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O juízo pela Injustiça

Dia do Senhor 25/09/2022


Exposição do Cap. 2

A nação condenada por Amós é Moabe, os descendentes da filha mais


nova de Ló (Gn 19.37,38). Os moabitas se instalaram na transjordânia, ao leste
do Mar Morto e ao norte dos edomitas.

A quarta transgressão de Moabe, como aquelas de que foram acusados,


as quais foram apresentadas no tribunal, era a crueldade.
Encontramos que houve guerra entre os edomitas e os moabitas, na
qual o rei de Moabe, em aflição e furor, ofereceu o seu próprio filho em
holocausto, para apaziguar a sua divindade, 2 Reis 3.26,27. E parece que
depois disso ele, ou algum dos seus sucessores, em vingança sobre os
edomitas por levá-lo a este extremo, (Aqui temos três hipóteses que não se
encontram no texto, especulação dos comentaristas: 1 - tendo vantagem
contra o rei de Edom, o apanhou vivo e o queimou até virar cinzas, 2 - ou o
matou e queimou o seu corpo,3 - ou ainda cavou os ossos do rei morto, que
particularmente o havia oprimido tanto, e, em sinal de sua fúria e furor, os
queimou até reduzi-los a cal.)
Abusar dos cadáveres dos reis (cujas pessoas e nomes deveriam ser,
de um modo especial, respeitados e tidos em veneração) é uma afronta à
majestade.
A condenação de Moabe por esta transgressão é: Versículos 1-3
1º - Um juízo de morte. Aqueles que tratam com crueldade serão tratados
cruelmente (v. 2): “Moabe morrerá”; os moabitas serão exterminados com a
espada da guerra, que mata com estrondo, alarido, e com o som de buzina -
circunstâncias que tornam o fato muito mais terrível, assim como o rugido do
leão agrava o seu ataque.
2º - Um juízo sobre o seu juiz (rei), que havia passado a sentença sobre os
ossos do rei de Edom, decretando que eles deveriam ser queimados até serem
reduzidos a cal: Eu o matarei, diz Deus (v. 3); ele saberá que há um juiz que é
maior do que ele. O rei, o juiz principal, e todos os juizes e príncipes inferiores,
serão mortos juntos. Até aqui vai o juízo de Moabe.

A condenação de Judá: Versículos 4 e 5


Os seus pecados são tantos quantos os pecados das outras nações, e os
encontramos misturados com elas, compartilhando do mesmo caráter,
Jeremias 9.26.
Embora seja a terra onde Deus é conhecido, Ele também consumirá os
palácios de Jerusalém, embora esta seja a cidade santa, na qual Deus foi,
anteriormente, “conhecido nos seus palácios por um alto refúgio”, Salmos 48.3.
O juízo pela Injustiça
Mas o pecado aqui atribuído a Judá é diferente do pecado de todas as demais
nações mencionadas. Deus ajustou contas com as outras nações por terem
feito mal aos homens, mas Judá teve as suas contas ajustadas por causa das
ofensas feitas a Deus, v. 4. 1. Eles desprezaram os Seus estatutos e
persistiram na desobediência a eles: Eles rejeitaram a lei do Senhor, como se
não fosse digna de atenção ou não tivesse algo de valor, e com isso
desprezaram a sabedoria, a justiça e a bondade, bem como a autoridade e a
soberania, do Legislador; isto eles fizeram, na prática, quando não guardaram
os Seus mandamentos, não deram atenção a eles, nem se importaram com
eles.
2. Eles honraram os rivais de Deus, seus ídolos, aqui chamados de mentiras,
com os quais “se deixaram enganar”; pois uma imagem de fundição “ensina a
mentira”, Habacuque 2.18.
E aqueles que se deixam levar pelo erro da idolatria são, por isso, levados a
uma multidão de outros erros.

A condenação de Israel – Versículos 6 – 8


1. Perverter a justiça.
Este era o pecado daqueles que haviam recebido, em confiança, a
administração da justiça - os juizes e magistrados, e todas as partes
envolvidas. Eles não faziam caso de vender por dinheiro um justo e a sua
causa justa quando vinha para ser julgado diante deles; a sentença era
passada, não de acordo com os méritos da causa, mas o suborno sempre fazia
pender a balança, e o juizo era colocado à venda em leilão pelo lance mais
alto. Eles vendiam a vida e o sustento de um homem pobre por um par de
sapatos, por qualquer vantagem que lhes fosse proposta, por menor que fosse;
dê-lhes apenas um par de sapatos, e a causa de um homem pobre, que não
pode dar nem mesmo isto, será traida, e deixada à mercê daqueles que não
têm nenhuma compaixão. Eles se corrompiam até mesmo por coisas
pequenas. “Até por um bocado de pão o homem prevaricará”. Observe que
aqueles que cometem injustiças por qualquer coisa chegarão, por fim, a fazer
isso por quase nada; aqueles que começam a vender a justiça por prata,
acabarão sendo sórdidos o bastante para a considerarem como tendo o
mesmo valor de um par de sapatos, até mesmo um par de sapatos velhos.

