente inviável. A falta de continuidade da blindagem e a sua espessura inadequada permitem a
penetração da corrente, podendo causar danos físicos, risco de vida e falha dos sistemas internos.

Dessa forma, as medidas de proteção devem ser projetadas para um determinado conjunto de
parâmetros, conforme o nível de proteção contra as descargas atmosféricas.

2.3.7. Níveis de proteção

Frequentemente, nos deparamos com o termo "nível de proteção" na norma. Vamos ver o que ele
significa...

Mesmo com a instalação de um SPDA, ainda devemos considerar a possibilidade de falha desse
sistema. Os níveis de proteção são adotados justamente para orientar as tomadas de decisão no projeto.

O nível de proteção contra descargas atmosféricas (NP)9 é definido como o número


associado a um conjunto de parâmetros da corrente elétrica para garantir que os valores
especificados em projeto não estão superdimensionados ou subdimensionados quando da
ocorrência de uma descarga atmosférica.

Na NBR 5419, quatro níveis de proteção (de I a IV) são considerados, sendo que para cada nível é
fixado um conjunto de parâmetros máximos e mínimos. Os valores máximos dos parâmetros das correntes

8
Seção 8.1 da NBR 5419-1:2015.
9
Seção 3.39 da NBR 5419-1:2015
43

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das descargas atmosféricas para os diferentes níveis de proteção são fornecidos na Tabela 3 da NBR 5419-
1:2015.

Já os valores mínimos dos parâmetros das correntes das descargas atmosféricas bem como os raios
das esferas rolantes correspondentes são dados na Tabela 4. Esses valores são usados para posicionar os
componentes do subsistema de captação e para definir as zonas de proteção contra descargas atmosféricas.

Falaremos sobre o método das esferas rolantes mais à frente de forma mais específica e aprofundada
na seção 1.8!

As medidas de proteção contidas na parte 3 e 4 da norma serão consideradas efetivas contra


descargas atmosféricas cujos parâmetros estiverem na faixa definida para o NP adotado no projeto.

Quanto menor o nível de proteção adotado mais rígidas são as exigências imputadas na
instalação do SPDA. Consequentemente, menor o risco da estrutura ser atingida por uma
descarga atmosférica.

2.3.8. Zonas de Proteção (ZPR)

As medidas de proteção utilizadas (SPDA, blindagem, DPS...) vão determinar as zonas de proteção
contra as descargas atmosféricas (ZPRs).

Zona de proteção contra descarga atmosférica ou "raio"(ZPR)10 é considerado como a zona


onde o ambiente eletromagnético causado pelo raio é definido.

Entenda que esse limite ou contorno definido por uma ZPR não é necessariamente composto por
elementos físicos como paredes, piso etc.

A quatro zonas definidas na norma são as seguintes:

➢ ZPR 0A: zona onde a ameaça é devido à queda direta e ao campo eletromagnético total da descarga
atmosférica. Os sistemas internos podem estar sujeitos à corrente total ou parcial da descarga
atmosférica;
➢ ZPR 0B: zona protegida contra queda direta, mas onde a ameaça é o campo eletromagnético total da
descarga atmosférica. Os sistemas internos podem estar sujeitos à corrente parcial da descarga
atmosférica;

10
Seção 3.36 da NBR 5419-3:2015.
44

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➢ ZPR 1: zona onde a corrente de surto é limitada por uma divisão da corrente da descarga atmosférica
e pela aplicação de interfaces isolantes e/ou DPS na fronteira. Uma blindagem espacial pode atenuar
o campo eletromagnético da descarga atmosférica;
➢ ZPR 2, ..., n: zona onde a corrente de surto pode ser ainda mais limitada por uma divisão da corrente
da descarga atmosférica e pela aplicação de interfaces isolantes e/ou de DPS adicionais na fronteira.
Uma blindagem espacial adicional pode ser usada para atenuar ainda mais o campo eletromagnético
da descarga atmosférica.

A estrutura a ser protegida deve estar em uma ZPR cujas características eletromagnéticas
sejam compatíveis com sua capacidade de suportar solicitações que, de outra forma,
causariam danos (dano físico ou falha de sistemas elétricos e eletrônicos devido a
sobretensões). Geralmente a informação sobre os níveis de suportabilidade de sistemas e
aparelhos elétricos e eletrônicos pode ser fornecida pelos fabricantes.

2.3.9. Proteção das estruturas

Vamos finalizar essa parte da norma, comentando de forma geral sobre as medidas de proteção que
são utilizadas dependendo da finalidade.

Para reduzir danos físicos e risco de vida, a estrutura a ser protegida11 deve estar em uma ZPR 0B ou
superior e isso é possível por meio de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).
Estudaremos de forma aprofundada sobre essa medida em uma seção específica destinada à análise da parte
3 da norma.

Um SPDA é composto por um sistema externo e um interno. A função do SPDA externo é interceptar
(por meio do subsistema de captação) uma descarga atmosférica, conduzir a corrente (por meio do
subsistema de descida) para a terra e dispersar esta corrente na terra (por meio do subsistema de
aterramento).

A função do SPDA interno é evitar centelhamento perigoso na estrutura, por meio de ligações
equipotenciais ou isolação elétrica (distância de segurança) entre os componentes do SPDA e outros
elementos condutores.

A norma considera quatro classes de SPDA (I, II, III e IV) em função dos correspondentes níveis de
proteção (NP). As classes são definidas como um conjunto de regras que podem depender (como o raio da

11
Seção 8.4.1 da NBR 5419-3:2015.
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esfera rolante e largura da malha) ou não (como a seção transversal dos cabos e os materiais) do nível de
proteção.

Para reduzir as falhas de sistemas internos, o sistema a ser protegido deve estar localizado em uma
ZPR 1 ou superior e isso é possível por meio de medidas de proteção contra surtos (MPS), as quais devem
estar em conformidade com a parte 4 da norma.

Logo, temos uma parte específica da norma para orientações, prescrições e requisitos relacionados
ao SPDA (parte 3) e MPS (parte 4).

(UFF - COSEAC - Engenharia Elétrica- 2017) Com relação à proteção de estruturas contra descargas
atmosféricas, pode-se afirmar que:

A) também se aplica aos sistemas ferroviários.

B) seu cumprimento inexorável dispensa a observância dos regulamentos de órgãos públicos aos quais
a instalação deva satisfazer.

C) não se aplica contra a incidência direta dos raios sobre os equipamentos e pessoas que se encontrem
no interior das edificações.

D) não é aplicável às estruturas comuns, utilizadas para fins comerciais, industriais, agrícolas,
administrativos ou residenciais.

E) não garantem a proteção de pessoas e equipamentos elétricos ou eletrônicos situados no interior


das zonas protegidas contra os efeitos indiretos causados pelos raios, tais como parada cardíaca,
centelhamento, interferências em equipamentos ou queima de seus componentes causadas por
transferências de potencial devidas à indução eletromagnética.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine qual alternativa está correta, com relação à proteção de
estruturas contra descargas atmosféricas. Vamos analisar cada alternativa separadamente. Antes de
começarmos a comentar as alternativas, preciso fazer uma observação. Por mais que essa questão seja
de 2017, ela trouxe a "letra da norma" referente à versão mais antiga de 2005.

De qualquer forma, não se preocupe! Meus comentários serão baseados na versão atual vigente
(2015), a qual utilizei como base para produzir a aula. Você vai perceber que o entendimento é o
mesmo. No entanto, ela apenas traz o texto relacionado a parte de objetivos e aplicabilidade da versão
de 2005. Aproveite e leve isso como um aprendizado. Caso isso ocorra na sua prova (da questão cobrar
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a letra da norma de uma versão mais antiga, mesmo que já esteja cancelada), julgue os itens conforme
o entendimento geral sobre o assunto. Inclusive, perceba que o enunciado não faz referência nenhuma
à alguma versão específica. Então, seria difícil entra com algum recurso.

Agora vamos julgar cada alternativa! Ao final de cada comentário vou especificar a seção da versão
antiga, caso você tenha curiosidade de olhar.

A) A alternativa está errada. Nenhumas das partes da NBR 5419:2015 se aplica a sistemas ferroviário,
conforme o escopo de cada parte. Essa é justamente a observação que ela traz sobre não aplicação.
(Seção 1.4 da versão de 2005)

B) A alternativa está errada. Conforme a norma, as instalações elétricas cobertas pela NBR 5419 estão
sujeitas também, naquilo que for pertinente, às normas para fornecimento de energia estabelecidas
pelas autoridades reguladoras e pelas empresas distribuidoras de eletricidade. Dessa forma, não
dispensa as observâncias dos regulamentos de órgão públicos aos quais a instalação deva satisfazer.
(Seção 1.6 da versão de 2005)

C) A alternativa está errada. A proteção contra descargas atmosféricas é aplicada sim contra a
incidência direta dos raios na estrutura. Consequentemente os equipamentos e pessoas que se
encontram no interior da edificação (volume protegido) também estão protegidos. Na verdade, a
aplicação da norma é reduzida com relação à proteção da vida humana baseada em efeitos indiretos
devido às descargas atmosféricas bem como as interferências eletromagnéticas causadas por elas.
Inclusive a própria definição de "proteção completa contra descargas atmosféricas" traz esse
entendimento. Segundo à seção 3.41 da parte 1 da NBR 5419:2015, a proteção contra descargas
atmosféricas é definida como o sistema completo para proteção de estruturas contra as descargas
atmosféricas, incluindo seus sistemas internos e conteúdo, assim como as pessoas, em geral
consistindo em SPDA (parte 3) e MPS (parte 4). Letra da norma (Seção 1.1 da versão de 2005).

D) A alternativa está errada. Essas estruturas não estão descritas no rol, o qual a norma não é aplicada.
Esses são exemplos justamente de aplicação. O item está contradizendo exatamente a letra da norma
da Seção 1.2 da versão de 2005. A versão atualmente vigente (2015), apenas especifica em quais
"situações" a proteção contra descargas atmosféricas não é aplicada e quais aplicações podem ter
restrições. Dessa forma, acaba que a versão mais atual abre um leque maior de possibilidades para a
sua aplicação.

E) A alternativa está correta. Conforme a parte 1 e 2 da norma, a aplicabilidade da ABNT NBR 5419
pode ter restrições especialmente na proteção da vida humana quando for baseada em efeitos
indiretos de descargas atmosféricas. Conforme a norma, a parte 4 não cobre a proteção total contra
interferências eletromagnéticas devido às descargas atmosféricas, que podem causar mau
funcionamento de sistemas internos. Dessa forma, não é possível garantir a proteção. Inclusive, a
norma ressalta (em sua parte introdutória) que as medidas de proteções consideradas na ABNT NBR
5419 são comprovadamente eficazes na REDUÇÃO dos riscos associados às descargas atmosféricas. De
qualquer forma, não há dar uma garantia de 100% de proteção. O item se refere à letra da norma da
seção 1.3 da versão de 2005.

Portanto,

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A alternativa (E) é o gabarito da questão.

Na lista de questões comentadas, você vai perceber que eu trouxe algumas questões que
independem de alguma versão específica da NBR 5419, pois cobra um conhecimento geral sobre o
assunto abordado na questão. Ou seja, independentemente de se referenciar de forma específica ou
não à versão mais atual, é plenamente possível resolver a questão nos baseando no que foi estudado
na aula.

2.4. Parte 2: Gerenciamento de risco

Vamos começar o estudo da parte 2 da norma falando sobre do que ela trata.

2.4.1. Escopo e aplicabilidade

Com relação ao seu escopo,

A parte 2 da norma estabelece os requisitos para a análise de risco em uma estrutura


devido às descargas atmosféricas para a terra.

Ela tem como objetivo fornecer um procedimento para a avaliação dos riscos associados às descargas
atmosféricas.

Mas, como isso é feito?

Com a escolha de um limite superior tolerável para o risco, é possível escolher as medidas de proteção
mais apropriadas para reduzir esse risco ao limite ou abaixo do limite tolerável que foi estipulado.

Da mesma forma que a parte 1, essa parte não se aplica à:

-Sistemas ferroviários;

-Veículos;

-Aviões;

-Navios e plataformas offshore,

-Tubulações subterrâneas de alta pressão;

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-Tubulações e linhas de energia e de energia e de sinal colocados fora da estrutura.

A aplicabilidade desta parte da NBR 5419 pode ter restrições principalmente no âmbito da
proteção da vida humana baseada em efeitos indiretos das descargas atmosféricas.

2.4.2. Introdução

As descargas atmosféricas podem ser perigosas tanto para as estruturas quanto para as linhas de
energia e sinal, resultando em: danos à estrutura e ao seu conteúdo, falhas aos sistemas eletroeletrônicos
associados e ferimentos a seres vivos dentro ou perto das estruturas. Ou seja, também envolvem as
vizinhanças e o meio ambiente.

Com o objetivo de reduzir as perdas e danos devidos às descargas atmosféricas, é necessária a


realização de uma análise de risco. Essa análise vai ser responsável por orientar quais medidas serão
necessárias para uma determinada situação ou condição.

O risco é considerado na norma como a provável perda média anual em uma estrutura devido às
descargas atmosféricas.

Esse risco depende dos seguintes fatores:

➢ O número anual de descarga atmosférica que influenciam a estrutura;


➢ A probabilidade de dano por uma das descargas atmosféricas que influenciam;
➢ A quantidade média das perdas causadas.

Esses fatores consequentemente também dependem de outros... Podemos resumir da seguinte


forma:

O número das descargas atmosféricas A Probabilidade de danos A quantidade média da


que influenciam a estrurura depende: devido às descargas depende: perda depende:

➢ Das dimensões e das características


➢ Da estrutura;
das estruturas e das linhas
➢ Das linhas conectadas;
conectadas;
➢ Das características da
➢ Das características do ambiente da ➢ Da extensão dos danos;
corrente da descarga
estrutura e das linhas; ➢ Dos efeitos consequentes.
atmosférica;
➢ Da densidade de descargas
➢ Do tipo e da eficiência das
atmosféricas para a terra na região
medidas de proteção
onde estão localizadas a estrutura e
utilizadas.
as linhas.

O efeito das medidas de proteção é resultado das características de cada medida de proteção, que
pode reduzir a probabilidade de danos ou a quantidade média de perda consequente (ou seja, tem impacto
direto sobre o risco).

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A questão é o seguinte:

Não podemos afetar diretamente o número de descargas atmosféricas que ocorrem em uma
determinada região, pois se trata de um fenômeno inerente da natureza. No entanto, é possível reduzir a
probabilidade de danos e a quantidade média de perda! E a análise de risco vai levar em consideração todos
esses fatores.

As medidas de proteção contra descargas atmosféricas podem ser utilizadas


independentemente do resultado da análise de risco.

De forma geral, as descargas podem ser classificadas em: descargas diretas à estrutura ou descargas
indiretas próximas a ela. As descargas diretas à estrutura ou a uma linha conectada são caracterizadas por
causarem danos físicos e perigo à vida.

As descargas atmosféricas próximas bem como as diretas podem causar falhas nos sistemas
eletroeletrônicos devido a sobretensões resultantes do acoplamento resistivo e indutivo desses sistemas
com a corrente da descarga atmosférica

Ao comentarmos sobre a parte 2 da NBR 5419, devemos sempre nos lembrar das características e
das diferenças entre perdas e danos (seção 1.2.2).

Vou relembrar aqui para você:

Cada tipo de dano (sozinho ou em combinação com outros) pode produzir diferentes
perdas. Ou seja, a perda é uma consequência dos danos e depende da característica do
próprio objeto de referência (estrutura e conteúdo). Ok?

As fontes (S1, S2, S3 e S4) e os tipos de danos (D1, D2 e D3) e de perdas (L1, L2, L3 e L4) (que
comentamos na seção referente ao estudo da parte 1 da norma) ainda estão valendo!

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2.4.3. Riscos e componentes de riscos

Essa seção será destinada ao estudo mais aprofundado dos riscos bem como das suas componentes.
Vamos começar pela definição fornecida pela norma...

O risco (R) é definido como o valor da perda média anual provável (pessoas e bens) devido
à descarga atmosférica, em relação ao valor total (pessoas e bens) da estrutura a ser
protegida.

―Professora, mas você está repetindo a mesma definição que apresentou na seção passada?

Sim! Estou, pois, caso você tenha o interesse de fazer um estudo separado de cada parte da norma,
você não ficará perdido e o material ficará mais completo. Certo?

Em outras palavras, o risco R deve ser entendido como um valor relativo a uma provável perda anual
média. Para cada tipo de perda, o risco resultante deve ser avaliado.

Os seguintes riscos para cada tipo de perda devem ser avaliados:

➢ R1: risco de perda da vida humana (incluindo ferimentos permanentes);


➢ R2: risco de perdas de serviços ao público;
➢ R3: risco de perdas do patrimônio cultural;
➢ R4: risco de perda de valores econômicos.

Perceba que os termos que descrevem cada risco são diferentes dos apresentados na parte 1. Isso
não importa, pois o sentido é o mesmo. Tá bem? É apenas uma questão de escrita.

Cada risco possui componentes associadas. Ou seja, podemos dizer que temos riscos parciais que
dependem da fonte e do tipo de dano. Precisamos definir e calcular os riscos parciais para avaliar
correntamente os riscos.

―Professora, então como vamos calcular o risco?

Cada risco ( R1, R2, R3 e R4) será composto pela soma de seus componentes de risco, que serão
agrupados de acordo com as fontes e os tipos de danos. Observe a tabela abaixo para entender como o risco
será composto:

RISCO PARA CADA TIPO DE PERDA COMPOSIÇÃO

Risco de perda da vida humana (R1) 𝑅1 = 𝑅𝐴1 + 𝑅𝐵1 + 𝑅𝐶11 + 𝑅𝑀11 + 𝑅𝑈1 + 𝑅𝑉1 + 𝑅𝑊11 + 𝑅𝑍11

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Risco de perdas do serviço público (R2) 𝑅2 = 𝑅𝐵2 + 𝑅𝐶2 + 𝑅𝑀2 + 𝑅𝑉2 + 𝑅𝑊2 + 𝑅𝑍2

Risco de perdas de patrimônio cultural o (R3) 𝑅3 = 𝑅𝐵3 + 𝑅𝑉3

Risco de perdas de valor econômico (R4) 𝑅4 = 𝑅𝐴4 2 + 𝑅𝐵4 + 𝑅𝐶4 + 𝑅𝑀4 + 𝑅𝑈4 2 + 𝑅𝑉4 + 𝑅𝑊4 + 𝑅𝑍4

Os componentes que possuem o índice 1 serão utilizados somente para estruturas com
risco de explosão e para hospitais com equipamentos elétricos para salvar vidas ou outras
estruturas, quando a falha dos sistemas possa colocar em perigo a vida humana.

Os componentes que possuem o índice 2 serão utilizados somente para propriedades onde
animais possam ser perdidos.

―Professora, mas qual o significado de cada componente?

Os componentes vão depender da fonte e do tipo do dano. Consequentemente, cada um vai ter um
significado diferente.

Vou apresentas os componentes de risco devido à descarga atmosférica, de acordo com


cada tipo de fonte de danos. Ou seja, considerando a possibilidade de incidência direta na
estrutura (fonte S1) ou perto da estrutura (fonte S2), bem como diretamente na linha
(fonte S3) conectada à estrutura ou apenas perto da linha (fonte S4).

Componentes de risco para uma estrutura devidos às descargas atmosféricas na


estrutura (S1):

RA: componente relativo a ferimentos aos seres vivos causados por choque elétrico devido
às tensões de toque e passo dentro da estrutura e fora nas zonas até 3 m ao redor dos
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condutores de descidas. Para a componente RA, temos o seguinte tipo de danos: danos aos
seres vivos por choque elétrico(D1). O componente de risco RA tem impacto sobre os
seguintes tipos de perda L1 e L4 (no caso de estruturas contendo animais vivos). Por isso,
é utilizado apenas para calcular R1 e R4.

RB: componente relativo a danos físicos causados por centelhamentos perigosos dentro da
estrutura iniciando incêndio ou explosão, os quais podem também colocar em perigo o
meio ambiente. Para a componente RB, temos o seguinte tipo de danos: danos físicos (D2).
O componente de risco RB tem impacto sobre os seguintes tipos de perda: L1, L2, L3 e L4.
Por isso, é utilizado no cálculo de todos os tipos de riscos (R1, R2, R3 e R4).

RC: componente relativo a falhas de sistemas internos causados por LEMP. Para a
componente RC, temos o seguinte tipo de danos: falhas de sistemas eletroeletrônicos (D3).
O componente de risco RC tem impacto sobre os seguintes tipos de perda: L1, L2 e L4. Por
isso, é utilizado no cálculo de R1, R2 e R4.

Componentes de risco para uma estrutura devido às descargas atmosféricas perto da


estrutura (S2):

RM: componente relativo a falhas de sistemas internos causados por LEMP. Para a
componente RC, temos o seguinte tipo de danos: falhas de sistemas eletroeletrônicos (D3).
O componente de risco RM tem impacto sobre os seguintes tipos de perda: L1, L2 e L4. Por
isso, também utilizado no cálculo de R1, R2 e R4.

Componente de risco para uma estrutura devido às descargas atmosféricas a uma linha
conectada à estrutura (S3):

RU: componente relativo a ferimentos aos seres vivos causados por choque elétrico devido
às tensões de toque e passo dentro da estrutura. Para a componente RU, temos o seguinte
tipo de danos: danos aos seres vivos por choque elétrico (D1). O componente de risco RU
tem impacto sobre os seguintes tipos de perda: L1 e L4 (propriedades agrícolas). Por isso,
é utilizado apenas para calcular R1 e R4.

RV: componente relativo a danos físicos (incêndio ou explosão iniciados por


centelhamentos perigosos entre instalações externas e partes metálicas geralmente no
ponto de entrada da linha na estrutura) devido à corrente da descarga atmosférica
transmitida ou ao longo das linhas. Para a componente Rv, temos o seguinte tipo de danos:
danos físicos (D2). O componente de risco RV tem impacto sobre os seguintes tipos de
perda: L1, L2, L3 e L4. Por isso, é utilizado no cálculo de todos os tipos de riscos (R1, R2, R3
e R4).

RW: componente relativo a falhas de sistemas internos causados por sobretensões


induzidas nas linhas que entram na estrutura e transmitidas a esta. Para a componente RW,
temos o seguinte tipo de danos: falhas de sistemas eletroeletrônicos (D3). O componente
de risco RW tem impacto sobre os seguintes tipos de perda: L1, L2 e L4. Por isso, também
utilizado no cálculo de R1, R2 e R4.

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Componentes de risco para uma estrutura devido às descargas atmosféricas perto de


uma linha conectada à estrutura (S4):

RZ: componente relativo a falhas de sistemas internos causados por sobretensões induzidas
nas linhas que entram na estrutura e transmitidas a esta. Para a componente RZ, temos o
seguinte tipo de danos: falhas de sistemas eletroeletrônicos (D3). O componente de risco
RW tem impacto sobre os seguintes tipos de perda: L1, L2 e L4. Por isso, também utilizado
no cálculo de R1, R2 e R4.

Conclusão: cada um dos componentes se refere a uma fonte específica de danos (S1, S2, S3, e S4),
que pode causar diferentes tipos de danos e, consequentemente, diferentes tipos de perdas.

Poderia citar outros componentes de acordo com a fonte de danos (por exemplo: descargas
atmosféricas perto das estruturas S2, diretamente em uma linha S3 e perto de uma linha S4). No entanto,
estaríamos nos aprofundando muito e perdendo em objetividade.

O ponto aqui é entender que o componente de risco depende da fonte e do tipo de dano e, como
consequência, podem trazer perdas associadas.

Nos exemplos, perceba que um mesmo componente podem ser utilizado para calcular diferentes
tipos de risco.

―E o que isso quer dizer?

Quer dizer que a perda resultante (a consequência ) pode ter várias "origens", ou melhor, a perda é
o resultado de diferentes fontes ou tipos de danos. No final das contas, o risco associado a cada tipo de
perda será composto por diferentes componentes.

2.4.4. Gerenciamento de risco

Vou começar essa subseção fazendo a seguinte pergunta...

Mas e agora sabendo de tudo isso, como poderemos avaliar se vai ser necessária ou não a proteção
contra descargas atmosféricas em uma estrutura?

