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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA DO TRABALHO

ANÁLISE DE EXECUÇÕES DE SISTEMAS DE


DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIOS
SEGUNDO A NBR 9441: ESTUDO DE CASOS

FÁBIO ANTONIO DE MESQUITA BATISTA

Prof. Dr. MÁRCIO DE LARA PINTO


ORIENTADOR

Cuiabá, MT, Dezembro de 2009


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA DO TRABALHO

ANÁLISE DE EXECUÇÕES DE SISTEMAS DE


DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIOS
SEGUNDO A NBR 9441: ESTUDO DE CASOS

FÁBIO ANTONIO DE MESQUITA BATISTA

Monografia apresentada ao Programa


de Pós-graduação em Engenharia de
Segurança do Trabalho como parte dos
requisitos para obtenção do título de
especialista em Engenharia de
Segurança do Trabalho

Prof. Dr. MÁRCIO DE LARA PINTO


ORIENTADOR

Cuiabá, MT, Dezembro de 2009


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA DO TRABALHO

FOLHA DE APROVAÇÃO

Título: ANÁLISE DE EXECUÇÕES DE SISTEMAS DE DETECÇÃO


E ALARME DE INCÊNDIOS SEGUNDO A NBR 9441:
ESTUDO DE CASOS
Autor: FÁBIO ANTONIO DE MESQUITA BATISTA

Dissertação defendida e aprovada em 19 de janeiro de 2010, pela comissão


julgadora:

Prof. Dr. MÁRCIO DE LARA PINTO


Orientador
Universidade Federal do Estado de Mato Grosso

Prof. Dr. ELDEMIR PEREIRA DE OLIVEIRA


Universidade Federal do Estado de Mato Grosso

Prof. Ms. IVAN JÚLIO APOLONIO CALLEJAS


Universidade Federal do Estado de Mato Grosso
iv

SUMÁRIO

1. Introdução..................................................................................................................... 1
1.1 Considerações Iniciais ................................................................................................ 1
1.2 Problemática ............................................................................................................... 1
1.2.1 O desafio da Segurança contra incêndios ................................................................ 1
1.2.2 Os municípios brasileiros e suas edificações........................................................... 2
1.2.3 A cultura da segurança e formação em SCI no Brasil ............................................. 3
1.2.4 O Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio e a Situação da Segurança
Contra Incêndio no Brasil....................................................................................... 4
1.3 Justificativas ............................................................................................................... 5
1.4 Objetivos .................................................................................................................... 6
1.4.1 Objetivos Gerais .................................................................................................... 6
1.4.2 Objetivos Específicos ............................................................................................. 6
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 7
2.1 Considerações Iniciais ................................................................................................ 7
2.2 Conceitos Básicas de SDAI ........................................................................................ 7
2.3 Definições .................................................................................................................. 9
2.3.1 Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndios ......................................................... 9
2.3.2 Central de Detecção e Alarme de Incêndios............................................................ 9
2.3.3 Painel Repetidor ................................................................................................... 10
2.3.4 Detector Automático Pontual ............................................................................... 10
2.3.5 Acionador Manual ............................................................................................... 11
2.3.6 Indicação ............................................................................................................. 11
2.3.7 Circuito de Detecção ............................................................................................ 12
2.3.8 Circuito de Sinalização e de Alarme ..................................................................... 12
2.3.9 Circuito de Auxiliar ............................................................................................. 13
2.3.10 Proteção Necessária Contra a Ação do Fogo e Defeitos ........................................ 13
2.3.11 Alarme Geral ....................................................................................................... 13
2.4 A Seleção de um Sistema .......................................................................................... 13
2.5 Tipos de Sistemas ..................................................................................................... 15
2.5.1 Sistema Convencional .......................................................................................... 15
2.5.2 Sistema Endereçável ............................................................................................ 15
2.5.3 Sistema Microprocessado ..................................................................................... 16
2.6 Tipos de Detectores e Acionadores Manuais ............................................................. 18
2.6.1 Detectores Pontuais .............................................................................................. 18
2.6.2 Detectores de Fumaça .......................................................................................... 18
2.6.3 Detectores Térmicos ............................................................................................ 19
2.6.4 Detectores Termovelocimétricos .......................................................................... 19
2.6.5 Detectores Lineares .............................................................................................. 19
v

2.6.6 Detectores de Chama ........................................................................................... 20


2.6.7 Detectores por Aspiração ..................................................................................... 20
2.6.8 Acionadores Manuais ........................................................................................... 21
2.7 Noções Normativas de Dimensionamento ................................................................. 22
2.7.1 Circuito ................................................................................................................ 22
2.7.2 Central ................................................................................................................. 22
2.7.3 Detectores Automáticos de Incêndio Pontuais ...................................................... 23
3. MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 28
3.1 Materiais .................................................................................................................. 28
3.2 Métodos ................................................................................................................... 28
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................... 30
4.1 Análise de Execuções de Instalações de Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndios
30
4.2 Instalação A.............................................................................................................. 30
4.2.1 Características ...................................................................................................... 30
4.2.2 Análise Normativa da Instalação e Característica dos Componentes ..................... 32
4.3 Instalação B .............................................................................................................. 37
4.3.1 Características ...................................................................................................... 37
4.3.2 Análise Normativa da Instalação e Característica dos Componentes ..................... 39
4.4 Discussões das Instalações com relação a NBR 9441 ................................................ 44
4.5 Discussões das Instalações com relação a Lei n. 8.399/05 ......................................... 46
5. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 48
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 49
vi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - O Efeito da estratificação da fumaça. Fonte: SEITO, 2008. .................................... 9


Figura 2 - Exemplo de um sistema microprocessado em Classe A. Fonte: SEITO, 2008. ...... 17
Figura 3 - Exemplo de central de alarme microprocessada. Fonte: GE Security. ................... 17
Figura 4 - Detector Óptico de Fumaça. Fonte: GE Security .................................................. 18
Figura 5 - Esquema de funcionamento dos detectores lineares. Fonte: SEITO, 2008............. 19
Figura 6 - Exemplo de detector de chama. Fonte: Spectrex Inc. ............................................ 20
Figura 7 - Detector por aspiração. Fonte: Xtralis Inc. ........................................................... 21
Figura 8 - Acionador manual do tipo "dupla ação". Fonte: GE Security ................................ 21
Figura 9 - Raio de ação dos detectores de fumaça e temperatura. Fonte: SEITO, 2008. ........ 24
Figura 10 - Distribuição de detectores de temperatura e de fumaça no teto ou parede lateral.
Fonte: NBR 9441. ................................................................................................................ 25
Figura 11 - Avisador audiovisual. Fonte: GE Security .......................................................... 27
Figura 12 - Avisador visual. Fonte: GE Security .................................................................. 27
Figura 13 - Relação de projetos exigidos para edificações do Grupo F – Divisão F-4. Fonte:
MATO GROSSO (Estado), 2005. ........................................................................................ 31
Figura 14 - Relação de projetos exigidos para edificações do Grupo C – Divisão C-3. Fonte:
MATO GROSSO (Estado), 2005. ........................................................................................ 38
vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Aspectos Construtivos .... 32
Tabela 2 – Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Facilidade ....................... 33
Tabela 3 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Instrumentos e Dispositivos
............................................................................................................................................ 33
Tabela 4 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Filosofia .......................... 33
Tabela 5 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Painel Repetidor ............................. 34
Tabela 6 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Detectores ...................................... 34
Tabela 7 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Acionadores Manuais ..................... 34
Tabela 8 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Avisadores Acústicos e Visuais ...... 35
Tabela 9 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Circuitos ........................................ 35
Tabela 10 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Condutos ...................................... 36
Tabela 11 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Fiação .......................................... 36
Tabela 12 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Instalação ..................................... 37
Tabela 13 – Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Aspectos Construtivos .. 39
Tabela 14 – Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Facilidade ..................... 40
Tabela 15 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Instrumentos e
Dispositivos ......................................................................................................................... 40
Tabela 16 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Filosofia ........................ 40
Tabela 17 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Painel Repetidor ........................... 41
Tabela 18 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Detectores .................................... 41
Tabela 19 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Acionadores Manuais ................... 41
Tabela 20 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Avisadores Acústicos e Visuais .... 42
Tabela 21 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Circuitos ...................................... 42
Tabela 22 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Condutos ...................................... 43
Tabela 23 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Fiação .......................................... 43
Tabela 24 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Instalação ..................................... 44
viii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

IEC International Electrotechnical Commission


ISO International Organization for Standardization
NFPA National Fire Protection Association
PCI Projeto Contra Incêndio
PCM Pulse Code Modulation
SCI Segurança Contra Incêndios
SDAI Sistema de Detecção e Alarme de Incêndios
ix

RESUMO

A preocupação com a segurança contra incêndio e pânico nas edificações remonta ao início da
constituição das primeiras aglomerações urbanas, tendo crescido demasiadamente a demanda
por tais sistemas principalmente no final século XX, em virtude da grande concentração
urbana presenciada nesses locais.
Os sistemas de detecção e alarme de incêndios correspondem a uma das mais poderosas
ferramentas no combate e prevenção desses incidentes e sua execução possui características
técnicas que podem influenciar seu funcionamento.
Nesse trabalho são apresentados conceitos sobre os sistemas de detecção e alarme de
incêndios, bem como são feitas análises sobre a norma brasileira. Também são apresentados
estudos de casos de instalações novas e existentes, concluindo-se com uma discussão a
respeito da legislação e sua aplicação.
PALAVRAS CHAVES – Detecção, Alarme de Incêndios, Legislação de Incêndio
x

ABSTRACT

The buildings fire safety concern is aged since the beginning of the first urban
agglomerations, a the demand for these system have growing faster mainly in the end of XX
century due to the amount of urban concentration in that places.
The fire alarm systems are one of the most powerful tool against fire damages and its
implementation has special characteristics that may change the system functioning.
In this work will be presented concepts about fire alarm and signaling system, as well will be
realized some considerations about the Brazilian fire protection laws. Also, will be presented
case studies of new and existing building, finishing with a discussion about the legislation and
it applicability.
KEYWORDS – Detection, Fire Alarm, Fire legislation
1

1. INTRODUÇÃO
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O grande crescimento populacional observado nos centros urbanos fez com que as
edificações e suas infra-estruturas aumentassem consideravelmente, a fim de atender as
necessidades habitacionais, comerciais, sociais e políticas.
Estatisticamente, a ocorrência de incêndios é maior em regiões mais densamente
povoadas, exigindo do poder público a regulamentação das características construtivas e da
população a observância das normas de segurança contra incêndios.
Mais especificamente, a proposta conceitual de um sistema de detecção e alarme de
incêndios (SDAI) é detectar o fogo em seu estágio inicial, a fim de possibilitar o abandono
rápido e seguro dos ocupantes do edifício, além de iniciar as ações de combate ao fogo,
evitando assim a perda de vidas, do patrimônio e também evitando a contaminação do meio
ambiente.
Com relação a legislação, a execução de sistemas de segurança contra incêndios em
edificações é regulamentada pela NBR-9441, de Março de 1998, além de decretos estaduais
que visam principalmente normatizar as fiscalizações dos Corpos de Bombeiros. Tais decretos
se diferenciam de estado para estado e em sua maioria não possuem detalhamentos com
relação a execução e, principalmente, a especificação dos equipamentos de detecção e alarme
de incêndios.
No estado de Mato Grosso, a segurança contra incêndios e pânico é regulamentada
pela Lei n.⁰ 8.399, de 22 de novembro de 2005, a qual revogou o Decreto Estadual n.⁰ 857, de
29 de agosto de 1984. Nessa legislação, em específico, a Norma Técnica do Corpo de
Bombeiros n.⁰ 17 é responsável pela instrução normativa a respeito dos sistemas de detecção
e alarme, porém a mesma está aquém das legislações internacionais com relação a esses tipos
de sistema eletrônicos, tendo em vista a grande diversidade de equipamentos e de tecnologias
que podem ser empregadas nesses tipos de sistemas.

1.2 PROBLEMÁTICA

1.2.1 O desafio da Segurança contra incêndios


Existe um enorme desafio na normatização de segurança contra incêndios, tendo em
vista a imprevisibilidade das situações de pânico, a necessidade de especificação de
2

dispositivos e infra-estrutura necessários para detecção do fogo, além da regulamentação de


testes e procedimentos de operação, manutenção e fiscalização de tais sistemas.
Em termos gerais, a normalização brasileira se concentra na orientação das
características arquitetônicas mínimas para a segurança de seus ocupantes tais como saídas de
emergências, rotas de fugas, dimensionamento de escadas, corredores e acessos a edificação.
Com relação a sistemas para edificações, existem normas específicas para os sistemas de
proteção por extintores de incêndio (NBR 12693:93), sistemas de hidrantes e de mangotinhos
(NBR 13714:00), sistemas de chuveiros automáticos (NBR 6135:92), sistemas de iluminação
de emergência (NBR 10898:99) e para os sistemas de detecção e alarme de incêndios (NBR
9441:98). Todas essas publicações fixam as condições mínimas exigíveis para o
dimensionamento, instalação, manutenção, aceitação e manuseio, bem como estabelece as
características mínimas dos componentes e dispositivos dos sistemas.
Em nível internacional muitos países possuem uma vasta lista de normas na área de
segurança contra incêndios, porém existem duas instituições que reconhecidamente
determinam as principais diretrizes mundialmente: a ISO, aplicada pela grande maioria dos
países europeus, e a NFPA, utilizada nos Estados Unidos da América. A NBR 9441 cita ainda
como referência a IEC 335 – Safety of household and similar electrical appliances. A
Comissão Eletrotécnica Internacional, cuja a sigla é IEC e em inglês significa International
Electrotechnical Commission, é uma organização internacional de padronização de
tecnologias elétricas, eletrônicas e relacionados. Alguns dos seus padrões são desenvolvidos
juntamente com a Organização Internacional para Padronização (ISO).
O ordenamento jurídico brasileiro considerou necessário, oportuno e certamente
didático, pontuar em legislação específica (leis, decretos, regulamentos, portarias, resoluções,
regulamentos técnicos etc.) a exigência de observância das Normas Técnicas Brasileiras,
elaboradas pela via do consenso nas várias Comissões Setoriais e homologadas pela ABNT,
pelos mais variados setores da produção, industrialização e de serviços. Dessa forma, tais
publicações têm poder de lei e devem ser cumpridas fielmente a fim de que as
regulamentações mínimas com relação a segurança contra incêndios sejam observadas
(HERVÉ NETO, 2007).