2. Oprimir os pobres, e buscar beneficiar-se fazendo mal a eles: Eles “suspiram


pelo pó da terra sobre a cabeça dos pobres”; eles engolem os pobres com a
máxima ganância, e fazem uma presa daqueles que estão em aflição, tendo pó
sobre as suas cabeças, pobres órfãos que estão de luto pelos seus pais; eles
os apanham com avidez para tomarem os bens de suas mãos; eles não
descansam até terem conseguido colocar as cabeças dos pobres no pó, para
serem pisadas. Ou, Eles suspiram pelo pó da terra, isto é, prata e ouro, pó
O juízo pela Injustiça
branco e amarelo; eles o cobiçam avidamente, e o lançam sobre a cabeça dos
pobres com suas ações injustas. Observe que o fato dos homens buscarem
enriquecer a si mesmos por meio empobrecimento dos outros é uma
transgressão da qual Deus não deseja retirar o castigo. Perverter o caminho
dos mansos consiste em planejar fazer o mal àqueles que se sabe que são
calmos e pacientes, e que suportarão a ofensa sem revidar. Eles violam os
direitos dos mansos, quebram as suas medidas, e obstruem o curso da justiça
em favor deles, não permitindo que eles continuem com a sua causa justa - isto
é perverter o seu caminho. Observe que quanto mais pacientemente os
homens suportam as ofensas que lhes são feitas, maior é o pecado daqueles
que os ofendem, e mais motivos eles têm de esperar que Deus lhes dê o alivio,
e faça a vingança por eles. “Eu, como surdo, não ouvia”, e então Tu ouvirás.

3. Impureza abominável, semelhante ao próprio incesto, tal, qual nem ainda


entre os gentios há, que um homem que abuse da mulher de seu pai (1 Co
5.1), a concubina de seu pai: “Um homem e seu pai entram à mesma moça”,
um caso tão obscuro quanto qualquer outra concupiscência promíscua
desmedida; e contudo onde as primeiras iniqüidades de opressão e extorsão
estão, este pecado também é encontrado; pois as leis de modéstia raramente
contêm aqueles que romperam as amarras da justiça e desprenderam-se de
suas cordas. Esta impiedade é um escândalo tão grande para a religião e a
confissão que se faz dela que os culpados dela são considerados como tendo
a intenção de profanar o santo nome de Deus, e torná-lo odioso entre os
gentios, como se Ele aprovasse as maldades que aqueles que fingem ter um
relacionamento com Ele se permitem; aqueles que agem deste modo são
absolutamente culpados, sim, tanto quanto os gentios.

4. Deleitarem-se e, no entanto, fingirem honrar ao seu Deus com aquilo que


tinham conseguido por meio de opressão e extorsão, v. 8. Eles acrescentam a
idolatria à sua injustiça, e então pensam expiar a sua injustiça com sua
idolatria. (1) Eles se divertem com aquilo que injustamente tomaram dos
pobres. Eles ficam à vontade e pomposos, e se deitam sobre roupas
empenhadas, que deveriam ter devolvido na mesma noite, conforme a lei,
Deuteronômio 24.12,13. E eles bebem o vinho dos que foram condenados, os
quais eles multaram, gastando na prostituição aquilo que obtiveram por meio
da injustiça. (2) Eles pensam fazer expiação banqueteando-se com os ganhos
da opressão diante dos seus altares, e bebendo, na casa de seus deuses, o
vinho daqueles que eles tinham multado - eles o faziam nos templos onde
adoravam os seus bezerros, como se fizessem de Deus um parceiro em seus
crimes, tentando torná-lo sócio nos seus lucros - um serviço suficientemente
bom para os deuses falsos; mas o Deus verdadeiro não se deixará escarnecer;
Ele declarou que abomina o roubo, mesmo que seja para a oferta de
holocaustos, e não pode ser servido de modo aceitável, exceto com aquilo que
for obtido honestamente.
O juízo pela Injustiça
Protesto de Deus contra Israel do 9 – 16

Deus leva o Seu povo a se lembrar das grandes coisas que Ele havia
feito por eles, ao colocá-los na posse da terra de Canaã, a maior parte da qual
estas dez tribos agora desfrutavam, w. 9,10. Observe que freqüentemente
precisamos ser lembrados das misericórdias que já recebemos, o que agrava
mais pesadamente os pecados que cometemos. Deus dá liberalmente, e não
nos repreende pela nossa maldade e indignidade e pela desproporção entre os
seus dons e os nossos méritos; mas, com justa razão, Ele nos repreende pela
nossa ingratidão e pela má retribuição dos Seus favores, e nos lembra daquilo
que Ele já fez por nós, para nos envergonhar por não retribuirmos de acordo
com os benefícios feitos a nós. “Filho, lembra-te”; Israel, lembra-te.

Versiculo 13...

O que fica claro é que a ação de Javé no juízo é comparável àquilo que
faz um carro carregado de feixes. Mas o que faz exatamente? Ninguém pode
ter certeza; a raiz hebraica ocorre somente aqui. A melhor opção é pressupor
que a carroça carregada tem um efeito esmagador sobre tudo o que está
debaixo dela, ou então conside rar que o verbo descreve a ação das rodas
fendendo a terra sob os so lavancos de sua carga pesada.1 Se a carroça é
considerada esmagadora, é provável que o juízo seja invasão, como
prescrevem o fogo, a matança e o exílio dos anún I. H. Gese, “Kleine Beltráge
zum Verstándnis des Amos Buches”, v t, 12, 1962, p.
417-438; H. W. W olff (p. 134) segue essa leitura, como também o faz Martin-
Achard, 1T C (p. 24).163 AM ÓS 3.1-15 cios anteriores.

Se tem em vista a rachadela na terra, então temos outra menção do


conhecido terremoto (1.1; 8.8; 9.1-4).
Qualquer que seja o sentido, o julgamento é acompanhado de pânico. É
a vinda de Javé; Ele marcou Israel como Seu inimigo, e nem a força (v. 14), a
velocidade, os armamentos (v. 15; quanto a arco, cf.
Os 1.5,7; 2.18; quanto ao cavalo como animal de uso militar, cf. Os
14.3), nem a coragem (v. 16; valentes são os soldados escolhidos, as tropas de
elite; cf. 2 Sm 20.7; 23.8-22) farão diferença (cf Ec 9.11).

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