Conforme a NBR 5419-2:2015, o seguinte procedimento básico deve ser adotado:

1. identificação da estrutura a ser protegida e suas características;


2. identificação de todos os tipos de perdas na estrutura e os correspondentes riscos relevantes R (R1 a
R4);
3. avaliação do risco R para cada tipo de perda R1 a R4;
4. avaliação da necessidade de proteção, por meio da comparação dos riscos R1, R2 e R3 com os riscos
toleráveis RT;
5. avaliação da eficiência do custo da proteção pela comparação do custo total das perdas com ou sem
as medidas de proteção. Neste caso, a avaliação dos componentes de risco R4 deve ser feita no
sentido de avaliar tais custos (procedimento especificado no Anexo D da norma).

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Falamos, falamos e falamos sobre os riscos, mas ainda não foi comentado qual o valor máximo
tolerado para o risco RT e como podemos calcular os componentes de risco.

Conforme a norma, a identificação do valor do risco tolerável está sob a responsabilidade da


autoridade competente que tenha jurisdição.

A Tabela 4 da parte 2 da NBR 5419 apresenta alguns valores típicos de risco tolerável. Vou
apresentar esses valores para que você tenha apenas uma noção de grandeza:

L1-Perda da vida humana ou ferimentos permanentes: RT= 10-5

L2-Perda da do serviço público: RT= 10-3

L3-Perda de patrimônio cultural: RT= 10-5

Os componentes de risco (RA, RB, RC, RM, RU, RV, RW e RZ) podem ser calculados pela seguinte
expressão:

𝑅𝑋 = 𝑁𝑋 × 𝑃𝑋 × 𝐿𝑋

Onde:

-NX é o número de eventos perigosos por ano;

-PX é a probabilidade de dano à estrutura;

- LX é a perda consequente;

Vou comentar superficialmente sobre cada variável,

O número de eventos perigosos (ND) é definido como o número médio anual esperado de
eventos perigosos devido à descarga atmosférica. Esse termo está referenciado para o
ponto de impacto, ou seja, número de eventos perigosos devido à descarga atmosférica
direta a uma estrutura ou a uma linha e perto de uma estrutura ou de uma linha.

O número de eventos perigosos é afetado pela: densidade de descargas atmosféricas para a terra (NG
que representa o número de descargas atmosféricas por km2 por ano) e pelas características da estrutura a
ser protegida, sua vizinhança, linhas conectadas e o solo.

A probabilidade de dano12 (PX) é definida como a probabilidade de um evento perigoso


causar danos na, ou dentro, da estrutura a ser protegida.

12
Seção 3.1.39 da NBR 5419-2:2015.
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A probabilidade de danos é afetada pelas características: da estrutura a ser protegida, das linhas
conectadas e das medidas de proteção existentes.

A perda consequente LX13 é definida como a quantidade média de perda (pessoas e bens)
consequente a um tipo específico de dano devido a um evento perigoso, relativo a um valor
(pessoas e bens) de uma estrutura a ser protegida.

A perda consequente é afetada: pelo uso para o qual a estrutura foi projetada, pela frequência das
pessoas, pelo tipo de serviço fornecido ao público, pelo valor dos bens afetados pelos danos e pelas medidas
providenciadas para limitar a quantidade de perdas.

Inclusive, o anexo C da NBR 5419-2:2015 traz de forma detalhada os fatores que influenciam o cálculo da
perda consequente LX. Segundo esse anexo podemos destacar que o tempo durante o qual as pessoas
permanecem nos locais também interfere no cálculo da perda consequente, pois o número de pessoas em
perigo pode maior ou menor.

Agora que sabemos como cada componente pode ser calculado, aplicamos a quarta etapa do
procedimento básico para avaliar se vai ser necessária ou não a proteção contra descargas atmosféricas em
uma estrutura.

Essa etapa se refere à avaliação da necessidade de proteção por meio da comparação dos riscos R1,
R2 e R3 com os riscos toleráveis RT.

―Professora, de forma mais específica, como será desenvolvida essa análise?

Para cada tipo de risco a ser considerado, devemos seguir os seguintes passos:

a) identificar os componentes RX que compõe o risco;

b) calcular os componentes de risco identificados RX;

c) calcular o risco total R;

d) identificar os riscos toleráveis RT;

e) comparação do risco R com o valor do risco tolerável RT.

Como conclusão, teremos as seguintes possibilidades:

13
Seção 3.1.40 da NBR 5419-2:2015
56

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A proteção contra a descarga


Se R≤ RT
atmosférica não é necessária!

RISCOS
Medidas de proteção devem ser
adotadas no sentido de reduzir o
Se R> RT valor de R, de modo a obtermos
R≤RT para todos os riscos aos
quais a estrutura está sujeita.

Se R ≤ RT → a proteção contra a descarga atmosférica não é necessária.

Se R > RT → medidas de proteção devem ser adotadas no sentido de reduzir o valor de R, de modo a
obtermos R ≤ RT para todos os riscos aos quais a estrutura está sujeita.

Esse procedimento deve ser realizado de forma iterativa até obtermos um valor
suficientemente menor que o risco tolerável. Caso, por algum motivo justificável, não seja
possível obter esse valor, o mais alto nível de proteção deve ser providenciado.

Para reduzir o valor do risco, medidas de proteção devem ser adotadas, certo?

No entanto, não estamos falando de quaisquer medidas!

Medidas de proteção consideradas efetivas serão apenas aquelas que estiverem em conformidade
com os requisitos da parte 3 e da parte 4 da NBR 5419:2015, que tratam respectivamente sobre a proteção
contra ferimentos de seres vivos e danos físicos à estrutura e sobre a proteção contra falhas de sistemas
eletroeletrônicos.

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A parte 3 da norma trata das medidas de proteção para reduzir os ricos de danos físicos e
perigo de vida. A parte 4 fornece informações sobre medidas de proteção para reduzir os
riscos de danos permanentes de sistemas eletroeletrônicos existentes na estrutura.

Escolher as medidas mais adequadas é um processo que deve levar em consideração a participação
de cada componente de risco no risco total e os aspectos técnicos e econômicos das diferentes medidas.

―Por que, professora?

Porque, para cada tipo de perda, existe um número de medidas que permite que a condição R ≤ RT
continue sendo mantida. Assim, é necessário que os componentes de risco mais críticos sejam identificados
para que assim seja possível reduzi-los.

(Pref. Aracati- ACEP-Engenheiro Eletricista-2019) Segundo a norma ABNT NBR 5419/2015, todo
projeto de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas deverá ser precedido de uma análise
criteriosa e detalhada de riscos, visando a correta prescrição e dimensionamento de um sistema de
proteção contra descargas atmosféricas. A respeito deste assunto, é correto afirmar que:

A) a classe mínima do SPDA e as Medidas de Proteção contra Surtos não são determinadas pela análise
de risco.

B) as informações a respeito das linhas elétricas de energia e telecomunicações que chegam e


adentram as edificações não interferem no resultado final da análise de risco R1.

C) a quantidade de pessoas nas edificações a serem analisadas e os respectivos tempos de


permanência nos referidos locais durante o ano interferem no cálculo do risco R1.

D) o cálculo de risco R2 deve ser realizado quando da análise de riscos em edificações de cunho
comercial como Shoppings Centers, Supermercados e Lojas.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue as afirmativas de cada alternativa sobre a análise de risco (da
NBR 5419-2:2015) para determinar qual está correta. Vamos julgar cada alternativa separadamente.

A) A alternativa está incorreta. A classe mínima do SPDA é determinada segundo o nível de proteção
paras as descargas atmosféricas adotado no projeto. Então, de fato, não são determinadas pela análise
de risco. No entanto, a seleção das medidas de proteção adequadas deve ser feita pelo projetista de
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acordo com a participação de cada componente de risco no risco total R. Parâmetros críticos devem
ser identificados com o objetivo de determinar as medidas mais eficientes para reduzir o rico R (seção
5.7 da NBR 5419-2:2105). Assim, em determinada circunstância, pode ser que a medida de proteção
contra surtos seja sim determinada na análise de risco como uma medida que necessária para reduzir
o risco R.

Neste contexto, ressalto que (conforme comentamos nessa seção da aula) a parte 3 da norma
trata das medidas de proteção para reduzir os ricos de danos físicos e perigo de vida. Já a parte 4
fornece informações sobre medidas de proteção para reduzir os riscos de dano permanente de
sistemas eletroeletrônicos existentes na estrutura.

B) A alternativa está incorreta. As componentes de risco para uma estrutura devido às descargas
atmosféricas a uma linha conectada às estruturas (as quais são: RU, RV e RW ) participam do cálculo para
o cálculo final do Risco R1. Veja que o risco R1 é calculado da seguinte forma:

𝑅1 = 𝑅𝐴1 + 𝑅𝐵1 + 𝑅𝐶11 + 𝑅𝑀11 + 𝑅𝑈1 + 𝑅𝑉1 + 𝑅𝑊11 + 𝑅𝑍11

Portanto, interferem sim no seu cálculo.

C) A alternativa está correta. Conforme estudamos nessa seção, cada componentes de risco (RA, RB, RC,
RM, RU, RV, RW e RZ) utilizado para calcular o risco para cada tipo de perda ( R1, R2, R3 e R4) podem ser
calculados pela seguinte expressão:

𝑅𝑋 = 𝑁𝑋 × 𝑃𝑋 × 𝐿𝑋

Onde, NX é o número de eventos perigosos por ano, PX é a probabilidade de dano à estrutura e LX


é a perda consequente.

Vimos que a perda consequente é afetada pelo uso para o qual a estrutura foi projetada, pela
frequência das pessoas, pelo tipo de serviço fornecido ao público, pelo valor dos bens afetados pelos
danos e pelas medidas providenciadas para limitar a quantidade de perdas.

Conforme o anexo C da NBR 5419-2:2015, o tempo durante o qual as pessoas permanecem nos
locais interferem no cálculo da perda consequente, pois o número de pessoas em perigo pode maior
ou menor. Dessa forma, tanto a quantidade de pessoas nas edificações quanto o tempo de
permanência são fatores que interferem no cálculo do risco de perda da vida humana R1.

D) A alternativa está incorreta. O risco R2 se refere ao risco de perda de serviço ao público, não
necessariamente apenas de cunho comercial. Temos aí o segmento industrial, hospitalar, escolas,
igrejas etc. A questão restringe a aplicação do cálculo do risco R2.

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

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2.5. Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida

Com o estudo dessas seções iniciais, podemos agora estudar efetivamente a principal medida de
proteção contra descargas atmosféricas: o SPDA (parte 3 da norma).

O que quero dizer com "principal"?

Obviamente, todas as medidas e partes que compõe a NBR 5419 são importantes e cumprem um
papel indispensável no contexto geral da proteção contra descarga atmosférica. No entanto, o SPDA ( e os
assuntos relacionados a essa parte da norma) são os mais frequentes em prova. Talvez por se tratar de um
tema mais "prático" ( com prescrições, orientações e condições ) e por ser direcionado para a proteção
contra ferimentos de seres vivos e danos físicos à estrutura.

Por esse motivo utilizei o adjetivo "principal"!

A parte 3 da norma trata da proteção, no interior ou ao redor de uma estrutura, contra danos físicos
e contra lesões a seres vivos devido às tensões de passo e de toque.

O SPDA é considerado pela norma a principal e mais eficaz medida de proteção contra
danos físicos.

2.5.1. Escopo e aplicabilidade

Com relação ao escopo,

A parte 3 da NBR 5419:2015 estabelece os requisitos para a proteção de uma estrutura


contra danos físicos por meio de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas
(SPDA) e para a proteção de seres vivos contra lesões causadas pelas tensões de toque e
de passo nas vizinhanças de um SPDA.

Esta norma se aplica a:

➢ Projeto, instalação, inspeção e manutenção de um SPDA para estrutura sem limitação de altura;
➢ Estabelecimento de medidas para a proteção contra lesões a seres vivos causadas pelas tensões de
passo e toque provenientes das descargas atmosféricas.

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2.5.2. Introdução

As descargas atmosféricas podem ser diretas ou indiretas. Com relação a incidência direta dos raios,
as edificações (de qualquer origem e nível de tensão) e as linhas de transmissão devem ser protegidas. O
mais adequado é que as instalações de eletroeletrônicos também sejam protegidas contra os efeitos
indiretos (surtos induzidos), os quais podem danificar as linhas de energia e de sinal.

Esta parte da norma não traz prescrições direcionadas a prover proteção contra falhas de
sistemas elétricos e eletrônicos devido a sobretensões. Ou seja, trata apenas dos danos
físicos e dos perigos a vida causados pela incidência direta dos raios. Conforme foi
comentado anteriormente, os requisitos específicos para tais casos estão descritos na
parte 4.

Como se trata de um imprevisível fenômeno da natureza, não conseguimos garantir uma eficiência
de 100% para a proteção contra as descargas atmosféricas, apesar de haver inúmeros esforços e pesquisas
nesse contexto.

O mais garantido é seguir, no mínimo, as prescrições estabelecidas pela norma para o


dimensionamento e execução do SPDA.

De acordo com a NBR 5419-3:2015,

O sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA)14 é considerado como um


sistema completo utilizado para minimizar os danos físicos causados por descargas
atmosféricas em uma estrutura e consiste nos sistemas de proteção externo e interno.

Logo, o SPDA é um sistema completo composto pelos sistemas de proteção externo e interno. Vou
falar brevemente sobre o objetivo de cada sistema, mas teremos seções específica para estudar cada um
separadamente.

O SPDA externo é destinado a interceptar uma descarga atmosférica, conduzir a corrente para a terra
e dispersar essa corrente neste referencial (solo). Já o SPDA interno tem como objetivo reduzir os riscos de
centelhamento perigoso dentro do volume de proteção originado pelo SPDA externo.

14
Seção 3.1 da NBR 5419-3:2015.
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2.5.3. Classe do SPDA

Fazendo uma correlação com o que foi estudado na seção 1.3.7 do livro (Níveis de proteção),
podemos classificar o SPDA de acordo com os níveis de proteção contemplados na norma.

― Por que, professora?

Porque as caraterísticas de um SPDA dependem das características da estrutura e do nível de


proteção considerado. Dessa forma, para cada nível há uma classe respectiva.

Temos a seguinte correlação:

NÍVEL DE PROTEÇÃO CLASSE DO SPDA

I I

II II

III III

IV IV

A classe do SPDA deve ser escolhida com base na avaliação de risco contida na parte 2 da NBR 5419!
A eficiência de cada classe é fornecida no Anexo B.

―Certo, professora. Mas de forma prática, por quais motivos as classes são diferentes? Quais as
características de cada uma?

As classes são caracterizadas por dois conjuntos de fatores: os fatores que dependem da classe e
aqueles que não dependem.

Dados que dependem da classe do SPDA:

➢ parâmetros da descarga atmosférica (contidos na parte 1 da norma);


➢ raio da esfera rolante, tamanho da malha e ângulo de proteção (seção 5.2.2, sobre posicionamento
do subsistema de captação);
➢ distâncias típicas entre condutores de descida e dos condutores em anel (seção 5.3.3, sobre o
posicionamento do subsistema de descida);
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➢ distância de segurança contra centelhamento perigoso (seção 6.3, sobre a isolação elétrica de um
SPDA externo);
➢ comprimento mínimo dos eletrodos de terra (seção 5.4.2, sobre os arranjos do subsistema de
aterramento).

Fatores não dependentes da classe do SPDA:

➢ equipotencialização para descargas atmosféricas (seção 6.2);


➢ espessura mínima de placas ou tubulações metálicas nos sistemas de captação (na seção 5.2.5,
componentes naturais do subsistema de captação);
➢ materiais do SPDA e condições de uso (na seção 5.5, sobe componentes);
➢ materiais, configuração e dimensões mínimas para captores, descidas e eletrodos de aterramento
(seção 5.6, sobre materiais e dimensões);
➢ dimensões mínimas dos condutores de conexão (seção 6.2.2, sobre equipotencialização).

Conforme foi comentado na seção 1.3.7 deste livro, as medidas de proteção serão consideradas
efetivas contra descargas atmosféricas cujos parâmetros estiverem na faixa definida para o NP adotado no
projeto. Logo, os critérios de proteção a serem adotados deverão ser selecionados de acordo com o nível de
proteção aplicado à estrutura.

Como iremos dar uma atenção especial à parte 3 da norma, teremos seções separadas para o estudo
dos temas mais importantes contidos nessa parte, com a finalidade de que a aula fique mais organizada e o
entendimento seja o mais claro possível. Tudo bem?

2.6. SPDA externo

Conforme comentamos anteriormente, o sistema de proteção de proteção contra descargas


atmosférica (SPDA) é composto por dois sistemas de proteção: sistema externo e sistema interno.

Nesta seção, vamos estudar apenas sobre o SPDA externo!

O SPDA externo é destinado a interceptar uma descarga atmosférica para a estrutura (por meio do
subsistema de captação), conduzir a corrente para a terra de forma segura (por meio do subsistema de
descida) e dispersar a corrente na terra (por meio do subsistema de aterramento).

Ou seja, o SPDA externo é constituído por um subsistema de captação, um subsistema de descida e


um subsistema de aterramento e tem por objetivo básico interceptar os raios e conduzi-los à terra para que
a corrente seja dispersada.

A interceptação pode ser realizada de forma direta, incluindo as descargas laterais às estruturas. A
dispersão da corrente deve ocorrer sem causar danos térmicos ou mecânicos, nem centelhamento perigoso
que possa iniciar fogo ou explosões.

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O SPDA externo ainda pode ser classificado como um SPDA isolado15, no qual o subsistema de
captação e o subsistema de descida são posicionados de forma que o caminho da corrente não fique em
contato com a estrutura a ser protegida. Neste caso, não é permitida a ocorrência de centelhamento
perigoso entre o SPDA e a estrutura a ser protegida.

O sistema isolado deve ser levado em consideração quando os efeitos térmicos e de explosão devido
à corrente da descarga atmosférica puder causar danos à estrutura ou ao seu conteúdo, como por exemplo,
paredes ou cobertura de material combustível e áreas com risco de explosão e fogo.

No entanto, é muito frequente que o SPDA externo incorpore partes da estrutura a ser protegida.
Dessa maneira, teremos então um SPDA não isolado.

O SPDA não isolado16 consiste em um sistema no qual o subsistema de captação e o subsistema de


descida são posicionados de tal forma que o caminho da corrente da descarga atmosférica esteja em contato
com a estrutura a ser protegida.

De maneira geral, o SPDA externo é constituído por três subsistemas intimamente interligados, os
quais podemos citar:

➢ Subsistema de captação;
➢ Subsistema de descida;
➢ Subsistema de aterramento.

As partes eletricamente condutoras das estruturas podem ser utilizadas de forma otimizada pelo
sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Dessa forma, a construção de uma instalação pode ser
realizada de forma a preservar a estética e melhorar o desempenho do SPDA com a redução de custos e
esforços.

De acordo com o que foi discutido, podemos considerar que o SPDA pode utilizar materiais
condutores naturais e não naturais.

Os componentes naturais são considerados componente integrantes à estrutura da edificação e os


não naturais são aqueles que não integram e que foram instalados visando exclusivamente a proteção contra
descargas atmosféricas.

De acordo com a norma NBR 5419:2015,

15
Seção 3.3 da NBR 5419-3:2015.
16
Seção 3.4 da NBR 5419-3:2015.
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Componente natural do SPDA 17 é o componente condutivo não instalado


especificamente para proteção contra descargas atmosféricas, mas que pode ser integrado
ao SPDA ou que, em alguns casos, pode prover a função de uma ou mais partes do SPDA.

Assim, os componentes condutores que estão dentro das estruturas de forma definitiva (não
podendo ser modificados) podem ser utilizados como componentes naturais do SPDA, obviamente, desde
que cumpram os requisitos da norma.

Os componentes metálicos18 que não forem definitivos à estrutura devem ficar dentro do
volume de proteção ou incorporados de forma complementar ao SPDA.

A terminologia de componentes naturais pode ser estendida aos subsistemas. Isto, é os subsistemas
podem ser classificados segundo a sua natureza construtiva como naturais e não naturais!

Dessa forma, podemos ter os seguintes exemplos para o seu uso:

➢ captor natural (estrutura e telhas metálicas);


➢ descida natural (perfis metálicos configurando os pilares de sustentação);
➢ eletrodo de aterramento natural (armaduras do concreto armado providas de continuidade elétrica).

Independentemente se o SPDA for instalado ou adequado em uma estrutura existente, as prescrições


contidas na norma NBR 5419:2015 devem ser seguidas em todas as etapas.

Vamos descrever nas próximas subseções as principais características de cada subsistema.

2.6.1. Subsistema de Captação

Conforme à NBR 5419-3:2015,

O subsistema de captação19 é definido como a parte de um SPDA externo que utiliza


elementos metálicos dispostos em qualquer direção, que são projetados e posicionados
para interceptar as descargas atmosféricas.

17
Seção 3.15 da NBR 5419-3:2015.
18
Seção 5.1.3 da NBR 5419-3:2015.
19
Seção 3.6 da NBR 5419-3:2015.
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O subsistema de captação é formado por elementos condutores expostos localizados na parte


superior (mais elevada) da edificação. Eles são responsáveis por interceptar as descargas atmosféricas por
meio de um contato direto.

Quando o subsistema de captação é adequadamente instalado, a probabilidade da descarga


atmosférica penetrar na estrutura pode ser consideravelmente reduzida. O subsistema de captação pode ser
composto pela combinação de qualquer um dos seguintes elementos:

➢ hastes (inclusive mastros);


➢ condutores suspensos;
➢ condutores em malhas.

Conforme comentamos anteriormente, os captores podem ser naturais ou não naturais dependendo
se já são partes integrantes ou não da edificação.

A tabela abaixo resume quais partes de uma estrutura podem ser consideradas como captores
naturais20 desde que sejam atendidas algumas condições, conforme a NBR 5419-3:2015.

Ressalto que dificilmente as condições específicas para cada caso devam ser cobradas em prova. O
que você deve absorver é o seguinte: para que elementos condutores sejam considerados captores naturais,
algumas condições devem ser atendidas, pois suas características devem ser compatíveis com critérios
estabelecidos para os captores.

Já que estamos tratando "essencialmente" sobre imprevisibilidade nesse capítulo, é importante


considerar que questões com um nível de dificuldade maior possa exigir esse conhecimento. No mais, pelo
menos você vai entender melhor o contexto no qual elas estão inseridas.

Partes da Estrutura Condições


➢ a continuidade elétrica entre as diversas partes seja
feita de forma duradoura;
➢ a espessura da chapa metálica não seja inferior ao
valor t' fornecido pela Tabela 3 da NBR 5419:2015
caso não seja importante que se previna a perfuração
da chapa ou não considerar a ignição de materiais
Chapas metálicas cobrindo a estrutura a
inflamáveis abaixo da cobertura;
ser protegida, desde que:
➢ a espessura da folha metálica não seja menor que o
valor t fornecido na Tabela 3, se for necessário
precauções contra perfuração ou se for necessário
considerar os problemas com pontos quentes;
➢ elas não sejam revestidas com material isolante.

Componentes metálicos da construção da ➢ esta possa ser excluída do volume de proteção;


cobertura (treliças, ganchos de

20
Seção 5.2.5 da NBR 5419-3:2015.
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ancoragem, armadura de aço da estrutura


etc.), abaixo de cobertura não metálica,
desde que
➢ estejam instaladas de forma permanente, ou seja,
que sua retirada desconfigura a característica da
Partes metálicas, como as ornamentações,
estrutura e que tenham seções transversais não
grades, tubulações, coberturas de
inferiores às especificadas para componentes
parapeitos etc., desde que:
captores;

➢ eles sejam construídos de material com espessuras e


Tubulações metálicas e tanques na
seções transversais de acordo com a Tabela 6.
cobertura, desde que:
➢ elas sejam construídas de material com espessura
não inferior aos valores apropriados de t fornecidos
Tubulações metálicas e tanques contendo
na Tabela 3 e que a elevação de temperatura da
misturas explosivas ou prontamente
superfície interna no ponto de impacto não constitua
combustíveis, desde que
alto grau de risco (ver Anexo D).

De forma geral, os captores naturais são formados por elementos condutores expostos, os
quais são partes integrantes da edificação. Podemos citar como exemplos de captores
naturais: as coberturas metálicas das estruturas, mastros, tubos, tanques, entre outros
elementos que estejam expostos acima das coberturas e constituídos de material
condutor, desde que também estejam integrados à estrutura da edificação e atendam aos
requisitos da norma.

A Tabela 3 da NBR 5419:2015 especifica a espessura mínima das chapas metálicas ou tubulações
metálicas nos sistemas de captação. Segundo à norma, a espessura mínima (em mm) deve ser escolhida em
função do material e se a espessura vai ou não prevenir a perfuração, pontos quentes ou problemas de
ignição na estrutura.