1.2.2 Os municípios brasileiros e suas edificações


A dinâmica das cidades brasileiras que se modernizam para se tornarem competitivas,
dentro dos mercados globais, aumenta a complexidade da produção e dos serviços que,
paralelamente às exigências da população urbana, tem provocado o aumento dos riscos de
3

incêndios nas edificações. Para atender a população são implantados grandes depósitos de
materiais combustíveis e materiais perigosos, criando locais com enorme potencial de
incêndio.
A fim de reduzir os riscos e aumentar a SCI, deve-se utilizar ferramentas de projeto,
controlar os materiais utilizados na construção das edificações e implantar procedimentos de
segurança.
Um fator agravante é que a maioria dos municípios brasileiros não está preparada para
essa enorme tarefa. Aprovações de projetos, inspeções e o Habite-se no quesito de SCI têm
sido insatisfatórios e às vezes calamitosos, chegando em casos de sinistros com grandes
perdas de vidas, (DEL CARLO, 2008).
Tem sido os Estados, na maioria das vezes, que mantêm em convênio com os
municípios os serviços de bombeiros, realizando dessa forma as avaliações e inspeções nas
edificações.
Além disso, a produção e importação de materiais mais modernos na construção civil
levam à necessidade de estudo do comportamento dessas estruturas em situações de incêndio.
Os riscos podem variar muito com o uso de novos materiais, sem o controle de sua reação e
resistência ao fogo. Dessa maneira, torna-se necessário ensaiar todos os materiais e sistemas
construtivos do mercado, o que nem sempre tem sido feito.
Os sistemas pré-fabricados e os componentes moldados “in loco” levam ao aumento
da produtividade no canteiro de obras, mas impõem a difícil tarefa de conhecer seu
comportamento em situações de incêndio. Além disso, quanto maior a complexidade, maior o
risco e se deve ter em mente que quanto mais sofisticadas, maiores e mais altas forem as
edificações, maiores deverão ser os cuidados com a inspeção, com o projeto, com a
construção, com o funcionamento e com as mudanças de uso.

1.2.3 A cultura da segurança e formação em SCI no Brasil


A cultura brasileira, boa parte herdada da cultura ibérica, nos levou à utilização da
taipa de pilão e da alvenaria as quais fornecem uma boa proteção ao fogo em caso de
construções tradicionais, austeras e sólidas. Porém são nas novas tecnologias de materiais e
estruturas, nas vedações, nos revestimentos, nos grandes edifícios, nos complexos de compras
e etc. que estão as armadilhas contra a SCI. Essas armadilhas podem ser evitadas com
medidas de proteção contra incêndios, o que em muitos casos não são aplicadas a contento.
A ausência de medidas e aplicações em projetos contra incêndio podem ser explicadas
de certa forma pela:
4

 Falta de profissionais formados especificamente na área de Projetos Contra


Incêndios;
 Inexistência de laboratórios completos e em número compatível com as
dimensões do Brasil;
 Ausência de legislação em nível nacional, estadual e municipal;
 Escassez de engenheiros, técnicos, instaladores e operadores de sistemas de
PCI;
 Necessidade de catalogação e ensaio de toda a produção nacional de materiais
de construção;
 Não observância de conformidade com a legislação brasileira e internacional
de produtos importados.

Além disso, essa área é considerada de grande complexidade pois envolve o estudo da
resistência e a reação ao fogo dos materiais das construções, o dimensionamento de saídas de
emergência e os projetos de sistemas de detecção, combate ao fogo, iluminação de
emergência e controle de fumaça.
Nesse cenário, os currículos das faculdades de arquitetura e engenharia têm um
conteúdo extenso e um prazo mínimo, não permitindo absorção de outros conhecimentos,
sendo necessária uma profunda reformulação para que a SCI seja absorvida. Verifica-se
também que a formação de arquitetos e de engenheiros tem dado pouca ênfase para a SCI nas
edificações, acarretando baixa exigência com relação ao controle do risco de incêndios.
Porém caso fosse determinada a implantação de disciplinas de SCI em todos os cursos de
arquitetura e engenharia, tal medida seria desastrosa pois não há um quadro de professores
suficiente para ministrar tais conhecimentos. Atualmente, todo investimento em formação
desses profissionais se resume a alguns professores orientando alunos de pós-graduação nessa
área.
Diante do exposto, pode-se dizer que um programa para tornar o segmento de
Segurança Contra Incêndios consistente passará pela formação de quadros para
posteriormente haver uma atuação em larga escala junto a arquitetos e engenheiros.

1.2.4 O Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio e a Situação da Segurança


Contra Incêndio no Brasil
A ABNT, através do Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio – ABNT/CB-
24, é hoje em nível nacional o organismo mais respeitado com relação a elaboração de
5

normas, procedimentos, testes e diretrizes na área de segurança contra incêndios. Tal comitê
já foi responsável pela criação de dezenas de outras normalizações e atualmente está sediado
no Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, a fim de atender uma exigência da ABNT de
1994 que recomendava que cada comitê obtivesse auto-suficiência administrativo-financeira
para sua manutenção.
Apesar do grande desafio imposto para esse segmento e do nível de complexidade
envolvido em sua constituição e na aprovação de novos trabalhos, fica clara a deficiência
estrutural dos organismos normatizadores os quais, muitas vezes, são constituídos de
profissionais que prestam serviços sem qualquer remuneração e utilizam a estrutura de suas
próprias empresas, ou até mesmo de suas expensas, no intuito de contribuir com a melhoria e
a evolução da segurança contra incêndios no Brasil. Não existe um investimento maciço por
parte do poder público no intuito de incentivar instituições ou centros de pesquisa no
desenvolvimento de tecnologias mais resistentes ao fogo e melhorar os mecanismos de
proteção. Nem mesmo a legislação, parte imprescindível do trabalho de orientação e
fiscalização dos profissionais do setor, possui um apoio para sua melhoria, ficando a cargo de
fabricantes e prestadores de serviços sugerirem melhorias com relação a normas vigentes.
Em nível estadual a situação é ainda mais desanimadora pois o conhecimento do setor
está intrinsecamente atrelado os profissionais dos corpos de bombeiros ou dos técnicos e
engenheiros de segurança de empresas e indústrias, cujo número de profissionais é escasso
para atendimento do mercado. Também falta estrutura e, principalmente, pessoal técnico
qualificado para as ações de fiscalização e controle dos sistemas de segurança e de forma
geral, quando realizadas, tais inspeções não são minuciosas e desconsideram muitas vezes
características importantíssimas necessárias ao correto funcionamento dos sistemas.
Dessa forma, a necessidade de investimento no setor é latente. Devem ser construídos
desde centros de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias de segurança até a promoção de
cursos responsáveis pela formação profissional dos envolvidos no segmento.

1.3 JUSTIFICATIVAS
Internacionalmente a Segurança Contra Incêndios é encarada como uma ciência e,
consequentemente, uma área de pesquisa, desenvolvimento e ensino. Existe uma enorme
atividade nessa área na Europa, nos EUA, no Japão e, em menor intensidade, em outros
países, (DEL CARLO, 2008).
6

Com o aquecimento do mercado econômico nacional vivenciado nos últimos 10 anos


e, principalmente, com o advento dos eventos esportivos de vulto internacional que se
realizarão em 2014 e 2016, tem-se presenciado a construção de grandes instalações para
atendimento de demandas de transporte, educação, saúde, esportes, hotelaria e outros,
necessitando-se de sistemas de detecção maiores e cada vez mais eficientes.
A inexistência de uma legislação específica para fiscalização e ensaio dos sistemas de
detecção e alarme de incêndios no Estado de Mato Grosso, permite que a implantação desses
tipos de mecanismos de proteção e segurança seja colocada em segundo plano nos projetos de
segurança contra incêndios das edificações construídas em nosso estado.
Atualmente os equipamentos de detecção e alarme de incêndios oferecem recursos e
possibilidades de expansão que ajudam a reduzir de forma considerável os riscos com
incêndios, permitindo que as brigadas e o corpo de bombeiros possam atuar mais rapidamente
no momento de um combate.
Dessa forma, a correta especificação dos equipamentos, sua implantação física e a
fiscalização regular desses dispositivos pode reduzir drasticamente os riscos de incêndios em
edificações, garantindo a integridade física de seus usuários e a manutenção do patrimônio.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivos Gerais


Realizar um estudo de casos em 2 (duas) instalações de grande porte em nível
estadual, verificando a maneira com que os dispositivos foram instalados, suas especificações
e o atendimento das normas vigentes.

1.4.2 Objetivos Específicos


Avaliar a NBR 9441:98 e a Lei Estadual n.⁰ 8.399, de 22 de novembro de 2005, no
intuito verificar sua empregabilidade nas instalações existentes no Estado de Mato Grosso.
Criar uma lista de verificações de especificações e características que devem ser
observados com relação a execução de SDAI.
Discutir os resultados do estudo realizado nas 2 (duas) edificações analisadas.
7

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Este capítulo toma como base a norma NBR 9441:98, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas, apresentando um resumo dos principais conceitos e componentes com
relação a Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndios

2.2 CONCEITOS BÁSICAS DE SDAI


A proposta conceitual do sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI) é detectar
o fogo em seu estágio inicial, a fim de possibilitar o abandono rápido e seguro dos ocupantes
do edifício e iniciar as ações de combate ao fogo, evitando assim a perda de vidas, do
patrimônio e também evitar contaminação do meio ambiente (SEITO, A. I. et al.,2008).
As ações de combate ao fogo podem ser iniciadas automaticamente pelo sistema de
detecção e alarme de incêndio (SDAI), por meio do acionamento de um dispositivo de
supressão ao fogo como, por exemplo, o disparo do sistema de gases limpos dentro de uma
sala de CPD.
O SDAI é constituído basicamente pelos seguintes componentes: detectores
automáticos de incêndio, acionadores manuais, painel de controle (processamento), meios de
aviso (sinalização), fonte de alimentação elétrica e infra-estrutura (eletrodutos e circuitos
elétricos).
O SDAI possui três elementos básicos dentro do conceito operacional do sistema, que
podemos descrevê-los como detecção, processamento e sinalização. O primeiro elemento
(detecção) é a parte do sistema que “percebe” (detecta) o incêndio.
O segundo elemento envolve o processando do sinal do detector de incêndio ou
acionador manual enviado do local do fogo até a central de processamento ou central de
alarme.
Por último, o sistema de processamento da central ativa o aviso por meio de
sinalização visual e/ou sonora, com o objetivo de alertar os ocupantes e também acionar
dispositivos auxiliares para operação de outros sistemas (como por exemplo: sistema de
controle de fumaça, pressurização das escadas, abertura e fechamento de portas ou dampers,
acionamento de elevadores ao piso de descarga, avisadores sonoros, acionar chamadas
telefônicas etc.).
A detecção de um incêndio ocorre por intermédio dos fenômenos físicos primários e
secundários de uma combustão. Podemos citar como exemplos de fenômenos físicos
8

primários a radiação visível e invisível do calor da chama aberta e a variação de temperatura


do ambiente devido a um incêndio e exemplos de fenômenos secundários a produção de
fumaça e fuligem.
O ajuste da sensibilidade dos detectores é fundamental para se evitar a ocorrência de
alarmes falsos. Os fenômenos secundários são mais fáceis de serem detectados, pois tais
efeitos não se confundem com as condições de um ambiente em situação normal, o que
permite definir uma sensibilidade maior de atuação do sensor; já o ajuste de um sensor para
detectar a variação de temperatura do ambiente em razão de uma combustão impõe maior
dificuldade, pois variações de temperatura podem ocorrer em um ambiente com freqüência e
normalidade.
Devido ao efeito físico da subida do ar quente, normalmente os detectores de
temperatura e fumaça são instalados no teto de um ambiente, porém há necessidade de se
levar em consideração a temperatura junto ao teto que pode sofrer aquecimento devido
principalmente à radiação solar, iluminação ou sistemas de condicionamento de ar, formando
um colchão de ar quente que não permite o contato da fumaça ou do calor gerado no princípio
de um incêndio com o detector instalado no teto, impedindo ou retardando a detecção. Esse
fenômeno é chamado de estratificação. A estratificação ocorre quando o ar, contendo
partículas de fumaça, aquecido através da combustão de algum material, com ou sem chama,
tornando-se menos denso que o ar ambiente, sobe até alcançar um nível onde a temperatura e
o ar ambiente têm valores bem próximos. Como a temperatura do ar próximo ao teto é
normalmente mais alta, o ar aquecido por uma combustão sem chama, ou pequeno foco de
fogo, pode ter força de ascensão insuficiente para vencer o efeito da estratificação e atingir o
detector. Quando as proporções do fogo aumentarem, a temperatura da coluna de ar em
ascensão aumentará e poderá vencer o efeito da estratificação, ocorrendo então a detecção,
porém retardada.
Em ambientes dotados de sistemas de ar-condicionado e/ou tetos cujas características
de isolação permitam um aumento ou diminuição da temperatura no ambiente, provocados
por influências externas (por exemplo, sol, ventos, frios, etc.), poderá ocorrer o fenômeno da
estratificação, conforme pode ser observado na Figura 1.
9

Figura 1 - O Efeito da estratificação da fumaça. Fonte: SEITO, 2008.

2.3 DEFINIÇÕES

2.3.1 Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndios


Conjunto de equipamentos destinados a gerar um alarme ou uma ação automática de
extinção quando um de seus componentes atuar em função da presença de uma das
características físico-químicas de um incêndio.

2.3.2 Central de Detecção e Alarme de Incêndios


Equipamento destinado a processar os sinais provenientes dos circuitos de detecção e
alarme, convertendo-os em indicações (informações) adequadas, bem como a comandar e
controlar os demais componentes do sistema (sirenes, sinalização visual, subcentrais,
dispositivos de combate etc.).

2.3.2.1 Central de Detecção e Alarme de Incêndios


Central que supervisiona uma ou várias subcentrais por uma fiação própria. O controle
dessa rede de fiação própria contra curto-circuito e interrupção é feito pela central
supervisora, que pode atuar sobre as subcentrais, mas em caso de perda dessa interligação a
subcentral deve funcionar de acordo com programação própria.
10

2.3.2.2 Subcentral
Central de detecção, alarme e controle autônomo com todos os componentes de
supervisão dos circuitos de detecção e de comando com lógica de interação e fonte com
bateria própria. Essa central é supervisionada por outra central a distância, mas, em caso de
alarme, a subcentral não depende do controle da central supervisora para ativar alarmes,
sinalização e controles de acordo com uma lógica previamente nela programada. A supervisão
dos circuitos para controle da subcentral é feita pela central supervisora ou por uma central
remota (autônoma) com quadro sinótico e controles a distância. A subcentral pode ter
controles manuais externos, mas, como muitas vezes o lugar da instalação não é
permanentemente vigiado, os controles manuais devem estar cobertos por uma barreira física
que somente pode ser aberta por um dispositivo adequado e por pessoal autorizado.

2.3.3 Painel Repetidor


Equipamento comandado pela central ou pelos detectores, destinado a sinalizar de
forma visual e/ou sonora, no local da instalação, ocorrências detectadas pelo sistema. Pode ser
do tipo paralelo com os indicadores alinhados e texto escrito, ou do tipo sinótico em que a
planta da edificação é reproduzida em desenho com a indicação do lugar da área
supervisionada.

2.3.4 Detector Automático Pontual


Dispositivo destinado a operar quando influenciado por determinados fenômenos
físicos ou químicos que precedem ou acompanham um princípio de incêndio na área (local)
de sua instalação.

2.3.4.1 Detector Automático de Temperatura Pontual


Dispositivo destinado a atuar quando a temperatura ambiente ou o gradiente da
temperatura ultrapassa um valor predeterminado na área (local) de sua instalação.

2.3.4.2 Detector Automático de Fumaça Pontual


Dispositivo destinado a atuar quando ocorre presença de partículas e/ou gases, visíveis
ou não, e de produtos de combustão, na área (local) de sua instalação.
11

2.3.4.3 Detector Linear


Detector destinado a atuar quando ocorre a presença de partículas e/ou gases, visíveis
ou não, e de produtos de combustão, ou a variação anormal de temperatura ao largo da linha
imaginária de detecção, no caso de sistemas ópticos com transmissor e receptor, ou ao longo
de uma linha física de sensoriamento que pode ser instalada reta ou curvada para passar pela
área, de tal maneira que supervisione os pontos de maior periculosidade na menor distância
possível. Para a detecção dos fenômenos do incêndio, o detector linear contém um ou dois
pontos de sensoriamento nos extremos da linha física ou imaginária de detecção. Uma
observação importante é que não deve existir alteração na sensibilidade da detecção ao longo
dessa linha.

