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Todos os objetivos da introdução resumem-se numa só frase: conquistar o

auditório.
“O pregador deve certificar-se de que as sentenças iniciais do sermão possuam
‘garras de ferro’ para prenderem de imediato a mente de seus ouvintes”

(James Braga, Como preparar mensagens bíblicas, p. 92)

Atratividade - Se não for interessante, é melhor não haver introdução, porque


ela com toda certeza vai fazer exatamente o efeito contrário. Ou o ouvinte
interessa-se pelo assunto, ou desinteressa-se.

Objetividade – Tem que chamar a tenção.

Quando fiz o curso de oratória no seminário, cada aluno deveria fazer um sermão de
cinco minutos, aplicando todas as técnicas aprendidas. Lembro-me de um colega que
se dirigiu ao púlpito com uma caixa embrulhada em papel de presente.
Imediatamente, atraiu a atenção de todos. Nota dez para o impacto da introdução. Mas
ele começou o sermão e não falou na caixa de presente. Por algum tempo conseguiu
manter a expectativa dos ouvintes, pois todos queriam saber o que havia dentro da
caixa. Ele continuou no corpo do sermão e desenvol- veu suas idéias sem falar sobre o
pacote em cima do púlpito. Finalmente, termi- nou o sermão, fez o apelo, pegou o
presente e sentou, sem fazer nenhuma referência sequer ao pacote de presente. No
meio da pregação, alguns colegas já estavam distraídos, prestando mais atenção ao
presente que ao sermão, e vários outros já começavam a rir e olhar uns para os outros.
Naturalmente o fato se tornou motivo de brincadeira entre os colegas. Mas
esse incidente ilustra a necessidade de objetividade na introdução. Nesse
caso, faltou sentido, explicação ou ligação com o tema do sermão.

(Robson Moura Marinho, A arte de pregar, pag.217)

Concisão - Não deve haver nenhum elemento supérfluo, ou seja, deve ficar fora
tudo que não for indispensável.
Como disse Voltaire: “O segredo para a gente ser enfadonha é contar tudo”.
(Leon Fletcher, Como falar como um profissional, p.31.)

Brevidade - Mesmo sendo interessante e concisa, a introdução não deve ser


longa, pois o ouvinte pode ficar sem saber aonde o pregador quer chegar.
Talvez pudéssemos comparar a introdução a uma pedrada, que em poucos
segundos chama a atenção, causa impacto, quebra a vidraça, mostra o que há
no interior do aposento e desaparece. Ninguém vê mais a pedra, todos ficam
olhando para o aposento!
Note que uma pedrada na vidraça tem o poder de acordar todos os que
estiverem dormindo nas proximidades e fazer com que todos olhem na sua
direção. Assim deve ser a introdução: tem de acordar os dorminhocos.
Devemos ser concisos e breves em tudo que temos a dizer. Para que a
introdução possa ser breve, é necessário limitar o material usado nela a um só
pensamento

Modéstia - Em vez de exagerar e dar a impressão de arrogância, seja modesto,


deixe que o conteúdo fale por si mesmo e revele-se coerente.

Clareza - Não é conveniente usar argumentos difíceis nem uma complicada


linha de raciocínio. Também não se devem usar palavras difíceis, que façam o
ouvinte precisar de um dicionário para entender. A introdução tem de ser clara
nas palavras, clara nas ideias e clara nas intenções

Planejamento - Recomenda-se de fato preparar a introdução por último, quando


já tiver pronto o sermão, para saber que rumo dar à introdução, mas ela precisa
estar muito bem preparada,pois é a parte do sermão em que você precisa
demonstrar a maior segurança possível, para ganhar a confiança do ouvinte.
Haddon Robinson afirma que o pregador “deve aproveitar ao máximo suas
primeiras vinte e cinco palavras para prender a atenção”, porque elas decidem
o sucesso ou o fracasso do sermão. Isso significa que não sobra espaço para
agradecimentos nem homenagens, porque as primeiras 25 palavras devem ser
a “pedrada” que vai “assaltar” a atenção do ouvinte. Ou como dizia um certo
pregador: “Se não obtém a atenção dos ouvintes nos primeiros 60 segundos,
você pode não conseguir mais”
(Haddon W. Robinson, A Pregação Bíblica, p.l08.)

O que evitar na Introdução?