Eu encontrei uma questão recente muito específica que exigia justamente a espessura
mínima de uma telha de alumínio segundo à NBR 5419:2015. Essa questão será comentada

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no final dessa seção. Então, é importante que, no mínimo, você dê uma olhada nesta tabela
da norma. Querendo ou não, fica inviável colocar todas as tabelas da norma na nossa aula.

Os captores não naturais são formados por elementos condutores, que possui a finalidade exclusiva
de estabelecer contato direto com as descargas atmosféricas. Podemos citar como exemplos de captores
não naturais: os condutores de cobre nus em forma de malha, os captores de haste, entre outros, desde que
desempenhem a função específica dos captores.

Os captores de haste simples são muito comuns e são instalados na parte superior das edificações
nos projetos de SPDA que utilizam o método do ângulo de proteção. Com uma configuração diferente dessa,
podemos destacar os captores do tipo Franklin que são constituídos de hastes captoras em forma de ponta.

Em termos de construção (independentemente se são naturais ou não), a NBR 5429-3:2015 ressalta


que os captores de um SPDA não isolado da estrutura a ser protegida podem ser instalados da seguinte
forma:

➢ se a cobertura é feita por material não combustível, os condutores do subsistema de captação podem
ser posicionados na superfície da cobertura;
➢ se a cobertura for feita por material prontamente combustível, cuidados especiais devem ser
tomados em relação à distância entre os condutores do subsistema de captação e o material. Para
coberturas de sapé ou palha onde não sejam utilizadas barras de aço para sustentação do material,
uma distância não inferior a 0,15 m é adequada. Para outros materiais combustíveis, 0,10 m;
➢ partes facilmente combustíveis da estrutura a ser protegida não podem permanecer em contato
direto com os componentes de um SPDA externo e não podem ficar abaixo de qualquer componente
metálico que possa derreter ao ser atingido pela descarga atmosférica. Devem ser considerados
componentes menos combustíveis como folhas de madeira;
➢ se for permitido que água possa se acumular em uma cobertura plana, recomenda-se que o
subsistema de captação seja instalado acima do provável nível máximo de água.

O volume a ser protegido pelo SPDA depende do correto posicionamento dos elementos captores, os
quais devem seguir as exigências da norma que estão mais detalhadas no anexo A e estudaremos de forma
mais aprofundada na seção 2.8 da aula.

Com relação aos métodos de captação, a NBR 5419-3:2015 se restringe apenas aos métodos de
captação citados nela. Dessa forma, qualquer outro recurso que tenha como objetivo o aumento do raio de
proteção dos captores não são contemplados.

Conforme a norma, os componentes do subsistema de captação devem ser instalados nas


extremidades, pontas expostas, cantos salientes e nas beiradas de acordo com um ou mais dos métodos
de captação considerados na norma.

Os métodos aceitáveis para determinar a posição do subsistema de captação são:

➢ Método do ângulo de proteção;


➢ Método da esfera rolante;
➢ Método das malhas.

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O método da esfera rolante e das malhas são adequados em todos os casos! Ou seja, são
métodos frequentemente mais utilizados. Isso ocorre porque o método do ângulo de
proteção depende dos limites de altura dos captores. Comentaremos sobres as principais
características de cada método na seção 1.7 deste capítulo...

A norma ainda ressalta a importância de captores para descargas atmosféricas laterais de estruturas
altas. Conforme a norma, a probabilidade de impactos de descargas atmosféricas de em estruturas menores
de 60 m de altura são suficientemente baixas, podendo então ser desconsideradas. No entanto, para
estruturas maiores, as descargas laterais podem ocorrer, principalmente nas pontas, cantos e saliências.
Dessa forma, é exigido a implementação de captação lateral de descargas atmosféricas.

As regras para o posicionamento do subsistema de captação lateral nas partes superiores de uma
estrutura devem atender pelo menos aos requisitos para o nível de proteção IV, com atenção especial na
localização dos elementos de captação nas quinas, cantos etc.

(IF PA-Engenheiro Eletricista-2019) De acordo com a norma NBR 5419- “chapas metálicas cobrindo
a estrutura a ser protegida podem ser consideradas como captores naturais desde que: a
continuidade elétrica entre as diversas partes seja feita de forma duradoura (por exemplo, solda
forte, caldeamento, frisamento, costurado, aparafusado ou conectado com parafuso e porca), a
espessura da chapa metálica não seja menor que o valor tabelado por essa norma e elas não sejam
revestidas com material isolante. Portanto, uma cobertura feita de telhas de alumínio pode ser
considerada como captores naturais.

Assinale a alternativa VERDADEIRA que especifica a espessura mínima da telha de alumínio prevenindo
perfuração, pontos quentes e ignição.

A) 5mm

B) 7 mm

C) 10mm

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D) 4mm

E) 8 mm

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a alternativa que especifica qual deve ser a espessura
mínima para uma telha de alumínio para que seja possível prevenir a ocorrência de perfuração, pontos
quentes e ignição.

Essa questão trata sobre os captores naturais utilizados no subsistema de captação. Conforme
estudamos nessa seção, algumas condições devem ser atendidas para que partes da estrutura sejam
consideradas captores naturais.

Considerando que a questão especifica a importância da precaução contra perfuração, ignição de


materiais inflamáveis e problemas com pontos quentes, podemos obter a espessura mínima por meio
da Tabela 3 da NBR 5419-3:2015. A espessura também deve ser escolhida em função do material, que
(segundo o enunciado) é o alumínio.

Conforme a tabela, a espessura mínima deve ser igual a 7 mm.

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

Perceba que esses valores independem da classe do SPDA!

2.6.2. Subsistema de Descida

Conforme à NBR 5419-3:2015,

O subsistema de descida21 é definido como a parte de um SPDA externo projetado para


conduzir a corrente da descarga atmosférica desde o subsistema de captação até o
subsistema de aterramento.

Isto é, o subsistema de descida é responsável por fornecer uma continuidade elétrica entre o
subsistema de captação e de aterramento.

O subsistema de descida é formado por condutores que devem ser arranjados seguindo algumas
orientações com o objetivo de reduzir a probabilidade de danos devido à corrente da descarga atmosférica
que circulará pelo SPDA. Os condutores de descida devem ser dispostos de maneira a formar diversos

21
Seção 3.7 da NBR 5419-3:2015.
70

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caminhos paralelos para a corrente elétrica, provendo o caminho mais curto e direto para a terra. Dessa
forma, é possível distribuir melhor as correntes.

Inicialmente, vamos destacar algumas orientações gerais sobre os condutores de descidas.

➢ Os condutores de descida devem ser instalações de forma exequível e que formem uma continuação
direta dos condutores do subsistema de captação;
➢ Eles devem ser instalados em linha reta e vertical constituindo o caminho mais curto e direto para a
terra;
➢ A formação de laço deve ser evitada, mas a norma prevê uma orientação específica para o caso em
que isso não for possível.
➢ Para melhorar a distribuição das correntes das descargas atmosféricas, também devem ser
consideradas interligações horizontais com os condutores de descida, ao nível do solo, e em
intervalos entre 10 a 20 metros de altura conforme a Tabela 422 da norma.

Segundo à norma, quanto maior for o número de condutores de descida, instalados com
espaçamento regular em volta o perímetro interconectados pelos anéis condutores, maior
será a redução da probabilidade de descargas atmosféricas e centelhamento perigoso
facilitando a proteção das instalações internas.

Algumas questões de concurso já cobraram prescrições muito específicas relativas ao


posicionamento das descidas de um SPDA, então eu não posso deixar de destacá-las para você.

O posicionamento dos condutores de descida depende se o SPDA é ou não um sistema isolado


(conforme a definição que apresentamos no início da aula). Logo, para cada caso a norma traz prescrições e
condições específicas.

Em um SPDA isolado, o posicionamento das descidas depende essencialmente dos tipos de captores
utilizados no subsistema de captação. Vejamos as orientações específicas para este caso:

➢ Se os captores consistirem em hastes em mastros separados (ou um mastro) não metálicos nem
interconectados às armaduras, é necessário para cada mastro pelo menos um condutor de descida.
Não há necessidade de condutor de descida para mastros metálicos ou interconectados às
armaduras;
➢ Se os captores consistem em condutores suspensos em catenária (ou um fio), pelo menos um
condutor de descida é necessário em cada suporte da estrutura;

22
Seção 5.3.1. Tabela 4- Valores típicos de distância entre os condutores de descida e entre os anéis
condutores horizontais.
71

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➢ Se os captores formam uma rede de condutores, é necessário pelo menos um condutor de descida
em cada suporte de terminação dos condutores.

Para o SPDA não isolado, as prescrições são mais simples e independem do sistema de captação.
Segundo à norma:

➢ O número de condutores de descida não pode ser inferior a dois mesmo que o valor calculado do
perímetro divido pelo espaçamento para o nível de proteção correspondente der um valor inferior;
➢ No posicionamento, deve-se sempre utilizar o espaçamento mais uniforme possível entre os
condutores de descida ao redor do perímetro;

Também é orientado que um condutor de descida deve ser instalado preferencialmente


em cada canto saliente da estrutura, além dos demais condutores impostos pela distância
de segurança calculada. Certo?

A norma estabelece que os condutores de descidas sejam posicionados com o espaçamento mais
uniforme possível. Ou seja, são adotadas algumas distâncias entre os condutores de descida desse
subsistema.

O valor da distância entre os condutores de descida vai depender do nível de proteção do SPDA.
Valores típicos de distância entre os condutores de descida e entre os anéis condutores horizontais são
fornecidos na Tabela 4 da norma.

A distância entre os condutores de descida é importante por questões de segurança e é aceitável que
os valores fornecidos pela Tabela 4 sejam ultrapassados, no máximo, em 20%.

Contextualizando...

O valor da distância entre os condutores está relacionado com a denominada distância de segurança,
a qual será comentada de forma mais detalhada em uma próxima seção. A distância de segurança (ou
isolação elétrica) é utilizada para evitar que ocorra um centelhamento perigoso entre as partes condutoras
de uma instalação. Também comentaremos sobre o centelhamento perigoso de forma mais aprofundada na
seção 1.7.2!

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Os condutores de descida devem ser posicionados de forma que a distância de segurança


(de acordo com a expressão da seção 1.7.2) seja observada entre eles e quaisquer portas e
janelas.

Nas análises de provas, eu não verifiquei questões exigindo essa expressão. De qualquer forma, eu
comentei apenas para contextualizarmos a importância dessa distância por questões de segurança relativas
à isolação elétrica.

Com relação à instalação e posicionamento das descidas em um SPDA não isolado, devemos ressaltar
as seguintes prescrições:

➢ Se a parede é feita de material não combustível, os condutores de descida podem ser posicionados
na superfície ou dentro da parede;
➢ Se a parede for feita de material combustível, os condutores de descida podem ser posicionados na
superfície da parede, desde que a elevação de temperatura devido à passagem da corrente da
descarga atmosférica neste não seja perigosa para o material da parede;
➢ Se a parede for feita de material prontamente combustível e a elevação da temperatura dos
condutores de descida for perigosa, os condutores de descida devem ser instalados de forma a
ficarem distantes da parede, pelo menos 0,1 m. Os suportes de montagem podem estar em contato
com a parede.

Quando a distância entre o condutor de descida e um material prontamente combustível


não puder ser assegurada, a seção nominal do condutor de aço galvanizado não pode ser
inferior a 100 mm2. Pode ser utilizado outro condutor com seção nominal que proporcione
equivalência térmica.

Agora vamos falar um pouquinho sobre os condutores naturais de descida23...

A tabela abaixo resume quais partes de uma estrutura podem ser consideradas condutores naturais,
desde que sejam atendidas algumas condições e recomendações especificadamente prescritas na norma.

Partes da Estrutura Condições/Recomendações


➢ a continuidade elétrica entre as várias partes seja feita de forma
Instalações metálicas, durável de acordo com 5.5.2;
desde que: ➢ suas dimensões sejam no mínimo iguais ao especificado na Tabela 6
para condutores de descida normalizados. Tubulações contendo

23
Seção 5.3.5 da NBR 5419-3:2015.
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misturas inflamáveis ou explosivas não podem ser consideradas como


um componente natural de descida se as gaxetas nos acoplamentos
dos flanges não forem metálicas ou se os lados dos flanges não forem
apropriadamente conectados;
➢ instalações metálicas podem ser revestidas com material isolante.

➢ Com concreto armado pré-fabricado é importante se estabelecer


pontos de interconexão entre os elementos da armadura. Também é
importante que o concreto armado contenha uma conexão
condutora entre os pontos de interconexão. As partes individuais
Armaduras das estruturas podem ser conectadas no campo durante a montagem;
de concreto armado ➢ No caso de concreto protendido, recomenda-se que sejam feitos
eletricamente contínuas, estudos específicos em relação aos riscos de danos mecânicos e
corrosão decorrentes da descarga atmosférica. Consultas ao
fabricante, com respostas documentadas, são indispensáveis para
validação dessa utilização.

➢ Anéis condutores intermediários não são necessários se o vigamento


Vigamento de aço metálico das estruturas de aço ou as armaduras de aço
interconectado da interconectadas da estrutura forem utilizados como condutores de
estrutura descida.

➢ suas dimensões estejam conforme aos requisitos para condutores de


descidas (ver 5.6.2) e que, para folhas metálicas ou tubulações
Elementos da fachada,
metálicas, as espessuras não sejam inferiores a t´ (ver Tabela 3 da
perfis e subconstruções
norma);
metálicas das fachadas,
➢ sua continuidade elétrica na direção vertical respeite os requisitos de
desde que:
5.5.2.

De forma geral, os elementos condutores naturais são partes integrantes da edificação que
permitem a circulação da corrente elétrica para o subsistema de aterramento.

Os condutores de descida não naturais são formados por condutores utilizados de forma exclusiva
para a finalidade de conduzir as correntes elétrica ao subsistema de aterramento quando as descargas
atmosféricas atingem o subsistema de captação.

Podemos citar como exemplos de condutores de descida naturais: os postes metálicos, as


torres metálicas de comunicação (rádio e TV), as armaduras de aço interligadas dos pilares
das estruturas, entre outros.

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Podemos citar como exemplos de condutores de descida não naturais: os condutores de


cobre nus instalados nas laterais das edificações, barras de ferro de construção, entre
outros condutores, desde que seu uso seja exclusivo do SPDA.

(TRT - 3ª Região -MG -FCC- Engenharia Elétrica- 2015) Em relação ao posicionamento das descidas de
SPDA não isolados, de acordo com a ABNT NBR 5419, o material da parede onde os condutores de
descida serão instalados deverá ser considerado, sendo que

(A) se a parede for de material inflamável e a elevação de temperatura causada pela passagem da
corrente de descarga atmosférica não resultar em risco para este material, os condutores de descida
podem ser instalados embutidos nesta parede.

(B) mesmo que a parede seja de material não inflamável, os condutores de descida deverão ser
instalados na sua superfície, não podendo ser instalados embutidos na mesma.

(C) se a parede for de material não inflamável, os condutores de descida deverão ser obrigatoriamente
instalados embutidos na parede.

(D) a distância entre os condutores de descida e o volume a proteger deverá ser de, no mínimo, 40 cm,
se a parede for de material inflamável e a temperatura dos condutores de descida se elevem em
quantidade suficiente para resultar em risco a este material.

(E) se a elevação de temperatura decorrente da passagem da corrente de descarga atmosférica não


resultar em risco para o material inflamável componente da parede, pode-se instalar os condutores de
descida na superfície desta parede.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a alternativa correta com relação à instalação dos
condutores de das descidas de um subsistema de descida de um SPDA não isolado. Novamente, quero
que você fique atento à referência normativa.

Por mais que essa questão já seja de 2015, ela traz o texto da norma da NBR 5419:2005. No
entanto, isso não interfere na resolução da questão já que o entendimento geral é o mesmo. Com o
estudo da versão mais atual, você ainda sim consegue facilmente resolver a questão. Caso queira ler a
letra da norma na íntegra é só olhar a seção 5.1.2.3.4 da versão de 2005.

Vamos julgar cada alternativa separadamente, baseando-nos nas informações destacadas nessa
seção da nossa aula.

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A) A alternativa está incorreta. Os condutores de descidas poderão ser posicionados na superfície ou


dentro da parede (embutidos) apenas se a parede for feita de material NÃO combustível (seção 5.3.4-
a) da NBR 5419-3:2015).

B) A alternativa está incorreta. Conforme acabamos de comentar, se a parede for feita de material não
combustível, os condutores de descida podem sim ser instalados embutidos na mesma.

C) A alternativa está incorreta. Novamente, os condutores de descida poderão ser posicionados na


superfície ou dentro da parede (embutidos), se a parede for feita de material não combustível (ou
inflamável).

D) A alternativa está incorreta. Se a parede for feita de material combustível e a elevação da


temperatura dos condutores de descida for perigosa, os condutores de descida devem ser instalados
de forma a ficarem distantes da parede, pelo menos 0,1 m (ou 10 cm) e não 40 cm como informa a
alternativa (seção 5.3.4-c) da NBR 5419-3:2015. Tanto a versão de 2015 e de 2005 utilizam esse valor.

E) A alternativa está correta. Se a parede for feita de material combustível, os condutores de descida
podem ser posicionados na superfície da parede, desde que a elevação de temperatura devido à
passagem da corrente da descarga atmosférica neste não seja perigosa para o material da parede
(seção 5.3.4-c).

Portanto,

A alternativa (E) é o gabarito da questão.

Eu coloquei essa questão de propósito, tanto para você fixar o conteúdo dessa parte quanto para
você verificar que, mesmo estudando pela versão mais atual, você ainda sim será capaz de resolver
questões que possam cair em sua prova tendo como referência a versão mais antiga. Obviamente, se
houvesse alguma diferença conceitual eu iria destacar para você. Observe também que o enunciado
não especificou o ano!

2.6.3. Subsistema de Aterramento

Conforme à NBR 5419-3:2015,

O subsistema de aterramento24 é definido como parte de um SPDA externo que é destinada


a conduzir e dispersar a corrente da descarga atmosférica na terra.

Ou seja, o subsistema de aterramento é responsável pela dispersão da corrente elétrica no solo.


Esse subsistema é formado por condutores enterrados ou embutidos nas fundações da edificação.

24
Seção 3.7 da NBR 5419-3:2015.
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A NBR 5429-3:2015 evidencia a importância de se dimensionar adequadamente o sistema de


aterramento. Segundo à norma, o método mais importante para minimizar qualquer sobretensão
potencialmente perigosa é estudar e aprimorar a geometria e as dimensões do subsistema de aterramento.

Uma diferença que devemos destacar, com relação à versão mais antiga da NBR 5419
de 2005, é que a versão atual não especifica o valor aproximado de uma resistência total
para o sistema de aterramento. Na versão de 2005, a norma orienta que, para eletrodos
não naturais, uma resistência de aterramento de aproximadamente 10 Ω deve ser
procurada para reduzir os gradientes de potencial no solo e a probabilidade de
centelhamento perigoso.

A questão é que muitas vezes, quando temos um solo de alta resistividade ou alguma
limitação com relação à área disponível para o sistema de aterramento, fica difícil atingir
esse valor! E note que é apenas uma aproximação...

Dessa forma, a norma vigente de 2015 considera de forma mais geral que devemos
obter a menor resistência de aterramento possível, dado que esse valor depende
essencialmente da geometria do eletrodo, do tipo de solo e das dimensões do sistema de
aterramento.

De qualquer forma, o valor de 10 Ω ainda pode ser considerado como um valor de


referência para comparações.

O objetivo de um dimensionamento adequado é obter a menor resistência de aterramento possível,


compatível com o arranjo do eletrodo e a resistividade do solo. Para o projeto do sistema de aterramento, a
resistividade e tipo de solo sempre devem ser considerados, ou seja, são informações fundamentais e
imprescindíveis.

Sob o ponto de vista da proteção contra descargas atmosféricas, a norma prevê que um subsistema
único integrado à estrutura é preferível e adequado para todos os propósitos.

―Professora, o que a norma quer dizer com isso?

Que o sistema de aterramento pode ser comum, atendendo à proteção contra descargas
atmosféricas, sistemas de energia elétrica e sinal.

No caso em que não há esse compartilhamento, os sistemas de aterramento distintos devem ser
interligados por meio de uma ligação equipotencial. Ou seja, os sistemas de aterramento devem estar
interligados ao BEP!

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Outro ponto que merece destaque é rol exemplificativo que a norma de 2005 apresenta com relação
aos tipos de eletrodos de aterramento. Na versão mais antiga, os seguintes tipos podem ser utilizados:
aterramento natural, condutores em anel, hastes verticais ou inclinadas, condutores horizontais e eletrodos
de aterramento profundos.

Na versão atual, não há essa tipificação.

―Professora, mas quais são os tipos que podem ser utilizados?

Na seção de condições gerais para os arranjos de aterramento, a norma orienta que, quando não for
possível utilizar as armaduras das fundações como eletrodos de aterramento naturais, o arranjo a ser
utilizado é o condutor em anel e a famosa malha de aterramento.

O condutor em anel deve circundar externamente a estrutura a ser protegida, sendo que, no mínimo,
80% do seu comprimento total deve estar em contato com o solo. Mesmo que os 20 % restantes possa não
estar, a continuidade elétrica do anel deve ser garantida ao longo do seu comprimento!

Isto é, o condutor em anel e a malha de aterramento devem ser considerados como medida
de caráter geral prevista como tipo de eletrodos para o subsistema de aterramento!

À nível de entendimento e conforme a NBR 5419-3:2015,

O condutor em anel25 é definido como o condutor que forma um laço fechado ao redor da
estrutura interconectando os condutores de descida para a distribuição da corrente da
descarga atmosférica entre eles.

O raio médio ( re ) da área abrangida pelo eletrodo de aterramento em anel não pode ser inferior ao
valor do comprimento l1. Esse comprimento depende da classe de proteção do SPDA e é fornecido em função
da resistividade do solo pela Figura 3-seção 5.4.2 da norma NBR 5419-3:2015.

O cálculo do comprimento l1 também pode ser realizado por meio de expressões. Para a classe I,

𝑙1 = 0,03𝜌 − 10

Para a classe II,

25
Seção 3.8 da NBR 5419-3:2015.
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𝑙1 = 0,02𝜌 − 11

E, para a classe III e IV, os valores de l1 não dependem da resistividade e equivalem ao valor constante
de 5 metros.

Na norma também há uma previsão sobre a possibilidade de se utilizar eletrodos adicionais


conectados ao eletrodo de aterramento em anel, sendo que devem estar localizados o mais próximo possível
dos pontos onde os condutores de descida estiverem conectados. Dessa forma, quando o valor requerido
de l1 for maior do que o valor conveniente de re, eletrodos adicionais horizontais (lr) ou verticais (lv) podem
ser adicionados com comprimentos individuais calculados por:

𝑙𝑟 = 𝑙1 − 𝑟𝑒

𝑙𝑣 = (𝑙1 − 𝑟𝑒 )/2

Agora, vamos resumir algumas prescrições "mais práticas" relacionadas à instalação dos eletrodos de
aterramento.

➢ O eletrodo de aterramento em anel deve ser enterrado a uma profundidade de no mínimo 0,5 e ficar
posicionados a uma distância de aproximadamente 1m ao redor das paredes externas;
➢ A instalação dos eletrodos deve ocorrer de tal forma que permita a sua inspeção;
➢ A profundidade e o tipo de eletrodo devem ser considerados de forma a minimizar os efeitos da
corrosão e ressecamento do solo, preservando a qualidade e efetividade do conjunto.

Veja bem...

Caso não seja possível construir um anel externo à edificação, a norma prevê a possibilidade de
instalação interna, desde que sejam tomados os devidos cuidados para minimizar os riscos causados por
tensões superficiais!

Considerando o subsistema de aterramento como um todo, sempre devem ser


consideradas medidas preventivas para evitar situações que envolvam tensões superficiais
perigosas, ou seja, medidas de proteção contra acidentes devido à tensão de passo e de
toque!

Com relação aos eletrodos de aterramento naturais26, os seguintes elementos podem ser utilizados:

26
Seção 5.4.4 da NBR 5419-3:2015.
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Partes da Estrutura Condições/Recomendações


➢ sua continuidade elétrica seja garantida. A armadura de
Armaduras de aço interconectadas
aço dentro das estruturas de concreto armado é
nas fundações de concreto ou outras
considerada contínua27, quando pelo menos 50% das
estruturas metálicas subterrâneas
conexões entre as barras sejam firmemente conectadas.
disponíveis, desde que:
Quando as armaduras de concreto das
➢ cuidados especiais devem ser tomados nas interconexões
vigas de fundações (baldrames) são
para prevenir rachaduras do concreto.
utilizadas como eletrodo de
aterramento:

Destaco que, conforme a norma28, cabos de aço não podem ser usados como condutores de corrente
das descargas atmosféricas, no caso específico de concreto protendido!