2.3.4.4 Detector Automático de Chama


Dispositivo destinado a atuar em resposta a uma radiação de energia, dentro ou fora do
espectro visível, resultante de um princípio de incêndio dentro da sua área de captação
(visão).

2.3.5 Acionador Manual


Dispositivo destinado a transmitir a informação de um princípio de incêndio, quando
acionado manualmente por um usuário da edificação.

2.3.6 Indicação

2.3.6.1 Indicador
Dispositivo que sinaliza sonora ou visualmente qualquer ocorrência relacionada ao
sistema de detecção e alarme de incêndio, especialmente para facilitar a busca do local de
alarme pelo pessoal de intervenção. Pode ser controlado pelos detectores automáticos, pelos
acionadores manuais ou pela central.

2.3.6.2 Avisador
Dispositivo previsto para chamar a atenção de todas as pessoas dentro de uma área em
perigo, controlado pela central.
12

2.3.6.3 Indicador Sonoro


Dispositivo destinado a emitir sinais acústicos.

2.3.6.4 Indicador Visual


Dispositivo destinado a emitir sinais visuais.

2.3.6.5 Avisador Sonoro e Visual de Alerta


Dispositivo que emite sinais de alerta audíveis e visuais, combinados.
Não é permitida a utilização de avisadores visuais nas áreas com pessoal não-
qualificado como único alarme de alerta, devendo ser completados por sinal acústico. Os
avisadores chamando a atenção para saídas de emergência, obstáculos ou outros, desde que
não utilizados como primeiro alarme, podem ser do tipo unicamente visual.

2.3.7 Circuito de Detecção


Circuito no qual estão instalados os detectores automáticos, acionadores manuais ou
quaisquer outros tipos de sensores pertencentes ao sistema. Recomenda-se que esses circuitos
sejam instalados em classe A.

2.3.7.1 Circuito de Detecção Classe A


Todo circuito no qual existe a fiação de retorno à central (laço de ida e volta – circuito
redundante), de forma que uma eventual interrupção em qualquer ponto desse circuito não
implique paralisação parcial ou total de seu funcionamento. Recomenda-se que o circuito de
retorno à central tenha trajeto distinto daquele da central proveniente.

2.3.7.2 Circuito de Detecção Classe B


Todo circuito no qual não existe a fiação de retorno à central, de forma que uma
eventual interrupção em qualquer ponto deste circuito implique paralisação parcial ou total de
seu funcionamento.

2.3.8 Circuito de Sinalização e de Alarme


Circuito no qual estão instalados os indicadores e/ou avisadores. Podem ser instalados
em classe A.
13

2.3.9 Circuito de Auxiliar


Circuito destinado ao comando e/ou supervisão de equipamentos relativos à prevenção
e/ou ao combate a incêndios. Podem ser instalados em classe A.

2.3.10 Proteção Necessária Contra a Ação do Fogo e Defeitos


Proteção contra ação do fogo e defeitos dos circuitos de detecção, alarme, sinalização,
controles auxiliares, central, alimentação, fiação de interligação, visando garantir o
funcionamento do sistema durante um período de tempo suficiente para salvaguardar vidas e
patrimônio. Nenhum curto-circuito ou interrupção na fiação pode pôr em risco pessoas ou o
patrimônio supervisionado.

2.3.11 Alarme Geral


Ativador de alarmes com programação específica na central, que permite
simultaneamente a ativação de todos os alarmes de abandono de uma área ou de todo o
prédio, incluindo a sinalização de abandono por meio de dispositivos especiais na central ou
no campo. A forma de ativação desse alarme e os elementos de segurança contra o mau uso
do alarme-geral dependem da central utilizada e do tipo de prédio e sua ocupação,
considerando os riscos específicos a serem supervisionados.

2.4 A SELEÇÃO DE UM SISTEMA


Todo incêndio se distingue pelas suas características intrínsecas. Cada uma das
características presentes em um incêndio tem natureza bastante diversa. Assim sendo, a
proteção adequada de determinada área ou equipamento somente será possível após cuidadoso
estudo de todas as particularidades do edifício, visando ao emprego do tipo de sistema mais
eficaz em cada caso. Um sistema bem implantado para proteção da vida e da propriedade é
aquele adequadamente planejado, capaz de interligar dispositivos para gerar resultados
confiáveis quanto à informação de princípios de incêndio (por meio de indicações sonoras e
visuais, conjuntamente) e capaz de controlar os dispositivos de segurança e de combate
automático instalados no prédio (SEITO, A. I. et al.,2008).
Pesquisas científicas sobre propagação do fogo e movimento de fumaça e calor dentro
de edifícios têm gerado ferramentas e informações úteis para os projetistas de proteção contra
incêndio subsidiando a elaboração de um bom projeto de detecção e alarme de incêndio. Ao
14

se projetar um sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI) será necessário


primeiramente estabelecer os objetivos ou metas do sistema. Esses objetivos ou metas são
muitas vezes estabelecidos por meio das regulamentações, normas, gerenciamento de risco da
empresa, necessidade do usuário (proprietário), requisitos das seguradoras e solicitações da
autoridade local.
Podemos dividir estes objetivos em quatro categorias básicas:
 Proteção da vida;
 Proteção da propriedade;
 Proteção empresarial;
 Proteção ao meio ambiente.

Quando se projeta um SDAI para proteção da vida, será necessário assegurar um aviso
rápido sobre a ocorrência de um princípio de incêndio, ou seja, o sistema tem de prover um
aviso em tempo suficiente para o total abandono da área em risco antes que as condições se
tornem insustentáveis. O SDAI poderá ativar outros sistemas de proteção contra incêndio
como, por exemplo, sistemas de extinção e sistemas de controle de fumaça, que são bastante
úteis na manutenção de um ambiente seguro durante o incêndio, contribuindo assim para a
proteção da vida.
A proteção da propriedade visa principalmente ao aspecto econômico, pois tem como
objetivo minimizar danos materiais à propriedade (estrutura e conteúdo armazenado). As
perdas máximas admitidas são estabelecidas pelo proprietário ou pelo gerenciamento de risco.
O sistema nesse caso deve detectar o incêndio dentro de um tempo suficiente para assegurar o
combate ao fogo manualmente ou automaticamente, antes que o incêndio exceda os níveis
aceitáveis de danos.
A proteção empresarial, por sua vez, tem como objetivo evitar que danos materiais
causados pelo fogo venham prejudicar os negócios da empresa. Alguns itens a serem
considerados no projeto são: perda das operações fundamentais e processos da empresa; perda
de mercadorias acabadas; perda de negócios para competidores durante tempo de manutenção
ou reparo. Outras preocupações incluem a disponibilidade e tempo para reposição do
equipamento. Se o equipamento requer um tempo longo para reposição e prejudicará a
produção e, conseqüentemente, o negócio da empresa, então o projeto do SDAI deve
considerar esse aspecto, prevendo uma proteção adequada, conciliando inclusive meios de
extinção automática nesses equipamentos essenciais (como extinção por gases limpos).
15

Por último, temos o objetivo de proteção ao meio ambiente, que também é uma
preocupação da proteção contra incêndio. Nesse aspecto, o SDAI deve se preocupar
principalmente quanto à contaminação do meio ambiente seja pela emissão na atmosfera de
produtos tóxicos e poluentes resultados da combustão do incêndio ou pela contaminação da
água descartada usada no combate de um incêndio de grandes proporções. O sistema tão logo
detecte o princípio do fogo, deve iniciar automaticamente uma resposta apropriada para
supressão do incêndio, evitando assim queima de quantidade significativa de materiais
potencialmente nocivos ao meio ambiente.
Enfim, os vários cenários que podem surgir de um incêndio devem ser avaliados para
se definir o melhor projeto de um sistema de detecção. Esses cenários de incêndio
predeterminados devem incluir a melhor e a pior situação de incêndio que o ambiente
analisado pode gerar, considerando-se as características construtivas do edifício, sua
utilização, tipo de ocupação predominante, condições climáticas (efeito da estratificação) e o
uso de ar condicionado (movimentação de ar). Esses fatores são fundamentais para se definir
o tipo de sistema e a lógica a ser implantada.

2.5 TIPOS DE SISTEMAS


Os tipos de SDAI podem ser classificados como segue:
 Sistema convencional;
 Sistema endereçável;
 Sistema microprocessado;

2.5.1 Sistema Convencional


Foram os primeiros SDAI a surgirem no mercado. Possuem uma eletrônica bem
simples e por isso suas informações são bem limitadas. Geram informações baseadas na
transmissão de níveis de tensão. Os níveis de informações geradas na central limitam-se
basicamente a quatro situações: operação normal; alarme; falha; e, circuito aberto ou em
curto. As centrais convencionais não possuem CPU.

2.5.2 Sistema Endereçável


Baseados em técnicas de codificação por pulsos (PCM - Pulse Code Modulation), as
informações são processadas em uma CPU que, por sua vez, reconhece o código do
dispositivo acionado e disponibiliza na central a exata localização do ponto alarmado, ou seja,
16

por meio da modulação de sinais (codificação) passa a existir uma comunicação entre central
e o equipamento remoto (detectores; acionadores manuais; módulos de supervisão e comando
etc.).
Cada dispositivo possui um código de endereçamento, ou seja, possui um “endereço”
próprio, assim a sua localização precisa na edificação se torna possível, uma vez conhecido o
endereço sabe-se exatamente o local da edificação onde há o possível princípio de incêndio.
A CPU controla todo o sistema e mostra as informações por meio de LCD (visor de
cristal líquido). Possui comunicação do tipo “half duplex” (única via), o que limita o número
de dispositivos no sistema, pois o processamento das informações fica lento à medida que se
aumenta o número de endereços.
Cada fabricante de SDAI desenvolveu sua própria codificação (PCM), criando um
sistema no qual somente os equipamentos do mesmo fabricante comunicam-se entre si, ou
seja, um equipamento endereçável do fabricante A só pode ser ligado à central endereçável do
fabricante A e assim por diante.
Já no sistema convencional os equipamentos de fabricantes distintos (em sua maioria)
são compatíveis entre si.

2.5.3 Sistema Microprocessado


Conhecido também como sistemas inteligentes (tecnologia digital), com transmissão
de dados binários (informações representadas exclusivamente por números “0” ou “1”), em
alta velocidade, multiplexados (tecnologia essa que permite transmitir simultaneamente várias
mensagens no mesmo canal de transmissão).
A central disponibiliza um conjunto completo de informações sobre o(s) evento(s)
diverso(s). Possui um processador principal e outros secundários, hierarquizando as
comunicações e a administração de eventos.
Esse sistema é totalmente programável e permite ao usuário estabelecer várias rotinas
simultâneas, por meio da tecnologia digital (microprocessada), que possui comunicação do
tipo “full duplex” (ambas as direções).
Vantagens do sistema microprocessado em relação aos outros tipos:
 Gerencia mais informações ao mesmo tempo;
 Informações mais detalhadas;
 Informações mais confiáveis;
 Ações mais complexas, e possibilita transitar informações diferentes de alarme,
por exemplo, segurança e/ou supervisão;
17

Desvantagens:
 Operadores devem ser mais qualificados;
 Lógicas de funcionamento devem ser previstas antes da instalação ser iniciada;
 Alto custo de aquisição e implantação;

Figura 2 - Exemplo de um sistema microprocessado em Classe A. Fonte: SEITO, 2008.

Figura 3 - Exemplo de central de alarme microprocessada. Fonte: GE Security.


18

2.6 TIPOS DE DETECTORES E ACIONADORES MANUAIS

2.6.1 Detectores Pontuais


Os detectores pontuais são projetados para agirem em pontos estratégicos, fixos, com
abrangência de uma área de atuação predeterminada. O detector é um ponto fixo e imóvel
dentro dessa área. A fumaça ou calor produzido no ambiente deverá passar por ele para
sensibilizá-lo. Caso exista uma corrente de ar no local (ar-condicionado por exemplo), pode
haver um deslocamento contrário da fumaça ou do calor em sentido oposto ao detector, assim
não ficará sensibilizado e o alarme não se produzirá no tempo esperado (NBR 9441, 1998).

2.6.2 Detectores de Fumaça

 Tipo óptico: baseado em uma câmara escura complementada com um emissor


e um receptor que detectam a presença de partículas de fumaça em seu interior,
seja por reflexão da luz ou por obscurecimento. Utilizados em ambientes no
qual, num princípio de incêndio, haja expectativa de formação de fumaça antes
da deflagração do incêndio propriamente dito. Recomendado em fogo de
desenvolvimento lento como em locais com presença de madeira, papel,
tecidos e outros;
 Tipo iônico: atua mediante a presença de produtos de combustão visíveis ou
invisíveis. Os detectores iônicos possuem duas câmeras ionizadas por uma
fonte com baixo poder radioativo, sendo uma câmara de referência e outra de
análise. Utilizados em ambientes em que, num princípio de incêndio, haja
formação de combustão, mesmo invisível, ou fumaça, antes da deflagração do
incêndio propriamente dito, locais com possível desenvolvimento rápido do
fogo e alta liberação de energia. Com em locais com presença de inflamáveis.

Figura 4 - Detector Óptico de Fumaça. Fonte: GE Security


19

2.6.3 Detectores Térmicos


Os detectores térmicos são instalados em ambientes nos quais a ultrapassagem de
determinada temperatura indique seguramente um princípio de incêndio. Indicados para fogo
com elevação de temperatura (quando a temperatura alcança um nível fixo). Indicados para
sala de geradores, casa de máquinas, transformadores entre outros.

2.6.4 Detectores Termovelocimétricos


Os detectores termovelocimétricos atuam por meio de gradiente de temperatura,
respondendo a uma elevação brusca de temperatura em pouco espaço de tempo ou quando
essa temperatura atinge um valor predeterminado. Sua aplicação está especificamente
indicada para incêndio que se inicia com uma elevação brusca de temperatura. Indicados
também para locais onde não é conveniente utilizar detectores de fumaça, com cozinhas,
lavanderias, garagem entre outros.

2.6.5 Detectores Lineares


Os detectores lineares são destinados a atuar quando ocorre a presença de partículas
e/ou gases, visíveis ou não, e de produtos de combustão, ou a variação anormal de
temperatura ao largo da linha imaginária de detecção. O detector se compõe de duas peças
básicas, transmissor e receptor. O transmissor projeta luz infravermelha até um receptor, que,
por sua vez, converte o feixe de luz em um sinal elétrico. Indicados para locais onde não é
possível realizar detecção pontual como em locais com grandes alturas ou abertos.

Figura 5 - Esquema de funcionamento dos detectores lineares. Fonte: SEITO, 2008.