Pedir desculpas - Se você não se preparou bem, então não fale. Se falar, não
peça desculpas. Essa história de dizer que recebeu o convite de última hora ou
que houve um imprevisto e não deu tempo de preparar-se é desculpa
esfarrapada que surte efeito negativo. No fundo, o auditório percebe que você
não o considera suficientemente importante para tirar tempo e preparar-se.
O pior é que alguns pregadores ainda cometem um erro duplo ao dizerem:
“Segundo os especialistas em oratória, não se deve pedir desculpas. Mas vou
abrir uma exceção e pedir que os irmãos me perdoem...”. Além de cometer um
erro grave, ainda informa ao auditório que o erro é premeditado.
Portanto, o pregador nunca deve apresentar desculpas por si mesmo, por uma
preparação inadequada, por enfermidade ou indisposição física, ou qualquer
outra sorte de acontecimento. Quando apresentamos tais desculpas estamos
preparando nossa derrota antes de terminar a introdução.

Sensacionalismo – Apostila.
Piadas – Apostila.

Falsa Humildade – Apostila.


Um pedante é um formalista ou detalhista em pedagogia ou erudição. A palavra provém do
italiano pedante, significando "mestre-escola", "professor"

Jargões e expressões rotineiras – Apostila.

Dgmatismo – Deixe a tomada de posição, se for necessária, para a conclusão


do sermão ou discurso, depois de uma sólida argumentação que justifique sua
posição. Na introdução, isso cria um clima desfavorável para a argumentação.

Introduza o assunto de maneira discreta, e depois argumente com equilíbrio,


sem radicalismo, apresentando o princípio bíblico.

Idéia e argumentos que vão aparecer mais tarde na mensagem – Usar


argumentos que vamos nos apropriar no decorrer da mensagem, transpondo
os mesmo para introdução, além de uma repetição, será algo desfavorável
para o expositor, uma vez que já não terá mais o efeito que deveria ter no
público, deixando-o disperso.

Tipos e Formas de Introdução

Direta

Ousada - O pregador entra diretamente na idéia central, sem preparação, mas


com ousadia, de maneira que surpreende o auditório.

Temática - Essa já começa explicando a importância do tema. Para ficar


interessante, não basta referir-se ao assunto, mas precisa usar frases de efeito
para tornar o assunto atraente.
Textual - O pregador inicia direto com a leitura de um texto bíblico. Essa
introdução parece não ser atraente, mas é bom lembrar que uma leitura bíblica
bem feita, com boa voz e entonação, possui um elemento de poder por ser a
Palavra de Deus e é respeitada como a voz de Deus. Deve ser acrescido de
um comentário interessante.

Indireta
Introdução Circunstancial - Essa introdução se dirige às circunstâncias em
que o sermão é proferido, como o local, as pessoas, data, ou a própria ocasião
da reunião. Por exemplo: “Alguns anos atrás eu fazia parte deste auditório”.
Essa é uma referência ao local e pode ser completada com possíveis
comparações entre o momento atual e a época anterior.
Introdução Histórica - Essa introdução poderia ser uma referência à época ou
à região em que foi escrito o texto a ser usado. Difere da introdução textual
pelo fato de a história vir antes do texto. E preciso ter cuidado porque temas
históricos tendem a ser meio cansativos.
Deve haver elementos de comparação entre a história e o presente.
Introdução com suspense - Aqui o pregador usa números e informações
incomuns para causar impacto e suspense na congregação. O objetivo é fazer
afirmações diferentes que
surpreendam, como por exemplo: “Cada minuto, cinco crianças morrem de
fome no Brasil”
Ponto interessante, difícil de encontrar pregações que comecem assim, creio
ter ouvido pouquíssimas.
Ótimo exemplo do texto: “A igreja deve ir para o inferno! Isso mesmo: para o
inferno!”. Depois acrescenta: “A igreja deve ir para o inferno do sofrimento
humano, da fome, da miséria, e da marginalidade a fim de levar o conforto e a
esperança do evangelho!”
Introdução Assustadora – Apostila.
Realmente muito interessante e chocante.
Introdução Centralizadas num Problema - Você pode começar o sermão
levantando um problema, ou alguns problemas, para então falar de possíveis
soluções. Se usar problemas comuns à maioria das pessoas, certamente vai
prender a atenção de todos.
Introdução ilustrativa - Em certo sentido, toda introdução é ilustrativa. Mas
aqui diz respeito à ilustração como história, incidente ou experiência.
Esse tópico, muito me faz lembrar das ilustrações usadas de forma muito
assertiva por Spurgeon ao pregar, muitas delas tiradas de bons livros que leu,
como o Peregrino.
Introdução interrogativa - Uma boa maneira de introduzir o sermão é fazer
perguntas de retóricas direcionadas ao auditório, buscando fazer com que eles
busquem em suas mentes respostas relacionadas com o tema do sermão.
Introdução com o intuito de despertar a curiosidade – Apostila.
Introdução diversa - Não comece todo sermão da mesma maneira, mas
empregue tratamentos diferentes de semana a semana.
Há diversas maneiras de se começar o sermão, como vimos acima, o que nos
resta é usá-las de forma coerente.
AS DIVISÕES DO SERMÃO

Divisões são as seções principais de um sermão ordenado. Quer sejam


enunciadas durante a entrega, quer não, um sermão corretamente planejado
será dividido em partes distintas que contribuirão para a sua unidade.