(EMBASA-IBFC- Engenharia Elétrica -2017) Analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V)
ou Falso (F). O aterramento de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) é dissipar
no solo as correntes dos raios que os captores recebem, e que são conduzidas por descidas, para que
quando chegarem ao solo, sejam satisfeitas as condições abaixo descritas.

1. ( ) Não devem surgir diferenças de potencial entre equipamentos ou partes de um mesmo


equipamento.

2. ( ) Não devem surgir no solo, diferenças de potencial que causem tensões de toque, pois elas são
danosas às pessoas.

3. ( ) Não devem surgir entre as partes metálicas e o solo, correntes de fuga que causem tensões de
passo. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

A) V; F; F

B) F; V; F

C) V; V; F

27
Seção 4.3 da NBR5419-3:2015
28
Seção 5.4.4 da NBR5419-3:2015.
80

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D) V; F; V

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue as afirmativas com relação ao subsistema de aterramento. São
informações gerais que vamos julgar de acordo com todo conhecimento adquirido até agora. Vamos
julgar cada item separadamente.

1. O item é verdadeiro. Por meio da equipotencialização e do aterramento conseguimos reduzir a


diferença de potencial que pode ser perigosa aos seres vivos. Consequentemente, reduzimos o risco
de choque elétrico.

2. O item é falso. Conforme já estudamos, as tensões de passo é que surgem no solo. A questão trocou
os termos.

3. O item é falso. Novamente os termos foram trocados. No caso, a tensão de toque é caracterizada
pela diferença de potencial entre as partes metálicas e o solo.

A sequência é a seguinte: V, F, F.

Portanto,

A alternativa (A) é o gabarito da questão.

A questão não trouxe prescrições diretas da NBR 5419-3:2015, mas trata de assuntos
correlacionados que devemos fixar.

2.6.4. Componentes

Para complementar as informações, vamos comentar, nessa subseção, sobre dois pontos gerais da
norma para os subsistemas com relação a: materiais, fixação, conexões e dimensões.

Conforme a seção 5.5 da NBR 5419-3:2015, os componentes de um SPDA devem suportar os efeitos
eletromagnéticos das descargas atmosféricas e os esforços acidentais previsíveis sem serem danificados.

Logo, devem ser fabricados de materiais compatíveis que resistam a essas solicitações (mecânicas,
térmicas, químicas e eletromagnéticas). Os materiais de fabricação desses componentes bem como as
condições de utilização estão apresentados na Tabela 529 da norma.

―Professora, mas só podemos utilizar os materiais listados nesta Tabela?

29
Seção 5.5.1-Tabela 5: Materiais para SPDA e condições de utilização.
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Não. A norma prevê que outros tipos de materiais podem ser utilizados desde que possuam as
características de comportamento mecânico, elétrico e químico de forma equivalente aos materiais
especificados na tabela. Ela fornece apenas um guia geral!

― Os tipos de materiais podem ser utilizados em componentes para qualquer condição de utilização?

Não. A Tabela 5 destaca as condições de aplicação em que um determinado material pode ser
utilizado. Por exemplo: o alumínio não pode ser utilizado no concreto ou reboco.

Caso tenha interesse dê uma olhada mais aprofundada nessa tabela!

A fixação dos elementos captores e condutores de descida também é um ponto muito importante,
pois ela deve garantir que as forças eletrodinâmicas ou mecânicas não causem afrouxamento ou quebra dos
condutores.

Com relação à fixação dos condutores do SPDA, a norma prescreve que ela deve ser realizada de
forma firme e considerando uma distância máxima entre os pontos de fixação. De acordo com a norma, a
distância máxima deve ser assim compreendida:

➢ até 1,0 m para condutores flexíveis (cabos e cordoalhas) na horizontal;


➢ até 1,5 m para condutores flexíveis (cabos e cordoalhas) na vertical ou inclinado;
➢ até 1,0 m para condutores rígidos (fitas e barras) na horizontal;
➢ até 1,5 m para condutores rígidos (fitas e barras) na vertical ou inclinado.

Ou seja, a fixação dos condutores é realizada em função da distância máxima prescrita na norma,
considerando também o tipo de condutor (flexível ou rígido)!

As conexões ao longo dos condutores devem ser realizadas de forma segura e por meio de solda
elétrica e conexões mecânicas de pressão ou compressão.

É importante destacar que o número de conexões ao longo dos condutores deve ser a menor possível,
sendo que emendas em cabos de descida não são permitidas (excetuando-se os conectores utilizados para
ensaios).

Como também ocorre na NBR 5410, seções mínimas também são prescritas para os componentes do
SPDA. As configurações e as seções mínimas dos condutores dos subsistemas de captação e de descida são
fornecidas da Tabela 630. Já para o sistema de aterramento, os valores são dados na Tabela 731.

Lembre-se que, em geral, as provas de concurso gostam de cobrar os valores relacionados às seções
mínimas! Então, não custa nada dar uma passada de olho nessas tabelas. Obviamente, se eu encontrar

30
Seção 5.6.2- Tabela 6: Material, configuração e área de seção mínima dos condutores de captação,
hastes captoras e condutores de descidas.
31
Seção 5.6.2- Tabela 7: Material, configuração e dimensões mínimas de eletrodo de aterramento.
82

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alguma questão cobrando algum material ou valor específico eu vou comentá-la para garantir a sua
preparação da forma mais adequada, baseada nas análises de provas.

(COSANPA- FADESP -Engenheiro Eletricista-2017) De acordo com a NBR-5419, “elementos captores


e condutores de descidas devem ser firmemente fixados de forma que as forças eletrodinâmicas ou
mecânicas acidentais (por exemplo, vibrações, expansão térmica, etc.) não causem afrouxamento
ou quebra de condutores”. A fixação dos condutores do SPDA deve ser realizada em função da
distância máxima estabelecida por essa norma. Considerando o exposto, a descida na vertical de um
cabo condutor flexível deve ter os seus pontos de fixação distanciados, no máximo,

A) 3,0 m.

B) 3,5 m.

C) 4,0 m.

D) 1,5 m.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a distância de fixação dos condutores de descida
estabelecida pela norma.

Conforme estudamos nessa seção, a fixação dos condutores do SPDA deve ser realizada com uma
distância de até 1,5 metros para condutores flexíveis na vertical. (Seção 5.5.2 da NBR 5419-3:2015).

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

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2.6.5. Esquema SPDA externo

Nuvem

Sistema destinado a interceptar as descargas


Subsistema de atmosféricas, reduzindo a probabilidade da
Captação estrutura ser atingida diretamente.

Sistema destinado a conduzir a corrente da


Subsistema de descarga atmosférica desde os captores até o
Descidas subsistema de aterramento.

Subsistema de Sistema destinado a conduzir e dispersar a


corrente da descarga atmosférica no solo.
Aterramento

Solo

2.7. SPDA interno

O SPDA interno é responsável por evitar e reduzir os riscos associados ao centelhamento perigoso
dentro da estrutura a ser protegida. Basicamente ele é constituído de duas medidas principais, as quais são
a equipotencialização e a isolação elétrica entre partes.

De forma resumida, a equipotencialização será responsável por reduzir a diferença de potencial (à


níveis suportáveis, necessários e suficientes para uma determinada finalidade) entre as partes condutivas da
instalação. E a isolação elétrica será responsável por garantir uma determinada distância entre essas partes
para que não ocorra o centelhamento.

Conforme a NBR 5419-3:2009,

O sistema interno de proteção contra descargas atmosféricas é definido como a parte do


SPDA que consiste em ligações equipotenciais para descargas atmosféricas ou isolação
elétrica do SPDA externo.

―Professora, mas qual o objetivo do SPDA interno?

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O SPDA interno tem o objetivo de evitar a ocorrência de centelhamento perigoso dentro do volume
de proteção e da estrutura a ser protegida, devido à circulação da corrente da descarga atmosférica que flui
no SPDA externo (ou em outras partes condutivas da estrutura).

Esse centelhamento é perigoso (como o próprio nome diz), porque pode originar um
incêndio e, consequentemente, também ocasionar explosão de componentes da
instalação elétrica!

Considerando a possibilidade de ocorrer um incêndio devido ao centelhamento, medidas


de proteção adicionais devem sempre ser consideradas em estruturas com risco prévio de
explosão.

- Neste caso, o que seria o "centelhamento perigoso"?

O centelhamento perigoso32 é definido pela norma como a descarga elétrica devido


a uma descarga atmosférica que causa danos físicos à estrutura a ser protegida.

Ou seja, o fenômeno do centelhamento é caracterizado pela ruptura da rigidez dielétrica do ar, que
se torna capaz de conduzir corrente elétrica para um determinado nível de tensão. Analogamente e de
maneira bem simplória, é como se fosse a própria descarga atmosférica (como estudamos nesse capítulo) só
que em menores proporções... Na verdade, bem menores, não é mesmo?!

Esse fenômeno é justamente o que o SPDA interno quer prevenir!

― Mas entre quais partes pode ocorrer o centelhamento perigoso?

O centelhamento perigoso pode ocorrer entre o SPDA externo e outros componentes, como por
exemplo: as instalações metálicas (tubulações, escadas, dutos de ar condicionado...), os sistemas internos
(equipamentos de comunicação, TI, instrumentação e controle), as partes condutivas externas (eletrocalhas,
suportes metálicos e dutos) e as linhas conectadas à estrutura.

―Professora, mas então como o centelhamento perigoso pode ser prevenido?

Conforme a NBR5419-3:2015, o centelhamento perigoso entre diferentes partes pode ser prevenido
por meio de duas medidas principais. Elas são:

32
Seção 3.28 da NBR 5419-3:2015.
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➢ Ligações equipotenciais para fins de proteção contra descargas atmosféricas;


➢ Isolação elétrica entre as partes.

Comentaremos sobres as principais características e prescrições dessas duas medidas nesta seção da
aula.

2.7.1. Equipotencialização do SPDA

No contexto da parte 3 da NBR 5419, a equipotencialização33 é realizada por meio da interligação do


SPDA com as instalações metálicas, os sistemas internos, as partes condutivas externas e linhas elétricas
conectadas à estrutura.

Conforme à NBR 5419-3:2015,

A equipotencialização para fins de proteção contra descargas atmosféricas34 consiste na


ligação ao SPDA de partes condutoras separadas, por conexões diretas ou via DPS, para
reduzir as diferenças de potencial causadas pela corrente da descarga atmosférica.

A equipotencialização deve ser entendida em seu sentido mais amplo como uma medida que visa à
redução das tensões entre os diversos pontos da instalação causadas pelas descargas atmosféricas a níveis
suportáveis para essas instalações e equipamentos, além de reduzir riscos de choque elétrico.

Os condutores responsáveis pela equalização devem ser instalados o mais próximo possível dos
elementos a serem protegidos (pois, considera-se também a queda de tensão no decorrer do condutor).

De forma geral, a norma ainda especifica que é desejável a instalação do maior número possível de
cabos que interliguem o eletrodo de aterramento aos elementos a serem aterrados e que estes tenham o
menor comprimento possível!

A equipotencialização constitui uma das medidas mais eficazes para reduzir os riscos de incêndio,
explosão e choques elétricos dentro do volume a ser protegido. Para exemplificar, eu vou apresentar aqui as
definições fornecidas pela norma relativas aos seguintes termos:

Instalações metálicas: elementos metálicos ao longo da estrutura a ser protegida que


podem se tornar caminho para a corrente da descarga atmosférica, como tubulações,

33
Seção 6.2.1.1 da NBR 5419-3:2015.
34
Seção 3.21 da NBR 5419-3:2015.
86

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escadas, trilhos dos elevadores, coifas, dutos de ar condicionado, armadura de aço da


estrutura e peças metálicas estruturais

Sistemas internos: sistemas elétricos e eletrônicos localizados no interior de uma estrutura

Partes condutivas externas: elementos metálicos extensos que entram ou saem da


estrutura a ser protegida, como eletrocalhas, elementos metálicos de sustentação, dutos
metálicos, e outros, que possam conduzir parte da corrente de descarga atmosférica para
o interior da estrutura

Quando uma equipotencialização é estabelecida com os sistemas internos para fins de proteção,
devem ser considerados os efeitos causados, pois parte da corrente da descarga atmosférica pode fluir pelos
sistemas internos. Certo?

Instalações
metálicas

Proteção contra
Partes
Sistemas centelhamento
condutivas
internos perigoso entre o externas
SPDA externo e:

Linhas
conectadas a
estrutura

―Professora, como pode ser realizada a interligação?

A interligação35 pode ser realizada das seguintes maneiras:

35
Seção 6.2.1.2 da NBR 5419-3:2015.
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➢ De forma direta, por meio de condutores de ligação (onde a continuidade elétrica não seja garantida
por ligações naturais);
➢ De forma indireta, por meio do dispositivo de proteção contra sustos (DPS) (onde conexão direta por
meio de condutores de ligação não possa ser realizada);
➢ De forma indireta, por meio de centelhadores (onde a conexão direta por meio de condutores de
ligação não seja permitida).

Essas medidas consistem basicamente em ligações entre as partes metálicas das instalações e destas
também ao SPDA, de forma direta ou indireta, envolvendo as massas metálicas dos equipamentos,
condutores de proteção, malhas de condutores de equipamentos sensíveis, elementos metálicos estruturais
entre outros.

Obviamente, mesmo em estruturas que não possuam SPDA externo, mas que requerem
proteção contra os efeitos das descargas atmosféricas sobre as instalações internas, deve
ser realizada a equipotencialização. Basicamente, essa medida tenta deixar "todo mundo"
sob o mesmo potencial, o que vai reduzir os riscos associados a choques elétricos e a
incêndios.

―Professora, onde será realizada a interligação dessas partes?

Essa interligação será realizada no barramento de equipotencialização principal, também


denominado BEP.

Devo ressaltar que a equipotencialização pode ser realizada de forma local e para uma determinada
razão. Dessa forma, uma determinada instalação elétrica pode possuir barramentos locais para uma
finalidade específica, seja por razões funcionais (visando o bom funcionamento dos circuitos de sinal e a
compatibilidade eletromagnética, conforme a NBR 5410) ou suplementares (visando a proteção contra
choques elétricos, conforme a NBR 5410).

Quando a instalação é muito grande (por exemplo, em prédios), não é possível a ligação de todas as
massas diretamente ao BEP. Assim, faz-se necessária a utilização de barramentos locais.

O barramento de equipotencialização principal (BEP)36 é definido como barramento


destinado a servir de via de interligação de todos os elementos que possam ser incluídos
na equipotencialização principal.

36
Seção 3.24 da NBR 5419-3:2015.
88

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A denominação "barramento" está relacionada à sua função e, não necessariamente, à sua


configuração.

O barramento de equipotencialização suplementar ou local (BEL)37 é definido como o


barramento destinado a servir de via de interligação de todos os elementos que possam
estar incluídos em uma equipotencialização local.

O barramento de equipotencialização do SPDA38 deve ser interligado e coordenado com os outros


barramentos de equipotencialização existentes na estrutura. Ou seja, deve haver uma interligação entre
todas as equipotencializações da instalação por meio do BEP (que é considerado o primeiro nível de
coordenação e por isso recebe a denominação de "principal").

Eu vou citar as prescrições mais importantes (e por isso mais prováveis de cair em sua prova)
relacionadas à equipotencialização para fins de proteção contra descargas atmosféricas.

➢ A equipotencialização dos SPDA externos isolados deve ser realizada somente ao nível do solo;
➢ A equipotencialização dos SPDA externos não isolados deve ser realizada:
▪ na base da estrutura ou próximo ao nível do solo e onde os requisitos de isolação não forem
atendidos;
▪ Os condutores de ligação devem ser conectados a uma barra de ligação construída e instalada
de modo a permitir fácil acesso para inspeção;
▪ O BEP deve ser ligado ao sistema de aterramento;
▪ Para estruturas extensas (com mais de 20 m em qualquer direção), devem-se instalar tantas
barras de equipotencialização local (BEL) quantas forem necessárias, desde que entre as
barras haja uma interligação proposital delas ao BEP.
➢ As equipotencializações para fins de proteção contra descargas atmosféricas devem ser retilíneas e
curtas tanto quanto possível;
➢ As seções mínimas dos condutores que interligam diferentes barramentos de equipotencialização
(BEP ou BEL) e dos condutores que ligam essas barras ao sistema de aterramento são listadas na
Tabela 8;

As seções mínimas apresentadas na Tabela 8 dependem do nível de proteção do SPDA, do


modo de instalação (não enterrado ou enterrado) e do material (cobre, alumínio e aço
galvanizado).

37
Seção 3.25 da NBR 5419-3:2015.
38
Seção 6.2.1.5 da NBR 5429-3:2015.
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Abre-se um parêntese para a utilização do aço inoxidável, o qual deve ter a seção
equivalente à do aço galvanizado a fogo.

➢ As seções mínimas dos condutores que ligam as instalações metálicas internas aos barramentos de
equipotencialização (BEP ou BEL) são listadas na Tabela 9;

As seções mínimas apresentadas na Tabela 9 (que ligam as instalações metálicas internas


aos barramentos de equipotencialização) independem do nível de proteção do SPDA.

Para o cobre, para o alumínio e para aço galvanizado, as seções mínimas correspondem
respectivamente à 6 mm2, 10 mm2, 16mm2.

Seguindo a mesma orientação, para a utilização do aço inoxidável, o valor da seção mínima
deve corresponder ao valor definido para o aço galvanizado.

➢ Se os condutores dos sistemas internos forem blindados ou se estiverem dentro de eletrodutos


metálicos, pode ser suficiente fazer apenas as ligações equipotenciais a essas blindagens ou
eletrodutos;
➢ Os condutores vivos dos sistemas internos que não sejam blindados e nem estejam dentro de
eletrodutos metálicos devem ter equipotencialização ao BEP por meio de DPS;
➢ Os condutores PE e PEN, em um esquema TN, devem ser ligados diretamente ao BEP;

Olha...

Eu sei que ficar citando prescrições da norma é ruim e o estudo acaba se tornando maçante
e cansativo. Eu também não gosto!

Entretanto, fazer a citação direta de algumas prescrições, da forma que está apresentado
na norma, é essencial e importante.

―Mas, por que professora?

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Porque, as questões de concurso (principalmente, sobre normas regulamentadoras)


geralmente cobram os assuntos da mesma forma com que está escrito na norma. Então é
importante que você leia e associe dessa maneira para que não se confunda e nem fique
em dúvida (mesmo que saiba do assunto e entenda a matéria).

Fazendo uma comparação, é como se você estivesse estudando uma determinada lei.
Mesmo que tenhamos um entendimento geral sobre o assunto, ele geralmente é cobrado
como " a letra da lei" nas questões. Dessa forma, temos que nos acostumar com os termos
e palavras apresentadas nela!

Lendo prescrições diretas da norma (mesmo quando discutimos sobre o assunto), você
pode se orientar melhor no momento da prova.

Aí o interessante é você pensar o seguinte: se algo te causar estranheza, já fique atento


para a possibilidade da afirmativa estar em desconformidade à norma ou à lei.

Por esses motivos, eu reforço a importância e oriento a leitura da norma na íntegra, quando
for possível.

Cabe ressaltar aqui alguns pontos e características do dispositivo de proteção contra surtos (DPS), no
que diz respeito à proteção contra descargas atmosféricas...

De acordo com a NBR 5419-3:2015,

O dispositivo de proteção contra surto (DPS) é definido como o dispositivo destinado a


limitar as sobretensões e desviar as correntes de surto.

Como comentamos anteriormente, o DPS também é considerado pela norma como é um meio de
interligação do SPDA às instalações metálicas, aos sistemas internos, às partes condutivas externas e linhas
elétricas conectadas à estrutura, quando a conexão direta por meio de condutores de ligação não pode ser
realizada.

Dessa forma, quando não for possível ou aceitável uma ligação direta de equipotencialização, deve-
se utilizar um DPS que apresente as seguintes características técnicas:

▪ A corrente de impulso deve ser igual ou superior à corrente de descarga atmosférica que flui
do SPDA externo para os elementos metálicos interligados.
𝐼𝑖𝑚𝑝 ≥ 𝑘𝑐 𝐼
▪ A tensão de impulso disruptiva nominal deve ser inferior ao nível de impulso suportável entre
as partes;
▪ Os DPS devem ser instalados de modo a ser possível a sua inspeção.

Já que estamos comentando sobre o DPS (no contexto do SPDA), vale ressaltar que:

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Os condutores vivos dos sistemas internos que não sejam blindados e nem estejam dentro
de eletrodutos metálicos devem ter equipotencialização ao BEP por meio de DPS.

Já, em um esquema TN, os condutores PE e PEN devem ser ligados diretamente ao BEP,
sem o DPS.

Considerando a necessidade de proteção contra surtos dos sistemas internos, "uma


proteção com DPS coordenados" deve ser utilizada de acordo com os requisitos da NBR
5419-4 e da NBR 5410.

Dessa forma, quando forem utilizados em mais de um ponto da instalação, os DPS devem
ser selecionados levando-se em conta também sua coordenação.

A NBR 5410:2004 estabelece (na seção 6.3.5) as prescrições para o uso e localização do DPS. De forma
mais geral, esse dispositivo visa a proteção da instalação elétrica e sobretudo a segurança de seus usuários
contra sobretensões transitórias (ou surtos de tensão), "anulando" as descargas indiretas na rede elétrica
causadas por descargas atmosféricas.

Conforme a NBR 5410:2001, os DPS devem atender à IEC 61643-1 e ser selecionados com base no
mínimo nas seguintes características:

➢ Nível de proteção;
➢ Máxima tensão de operação contínua;
➢ Suportabilidade a sobretensões temporárias;
➢ Corrente nominal de descarga e/ou corrente de impulso;
➢ Suportabilidade à corrente de curto-circuito.

A instalação dos DPS deve ser realizada de forma particular dependendo da situação. Ou seja, leva
em consideração se a linha de energia que chega à edificação inclui ou não o neutro e se o neutro será
aterrado ou não no BEP. Dessa forma, a NBR 5410 traz prescrições bem específicas para cada caso de acordo
com a seção 6.3.5.2.2.

2.7.2. Isolação elétrica do SPDA externo

Quando um SPDA está perto de uma estrutura constituída de massas, condutores e instalações
metálicas e, em uma determinada situação, não seja possível estabelecer uma ligação equipotencial entre
as partes para evitar centelhamento perigoso, é necessário garantir uma distância de segurança mínima
entre esses elementos.

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A distância de segurança39 é definida como a distância entre duas partes condutoras no


qual nenhum centelhamento perigoso pode ocorrer.

Conforme a NBR 5419-3:2015, a isolação elétrica entre o subsistema de captação ou de condutores


de descida e as partes metálicas estruturais, instalações metálicas e sistemas internos pode ser obtida por
meio da adoção de uma distância "d" entre as partes.

Essa distância deve ser superior a uma distância de segurança "s" que pode ser calculada por meio
da seguinte expressão:

𝑘
𝑠 = 𝑘 𝑖 𝑘𝑐 𝑙
𝑚

Onde:

-ki depende do nível de proteção escolhido para o SPDA (fornecido pela Tabela 10 da norma);

-kc depende da corrente de descarga atmosférica pelos condutores de descida (fornecido pela Tabela 12 e
Anexo C da norma);

-km depende do material isolante (fornecido pela Tabela 11 da norma);

-l é o comprimento em metros, ao longo do subsistema de captação ou descida, desde o ponto onde a


distância de segurança deve ser considerada até a equipotencialização mais próxima;

O coeficiente de divisão kc da corrente da descarga atmosférica entre os condutores de descida


depende:

➢ do número total de condutores de descida;


➢ da posição dos condutores de descida;
➢ dos anéis intermediários (anéis de interligação);
➢ do tipo de subsistema de captação;
➢ do tipo de subsistema de aterramento;

O anexo C da norma fornece tabelas ou fórmulas para a obtenção de Kc, dependendo do tipo de
subsistema de aterramento.

39
Seção 3.29 da NBR 5419-3:2015.
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A distância de segurança necessária depende da queda de tensão do caminho mais curto a


partir do ponto onde esta deve ser considerada até o eletrodo de aterramento ou o ponto
de equipotencialização mais próximo.

Para não se confundir, eu quero que você entenda o seguinte:

Uma "coisa" é distância de segurança (que pode ser determinada dependendo dos fatores citados
acima e são fornecidas em tabelas específicas ou por fórmulas de acordo com casa situação). Outra coisa é
a distância típica entre os condutores de descida (que dependem da classe do SPDA e que são fornecidos na
Tabela 4 da norma). Certo?