20

2.6.6 Detectores de Chama


Os detectores de chama possuem dispositivo que indica a presença de partículas
sólidas, vapores e/ou gases que compõem a fumaça de chamas. São utilizados em ambientes
nos quais a chama é o primeiro indício de fogo. O sensor de chama é sensível aos raios
ultravioleta presentes na chama do fogo. Por suas características de projeto, esse detector
discrimina outras formas de raios, sendo, portanto, imune à luz natural. Recomenda-se que o
detector de chama tenha dispositivo que indique sujeira na lente, necessitando limpeza.
Indicados para áreas nas quais uma chama possa ocorrer rapidamente, tais como hangares,
áreas de produção petroquímica, áreas de armazenagem e transferência, instalações de gás
natural, cabines de pintura, solventes entre outros.

Figura 6 - Exemplo de detector de chama. Fonte: Spectrex Inc.

2.6.7 Detectores por Aspiração


Detectores que agem colhendo amostras do ar por meio de tubulação (com furos
programados) distribuída no ambiente a ser protegido e conduzindo as amostras do ar
constantemente até uma câmara para ser analisadas. Um filtro na entrada da câmara não
permite que partículas de poeira em suspensão possam causar alarmes falsos. A tubulação
abrange uma área como se fosse um laço com detectores convencionais (vinte detectores).
Indicados para salas com equipamentos elétricos, salas de telecomunicação, CPD, museus,
catedrais, salas frigoríficas entre outros.
21

Figura 7 - Detector por aspiração. Fonte: Xtralis Inc.

2.6.8 Acionadores Manuais


São dispositivos usados para iniciar o alarme de forma manual. Devem ser instalados
em locais de trânsito de pessoas (halls, corredores, junto às saídas de ambientes, circulações
em geral), de forma a facilitar sua localização e acionamento.
Os acionadores manuais devem conter instruções de operação impressas em português
no próprio corpo, de forma clara e em lugar facilmente visível. Devem conter dispositivo que
dificulte o acionamento acidental, porém facilmente destrutível no caso de operação
intencional. Os acionadores mais usados são:
 tipo “quebre o vidro”, em que ao se pressionar o vidro ou outro material
flexível transparente de proteção fecha-se o circuito, informando o evento à
central;
 acionador de “dupla ação”, no qual se retira (ou quebra-se) primeiramente uma
proteção externa transparente em forma de tampa e então aciona-se a alavanca
do alarme pressionando-a para baixo.

Figura 8 - Acionador manual do tipo "dupla ação". Fonte: GE Security


22

2.7 NOÇÕES NORMATIVAS DE DIMENSIONAMENTO

2.7.1 Circuito
O circuito de detecção e alarme de incêndio deve ser projetado de forma que a ação do
fogo não impeça o seu funcionamento dentro do tempo estipulado e necessário para a tomada
de todas as ações de segurança da edificação, seja o abandono do prédio ou as ações de
controle e combate (NBR 9441, 1998).
Os tempos exigidos variam entre trinta minutos e três horas, dependendo das
circunstâncias na edificação e dos riscos para a vida humana e patrimonial, devendo o
projetista do sistema definir qual o tempo adequado e nível de proteção, levando-se em conta
vários fatores relacionados ao prédio, ao risco e à gravidade do sinistro.
Não se deve montar a fiação do sistema de detecção, alarme e controle em conjunto na
mesma prumada com cabos de alimentação de energia elétrica sem proteção.
Os circuitos devem ser instalados em condutos antichama, e quando aparente,
recomenda-se o uso de condutos metálicos, apesar da NBR 9441 aceitar utilização de
condutos de PVC. Os condutores (circuito) devem ser de cobre, rígidos (ou flexíveis), ter
isolação termoplástica ou de outros materiais isolantes resistentes ao fogo com uma tensão de
prova mínima de 600 V e diâmetro mínimo de 0,60mm por razões de resistência mecânica.
Para o dimensionamento elétrico dos condutores, a máxima queda de tensão
admissível para os circuitos de detecção é de 5% e, para os circuitos de alarme e auxiliares, de
10%.
No caso de perda de um ou vários equipamentos de alarme ou de sinalização pela ação
do fogo, os outros equipamentos no mesmo circuito devem continuar funcionando.
Recomenda-se que o sistema tenha redundância no funcionamento e que os circuitos sejam
instalados em classe A.
O sistema de proteção deve ser tal que não comprometa a capacidade das baterias da
central, quando solicitado na corrente de curto-circuito.

2.7.2 Central
Deve ser localizada em áreas de fácil acesso, segura e sob vigilância humana (por
exemplo, portarias principais de edifícios, salas de bombeiros ou segurança, etc.).
A área de instalação da central não deve estar próxima a materiais inflamáveis ou
tóxicos, bem como o entorno da sala não deve ter materiais de fácil combustão ou que
23

comprometa à segurança do local e das pessoas que operam o sistema. Quando enclausurada,
essa área deve ser ventilada e protegida contra a penetração de gases e fumaça.
As informações geradas pela central do SDAI ao usuário do sistema devem ser na
língua oficial do país (português).
A disposição da central deve permitir visualização fácil e rápida das informações,
porém o acesso aos controles da mesma deve ser restringido somente ao pessoal habilitado e
autorizado.
A central do SDAI deve permanecer em posição de alarme automático, podendo ter
um retardo máximo de um minuto entre o sinal de sinistro e o alarme geral, no caso de não
serem tomadas as providências cabíveis. Deve possuir também dispositivo de fácil acesso
para acionamento manual do alarme geral e “reset”.
A central deve supervisionar todos os circuitos, acusando falhas ou defeitos existentes.
O percurso máximo de caminhamento da sala onde se localiza a central do SDAI até
um local seguro não pode ser superior a 25 m.
A(s) bateria(s) do SDAI deve(m) ser instalada(s) em local protegido, adequado ao tipo
da bateria, de forma a evitar danos à saúde e a quaisquer equipamentos e materiais existentes
no local. O local de instalação da(s) bateria(s) deve ainda ser ventilado e deve permitir fácil
acesso para manutenção.

2.7.3 Detectores Automáticos de Incêndio Pontuais


A área normativa de atuação dos detectores parte do princípio que o ambiente não
sofre movimentação de ar exagerada, ou seja, a velocidade do ar deve ser menor que 1 m/s, e
que não haja restrições para que os gases quentes e a fumaça atinjam o teto (efeito da
estratificação).

2.7.3.1 Detectores de Fumaça


A área máxima de ação desses detectores é de oitenta e um metros quadrados, para
instalação em tetos planos, ambientes sem condicionamento de ar. A altura máxima de norma
de instalação dos detectores de fumaça é de oito metros. A área de oitenta e um metros
quadrados pode ser considerada como um quadrado de nove metros de lado, inscrito em um
círculo cujo raio será igual a 0,7 vez o lado deste quadrado (0,7 x 9,0 = 6,3m), conforme
Figura 9.
24

Figura 9 - Raio de ação dos detectores de fumaça e temperatura. Fonte: SEITO, 2008.

Em instalações em que haja a possibilidade de ocorrer o fenômeno da estratificação,


será necessária a previsão de detectores alternadamente no teto e em níveis abaixo dele.
A operação de qualquer tipo de detector de fumaça depende da entrada de fumaça em
sua câmara. Quando existir uma concentração de fumaça suficiente nessa câmara, haverá a
operação do detector. Como os detectores são normalmente montados no teto, o tempo de
resposta do detector depende da natureza do fogo e das características do ambiente. Dessa
forma, em determinadas situações é recomendável que se instalem detectores no teto e em
níveis abaixo dele.
A área de ação dos detectores de fumaça diminui à medida que aumenta o volume de
ar trocado no ambiente. A redução da área de ação do detector a ser aplicada em função da
troca de ar deve ser analisada conforme normas e recomendações do fabricante. Áreas
interligadas com o mesmo fluxo do ar devem ser analisadas individualmente, como por
exemplo: piso falso, forro falso e etc.
Em ambientes dotados de sistemas de ar-condicionado, ventilação forçada ou
aberturas que provoquem fluxo de ar no ambiente, os detectores devem ser instalados,
preferencialmente, próximos aos retornos deste fluxo ou dentro dos dutos e na área, evitando-
se a instalação destes próximo aos pontos de insuflação ou entrada de ar fresco nesse
ambiente.
Cuidados especiais devem ser tomados para projetos com detectores de fumaça em
salas ou depósitos com armazenamento de materiais em prateleiras altas, pois a distribuição
de detectores deve ser executada no teto e nos níveis das prateleiras ou estantes, de acordo
com recomendações de norma e do fabricante do equipamento.
25

Os detectores de fumaça devem estar localizados no teto, a menos de 0,15 m da parede


lateral ou, em casos específicos, na parede lateral, a uma distância entre 0,15 m e 0,30 m do
teto, conforme Figura 10.

Figura 10 - Distribuição de detectores de temperatura e de fumaça no teto ou parede lateral. Fonte: NBR 9441.

A distância entre um detector e a parede lateral adjacente deve ser no máximo igual a
4,5 metros.
A escolha do detector de fumaça deve ser feita de acordo com o material contido na
área supervisionada, com sua sensibilidade comprovada nos ensaios de fogo real para o tipo
de detector escolhido (NBR 11836).

2.7.3.2 Detectores de Temperatura


A área de ação a ser empregada para estes detectores é de 36 m² para uma altura
máxima de instalação de 7,00 m. A área de 36 m² pode ser considerada como um quadrado de
6,0 m de lado, inscrito em um círculo cujo raio será igual a 0,7 vez o lado deste quadrado (0,7
x 6,0m = 4,2m). Para proteção de áreas de formas retangulares, os retângulos correspondentes
a estas áreas, devem estar contidos no círculo referido de raio 4,2m, conforme Figura 9.
Os detectores de temperatura devem estar localizados no teto, a menos de 0,15 m da
parede lateral ou, em casos específicos, na parede lateral, a uma distância entre 0,15 m e 0,30
m do teto, conforme Figura 10.
A distância entre qualquer detector e a(s) parede(s) adjacente(s) não deve ser superior
a 3,0m (metade da raiz quadrada da área de ação do detector).
26

2.7.3.3 Detectores Lineares


Esses detectores são usados nos locais nos quais não é possível realizar detecção
pontual (locais com grandes alturas e locais abertos). A distância longitudinal de
funcionamento entre o transmissor e o receptor oscila entre 10,00 e 100,00 metros
(dependendo do fabricante), com distâncias laterais máximas de até 7,50 metros por lado do
eixo.

2.7.3.4 Detectores de Chama


São instalados em ambientes nos quais a primeira conseqüência imediata de um
princípio de incêndio seja a produção de chama. Sua instalação deve ser executada de forma
que seu campo de visão seja suficiente e não impedido por obstáculos para assegurar a
detecção de foco de incêndio na área por ele protegida. Deve-se avaliar o desempenho do
equipamento em razão da fumaça no ambiente que poderá afetar a leitura do equipamento.
Dessa forma, define-se a distância ideal do foco do incêndio ao detector.

2.7.3.5 Detectores de Especiais


Outros tipos de detectores podem ser aceitos desde que haja norma que regule seu
funcionamento e desempenho, bem como teste de conformidade em laboratórios específicos.
Nesse caso, deverá também haver uma avaliação do sistema com a devida aceitação da
autoridade local competente.

2.7.3.6 Acionadores Manuais


Devem ser instalados em locais de maior probabilidade de trânsito de pessoas em caso
de emergência, tais como: nas saídas de áreas de trabalho, lazer, em corredores, halls, saídas
de emergência para o exterior, etc. Devem ser instalados a uma altura entre 1,20 m e 1,60 m
do piso acabado na forma embutida ou de sobrepor. No caso de instalação embutida, deve ser
prevista uma sinalização na parede ou no teto em uma altura máxima de 2,5 m.
A distância máxima a ser percorrida, livre de obstáculos, por uma pessoa em qualquer
ponto da área protegida até o acionador manual mais próximo não deve ser superior a 16 m e
a distância entre os acionadores não deve ultrapassar 30 m (essas distâncias de percurso
podem ser alteradas em razão das legislações regionais e das regulamentações do corpo de
bombeiros).
Em prédios com múltiplos pavimentos, cada andar da edificação deve ter pelo menos
um acionador manual.
27

Os acionadores manuais devem possuir dentro de seu invólucro dispositivo de


supervisão (“leds”) que indique seu funcionamento, defeito ou alarme, sendo na cor verde
indicando seu perfeito funcionamento e na cor vermelha indicando alarme ou defeito (essa
supervisão poderá ser dispensada pela autoridade local competente, desde que na central haja
supervisionamento de todos os acionadores).

2.7.3.7 Avisadores
Os avisadores podem ser sonoros, visuais (luminosos) ou mistos (sonoros e visuais).
Devem ser instalados em quantidades suficientes, em locais que permitam sua visualização
e/ou audição na área protegida.
Os avisadores controlados pela central podem ter indicações de funcionamento no
próprio invólucro (ou perto dele) ou podem ser supervisionados pela central.
Os indicadores utilizados para facilitar a busca do ponto de alarme podem ter a
visibilidade reduzida a 5 m e a intensidade sonora entre 40 dB e 60 dB, quando instalados em
corredores com altura não superior a 3,5 m.
O volume acústico do som dos avisadores não pode ser tal, que iniba a comunicação
verbal. No caso de falta de intensidade de som em um ponto distante, deve ser aumentada a
quantidade de equipamentos.
Os avisadores não podem ser instalados em áreas de saída de emergência como
corredores ou escadas.
O som e a freqüência de repetição devem ser únicos na área e não podem ser
semelhantes a outros sinalizadores que não pertençam à segurança de incêndio.

Figura 11 - Avisador audiovisual. Fonte: GE Security


Figura 12 - Avisador visual. Fonte: GE Security
28

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 MATERIAIS
Para a realização desse trabalho foram utilizadas publicações das normalizações
nacionais referentes a execução de sistemas de detecção e alarme de incêndios,
principalmente a NBR 9441:98, da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Também
foram utilizadas a publicações das legislações estaduais com referência a Segurança Contra
Incêndio e Pânico dos Estados de Mato Grosso e São Paulo.
Em nível internacional, foram utilizadas publicações da ISO/IEC e da NFPA, com
relação a práticas de segurança contra incêndios e instalação de dispositivos de detecção e
alarme.
As análises das instalações foram baseadas em plantas, memoriais descritivos,
manuais dos equipamentos e ordens de serviço das instalações e manutenções, sendo que esse
material não foi publicado a fim de garantir a confidencialidade dos locais citados.
Também foram utilizados manuais e cadernos de referência técnica do fabricante de
sistemas de detecção e alarme de incêndios GE Security.
Em nível computacional, foram utilizados os softwares AutoCAD® 2008, da empresa
Autodesk®, para avaliação das plantas técnicas. Para elaboração das planilhas, foi utilizado o
software Microsoft® Excel, do conjunto de soluções Microsoft® Office® 2007. Para redação
dessa monografia, foi utilizado o software Microsoft® Word, também do conjunto de
Microsoft® Office® 2007.
Foram utilizadas também consultas a grupos de discussões na Internet, cujas fontes
foram citadas durante a aplicação nos capítulos desse trabalho.