O Valor das Divisões Para o Pregador


As divisões promovem a clareza de idéias
As divisões promovem a unidade de pensamento
As divisões ajudam o pregador a descobrir o tratamento correto de um assunto
As divisões ajudam o pregador a lembrar-se dos pontos principais do sermão

O Valor das Divisões Para a Congregação


As divisões esclarecem os pontos do sermão
As divisões ajudam a recordar os aspectos principais do sermão

Transições

Assim como a oração de transição é necessária para se estabelecer


uma conexão suave entre a tese e o corpo do sermão, também é preciso que a
transição de uma divisão principal a outra seja cuidadosamente construída. O
ouvinte, em geral, não tem diante de si o esboço do sermão que o ajude a
acompanhar a mensagem. Seu único meio de acompanhar a seqüência de
pensamento do pregador são as suas palavras. As transições ajudam esse
processo.
A transição deve ser feita de modo a permitir a passagem suave e fácil
de ideias de uma para outra parte do sermão. Mudanças abruptas de
pensamento tendem a distrair e confundir, enquanto uma boa transição suaviza
o caminho para a comunicação de sucessivas unidades de pensamento.

Assim, uma transição eficaz pode: 1) relacionar a divisão com a tese ou


com a oração de transição principal; 2) revisar uma ou mais divisões principais;
3) despertar interesse na próxima unidade de pensámento; ou, 4) referir-se à
divisão principal anterior e indicar a mudança da unidade anterior de
pensamento para a próxima. A transição deve também unir a última divisão
principal à conclusão.
Às vezes a transição requer um breve parágrafo, mas em circunstâncias
normais pode ser expressa por uma sentença ou duas, ou até mesmo por uma
única frase.

Princípios para a Preparação das Subdivisões

A construção das subdivisões segue de perto os mesmos princípios que


governam a das divisões principais. Há, contudo, algumas diferenças na
aplicação desses princípios às subdivisões. É bom, portanto, darmos atenção
específica a certos princípios distintivos para a formulação das subdivisões.

As subdivisões derivam de suas respectivas divisões principais e são um


desenvolvimento lógico destas - A função primária da subdivisão é
desenvolver o pensamento contido na divisão principal. Portanto, ela só pode
alcançar o seu objetivo quando as idéias expressas se relacionam diretamente
com a divisão principal e são derivadas desta. Deve estar claro que as
subdivisões não se coordenam com as divisões principais, mas se subordinam
a elas.

Em certo sentido a divisão principal é um tema, e cada subdivisão uma divisão


dele. Desta maneira, todas as subdivisões tratam da idéia contida no ponto
principal.

Devemos preparar subdivisões não somente para esboços textuais e


expositivos, mas também para os sermões temáticos.

As subdivisões devem possuir estruturas paralelas - Como no caso das


divisões principais, as subdivisões devem ser simétricas e equilibradas. Deve-
se seguir o padrão determinado pela subdivisão inicial da primeira divisão
principal em todas as outras subdivisões.

O número de subdivisões deve ser limitado - Como regra geral, não deve
haver mais de três ou quatro subdivisões para cada divisão principal.
Circunstâncias excepcionais podem permitir mais subdivisões, mas em tal caso
seria aconselhável limitar o número de subdivisões das outras divisões
principais, para que o esboço não se atravanque com demasiados pontos
subordinados.

Em geral, é desnecessário dividir as subdivisões, mas alguns assuntos


requerem uma análise mais minuciosa. Em tais casos, talvez seja necessário
criar subdivisões das subdivisões.

Embora as subdivisões devam aparecer no esboço, não devem ser enunciadas


no decurso do sermão. A menção das subdivisões levaria os ouvintes a
confundirem as subdivisões com as divisões principais. As subdivisões devem
servir de guia para o pregador no desenvolvimento de sua mensagem, mas é
melhor ele não se referir a elas durante o sermão, salvo se houver motivos
especiais para tanto.

A semelhança das divisões principais, as subdivisões não precisam seguir a


mesma ordem do texto - Na preparação das divisões principais e das
subdivisões do sermão expositivo, é melhor acompanhar a ordem do texto.
Entretanto, por causa da progressão lógica haverá ocasiões em que é
preferível usar uma ordem diferente daquela da passagem bíblica.

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