Agora vamos supor uma situação...

Suponhamos que o SPDA de uma edificação possua dois condutores de descidas (compondo o
subsistema de descida), que a equipotencialização das descidas ocorra no topo da edificação e que ela
possua janelas metálicas. Qual será a distância que essa descida pode passar sem ocorra o centelhamento
perigoso ente o condutor e a janela?

Primeiramente, lembre-se que:

Os condutores de descida devem ser posicionados de forma que a distância de segurança "s" seja
observada entre eles e quaisquer portas e janelas.

―Professora, então qual o valor da distância de segurança?

Podemos determinar esse valor considerando a expressão para o cálculo de "s" de acordo com o nível
de proteção do SPDA e seus respectivos coeficientes. Neste exemplo, o SPDA possui duas descidas e o
material de separação é o ar.

Eu não encontrei questões específicas que exigiram esse cálculo. De qualquer forma, é sempre
importante exemplificar!

(TRT 1ª Região-RJ-AOCP-Analista Judiciário -Engenharia Elétrica-2018) Relacione as colunas e


assinale a alternativa com a sequência correta, de acordo com a norma ABNT NBR 5419:2015.

94

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V. Energia específica.

W. SPDA interno (Internal Lightning Protection System).

X. Componente da descarga atmosférica (Lightning Stroke).

Y. Carga de uma descarga atmosférica (Flash Charge) Qflash.

Z. SPDA externo (External Lightning Protection System).

1. Valor resultante da integral da corrente no tempo de uma descarga atmosférica.

2. Parte do SPDA composto pelos subsistemas de captação, descida e aterramento.

3. Descarga elétrica singela de uma descarga atmosférica para a terra.

4. Parte do SPDA consistindo em ligações equipotenciais e/ou isolação elétrica do SPDA externo.

5. Valor resultante da integral da corrente ao quadrado da descarga atmosférica no tempo.

(A) V5 – W2 – X3 – Y1 – Z4.

(B) V5 – W4 – X3 – Y1 – Z2.

(C) V1 – W2 – X3 – Y5 – Z4.

(D) V3 – W2 – X5 – Y1 – Z4.

(E) V1 – W2 – X3 – Y4 – Z5.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você relacione termos sobre SPDA com sua respectiva definição, de acordo
com a NBR 5419:2005. É importante esclarecer que não precisamos saber na íntegra a definição, pois
apenas com o significado de cada termo, de forma geral, conseguimos resolver a questão.

Vamos analisar cada termos correlacionar com a definição.

V. Energia específica: 5. Valor resultante da integral da corrente ao quadrado da descarga atmosférica


no tempo (Seção 3.20 da NBR 5419-1:2015).

W. SPDA interno (Internal Lightning Protection System): 4. Parte do SPDA consistindo em ligações
equipotenciais e/ou isolação elétrica do SPDA externo (Seção 3.44 da NBR 5419-1:2015).

X. Componente da descarga atmosférica (Lightning Stroke): 3. Descarga elétrica singela de uma


descarga atmosférica para a terra (Seção 3.4 da NBR 5419-1:2015).

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Y. Carga de uma descarga atmosférica (Flash Charge): 1. Valor resultante da integral da corrente no
tempo de uma descarga atmosférica (Seção 3.17 da NBR 5419-1:2015).

Z. SPDA externo (External Lightning Protection System): 2. Parte do SPDA composto pelos subsistemas
de captação, descida e aterramento (Seção 3.43 da NBR 5419-1:2015).

A sequência correta é a seguinte: V5, W4, X3, Y1 e Z2.

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

Perceba que, além de outros conceitos, a questão exige o conhecimento sobre SPDA interno.

2.8. Métodos de Proteção

Na subseção 2.6.1 da aula, você estudou de forma mais superficial sobre o subsistema de captação
do SPDA externo. Agora, vamos estudar esse tema de maneira mais aprofundada. A própria norma faz
questão de separar um anexo específico (Anexo A) para tratar sobre os métodos de proteção.

Conforme à norma, os métodos aceitáveis para a determinação da posição do subsistema de


captação incluem os seguintes:

➢ Método do ângulo de proteção;


➢ Método da esfera rolante;
➢ Método das malhas;

Fazendo uma comparação com a versão anterior da norma (2005), esses métodos tinham
diferentes denominações. Respectivamente, também possuem as seguintes
denominações: método de Franklin, método eletrogeométrico e método de Faraday. Por
isso, não estranhe se em sua prova for cobrado essa denominação.

Na verdade, esses métodos se diferenciam pelas diferentes maneiras de captação dos raios.
Basicamente, temos dois princípios de captação: um deles utiliza apenas condutores metálicos verticais
(adotado pelo método do ângulo de proteção e da esfera rolante) e o outro utiliza condutores horizontais
que formam uma malha sobre o volume a proteger (adotado pelo método das malhas).

O método do ângulo de proteção e da esfera rolante se diferem quanto ao modelo matemático


utilizado. O método do ângulo de proteção se baseia apenas em observações. Já o da esfera rolante utiliza
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um modelo matemático comprovado. O método das malhas (também chamado de gaiola de Faraday) se
baseia na teoria de Faraday (e obviamente por isso possui esse nome), segundo a qual o campo no interior
de uma gaiola blindada é nulo.

Vamos estudar o princípio e as particularidades de cada método nas próximas subseções. Esse estudo
vai se basear no posicionamento do subsistema de captação para cada método.

2.8.1. Método do ângulo de proteção

No método do ângulo de proteção, o posicionamento do subsistema de captação é considerado


adequado se a estrutura a ser protegida estiver situada totalmente dentro do volume de proteção provido
pelo subsistema de captação.

A norma prevê duas possibilidades: volume de proteção provido por mastro e volume de proteção
provido por condutor suspenso.

VOLUME DE PROTEÇÃO PROVIDO POR MASTRO

Esse método também é conhecido como método de Franklin e consiste em determinar o volume de
proteção gerado por um cone, cujo ângulo da geratriz vai variar segundo a altura e o nível de proteção
desejado.

A Figura (8) representa o volume de proteção provido por um mastro, o qual é definido pela forma
de um cone circular cujo vértice está posicionado no eixo do mastro. Esse volume depende do ângulo α (em
função da classe do SPDA), da altura h1 do mastro.

Figura 8-Volume de proteção provido por um mastro. Fonte: NBR 5419-3:2015.

Onde:

- A representa o topo do captor;

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- B representa o plano de referência;

-OC representa o raio da base do cone de proteção;

-h representa a altura de um mastro acima do plano de referência;

-α representa o ângulo de proteção conforme Figura 1 na parte 3 da norma).

Por meio dessa figura, pode os dizer que o raio da base do cone de proteção é dado por:

𝑅𝑝 (𝑂𝐶) = ℎ ∙ 𝑡𝑔(𝛼)

Onde:

-Rp é seguimento OC que representa o raio da base do cone de proteção, em;

-h é a altura da extremidade do captor em relação à base, em m;

-α é o ângulo de proteção com a vertical;

Observe que um determinado volume de proteção vai depender do plano de referência que estamos
"querendo proteger"... O que quero dizer com isso?

Um único mastro pode oferecer dois volumes de proteção para planos de referências diferentes. Ou
seja, poderíamos ter um ângulo e uma altura diferente, caso considerássemos diferentes planos de
referência.

A Figura (9) ilustra essa "situação".

Figura 9- Volume de proteção provido por um mastro para duas alturas diferentes. Fonte: NBR 5419-3:2015.

De acordo com a Figura (9), o cone de proteção dado pelo ângulo α1 e altura h1 do mastro tem como
referência o plano formado pela área superior de uma estrutura, enquanto o ângulo α2 e altura h2 do mastro
tem o plano do solo como referência.

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Fazer essa diferenciação é importante, pois podemos ter estrutura com patamares de diferentes
dimensões e configurações. Neste caso, tudo vai depender do plano de referência que se deseja proteger,
para que seja possível englobar toda a edificação no volume de proteção gerado pelo cone.

Conforme a norma, o método do ângulo de proteção é adequado para edificações de formato


simples, mas está sujeito aos limites de altura dos captores. De forma mais específica, uma altura máxima
de 60 metros para a classe de proteção IV indicada na Figura 10 desta aula.

Suponhamos que iremos projetar o subsistema de captação de um SPDA por meio do método do
ângulo de proteção e queiramos garantir a proteção da área superior de um edifício. Vamos analisar dois
casos!

Caso 1: A área superior do edifício será o nosso plano de referência.

Ao projetar o posicionamento do subsistema de captação devemos satisfazer a seguinte condição:

A área a ser protegida deve ser inferior à área da base do cone de proteção. Logo, a área da base do
cone deve cobrir a área do plano da edificação que se deseja proteger.

DICA: Olhe para a área da base formada pelo cone de proteção para verificar se ela abrange
toda a parte da edificação considerada no plano de referência.

―Mas como devemos proceder?

Primeiramente, devemos calcular o raio mínimo de proteção do cone que vai garantir a proteção do
plano de referência. Isto é, determinar qual será o raio do círculo que vai proporcionar essa cobertura.

Através do raio calculado e da altura total (já considerando o comprimento do mastro), podemos
calcular o ângulo. Em seguida, devemos comparar o ângulo calculado com o ângulo fornecido pela Figura 1
da norma (Figura (10) deste livro apresentada logo abaixo). Entramos no gráfico com os valores de altura e
classe de proteção do SPDA considerado no projeto.

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Figura 10- Ângulo de proteção correspondente à classe do SPDA. Fonte: NBR 5419-3:2015.

Por fim, podemos verificar se ângulo de proteção fornecido pelo gráfico é maior ou igual ao
calculado.

Se for maior ou igual, teremos uma área de proteção formada pelo cone que vai cobrir de forma
completa a o plano de referência que estamos considerando. Caso contrário, as quinas ou partes da
edificação não ficarão protegidas.

Neste caso, devemos propor soluções para resolver o problema. Por exemplo, poderíamos aumentar
a altura do captor utilizado, para diminuir o respectivo ângulo de proteção na Figura (10) e assim satisfazer
a condição. Entretanto, para fins práticos de instalação e custo, mastros muito altos seriam inviáveis.
Também poderíamos utilizar mais mastros para cobrir uma área maior. Obviamente, tudo vai depender da
configuração da estrutura e das condições de projeto!

Veja na Figura (10) que, para uma mesma altura, quanto maior a classe do SPDA, maior o
ângulo de proteção correspondente no gráfico. Sendo assim, podemos concluir que,
quanto menor a classe, mais "rígidas" são as exigências imputadas, os ângulos
apresentados são menores. Assim, dependendo da área a ser protegida, deveríamos
considerar outras estratégias para garantir a proteção.

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Ressalto que, na versão cancelada de 2005, os ângulos de proteção eram constantes para
uma faixa de altura referente a uma determinada classe de proteção! Essa é umas das
grades diferenças entre a norma cancelada e a norma atualmente vigente.

O ângulo de proteção não é alterado para valores de altura abaixo de 2 m. Note também que, para
classe I, a altura máxima admitida é de 20 metros. Para a classe II, 30 metros. Para a classe III, 45 metros. E,
para a classe IV, 60 metros. Ou seja, esse método tem aplicações reduzidas e limitadas em função da classe
de proteção e altura.

Para valores de altura acima dos valores finais de cada curva, apenas os métodos da esfera rolante e
das malhas podem ser aplicados!

Ressalto o que já foi comentado na subseção 1.6.1... Devido à essas limitações, apenas o método da
esfera rolante e o método das malhas são adequados em todos os casos!

Caso 2: A área inferior do edifício será o nosso plano de referência.

Caso considerássemos a base do edifício como plano de referência, o raio de proteção seria o mesmo
(pois, temos uma mesma vista superior). No entanto, tanto a altura quanto o ângulo de proteção calculado
seriam diferentes (à medida que a altura aumentaria, o ângulo iria diminuir).

O resultado seria o seguinte: o volume de proteção criado pelo cone não iria cobrir toda estrutura,
deixado partes dela desprotegidas. O que não seria adequado para a situação. Portanto, devemos sempre
tomar cuidado com o plano que adotaremos como referência para projetar o subsistema de captação!

VOLUME DE PROTEÇÃO PROVIDO POR CONDUTOR SUSPENSO

Nesta segunda aplicação do método do ângulo de proteção, utiliza-se um cabo condutor fixado em
duas ou mais estruturas de altura elevada.

O volume de proteção provido por condutor suspenso está definido na Figura (11), como sendo o
volume de proteção "virtual" de mastros com seus vértices alinhados nesse condutor.

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Figura 11-Volume de proteção provido por elemento condutor suspenso. Fonte: NBR 5419-3:2013.

Onde:

-A representa o topo do captor;

-B representa o plano de referência;

-OC representa o raio da base do cone de proteção;

-h1 representa a altura de um mastro acima do plano de referência;

-α representa o ângulo de proteção conforme a Tabela 2;

Perceba que a proteção é delimitada por um volume prismático irregular. Para que qualquer objeto
seja considerado protegido, ele deve estar contido dentro do volume formato pelo subsistema de captação

(TRF- 3 Região-FCC-Analista Judiciário-Engenheiro eletrétrica-2016) Um engenheiro deseja efetuar o


dimensionamento de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas, pelo método de
Franklin, em uma edificação que possui 19 [m] de altura. Para tanto, consultou a norma vigente e
deparou-se com a tabela abaixo.

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Dado que o nível de proteção pretendido pelo engenheiro é II e que o raio de proteção é de 4 [m], a
altura da haste aterrada, em relação ao plano que se quer proteger, supondo que se possa construir
uma haste personalizada, com a altura desejada é, em [m], igual a

A) 3,0.

B) 1,0.

C) 2,0.

D) 0,5.

E) 4,0.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a altura da haste de um captor m relação ao plano que se
deseja proteger.

O procedimento para resolver essa questão consiste em calcular a altura de uma haste para
proteger uma edificação de 19 m pelo método de Franklin (ou método do ângulo de proteção).
Conforme estudamos nessa seção, o primeiro ponto é determinar o plano de referência que desejamos
proteger.

Neste caso, o plano de referência será a área superior do edifício, pois assim a área da base do
cone de proteção irá cobrir toda a parte superior da edificação que necessita de proteção.

Para determinarmos a altura da extremidade do captor em relação ao plano de referência adotado


(parte superior do edifício), iremos utilizar a seguinte expressão:

𝑅𝑝 = ℎ ∙ 𝑡𝑔(𝛼)

Para resolver a questão, precisamos do raio e do ângulo de proteção.

De acordo com os dados diretamente fornecidos pelo enunciado, o raio de proteção equivale a 4
m. Já o ângulo α pode ser obtido por meio da tabela apresentada para o respectivo nível de proteção
adotado no projeto (Nível II) e faixa de altura da edificação (19 m). Ou seja, o ângulo de proteção
equivale a 45˚. Isolando a altura h, temos que:
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𝑅𝑝 4
ℎ = 𝑡𝑔(𝛼) = 𝑡𝑔(45°)

ℎ = 4𝑚

Portanto,

A alternativa (E) é o gabarito da questão.

Perceba que a questão não traz especificamente o gráfico do ângulo de proteção da norma (Fig.
3), mas o enunciado te dá recursos para poder determinar o ângulo de proteção. Ou seja, a intenção
dela é verificar se você possui o conhecimento sobre o raciocínio por trás desse método,
independentemente do que é prescrito nas normas. Esteja com as relações trigonométricas em dia na
sua memória para não perder tempo!

Na lista de questões comentadas, você encontrará outras questões importantes relacionadas a


esse método, que vão exigir outros procedimentos e análises. Logo, não deixe de estudá-las!

2.8.2. Método da esfera rolante

No método da esfera rolante, o posicionamento do subsistema de captação é considerado adequado


quando nenhum ponto da estrutura a ser protegida entrar em contato com uma esfera "fictícia" rolando
ao redor e no topo da estrutura em todas as dimensões possíveis. Logo, a esfera pode tocar apenas no
subsistema de captação.

O método da esfera rolante também é conhecido o método eletrogeométrico. Este método


se baseia no rolamento de uma esfera para delimitar o volume da estrutura a ser protegido.

A Figura (12) ilustra esse método. Os pontos da superfície de uma esfera de raio r, com o centro
localizado na extremidade do líder (parte do raio antes do último salto) vai representar o lugar geométrico
que pode ser atingido por uma descarga atmosférica. Portanto, a região que ela não toca forma a zona
protegida.

O volume a ser protegido, no método das esferas rolantes, é definido como a região em
que a esfera NÃO consegue tocar, excetuando-se os captores que é a origem do ponto de
rolamento. Sendo assim, a esfera somente poderá tocar o próprio subsistema de captação.

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Figura 12- Método das esferas rolantes. Fonte: NBR 5419-3:2015.

O raio da esfera rolante vai depender da classe do SPDA, de acordo com a tabela 2 da norma.

Com a aplicação deste método, devemos tomar cuidado com o seguinte: quando a altura de qualquer
estrutura for maior que o raio r da esfera, pode ocorrer impacto direto nas suas laterais.

Note que cada ponto da lateral tocado pela esfera (Figura 12), é um ponto possível de ocorrência do
impacto direto independentemente da altura da estrutura. Porém, de acordo com a norma, a probabilidade
de ocorrência de descargas atmosféricas laterais é geralmente desprezível para estruturas com alturas
menores do que 60 metros.

A questão é que essa probabilidade aumenta de forma considerável em função da altura. Dessa
forma, para estruturas com altura superior a 60 metros, mais descargas atmosféricas irão incidir na cobertura
da estrutura, principalmente, nos cantos e nas extremidades horizontais da periferia. Consequentemente,
parte das descargas que atingem a cobertura também vai incidir sobre as laterais. Além do mais, a
probabilidade das descargas ocorrerem na lateral já vai aumentar naturalmente pelo fato de ser uma
estrutura de altura elevada.

―Professora, então o que podemos fazer quando a estrutura possuir uma altura maior que 60 m?

Devemos considerar a instalação de captação na lateral da parte superior de estruturas altas ( acima
de 60 m de altura) tipicamente em 20% do topo da estrutura ( Figura 12 -B).Neste caso, o método da esfera
rolante é aplicado apenas para o posicionamento do subsistema de captação na parte superior da estrutura.

Esse método é frequentemente empregado em estruturas de configurações muito complexas. Dessa


maneira, é muito utilizado em subestações. Inclusive a própria norma informa que o método da esfera
rolante é adequado em todos os casos (desde estruturas mais simples até as de configurações mais
complexas).

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Perceba pela tabela abaixo (conforme a tabela 2 da norma) que, quanto maior o raio da esfera, maior
a classe de proteção associada. O que faz todo sentido, já que quanto menor a esfera mais partes da
estrutura será tocada pela esfera rolante, o que resultará na necessidade de aplicação de medidas mais
rígidas, segundo às exigências imputadas por cada classe de proteção.

Classe do SPDA Raio da esfera rolante R(m)

𝐼 20

𝐼𝐼 30

𝐼𝐼𝐼 45

𝐼𝑉 60

Pense o seguinte:

Um maior volume de proteção vai ser proporcionado por classe maiores, porque essas classes seriam
menos "rigorosas" e assim, por exemplo, apenas um mastro já seria suficiente para proteger uma edificação.

O método eletrogeométrico é compatível com a constatação prática de que estruturas


altas são suscetíveis de serem atingidas por descargas laterais. Se a estrutura tiver uma
altura superior ao raio R, apenas um captor na parte superior não será o suficiente para
garantir a proteção da estrutura, dado que a esfera vai tocar nas suas laterais.

Fazendo uma comparação entre os métodos discutidos até então, o método do ângulo de proteção
pode ser considerado como uma simplificação ou um caso particular do método da esfera rolante , dado
que o segmento de círculo (da esfera) pode ser aproximado por um segmento de reta (que forma o cone de
proteção).

Devo ressaltar uma referência que a parte 1 da norma faz com relação ao método eletrogeométrico.
Segundo esse modelo, o raio da esfera rolante R (distância final do salto) está relacionado com o valor de
pico do primeiro impulso de corrente.

De acordo com a norma, a relação é a seguinte:

𝑅 = 10 × 𝐼 0,65

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Onde R é o raio da esfera rolante em metros e I é a corrente de pico em quiloampères.

(UFRN-COMPERVE- Engenharia Eletrétrica-2018) O Método da Esfera Rolante, também chamado


Eletrogeométrico, utiliza um parâmetro para determinar o posicionamento dos captores na
estrutura a ser protegida. Esse parâmetro, chamado raio da esfera rolante, representa a distância
entre o ponto de partida do líder ascendente e a extremidade do líder descendente. A equação
adotada pela norma ABNT NBR 5419:2015 para calcular essa distância (em metro) através do valor
de pico do primeiro impulso de corrente I (em kA) é

A) 2,5×I0,58.

B) 100×I0,56.

C) 5×I0,85.

D) 10×I0,65.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine qual a equação considerada pela norma para calcular o raio
da esfera rolante.

Conforme acabamos de estudar, o raio da esfera rolante R (distância final do salto) está
relacionado com o valor de pico do primeiro impulso de corrente. A expressão considerada pela norma
é a seguinte:

𝑅 = 10 × 𝐼 0,65

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

2.8.3. Método das malhas

O método das malhas (também conhecido como método de Faraday) consiste em envolver a parte
superior de uma estrutura por meio de uma malha de condutores. Esse é considerado um método de
captação adequado para proteger superfícies planas.

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Também chamadas de gaiolas de Faraday, os captores em malha são formados por uma
rede de condutores envolvendo todos os lados do volume a proteger.

O afastamento entre os condutores da malha é dado em função do nível de proteção considerado


no projeto pela Tabela 2 da norma. Observe que quanto menor a classe do SPDA, menor a será a abertura
da malha protetora e consequentemente maior será a proteção oferecida à estrutura.

Máximo afastamento dos


Classe do SPDA
condutores da malha (m)

𝐼 5x5

𝐼𝐼 10 x 10

𝐼𝐼𝐼 15 x 15

𝐼𝑉 20 x 20

Conforme a norma, os seguintes requisitos devem ser atendidos:

➢ Condutores captores devem ser instalados: na periferia, nas saliências da cobertura da estrutura e
nas cumeeiras dos telhados (se o declive deste exceder 1 desnível por 10 de comprimento). Se o
declive do telhado exceder 1/10, condutores paralelos, em vez de em malha, podem ser usados
adotando a distância entre os condutores não maior que a largura de malha exigida.
➢ As dimensões das malhas não podem ser maiores que os valores apresentados na Tabela 2 da norma;
➢ O conjunto de condutores do subsistema de captação deve ser construído de tal modo que a corrente
elétrica da descarga atmosférica sempre encontre pelo menos duas rotas condutoras distintas para
o subsistema de aterramento;
➢ Nenhuma instalação metálica, que por suas características não possa assumir a condição de elemento
captor, ultrapasse para fora o volume protegido pela malha do subsistema de captação;
➢ Os condutores da malha devem seguir o caminho mais curto e retilíneo possível da instalação.

O método das malhas é apropriado para telhados horizontais e inclinados sem curvatura e para
proteger superfícies laterais planas contra descargas atmosféricas laterais (como captor de descargas
laterais).

Fazendo uma comparação com o método do ângulo de proteção, o método das malhas é indicado
para edificações com uma grande área horizontal, a qual iria necessitar de uma grande quantidade de
captores para ficar suficientemente protegida.
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Finalizaremos o capítulo com uma questão para fixar o conteúdo.

(Pref. Cuiabá–SELECON-2018) O método de proteção contra descargas atmosféricas conhecido como


Método de Faraday consiste em:

A) envolver a parte superior da construção com uma malha captora de condutores elétricos nus, cuja
distância entre eles é função do nível de proteção desejado

B) se determinar o volume de proteção propiciado por um cone, cujo ângulo da geratriz com a vertical
varia segundo o nível de proteção desejado e para determinada altura da construção

C) se delimitar o volume de proteção dos captores de um Sistema de Proteção contra Descargas


Atmosféricas (SPDA), podendo ser utilizadas hastes, cabos ou mesmo uma combinação de ambos

D) propiciar o escoamento das cargas elétricas para a atmosfera, chamado poder das pontas, onde as
cargas elétricas, em vez de irromperem de um ponto qualquer do solo, são conduzidas até as pontas
do para-raios (captor) por meio de um cabo de boa condutividade elétrica.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a alternativa que reúne as características do método de
Faraday ou também denominado método das malhas. Vamos julgar e analisar cada alternativa
separadamente.