3.2 MÉTODOS
Para a realização das análises das instalações, foram realizadas visitas técnicas e
inspeções nos locais referenciados nesse trabalho. No caso da instalação A, as visitas
aconteceram no ano de 2006, 2007 e 2009 e serviram como base para referenciar uma série de
orçamentos apresentado para adequação do projeto as exigências normativas. Já com relação a
instalação B, as análises foram baseadas também em visitas técnicas e inspeções realizadas no
ano de 2008 e 2009.
A fim de avaliar de forma detalhada as práticas determinadas pela NBR 9441:98,
foram criadas um conjunto de tabelas de conferência de características técnicas e
29

especificações que devem ser respeitadas em uma instalação de SDAI. Tais tabelas são
apresentadas no Capítulo IV e seus resultados são discutidos na conclusão desse capítulo.
Por fim, são realizadas discussões com relação as análises efetuadas, baseando-se na
NBR 9441 e também as conclusões sobre este trabalho.
30

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 ANÁLISE DE EXECUÇÕES DE INSTALAÇÕES DE SISTEMAS DE DETECÇÃO E
ALARME DE INCÊNDIOS
Este capítulo visa realizar a análise de instalações de 2 (duas) edificações onde foram
realizadas execuções de sistemas de detecção e alarme de incêndios, sob a óptica da norma
NBR 9441 e da Lei n.º 8.399/05, responsável por legislar sobre a Segurança Contra Incêndio
e Pânico no Estado de Mato Grosso.

4.2 INSTALAÇÃO A

4.2.1 Características
Tipo da Instalação: Terminal Aeroportuário de Passageiros
Área: 6.000,00m² Altura: 15m
Classificação:
1. Quanto a ocupação: GRUPO F – Local de Reunião de Público
DIVISÃO F-4 – Estação e Terminal de Passageiros
2. Quanto a altura: TIPO III – Edificação de baixo-média altura
3. Quanto ao risco: ALTO
Exigências para a edificação (Tabela 6F.2 da Lei n.º 8.399/05, exibida na Figura 13):
1. Acesso de Viatura na Edificação;
2. Segurança estrutural contra incêndio;
3. Controle de materiais e acabamento;
4. Saídas de Emergência;
5. Plano de Intervenção de Incêndio
6. Brigada de Incêndio;
7. Iluminação de Emergência;
8. Alarme de Incêndio;
9. Sinalização de Emergência;
10. Extintores;
11. Hidrantes e Mangotinhos;
31

Figura 13 - Relação de projetos exigidos para edificações do Grupo F – Divisão F-4. Fonte: MATO GROSSO
(Estado), 2005.
Período de instalação do SDAI: DURANTE A CONSTRUÇÃO DA EDIFICAÇÃO
Tipo de Central de Alarme: ENDEREÇÁVEL
Quantidade de Centrais: 1 UND
Localização da Central: SALA DE TELECOMUNICAÇÕES – PISO TÉRREO
Possui painel repetidor? SIM
Quantidade de Painéis Rep.: 1 UND
Localização do Painel Repetidor: CENTRAL DE OPERAÇÕES AEROPORTUÁRIAS
Dist. da Central até local seguro: <25m
Qtd e Tipo de Detectores: 150UND – ÓPTICO
30UND – TERMOVELOCIMÉTRICO
4UND – LINEAR
Qtd e Tipo de Acionadores: 20UND – TIPO “QUEBRE O VIDRO”
32

Qtd e Tipo de Avisadores: 6UND – SIRENE AUDIO VISUAL BITONAL


Circuito: Classe B
Infra-estrutura dos dutos: METÁLICA GALVANIZADA

4.2.2 Análise Normativa da Instalação e Característica dos Componentes

4.2.2.1 Quanto Elaboração do Projeto


Foi instalada em local de difícil acesso, em descumprimento ao item 5.2.1.1 da NBR
9441.
A área de instalação da central atende os requisitos referentes a não proximidade de
materiais inflamáveis ou tóxicos e apesar de enclausurada, o local é ventilado e protegido
contra a penetração de gases ou fumaça.
Com relação ao caminho de abando até uma área segura fora do edifício, livre da
inundação de fumaça ou calor e sem materiais inflamáveis ou tóxicos, essa exigência também
foi cumprida.
A distância máxima a percorrer até uma área segura é inferior a 25m, cumprindo
também essa exigência.
A escolha do local de instalação da central não permite a comunicação verbal entre
esta e o estacionamento, em descumprimento ao item 5.2.1.5 da NBR 9441.
A central foi devidamente instalada em local onde não há risco de fogo.

4.2.2.2 Central
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação a central de incêndios:

Tabela 1 – Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Aspectos Construtivos


1 CENTRAL ATENDE
1.1 Quanto ao aspecto construtivo, a central deve atender aos seguintes requisitos: SIM NÃO
Construção em estrutura rígida e grau de proteção de acordo com o local de instalação, atendendo à NBR 6146 e, quando metálico, também à NBR
1.1.1 X
7007;
1.1.2 Construção adequada à manutenção sem remoção do local de instalação; X
1.1.3 Acesso aos instrumentos e controles, inclusive componentes e bornes de ligação, somente pela face frontal; X
Face frontal protegida contra operações acidentais ou dolosas, impedindo o acesso de pessoal não autorizado ao manuseio dos instrumentos e
1.1.4 X
controles, permitindo, contudo, a leitura de todas as indicações visuais existentes nesta face;
1.1.5 Deve possuir compartimento adequado para alojamento da bateria de acumuladores, quando esta for parte integrante da central; X
Deve possuir meios para identificação dos circuitos de detecção e indicação da respectiva área ou local afetado, que possibilite fácil entendimento
1.1.6 X
para o pessoal de supervisão e de intervenção não familiarizado com a edificação;
Deve possuir dimensões compatíveis com a quantidade de circuitos de detecção, alarme e auxiliares, i nclusive previsão de ampliação para a
1.1.7 X
capacidade final do sistema projetado em pelo menos 10% ou 1 (uma) linha;
1.1.8 Quando metálico o invólucro da central deve ter revestimento com fundo anticorrosivo antes da pintura final; X
1.1.9 Deve possuir borne adequado para aterramento; X
Deve conter uma placa de identificação com as seguintes especificações: nome do fabricante, endereço e telefone; ano de fabricação e número de
1.1.10 X
série; modelo.
33

Tabela 2 – Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Facilidade


1.2 Quanto às facilidades, a central deve possibilitar:
A utilização de avisadores e indicadores sonoros e visuais externos, além dos comandos auxiliares, alimentados pela própria fonte ou bateria ou
1.2.1 X
por uma fonte secundária
A instalação de tipos diferentes de indicação sonora, dentro ou perto da central ou na mesma sala da central, sendo uma para incêndio e outra para
1.2.2 X
defeito, como também alarme de alerta e alarme de abandono do local
1.2.3 A instalação de dispositivo de inibição dos indicadores sonoros no campo X
1.2.4 O desligamento de um ou mais circuitos de detecção por meios adequados, sinalizando tal evento; X
A instalação de dispositivos manuais destinados ao acionamento de todos os alarmes sonoros, independentemente da indicação de fogo ou
1.2.5 X
defeito da central, em conjunto ou parcial, e ativar os circuitos auxiliares seqüencialmente em casos de emergência

Tabela 3 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Instrumentos e Dispositivos


1.3 Quanto aos instrumentos, dispositivos e equipamentos, a central deve possuir:
1.3.1 Indicação visual individual de “fogo” para cada circuito de detecção; X
1.3.2 Indicação sonora e visual geral de “fogo”; X
1.3.3 Indicação visual individual de “defeito” para cada circuito de detecção, circuitos de alarme e circuitos auxiliares quando supervisionados; X
1.3.4 Indicação sonora e visual de “defeito geral”; X
1.3.5 Indicação sonora e visual geral de “fuga ao terra”; X
Dispositivo de inibição do indicador sonoro da central, que possibilite, contudo, a atuação de qualquer nova informação de fogo ou defeito,
1.3.6 X
permitindo sucessivas inibições;
Dispositivos de ensaios de funcionamento da central individual para cada elemento ou função, quando existe a possibilidade do cruzamento de
1.3.7 X
informações fora ou dentro da central;
1.3.8 Meios destinados à supervisão da tensão e das correntes alternada e contínua; X
1.3.9 A partir de 10 indicações deve ser previsto um tipo de teste dos indicadores luminosos e dos sinalizadores acústicos; X
Fonte de alimentação constituída de unidade retificadora e bateria de acumuladores elétricos, ambos compatíveis entre si, com o sistema e com o
1.3.10 X
local de instalação.
1.3.11 Os equipamentos de recarga das baterias devem ser dimensionados para chegar a 80% da carga máxima das baterias utilizadas em 18 h. X

Tabela 4 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Filosofia


1.4 Quanto à filosofia de funcionamento, a central deve atender aos seguintes requisitos:
1.4.1 As indicações de “incêndio” devem ter prioridade sobre as indicações de “defeito”; X
As indicações visuais de “incêndio” dos diferentes circuitos de detecção devem ser memorizadas individualmente. Contudo, deve ser possível
1.4.2 silenciar manualmente a indicação sonora deste evento com uma chave comum de silenciamento do alarme . O reset do alarme memorizado deve X
ser manual, em cada circuito individualmente;
1.4.3 As cores das indicações são: vermelho para alarme, amarelo para defeito e verde para funcionamento; X
Os circuitos de detecção devem ser supervisionados contra interrupção de linha e curto-circuito. Estes eventos devem ser sinalizados como
1.4.4 X
“defeito”;
Todos os circuitos de detecção, de alarme e os circuitos auxiliares devem ser protegidos contra curto-circuito individualmente e sumariamente
1.4.5 X
para que, em caso de perda parcial da fiação pela ação do fogo, a central mantenha sua funcionalidade irrestrita;
Em casos especiais pode ser exigida uma supervisão individual dos circuitos de alarme e auxiliares contra rompimentos e/ou também contra curto-
1.4.6 X
circuito;
1.4.7 O tempo para a sinalização, na central, de um defeito ou de um alarme de um ponto no campo deve ser no máximo 1 min. X

Foram encontradas as seguintes condições em desacordo com o estabelecido na


norma:
 Face frontal desprotegida da operação de pessoas não autorizadas;
 Não possuía compartimento para armazenamento de baterias;
 Não havia instalação de dispositivos diferentes para indicação sonora distinta
para defeito ou alarme;
 Não havia a instalação de dispositivos para inibição dos dispositivos sonoros
em campo;
 A central não permitia o ensaio individual de seus dispositivos;
 A central não possuía dispositivos para teste dos indicadores luminosos e
acústicos;
34

4.2.2.3 Painel Repetidor


Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação ao painel repetidor:
Tabela 5 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Painel Repetidor
2 PAINEL REPETIDOR ATENDE
2.1 Quanto ao aspecto construtivo, o painel deve atender aos seguintes requisitos: SIM NÃO
2.1.1 Construção em estrutura rígida e grau de proteção de acordo com o local de instalação, atendendo à NBR 6146; X
2.1.2 Construção adequada à manutenção sem remoção do local de instalação; X
2.1.3 Acesso aos instrumentos e controles, inclusive componentes e bornes de ligação, somente pela face frontal; X
Deve possuir meios para identificação dos circuitos de detecção e indicação da respectiva área ou local afetado, que possibilite fácil entendimento
2.1.4 X
para o pessoal de supervisão e de intervenção não familiarizado com a edificação;
Deve possuir dimensões compatíveis com a quantidade de circuitos de detecção, alarme e auxiliares, inclusive previsão de ampliação para a
2.1.5 X
capacidade final do sistema projetado em pelo menos 10% ou 1 (uma) linha;
2.1.6 Deve possuir borne adequado para aterramento; X
Todas as ligações entre o painel repetidor e os demais componentes externos deste, devem ser executadas através de blocos conectores e
2.1.7 X
protegidos de tal maneira que um curto-circuito provocado pelo incêndio não impeça a sinalização em um ou vários outros painéis;
O invólucro do quadro paralelo ou sinótico deve ser construído sem cantos vivos, de tal maneira que não possa causar lesões às pessoas, e deve ser
2.1.8 X
fixado de forma suficientemente segura na parede, para impedir sua retirada no caso de vandalismo.
2.2 Quanto aos instrumentos, dispositivos e equipamentos, o painel deve possuir:
2.2.1 Utilização de indicadores acústicos e visuais; X
2.2.2 Instalação de tipos diferentes de indicação acústica, sendo uma para incêndio e outra para defeito; X
2.2.3 Repetir, no mínimo, as indicações gerais de incêndio e defeito, além das indicações individuais necessárias e constantes no respectivo projeto; X
Indicações de incêndio e defeito, prioritariamente visuais e acústicas, admitindo-se entretanto qualquer outra forma de indicação, desde que
2.2.4 X
expressa e previamente convencionada no respectivo projeto;
2.2.5 As cores a serem utilizadas nas indicações visuais são: vermelho para alarme, amarelo para defeito e verde para funcionamento. X

Como pode ser observado, o painel repetidor atendeu todas as exigências contidas na
norma.

4.2.2.4 Detectores
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação aos detectores:
Tabela 6 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Detectores
3 DETECTORES ATENDE
3.1 Os detectores devem ter as características prescritas abaixo: SIM NÃO
3.1.1 Devem ser resistentes às possíveis mudanças de temperatura ambiente, sem alarmes falsos ou defeitos, ou alterações da sensibilidade; X
3.1.2 Devem ser resistentes à umidade e à corrosão existentes no ambiente dentro da previsão da vida útil dada pelo fabricante; X
3.1.3 Devem ser resistentes mecanicamente a vibrações e impactos existentes no ambiente dentro de limites previstos na NBR 11836; X
Devem ter identificação de seu fabricante, tipo, temperatura, faixa e/ou parâmetros para atuação e ano de fabricação convenientemente
3.1.4 X
impressos em seu corpo;
3.1.5 Todas as referências à temperatura devem ser feitas em graus Celsius (°C); X
Os detectores de temperatura e de fumaça devem ser intercambiáveis entre si no sistema, sem necessidade de mudança nos circuitos (mas sim no
3.1.6 X
distanciamento dos detectores na instalação)
Os detectores automáticos devem conter indicação visual própria e adequada que opere automaticamente no caso de atuação no próprio detector
3.1.7 ou em sua base, com memória, e com reset pela central. A indicação de alarme deve ser vermelha e a de funcionamento deve ser verde. É aceita a X
indicação branca em caso de grandes alturas para facilitar a visualização;

Como pode ser observado, os detectores atenderam todas as exigências contidas na


norma.

4.2.2.5 Acionadores Manuais


Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação aos acionadores manuais:
Tabela 7 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Acionadores Manuais
4 ACIONADORES MANUAIS ATENDE
4.1 Os acionadores manuais devem atender aos requisitos prescritos abaixo: SIM NÃO
Devem ser alojados em carcaça rígida que impeça danos mecânicos ao dispositivo de acionamento e, pelo menos, possuir uma sinalização de
4.1.1 alarme idêntica a dos detectores automáticos conforme NBR 11836. A sinalização pode ser incorporada no próprio invólucro ou montada num X
dispositivo com distância não superior a 1,5 m do acionador manual, em lugar bem visível;
4.1.2 Devem conter instruções de operação impressas em português no próprio corpo, de forma clara e em lugar facilmente visível após a instalação; X
4.1.3 Devem conter dispositivo que dificulte o acionamento acidental, porém facilmente destrutível no caso de operação intencional; X
Devem ser de acionamento do tipo travante, permitindo a identificação do acionador operado, e obriga o reset do alarme e o recondicionamento
4.1.4 X
do acionador manual do estado de alarme para o de vigia, no local da instalação e não somente por controle remoto desde a central;
Devem ser construídos sem cantos vivos, de tal maneira que não causem nenhuma lesão às pessoas, e a sua fixação na parede deve ser bem
4.1.5 X
segura.
35

Como pode ser observado, os detectores atenderam todas as exigências contidas na


norma.