A) A alternativa está correta. De fato, o método de Faraday é caracterizado por seus captores estarem
em formato de malha. Eles são formados por uma rede de condutores envolvendo todos os lados do
volume a proteger. Ressalto que o afastamento entre os condutores da malha é dado em função do
nível de proteção considerado no projeto pela Tabela 2 da norma.

B) A alternativa está incorreta. Essas são características do método do ângulo de proteção (também
denominado método de Franklin).

C) A alternativa está incorreta. O método de Faraday utiliza essencialmente uma rede (ou malha) de
condutores. Na verdade, esse conceito é fornecido como "letra da norma" na versão cancelada da NBR
5419:2005 com relação aos conceitos básicos do modelo eletrogeométrico. Segundo o anexo C dessa
norma, o modelo eletrogeométrico (método da esfera rolante ou fictícia) serve para delimitar o volume
de proteção dos captores de um SPDA, sejam eles constituídos de hastes, cabos, ou de uma
combinação de ambos.

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Ou seja, a alternativa trocou os métodos. Ressalto que uma malha de aterramento (referente ao
subsistema de aterramento) também pode utilizar hastes e cabos.

D) A alternativa está incorreta, pois essa é uma característica que pode ser aplicada aos captores do
tipo Franklin (hastes verticais) não aos captores utilizados no método de Faraday.

Portanto,

A alternativa (A) é o gabarito da questão.

Perceba o quanto é comum questões atuais cobrarem entendimentos gerais, mesmo que a letra
da norma seja referenciada a versões anteriores. Esteja preparado para esse tipo de situação,
conforme estamos comentando em algumas questões!

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3. LISTA DE QUESTÕES

1. (TRT 1a Região-AOCP-Analista Judiciário- Engenharia Elétrica-2018) De acordo com as definições de


instalações elétricas prediais e aterramento elétrico, assinale a alternativa correta.
𝜌𝛾 4𝑙
A) A resistência de aterramento (RT) teórica é dada por: 𝑅𝑇 = 2𝜋𝑙2 ln (𝑑2 ). Em que 𝛾 representa a
resistividade do solo.
B) Eletrodos de aterramento eletricamente independentes são eletrodos localizados a distância entre si, uma
vez que, quando um deles é percorrido pela corrente máxima para ele prevista, a variação do potencial dos
demais sempre ultrapassa 90% de seu valor.
C) A tensão de falta é definida como sendo a diferença entre a tensão de contato e o quadrado da tensão
sobre a resistência estabelecida entre o elemento condutor e a terra.
D) No que se refere ao aterramento e equipotencialização, solos com resistividade entre 50 e 100 Ω.m são
classificados como bons condutores, como é o caso da argila plástica, que apresenta a resistividade de 50
Ω.m.
E) No esquema de aterramento TT, o ponto de alimentação está diretamente aterrado e as massas da
instalação não estão ligadas em nenhum eletrodo de aterramento.

2. (Petrobrás-CESGRANRIO-Técnico em manutenção Júnior-Elétrica-2014) A Figura abaixo mostra um


eletrodo de aterramento de haste vertical instalado em um solo de resistividade aparente igual a 126
Ω.m. Se o diâmetro do eletrodo é 10 mm, sua resistência de terra, em ohms, é aproximadamente

(A) 8 x In(400)
(B) 12,6 x In(420)

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(C) 10 x In(800)
(D) 6,3 x In(200)
(E) 20 x In(600)

3. (CEDAE-CEPERJ-Engenheiro Eletricista-2012) Deseja-se instalar uma malha de terra numa área de


25mx50m. Sabendo-se que a resistividade aparente do solo é igual a 100 Ohmm, e desprezando-se a
parcela do comprimento das cabos e das hastes, o valor provável da resistência da malha, em Ohm,
será igual a:

Dado:

A) 1,25
B) 2,50
C) 3,50
D) 1,00
E) 2,00

4. (Caixa Econômica Federal- CESGRANRIO-Engenharia elétrica-2012) O sistema de aterramento de um


equipamento é composto por apenas uma haste cilíndrica vertical encravada totalmente no solo, cuja
resistividade aparente é de 50π Ω.m. Se o comprimento da haste é de 2,0 m e seu diâmetro é de 2,0
cm, o valor, em ohm, da resistência de aterramento do sistema é

A) 50
B) 75
C) 100
D) 150
E) 200

5. (Correios -CESPE-Engenharia Elétrica-2011) A respeito de malhas de terra em subestações, julgue o


item que se segue.
Em locais onde a resistividade do solo é muito alta, ainda assim é possível instalar malhas de terra, desde
que, em caso de curto-circuito ou raio, a malha mantenha a equalização do potencial da área a ser protegida.

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6. (DETRAN-UECE-Analista de trânsito e transportes-Engenharia Elétrica—2017) No cálculo de uma malha


de terra de uma subestação, é necessário o conhecimento dos seguintes parâmetros:
A) número de condutores da malha de terra e tensão de passo.
B) resistividade aparente do solo e corrente máxima de curto-circuito fase-fase.
C) resistividade da camada superior do solo e corrente nominal da subestação.
D) tempo de duração da corrente de curto-circuito fase-terra e resistividade do solo.

7. (CIAAR-Primeiro Tenente- Engenharia Elétrica-2012) O cálculo da malha de terra de uma subestação


requer o conhecimento dos seguintes parâmetros:

I. Resistividade aparente do solo.

II. Condutividade da camada superior do solo.

III. Resistividade do material de acabamento da superfície da área da subestação.

IV. Corrente mínima de curto-circuito fase-terra.

V. Tempo de duração da corrente de curto-circuito fase-terra.

Estão corretas somente as afirmativas

A) I, III e IV.

B) II, III e V.

C) I, III e V.

D) I, II e IV.

8. (Pref. Sobral-Objetiva-2018) Considerando os sistemas de aterramento, assinale a afirmação


verdadeira.
A) Visam à proteção de pessoas e animais contra contatos diretos.
B) Quanto mais profundos estiverem seus eletrodos de aterramento, menor será sua resistência de
aterramento.
C) O método de Wenner é utilizado para determinar a resistência da malha de aterramento.
D) Para projetar a malha de aterramento de uma subestação, deve-se conhecer a resistividade do solo, o
valor e o tempo de duração da corrente de curto-circuito fase-terra.

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9. (UFT- COPESE-Engenheiro Eletrétrico-2018) Analise as afirmativas a seguir em relação aos objetivos da


Norma Técnica ABNT NBR 5419:2015.
I. A Parte 1 estabelece os requisitos para a determinação de proteção contra descargas atmosféricas.
II. A Parte 2 estabelece os requisitos para proteção de uma estrutura contra danos físicos por meio de um
SPDA - Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas - e para proteção de seres vivos contra lesões
causadas pelas tensões de toque e passo nas vizinhanças de um SPDA.
III. A Parte 3 estabelece os requisitos para análise de risco em uma estrutura devido às descargas
atmosféricas para a terra.
IV. A parte 4 fornece informações para o projeto, instalação, inspeção, manutenção e ensaio de sistemas de
proteção elétricos e eletrônicos (Medidas de Proteção contra Surtos ─ MPS) para reduzir o risco de danos
permanentes internos à estrutura devido aos impulsos eletromagnéticos de descargas atmosféricas (LEMP).
V. A Parte 5 - estabelece os requisitos para análise de risco em estruturas de torre de transmissão devido às
descargas atmosféricas para a terra.
Assinale a alternativa CORRETA.
A) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
B) Apenas as afirmativas III, IV e V estão corretas.
C) Apenas as afirmativas I, III e V estão corretas.
D) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.

10. (IF-AP - FUNIVERSA -Técnico em Eletrotécnica - 2016) Com relação às definições disponíveis na Norma
5419 acerca dos Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), assinale a alternativa
correta.
(A) Descargas atmosféricas são descargas elétricas que ocorrem entre nuvens, sendo compostas por um
impulso de vários quiloampères.
(B) Ponto de impacto é o ponto onde uma descarga atmosférica atinge a terra, uma estrutura ou o SPDA.
Assim, é correto afirmar que, embora possam induzir correntes em instalações próximas, uma descarga
atmosférica possui apenas um ponto de impacto.
(C) A tensão de eletrodo de aterramento é a diferença de potencial entre o eletrodo de aterramento
considerado e a estrutura metálica protegida.
(D) A ligação equipotencial consiste em uma ligação entre o SPDA e as instalações metálicas, destinada a
reduzir as diferenças de potencial causadas pela corrente de descarga atmosférica.
(E) Distância de segurança é a distância mínima que os usuários do ambiente protegido devem manter dos
elementos condutores, impedindo o choque elétrico.

11. (IF-PE-Engenheiro Elétrico-2017) A respeito da ameaça de descarga atmosférica na NBR 5419, a ZPR2 é
definida como
A) zona protegida contra queda direta, mas onde a ameaça é o campo eletromagnético total da descarga
atmosférica. Os sistemas internos podem estar sujeitos à corrente parcial da descarga atmosférica.

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B) zona onde a ameaça é devido à queda direta e ao campo eletromagnético total da descarga atmosférica.
Os sistemas internos podem estar sujeitos à corrente total ou parcial da descarga atmosférica.
C) zona onde a corrente de surto pode ser ainda mais limitada por uma divisão da corrente da descarga
atmosférica e pela aplicação de interfaces isolantes e/ou de DPS adicionais na fronteira. Uma blindagem
espacial adicional pode ser usada para atenuar ainda mais o campo eletromagnético da descarga
atmosférica.
D) zona onde a corrente de surto é limitada por uma divisão da corrente da descarga atmosférica e pela
aplicação de interfaces isolantes e/ou DPS na fronteira. Uma blindagem espacial pode atenuar o campo
eletromagnético da descarga atmosférica.
E) zona protegida contra queda direta onde a corrente de surto pode ser ainda mais limitada por uma divisão
da corrente da descarga atmosférica e pela aplicação de interfaces isolantes e/ou de DPS adicionais na
fronteira. Uma blindagem espacial adicional pode ser usada para dividir o campo eletromagnético da
descarga atmosférica.

12. (TELEBRAS-CESPE-Engenheiro Eletricista-2015) Julgue os itens subsecutivos, referentes a aterramentos


e sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).
I- Os pilares metálicos ou as armaduras de aço do concreto podem ser utilizados como condutores de
descida.
II- Entre as medidas de segurança que devem ser adotadas nas construções do SPDA incluem-se a de não
utilizar as armaduras de aço das fundações como eletrodos de aterramento.
III-O subsistema captor é a parte do SPDA destinada a conduzir a corrente de descarga atmosférica das
nuvens até o subsistema de aterramento.

13. (TRF - 2ª Região - CONSULPLAN - Engenharia Elétrica - 2017) Conforme a norma NBR 5419-3:2015,
sobre subsistema de descida, o número de condutores de descida, para cada SPDA não isolado, não
pode ser inferior a dois, mesmo se o valor do cálculo do perímetro dividido pelo espaçamento para o
nível correspondente resultar em valor inferior. Deve-se utilizar, no posicionamento, o espaçamento
mais uniforme possível entre os condutores de descida ao redor do perímetro. Os valores das
distâncias entre os condutores de descida são dados de acordo com as classes do SPDA. Portanto, é
correto afirmar que os valores típicos de distância entre os condutores de descida e entre os anéis
condutores de acordo com a classe de:
A) SPDA II é de 10 m.
B) SPDA IV é de 10 m.
C) SPDA I é de 15 m.
D) SPDA III é de 20 m.

14. (Pref. Ribeirão Preto - VUNESP - Engenheiro Eletricista - 2019) Segundo a norma ABNT NBR 5419-3 –
Proteção contra descargas atmosféricas – Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida, o
posicionamento das descidas para um SPDA isolado deve obedecer ao seguinte:

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A) se os captores consistem em condutores suspensos em catenária (ou um fio), pelo menos um condutor
de descida é necessário em cada suporte da estrutura.
B) se os captores consistem em condutores suspensos em catenária (ou um fio), pelo menos dois condutores
de descida são necessários em cada suporte da estrutura.
C) se os captores formam uma rede de condutores, são necessários pelo menos dois condutores de descida
em cada suporte de terminação dos condutores.
D) se os captores consistem em hastes em mastros separados não metálicos nem interconectados às
armaduras, é necessário para cada mastro pelo menos dois condutores de descida.
E) é obrigatória a instalação de condutores de descida para mastros metálicos ou interconectados às
armaduras.

15. (Pref. Salvador- FGV -Engenharia Elétrica-2019) Para efeitos da ABNT NBR 5419:2015, analise as
afirmativas a seguir e assinale V para a verdadeira e F para a falsa.
I- Os tipos de perdas, a serem avaliados em uma estrutura, podem ser de vida humana (incluindo ferimentos
permanentes); de serviço ao público; de patrimônio cultural; de valores econômicos e de
equipotencialização.
II- Os métodos a serem utilizados na determinação da posição do subsistema de captação de um SPDA
incluem o método do ângulo de proteção, o da esfera rolante e o das malhas.
III- Os condutores de aço inoxidável podem ser utilizados para ligar as instalações metálicas internas aos
barramentos de equipotencialização, desde que a área da seção reta seja de, no mínimo, 10 mm2.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,
A) F – V – V.
B) F – V – F.
C) V – F – V.
D) V – F – F.
E) V – V – F.

16. ( UEFS-AOCP-Analista Universitário-Engenharia Elétrica-2018) De acordo com a norma NBR 5419:2015,


assinale a alternativa INCORRETA.
A) Os métodos da esfera rolante e das malhas são adequados para todos os casos nos quais se deseja
determinar o posicionamento de um sistema de captação.
B) Em um SPDA não isolado, o número de condutores de descida não pode ser inferior a dois, mesmo se o
valor do cálculo do perímetro dividido pelo espaçamento para o nível correspondente resultar em valor
inferior.
C) A classe do SPDA depende das distâncias típicas entre condutores de descida e condutores em anel.
D) Um subsistema de captação pode ser composto por qualquer combinação de hastes, condutores
suspensos e condutores em malha.
E) A utilização de chapas metálicas de uma estrutura como captores naturais é permitida, desde que o
material de sua composição não seja titânio.
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17. (Pref. Vila Velha-ES-IBADE-Engenheiro Eletricista-2020) Em relação a um sistema de proteção contra


descargas atmosféricas diretas. Pode-se afirmar que:
I – Os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas diretas podem ser divididos, classicamente, em
três partes, a saber: rede captora de descargas, descidas e aterramentos.
II – O método de Franklin de proteção é formado por uma rede de condutores, lançada na cobertura e nas
laterais da instalação a ser protegida, formando uma blindagem eletrostática, destinada a interceptar as
descargas atmosféricas incidentes.
III – Uma estrutura que possua um SPDA projetado e instalado em conformidade com a norma NBR 5419
poderá, eventualmente, ser atingida por um raio.
Está (ão) correta (s):
A) somente I.
B) somente II.
C) somente III.
D)somente I e III.
E) somente I e II.

18. (IF-RS-Engenheiro eletricista-2018) Assinale a afirmativa INCORRETA acerca de Sistemas de Proteção


Contra Descargas Atmosféricas, considerando a NBR 5419/2015.
A) As classes de SPDA previstas são as I, II, III e IV.
B) As armaduras de aço interconectadas nas fundações de concreto não podem ser utilizadas como eletrodos
de aterramento.
C) Chapas metálicas cobrindo a estrutura a ser protegida podem ser consideradas como captores naturais.
D) Os condutores de descida devem ser arranjados a fim de proverem o menor comprimento possível do
caminho da corrente elétrica.
E) São métodos aceitáveis a serem utilizados na determinação da posição do subsistema de captação:
método do ângulo de proteção, método da esfera rolante e método das malhas.

19. (ALERJ-FGV-Especialista Legislativo- Engenharia Elétrica-2017) Um sistema de para-raios do tipo


Franklin foi instalado em um prédio com superfície quadrada de lado igual a L. Foram utilizados quatro
captores e o ângulo de proteção adequado ao local foi de 45˚. A altura mínima desses captores deve
ser igual a:
√2
A)𝐿 4
√2
B) 𝐿 2
√3
C) 𝐿 4
√3
D) 𝐿 2

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√6
E) 𝐿 4

20. (TJ-PI-FGV-Analista Jurídico-Engenheiro Eletricista-2015) Uma edificação de 30 m de altura ocupa uma


área quadrada de 144 m2 no terreno. Em seu topo existe um para-raios do tipo Franklin com ângulo de
proteção de 30˚. Para que esse para-raios proteja a edificação, a sua altura em relação ao solo deve ser
igual a:
A)6(5 + √6)𝑚
B) 6(3 + √6)𝑚
C) 6(5 + √3)𝑚
D) 6(3 + √3)𝑚
E) 6(1 + √3)𝑚

21. (TRT - 3ª Região -MG -FCC- Engenharia Elétrica- 2015) Considerando o projeto dos captores de um
SPDA, de acordo com a norma ABNT NBR 5419, relacione abaixo, a coluna da direita com a coluna da
esquerda.
I. Método Franklin
II. Modelo eletrogeométrico
III. Método Faraday
( ) esfera rolante
( ) rede de condutores dispostos no plano horizontal ou inclinado sobre o volume a proteger
( ) ângulo de proteção
( ) rede de condutores envolvendo todos os lados do volume a proteger
( ) esfera fictícia
Representa, de cima para baixo, a sequência correta entre as colunas, o que consta em
A) I - II - III - II - I
B) II - III - I - III - II
C) III - I - II - I - III
D) II - I - II - III - II
E) III - III - II - III - I

22. (Pref. Cuiabá-UFMT- 2017) Um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) externo
deve proteger uma construção ou estrutura contra os efeitos diretos dessas descargas. Sobre as
características de um SPDA, pode-se afirmar:
A) O método de Franklin é o mais utilizado, pois a altura da haste de suporte do captor mais a altura da
edificação garantem a proteção da edificação sob quaisquer circunstâncias.

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B) O método eletrogeométrico ou das esferas rolantes somente deve ser usado para o projeto de proteção
de subestações elétricas externas, e a sua aplicação não é recomendada para o SPDA de edifícios.
C) No método de Faraday, a distância entre os condutores da malha de captação é função da altura da
edificação, sendo menor para edifícios com alturas maiores.
D) No método de Franklin, o volume espacial de proteção é definido em função da altura da haste de suporte
do captor.
E) O método de Franklin tem aplicações limitadas em função do nível de proteção exigido para a estrutura e
da sua altura.

23. (TRF – 2ª Região- CONSULPLAN – 2017 Analista Judiciário – Engenharia Elétrica) A norma NBR 5419-
3:2015 descreve sobre os componentes do subsistema de captação instalados na estrutura e cita que
eles devem ser posicionados nos cantos salientes, pontas expostas e nas beiradas, de acordo com um
ou mais métodos aceitáveis a serem utilizados na determinação da posição do subsistema de captação,
que são: o método do ângulo de proteção, da esfera rolante e o das malhas. Em relação a esses
métodos, assinale a alternativa adequada que atende a todos os casos.
A) Somente o método do ângulo de proteção.
B) Os métodos da esfera rolante e das malhas.
C) Os métodos das malhas e do ângulo de proteção.
D) Os métodos do ângulo de proteção e da esfera rolante.

24. (Pref. Sobral-UECE-2019) No que diz respeito aos captores de um sistema de proteção contra descargas
atmosféricas, segundo a NBR 5419, assinale a afirmação verdadeira.
A) Podem ser constituídos por uma combinação qualquer dos seguintes elementos: hastes; cabos esticados;
condutores em malha; isoladores.
B) Quaisquer elementos condutores expostos que possam ser atingidos pelos raios são considerados como
parte do SPDA e podem ser utilizados como captores naturais.
C) No projeto dos captores, podem-se utilizar os seguintes métodos: método Franklin, modelo
eletrogeométrico, método Faraday.
D) Coberturas metálicas, pilares metálicos ou armaduras de aço do concreto não podem ser utilizadas como
captores.

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4. QUESTÕES COMENTADAS

1. (TRT 1a Região-AOCP-Analista Judiciário- Engenharia Elétrica-2018) De acordo com as definições de


instalações elétricas prediais e aterramento elétrico, assinale a alternativa correta.
𝜌𝛾 4𝑙
A) A resistência de aterramento (RT) teórica é dada por: 𝑅𝑇 = 2𝜋𝑙2 ln (𝑑2 ). Em que 𝛾 representa a
resistividade do solo.
B) Eletrodos de aterramento eletricamente independentes são eletrodos localizados a distância entre si, uma
vez que, quando um deles é percorrido pela corrente máxima para ele prevista, a variação do potencial dos
demais sempre ultrapassa 90% de seu valor.
C) A tensão de falta é definida como sendo a diferença entre a tensão de contato e o quadrado da tensão
sobre a resistência estabelecida entre o elemento condutor e a terra.
D) No que se refere ao aterramento e equipotencialização, solos com resistividade entre 50 e 100 Ω.m são
classificados como bons condutores, como é o caso da argila plástica, que apresenta a resistividade de 50
Ω.m.
E) No esquema de aterramento TT, o ponto de alimentação está diretamente aterrado e as massas da
instalação não estão ligadas em nenhum eletrodo de aterramento.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a alternativa correta, de acordo com as definições de
aterramento elétrico. Vamos julgar cada alternativa separadamente.

A) A alternativa está errada, pois a resistência de aterramento vai depender do tipo de sistema de
aterramento utilizado. Não podemos de forma alguma generalizar. Conforme estudamos na seção 4.1,
a expressão apresentada é similar à resistência de aterramento de uma haste vertical e a questão quer
que você se confunda justamente nesse ponto. No entanto, a resistência de aterramento de uma haste
vertical é dada por

𝜌 4𝐿
𝑅 = 2𝜋𝐿 ln ( 𝑑 )

Onde L é o comprimento, d é o diâmetro e ρ é a resistividade do solo. Assim, perceba que nem o


L nem o d estão ao quadrado na expressão.

B) A alternativa está errada. Conforme estudamos na seção 3.1.3, eletrodos de aterramento


eletricamente independentes são definidos como eletrodos instalados a uma distância entre si, em
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que a corrente máxima que pode fluir por qualquer um deles não afeta significativamente o potencial
dos outros. A afirmativa ressalta exatamente o contrário, dizendo que a variação de potencial dos
demais sempre ultrapassará 90% de seu valor. Neste caso, os eletrodos seriam eletricamente
dependentes, pois a corrente que fui em um iria afetar significativamente o potencial do outro.

C) A alternativa está errada. Conforme estudamos na seção 3.1.6, a tensão de falta é definida como a
tensão que aparece entre uma massa e um sistema de aterramento quando ocorre falha no
isolamento. Ela é composta pela soma da tensão de contato UB (tensão gerada acidentalmente entre
duas partes ao mesmo tempo acessíveis, quando há fala de isolamento) e a tensão UR entre o elemento
condutor e a terra. Assim, 𝑈𝐹 = 𝑈𝐵 + 𝑈𝑅 .

D) A alternativa está certa. Conforme estudamos na seção 3.1.2, os solos com resistividade entre 50 e
100 Ωm são considerados bons condutores. Podemos citar como exemplos: a argila plástica (50Ωm),
os solos alagadiços e pantanosos (30 a 50 Ωm) e o lodo (20 e 100Ωm).

E) A alternativa está errada. No esquema de aterramento TT, o ponto de alimentação está diretamente
aterrado, sendo as massas da instalação ligadas a outro ponto de aterramento. Logo, as massas devem
ser devidamente aterradas não compartilhando o mesmo ponto de aterramento da alimentação.
Conforme a NBR 5410, todas as massas da instalação devem estar ligadas a condutores de proteção e
estar devidamente aterradas, para que haja um percurso para a corrente de falta. Segundo à norma,
as massas podem ser diretamente aterradas independentemente do aterramento eventual da
alimentação ou podem ser ligadas ao ponto aterrado da alimentação. Ou seja, não há previsão de
isolação das massas em relação à terra.

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

2. (Petrobrás-CESGRANRIO-Técnico em manutenção Júnior-Elétrica-2014) A Figura abaixo mostra um


eletrodo de aterramento de haste vertical instalado em um solo de resistividade aparente igual a 126
Ω.m. Se o diâmetro do eletrodo é 10 mm, sua resistência de terra, em ohms, é aproximadamente

(A) 8 x In(400)
(B) 12,6 x In(420)
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(C) 10 x In(800)
(D) 6,3 x In(200)
(E) 20 x In(600)

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a resistência de aterramento de uma haste vertical cravada no
solo.

O procedimento para resolver essa questão consiste em aplicar a expressão da resistência de


aterramento para uma haste vertical, conforme estudamos na aula.

Ela é dada por:

𝑎 𝜌 4𝐿
𝑅 = 2𝜋𝐿 ln ( 𝑑 )

O enunciado nos fornece todos os dados necessários para substituir na expressão. Considerando
uma haste de 2 metros de comprimento e de 10 mm de diâmetro cravada verticalmente em um solo
de resistividade aparente de 126 Ωm, temo que a resistência de aterramento equivale a:

126 4∙2
𝑅 = 2∙3,14∙2 ln (10∙10−3 )

𝑅 = 10 ln(800) Ω

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

Lembre-se de deixar todas as medidas em metros!

3. (CEDAE-CEPERJ-Engenheiro Eletricista-2012) Deseja-se instalar uma malha de terra numa área de


25mx50m. Sabendo-se que a resistividade aparente do solo é igual a 100 Ohmm, e desprezando-se a
parcela do comprimento das cabos e das hastes, o valor provável da resistência da malha, em Ohm,
será igual a:

Dado:

A) 1,25
B) 2,50
C) 3,50
D) 1,00
122

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E) 2,00

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a resistência de aterramento de uma malha. O enunciado
fornece a expressão que você deve considerar.

Por meio do estudo realizado na seção 1.4 da aula, sabemos que essa expressão é utilizada
geralmente para calcular inicialmente a resistência de aterramento de forma aproximada. Ou seja, ela
não depende nem da profundidade e nem do comprimento total dos cabos utilizados para sua
construção. Conforme também estudamos, essa expressão é a mesma recomenda pela NBR
15751:2013. Ela é dada por:
𝜌
𝑅 = 4𝑟𝑎

O termo r dessa expressão se refere ao raio do círculo equivalente à área do sistema de


aterramento. Assim, temos que o raio equivale a:

𝐴𝑚𝑎𝑙ℎ𝑎
𝑟=√ 𝜋

25𝑥50
𝑟=√ ≅ 20
3.14

Substituindo na expressão da resistência de aterramento,

100
𝑅 = 4∙20 = 1,5Ω

Portanto,

A alternativa (A) é o gabarito da questão.

Observe que poderíamos ter utilizado diretamente a fórmula de Dwight em função da área da
malha. Daria o mesmo valor, pois elas são equivalentes.

4. (Caixa Econômica Federal- CESGRANRIO-Engenharia elétrica-2012) O sistema de aterramento de um


equipamento é composto por apenas uma haste cilíndrica vertical encravada totalmente no solo, cuja
resistividade aparente é de 50π Ω.m. Se o comprimento da haste é de 2,0 m e seu diâmetro é de 2,0
cm, o valor, em ohm, da resistência de aterramento do sistema é

A) 50

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B) 75
C) 100
D) 150
E) 200

Resolução e comentários:

A questão solicita que você calcule a resistência de aterramento de um sistema composto por uma
haste cravada verticalmente em um solo. O procedimento para resolver essa questão consiste em
aplicar a expressão apresentada na seção 1.1 da aula.

Para uma haste de aterramento de comprimento L e diâmetro d, cravada em um solo homogêneo


de resistividade ρ, a resistência de aterramento R é dada por:

𝜌 4𝐿
𝑅 = 2𝜋𝐿 ln ( 𝑑 )

O enunciado da questão fornece todos os parâmetros, inclusive alguns valores para facilitar a
resolução do termo que possui o logaritmo neperiano.

Substituindo os valores, temos:

50𝜋 4∙2
𝑅 = 2∙𝜋∙2 ln (2∙10−2 )

Vamos iniciar a resolução da questão pelo logaritmo neperiano.

4∙2
ln (2∙10−2 ) = ln(4 ∙ 102 )

Utilizando a seguinte propriedade:

ln(𝑎 ∙ 𝑏) = ln(𝑎) + ln(𝑏)

Podemos decompor o termo entre parênteses para utilizar os valores fornecidos pelo enunciado
da questão. Logo,

ln(4 ∙ 102 ) = ln(2 ∙ 2 ∙ 10 ∙ 10) = ln(2) + ln(2) + ln(10) + ln(10)

ln(4 ∙ 102 ) = 0,7 + 0,7 + 2,3 + 2,3 = 6

Substituindo esse valor na expressão da resistência de aterramento da haste vertical, temos:

50𝜋
𝑅 = 2∙𝜋∙2 ∙ 6 = 75 Ω

Portanto,

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A alternativa (B) é o gabarito da questão.

Perceba que estamos utilizando os valores de comprimento e diâmetro em metros!

5. (Correios -CESPE-Engenharia Elétrica-2011) A respeito de malhas de terra em subestações, julgue o


item que se segue.
Em locais onde a resistividade do solo é muito alta, ainda assim é possível instalar malhas de terra, desde
que, em caso de curto-circuito ou raio, a malha mantenha a equalização do potencial da área a ser protegida.

Resolução e comentários:

O item está CERTO, pois , de fato, mesmo em solos de alta resistividade é possível instalar malhas
de aterramento desde de que os critérios relacionados aos potenciais máximos e à resistência
equivalente do sistema de aterramento sejam atendidos.

Ressalto que os potenciais máximos que uma pessoa pode suportar sem sofrer fibrilação
ventricular são os potenciais utilizados como limites, quando da ocorrência do maior defeito fase-terra.
Assim, a malha só pode ser considerada adequada se os potenciais estiverem abaixo desse limite,
independentemente da resistividade aparente do solo em questão.

6. (DETRAN-UECE-Analista de trânsito e transportes-Engenharia Elétrica—2017) No cálculo de uma malha


de terra de uma subestação, é necessário o conhecimento dos seguintes parâmetros:
A) número de condutores da malha de terra e tensão de passo.
B) resistividade aparente do solo e corrente máxima de curto-circuito fase-fase.
C) resistividade da camada superior do solo e corrente nominal da subestação.
D) tempo de duração da corrente de curto-circuito fase-terra e resistividade do solo.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine qual alternativa representa os parâmetros necessários para
o dimensionamento de uma malha de aterramento em uma subestação.

Conforme estudamos na seção 1.4 dessa aula, a malha de aterramento é projetada por meio dos
seguintes parâmetros iniciais:

- resistividade aparente do solo (estratificação do solo);

- resistividade superficial do solo;

- corrente de curto-circuito máxima fase-terra;

-tempo de defeito para essa corrente;

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Vamos analisar cada alternativa separadamente.

A)- A alternativa está errada. Apesar do número de condutores e da tensão de passo serem parâmetros
importantes, eles devem ser avaliados para uma malha já dimensionada. Ou seja, para dimensionar a
malha de aterramento, não precisamos desses parâmetros inicialmente. No entanto, após o seu
dimensionamento, devemos determinar tanto a quantidade de condutores (por meio das dimensões
da malha) quanto avaliar o potencial de passo e toque que surgem para o máximo defeito fase terra.

B) A alternativa está errada. A resistividade aparente do solo obviamente é necessária (para depois
calcular a resistência final de aterramento). No entanto, precisamos da corrente máxima de curto-
circuito fase-terra e não fase-fase.

C) A alternativa está errada. A resistividade aparente do solo bem como a resistividade superficial são
necessárias. No entanto, precisamos da corrente de curto-circuito máxima fase-terra e não da corrente
nominal.

D) A alternativa está certa. Tanto o tempo de duração da corrente de curto-circuito fase-terra quanto
a resistividade do solo (seja da camada superficial ou a resistência aparente) são necessárias. O tempo
de duração do defeito é necessário para verificar se o condutor suporta os esforços provocados pela
elevação de temperatura. E a resistividade é necessária para determinar a resistência de aterramento
final da malha, sendo possível avaliar se o sistema de aterramento projetado satisfaz as prescrições.

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

7. (CIAAR-Primeiro Tenente- Engenharia Elétrica-2012) O cálculo da malha de terra de uma subestação


requer o conhecimento dos seguintes parâmetros:

I. Resistividade aparente do solo.

II. Condutividade da camada superior do solo.

III. Resistividade do material de acabamento da superfície da área da subestação.

IV. Corrente mínima de curto-circuito fase-terra.

V. Tempo de duração da corrente de curto-circuito fase-terra.

Estão corretas somente as afirmativas

A) I, III e IV.

B) II, III e V.

C) I, III e V.

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D) I, II e IV.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine qual alternativa reúne somente as afirmativas corretas.

Conforme estudamos na seção 1.4 dessa aula, precisamos dos seguintes parâmetros iniciais:

- resistividade aparente do solo (estratificação do solo);

- resistividade superficial do solo;

- corrente de curto-circuito máxima fase-terra;

-tempo de defeito para essa corrente;

Faço uma ressalva com relação à resistividade superficial do solo. É muito comum que se utilize
uma camada de algum material mais isolante no solo por questões de priorizar a segurança das
pessoas. Dessa forma, devemos levar em consideração a resistividade desse material. No entanto, se
não utilizássemos essa camada extra, deveríamos considerar apenas a resistividade da primeira
camada obtida pela estratificação do solo.

Mamede Filho (2017) considera, em seu livro, que a resistividade de acabamento da superfície da
área da subestação também é parâmetro necessário.

Assim, os itens I, III e V estão indiscutivelmente corretos. No entanto, houve um equívoco da banca
com relação ao item II.

Perceba também que devemos considerar o item II como correto, pois a resistividade é o inverso
da condutividade. Consequentemente, o conhecimento de um implica no conhecimento da outra.
Assim, a condutividade pode ser sim considerada como um parâmetro necessário.

Correlacionando essas informações com as afirmativas da questão, apenas o item IV não está
correto, pois devemos conhecer a corrente máxima de curto-circuito fase-terra e não a mínima, como
está descrito no item.

Portanto,

A questão foi anulada por não possuir alternativa adequada. Para a anulação, a banca adotou
como referência teórico o livro do Mamede Filho (2017). Esse livro foi indicado diretamente no edital
do concurso.

8. (Pref. Sobral-Objetiva-2018) Considerando os sistemas de aterramento, assinale a afirmação


verdadeira.
A) Visam à proteção de pessoas e animais contra contatos diretos.

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B) Quanto mais profundos estiverem seus eletrodos de aterramento, menor será sua resistência de
aterramento.
C) O método de Wenner é utilizado para determinar a resistência da malha de aterramento.
D) Para projetar a malha de aterramento de uma subestação, deve-se conhecer a resistividade do solo, o
valor e o tempo de duração da corrente de curto-circuito fase-terra.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a alternativa verdadeira. Vamos julgar cada alternativa
separadamente.

A) A alternativa está errada, pois os sistemas de aterramento fazem parte das medidas de proteção
contra contatos indiretos.

B) A alternativa está errada, pois a resistência de aterramento vai depender essencialmente da


geometria do eletrodo utilizado e da resistividade do solo. Pode ser que, em camadas mais profundas
do solo (dependendo da estratificação do solo), sua resistividade seja maior. Logo, teremos uma
resistência de aterramento maior. Pode ocorrer também, que, para uma determinada geometria, a
profundidade com que o eletrodo é enterrado não influencie no cálculo da resistividade. Perceba que,
nesta alternativa, não foi especificado o tipo de eletrodo. Então, não podemos fazer essa afirmação
sem saber do tipo de geometria que se trata.

C) A alternativa está errada, pois o método de Wenner é utilizado para determinar a resistividade do
solo, ou seja, sua estratificação.

D) A alternativa está certa. Conforme estudamos na seção 4.4, no dimensionamento de uma malha de
aterramento é necessário o conhecimento de alguns parâmetros. Resumidamente, precisamos da
resistividade do solo, do valor e do tempo de duração da corrente de curto-circuito fase-terra.

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

9. (UFT- COPESE-Engenheiro Eletrétrico-2018) Analise as afirmativas a seguir em relação aos objetivos da


Norma Técnica ABNT NBR 5419:2015.
I. A Parte 1 estabelece os requisitos para a determinação de proteção contra descargas atmosféricas.
II. A Parte 2 estabelece os requisitos para proteção de uma estrutura contra danos físicos por meio de um
SPDA - Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas - e para proteção de seres vivos contra lesões
causadas pelas tensões de toque e passo nas vizinhanças de um SPDA.
III. A Parte 3 estabelece os requisitos para análise de risco em uma estrutura devido às descargas
atmosféricas para a terra.

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IV. A parte 4 fornece informações para o projeto, instalação, inspeção, manutenção e ensaio de sistemas de
proteção elétricos e eletrônicos (Medidas de Proteção contra Surtos ─ MPS) para reduzir o risco de danos
permanentes internos à estrutura devido aos impulsos eletromagnéticos de descargas atmosféricas (LEMP).
V. A Parte 5 - estabelece os requisitos para análise de risco em estruturas de torre de transmissão devido às
descargas atmosféricas para a terra.
Assinale a alternativa CORRETA.
A) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
B) Apenas as afirmativas III, IV e V estão corretas.
C) Apenas as afirmativas I, III e V estão corretas.
D) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você analise as afirmativas com relação aos objetivos de cada parte da NBR
5419:2015. Vamos julgar cada afirmativa separadamente.

I- A afirmativa está correta, pois está de acordo com o escopo a parte 1 da norma e conforme
estudamos na subseção 2.3.1 da aula.

II- A afirmativa está incorreta, pois esse objetivo se refere à parte 3 da norma, conforme estudamos
na subseção 2.5.1 da aula.

III- A afirmativa está incorreta, pois esse objetivo se refere à parte 2 da norma, conforme estudamos
na subseção 2.4.1 da aula. Os objetivos da parte 2 e 3 foram trocados.

IV- A afirmativa está correta, pois está de acordo com o escopo desta parte 4 da norma.

V- A afirmativa está incorreta, pois a NBR 5419:2015 é dividida apenas em 4 partes. Elas são as
seguintes: parte 1 (Princípios gerais), parte 2 (Gerenciamento de risco), parte 3 (Danos físicos e
estruturas e perigos à vida) e parte 4 (Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura).

As afirmativas corretas são as seguintes: I e IV.

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

10. (IF-AP - FUNIVERSA -Técnico em Eletrotécnica - 2016) Com relação às definições disponíveis na Norma
5419 acerca dos Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), assinale a alternativa
correta.
(A) Descargas atmosféricas são descargas elétricas que ocorrem entre nuvens, sendo compostas por um
impulso de vários quiloampères.

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(B) Ponto de impacto é o ponto onde uma descarga atmosférica atinge a terra, uma estrutura ou o SPDA.
Assim, é correto afirmar que, embora possam induzir correntes em instalações próximas, uma descarga
atmosférica possui apenas um ponto de impacto.
(C) A tensão de eletrodo de aterramento é a diferença de potencial entre o eletrodo de aterramento
considerado e a estrutura metálica protegida.
(D) A ligação equipotencial consiste em uma ligação entre o SPDA e as instalações metálicas, destinada a
reduzir as diferenças de potencial causadas pela corrente de descarga atmosférica.
(E) Distância de segurança é a distância mínima que os usuários do ambiente protegido devem manter dos
elementos condutores, impedindo o choque elétrico.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a alternativa correta com relação às definições presentadas na
NBR 5419:2015. Vamos analisar cada alternativa separadamente de acordo com o que estudamos na
aula e de acordo com as definições apresentadas na norma.

A) A alternativa está incorreta. Conforme a definição apresentada na seção 3.1 da NBR 5419-1:2015, a
descarga atmosférica é definida como uma descarga de origem atmosférica entre nuvem e terra e não
apenas entre nuvem de acordo com a afirmativa.

B) A afirmativa está incorreta. Conforme a definição apresentada na seção 3.9 da NBR 5419-1:2015,
ponto de impacto é definido como o ponto onde uma descarga atmosférica atinge a terra ou um objeto
elevado (como por exemplo, estrutura SPDA, árvores etc.). Ao contrário do que está afirmado na
alternativa, uma descarga atmosférica para a terra pode ter diversos pontos de impacto.

C) A alternativa está incorreta. Conforme a definição apresentada na seção 3.14 da NBR 5419-3:2015,
a tensão no sistema de aterramento é definida como a diferença de potencial entre o sistema de
aterramento (ou eletrodo de aterramento) e o terra remoto.

D) A alternativa está correta, conforme a definição apresentada na seção 3.49 da NBR 5419-1:2015.

E) A alternativa está incorreta. Conforme a definição apresentada na seção 3.29 da NBR 5419-3:2015,
a distância de segurança é definida como a distância entre duas partes condutoras na qual nenhum
centelhamento perigoso pode ocorrer. Ou seja, é uma distância entre elementos condutores quaisquer
para evitar o centelhamento perigoso e não o choque elétrico.

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

Perceba que essa questão é de 2016.Ressalto que, independentemente de qual versão da norma
a questão está se baseando (até porque ela não especifica o ano), as definições e o entendimento geral
sobre elas continuam os mesmos, sendo plenamente possível resolver a questão.

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11. (IF-PE-Engenheiro Elétrico-2017) A respeito da ameaça de descarga atmosférica na NBR 5419, a ZPR2 é
definida como
A) zona protegida contra queda direta, mas onde a ameaça é o campo eletromagnético total da descarga
atmosférica. Os sistemas internos podem estar sujeitos à corrente parcial da descarga atmosférica.
B) zona onde a ameaça é devido à queda direta e ao campo eletromagnético total da descarga atmosférica.
Os sistemas internos podem estar sujeitos à corrente total ou parcial da descarga atmosférica.
C) zona onde a corrente de surto pode ser ainda mais limitada por uma divisão da corrente da descarga
atmosférica e pela aplicação de interfaces isolantes e/ou de DPS adicionais na fronteira. Uma blindagem
espacial adicional pode ser usada para atenuar ainda mais o campo eletromagnético da descarga
atmosférica.
D) zona onde a corrente de surto é limitada por uma divisão da corrente da descarga atmosférica e pela
aplicação de interfaces isolantes e/ou DPS na fronteira. Uma blindagem espacial pode atenuar o campo
eletromagnético da descarga atmosférica.
E) zona protegida contra queda direta onde a corrente de surto pode ser ainda mais limitada por uma divisão
da corrente da descarga atmosférica e pela aplicação de interfaces isolantes e/ou de DPS adicionais na
fronteira. Uma blindagem espacial adicional pode ser usada para dividir o campo eletromagnético da
descarga atmosférica.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a alternativa correta com relação a zona de proteção ZPR 2
apresentada na NBR 5419-1:2015. Vamos julgar cada alternativa de forma separada.

A) A alternativa está incorreta. As características apresentadas nessa alternativa se referem à ZPR0B.

B) A alternativa está incorreta. As características apresentadas nessa alternativa se referem à ZPR0A.

C) A alternativa está correta. As características apresentadas nessa alternativa se referem à ZPR 2.

D) A alternativa está incorreta. As características apresentadas nessa alternativa se referem à ZPR 1.

E) A alternativa está incorreta. As características apresentadas nessa alternativa não se referem às


zonas de proteção apresentadas na norma. Essa alternativa misturou as características da ZPR0B e da
ZPR 2.

Conforme estudamos na subseção 1.3.8, a ZPR 2 é caracterizada por ser uma zona onde a corrente
de surto pode ser ainda mais limitada por uma divisão da corrente da descarga atmosférica e pela
aplicação de interfaces isolantes e/ou de DPS adicionais na fronteira. Uma blindagem espacial adicional
pode ser usada para atenuar ainda mais o campo eletromagnético da descarga atmosférica.

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

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12. (TELEBRAS-CESPE-Engenheiro Eletricista-2015) Julgue os itens subsecutivos, referentes a aterramentos


e sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).
I- Os pilares metálicos ou as armaduras de aço do concreto podem ser utilizados como condutores de
descida.
II- Entre as medidas de segurança que devem ser adotadas nas construções do SPDA incluem-se a de não
utilizar as armaduras de aço das fundações como eletrodos de aterramento.
III-O subsistema captor é a parte do SPDA destinada a conduzir a corrente de descarga atmosférica das
nuvens até o subsistema de aterramento.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue os itens apresentados, com relação à utilização de elementos
naturais bem como à função dos subsistemas que compõem o SPDA. Vamos julgar e analisar cada item
por vez.

I- O item está certo, pois tanto as instalações metálicas (pilares, torres, postes e mastros) quanto as
armaduras de concreto armado estão previstos na norma NBR 5419 para serem utilizados como
condutores de descida naturais (seção 5.3.5 da NBR 5419-3:2105). Obviamente é importante ressaltar
que algumas condições devem ser satisfeitas para que o uso de componentes naturais seja possível.

II- O item está errado, pois as armaduras de aço das fundações podem sim ser utilizadas como
eletrodos de aterramento, bem como outras estruturas metálicas subterrâneas disponíveis (seção
5.4.4 da NBR 5419-3:2105). Apenas devemos nos atentar ao fato de que a sua continuidade elétrica
seja garantida.

III- O item está errado, pois a definição apresentada se refere ao subsistema de descida e não ao
subsistema de captação. Conforme estudamos na seção 2.6 da aula e as definições 3.6 e 3.7
apresentadas na NBR 5419-3: 2015, o subsistema de captação é projetado e posicionado para
interceptar as descargas atmosféricas. Enquanto, o subsistema de descida conduz a corrente da
descarga atmosférica desde o subsistema de captação até o subsistema de aterramento.

Portanto,

A sequência correta é a seguinte: C, E , E.

13. (TRF - 2ª Região - CONSULPLAN - Engenharia Elétrica - 2017) Conforme a norma NBR 5419-3:2015,
sobre subsistema de descida, o número de condutores de descida, para cada SPDA não isolado, não
pode ser inferior a dois, mesmo se o valor do cálculo do perímetro dividido pelo espaçamento para o
nível correspondente resultar em valor inferior. Deve-se utilizar, no posicionamento, o espaçamento
mais uniforme possível entre os condutores de descida ao redor do perímetro. Os valores das
distâncias entre os condutores de descida são dados de acordo com as classes do SPDA. Portanto, é
correto afirmar que os valores típicos de distância entre os condutores de descida e entre os anéis
condutores de acordo com a classe de:
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A) SPDA II é de 10 m.
B) SPDA IV é de 10 m.
C) SPDA I é de 15 m.
D) SPDA III é de 20 m.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine qual alternativa traz a prescrição correta da norma NBR
5419-3:2015, com relação aos valores típicos de distância entre condutores de descidas de um SDPA
não isolado.

Analisaremos as alternativas conforme o conteúdo estudado na subseção 2.6.2 da aula. Os valores


das distâncias entre os condutores de descida são dados na Tabela 4 da norma, os quais são os
seguintes:

-Classe I: 10 m

-Classe II: 10 m

-Classe III: 15 m

-Classe IV: 20 m

Portanto,

A alternativa (A) é o gabarito da questão.

14. (Pref. Ribeirão Preto - VUNESP - Engenheiro Eletricista - 2019) Segundo a norma ABNT NBR 5419-3 –
Proteção contra descargas atmosféricas – Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida, o
posicionamento das descidas para um SPDA isolado deve obedecer ao seguinte:
A) se os captores consistem em condutores suspensos em catenária (ou um fio), pelo menos um condutor
de descida é necessário em cada suporte da estrutura.
B) se os captores consistem em condutores suspensos em catenária (ou um fio), pelo menos dois condutores
de descida são necessários em cada suporte da estrutura.
C) se os captores formam uma rede de condutores, são necessários pelo menos dois condutores de descida
em cada suporte de terminação dos condutores.
D) se os captores consistem em hastes em mastros separados não metálicos nem interconectados às
armaduras, é necessário para cada mastro pelo menos dois condutores de descida.
E) é obrigatória a instalação de condutores de descida para mastros metálicos ou interconectados às
armaduras.

Resolução e comentários:

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A questão solicita que você julgue as alternativas para determinar qual delas está em
conformidade à prescrição da NBR 5419-3:2015 relacionada ao posicionamento das descidas de um
SPDA isolado. Vamos analisar cada alternativa de forma separada.

A) A alternativa está correta, conforme a seção 5.3.2 b) da NBR 5419-3:2105. Neste caso, pelo menos
um condutor de descida é necessário em cada suporte da estrutura.

B) A alternativa está incorreta devido à mesma justificativa da alternativa anterior.

C) A alternativa está incorreta, pois neste caso é necessário pelo menos um condutor de descida em
cada suporte de terminação dos condutores e não dois, conforme a seção 5.3.2 c) da NBR 5419-3:2105.

D) A alternativa está incorreta, pois neste caso é necessário para cada mastro pelo menos um condutor
de descida e não dois, conforme a seção 5.3.2 a) da NBR 5419-3:2105.

E) A alternativa está incorreta, pois neste caso não há a necessidade de condutor de descida para
mastros metálicos ou interconectados às armaduras, conforme a seção 5.3.2 a) da NBR 5419-3:2105.