4.2.2.6 Avisadores Acústicos e Visuais


Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação aos avisadores acústicos e
visuais:
Tabela 8 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Avisadores Acústicos e Visuais
5 AVISADORES ACÚSTICOS E VISUAIS ATENDE
5.1 Os avisadores acústicos e visuais devem atender aos requisitos prescritos abaixo: SIM NÃO
Devem ter características de audibilidade e/ou visibilidade compatíveis com o ambiente em que estão instalados, de forma a serem ouvidos ou
5.1.1 vistos em qualquer ponto do ambiente em que se encontram, em condições normais de trabalho desse amb iente. Estes dispositivos devem X
também ser alimentados por fonte ininterrupta e supervisionada, ou de fonte própria;
Os indicadores ligados em paralelo com detectores automáticos ou acionadores manuais, ou comandados pela central, mas utilizados somente
como sinalização para as equipes de intervenção encontrarem a área em perigo, podem ter luminosidade para visualização reduzida de
5.1.2 aproximadamente 5 m de distância e intensidade sonora baixa (entre 40 dB e 60 dB), quando instalados em altura não superior a 3,5 m. Deve ser X
levado em conta, na escolha do equipamento, que alguns deles podem ser instalados em corredores de acesso a áreas enclausuradas e sendo que
seu estado deve ser visível também contra luz do dia com ângulo de 90° contra a parede de fixação;
A robustez mecânica e a resistência contra umidade e oxidação dos indicadores e avisadores, inclusive os pontos de ligação elétrica, devem
5.1.3 X
corresponder às exigências para acionadores manuais e detectores automáticos;
Qualquer detector ou sinalizador, fixado em uma base e instalado em altura inferior a 2,5 m do piso acabado, deve ter trava mecânica ativada ou
5.1.4 X
outro sistema de segurança que impeça o roubo do equipamento da instalação;

Como pode ser observado, os detectores atenderam todas as exigências contidas na


norma.

4.2.2.7 Circuitos
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação aos circuitos:
Tabela 9 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Circuitos
6 CIRCUITOS ATENDE
6.1 Os circuitos devem atender aos requisitos prescritos abaixo: SIM NÃO
6.1.1 Os circuitos de detecção, de alarme e auxiliares devem ser executados em estrita conformidade com a NBR 5410; X
A instalação dos cabos principais deve ser fora da área contendo material combustível ou a proteção externa deve ser adequada para o perigo
6.1.2 X
potencial da área de instalação;
Os condutores utilizados nestes circuitos devem ser rígidos e, quando não protegidos por condutos in combustíveis, devem ter isolamento
6.1.3 X
resistentes à propagação de chamas.

Como pode ser observado, os detectores atenderam todas as exigências contidas na


norma.

4.2.2.8 Condutos/Infra-estrutura
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação aos condutos:
36

Tabela 10 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Condutos


7 CONDUTOS / INFRA-ESTRUTURA ATENDE
7.1 Os condutos devem atender aos requisitos prescritos abaixo: SIM NÃO
Os condutos devem ter dispositivos que impeçam a passagem de fumaça e de gases quentes dentro deles e de uma área compartimentada para
7.1.1 X
outra;
Sendo metálico, o conduto deve ter perfeita continuidade elétrica, rigidez mecânica compatível com o ambiente de instalação, condições
satisfatórias de aterramento e identificação na cor vermelha, em forma de anéis de largura mínima de 1 cm a 2 cm a cada 1 m, pelo menos,
7.1.2 conforme NBR 7195; quando aparente, a identificação das tampas das caixas de passagem também deve ser na cor vermelha. Se a continuidade X
elétrica dos condutos não pode ser garantida pela própria interligação, deve ser buscada a solução na instalação de cabos nus e braçadeiras para
interligar os condutos eletricamente;
A resistência da blindagem, sejam tubos metálicos interligados ou cabos blindados eletrostaticamente com fioterra estanhado interno em contato
permanente com a blindagem, não deve exceder 50 Ω entre o último elemento da linha e a central. Se este valor pode ser assegurado pelos meios
7.1.3 X
utilizados normalmente na instalação e superaduas vezes o tempo de garantia da instalação, o fio-terra adicional previsto para esta Norma pode
ser eliminado do projeto e da instalação;
Sendo plástico ou de outro material não condutor, os condutos devem ser rígidos ou flexíveis, e toda a fiação será de condutores dotados de
blindagem eletrostática. No caso de instalação aparente, devem ter identificação adequada em forma de anéis a cada metro linear ou similar na
7.1.4 X
cor vermelha conforme NBR 7195, em toda sua extensão, e todas as tampas de caixas de passagem devem ser identificadas na mesma cor vermelha
com ou sem a inscrição “alarme de incêndio”
7.1.5 A distância mínima entre cabos ou fios em dutos metálicos e fiação de 110/220Vca é de 20cm; X
No cruzamento da fiação, tubulação metálica ou plástica do sistema de detecção com o sistema de tensão da rede pública e proteções adicionais
7.1.6 devem ser previstas, a fim de evitar com segurança a condição de curto-circuito ou a interligação entre as duas redes, também no caso em que a X
área é atingida pelo fogo e a isolação dos cabos consumidos pelas chamas;

O seguinte item não pode ser avaliado:


 A resistência da blindagem, seja em tubos metálicos interligados ou cabos
blindados eletrostaticamente com fio terra estanhado interno em contato
permanente com a blindagem, não deve exceder 50 Ω entre o último elemento
da linha e a central;

4.2.2.9 Fiação
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação a fiação:
Tabela 11 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Fiação
8 FIAÇÃO ATENDE
8.1 A fiação deve atender aos requisitos prescritos abaixo: SIM NÃO
A fiação pode estar contida em condutos metálicos, plásticos ou pode ser aparente em forma de cabo blindado com resistência ao calor, de acordo
8.1.1 X
com a área de instalação e o tempo necessário para suportar o calor do fogo;
Quando instalados em condutos metálicos, os condutores devem ser de cobre, rígidos (ou flexíveis), ter isolação termoplástica ou de outros
8.1.2 materiais isolantes resistentes ao fogo com uma tensão de prova mínima de 600 V e diâmetro mínimo de 0,60 mm por razões de resistência X
mecânica;
Os condutores devem ser trançados em pares ou em quartetos e identificados por cores. Nos casos de cabos multipares onde a força mecânica é
8.1.3 absorvida pela cobertura plástica, o diâmetro mínimo dos fios deve ser 0,5 mm e rígido, quando o cabo começa e termina em caixas de distribuição X
com terminais apropriados para este tipo de fio;
Os cabos devem ser de uso exclusivo do sistema de detecção e alarme de incêndio e não podem ser mesclados com linhas telefônicas ou com
8.1.4 X
linhas de outros serviços com pulsos com mais de 30 Vpp;
Quando a instalação passa por condutos plásticos, somente pode ser utilizado cabo blindado com diâmetro mínimo dos fios de cobre de 0,6 mm,
8.1.5 para todos os condutores, até dois pares com fio de aterramento incluído ou separado, dentro do mesmo conduto, para neutralizar influências X
elétricas;
Os condutores utilizados nestes circuitos em condutos de aço galvanizados devem ser trançados, rígidos e com identificação colorida, e devem ter
8.1.6 X
isolamento com resistência à temperatura de, pelo menos, 70°C, resistente à propagação de chamas;

Os seguintes itens não se aplicavam a instalação analisada, tendo em vista os condutos


serem metálicos:
 Quando a instalação passa por condutos plásticos, somente pode ser utilizado
cabo blindado com diâmetro mínimo dos fios de cobre de 0,6 mm, para todos
os condutores, até dois pares com fio de aterramento incluído ou separado,
dentro do mesmo conduto, para neutralizar influências elétricas;
37

4.2.2.10 Instalação
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação a instalação:
Tabela 12 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Instalação
9 INSTALAÇÃO ATENDE
9.1 instalação de sistemas de detecção e alarmes de incêndio deve obedecer, no mínimo, ao prescrito: SIM NÃO
9.1.1 Quando existente, toda tubulação integrante de um sistema de detecção e alarme de incêndio deve atender, exclusivamente, a este sistema; X
Toda caixa de passagem, incluindo tampas dos conduletes, pertencente ao sistema de detecção e alarme de incêndio deve ser identificada
9.1.2 X
adequadamente pela cor ou com inscrição apropriada na cor exigida;
A interligação entre a tubulação e qualquer dispositivo distante da tubulação deve ser executada através de eletroduto rígido ou flexível, fixado
mecanicamente, seguro em ambas as extremidades, ou cabo blindado dotado de prensacabos nas extremidades e fixação mecânica adequada no
9.1.3 X
teto ou nas paredes. Descidas de cabos, para a interligação de acionadores manuais ou similar, devem ser protegidas até uma altura de 2 m contra
danos mecânicos;
O sistema deve ter todos os componentes metálicos ligados a um mesmo referencial, preferivelmente ao da área da instalação da central
9.1.4 X
(segurança para o operador da central);
9.1.5 Todas as interligações dos componentes entre si e destes com a central devem ser executadas com terminais ou conectores apropriados; X
9.1.6 Não é permitida a interligação (emenda) dos fios dentro da tubulação ou em local de difícil acesso; X
Todos os circuitos devem ser devidamente identificados na central e em todas as caixas de distribuição com bornes de ligação: tipo e número do
9.1.7 X
circuito, polaridade, de onde vêm e para onde vão;

4.3 INSTALAÇÃO B

4.3.1 Características
Tipo da Instalação: Shopping Center
Área: 60.000,00m² Altura: 25m
Classificação:
1. Quanto a ocupação: GRUPO C – Comercial
DIVISÃO C-3 – Shopping Center
2. Quanto a altura: TIPO V – Edificação mediamente alta
3. Quanto ao risco: ALTO
Exigências para a edificação (Tabela 6F.2 da Lei n.º 8.399/05, exibida na Figura 14):
1. Acesso de Viatura na Edificação;
2. Segurança estrutural contra incêndio;
3. Compartimentação Horizontal
4. Compartimentação Vertical
5. Controle de materiais e acabamento;
6. Saídas de Emergência;
7. Plano de Intervenção de Incêndio
8. Brigada de Incêndio;
9. Iluminação de Emergência;
10. Detecção de Incêndio;
11. Alarme de Incêndio;
12. Sinalização de Emergência;
13. Extintores;
38

14. Hidrantes e Mangotinhos;


15. Chuveiros Automáticos

Figura 14 - Relação de projetos exigidos para edificações do Grupo C – Divisão C-3. Fonte: MATO GROSSO
(Estado), 2005.
Período de instalação do SDAI: APÓS A CONSTRUÇÃO DA EDIFICAÇÃO
Tipo de Central de Alarme: ENDEREÇÁVEL
Quantidade de Centrais: 3 UND
Localização da Central: SHAFT DE SERVIÇOS – 1 SUBSOLO
Possui painel repetidor? SIM
Quantidade de Painéis Rep.: 3 UND
Localização do Painel Repetidor: CENTRAL DE OPERAÇÕES
Dist. da Central até local seguro: >25m
Qtd e Tipo de Detectores: 1000UND – ÓPTICO
500UND – TERMOVELOCIMÉTRICO
300UND – MÓDULOS DE ENTRADA
39

Qtd e Tipo de Acionadores: 300UND – TIPO “QUEBRE O VIDRO”


Qtd e Tipo de Avisadores: 3UND – SIRENE AUDIO VISUAL BITONAL
Circuito: Classe B
Infra-estutura dos dutos: METÁLICA GALVANIZADA

4.3.2 Análise Normativa da Instalação e Característica dos Componentes

4.3.2.1 Quanto Elaboração do Projeto


Foi instalada em local de difícil acesso, em descumprimento ao item 5.2.1.1 da NBR
9441.
A área de instalação da central atende os requisitos referentes a não proximidade de
materiais inflamáveis ou tóxicos e apesar de enclausurada, o local é ventilado e protegido
contra a penetração de gases ou fumaça.
Com relação ao caminho de abando até uma área segura fora do edifício, livre da
inundação de fumaça ou calor e sem materiais inflamáveis ou tóxicos, essa exigência também
foi descumprida.
A distância máxima a percorrer até uma área segura é superior a 25m, descumprindo a
exigência da norma.
A escolha do local de instalação da central não permite a comunicação verbal entre
esta e o estacionamento, em descumprimento ao item 5.2.1.5 da NBR 9441.
A central foi devidamente instalada em local onde não há risco de fogo.

4.3.2.2 Central
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação a central de incêndios:

Tabela 13 – Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Aspectos Construtivos


1 CENTRAL ATENDE
1.1 Quanto ao aspecto construtivo, a central deve atender aos seguintes requisitos: SIM NÃO
Construção em estrutura rígida e grau de proteção de acordo com o local de instalação, atendendo à NBR 6146 e, quando metálico, também à NBR
1.1.1 X
7007;
1.1.2 Construção adequada à manutenção sem remoção do local de instalação; X
1.1.3 Acesso aos instrumentos e controles, inclusive componentes e bornes de ligação, somente pela face frontal; X
Face frontal protegida contra operações acidentais ou dolosas, impedindo o acesso de pessoal não autorizado ao manuseio dos instrumentos e
1.1.4 X
controles, permitindo, contudo, a leitura de todas as indicações visuais existentes nesta face;
1.1.5 Deve possuir compartimento adequado para alojamento da bateria de acumuladores, quando esta for parte integrante da central; X
Deve possuir meios para identificação dos circuitos de detecção e indicação da respectiva área ou local afetado, que possibilite fácil entendimento
1.1.6 X
para o pessoal de supervisão e de intervenção não familiarizado com a edificação;
Deve possuir dimensões compatíveis com a quantidade de circuitos de detecção, alarme e auxiliares, i nclusive previsão de ampliação para a
1.1.7 X
capacidade final do sistema projetado em pelo menos 10% ou 1 (uma) linha;
1.1.8 Quando metálico o invólucro da central deve ter revestimento com fundo anticorrosivo antes da pintura final; X
1.1.9 Deve possuir borne adequado para aterramento; X
Deve conter uma placa de identificação com as seguintes especificações: nome do fabricante, endereço e telefone; ano de fabricação e número de
1.1.10 X
série; modelo.
40

Tabela 14 – Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Facilidade


1.2 Quanto às facilidades, a central deve possibilitar:
A utilização de avisadores e indicadores sonoros e visuais externos, além dos comandos auxiliares, alimentados pela própria fonte ou bateria ou
1.2.1 X
por uma fonte secundária
A instalação de tipos diferentes de indicação sonora, dentro ou perto da central ou na mesma sala da central, sendo uma para incêndio e outra para
1.2.2 X
defeito, como também alarme de alerta e alarme de abandono do local
1.2.3 A instalação de dispositivo de inibição dos indicadores sonoros no campo X
1.2.4 O desligamento de um ou mais circuitos de detecção por meios adequados, sinalizando tal evento; X
A instalação de dispositivos manuais destinados ao acionamento de todos os alarmes sonoros, independentemente da indicação de fogo ou
1.2.5 X
defeito da central, em conjunto ou parcial, e ativar os circuitos auxiliares seqüencialmente em casos de emergência

Tabela 15 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Instrumentos e Dispositivos


1.3 Quanto aos instrumentos, dispositivos e equipamentos, a central deve possuir:
1.3.1 Indicação visual individual de “fogo” para cada circuito de detecção; X
1.3.2 Indicação sonora e visual geral de “fogo”; X
1.3.3 Indicação visual individual de “defeito” para cada circuito de detecção, circuitos de alarme e circuitos auxiliares quando supervisionados; X
1.3.4 Indicação sonora e visual de “defeito geral”; X
1.3.5 Indicação sonora e visual geral de “fuga ao terra”; X
Dispositivo de inibição do indicador sonoro da central, que possibilite, contudo, a atuação de qualquer nova informação de fogo ou defeito,
1.3.6 X
permitindo sucessivas inibições;
Dispositivos de ensaios de funcionamento da central individual para cada elemento ou função, quando existe a possibilidade do cruzamento de
1.3.7 X
informações fora ou dentro da central;
1.3.8 Meios destinados à supervisão da tensão e das correntes alternada e contínua; X
1.3.9 A partir de 10 indicações deve ser previsto um tipo de teste dos indicadores luminosos e dos sinalizadores acústicos; X
Fonte de alimentação constituída de unidade retificadora e bateria de acumuladores elétricos, ambos compatíveis entre si, com o sistema e com o
1.3.10 X
local de instalação.
1.3.11 Os equipamentos de recarga das baterias devem ser dimensionados para chegar a 80% da carga máxima das baterias utilizadas em 18 h. X

Tabela 16 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Central – Filosofia


1.4 Quanto à filosofia de funcionamento, a central deve atender aos seguintes requisitos:
1.4.1 As indicações de “incêndio” devem ter prioridade sobre as indicações de “defeito”; X
As indicações visuais de “incêndio” dos diferentes circuitos de detecção devem ser memorizadas individualmente. Contudo, deve ser possível
1.4.2 silenciar manualmente a indicação sonora deste evento com uma chave comum de silenciamento do alarme . O reset do alarme memorizado deve X
ser manual, em cada circuito individualmente;
1.4.3 As cores das indicações são: vermelho para alarme, amarelo para defeito e verde para funcionamento; X
Os circuitos de detecção devem ser supervisionados contra interrupção de linha e curto-circuito. Estes eventos devem ser sinalizados como
1.4.4 X
“defeito”;
Todos os circuitos de detecção, de alarme e os circuitos auxiliares devem ser protegidos contra curto-circuito individualmente e sumariamente
1.4.5 X
para que, em caso de perda parcial da fiação pela ação do fogo, a central mantenha sua funcionalidade irrestrita;
Em casos especiais pode ser exigida uma supervisão individual dos circuitos de alarme e auxiliares contra rompimentos e/ou também contra curto-
1.4.6 X
circuito;
1.4.7 O tempo para a sinalização, na central, de um defeito ou de um alarme de um ponto no campo deve ser no máximo 1 min. X

Foram encontradas as seguintes condições em desacordo com o estabelecido na


norma:
 Face frontal desprotegida da operação de pessoas não autorizadas;
 Não possuía compartimento para armazenamento de baterias;
 Não havia instalação de dispositivos diferentes para indicação sonora distinta
para defeito ou alarme;
 Não havia a instalação de dispositivos para inibição dos dispositivos sonoros
em campo;
 A central não permitia o ensaio individual de seus dispositivos;
 A central não possuía dispositivos para teste dos indicadores luminosos e
acústicos;
41

4.3.2.3 Painel Repetidor


Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação ao painel repetidor:
Tabela 17 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Painel Repetidor
2 PAINEL REPETIDOR ATENDE
2.1 Quanto ao aspecto construtivo, o painel deve atender aos seguintes requisitos: SIM NÃO
2.1.1 Construção em estrutura rígida e grau de proteção de acordo com o local de instalação, atendendo à NBR 6146; X
2.1.2 Construção adequada à manutenção sem remoção do local de instalação; X
2.1.3 Acesso aos instrumentos e controles, inclusive componentes e bornes de ligação, somente pela face frontal; X
Deve possuir meios para identificação dos circuitos de detecção e indicação da respectiva área ou local afetado, que possibilite fácil entendimento
2.1.4 X
para o pessoal de supervisão e de intervenção não familiarizado com a edificação;
Deve possuir dimensões compatíveis com a quantidade de circuitos de detecção, alarme e auxiliares, inclusive previsão de ampliação para a
2.1.5 X
capacidade final do sistema projetado em pelo menos 10% ou 1 (uma) linha;
2.1.6 Deve possuir borne adequado para aterramento; X
Todas as ligações entre o painel repetidor e os demais componentes externos deste, devem ser executadas através de blocos conectores e
2.1.7 X
protegidos de tal maneira que um curto-circuito provocado pelo incêndio não impeça a sinalização em um ou vários outros painéis;
O invólucro do quadro paralelo ou sinótico deve ser construído sem cantos vivos, de tal maneira que não possa causar lesões às pessoas, e deve ser
2.1.8 X
fixado de forma suficientemente segura na parede, para impedir sua retirada no caso de vandalismo.
2.2 Quanto aos instrumentos, dispositivos e equipamentos, o painel deve possuir:
2.2.1 Utilização de indicadores acústicos e visuais; X
2.2.2 Instalação de tipos diferentes de indicação acústica, sendo uma para incêndio e outra para defeito; X
2.2.3 Repetir, no mínimo, as indicações gerais de incêndio e defeito, além das indicações individuais necessárias e constantes no respectivo projeto; X
Indicações de incêndio e defeito, prioritariamente visuais e acústicas, admitindo-se entretanto qualquer outra forma de indicação, desde que
2.2.4 X
expressa e previamente convencionada no respectivo projeto;
2.2.5 As cores a serem utilizadas nas indicações visuais são: vermelho para alarme, amarelo para defeito e verde para funcionamento. X

Como pode ser observado, o painel repetidor atendeu todas as exigências contidas na
norma.

4.3.2.4 Detectores
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação aos detectores:
Tabela 18 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Detectores
3 DETECTORES ATENDE
3.1 Os detectores devem ter as características prescritas abaixo: SIM NÃO
3.1.1 Devem ser resistentes às possíveis mudanças de temperatura ambiente, sem alarmes falsos ou defeitos, ou alterações da sensibilidade; X
3.1.2 Devem ser resistentes à umidade e à corrosão existentes no ambiente dentro da previsão da vida útil dada pelo fabricante; X
3.1.3 Devem ser resistentes mecanicamente a vibrações e impactos existentes no ambiente dentro de limites previstos na NBR 11836; X
Devem ter identificação de seu fabricante, tipo, temperatura, faixa e/ou parâmetros para atuação e ano de fabricação convenientemente
3.1.4 X
impressos em seu corpo;
3.1.5 Todas as referências à temperatura devem ser feitas em graus Celsius (°C); X
Os detectores de temperatura e de fumaça devem ser intercambiáveis entre si no sistema, sem necessidade de mudança nos circuitos (mas sim no
3.1.6 X
distanciamento dos detectores na instalação)
Os detectores automáticos devem conter indicação visual própria e adequada que opere automaticamente no caso de atuação no próprio detector
3.1.7 ou em sua base, com memória, e com reset pela central. A indicação de alarme deve ser vermelha e a de funcionamento deve ser verde. É aceita a X
indicação branca em caso de grandes alturas para facilitar a visualização;

Como pode ser observado, os detectores atenderam todas as exigências contidas na


norma.

4.3.2.5 Acionadores Manuais


Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação aos acionadores manuais:
Tabela 19 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Acionadores Manuais
4 ACIONADORES MANUAIS ATENDE
4.1 Os acionadores manuais devem atender aos requisitos prescritos abaixo: SIM NÃO
Devem ser alojados em carcaça rígida que impeça danos mecânicos ao dispositivo de acionamento e, pelo menos, possuir uma sinalização de
4.1.1 alarme idêntica a dos detectores automáticos conforme NBR 11836. A sinalização pode ser incorporada no próprio invólucro ou montada num X
dispositivo com distância não superior a 1,5 m do acionador manual, em lugar bem visível;
4.1.2 Devem conter instruções de operação impressas em português no próprio corpo, de forma clara e em lugar facilmente visível após a instalação; X
4.1.3 Devem conter dispositivo que dificulte o acionamento acidental, porém facilmente destrutível no caso de operação intencional; X
Devem ser de acionamento do tipo travante, permitindo a identificação do acionador operado, e obriga o reset do alarme e o recondicionamento
4.1.4 X
do acionador manual do estado de alarme para o de vigia, no local da instalação e não somente por controle remoto desde a central;
Devem ser construídos sem cantos vivos, de tal maneira que não causem nenhuma lesão às pessoas, e a sua fixação na parede deve ser bem
4.1.5 X
segura.
42

Como pode ser observado, os detectores atenderam todas as exigências contidas na


norma.

4.3.2.6 Avisadores Acústicos e Visuais


Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação aos avisadores acústicos e
visuais:
Tabela 20 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Avisadores Acústicos e Visuais
5 AVISADORES ACÚSTICOS E VISUAIS ATENDE
5.1 Os avisadores acústicos e visuais devem atender aos requisitos prescritos abaixo: SIM NÃO
Devem ter características de audibilidade e/ou visibilidade compatíveis com o ambiente em que estão instalados, de forma a serem ouvidos ou
5.1.1 vistos em qualquer ponto do ambiente em que se encontram, em condições normais de trabalho desse amb iente. Estes dispositivos devem X
também ser alimentados por fonte ininterrupta e supervisionada, ou de fonte própria;
Os indicadores ligados em paralelo com detectores automáticos ou acionadores manuais, ou comandados pela central, mas utilizados somente
como sinalização para as equipes de intervenção encontrarem a área em perigo, podem ter luminosidade para visualização reduzida de
5.1.2 aproximadamente 5 m de distância e intensidade sonora baixa (entre 40 dB e 60 dB), quando instalados em altura não superior a 3,5 m. Deve ser X
levado em conta, na escolha do equipamento, que alguns deles podem ser instalados em corredores de acesso a áreas enclausuradas e sendo que
seu estado deve ser visível também contra luz do dia com ângulo de 90° contra a parede de fixação;
A robustez mecânica e a resistência contra umidade e oxidação dos indicadores e avisadores, inclusive os pontos de ligação elétrica, devem
5.1.3 X
corresponder às exigências para acionadores manuais e detectores automáticos;
Qualquer detector ou sinalizador, fixado em uma base e instalado em altura inferior a 2,5 m do piso acabado, deve ter trava mecânica ativada ou
5.1.4 X
outro sistema de segurança que impeça o roubo do equipamento da instalação;

Foram encontradas as seguintes condições em desacordo com o estabelecido na


norma:
• Devem ter características de audibilidade e/ou visibilidade compatíveis com o
ambiente em que estão instalados, de forma a serem ouvidos ou vistos em qualquer ponto do
ambiente em que se encontram, em condições normais de trabalho desse ambiente;
Segundo o projetista do sistema, tal inobservância ocorreu de forma proposital tendo
vista a intenção de se evitar pânico em caso de alarme geral, devendo o evento ser gerenciado
a partir da central de operações e sob atuação de toda a brigada de incêndio.

4.3.2.7 Circuitos
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação aos circuitos:
Tabela 21 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Circuitos
6 CIRCUITOS ATENDE
6.1 Os circuitos devem atender aos requisitos prescritos abaixo: SIM NÃO
6.1.1 Os circuitos de detecção, de alarme e auxiliares devem ser executados em estrita conformidade com a NBR 5410; X
A instalação dos cabos principais deve ser fora da área contendo material combustível ou a proteção externa deve ser adequada para o perigo
6.1.2 X
potencial da área de instalação;
Os condutores utilizados nestes circuitos devem ser rígidos e, quando não protegidos por condutos in combustíveis, devem ter isolamento
6.1.3 X
resistentes à propagação de chamas.

Como pode ser observado, os detectores atenderam todas as exigências contidas na


norma.

4.3.2.8 Condutos/Infra-estrutura
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação aos condutos:
43

Tabela 22 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Condutos


7 CONDUTOS / INFRA-ESTRUTURA ATENDE
7.1 Os condutos devem atender aos requisitos prescritos abaixo: SIM NÃO
Os condutos devem ter dispositivos que impeçam a passagem de fumaça e de gases quentes dentro deles e de uma área compartimentada para
7.1.1 X
outra;
Sendo metálico, o conduto deve ter perfeita continuidade elétrica, rigidez mecânica compatível com o ambiente de instalação, condições
satisfatórias de aterramento e identificação na cor vermelha, em forma de anéis de largura mínima de 1 cm a 2 cm a cada 1 m, pelo menos,
7.1.2 conforme NBR 7195; quando aparente, a identificação das tampas das caixas de passagem também deve ser na cor vermelha. Se a continuidade X
elétrica dos condutos não pode ser garantida pela própria interligação, deve ser buscada a solução na instalação de cabos nus e braçadeiras para
interligar os condutos eletricamente;
A resistência da blindagem, sejam tubos metálicos interligados ou cabos blindados eletrostaticamente com fioterra estanhado interno em contato
permanente com a blindagem, não deve exceder 50 Ω entre o último elemento da linha e a central. Se este valor pode ser assegurado pelos meios
7.1.3 X
utilizados normalmente na instalação e superaduas vezes o tempo de garantia da instalação, o fio-terra adicional previsto para esta Norma pode
ser eliminado do projeto e da instalação;
Sendo plástico ou de outro material não condutor, os condutos devem ser rígidos ou flexíveis, e toda a fiação será de condutores dotados de
blindagem eletrostática. No caso de instalação aparente, devem ter identificação adequada em forma de anéis a cada metro linear ou similar na
7.1.4 X
cor vermelha conforme NBR 7195, em toda sua extensão, e todas as tampas de caixas de passagem devem ser identificadas na mesma cor vermelha
com ou sem a inscrição “alarme de incêndio”
7.1.5 A distância mínima entre cabos ou fios em dutos metálicos e fiação de 110/220Vca é de 20cm; X
No cruzamento da fiação, tubulação metálica ou plástica do sistema de detecção com o sistema de tensão da rede pública e proteções adicionais
7.1.6 devem ser previstas, a fim de evitar com segurança a condição de curto-circuito ou a interligação entre as duas redes, também no caso em que a X
área é atingida pelo fogo e a isolação dos cabos consumidos pelas chamas;

O seguinte item não pode ser avaliado:


 A resistência da blindagem, seja em tubos metálicos interligados ou cabos
blindados eletrostaticamente com fio terra estanhado interno em contato
permanente com a blindagem, não deve exceder 50 Ω entre o último elemento
da linha e a central;