Portanto,

A alternativa (A) é o gabarito da questão.

15. (Pref. Salvador- FGV -Engenharia Elétrica-2019) Para efeitos da ABNT NBR 5419:2015, analise as
afirmativas a seguir e assinale V para a verdadeira e F para a falsa.
I- Os tipos de perdas, a serem avaliados em uma estrutura, podem ser de vida humana (incluindo ferimentos
permanentes); de serviço ao público; de patrimônio cultural; de valores econômicos e de
equipotencialização.
II- Os métodos a serem utilizados na determinação da posição do subsistema de captação de um SPDA
incluem o método do ângulo de proteção, o da esfera rolante e o das malhas.
III- Os condutores de aço inoxidável podem ser utilizados para ligar as instalações metálicas internas aos
barramentos de equipotencialização, desde que a área da seção reta seja de, no mínimo, 10 mm2.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,
A) F – V – V.
B) F – V – F.
C) V – F – V.
D) V – F – F.
E) V – V – F.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue as afirmativas, com relação a norma NBR 5419:2015. Analisaremos
cada afirmativa de uma vez.
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I- A afirmativa é falsa, pois a perda de equipotencialização não está prevista na norma. Conforme
estudamos na seção 2.3.4 da aula e a seção 5.2 da NBR 5419-1:2015, apenas os seguintes tipos de
perdas são considerados:

-L1: perda de vida humana (incluindo-se danos permanentes);

-L2: perda de serviço ao público;

-L3: perda de patrimônio cultural;

-L4: perda de valor econômico.

II- A afirmativa é verdadeira, pois esses são justamente os métodos aceitáveis a serem utilizados na
determinação da posição do subsistema de captação ( seção 5.2.2 da NBR55419-3:2015).

III- A afirmativa é falsa. De acordo com o que foi estudado na seção 2.7.1 da aula e com a seção 6.2.2.6
da NBR 5419-3:2015, os valores mínimos da seção reta dos condutores que ligam as instalações
metálicas internas aos barramentos de equipotencialização são listados na Tabela 9 da norma. A norma
ressalta que, para utilização do aço inoxidável, este deve ter a seção equivalente à do aço galvanizado
a fogo. Na tabela 9, a seção correspondente ao aço galvanizado equivale a 16mm2 e não a 10 mm2.

A sequência correta é a seguinte: F,V,F.

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

16. ( UEFS-AOCP-Analista Universitário-Engenharia Elétrica-2018) De acordo com a norma NBR 5419:2015,


assinale a alternativa INCORRETA.
A) Os métodos da esfera rolante e das malhas são adequados para todos os casos nos quais se deseja
determinar o posicionamento de um sistema de captação.
B) Em um SPDA não isolado, o número de condutores de descida não pode ser inferior a dois, mesmo se o
valor do cálculo do perímetro dividido pelo espaçamento para o nível correspondente resultar em valor
inferior.
C) A classe do SPDA depende das distâncias típicas entre condutores de descida e condutores em anel.
D) Um subsistema de captação pode ser composto por qualquer combinação de hastes, condutores
suspensos e condutores em malha.
E) A utilização de chapas metálicas de uma estrutura como captores naturais é permitida, desde que o
material de sua composição não seja titânio.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue as afirmativas e determine qual está incorreta, com relação a
norma NBR 5419:2015. Vamos analisar cada afirmativa de uma vez.
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A) A alternativa está correta, conforme a seção 5.2.2 da NBR 5419-3:2015.

B) A alternativa está correta, conforme a seção 5.3.3 da NBR 5419-3:2015.

C) A alternativa está correta, conforme a seção 5.3.3 da NBR 5419-3:2015. Existem uma relação de
dependência entre os valores típicos de distâncias entre os condutores de descida e entre os anéis
condutores com a classe do SPDA (Tabela 9). Na seção 2.5.3 da aula, eu ressaltei sobre os dados que
dependem e não dependem da classe do SPDA.

D) A alternativa está correta, conforme a seção 5.2.1 da NBR 5419-3:2015.

E) A alternativa está incorreta, pois a utilização de chapas metálicas como captores naturais deve
satisfazer outros requisitos que estão listados na seção 5.2.5 da NBR 5419-3:2015. Neste contexto, sua
utilização depende da sua continuidade elétrica, da sua espessura e do seu revestimento (material não
isolante). O titânio é mencionado como um tipo possível de material e a utilização dessa chapa metálica
como captor vai depender apenas da sua espessura (Tabela 3 da norma).

Portanto,

A alternativa (E) é o gabarito da questão.

Perceba que essa questão traz informações sobre diferentes assuntos da norma.

17. (Pref. Vila Velha-ES-IBADE-Engenheiro Eletricista-2020) Em relação a um sistema de proteção contra


descargas atmosféricas diretas. Pode-se afirmar que:
I – Os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas diretas podem ser divididos, classicamente, em
três partes, a saber: rede captora de descargas, descidas e aterramentos.
II – O método de Franklin de proteção é formado por uma rede de condutores, lançada na cobertura e nas
laterais da instalação a ser protegida, formando uma blindagem eletrostática, destinada a interceptar as
descargas atmosféricas incidentes.
III – Uma estrutura que possua um SPDA projetado e instalado em conformidade com a norma NBR 5419
poderá, eventualmente, ser atingida por um raio.
Está (ão) correta (s):
A) somente I.
B) somente II.
C) somente III.
D)somente I e III.
E) somente I e II.

Resolução e comentários:

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A questão solicita que você julgue as afirmativas, com relação aos sistemas de proteção contra
descargas atmosféricas. Vamos analisar cada afirmativa separadamente.

I- A afirmativa está correta. Conforme estudamos, o SPDA externo consiste em um subsistema de


captação, descida e aterramento.

II- A afirmativa está incorreta. A descrição contida na afirmativa se refere ao método de Faraday ou,
também denominado, método das malhas.

III- A afirmativa está correta. Mesmo que uma estrutura esteja em conformidade com a NBR 5419, ela
ainda sim pode ser atingida por um raio. Uma descarga atmosférica é um fenômeno da natureza
imprevisível. Inclusive a própria norma ressalta que as medidas de proteções consideradas são
comprovadamente eficazes na redução dos riscos associados às descargas atmosféricas e não à
ocorrência delas. As medidas de proteção previstas na norma reduzem os riscos associados a danos
físicos, a vida e a falhas de sistemas elétricos e eletrônicos.

Portanto,

A alternativa (D) é o gabarito da questão.

18. (IF-RS-Engenheiro eletricista-2018) Assinale a afirmativa INCORRETA acerca de Sistemas de Proteção


Contra Descargas Atmosféricas, considerando a NBR 5419/2015.
A) As classes de SPDA previstas são as I, II, III e IV.
B) As armaduras de aço interconectadas nas fundações de concreto não podem ser utilizadas como eletrodos
de aterramento.
C) Chapas metálicas cobrindo a estrutura a ser protegida podem ser consideradas como captores naturais.
D) Os condutores de descida devem ser arranjados a fim de proverem o menor comprimento possível do
caminho da corrente elétrica.
E) São métodos aceitáveis a serem utilizados na determinação da posição do subsistema de captação:
método do ângulo de proteção, método da esfera rolante e método das malhas.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue as alternativas para determinar a que está incorreta, com
relação ao sistema de proteção contra descargas atmosférica à luz da NBR 5419:2015. Analisaremos
cada alternativa separadamente nos baseando no que foi estudado em aula e no que está previsto na
norma.

A) A alternativa está correta. Conforme o estudo dessa aula e à seção 4.1 da NBR 5419-3:2015, as
características de um SPDA são determinadas pelas características da estrutura a ser protegida e pelo
nível de proteção considerado para descargas atmosféricas. Dessa forma, quatro classes de SPDA (I a
IV) são consideradas pela norma e correspondem aos níveis de proteção para descargas atmosféricas
definidos na ABNT NBR 5419-1:2015. Lembrando que a classe do SPDA requerido deve ser selecionada
com base em uma avaliação de risco.
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B) A alternativa está incorreta. De acordo com a seção 5.4.4 da NBR 5419-3:2015, as armaduras de aço
interconectadas nas fundações de concreto bem como outras estruturas metálicas subterrâneas
disponíveis podem sim ser utilizadas como eletrodos de aterramento naturais. O contradiz o
apresentado na alternativa. É importante destacar que, para isso, algumas condições e requisitos
devem ser atendidos. Mais especificamente, a continuidade elétrica desses componentes naturais
deve ser garantida.

C) A alternativa está correta. Segundo a seção 5.2.5 da NBR 5419-3:2015, chapas metálicas estão
dentro dos exemplos citados como partes de uma estrutura que podem ser consideradas captores
naturais. Novamente ressalto que algumas condições de vem ser atendidas para que esse uso seja
possível.

D) A alternativa está correta. Segundo a seção 5.3.1 da NBR 5419-3:2015, com o propósito de reduzir
a probabilidade de danos devido à corrente da descarga atmosférica fluindo pelo SPDA, os condutores
de descida devem ser arranjados a fim de proverem, entre outras coisas, o menor comprimento
possível do caminho da corrente elétrica.

E) A alternativa está correta, conforme a seção 5.2.2 da NBR 5419-3:2015 e ao que foi estudado na
seção 2.8 da aula.

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

19. (ALERJ-FGV-Especialista Legislativo- Engenharia Elétrica-2017) Um sistema de para-raios do tipo


Franklin foi instalado em um prédio com superfície quadrada de lado igual a L. Foram utilizados quatro
captores e o ângulo de proteção adequado ao local foi de 45˚. A altura mínima desses captores deve
ser igual a:
√2
A)𝐿 4
√2
B) 𝐿 2
√3
C) 𝐿 4
√3
D) 𝐿 2
√6
E) 𝐿 4

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a altura mínima dos captores utilizados em um subsistema
de captação. O procedimento para resolver essa questão consiste em aplicar o método do ângulo de
proteção, utilizando-se 4 para-raios do tipo Franklin.

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Conforme estudamos na aula, o primeiro ponto é determinar o plano de referência que desejamos
proteger. Neste caso, o plano de referência será a área superior do prédio, pois assim a área da base
de cada cone (formada pelo conjunto de captores) irá cobrir toda a parte superior do prédio que
necessita de proteção.

Posicionando os para-raios de forma igualmente espaçada na parte superior do prédio (que tem
superfície quadrada L X L), temos o seguinte esquema:

Por meio dessa figura, perceba que cada captor será responsável por prover uma área de proteção
que é representada pela área da base de cada cone. Como queremos determinar a altura mínima de
cada captor, vamos considerar apenas a área da base de um cone que está representado pela figura
b).

Para determinarmos a altura da extremidade do captor em relação ao plano de referência adotado


(parte superior do prédio), iremos utilizar a seguinte expressão:

𝑅𝑝 = ℎ ∙ 𝑡𝑔(𝛼)

Perceba então que, para resolvermos a questão, precisamos do raio e do ângulo de proteção.
Então vamos por partes!

Raio de proteção de cada captor (rp):

Considerando a figura b), o raio de proteção será igual a metade da diagonal D. Portanto,
precisamos determinar o valor de D.

Aplicando o teorema de Pitágoras, temos que:

𝐿 2 𝐿 2
𝐷2 = (2) + (2)

Assim,

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√2
𝐷=𝐿 2

Como o raio de proteção equivale à metade da diagonal, temos:

𝐷 √2
𝑅𝑝 = =𝐿
2 4

Ângulo de proteção (α):

Conforme o enunciado da questão, o ângulo de proteção adequado ao local foi de 45˚.

Altura (h):

Isolando a altura h (da extremidade do captor em relação ao plano de referência adotado), temos:

√2
𝑅𝑝 𝐿
4
ℎ = 𝑡𝑔(𝛼) = 𝑡𝑔(45°)

√2
ℎ=𝐿 𝑚
4

Portanto,

A alternativa (A) é o gabarito da questão.

Essa questão é muito interessante, pois considera a utilização de um conjunto de captores e não
apenas um. Dessa forma, o conjunto dos quatro captores (sendo que cada captor possui uma altura h
em relação ao plano de referência dotado) conseguem proteger a parte superior do prédio.

Observe que, se apenas 1 captor fosse utilizado, a sua altura deveria ser maior para que fosse
possível proporcionar um raio de proteção adequado para a superfície superior do prédio. Mais
√2
especificamente, deveria ser 𝐿 .
2

20. (TJ-PI-FGV-Analista Jurídico-Engenheiro Eletricista-2015) Uma edificação de 30 m de altura ocupa uma


área quadrada de 144 m2 no terreno. Em seu topo existe um para-raios do tipo Franklin com ângulo de
proteção de 30˚. Para que esse para-raios proteja a edificação, a sua altura em relação ao solo deve ser
igual a:
A)6(5 + √6)𝑚
B) 6(3 + √6)𝑚
C) 6(5 + √3)𝑚
D) 6(3 + √3)𝑚
E) 6(1 + √3)𝑚

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Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a altura em relação ao solo de um para-raios tipo Franklin.

O procedimento para resolver essa questão é bastante similar à anterior, mas devemos ficar
atentos ao fato de que o enunciado solicita a altura do captor em relação ao solo! Inicialmente, vamos
aplicar o método do ângulo de proteção para achara apenas a altura do captor e posteriormente somar
com a altura da edificação.

Conforme estudamos, o primeiro ponto é determinar o plano de referência que desejamos


proteger. Neste caso, o plano de referência será a área superior da edificação, pois assim o cone de
proteção irá protegê-la, segundo o método do ângulo de proteção.

Para determinarmos a altura da extremidade do captor em relação ao plano de referência adotado


(parte superior do edifício), iremos utilizar a seguinte expressão:

𝑅𝑝 = ℎ ∙ 𝑡𝑔(𝛼)

Dessa forma, precisamos do raio e do ângulo de proteção. Novamente, vamos por partes!

Raio de proteção de cada captor (rp):

Conforme o enunciado da questão, a edificação ocupa uma área quadrada de 144 m 2 no terreno.
Portanto, vamos considerar a seguinte figura:

Considerando a figura, o raio de proteção provido pelo captor será igual a metade da diagonal D.
Portanto, precisamos determinar o valor de D.

Aplicando o teorema de Pitágoras, temos que:

𝐷2 = (12)2 + (12)2

𝐷 = √2(12)2

𝐷 = 12√2

Como o raio de proteção equivale à metade da diagonal, temos:


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𝐷
𝑅𝑝 = = 6√2
2

Ângulo de proteção (α):

Conforme o enunciado da questão, o ângulo é de 30˚.

Altura (h):

Isolando a altura h (da extremidade do captor em relação ao plano de referência adotado), temos:

𝑅𝑝 6√2
ℎ = 𝑡𝑔(𝛼) = 𝑡𝑔(30°)

Lembrando que 𝑡𝑔(30°) equivale √3/3, temos:

6√2
ℎ= = 6√6
√3/3

Altura total (hT) em relação ao solo:

Perceba que a questão solicita a altura do captor em relação ao solo e não apenas a altura do
captor em relação ao plano de referência que acabamos de calcular! Ou seja, a altura da extremidade
do captor até o chão. É só uma questão de atenção!

A altura total será a soma da altura h do captor com a altura da edificação H (que, conforme o
enunciado, equivale a 30 metros). Dessa forma,

ℎ𝑇 = ℎ + 𝐻

ℎ𝑇 = 6√6 + 30

ℎ𝑇 = 6 (√6 + 5)

Portanto,

A alternativa (A) é o gabarito da questão.

Note que essa questão cobrou muito bem os conceitos relacionados ao plano de referência!

21. (TRT - 3ª Região -MG -FCC- Engenharia Elétrica- 2015) Considerando o projeto dos captores de um
SPDA, de acordo com a norma ABNT NBR 5419, relacione abaixo, a coluna da direita com a coluna da
esquerda.
I. Método Franklin
II. Modelo eletrogeométrico
III. Método Faraday
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( ) esfera rolante
( ) rede de condutores dispostos no plano horizontal ou inclinado sobre o volume a proteger
( ) ângulo de proteção
( ) rede de condutores envolvendo todos os lados do volume a proteger
( ) esfera fictícia
Representa, de cima para baixo, a sequência correta entre as colunas, o que consta em
A) I - II - III - II - I
B) II - III - I - III - II
C) III - I - II - I - III
D) II - I - II - III - II
E) III - III - II - III - I

Resolução e comentários:

A questão solicita que você relacione informações sobre os métodos de captação previstos na NBR
5419. Vamos analisar cada afirmativa separadamente para relacionar com os métodos.

1- esfera rolante: obviamente se relaciona com o método eletrogeométrico (ou das esferas rolantes)
(II).

2- rede de condutores dispostos no plano horizontal ou inclinado sobre o volume a proteger: relaciona-
se com o método das malhas ou método de Faraday (III).

3- ângulo de proteção: relaciona-se com o método do ângulo de proteção ou método de Franklin (I).

4- rede de condutores envolvendo todos os lados do volume a proteger: relaciona-se com o método
das malhas ou método de Faraday (III).

5- esfera fictícia: relaciona-se com o método eletrogeométrico ou método das esferas rolantes (II).

A sequência correta é a seguinte: II, III, I, III, II.

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

22. (Pref. Cuiabá-UFMT- 2017) Um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) externo
deve proteger uma construção ou estrutura contra os efeitos diretos dessas descargas. Sobre as
características de um SPDA, pode-se afirmar:
A) O método de Franklin é o mais utilizado, pois a altura da haste de suporte do captor mais a altura da
edificação garantem a proteção da edificação sob quaisquer circunstâncias.
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B) O método eletrogeométrico ou das esferas rolantes somente deve ser usado para o projeto de proteção
de subestações elétricas externas, e a sua aplicação não é recomendada para o SPDA de edifícios.
C) No método de Faraday, a distância entre os condutores da malha de captação é função da altura da
edificação, sendo menor para edifícios com alturas maiores.
D) No método de Franklin, o volume espacial de proteção é definido em função da altura da haste de suporte
do captor.
E) O método de Franklin tem aplicações limitadas em função do nível de proteção exigido para a estrutura e
da sua altura.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue as afirmativas apresentadas em cada alternativa com relação
aos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas. Basicamente, as alternativas apresentam
informações sobre os métodos de captação previstos na norma. Vamos julgar e analisar cada
alternativa separadamente.

A) A alternativa está incorreta, pois o método de Franklin (ou método do ângulo de proteção)
possui, na verdade, uma aplicação reduzida. Conforme estudamos na seção 1.6.1 e a própria norma
ressalta, ele é adequado para edificações de formato simples, mas está sujeito aos limites de altura
dos captores (seção 5.2.2 da NBR 5419-3:2015).

B) A alternativa está incorreta. Conforme a norma, o método das esferas rolantes e das malhas
são adequados em todos os casos. Dessa forma, possui uma ampla aplicação (seção 5.2.2 da NBR 5419-
3:2015).

C) A alternativa está incorreta. No método das malhas (ou de Faraday), o afastamento dos
condutores da malha é fornecido em função da classe do SPDA e não depende da altura da edificação
(Tabela 2 da seção 5.2.2 da NBR 5419-3:2105). Inclusive também é um método com ampla aplicação,
sendo adequado em todos os casos.

D) A alternativa está incorreta. No método do ângulo de proteção o volume espacial de proteção


é definido em função da altura da haste e da classe de proteção. Ou seja, não é dado apenas em função
da altura.

E) A alternativa está correta. Conforme estudamos e já comentamos anteriormente, o método de


Franklin (ou do ângulo de proteção) possui aplicação reduzida e limitada em função do nível de
proteção e altura. Perceba que na Figura 10 (da nossa aula), temos um limite de altura para cada classe
de proteção, considerando a aplicação desse método. Para classe I, a altura máxima admitida é de 20
metros. Para a classe II, 30 metros. Para a classe III, 45 metros. E, para a classe IV, 60 metros.

Portanto,

A alternativa (E) é o gabarito da questão.

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23. (TRF – 2ª Região- CONSULPLAN – 2017 Analista Judiciário – Engenharia Elétrica) A norma NBR 5419-
3:2015 descreve sobre os componentes do subsistema de captação instalados na estrutura e cita que
eles devem ser posicionados nos cantos salientes, pontas expostas e nas beiradas, de acordo com um
ou mais métodos aceitáveis a serem utilizados na determinação da posição do subsistema de captação,
que são: o método do ângulo de proteção, da esfera rolante e o das malhas. Em relação a esses
métodos, assinale a alternativa adequada que atende a todos os casos.
A) Somente o método do ângulo de proteção.
B) Os métodos da esfera rolante e das malhas.
C) Os métodos das malhas e do ângulo de proteção.
D) Os métodos do ângulo de proteção e da esfera rolante.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você determine a alternativa que contempla os métodos que são adequados
e aplicáveis em todos os casos.

Conforme estudamos na seção 2.6.1 da aula, os métodos da esfera rolante e das malhas são
adequados em todos os casos (seção 5.2.2 da NBR 5419-3:2015). Já o método do ângulo de proteção
é adequado apenas para edificações de formato simples e está sujeito a limitação de altura dos
captores.

Portanto,

A alternativa (B) é o gabarito da questão.

24. (Pref. Sobral-UECE-2019) No que diz respeito aos captores de um sistema de proteção contra descargas
atmosféricas, segundo a NBR 5419, assinale a afirmação verdadeira.
A) Podem ser constituídos por uma combinação qualquer dos seguintes elementos: hastes; cabos esticados;
condutores em malha; isoladores.
B) Quaisquer elementos condutores expostos que possam ser atingidos pelos raios são considerados como
parte do SPDA e podem ser utilizados como captores naturais.
C) No projeto dos captores, podem-se utilizar os seguintes métodos: método Franklin, modelo
eletrogeométrico, método Faraday.
D) Coberturas metálicas, pilares metálicos ou armaduras de aço do concreto não podem ser utilizadas como
captores.

Resolução e comentários:

A questão solicita que você julgue as alternativas com relação aos captores de um sistema de
proteção contra descargas atmosféricas de acordo com a NBR 5419.

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Vamos analisar cada alternativa separadamente de acordo com o que foi estudado na seção 1.6.1.

A) A alternativa está incorreta, pois os isoladores não fazem parte do subsistema de captação. Os
captores devem ser constituídos de elementos condutores, ou seja, não abrange os isoladores
conforme diz a questão.

B) A alternativa está incorreta, pois nem todos os elementos condutores, que possam ser atingidos
pelos raios, podem ser considerados captores naturais. Para que eles sejam considerados captores
naturais, algumas condições devem ser atendidas. Portanto, suas características devem ser
compatíveis com os critérios estabelecidos para os elementos captores, como por exemplo, sua
continuidade elétrica e espessura. Dê uma olhada na tabela que foi apresentada na seção 2.6.1 da aula
para verificar quais partes da estrutura podem ser consideradas captores naturais, desde que algumas
condições sejam atendidas.

C) A alternativa está correta. Os métodos de Franklin, eletrogeométrico e de Faraday são os


métodos previstos na norma para o projeto e posicionamento do subsistema de captação.

D) A alternativa está incorreta. As coberturas metálicas, os pilares metálicos e as armaduras de


aço do concreto podem sim ser utilizados como captores naturais, desde que atendam as condições e
exigências da norma.

Portanto,

A alternativa (C) é o gabarito da questão.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de
Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5419: Proteção de Estruturas Contra Descargas
Atmosféricas. Rio de Janeiro, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5460: Sistemas elétricos de potência. Rio de Janeiro,
1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15751: Sistemas de Aterramento de Subestações -


Requisitos. Rio de Janeiro, 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR IEC 50: Vocabulário eletrotécnico internacional-
Capítulo 826- Instalações elétricas em edificações. Rio de Janeiro, 1997.

CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações elétricas prediais. 13a edição. São Paulo: Érica, 2005.

COTRIM, Ademaro. Instalações elétricas. 5a edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 16a edição. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 9a edição. Rio de Janeiro: LTC, 2017.

KINDERMANN, Geraldo; CAMPAGNOLO, Jorge Mário. Aterramento elétrico. 3a edição. Porto alegre: Sagra-
DC Luzzato, 1995

NISKIER, Julio; MACINTYRE, Archibald. Instalações elétricas. 4a edição. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

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6. GABARITO

1. Letra D 9. Letra D 17. Letra D


2. Letra C 10. Letra D 18. Letra B
3. Letra A 11. Letra C 19. Letra A
4. Letra B 12. C, E, E 20. Letra A
5. CERTO 13. Letra A 21. Letra B
6. Letra D 14. Letra A 22. Letra E
7. Anulada 15. Letra B 23. Letra B
8. Letra D 16. Letra E 24. Letra C

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