4.3.2.9 Fiação
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação a fiação:
Tabela 23 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Fiação
8 FIAÇÃO ATENDE
8.1 A fiação deve atender aos requisitos prescritos abaixo: SIM NÃO
A fiação pode estar contida em condutos metálicos, plásticos ou pode ser aparente em forma de cabo blindado com resistência ao calor, de acordo
8.1.1 X
com a área de instalação e o tempo necessário para suportar o calor do fogo;
Quando instalados em condutos metálicos, os condutores devem ser de cobre, rígidos (ou flexíveis), ter isolação termoplástica ou de outros
8.1.2 materiais isolantes resistentes ao fogo com uma tensão de prova mínima de 600 V e diâmetro mínimo de 0,60 mm por razões de resistência X
mecânica;
Os condutores devem ser trançados em pares ou em quartetos e identificados por cores. Nos casos de cabos multipares onde a força mecânica é
8.1.3 absorvida pela cobertura plástica, o diâmetro mínimo dos fios deve ser 0,5 mm e rígido, quando o cabo começa e termina em caixas de distribuição X
com terminais apropriados para este tipo de fio;
Os cabos devem ser de uso exclusivo do sistema de detecção e alarme de incêndio e não podem ser mesclados com linhas telefônicas ou com
8.1.4 X
linhas de outros serviços com pulsos com mais de 30 Vpp;
Quando a instalação passa por condutos plásticos, somente pode ser utilizado cabo blindado com diâmetro mínimo dos fios de cobre de 0,6 mm,
8.1.5 para todos os condutores, até dois pares com fio de aterramento incluído ou separado, dentro do mesmo conduto, para neutralizar influências X
elétricas;
Os condutores utilizados nestes circuitos em condutos de aço galvanizados devem ser trançados, rígidos e com identificação colorida, e devem ter
8.1.6 X
isolamento com resistência à temperatura de, pelo menos, 70°C, resistente à propagação de chamas;

Os seguintes itens não se aplicavam a instalação analisada, tendo em vista os condutos


serem metálicos:
 Quando a instalação passa por condutos plásticos, somente pode ser utilizado
cabo blindado com diâmetro mínimo dos fios de cobre de 0,6 mm, para todos
os condutores, até dois pares com fio de aterramento incluído ou separado,
dentro do mesmo conduto, para neutralizar influências elétricas;
44

4.3.2.10 Instalação
Foram verificados os pontos descritos abaixo com relação a instalação:
Tabela 24 - Atendimento das exigências da NBR 9441 – Instalação
9 INSTALAÇÃO ATENDE
9.1 instalação de sistemas de detecção e alarmes de incêndio deve obedecer, no mínimo, ao prescrito: SIM NÃO
9.1.1 Quando existente, toda tubulação integrante de um sistema de detecção e alarme de incêndio deve atender, exclusivamente, a este sistema; X
Toda caixa de passagem, incluindo tampas dos conduletes, pertencente ao sistema de detecção e alarme de incêndio deve ser identificada
9.1.2 X
adequadamente pela cor ou com inscrição apropriada na cor exigida;
A interligação entre a tubulação e qualquer dispositivo distante da tubulação deve ser executada através de eletroduto rígido ou flexível, fixado
mecanicamente, seguro em ambas as extremidades, ou cabo blindado dotado de prensacabos nas extremidades e fixação mecânica adequada no
9.1.3 X
teto ou nas paredes. Descidas de cabos, para a interligação de acionadores manuais ou similar, devem ser protegidas até uma altura de 2 m contra
danos mecânicos;
O sistema deve ter todos os componentes metálicos ligados a um mesmo referencial, preferivelmente ao da área da instalação da central
9.1.4 X
(segurança para o operador da central);
9.1.5 Todas as interligações dos componentes entre si e destes com a central devem ser executadas com terminais ou conectores apropriados; X
9.1.6 Não é permitida a interligação (emenda) dos fios dentro da tubulação ou em local de difícil acesso; X
Todos os circuitos devem ser devidamente identificados na central e em todas as caixas de distribuição com bornes de ligação: tipo e número do
9.1.7 X
circuito, polaridade, de onde vêm e para onde vão;

4.4 DISCUSSÕES DAS INSTALAÇÕES COM RELAÇÃO A NBR 9441


A NBR 9441 é hoje o instrumento em língua portuguesa mais completo na orientação
da instalação, execução, ensaio e manutenção de sistemas de detecção de incêndios. Apesar
de sua última revisão ter sido aprovada há mais de 10 anos, muitos de seus itens continuam
não sendo observados e as conseqüências são o funcionamento incorreto do sistema, o sub-
dimensionamento, a ausência de fiscalização e ensaios, a falta de manutenção e a falta de
pessoal técnico qualificado para operação. Isso pode ser claramente observado em ambas as
instalações, principalmente pelo não atendimento do requisito de acessibilidade da central de
incêndios, sendo que na instalação A a central se encontrava enclausurada e na instalação B se
distanciava a mais de 25m da entrada principal.
Outra determinação da norma não respeitada em ambas as edificações foi o fato da não
observância da possibilidade de comunicação verbal entre o ponto de instalação da central de
alarme e o estacionamento. Tal determinação se destina auxiliar as operações de emergência,
no sentido de permitir ao chefe da operação um meio rápido e eficaz de informar aos
bombeiros ou brigadistas responsáveis pelas ações de combate o local exato do incêndio
dentro da edificação, mantendo contanto simultâneo com as equipes de resgate e combate
localizadas no lado externo. Além disso, em sistemas que atendem as normalizações da NFPA
72, a central de incêndios permite a anunciação sonora dos procedimento de evacuação aos
ocupantes da edificação, garantindo que os usuários tenham informações precisas a respeito
dos procedimentos a serem tomados nessas situações
Apesar de bastante completa, a NBR 9441 não detalha quais tipos de sistemas devem
ser utilizados nas mais variadas edificações. Normalmente, a exigência da existência dos
sistemas de detecção e alarme de incêndios é regulamentada por leis estaduais ou decretos que
45

são a ferramenta primária de fiscalização dos Corpos de Bombeiros em nível estadual. Dessa
forma, nem a norma nem as leis locais determinam quais os painéis mais corretos tendo em
vista o nível de complexidade da instalação. A conseqüência mais direta disso é o
subdimensionamento do sistema e a utilização de painéis mais baratos para supervisão de
áreas com elevada carga de incêndio ou de altíssima periculosidade. A norma também não
proíbe a utilização de mais de uma central sob a mesma edificação. Essa é situação
encontrada principalmente na instalação B. Por se tratar de um sistema com necessidade de
mais 1000 (mil) pontos de supervisão, dividiu-se a instalação em 3 (três) equipamentos, sendo
um para cada pavimento, a fim de baratear os custos de aquisição dos equipamentos. Isso faz
com que o sistema não tenha um gerenciamento eletrônico centralizado e a principal
conseqüência é a ocorrência de alarme em um ponto da edificação e a não comunicação do
evento aos locais adjacentes, tendo em vista se encontrarem interligados por painéis distintos,
retardando os processos de evacuação e aumentando o risco da instalação. Tal prática é
totalmente desaconselhada tendo em vista o fato do sistema não ser gerenciando de forma
integrada.
Além disso, não foram instalados dispositivos de anúncio de alarme na edificação B.
Na época das vistorias, tal fato foi justificado no sentido de não criar uma situação de pânico
nos ocupantes da edificação. Além de descumprir totalmente a norma, tal inobservância
reitera o fato da central estar totalmente sub-dimensionada para tal aplicação. Os dispositivos
microprocessados existentes atualmente no mercado permitem uma série de programações
lógicas e verificações iniciais antes que o alarme geral do sistema seja ativado. Dessa forma é
possível que um indício de incêndio seja verificado e avaliado pelas equipes de brigadistas,
antes mesmo que a central comunique aos dispositivos de anunciação um alarme geral.
Também pelo fato de não possuir dispositivos de anunciação remotos, o processo de
evacuação, que é uma das premissas básicas de um sistema de incêndios, não poderá ser
realizado e dependerá da intervenção humana, retardando a evacuação dos ocupantes e
aumentando o risco de perda de vidas.
A utilização de circuitos em Classe A também é incentivada pela norma, porém a
NBR 9441:98 não comenta a obrigatoriedade da instalação de dispositivos isoladores,
responsáveis por criar uma barreira física quando da ocorrência de curto-circuito ou até
mesmo queima de parte do cabeamento do sistema. Em nenhuma das instalações avaliadas tal
topologia foi utilizada.
Com relação aos condutos e infra-estrutura, está claro na NBR 9441 a necessidade de
se realizar a equipotencialização da tubulação, quando construída de material metálico. Essa
46

exigência possui dois objetivos muito claros: o primeiro é diminuir a interferência


eletromagnética sobre os cabos do SDAI e a segunda é evitar diferenças de potencias entre
pontos da tubulação, os quais podem provocar danos aos dispositivos de campo e
inconsistência dos sinais transmitidos. As duas instalações possuem, como material de infra-
estrutura para a passagem dos cabos do sistema de detecção e alarme, tubulação em aço
galvanizado, mas em nenhuma delas foi observada a interligação entre as conexões e o
aterramento da tubulação.
A norma também permite a não utilização de eletrodutos, sejam esses metálicos ou
plásticos, desde que o cabeamento possua a devida proteção mecânica, isolamento
eletromagnético e malha de aterramento. Obviamente esse tipo de fiação possui um custo
extremamente elevado e muitas vezes é mais vantajoso construir uma infra-estrutura a utilizar
esse tipo de produto. Porém muitos instaladores utilizam de forma equivocada desse artifício
para instalarem sistemas com o cabeamento sem nenhuma proteção.
A NBR 9441 também desconsidera totalmente a função de anúncio de voz do evento
de alarme, diferentemente de normas internacionais como NFPA 72 – National Fire Alarm
Code (Código Nacional de Alarme de Incêndios). Nessa normalização estrangeira, estão
definidas os processos de inicialização da detecção, a transmissão dessa informação, sua
notificação, anúncio dos dispositivos, os níveis de desempenho e confiabilidade dos mais
variados tipos de sistema de alarme. Além disso, o código define as características associadas
a tais sistemas, provendo também informações necessárias para a modificação ou ampliação
de sistemas já instalados a fim de atender as classificações legais americanas (NFPA 72,
1999) .
Dessa forma, o trabalho a ser desenvolvido ainda é muito grande e irá consumir muito
tempo de estudo, investimento e formação profissional a fim de que seja possível possuir uma
legislação equivalente a existente em nível internacional. Ademais, as duas instalações
avaliadas possuem principalmente falhas conceituais, fruto de projetos realizados por
profissionais com quase nenhum conhecimento da área de detecção e alarme de incêndios.
Evidencia-se principalmente o subdimensionamento das centrais de incêndio e os falta de
equipotencialização da tubulação de incêndio.

4.5 DISCUSSÕES DAS INSTALAÇÕES COM RELAÇÃO A LEI N. 8.399/05


A legislação aplicada para a regulamentação das instalações e edificações com relação
a segurança contra incêndios e pânico em Mato Grosso, assim como a NBR 9441, está aquém
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das legislações até mesmo de outros estados brasileiros e carece de um aprimoramento com
de suas observâncias técnicas.
Grande parte das legislações internacionais, como a NFPA 101 – Life Safety Code
(Código de Segurança de Vida), estão focadas em estabelecer critérios mínimos para saídas de
emergências, permitindo a evacuação dos ocupantes da edificação para locais seguros. O
diferencial dessa legislação é que o código faz considerações que são essências para a
segurança da vida levando em conta que a segurança é mais do que garantir estruturas de
evacuação. São definidas características para proteção de estruturas, sistemas, serviços
essências dentro da edificação, características operacionais, atividades de manutenção e outras
provisões do intuito de se obter um grau desejável de segurança. Além disso, o código tem a
premissa que o um elevado nível de segurança depende que sejam garantidos pelas estruturas
e sistemas um tempo de evacuação suficiente para a proteção das pessoas expostas ao fogo.
É necessário salientar que o NFPA 101 exige que sejam realizados com freqüência
ensaios de evacuação e treinamento preventivos de emergência. Dessa forma, pode-se
diminuir consideravelmente o tempo de resposta das ações em decorrência dos avisos de
evacuação, melhorando-se a performance de todo o sistema. Nas instalações avaliadas havia
histórico desses ensaios, porém os mesmos não são realizados com regularidade e nem
mesmo a lei nem a norma especificam quais os procedimentos a serem tomados nesses
ensaios.
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5. CONCLUSÕES

A segurança contra incêndios em edificações é de fato uma ciência que deve ser
amplamente estudada, documentada e fiscalizada. Verificou-se que há uma maior
preocupação e um melhor detalhamento de suas diretrizes nos países mais desenvolvidos.
No Brasil, os organismos reguladores oferecem uma legislação que atende a maioria
dos requisitos técnicos de segurança, porém sua aplicação fica a cargo dos profissionais do
setor infra-estrutura e serviços, contribuindo para que ocorram falhas de projetos, erros
conceitos e má aplicação dos sistemas. É latente a necessidade investimentos na formação,
capacitação e nos mecanismos de fiscalização existentes.
Há também a necessidade de catalogação, classificação e certificação dos novos
materiais empregados na indústria de construção civil, por trazerem grandes riscos as
edificações em virtude de seus comportamentos, ainda desconhecidos, quando da ocorrência
de incêndios.
Com relação a detecção e alarme de incêndios, muitas melhorias ainda podem ser
implementadas nas instalações, mas a maior deficiência se verifica na falta de fiscalização dos
organismos competentes. Verifica-se que o nível de eficiência e proteção dos sistemas é
diretamente proporcional ao nível de exigência legal e de fiscalização das edificações.
Deve-se também realizar atualizações nas normas e leis vigentes visando acompanhar
as mudanças tecnológicas e o nível de evolução das legislações internacionais.
Com relação as instalações avaliadas, observou-se que os problemas mais graves são a
falta de conhecimento com relação ao tipo de sistema a ser utilizado, o subdimensionamento
do central de alarme de incêndios, erros conceituais com relação ao posicionamento da central
e ausência de equipotencialização da infra-estrutura metálica. Tais inobservâncias fazem com
que os equipamentos não atendam as exigências de funcionamento nas situações de pânico ou
incêndio das edificações avaliadas.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Chuveiros Automáticos para


extinção de incêndios – NBR 6135. Rio de Janeiro, 1992. 6 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Cores para Segurança – NBR


7195. Rio de Janeiro, 1995. 3 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Execução de Sistemas de


Detecção e alarme de incêndios – NBR 9441. Rio de Janeiro, 1998. 63 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Detectores Automáticos de


Fumaça para Proteção Contra Incêndios – NBR 11836. Rio de Janeiro, 1992. 40 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Sistemas de Proteção por


Extintores de Incêndio – NBR 12693. Rio de Janeiro, 1993. 15 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – Sistemas de hidrantes e de


mangotinhos para combate a incêndio – NBR 13714. Rio de Janeiro, 2000. 25 p.

HERVÉ NETO, E. Norma é lei? 25 de maio de 2007.


http://www.peabirus.com.br/redes/form/post?post_pub_id=24525

IEC OFFICIAL WEB-SITE. http://www.iec.ch/helpline/sitetree/about/

MATO GROSSO (Estado). Lei nº 8.399, de 22 de dezembro de 2005. Institui a Legislação de


Segurança Contra Incêndio e Pânico do Estado de Mato Grosso e estabelece outras
providências. Diário Oficial do Estado de Mato Grosso, Cuiabá 22 dez. 2005, 60 p.

NATIONOAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION – Life Safety Code – NFPA 101.


Quincy, Massachusetts, 2009. 409 p.
50

NATIONOAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION – National Fire Alarm and Signaling


Code – NFPA 72. Quincy, Massachusetts, 2010. 208 p.

SEITO, A. I. et al. A Segurança Contra Incêndios no Brasil. 1 ed. São Paulo: Projeto
Editora, 2008. 496p.

SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 46076 de 31 de agosto de 2001. Institui o Regulamento de


Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco para os fins da Lei nº 684, de 30 de
setembro de 1975 e estabelece outras providências. Diário Oficial do Estado de São Paulo,
São Paulo, 21 ago. 2001, 37 p.

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